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RESUMO GEOGRAFIA VINÍCIUS RÊNIO

PARTE 1

Pernambuco

1. A Formação Territorial de Pernambuco, sua Geografia e Aspectos


Populacionais

1.1. Pequeno Contexto Histórico da Colonização Brasileira: Território e


Capitanias.

1.2. A Capitania de Pernambuco

1.3. Duarte Coelho, as Sociedades dos Engenhos e dos Currais e Olinda

1.4. Olinda, Oh Linda!

2. A Capitania e seu Desenvolvimento do Séc. XVIII (1700) e XIX (1800)

3. A Geografia de Pernambuco

3.1. Território e População

3.2. As Mesorregiões de Pernambuco

4. Climas e Relevo de Pernambuco

4.1. Climas

4.2. Relevo

1.1. Pequeno Contexto Histórico da Colonização Brasileira:


Território e Capitanias

As Capitanias Hereditárias são a primeira divisão territorial oficial do Brasil.


Serviram, sobremaneira, a dividir-se os custos da colonização do extenso
território incumbido a Portugal colonizar. Mas dividir com quem? Respondo:
exatamente com a classe militar e a fidalguia portuguesa, a qual receberia as
glebas de terras, em geral com 60 léguas de extensão Norte-Sul e que
estendiam de Leste-Oeste (litoral-interior) até o impreciso meridiano de
Tordesilhas.

A linha imaginária de Tordesilhas fora instituída 6 anos antes do


“descobrimento” do Brasil, em 1494. Daí se tem que o Brasil havia sido
destinado e fora “descoberto” antes da data oficial de chegada de Pedro
Alvares Cabral e suas embarcações. No fundo, já era sabido por portugueses
e espanhóis que havia terras nestas porções da América e, assim, é
interessante perceber que em tratado anterior à chegada dos portugueses já
fora feita a delimitação dos futuros territórios a serem “descobertos”.

Vale destacar que a imprecisão acerca da posição de Tordesilhas deve-se em


função da ausência de estudos precisos à época sobre os Meridianos e suas
posições. No Tratado, Tordesilhas oficialmente situava-se a 370 léguas a
oeste da ilha de Santo Antão, no arquipélago de Cabo Verde. Era um
meridiano do Polo Sul ao Polo Norte. Caberia à Espanha as terras do lado
ocidental, e a Portugal as do lado oriental. A seguir, vemos algumas das
suas possíveis localizações em nosso mapa territorial.
Um outro ponto histórico importante diz respeito ao fato de que desde o
descobrimento oficial do Brasil, em 1500, até a entrada da década de 1530,
não houve por parte dos portugueses um interesse efetivo em torno de se
promover uma efetiva colonização de nosso território. Assim, não havia sido
constituído núcleos de povoamento, nem houve migrações vultuosas ou
qualquer fomento econômico
de valor, sendo as feitorias, ou seja, as bases instaladas para o saque do
pau-brasil, as únicas instalações em nosso território construídas pelo
colonizador.
A mudança neste desinteresse acerca da ocupação do Brasil por parte dos
portugueses tem seu início a partir da percepção de que se mantivessem (os
portugueses) tal ritmo letárgico, ocorreria invariavelmente a perda do
território, seja para franceses, ou holandeses. Estes dois países citados, ao
longo das primeiras décadas do século XVI, vinham instalando feitorias
também, iniciando relacionamentos amistosos com os índios e dominando
porções do litoral brasileiro incumbido por Tordesilhas a Portugal tão
somente.

Bom, voltando à questão das Capitanias, estas eram chamadas de


hereditárias porque os donatários, ou seja, os posseiros destas glebas,
empreenderiam a colonização em todas suas formas (leia-se: formação de
núcleos de povoamento, controle dos indígenas e da escravatura negra e
fomentar a economia agrária) e repassariam seus domínios a seus herdeiros.
Eles não eram propriamente os donos exclusivos, pois Portugal tinha
gerência sobre as áreas, cobrando impostos e até podendo destituir os
donatários, vale destacar, mas tinham a incumbência de imprimir a
colonização das imensas glebas dentro de uma política, tal qual mencionada
no início desta aula voltada a dividir-se os custos da colonização do Brasil.

Assim, em 1532, o Rei D. João III de Portugal divide em 15 glebas o


território que lhe incumbia. Veja a seguir o mapa original das Capitanias
Hereditárias.
1.2. A Capitania de Pernambuco

A Capitania de Pernambuco, também denominada como Nova Lusitânia,


tinha em sua fronteira Norte a Capitania de Itamaracá; com limite no litoral ao
Norte, o Rio Sta. Cruz na ilha de mesmo nome; e ao Sul, a foz do Rio São
Francisco, o qual dividia seu limite com a Capitania da Baia de Todos-os-Santos.
Para o interior (sentido Leste-Oeste), encostava seu limite em Tordesilhas,
num ponto impreciso, como falamos acima exatamente pela dificuldade de
se imprimir a exata da localização do Meridiano em voga.
É sabido que poucas capitanias prosperaram, à medida que vários
donatários ao menos vieram a empreender a colonização, e outros
sucumbiram às dificuldades inerentes ao processo (ataques indígenas,
principalmente). Portanto, no caso de Pernambuco, ocorre uma exceção, pois
logo em sua origem conseguiu-se fomentar um nível de desenvolvimento
singular.

1.3. Duarte Coelho, as Sociedades dos Engenhos e dos Currais e


Olinda

O primeiro donatário da Capitania de Pernambuco foi o militar português


Duarte Coelho Pereira. Homem de reputação ilibada que já em sua chegada à
gleba inicia a formação dos engenhos, e a consolidação do primeiro núcleo
de povoamento de Pernambuco: Olinda.

Em sua estada de 20 anos como donatário, Duarte Coelho conseguiu


promover Pernambuco como o epicentro econômico da colônia. Tal sentido do
desenvolvimento dera-se fundamentalmente, em fase inicial, sobretudo por
meio dos engenhos, alocados no litoral e na Zona da Mata. Utilizara-se das
terras de várzeas, onde a cheia periódica dos rios formava solos ricos em
matéria orgânica para as plantações. Formara-se assim a chamada
“sociedade dos engenhos”, altamente estratificada, rígida e dependente da
escravidão e do mercado externo.

Já em relação ao gado, vale destacar que sua alocação, em uma primeira


fase, dera-se em associação à canavicultura. Contudo, ao fim do século XVI e
principalmente no século XVII (anos 1600 e nosso primeiro século completo
de colonização), o rebanho passa a ser deslocado de forma forçada para as
partes interiores do território, pois o gado estragava as plantações e
competia também em espaço. Assim, opta-se pela alocação do rebanho mais
para o interior, chegando ao sertão, inclusive, deixando as terras mais
férteis de várzea do litoral, e Zona da Mata, para uso pela atividade
canavicultora. Esta entrada do gado formou o contingente de sertanejos;
homens brancos e livres, mas desprovidos de qualquer respaldo ou título da
coroa portuguesa. Eram sesmeiros, ou seja, posseiros de glebas da capitania
em seus interiores. O curso seguido por eles acompanhava, via de regra, o
curso do Rio São Francisco e seus afluentes. Nesta vertente interiorizada
consolida- se a denominada “sociedade dos currais”; inúmeros currais,
lugares de pousos e imóveis rurais a se criar e que se estabeleceram,
articulando o mercado interno de abastecimento de carne e couro aos principais
núcleos urbanos litorâneos (São Luís, Olinda, Recife e Salvador) e arraiais de
mineração posteriormente. O gradual povoamento do território, fomentado
pelo movimento do gado e fortalecido pelo desenvolvimento de caminhos
terrestres e fluviais em consonância à diversidade étnica (com índios,
africanos e portugueses), formulou uma paisagem sui generis, entrelaçada
por tais “encontros culturais”.

IMPORTANTE

Por fim, é de EXTREMA IMPORTÂNCIA, AO SER ASSUNTO MUITO COBRADO


EM PROVAS, compreendermos que a ocupação interior voltada à formação da
“sociedade dos currais”, e a da “sociedade dos engenhos” (mais litorânea), em
Pernambuco não foi nada fácil. A gama de dificuldades à ocupação em suas
vertentes, dera-se em função dos ataques indígenas e das doenças tropicais
e dos parasitas que acometeram os colonizadores.
O clima quente, diferente do regime temperado europeu, também torturou
os colonizadores. Por fim, a penetração interior teve no Planalto da
Borborema uma barreira dificílima a ser suplantada, com altitudes dos
maciços a mais de 1.000 metros, vencidas quase sempre a pé.

A seguir, segue um mapa com a vertente da ocupação sertaneja e os caminhos dos


currais, e sua consequente dispersão para praticamente todo o Nordeste interior, a
partir exatamente de Pernambuco (Olinda) para seu curso mais interior pelo Rio
São Francisco.
1.4. Olinda, Oh Linda!

A cidade de Olinda tem data de fundação que remete a sua constituição


como povoado em 1535, podendo ser considerada a primeira experiência
frutuosa em termos de vida urbana no Brasil. Dois anos depois (1537) é
elevada à condição de vila. Para fins de concurso, destaco que perguntas que
afirmem ser Olinda o primeiro núcleo de povoamento criado no Brasil são
FALSAS.

Como assim Vinícius?

Entenda: Olinda foi criada, em tese, um pouco depois de S. Vicente e


Cananéia, em São Paulo, mas teve um desenvolvimento muito mais
contundente que estas localidades e é este o ponto-chave sobre esta importante
cidade de Pernambuco. Basicamente os dois centros urbanos que se
desenvolveram inicialmente no Brasil Colônia foram o de Olinda/Recife, e
Salvador e suas cidades adjacentes, ok? Escolhida a
a dedo por Duarte Coelho como centro principal da capitania, a localidade de
Olinda representava uma fortaleza, exatamente por ser mais alta que as
áreas adjacentes, promovendo, logicamente, uma maior amplitude de visão
contra os inimigos que chegassem pelo mar. Seu desenvolvimento ímpar
alçou Olinda à posição de ser até denominada como a “Lisboa brasileira” da
colônia. E de Olinda irradiavam os fluxos de desenvolvimento e a ocupação
de toda a capitania de Pernambuco.

2. A Capitania e seu Desenvolvimento do Séc. XVIII (1700) e


XIX (1800)

À medida se ocupam áreas no interior do território brasileiro, isto ao longo


dos séculos iniciais de nossa colonização, e se “empurrou” Tordesilhas,
muito em função do ciclo da mineração (ao longo dos anos 1700),
produzindo ocupações interiores em lugares como Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso, o mapa político do Brasil começa
a se reformatar. Em meados do Sec. XVIII, começam a nascer as Províncias.
As capitanias perdem espaço e relevância, mas Pernambuco mantém-se.

Contudo, na entrada do Séc. XIX (anos 1800), a província de Alagoas é


formada (1808), sendo a primeira perda territorial significativa. Outras
novas províncias oriundas de um sistema de Capitanias ditas subalternas,
como Piauí, Ceará e Maranhão, também se consolidam no mapa político do
Brasil. Ainda em 1824, Pernambuco perde parte de sua porção oriental (no
Rio São Francisco), como PUNIÇÃO EM FUNÇÃO DA REVOLUÇÃO
PERNAMBUCANA DE 1817 e a CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR DE 1824,
exatamente para Bahia e Minas Gerais. Assim, na origem do Brasil como
país independente (1822), Pernambuco adquiri seu formato hoje tradicional,
mas retalhado em se comparado a seu tamanho original dos primórdios da
colonização.

Em suma, não se esqueça de alguns pontos, finalizando este tópico


relacionado à formação territorial pernambucana, ok?

Vamos a eles:

• A questão das capitanias, e o desenvolvimento empreendido nos


primórdios da colonização por Duarte Coelho.

• Os sentidos do desenvolvimento: ou seja, a Sociedade do Engenho e dos


Currais.

• A dificuldade de penetração e da formação de bases produtivas para o


colonizador, mesmo no litoral, ocorridas em função de ataques indígenas e
moléstias tropicais.

• A irradiação da ocupação a partir de Olinda, a importância desta localidade


e seu desenvolvimento superior a toda a parca rede urbana colonial.

• As divisões territoriais ocorridas pelo desenvolvimento do Brasil Colonial e


as províncias interiores, culminando em perdas territoriais, as quais na
entrada do período do Brasil independente formataram o atual território,
diminuído a quase 100.000 km2.

3. A Geografia de Pernambuco

3.1. Território e População

O Estado de Pernambuco possui uma extensão territorial de 98.311 Km2.


Dentre as 27 Unidades da Federação do Brasil, é apenas a 19a maior. Sua área
corresponde à da Coreia do Sul e, dentro do contexto brasileiro, rivaliza em
área com Santa Catarina. Não é de fato um grande estado territorialmente,
mesmo tendo sido uma capitania original, possuindo hoje algo em torno de
1,2% do território nacional.

Sua extensão longitudinal é muito maior que a latitudinal. É interessante


reparar que sua formatação ainda reproduz uma típica Capitania dos
primórdios coloniais.
Com 185 municípios e 9.500.000 habitantes em 2018, Pernambuco possui
o 7º maior contingente populacional dentre as 27 Unidades da Federação,
com 4,6% da população nacional. Na região Nordeste, perde apenas para a
Bahia em termos de população total. Suas médias de crescimento
populacional anual dos últimos anos transitam em torno de 0,8%, sendo
similares, portanto, ao crescimento populacional anual do Brasil, que se
encontra em 0,7% em 2017.

INTERESSANTE

Recentemente, o IBGE apurou que, entre os anos de 2016–2017, 28


municípios, ou seja, algo em torno de 15% das localidades do estado,
perderam população. A falta de dinamismo econômico que resulta em
migração de população local está na origem deste fenômeno de depressão
populacional.

As dez maiores cidades do estado são, de acordo com dados de 2017 do


IBGE:

1 Recife 1.633.697
2 Jaboatão dos Guararapes 695.956
3 Olinda 390.771
4 Caruaru 356.128
5 Petrolina 343.219
6 Paulista 328.353
7 Cabo de Santo Agostinho 204.653
8 Camaragibe 156.361
9 Garanhuns 138.642
10 Vitória de Santo Antão 137.578

Recife hoje é a 9a maior cidade do Brasil, atrás de Curitiba e Manaus.


Pela classificação do IBGE é considerada uma metrópole.

IMPORTANTE

Um ponto fundamental acerca da hierarquia urbana de Pernambuco diz


respeito ao fato de que no estado existe apenas UMA REGIÃO
METROPOLITANA dentre as mais de 60 consolidadas no Brasil: a DE RECIFE,
com mais de 4 mi. de habitantes e que se confunde com a MESORREGIÃO
DO RECIFE, a qual veremos mais baixo de forma esmiuçada.

Esta região possui 15 municípios, sendo o de GOAINA o último a entrar, em


2018, e sua população total, dentre as RMs do Brasil, se tornando a SEXTA
MAIOR do Brasil em população.
Há em Pernambuco também uma RIDE (Região Integrada de Desenvolvimento
Econômico): a de Petrolina-Juazeiro. A saber, no Brasil ocorrem apenas mais
duas RIDEs: a do Distrito Federal e a de Teresina. As RIDEs são, na
verdade, um subterfúgio para áreas que não podem constituir Regiões
Metropolitanas, pois nas Regiões Metropolitanas pode haver apenas cidades
do mesmo estado (por ser uma Lei Estadual a instituidora destas). Assim,
em áreas onde o planejamento urbano contempla cidades de estados
diferentes, criam por Lei Federal as RIDEs. Então, revisando, tem-se a
REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE, uma das maiores do Brasil, e a RIDE
PETROLINA-JUAZEIRO (funcionando como uma Região Metropolitana).

Em termos de densidade demográfica, ou população relativa, o estado de


Pernambuco tem uma média de 90 hab. por km2. Em comparação às 27
Unidades da Federação, Pernambuco é a sexta mais densamente POVOADA.
Contudo, vale destacar que o povoamento ao longo do território
pernambucano não é regular e homogêneo, havendo assim áreas
nitidamente com maiores concentrações (adensadas) frente a outras menos
adensadas. Tal padrão segue uma linha Litoral--Interior muito bem marcada,
onde nas áreas ao Leste do Estado, para o litoral, o povoamento se dá mais
intenso. Conforme se adentra pelo interior, tal densidade diminui. No mapa a
seguir, as áreas mais escuras e azuis são as partes mais densamente
povoadas de Pernambuco, e as mais claras as menos povoadas.

3.2. As Mesorregiões de Pernambuco

O Estado de Pernambuco é dividido em 5 regiões principais, ou


MESORREGIÕES.

Estas macro áreas possuem similaridades naturais em sua formatação


original, as quais, por consequência, acabaram também por desenvolver
modelos socioeconômicos relativamente equânimes. Então vamos a elas, e
suas principais características. Peço que você tenha atenção fundamental
aos aspectos físicos, que também serão destacados acerca de cada uma
destas mesorregiões blz? principalmente relevo e hidrografia, ok? Pois sobre
o clima haverá mais à frente uma parte específica onde esmiuçaremos
melhor os aspectos gerais climáticos de Pernambuco.

Partindo do litoral para o interior, vamos começar nossa análise sobre as


principais características de cada uma destas MESORREGIÕES pela
Metropolitana do Recife.

3.2.1. Mesorregião Metropolitana do Recife

Concentrando algo em torno de 40% da população do estado, a RMR, engloba


basicamente os municípios da Região Metropolitana de Recife (uma das
primeiras Regiões Metropolitanas a ser criada no Brasil) mais a Vila dos
Remédios, em Fernando de Noronha (que não faz parte da Região
Metropolitana de Recife) totalizando 15 municípios divididos em 4
microrregiões: Fernando de Noronha, Itamaracá, Recife e Suape.

Os maiores municípios, segundo dados populacionais de 2017, são Recife,


com 1,6 milhões de habitantes; e Jaboatão dos Guararapes, localidade esta
que, com quase 700 mil habitantes, se destaca no contexto populacional do
Nordeste por ser atualmente a cidade mais populosa que não É capital de
estado de toda a Região.

O tamanho da MESORREGIÃO DE RECIFE é o menor dentre as 5 do estado.


Portanto, esta possui a maior densidade demográfica dentre todas. Assim, é
a MESORREGIÃO mais POVOADA (densidade populacional), sendo este um
termo muito comum explorado pelas bancas examinadoras, anote bem!

Nesta mesorregião, deságuam rios importantes dos estados (no oceano),


como o Capiberibe e o Beberibe, os quais se encontram em Recife. Por
sua grande quantidade de ilhas e canais, formados também por vários
menores, Recife tornara-se conhecida como a “Veneza brasileira”.

Na MESORREGIÃO DE RECIFE, as escalas de produção industrial são


incomparavelmente maiores que nas outras, havendo uma diversidade de tipos
de indústrias, tais quais alimentares, têxteis, químicas, material elétrico,
cimento, metalúrgicas, comunicação, borracha sintética, concentrada
principalmente nos distritos industriais do Recife, Cabo, Jaboatão e Paulista.
Nesta ocorre também o Complexo Industrial e Portuário de Suape, instalado
nos municípios de Cabo e Ipojuca, a 40 km do Recife, com indústrias
petroquímicas, de fertilizantes, de material eletroeletrônico, entre outros.

Outro ponto de crescimento no valor produtivo nesta região se deve ao fato


de que em tempos recentes vem ocorrendo o emprego ostensivo de
modernas técnicas de cultivo da cana-de-açúcar, resultando num aumento
da produção açucareira, sendo parte absorvida pelo mercado nacional e o
restante exportado a Europa, Estados Unidos e países Asiáticos. O PIB da
mesorregião corresponde a 65% do estadual.

Ainda nesta MESORREGIÃO, tem-se o Porto Digital: um dos principais


parques tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil e um dos
representantes da nova economia do Estado de Pernambuco. Localizado no
Recife, sua atuação se dá nos eixos de software e serviços de Tecnologia da
Informação e Comunicação (TIC) e Economia Criativa (EC), com ênfase nos
segmentos de games, cine-vídeo-animação, música, fotografia e design.
Desde 2015, o Porto Digital também passou a atuar no setor de tecnologias
urbanas como área estratégica. Atualmente, o Porto Digital abriga 300
empresas, organizações de fomento e órgãos de Governo e cerca de 9.000
trabalhadores. Desde o final de 2014, o parque também opera nas cidades
de Caruaru, localizada no Agreste do estado. O Porto Digital foi considerado
pela Associação Nacional de Promotoras de Empreendimentos Inovadores
(Anprotec), em 2007, 2011 e 2015, o melhor parque tecnológico do Brasil.

3.2.2. Mesorregião da Mata Pernambucana

Esta MESORREGIÃO é formada por 43 municípios (é a mais numerosa neste


quesito) distribuídos por três microrregiões: Vitória de Santo Antão, Zona da
Mata Norte e Zona da Mata Sul.

A Zona da Mata Pernambucana estende-se limitando-se ao norte com a


Paraíba, ao sul com Alagoas, ao leste com a Reg. Metropolitana do Recife e
ao oeste com o Agreste.

A mesorregião é cortada pelos rios mais importantes do estado, como o Rio


Capibaribe, o Rio Ipojuca e o Rio Ipanema. Além de rios de menor extensão
como o Rio Siriji.

A vegetação é composta por Mata Atlântica, e o clima tropical ostenta índices


pluviométricos elevados, podendo a quantidade de precipitação anual
ultrapassar os 2.500 mm. Ao vermos mais a frente certas nuances sobre o
clima de Pernambuco, ficará claro como a Zona da Mata representa uma
barreira de retenção (determinada barlavento) aos ventos úmidos oriundos da
Massa TROPICAL Atlântica. Com uma economia alicerçada historicamente na
atividade sucroalcooleira, a Zona da Mata pernambucana vem, contudo,
recebendo ao longo das últimas décadas implementos industriais, com
destaque para a indústria alimentícia e de autopeças.

3.2.3. Mesorregião do Agreste Pernambucano


Situada sobre o Planalto da Borborema, esta região representa a transição
entre a Zona da Mata e o Sertão. Nela se encontram os pontos mais elevados
de Pernambuco, com altitudes acima de 1.100 metros. Entre os meses de
Maio a Agosto, mas principalmente em Julho, registram-se temperaturas
mínimas de até 11 graus, sendo assim a parte mais fria do estado. No Agreste,
tem-se as transições de biomas entre a Mata Atlântica e a Caatinga, e também
dos climas Tropical Litorâneo para o Semiárido.

Com 20 municípios, área e população equivalentes a 25% do estado, é


subdivida em seis microrregiões: Vale do Ipanema, Vale do Ipojuca, Alto
Capibaribe, Garanhuns, Brejo Pernambucano e Médio Capibaribe.

As duas maiores cidades são Caruaru (330.000 hab.) e Garanhuns (140.000


hab.). Esta última, inclusive, recebe a alcunha de “Suíça brasileira”, pois
está situada a praticamente 900 m de altitude, tem suas médias de
temperatura, principalmente no inverno, dentre as mais baixas de todo o
Nordeste e Norte do país. Vale destacar que Garanhuns vem se consolidando
como motriz econômica do agreste pernambucano, com instituições de
ensino superior de elevada reputação, comércio pujante além de uma
atividade turística de visibilidade nacional.

3.2.4. Mesorregião do São Francisco Pernambucano

Situada ao Sul do estado, na fronteira com a Bahia e debruçada no curso


médio para o baixo do Rio São Francisco, esta área possui como Clima o
Semiárido; e Bioma, a Caatinga.

Abrangendo apenas duas microrregiões do estado: Itaparica e Petrolina,


conta com 15 cidades, sendo ao lado de RECIFE a MESORREGIÃO com menos
municípios. A principal cidade, disparada, no contexto urbano desta
MESORREGIÃO, é Petrolina, com uma população estimada em 2017 de
343.000 hab. Para se ter uma dimensão da dianteira empreendida por
Petrolina sobre as outras localidades na Região, a segunda cidade mais
populosa, Santa Maria da Boa Vista, tem apenas 42.000 hab.

Petrolina, ou melhor, o Polo Fruticultor Petrolina-Juazeiro, se consolidou a


partir dos anos 1970 como um polo dinâmico de produção de frutas, com
destaques para as uvas, melões e mangas. Na região é interessante
notar-se que, mesmo com médias pluviométricas típicas do Clima Semiárido
girando em torno de 600 mm, as iniciativas de irrigação do solo local se
mostraram frutuosas. Em resumo, um solo seco, mas que fica fértil com
pouca água, associado a estruturas dirigidas governamentais e
empreendedorismo privado agressivo, fizeram desta área a maior experiência
no Brasil de produção de frutas de altíssima qualidade para exportação, com
saída diária pelo próprio Aeroporto Internacional de Petrolina, um dos mais
bem equipados do Brasil para exportação. O Polo Fruticultor de Petrolina e sua
irmã vizinha Juazeiro é um sucesso inequívoco, auxiliando quase que imune a
crises a impulsionar a economia de Pernambuco.

Por fim, vale destacar que, nesta Região, devido localmente às


condicionantes climáticas do semiárido, a rede hidrográfica é parca,
constituída por rios intermitentes, ou seja, que em alguma parte do ano
secam, com exceção, claro, do Rio São Francisco.

3.2.5. Mesorregião do Sertão de Pernambuco

Esta Região possui dados extremos. Vamos a alguns deles: é a menos


desenvolvida economicamente do estado e a que contém os menores
núcleos urbanos. Incrusta na Catinga (bioma) e no Semiárido (clima), é nela
que ocorre uma das menores incidências de chuvas no Brasil. Nesta área
também registram-se os menores
IDH de Pernambuco. Já em termos de área, frente às outras 4 mesorregiões,
é a maior, com quase 1/3 da área do estado. São 42 cidades,
compreendendo 4 microrregiões: Araripina, Pajeú, Salgueiro e Moxotó.
Disparada à frente das outras encontra-se Salgueiro como a maior cidade
com 60.504 hab.

4. Climas e Relevo de Pernambuco

4.1. Climas

Em Pernambuco, correm dois tipos de CLIMAS, segundo a classificação do


geógrafo Arthur Strahler, a mais utilizada ainda para o Brasil.

4.1.1. Tropical litorâneo e semiárido

A seguir veja o mapa macroclimático do Brasil:

ATENÇÃO
Em verde, tem-se o Clima Tropical Litorâneo; e em amarelo, o Semiárido.
Estes são os dois climas oficiais presentes em Pernambuco.

Vejamos suas características:

4.1.2. Clima tropical litorâneo

Ocorre na região litorânea e adentra pelo Agreste, sentido Litoral-Interior


(veremos tais classificações geográficas mais à frente) de Pernambuco.

Assim, em Recife-Olinda, em todo o litoral do estado, e em sua parte


serrana, tem-se um clima de característica QUENTE e CHUVOSA, mas com
ESTAÇÃO SECA (estiagem) no VERÃO.

A abundância de chuvas ocorre nos meses entre ABRIL a AGOSTO (inverno),


quando a MASSA TROPICAL ATLÂNTICA (quente e úmida) encontra flancos da
MASSA POLAR ATLÂNTICA (fria e úmida) deslocada do sul do continente. Por
serem massas de temperaturas diferentes, ao se encontrarem, forma-se
tempo fechado e chuvas nesta época.

4.1.3. Semiárido

Em sua parte interior, o Estado de Pernambuco experimenta os efeitos do


CLIMA SEMIÁRIDO, em que a estação seca se torna prolongada, chegando a
ficar até 9 meses sem precipitações. No Clima Semiárido, comparando,
enquanto em Recife chove em média 1.800–2.000 mm ao ano, as taxas
pluviométricas caem para abaixo de 800 mm anuais, chegando no interior
do sertão a níveis perto de 300 mm. É o clima mais seco do Brasil.

Esta ausência singular de chuvas no CLIMA SEMIÁRIDO é resultada por uma


barreira de relevo que segura os ventos úmidos e a entrada chuva para o
interior do estado. A barreira orográfica (de relevo) que impede a entrada da
MASSA TROPICAL ATLÂNTICA e o Planalto da Borborema.

Nas partes interiores de Pernambuco, a quantidade de precipitação declina.


O sertão se forma em todas suas tipologias, portanto. As chuvas no CLIMA
SEMIÁRIDO tendem, em condições normais, a dar o ar da graça entre os
meses de MARÇO a JULHO. Contudo, em alguns anos, não se consegue
receber os ventos úmidos como normalmente esperado. Em sendo assim,
nesta época tão aguardada pelos sertanejos, como nos anos em que o
EFEITO EL NIÑO ganha força, as chuvas nestes poucos meses de “inverno”
rareiam.
Ocorre para a formação do SEMIÁRIDO o efeito Barlavento/ Sota-vento. Nas
áreas litorâneas e serranas voltadas para o litoral (barlavento), o vento
úmido adentra e gera eventos pluviométricos. Já nas feições interiores do
estado, não ocorre a atuação dos ventos úmidos, pois estes são retidos pela
barreira de relevo representada pelo Planalto da Borborema, predominando,
portanto, tempos secos
e quentes, tal qual exposto acima.

No Sertão pernambucano, têm-se as menores médias pluviométricas do


Brasil, em associação ao sertão paraibano e baiano.

4.2. Relevo
O relevo de Pernambuco é dividido basicamente em 3 unidades:

4.2.1. A planície litorânea

São as áreas mais ao Leste do território do estado, onde predominam as


localidades litorâneas, e suas áreas adjacentes no imediato interior na Zona
da Mata. As altitudes variam do nível do mar até perto de 300 m. Terminam
tais domínios no Planalto da Borborema.

4.2.2. Planalto da Borborema

São as áreas serranas e altas do estado, onde ocorrem os pontos mais altos
do território do estado. São também as áreas de tempo mais ameno, onde,
como já mencionado em minhas explicações sobre a MESORREGIÃO DO
AGRESTE, ocorrem temperaturas em geral abaixo de 15 graus, chegando à
casa dos 11 graus em dias
extremos mais frios. O Planalto da Borborema representa um fator de
retenção dos ventos sumidos da Massa TROPICAL Atlântica, promovendo o
tempo seco no interior do Estado.

A terceira unidade, a mais interior, é a depressão sertaneja. Baixas


altitudes, escondidas atrás de um Planalto, não recebem ventos úmidos. É
na depressão sertaneja que se forma o sertão pernambucano e tem-se a
ocorrência do clima semiárido e do bioma tipo Caatinga.

IMPORTANTE

A seguir eu coloquei algumas características da Caatinga, o Bioma presente


na Depressão Sertaneja de Pernambuco.
• A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro. Atinge uma área de 850
mil km², o que compreende cerca de 10% do território brasileiro. O corre no
interior da região Nordeste do Brasil e no norte do Estado de Minas Gerais.

• A vegetação é formada quase que exclusivamente por plantas xerófilas;


adaptadas às condições de aridez (encontrado clima no semiárido
nordestino).

• Ao contrário do que comumente se pensa, a Caatinga possui uma boa


biodiversidade, sendo registradas cerca de mil espécies vegetais na
caatinga.

• Em grande parte da caatinga, as árvores são de pequeno porte e


encontram--se espaçadas.

• Grande parte dos vegetais possuem raízes profundas (para encontrar água
em profundidades mais altas) e espinhos.

Bom esse é o final dessa primeira parte.


vou fazer a segunda parte para completar o conteudo da policia
militar de pernambuco

Ass. Vinícius Rênio

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