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Eduardo Kugelmas
DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 49, no 1, 2006, pp. 5 a 10.
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Revista Dados – 2006 – Vol. 49 n 1
1ª Revisão: 06.03.2006 – 2ª Revisão: 01.05.2006 – 3ª Revisão: 09.05.2006
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Eduardo Kugelmas
Não foi poupada pelo turbilhão do período repressivo aberto pelo Ato
Institucional nº 5, e enfrentou com estoicismo um período de prisão.
Ao regressar às atividades acadêmicas, dedicou-se ao trabalho de pes-
quisa que culminou em sua tese de doutorado, intitulada Estado e Par-
tidos Políticos no Brasil-1930 a 1964, a qual teve como orientador Fran-
cisco Weffort, e foi publicada como livro em 1976. “Temos um grande
livro” afirmou com ênfase Vítor Nunes Leal ao prefaciar a obra.
Passadas três décadas, o impacto seminal desse livro pode ser mensu-
rado pelas reedições, por sua presença indispensável nas bibliografias
dos cursos sobre as instituições políticas brasileiras e pelos muitos tra-
balhos que não só influenciou como inspirou.
Mas talvez tenha sido o terceiro dos seus eixos analíticos o mais origi-
nal e decisivo para fazer desse livro um clássico. Ao sublinhar a impor-
tância dos condicionantes estatais para o estudo dos sistemas partidá-
rios, Carmute reconstruiu a história das origens da estrutura política
do período 1946-64, dando ênfase à continuidade até então subestima-
da entre este e o Estado Novo. Recordando a centralização burocrática
e militar, o surgimento dos novos papéis econômicos do poder central
e a consolidação de uma “ideologia de Estado”, na expressão de Bolí-
var Lamounier, sua análise demonstrou cabalmente como a emergên-
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Maria do Carmo Campello de Souza (1936-2006)
Para os mais jovens, que já tiveram seu contato com essa problemática,
em um contexto político e intelectual tão transformado, não é fácil ava-
liar o quanto havia de inovação no trabalho de Carmute. Tomar como
tema o estudo do sistema partidário em um momento de extremado
autoritarismo, quando mal se entreviam os primeiros laivos da abertu-
ra, era já surpreendente. Recusar o economicismo tosco e o esquema-
tismo pseudomarxista tão freqüentes nas análises políticas então em
voga exigia uma certa dose de ousadia.
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Maria do Carmo Campello de Souza (1936-2006)
Nos anos mais recentes, o foco dos interesses de Carmute passou a ser o
trabalho comunitário, como colaboradora do programa Comunidade
Solidária, dirigido por Ruth Cardoso, e como participante do conjunto
de projetos de Ivaldo Bertazzo, que combinam criação artística e objeti-
vos socioeducacionais. Na colaboração com Bertazzo, escreveu textos
e roteiros para os espetáculos Carnaval dos Animais, Além da Linha
d’Água e Mãe Gentil.
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