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A PRECURSORA NO MUNDO
A melhor coisa que podemos presentear a um aluno é reconhecer seu destino tal
como ele é, e isso requer de nós, professores, uma grande dose de disciplina:
renunciar a querer ajudar a superar as limitações de sua família de origem.
Nas salas de aula são representadas leis familiares que são seguidas por alunos e
adultos, e o simples respeito pelas famílias pode ser útil para o crescimento de um
campo social e curador na classe.
O pensamento sistêmico inclui o conhecimento de que o aluno e os professores
estão conectados a suas famílias de origem (e às idéias e regras desse sistema).
Ser parte do sistema escola significa que a escola também faz parte de todos os
sistemas familiares que estão conectados a ela ou, usando imagens, que as famílias
de origem de todos os alunos e professores representam subsistemas de uma
escola.
Dessa forma, as famílias atuam na escola e a escola nas famílias (..). Assim, não
podemos distinguir completamente onde o “sistema família” termina e o “sistema
escola” começa.
Segundo nossa noção tradicional, que nos deixa acreditar que podemos perceber o
mundo do modo como ele é, consideramos família e escola como duas unidades
claramente delineadas, cada uma com suas próprias regras, necessidades e
tarefas. Hoje, contudo, sabemos que nenhum sistema pode ser mantido
completamente independente de outro sistema e que a escola também não pode
ser mantida afastada de tais fatores como televisão ou a cultura jovem existente.
Nossos alunos são os arquitetos de nosso campo e de seu mundo futuro. Assim
sendo – mais do que qualquer outro campo de consciência – a escola está criando a
matriz do futuro que se está formando.”
“Sou professora das séries finais do ensino fundamental em uma escola pública
municipal em Uberlândia/MG e a direção da escola me permitiu colocar em prática
as constelações familiares de acordo com Bert Hellinger. Comecei em 2007.
Chegou um momento que os alunos se sentiram tão bem que começaram a pedir
para serem constelados e então marcávamos para um dia de módulo e fazia
atendimentos individuais com bonecos na presença de um dos pais ou um familiar
responsável pelo aluno. Obtivemos muitos resultados satisfatórios e descrevo
alguns:
M uma menina de 11 anos que gaguejava tanto que não conseguia ler em voz alta,
fiz uma constelação de imaginação e estava ligada a uma irmã de 9 meses que
morrera engasgada com excesso de comida. Quando nasceu recebeu o nome da
irmã morta. Dois meses depois de constelada a menina não gaguejava e já
conseguia ler.
C I um menino de 11 anos não fazia tarefas, não tomava banho todos os dias, tinha
os cabelos desgrenhados e sujos, arrastava enormes chinelos e estava sempre
distante. Julgava o pai porque é alcoólatra. Conseguiu fazer um grande movimento
em direção ao pai. Cortou os cabelos duas semanas depois e começou a fazer
tarefas escolares, em seguida começou a ir limpo para a escola, mas mesmo assim
foi reprovado. No final de 2008 foi aprovado para 6ª série, seu material é organizado
e está alerta nas aulas.
MP um menino de 12 anos da 6ª série era rebelde, não fazia tarefas, tinha péssimas
notas, era sujo, rabiscava os cadernos e perdia todo o material. Fizemos uma
constelação em grupo e trabalhamos com um segredo em relação à mãe. Em 2008
foi um dos melhores alunos da sala, com todo material organizado, entregava
tarefas antes do prazo e obteve boas notas. Esta mais concentrado e foi promovido
para a 7ª série.
Em 2008 uma pedagoga pediu sugestão de um trabalho coletivo para uma 6ª série
com muitos alunos repetentes e que estava novamente com baixo índice de
aproveitamento, muita brincadeira e falta de compromisso. A direção autorizou e
utilizamos duas aulas para o trabalho. Fizemos um círculo com os alunos e a
pedagoga representava a turma, cada aluno levantava-se, chegava diante dela,
olhava em seus olhos fazendo contato e dizia sim. Quando metade da turma já tinha
feito esse movimento, ela não resistiu o peso e sentou-se no chão. Eles ficaram
muito preocupados com ela, expliquei que era assim a sala e que por isso os
professores não estavam conseguindo ajudá-los e eles disseram a ela: pode se
levantar, isso é comigo. Ela se levantou e entregou a cada um o seu destino e seu
emaranhamento. No dia seguinte constelamos dois alunos que não conseguiram
dizer sim. Foi um trabalho muito bonito e estamos aguardando resultados.”