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Bíblia

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Escritura Sagrada

Bíblia

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A Bíblia (do grego βιβλία, plural de βιβλίον, transl. bíblion, "rolo" ou "livro", diminutivo de


"byblos", “papiro egípcio”, provavelmente do nome da cidade de onde esse material era
exportado para a Grécia, Biblos, atual Jbeil, no Líbano)[1][2][3][4] é uma coleção de textos
religiosos de valor sagrado para o cristianismo,[5][6][7] em que se narram
interpretações religiosas do motivo da existência do homem na Terra. É considerada pelos
cristãos como divinamente inspirada,[2] tratando-se de importante documento doutrinário.
Segundo a tradição aceita pela maioria dos cristãos, a Bíblia foi escrita por 40 autores,
entre 1 500 a.C. e 450 a.C. (livros do Antigo Testamento) e entre 45 d.C. e 90 d.C. (livros
do Novo Testamento), totalizando um período de quase 1600 anos.[8] A maioria
dos historiadores considera que a data dos primeiros escritos acreditados como sagrados
é bem mais recente: por exemplo, enquanto a tradição cristã coloca Moisés como o autor
dos primeiros cinco livros da Bíblia (Pentateuco), muitos estudiosos aceitam que foram
compilados pela primeira vez apenas após o exílio babilônico, a partir de outros textos
datados entre o décimo e o quarto século antes de Cristo. [9] Muitos estudiosos também
afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas oriundas de diferentes regiões e
nações.[10][11]
Segundo uma interpretação literal do Gênesis (primeiro livro da Bíblia), o homem
foi criado por Deus a partir do pó,[12] após os céus e a terra,[13] entre seis e oito mil anos
atrás,[14] e ganhou a vida após Deus soprar o fôlego da vida em suas narinas.[13][15]
É o livro mais vendido de todos os tempos [16] com mais de seis bilhões de cópias em todo o
mundo, uma quantidade sete vezes maior que o número de cópias do 2º colocado da lista
dos livros mais vendidos, O Livro Vermelho.[17]
Nos Estados Unidos, o único presidente que não fez o juramento de posse com a mão em
uma Bíblia foi Theodore Roosevelt (1901-1909), de acordo com os registros oficiais
do Arquiteto do Capitólio.[18] John Quincy Adams (1825-1829), em sua posse, de acordo
com cartas escritas pelo mesmo, colocou a mão em um volume de direito constitucional ao
invés da Bíblia para indicar a quem pertencia sua lealdade. [18] Não há registros para
presidentes anteriores a John Tyler (1841-1845).[18]

Índice

 1Inspiração divina
 2Interpretação
 3Estrutura interna
o 3.1Livros do Antigo Testamento
o 3.2Livros do Novo Testamento
o 3.3Origem do termo "testamento"
 4Traduções
o 4.1Número de traduções
o 4.2Mundo lusófono
 5Versões
 6Religiões
 7Erros e adulterações
 8Crítica
 9Ver também
 10Bibliografia
 11Notas
 12Referências

Inspiração divina
Parte da série sobre o

Cristianismo
Santíssima Trindade[Expandir]

Jesus Cristo[Expandir]

Bíblia[Expandir]

Teologia cristã[Expandir]

Tradição[Expandir]

História[Expandir]

Denominação cristã[Expandir]

Tópicos[Expandir]

 Portal do Cristianismo

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 d
 e
Ver artigos principais: Autores da Bíblia e Inspiração (teologia)
A Bíblia se diz escrita por pessoas sob efeito da inspiração divina. [2][11]
O apóstolo Paulo afirma que "toda a Escritura é inspirada por Deus", literalmente, "soprada
por Deus" [que é a tradução da palavra grega θεοπνευστος, theopneustos] (2 Timóteo
3:16).
O apóstolo Pedro diz que "nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens.
Inspirados pelo Espírito Santo é que homens falaram em nome de Deus." (2 Pedro 1:21).
O apóstolo Pedro atribui aos escritos de Paulo a mesma autoridade do Antigo Testamento:
"E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado
irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em
todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e
inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2
Pedro 3:15-16).

Interpretação
Ver artigos principais: Historicidade da Bíblia, Datação da Bíblia e Simbologia bíblica
Segundo o jornalista David Plotz, da revista eletrônica Slate, até um século atrás, a maioria
dos estadunidenses bem instruídos conheciam a Bíblia a fundo. [19] Ele também afirma que
atualmente, o desconhecimento bíblico é praticamente total entre pessoas não religiosas.
[19]
 Ainda segundo Plotz, mesmo entre os fiéis, a leitura da Bíblia é irregular: a Igreja
Católica inclui somente uma pequena parcela do Antigo Testamento nas leituras oficiais;
os judeus estudam bastante os cinco primeiros livros da Bíblia, mas não se importam
muito com o restante; os judeus ortodoxos normalmente passam mais tempo lendo
o Talmude ou outra coisa que a Bíblia em si; muitos protestantes e/ou evangélicos leem a
Bíblia frequentemente, mas geralmente dão mais ênfase ao Novo Testamento. [19]
A inacessibilidade da Bíblia[20] entre a Antiguidade e a Idade Média resultou na criação de
diversas narrativas sobre os personagens bíblicos, criando acréscimos e distorções.
[21]
 A Igreja Católica não permitia que seus fiéis possuíssem exemplares da Bíblia, alegando
que estes não teriam nunca a capacidade necessária para interpretá-la, devido à sua
complexidade.[22] Assim, afirmava que a responsabilidade de ensinar as orientações de
Deus era exclusivamente sua.[22]
Os conflitos entre ciência e religião foram, em parte, ajudados pela interpretação literal da
Bíblia.[23] Esta não deve ser interpretada como um relato preciso da história da humanidade
ou uma descrição perfeita da natureza.[23] Galileu Galilei considerava que a Bíblia deveria
ser interpretada a partir do estudo da natureza.[24]
Os escravocratas basearam-se na parte da Bíblia que conta sobre Noé ter condenado seu
filho Cam e seus descendentes à escravidão para justificar religiosamente a escravidão. [25]
Martinho Lutero considerava que o amor de Cristo era alcançável gratuitamente por meio
da Bíblia.[22] Foi um dos primeiros teólogos a sugerir que as pessoas deveriam ler e
interpretar a Bíblia por si mesmas.[20] A maioria das pessoas interpreta a Bíblia por
intermédio de seu líder religioso. [26]
As Testemunhas de Jeová consideram 66 livros como componentes da Bíblia,
interpretando-a de forma literal exceto quando o texto evidencia estar em sentido figurado.
[27]
 Chamam o Novo Testamento de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento de
Escrituras Hebraicas.[27]Usam o método de comparação de textos bíblicos com outros
textos bíblicos, encontrando, por temas, o que a Bíblia ensina como um todo. Suas
conclusões são registradas por escrito, sendo utilizado para outras pesquisas bíblicas
Para o espiritismo a Bíblia é uma das várias referências de compreensão do mundo
espiritual (não é a principal).[28]

Estrutura interna
A Bíblia é dividida em duas partes: o Antigo e o Novo Testamentos. O primeiro, na versão
aceita de forma geral por protestantes e judeus, apresenta a história do mundo desde sua
criação até os acontecimentos após a volta dos judeus do exílio babilônico, no século IV
a.C. Os católicos e ortodoxos, por outro lado, têm um cânon mais extenso, cobrindo até
os asmoneus do século II a.C.
O Novo Testamento apresenta a história de Jesus Cristo e a pregação de seus
ensinamentos, durante sua vida e após sua morte e ressurreição, no século I. (ver: Vida
de Cristo) A Bíblia não era dividida em capítulos até 1227, quando o cardeal Sthepen
Langton os criou, e não apresentava versículos até ser assim dividida em 1551 por Robert
Stephanus.[2]
Livros do Antigo Testamento
Ver artigo principal: Antigo Testamento
A quantidade de livros do Antigo Testamento varia de acordo com a religião
ou denominação cristã que o adota: a Bíblia dos cristãos protestantes e o Tanakh judaico
incluem apenas 39 livros, enquanto a Igreja Católica possui 46 e a Igreja Ortodoxa em
geral aceita 51. Os sete livros existentes na Bíblia católica, ausentes da judaica e da
protestante são conhecidos como deuterocanônicos para os católicos e apócrifos para os
protestantes. O mesmo se aplica aos livros da bíblia ortodoxa, que por sua vez pode vir a
ter mais livros.[29]
Os livros do Antigo Testamento aceitos por todos os cristãos como sagrados
(chamados protocanônicos pela Igreja Católica)
são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II
Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II
Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos
Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, 
Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.[30]
Os deuterocanônicos, aceitos pela Igreja Católica como sagrados são: Tobias, Judite, I
Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque. Estes estão disponíveis na
tradução grega do Antigo Testamento, datada do Século I a.C., a Septuaginta.
Segundo a visão protestante, os textos deuterocanônicos (chamados "Livros apócrifos"
pelos protestantes) foram, supostamente, escritos entre Malaquias e o Novo Testamento,
numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, a Revelação Divina havia
cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa (ver: Testimonium
Flavianum). O parecer de Josefo não é aceito pelos cristãos católicos, ortodoxos e por
alguns protestantes, e igualmente pensam assim uma maioria judaica não farisaica,
porque Jesus afirma que durou até João Batista, "A lei e os profetas duraram até João"
(cf. Lucas 16:16; Mateus 11:13).[30]
Livros do Novo Testamento
Ver artigo principal: Novo Testamento
O Novo Testamento é composto de 27 livros: Evangelho de Mateus, Evangelho de
Marcos, Evangelho de Lucas, Evangelho de João, Atos dos Apóstolos, Romanos, I
Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II
Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filémon, Hebreus, Epístola de Tiago, Primeira
Epístola de Pedro, Segunda Epístola de Pedro, Primeira Epístola de João, Segunda
Epístola de João, Terceira Epístola de João, Epístola de Judas e Apocalipse.[30]
As traduções do Novo Testamento foram feitas a partir de mais de 5000 manuscritos, que
podem ser divididos em duas categorias: Texto-Tipo Bizantino e Texto-Tipo Alexandrino.
[31]
 Os pergaminhos do Texto-Tipo Bizantino (também chamado Textus Receptus) são
representados pela maioria (cerca de 95%) dos manuscritos existentes. [32]
Através dos séculos, desde o começo da era cristã, e inclusive em alguns contextos, como
na Reforma Protestante do século XVI, os textos deuterocanônicos do Novo Testamento
foram tão debatidos como os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento. Finalmente,
os reformistas protestantes decidiram rejeitar todos os textos deuterocanônicos do Antigo
Testamento, e aceitar todos os textos deuterocanônicos do Novo Testamento, embora
houvesse em Lutero, no processo da Reforma Protestante, a intenção de remover
determinados livros do Novo Testamento por considerá-los apócrifos ou dolosos, como
a Epístola de Tiago.[33] (ver: Apócrifos do Novo Testamento).
Origem do termo "testamento"
Este vocábulo não se encontra na Bíblia como designação de uma de suas partes. A
palavra portuguesa "testamento" corresponde à palavra hebraica berith (que
significa aliança, pacto, convênio, contrato), e designa a aliança que Deus fez com o povo
de Israel no monte Sinai, tal como descrito no livro de Êxodo (Êxodo 24:1-8 e Êxodo
34:10-28). Segundo a própria Bíblia, tendo sido esta aliança quebrada pela infidelidade do
povo, Deus prometeu uma nova aliança (Jeremias 31:31-34) que deveria ser ratificada
com o sangue de Cristo (Mateus 26:28). Os escritores do Novo Testamento denominam a
primeira aliança de antiga (Hebreus 8:13), em contraposição à nova (2 Coríntios 3:6-14).
Os tradutores da Septuaginta traduziram berith para diatheke, embora não haja perfeita
correspondência entre as palavras, já que berith designa "aliança" (compromisso bilateral)
e diatheke tem o sentido de "última disposição dos próprios bens", "testamento"
(compromisso unilateral).[34]
As respectivas expressões "antiga aliança" e "nova aliança" passaram a designar a
coleção dos escritos que contém os documentos respectivamente da primeira e da
segunda aliança. As denominações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as
duas coleções dos livros sagrados, começaram a ser usadas no final do século II, quando
os evangelhos e outros escritos apostólicos foram considerados como parte do cânon
sagrado. O termo "testamento" surgiu através do latim, quando a primeira versão latina do
Velho Testamento grego traduziu diatheke por testamentum . Jerônimo de Estridão,
revisando esta versão latina, manteve a palavra testamentum, equivalendo ao
hebraico berith — "aliança", "concerto", quando a palavra não tinha essa significação no
grego (ver: Vulgata). Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para "contrato",
"aliança" deveria ser suntheke, por traduzir melhor o hebraico berith.[34][35]

Traduções
Ver artigo principal: Tradução da Bíblia

Livro do Gênesis, Bíblia em tâmil de 1723

Eusébio Sofrônio Jerônimo (conhecido como São Jerônimo pelos católicos) traduziu a


Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim, criando a Vulgata.[36]
[37]
 No Concílio de Trento em 1542, essa tradução foi estabelecida como versão oficial da
Bíblia para a Igreja Católica (vide Cânone de Trento).[38][37]
Em meados do século XIV o teólogo John Wyclif realizou a tradução da Bíblia para o
inglês.[39] Após a Reforma Protestante a Bíblia recebeu traduções para diversas línguas e
passou a ser distribuída sem restrições para as pessoas. [40]
Martinho Lutero traduziu a Bíblia para a língua alemã[41] enquanto estava escondido
em Wittenberg do papa Leão X, que queria fazer um "julgamento" após a publicação
das 95 Teses.[22]
A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado Texto Massorético. Trata-
se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por escolas de copistas,
chamados massoretas, que tinham como particularidade um escrúpulo rigoroso na
fidelidade da cópia ao original. O trabalho dos massoretas, de cópia e também de
vocalização do texto hebraico (que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se
língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais), prolongou-se até ao Século VIII
d.C. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o texto
massorético (sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bíblico
original.[42]
No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e permitem suprir as
deficiências do Texto Massorético. É o caso do Pentateuco
Samaritano (os samaritanos que eram uma comunidade étnica e religiosa separada dos
judeus, que tinham culto e templo próprios, e que só aceitavam como livros sagrados os
do Pentateuco), e principalmente a Septuaginta grega (sigla LXX).[43]
A Versão dos Setenta ou Septuaginta grega, designa a tradução grega do Antigo
Testamento, elaborada entre os séculos IV e I a.C., feita em Alexandria, no Egito. O seu
nome deve-se à lenda que dizia ter sido essa tradução um resultado milagroso do trabalho
de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que não só o texto, mas também a
tradução, fora inspirada por Deus. A Septuaginta grega é a mais antiga versão do Antigo
Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do facto de ter
sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos, desde o início, versão que continha
os Deuterocanônicos, e a que é de maior citação do Novo Testamento, mais do que o
Texto Massorético.[44][45]
A Igreja Católica considera como oficiais 73 livros bíblicos (46 do Antigo Testamento e 27
do Novo), sendo 7 livros a mais no Velho Testamento do que das demais religiões cristãs
e pelo judaísmo.[2] Já a Bíblia usada pela Igreja Ortodoxa contém 78 livros, 5 a mais que a
católica e 12 a mais que a protestante. [46]
Número de traduções
De acordo com as Sociedades Bíblicas Unidas, a Bíblia já foi traduzida, até 31 de
dezembro de 2007, para pelo menos 2 454 línguas e dialetos.[47] (ver: Traduções da Bíblia
em línguas indígenas do Brasil).
Mundo lusófono
Ver artigos principais: Tradução Brasileira e Traduções da Bíblia em língua portuguesa
A primeira versão portuguesa da Bíblia surgiu apenas em 1748, a partir da Vulgata Latina,
[2]
 traduzida para o português por João Ferreira de Almeida. Almeida faleceu antes de
concluir o trabalho, que foi finalizado por colaboradores holandeses.

Versões

Cópia da Bíblia de Gutenberg, de propriedade do Congresso dos Estados Unidos

As diversas igrejas cristãs possuem algumas divergências quanto aos


seus cânones sagrados,[nota 1] inclusive entre protestantes.[nota 1]
A Igreja Católica possui 46 livros no Antigo Testamento como parte de seu cânone bíblico.
[48]
 Os livros de Livro de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I Macabeus e II
Macabeus e as chamadas Adições em Ester e Adições em Daniel) são considerados
"deuterocanônicos" (ou "do segundo cânon") pela Igreja Católica. [49] Além disso, existem 27
livros no Novo Testamento.[48]
As igrejas cristãs ortodoxas e as outras igrejas orientais, aceitam, além de todos estes já
citados, outros dois livros de Esdras, outros dois dos Macabeus, a Oração de Manassés, e
alguns capítulos a mais no final do livro dos Salmos (um nas Bíblias das igrejas de
tradição grega, cóptica, eslava e bizantina, e cinco nas Bíblias das igrejas de
tradição siríaca).[nota 2]

Religiões
Os judeus têm o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio) como
seu mais importante livro sagrado, o qual chamam de Torá. O restante do Antigo
Testamento de acordo com a tradição protestante são chamados de Nevi'im e Ketuvim,
coletivamente com a Torá chamados de Tanakh.[50] Os samaritanos, cuja fé se originou em
uma antiga divisão no seio de Israel, usam apenas a Torá. A fé bahá'i tem tanto a Bíblia
quanto o Alcorão como livros sagrados, além de seu livro particular, o Kitáb-i-Aqdas.
O Alcorão, livro sagrado do Islã, possui várias passagens em coincidência com a Bíblia, o
que leva alguns estudiosos islâmicos a estudarem-na em busca de informações adicionais.
As visões dentro do Islã sobre esta Escritura, no entanto, são variadas, com o próprio
Alcorão denunciando-a como corrupta e estudiosos como Abzeme denunciando os
supostos textos subjacentes à Bíblia condizentes à ortodoxia islâmica como irrecuperáveis.
 
[51] [52]

Os Espíritas consideram a Primeira Aliança como um livro histórico, e têm sua doutrina,


seus princípios morais, fundamentada em O Evangelho segundo o Espiritismo, que
alegam ser uma terceira revelação, superando o Antigo e o Novo Testamentos, que creem
ser, respectivamente, a revelação da lei por Moisés e a da graça por Jesus Cristo.[53]

Erros e adulterações
No século XIII, diversos estudiosos, especialmente de ordens dominicanas e franciscanas,
como Roger Bacon, denunciavam erros e buscavam corrigir (através de pesquisas em
textos hebraicos e gregos) as traduções usadas nas cópias em latim mais populares da
época, chamadas "Bíblias de Paris".[54] Com as descobertas da biblioteca de Nag
Hammadi e dos Manuscritos do Mar Morto (ou Qumram), no século XX, essas dúvidas
dissiparam-se e, com o advento das técnicas de crítica textual, hoje a Bíblia está
disponível com pelo menos 99% de fidelidade aos originais; sendo que a maioria das
discrepâncias presentes nos outros 1% dos trechos são de natureza trivial, i. e., sem
relevância.[55]
Segundo alguns estudiosos, em maioria de origem nas Testemunhas de Jeová, um erro de
tradução da Bíblia seria o de tomar σταυρός (transliterado stavrós) como cruz, e
baseando-se nisto, dizer que Jesus foi pregado em uma cruz ao invés de uma estaca de
tortura que significa simplesmente um madeiro,[56] pois na época da morte de Jesus, o
significado da palavra abrangia apenas uma só estaca ou madeiro. [56] Este posicionamento,
no entanto, é rechaçado por outras denominações, que apontam a polissemia da
palavra σταυρός e o antigo testemunho de Santos Justino Mártir,[57] Irineu de
Lyon[58] e Hipólito de Roma.[59]

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