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Prof.

Igor Arcanjo Chaves


Engenheiro de Segurança do Trabalho

Fortaleza, 22, 23 e 30 de Novembro 2019


• Princípios de HO

• Conceitos básicos de agentes químicos

• Legislação (NR-9, NR-15 e Aposentadoria Especial)

• Limites de Tolerância – NR-15

• Limites de Exposição Ocupacional – ACGIH

• Conceitos básicos de química


Princípios de HO
“Higiene Ocupacional é a ciência que trata da
antecipação, reconhecimento, avaliação, prevenção e
controle dos riscos originados nos locais de trabalho e
que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos
trabalhadores, também levando em consideração o
possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio
ambiente em geral.” Enciclopédia de Saúde e Segurança
Ocupacional da Organização Internacional do Trabalho
(OIT).
Princípios de HO
Apesar da distância que ainda separa a realidade desta
“declaração de princípios”, cresce na atualidade, no
âmbito da sociedade, a preocupação com o meio
ambiente e a saúde das populações residentes na área
de influência das unidades produtivas, dando corpo a um
movimento que busca a mudança de processos de
trabalho potencialmente lesivos para a saúde das
populações e o ambiente.
Princípios de HO
A saúde é um estado de completo bem-estar
físico, mental e social, e não consiste apenas na
ausência de doença ou de enfermidade. Gozar do
melhor estado de saúde que é possível atingir
constitui um dos direitos fundamentais de todo o
ser humano, sem distinção de raça, de religião, de
credo político, de condição econômica ou social.
(Organização Mundial da Saúde)
Princípios de HO

Quanto mais sólidos forem os processos de


higiene, medicina e segurança do trabalho
relativos a uma determinada atividade laboral,
mais completa será a saúde ocupacional.
Princípios de HO
• Risco = Perigo (Fonte de Risco) + Exposição
• Risco x Contexto
• Fatores de risco
• Fatores de proteção
Princípios de HO
Definição: São considerados agentes químicos as substâncias
químicas que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas,
gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão.
Aerodispersóides

• São dispersões de partículas sólidas ou líquidas de tamanho bastante reduzido, que


podem se manter por longo tempo em suspensão no ar.
• Poeiras – são partículas sólidas, produzidas mecanicamente por ruptura de
partículas maiores;
• Fumos – são partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos;
• Névoas – partículas líquidas produzidas mecanicamente, como nos processo
“spray”;
• Neblinas – são partículas líquidas produzidas por condensações de vapores.
Gases

• Denominação dada às substâncias que, nas condições ambientais de


temperatura e pressão (25°C e 760 mmHg), estão no estado gasoso.
São fluidos amorfos (não apresentam forma geométrica definida) que
podem mudar de estado físico unicamente por uma combinação de
pressão e temperatura.
• Exemplo: hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.
• Comprimido ( Ex. O2)
• Comprimido liquefeito (ex. GLP)
• Gás ... dissolvido em .... sob pressão (ex. acetileno, dissolvido em acetona)
Vapores

• Fase gasosa de uma substância que, a 25°C e 760 mmHg, se encontra


sob o estado líquido ou sólido. O vapor pode passar para o estado
líquido ou sólido atuando-se sobre a pressão ou sobre sua
temperatura.

• Exemplos: vapores de água, vapores de gasolina.


Efeitos biológicos dos contaminantes gasosos:
• ASFIXIANTES: Interferem com a inalação, transporte ou utilização do O2 no corpo
humano. Ex: N2 (nitrogênio), CH4 (metano), CO (monóxido de carbono), etc.
• IRRITANTES: Causam irritação do sistema respiratório e provocam aparecimento
de edemas pulmonares. Ex: NH3 (amônia), Cl2 (cloro), SO2 (dióxido de enxofre),
etc.
• ANESTÉSICOS: Provoca perda da sensibilidade, da consciência e até morte. Ex:
CCl4 (tetracloreto de carbono), CHCl3 (clorofórmio), C2H5OC3H5 (éter), etc.
• SISTÊMICOS: Causam danos aos órgãos e sistemas vitais do corpo humano (SNC).
Ex: Hg (mercúrio), As (arsênico), Pb (chumbo), etc.
• CORROSIVOS: Destroem a superfície com a qual entra em contato, podendo ser a
pele, trato respiratório ou gastrintestinal. Ex.: Ácidos, Álcalis Cáusticos, etc.
Efeitos biológicos dos contaminantes gasosos:
• TÓXICOS: Afetam órgãos ou tecidos, por exemplo:
• CCl4 (tetracloreto de carbono) - Causa danos ao fígado (hepatotixicidade);
• HgCl (cloreto de mercúrio) - Causa danos aos rins (nefrotoxicidade);
• CS2 (dissulfeto de carbono) - Causa danos ao sistema nervoso (neurotoxicidade);

• CARCINOGÊNICOS: Podem causar câncer. Por exemplo: Benzeno.


• TÓXICO PARA REPRODUÇÃO: Pode causar problemas de fertilidade e danos ao
feto. Por exemplo: monóxido de carbono (CO); nitrato de chumbo (Pb(NO3)2).
DESCRIÇÃO DIMENSÃO
POEIRAS Partículas sólidas, geradas mecanicamente, resultantes de operações,
como: serrarias, jateamento, perfuração e beneficiamento de rochas,
etc. São irregulares, depositam-se por gravidade. Subdivide-se em 1 a 100 m.
poeiras orgânicas (madeira, lã, algodão, cereais, etc.) e poeiras minerais
(sílica, amianto, manganês, etc.).
FUMOS Partículas sólidas de origem físico-química, resultantes da fusão,
METÁLICOS oxidação, evaporação e condensação dos metais de certas substâncias.
São partículas esferoidais que ficam suspensas no ar. Estão presentes 0,1 a 1m
nos processos de soldagem. Ex: fumos de zinco, de chumbo, de cloreto
de amônia, etc.
NÉVOAS E Suspensão de partículas líquidas no ar, produzidas por ruptura mecânica
NEBLINAS de líquidos (névoas) e de partículas líquidas que são produzidas por
condensação de vapores de substâncias que são líquidas à temperatura 0,01 μm a 10 μm
normal (neblinas). Ex: névoas ou neblinas de vapor d’água, de ácido
crômico, etc.

GASES Substâncias que se difundem no ar e permanece no estado gasoso em Molecular:


Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP). Ex: CO2, CO, H2S, 0,5 nm a 8 nm
etc.
VAPORES Substâncias que, eventualmente se encontram no estado gasoso, mas Molecular:
que em CNTP são líquidos. Ex: solventes, acetona, tetracloreto de 0,5 nm a 8 nm
NR-9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO
DE RISCOS AMBIENTAIS
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA, visando à preservação
da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento,
avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham
a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais.

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar


no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos
pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Fonte: Adaptado de https://ehs.uky.edu/ohs/indhyg.php
Hierarquia de Controle
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
Serão consideradas atividades ou
operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados
em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos.
Art. 189 CLT

O exercício de trabalho em condições


insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho,
assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário-
mínimo da região, segundo se classifiquem nos
graus máximo, médio e mínimo.
Art. 192 CLT
Anexos da NR-15 Atividades e Operações Insalubres
Anexo n.º 1 - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente 20%
Anexo n.º 2 - Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto 20%
Anexo n.º 3 - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor 20%
Anexo n.º 4 (Revogado) Iluminação -
Anexo n.º 5 - Radiações Ionizantes 40%
Anexo n.º 6 - Trabalho sob Condições Hiperbáricas 40%
Anexo n.º 7 - Radiações Não-Ionizantes 20%
Anexo n.º 8 - Vibrações 20%
Anexo n.º 9 - Frio 20%
Anexo n.º 10 – Umidade 20%
Anexo n.º 11 - Agentes Químicos Cuja Insalubridade é Caracterizada por 10%, 20% ou 40%
Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho
Anexo n.º 12 - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais 40%
Anexo n.º 13 - Agentes Químicos 10%, 20% ou 40%
Anexo n.º 14 - Agentes Biológicos 40%
Limite de Tolerância NR-15
Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a concentração ou
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao
agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
Utilizado os TLV®s do livro da ACGIH de 1976. Estabeleceu-se como diretriz que o limites da NR deveriam ser
revisados a cada dois anos.

Limite de Exposição Ocupacional - ACGIH


Os limites de exposição ocupacional (TLVs ®) referem-se a concentrações das substâncias
químicas dispersas no ar e representam condições sob as quais se acredita que a maioria
os trabalhadores possam ser expostos repetidamente, dia após dia, durante toda uma vida
de trabalho, sem efeitos adversos à saúde.
Anexo 11 NR-15
1. Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a
caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância
constantes do Quadro n. o 1 deste Anexo.

2. Todos os valores fixados no Quadro n. o 1 - Tabela de Limites de Tolerância são válidos para
absorção apenas por via respiratória.

4. Na coluna "VALOR TETO" estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tolerância
não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.

6. A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métodos de amostragem


instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens,
para cada ponto - ao nível respiratório do trabalhador. Entre cada uma das amostragens deverá
haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos.
Anexo 11 NR-15
7. Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deverá ultrapassar os
valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada situação de risco grave e
iminente.
Valor máximo = L.T. x F. D.
Onde:
L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro n.° 1.
F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro n.° 2.
Anexo 11 NR-15
8. O limite de tolerância será considerado excedido quando a média aritmética das
concentrações ultrapassar os valores fixados no Quadro n.° 1.

9. Para os agentes químicos que tenham "VALOR TETO" assinalado no Quadro n.° 1 (Tabela de
Limites de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de tolerância, quando qualquer uma das
concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados no mesmo quadro.

10. Os limites de tolerância fixados no Quadro n.° 1 são válidos para jornadas de trabalho de até
48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive.
Anexo 11 NR-15
Quadro nº 1 – Tabela de Limites de Tolerância

Absorção Até 48 Grau de insalubridade a


Valor
AGENTES QUÍMICOS também horas/semana ser considerado no caso
teto
p/ pele ppm mg/m³ de sua caracterização
Acetileno Axfixiante simples -
Acetona 780 1870 mínimo
Ácido Acético 8 20 médio
Ácido Clorídrico + 4 5,5 máximo
Bromofórmio + 0,4 4 médio
Chumbo - 0,1 máximo
Cloreto de Metileno 156 560 máximo
Cloreto de Vinila + 156 398 máximo
Dióxido de Carbono 3900 7020 mínimo
Formaldeído + 1,6 2,3 máximo
Hélio Asfixiante simples -
Monóxido de Carbono 39 43 máximo
Sulfato de dimetila + + 0,08 0,4 máximo
Xileno + 78 340 médio
Anexo 12 NR-15
Limites de Tolerância para poeiras minerais
ASBESTO
• O limite de tolerância para fibras respiráveis de asbesto crisotila é de 2,0 f/cm³.
• Entende-se por "fibras respiráveis de asbesto" aquelas com diâmetro inferior a 3
micrômetros, comprimento maior que 5 micrômetros e relação entre comprimento e
diâmetro superior a 3:1.
• O empregador deverá realizar a avaliação ambiental de poeira de asbesto nos locais de
trabalho, em intervalos não superiores a 6 (seis) meses.

MANGANÊS E SEUS COMPOSTOS


• O limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos referente à
extração, tratamento, moagem, transporte do minério, ou ainda a outras operações com
exposição a poeiras do manganês ou de seus compostos é de até 5mg/m³ no ar.
• O limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos referente à
metalurgia de minerais de manganês, fabricação de compostos de manganês, fabricação de
baterias e pilhas secas, fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação e uso de
eletrodos de solda, fabricação de produtos químicos, tintas e fertilizantes, ou ainda outras
operações com exposição a fumos de manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m³ no
Anexo 12 NR-15
Limites de Tolerância para poeiras minerais
SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA
• O limite de tolerância para poeira, expresso em mg/m³, é dado pela seguinte fórmula:

• Sempre será entendido que "Quartzo" significa sílica livre cristalizada.


• Fica proibido o processo de trabalho de jateamento que utilize areia seca ou úmida como
abrasivo.
Anexo 13 NR-15
Relação das atividades e operações envolvendo agentes químicos, consideradas, insalubres em
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. Excluam-se desta relação as atividades
ou operações com os agentes químicos constantes dos Anexos 11 e 12.

Grau Máximo
• Fabricação de produtos parasiticidas, inseticidas e raticidas contendo compostos de arsênico.
• Trabalho permanente no subsolo em operações de corte, furação e desmonte, de
carregamento no local de desmonte, em atividades de manobra, nos pontos de transferência
de carga e de viradores. (Carvão)
• Fabricação e restauração de acumuladores, pilhas e baterias elétricas contendo compostos
de chumbo.
• Pintura a pistola com pigmentos de compostos de cromo, em recintos limitados ou fechados.
• Manipulação de alcatrão, breu, betume, antraceno, óleos minerais, óleo queimado, parafina
ou outras substâncias cancerígenas afins.
• Fabricação e manipulação de compostos orgânicos de mercúrio.
• Operações que desprendam poeira de silicatos em trabalhos permanentes no subsolo, em
minas e túneis.
Anexo 13 NR-15
Grau Médio
• Emprego de produtos parasiticidas, inseticidas e raticidas à base de compostos de arsênico.
• Atividades permanentes do subsolo compreendendo serviços: operações de locomotiva,
condutores, engatadores, bombeiros, madeireiros, trilheiros e eletricistas. (Carvão)
• Tinturaria e estamparia com pigmentos à base de compostos de chumbo.
• Manipulação de cromatos e bicromatos.
• Emprego de defensivos organofosforados e organoclorados.
• Limpeza de peças ou motores com óleo diesel aplicado sob pressão (nebulização).
• Manipulação de ácido oxálico, nítrico, sulfúrico, bromídrico, fosfórico, pícrico.
• Manuseio de álcalis cáusticos.

Grau Mínimo
• Pintura a pistola ou manual com pigmentos de compostos de arsênico ou chumbo ao ar livre.
• Atividades de superfícies nas operações a seco, com britadores, peneiras, classificadores,
carga e descarga de silos, de transportadores de correia e de teleférreos. (Carvão)
• Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição a poeiras.
Anexo 13-A NR-15
Benzeno
• As empresas que utilizam benzeno em atividades que não as identificadas nas alíneas do
item 3 e que apresentem inviabilidade técnica ou econômica de sua substituição deverão
comprová-la quando da elaboração do Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao
Benzeno - PPEOB.

• Valor de Referência Tecnológico - VRT se refere à concentração de benzeno no ar


considerada exequível do ponto de vista técnico, definido em processo de negociação
tripartite. O VRT deve ser considerado como referência para os programas de melhoria
contínua das condições dos ambientes de trabalho. O cumprimento do VRT é obrigatório e
não exclui risco à saúde.
 1,0 (um) ppm para as empresas abrangidas por este Anexo (com exceção das empresas
siderúrgicas, as produtoras de álcool anidro e aquelas que deverão substituir o benzeno
a partir de 1º.01.97).
 2,5 (dois e meio) ppm para as empresas siderúrgicas.
Contexto Histórico da criação da NR-15
• 22 /12/1977 - publicação da Lei n.° 6.514, que incluiu a Seção XIII “Das atividades
insalubres ou perigosas” na CLT
• Necessidade de regulamentar a lei num prazo de 6 meses
• Objetivo de caracterizar ou não adicional de insalubridade
• Contexto tecnológico, político, social e econômico
• Desafio de fazer uma norma para todo o Brasil
• Realizada com intuito de ser revisada a cada dois anos
• Não existiam no Brasil laboratórios especializados no tratamento de amostras de
HO
• Os métodos mais utilizados para as avaliações quantitativas de químicos eram
aplicados mediante o uso de métodos colorimétricos
• Poucos profissionais treinados na época – limitado a alguns centros oficiais
(Fundacentro, SESI e universidades)
NR-15 x Higiene Ocupacional

Não se deve confundir a aplicação da NR-15 com Higiene Ocupacional,


programa de prevenção dos riscos ambientais, limites de exposição
ocupacional, prevenção das doenças ocupacionais.

Adicional de Insalubridade Aposentadoria Especial Higiene Ocupacional (prevenção)


Portaria nº 3.214, de 8 de Lei nº 3.807, de 26 de NR-7, NR-9, NR-17, NHOs da
Junho de 1978 agosto de 1960 Fundacentro
Norma Regulamentadora 15 Decreto No 3.048, de 6 de Materiais técnicos disponíveis de
e seus anexos maio de 1999 organizações internacionais como
ACGIH, HSE, NIOSH, AIHA, etc.
Outros dispositivos legais Base de dados de substâncias
da Previdência Social químicas: GESTIS, ECHA, ISCS
database, NIOSH Pocket Guide, etc.
Limite de Exposição Ocupacional - TLV ACGIH
• O limite de exposição diária (TLV-TWA) é a concentração para um dia de trabalho
convencional de 8 horas e uma semana de trabalho de 40 horas, em que se acredita que a
maioria os trabalhadores possam ser repetidamente expostos, dia após dia, por toda a vida
de trabalho, sem sofrer efeitos adversos à saúde. (Efeitos crônicos)

• O limite de exposição de curta duração (TLV-STEL) é a concentração na qual a maioria dos


trabalhadores podem ser expostos continuamente por um curto período de tempo sem
sofrerem efeitos adversos. Esta concentração, em uma exposição de 15 minutos, não deve
ser excedida em nenhum momento durante um dia de trabalho, mesmo que a concentração
média de 8 horas esteja dentro do TLV-TWA. (Efeitos agudos)
 Exposições a concentrações maiores que o TLV-TWA e menores que o TLV-STEL devem ter durações
menores que 15 minutos, devem ocorrer no máximo quatro vezes por dia, e deve haver pelo menos
60 minutos entre exposições sucessivas nessa faixa.

• O valor teto (TLV-Ceiling) é a concentração que não deve ser excedida em nenhum momento
da jornada de trabalho, sob risco de gerar graves problemas para a saúde do trabalhador.
NR-15 TLV - ACGIH
Agente Químico Efeitos Adversos - ACGIH
V. Teto A. Pele L.T. TWA STEL Notas
Acetona 780 ppm 250 ppm 500 ppm A4; BEI URT & eye irr; CNS impair
Ácido Acético 8 ppm 10 ppm 15 ppm URT & eye irr; pulm func
Ácido Clorídrico + 4 ppm - C 2 ppm A4 URT irr
Bromofórmio + 0,4 ppm 0,5 ppm - A3 Liver dam; URT & eye irr
Chumbo 0,1 mg/m³ 0,05 mg/m³ - A3; BEI CNS & PNS impair; hematologic eff
Cloreto de Metileno 156 ppm 50 ppm - A3; BEI COHb-emia; CNS impair
Cloreto de Vinila + 156 ppm 1 ppm - A1 Lung cancer; liver dam
Dióxido de Carbono 3.900 ppm 5.000 ppm 30.000 ppm Asphyxia
Formaldeído + 1,6 ppm 0,1 ppm 0,3 ppm DSEN; RSEN; A1 URT & eye irr; URT cancer
Monóxido de Carbono 39 ppm 25 ppm - BEI COHb-emia
Sulfato de dimetila + + 0,08 ppm 0,1 ppm - Skin; A3 Eye & skin irr
Xileno + 78 ppm 100 ppm 150 ppm A4; BEI URT & eye irr; CNS impair
A1 - comprovadamente cancerígeno: o agente é carcinogênico baseado em evidências a partir de estudos epidemiológicos CNS - sistema nervoso central
A3 - cancerígeno para animais, mas com efeitos desconhecidos para humanos PNS - sistema nervoso periférico
A4 - suspeito de ser carcinogênico para humanos, mas os dados são insuficientes para classificá-lo como tal Pulm - pulmonar
BEI - substância para a qual existe Índice Biológico de Exposição; Liver - fígado
Skin - contribuição potencial da exposição por via cutânea para a exposição total; Lung - pulmão
COHb-emia - carboxihemoglobinemia, presença de carboxihemoglobina (HbCO) no sangue. (CO + Hemoglobina) dam - danos
DSEN - sensibilizante para a pele irr - irritante
RSEN - sensibilitante para o trato respiratório impair - prejudicar
Hematologic eff - Efeitos hematológicos (anemia, no caso do chumbo) func - função
URT - trato respiratório superior (cavidade nasal, faringe e laringe)
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química

– Substâncias simples [elementar]


• Metais (Fe, Al, etc.)
• Semi-metais (Si, B, etc.)
• Não metais (moleculares ou mono-atômicos) (H2, O2, He, etc.)

– Compostos (mais de 1 elemento)


• Inorgânicos (CO2, NaCl, H2SO4, NaOH, etc.)
• Orgânicos - química do carbono (C4H10, C2H5OH, C6H6, etc.)
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
Nome
– nome comercial (ou fantasia)
• Ex. Álcool ZULU / Q’Boa
– nome comum
• Ex. Álcool etílico 96oGL / Água Sanitária
– nome IUPAC (União Internacional de Química Pura e
Aplicada)
• Ex. Etanol / Hipoclorito de Sódio
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
Números identificadores de substâncias

– número CAS (Chemical Abstract Service)


• Ex. Etanol 64-17-15
Maneira prática de encontrar o CAS? Pesquisa no Google [nome da
substância + CAS]

– número ONU (transporte de bens perigosos)


• Ex. Etanol 1170
Consultar do Ministério dos Transportes
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química

Quanto ao número de componentes


– Substâncias puras (mas com diferentes graus de pureza)
– Misturas de substâncias

Quanto ao aspecto
– Homogêneas – única fase (água do mar, ar, etc.)
– Heterogêneas – duas ou mais fases (granito, água+óleo, etc.)
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
Misturas

• Número CAS – misturas não possuem número CAS, exceto


algumas misturas com composição aproximadamente
constante
– Ex. Derivados de petróleo (ex. Gasolina, Querosene, Óleo diesel, etc.)
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
As substâncias químicas industriais podem ser:
• puras ou de elevado grau de pureza
• de grau técnico (contém impurezas, estabilizantes,etc.)

São divididas em dois principais grupos:


• “Substâncias com composição bem definidas”
• “Substâncias UVCB *Substâncias de composição desconhecida ou variável,
produtos de reação complexos ou materiais biológicos]
Possuem registro no CAS / ACS (No. CAS)
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
Exemplos de substâncias com composição bem
definida
• Ácido Clorídrico
• Ácido Nítrico
• Dióxido de titânio
• Hidróxido de Potássio
• Monóxido de Carbono
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
Exemplos de substâncias UVCB
• Gasolina (nafta), Diesel e demais derivados do petróleo
• Óleo de soja
• Minério de ferro
• Cimento Portland
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
Produtos Químicos são fonte de riscos nos processos
de
• Produção
• Transporte e armazenamento
• Utilização/manipulação
• Tratamento e destinação final de resíduos e
embalagens
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
Tipos de riscos relacionados a produtos químicos
• Riscos de danos materiais ou físicos
• Riscos de efeitos adversos à saúde humana
• Riscos ao meio ambiente
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química
EVENTOS CONSEQUÊNCIAS
• Incêndios,explosões ou • Danos materiais, lesões
outras reações violentas físicas em organismos vivos

• Lesões físicas, doenças ou


• Exposição humana incômodos

• Efeitos adversos à flora,


• Contaminação ambiental fauna e funções ecológicas
Fundamentos: Conceitos básicos de Química e
Segurança Química

PERIGO ou FONTE DE RISCO RISCO


(periculosidade, nocividade)

RISCO = PERIGO + EXPOSIÇÃO


O risco é observável?

Risco não é observável.

É uma inferência, isto é, depende do raciocínio


dedutivo. Portanto, risco é uma representação
simbólica da nossa mente atribuída a um aspecto do
mundo real.
Representação de Risco (“percepção de risco”)

Representação simbólica (mental) de uma


propriedade de um recorte da realidade e depende
de:
– conhecimentos e crenças
– experiências
– práticas
– valores
– Interesses do indivíduo ou grupo de indivíduos.
Aspectos que afetam a representação de riscos
Não observável Observável
Desconhecido pelos expostos Conhecidos pelos expostos
Efeito retardados ou crônicos Efeitos imediatos ou agudos
Consequências não fatais Consequências fatais
Afeta um indivíduo Afeta o coletivo
Risco desconhecido pela Ciência Risco conhecido pela Ciência
Controlável Não controlável
Não catastrófico Catastrófico
Minimização do risco Maximização do risco
Uso seguro de produtos químicos é aquele
realizado em condições que buscam
proteger:

• A segurança e a saúde das pessoas;


• O meio-ambiente – natural ou construído;
• O patrimônio econômico e cultural.

NÃO SIGNIFICA AUSÊNCIA DE RISCO, MAS O RISCO ESTÁ


CONTROLADO E O SEU NÍVEL É CONSIDERADO SOCIALMENTE
ACEITÁVEL.

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