Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 9
UNIDADE I
ESTATÍSTICA.......................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
ESTATÍSTICA DESCRITIVA........................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
ESTATÍSTICA INFERENCIAL......................................................................................................... 19
UNIDADE II
RISCOS E SISTEMAS.............................................................................................................................. 36
CAPÍTULO 1
ASPECTOS BÁSICOS................................................................................................................ 36
CAPÍTULO 2
MAS, O QUE É RISCO?............................................................................................................ 41
CAPÍTULO 3
MEDIR RISCO.......................................................................................................................... 45
UNIDADE III
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE.................................................................................................... 52
CAPÍTULO 1
ARRANJOS DE FALHAS E CURVA DA BANHEIRA........................................................................ 52
CAPÍTULO 2
DISPONIBILIDADE - MTBF, MTTR E MTTF ..................................................................................... 61
CAPÍTULO 3
ÁLGEBRA BOOLEANA.............................................................................................................. 67
CAPÍTULO 4
EVOLUÇÃO DAS AÇÕES PREVENCIONISTAS............................................................................. 69
CAPÍTULO 5
A CONDIÇÃO INSEGURA DO ATO INSEGURO: O MITO............................................................. 74
CAPÍTULO 6
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DE SISTEMAS............................................................................ 82
CAPÍTULO 7
ASPECTOS CONCEITUAIS DA ANÁLISE DE ACIDENTES............................................................... 85
CAPÍTULO 8
ASPECTOS FINANCEIROS E ECONÔMICOS DA GERÊNCIA DE RISCOS...................................... 89
UNIDADE IV
ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA.............................................................................................. 91
CAPÍTULO 1
O SER HUMANO TEM AVERSÃO AO RISCO?............................................................................. 92
CAPÍTULO 2
DIALÉTICA DO RISCO.............................................................................................................. 96
UNIDADE V
GERENCIAMENTO DE RISCO.............................................................................................................. 106
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO DE RISCO.......................................................................................................... 106
CAPÍTULO 2
ENTENDENDO UM POUCO MAIS............................................................................................ 114
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO E COMUNICAÇÃO DE RISCOS........................................................................... 116
CAPÍTULO 4
PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DE PERIGO................................................................................ 122
UNIDADE VI
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO................... 132
CAPÍTULO 1
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO (APR)................................................................................... 132
CAPÍTULO 2
FAILURE MODES AND EFFECT ANALYSIS (FMEA)...................................................................... 136
CAPÍTULO 3
ANÁLISE DE ÁRVORE DE FALHA (AAF) OU FAULT TREE ANALYSIS – (FTA).................................... 151
CAPÍTULO 4
ANÁLISE DE ÁRVORE DE EVENTOS (AAE) EVENT TREE ANALYSIS (ETA)........................................ 165
CAPÍTULO 5
ESTUDO DA OPERABILIDADE E PERIGO (HAZARD AND OPERABILITY STUDIES – HAZOP)............. 170
CAPÍTULO 6
LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DE RISCOS E RESUMO..................................................................... 181
UNIDADE VII
FINANCIAMENTO DE RISCOS.............................................................................................................. 184
CAPÍTULO 1
NOÇÕES BÁSICAS E PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DE SEGUROS....................................... 184
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 194
Apresentação
Caro aluno,
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno de
Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
7
Saiba mais
Sintetizando
8
Introdução
Bem-vindo à disciplina Gerência de Risco – GR. Este é o nosso Caderno de Estudos
e Pesquisa, material básico para os conhecimentos exigidos na área da saúde do
trabalhador e meio ambiente do trabalho. Você já fez uma análise de risco? Ela
está presente em muitas cenas cotidianas, como as listadas a seguir.
» Ao atravessar a rua.
9
Considerando que este curso é uma especialização em nível superior,
registre-se de pronto que este material de estatística apenas introduz o suporte
teórico às análises e decisões que devem ser tomadas no âmbito da gerência do
risco. Por isso, o cursista deve procurar revisar livros de estatística básica para
complementar o conteúdo aqui iniciado.
Objetivos
» Apresentar e discutir aspectos teóricos e práticos sobre o
gerenciamento de riscos, utilizando ferramentas para análise de
riscos e tomada de decisão voltadas à engenharia de segurança do
trabalho.
10
ESTATÍSTICA UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Estatística Descritiva
Tabelas
Gráficos
11
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Variável quantitativa toma valores numéricos com os quais tem sentido efetuar
operações aritméticas, como somar ou tomar médias.
12
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
Moda
Quando a variável é qualitativa, a única medida que se pode utilizar é a moda. Esta
medida é a categoria da variável mais frequente numa distribuição, ou seja, é o
valor da variável mais comum.
Tabela 1. Distribuição de motoristas de ônibus segundo local de refeição, São Paulo. 1991.
Local No
No bar 169
No ônibus 125
Em casa 78
Não comeu 64
Outro 28
Total 464
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
No exemplo acima, a moda do local de refeição é “No bar”, pois esta é a categoria da
variável que apresentou a maior frequência (f = 169), indicando que o mais comum
é os motoristas realizarem as suas refeições no bar.
Média
ESPÉCIE DE BENEFÍCIO
Ano Vínculos Auxílio Doença Aposentadoria Invalidez Total
Concessão Previdenciário Acidentário Auxílio- Previdenciário Acidentário Aposentadoria
- B31 - B91 Doença - B32 - B92
Invalidez
2000 20.127.919 766.888 142.588 909.476 148.414 8.801 157.215 1.976.167
2001 22.370.733 793.825 130.960 924.785 125.020 7.173 132.193 1.981.763
2002 23.023.983 1.288.270 180.335 1.468.605 174.554 9.687 184.241 3.121.451
2003 24.095.161 1.371.221 145.769 1.516.990 174.687 8.504 183.191 3.217.171
2004 27.382.468 1.725.781 165.219 1.891.000 214.530 9.069 223.599 4.005.599
2005 28.651.996 1.860.695 156.168 2.016.863 265.543 9.658 275.201 4.308.927
2006 29.962.595 2.188.671 140.998 2.329.669 171.853 5.854 177.707 4.837.045
2007 32.483.290 1.825.508 274.946 2.100.454 135.211 4.495 139.706 4.340.614
2008 35.597.544 1.806.727 356.336 2.163.063 195.451 7.839 203.290 4.529.416
2009 36.862.893 1.713.115 329.914 2.043.029 179.021 8.940 187.961 4.274.019
2010 39.856.448 1.900.728 327.894 2.228.622 183.678 10.261 193.939 4.651.183
2011 42.848.536 2.022.613 319.445 2.342.058 183.301 11.108 194.409 4.878.525
2012 45.507.491 2.158.346 305.208 2.463.554 187.263 11.948 199.211 5.126.319
2013 47.203.526 2.273.074 304.217 2.577.291 197.744 12.181 209.925 5.364.507
13
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
ESPÉCIE DE BENEFÍCIO
Ano Vínculos Auxílio Doença Aposentadoria Invalidez Total
Concessão Previdenciário Acidentário Auxílio- Previdenciário Acidentário Aposentadoria
- B31 - B91 Doença - B32 - B92
Invalidez
2014 48.273.733 2.328.151 279.868 2.608.019 189.651 10.877 200.528 5.416.566
2015 47.222.802 1.828.337 196.761 2.025.098 161.849 8.782 170.631 4.220.827
2016 44.999.256 2.190.808 223.668 2.414.476 169.575 9.220 178.795 5.007.747
2017 43.729.511 1.988.169 191.118 2.179.287 202.481 9.319 211.800 4.570.374
Total 640.199.885 32.030.927 4.171.412 36.202.339 3.259.826 163.716 3.423.542 75.828.220
Média 35.566.660 1.779.496 231.745 181.101 9.095 4.212.679
Proporção 88% 12% 95% 5%
8 vezes 20 vezes
Fonte: AEAT, 2017.
Esta medida sempre existe e, quando calculada, admite um único valor, porém, sofre
grande influência de valores discrepantes, será atraída por este valor se houver uma
baixa frequência dos dados.
Mediana
b. se n for ímpar:
14
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
Li = 2;
Σf= 8;
H = 4 – 2 =2;
Fmd= 15.
Medidas de dispersão
Quartis
15
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
75° Percentil = Q3
25° Percentil = Q1
Valor Mínimo
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
Variação amostral
16
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
17
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Escore padronizado
Outra medida relativa de dispersão é o para uma medida xi. É dado por:
Para detectar observações que fogem das dimensões esperadas (outliers), pode-se
calcular o escore padronizado (Zi) considerar outliers as observações cujos escores,
em valor absoluto (em módulo), sejam maiores do que 3.
18
CAPÍTULO 2
Estatística inferencial
19
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Distribuição normal
As distribuições normais são descritas por uma família especial de curvas de
densidade simétricas, em forma de sino, chamadas curvas normais. A média μ e
o desvio padrão σ especificam completamente uma distribuição normal N(μ,σ).
A média é o centro da curva, e o σ é a distância de μ aos pontos de mudança da
curvatura da curva de cada lado da média.
Fonte: https://image.slidesharecdn.com/04-aula-distribuionormal-140320034402-phpapp01/95/distribuio-normal-20-638.
jpg?cb=1422571139. Acesso em: 7/12/2019.
20
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
Existem dois métodos básicos pelos quais as amostras são selecionadas: com
reposição ou sem reposição. Na amostragem sem reposição a chance de qualquer
indivíduo não previamente selecionado ser escolhido no segundo sorteio é de
1/N -1.
21
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Figura 5. Vinte e cinco amostras da mesma população originam esses intervalos de 95% de confiança.
A longo prazo, 95% de todas as amostras dão um intervalo que contém a média
populacional. Um intervalo de confiança de nível - C - para a média populacional
μ de uma população normal com desvio padrão σ conhecido, baseado em AAS de
tamanho n, é dado por:
σ
X ±z
n
Em que:
- Desvio padrão de x.
22
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
Figura 6. Probabilidade central C sob uma curva normal padronizada encontrada entre -z* e z.
Curva normal padronizada
Probabilidade = C
23
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Valor Crítico
Grau de Confiança α
Z α/2
90% 0,1 1,645
95% 0,05 1,960
99% 0,01 2,575
Fonte: Pagano, 2004.
24
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
E se σ não for conhecido? A equação exige que se substitua por algum valor
o desvio-padrão populacional σ, mas se este for desconhecido, deve-se utilizar
um valor preliminar obtido por processos como os que se seguem: i) Utilizar a
aproximação σ ≈ amplitude/4; ii) Realizar um estudo piloto, iniciando o processo
de amostragem. Com base na primeira coleção de pelo menos 31 valores amostrais
selecionados aleatoriamente, calcular o desvio-padrão amostral S e utilizá-lo em
lugar de σ. Este valor pode ser refinado com a obtenção de mais dados amostrais.
25
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Deve-se, portanto, obter uma amostra de 271 pessoas para determinar a proporção
da população trabalhadora atendida na Unidade de Saúde, que se origina do
município de Recife-PE.
26
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
Para auxiliar uma decisão com base na inferência, utiliza-se um nível de significância
- α. Por exemplo, se escolhermos α = 0,05, estamos impondo que os dados apresentem
contra Ho uma evidência tão forte que o fato não ocorreria mais de 5% das vezes (5 em
cada 100) quando Ho fosse verdadeiro. Se escolhermos α = 0,01, estamos impondo
uma evidência ainda mais forte contra Ho, uma evidência tão forte que o fato só
ocorreria 1% das vezes (1 em cada 100) no caso de Ho ser verdadeira.
27
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
padronizada). Nos testes com α fixo, utiliza-se tabela de valores críticos normais
padronizados (linha inferior da tabela de valores críticos de distribuição t).
Ou seja:
Onde:
28
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
Empregado Produtividade
Antes Depois Diferença
João 22 25 3
Maria 21 28 7
José 28 26 -2
Pedro 30 36 6
Rita 33 32 -1
Joana 33 39 6
Flávio 26 28 2
Paulo 24 33 9
Catarina 31 30 -1
Felipe 22 27 5
Média 27 30,4 -
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
x = 28,981.
Como a média está superior aos x = 28,981, então a hipótese H0 é falsa. Desta forma,
o aumento da produção é resultado do programa de treinamento estabelecido pela
empresa. Uma alternativa para os testes de significância considera H0 e Ha como duas
afirmativas de igual status, entre as quais devemos decidir. Este ponto de vista de
análise de decisão focaliza a inferência estatística, de modo geral, como fonte de
regras para a tomada de decisões em presença da incerteza.
No caso de teste, H 0 contra Ha, a análise de decisão escolhe uma regra de decisão
com base nas probabilidades de dois tipos de erro. Ocorre um erro tipo I se
rejeitarmos H 0 quando ela é, na verdade, verdadeira. Ocorre um erro tipo II se
aceitarmos H 0 quando H a é verdadeira.
29
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Teste de média
Uma importante aplicação é o teste de média. Os testes e os intervalos de confiança
para a média de uma população normal baseiam-se na média amostral de uma
AAS. Como consequência do teorema central do limite, os processos resultantes são
aproximadamente corretos para outras distribuições populacionais quando a amostra
é grande. A média amostral padronizada é a estatística z de uma amostra,
30
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
Aplique esses processos de uma amostra para analisar pares de dados tomando,
primeiro, a diferença dentro de cada par para gerar uma única amostra. Os
processos t são relativamente robustos quando a população é não-normal,
especialmente para maiores tamanhos de amostra. Os processos t são úteis para
dados não-normais quando n ≥ 15, a menos que os dados apresentam outliers ou
assimetria acentuada.
Ou seja:
Empregado Produtividade
Antes Depois Diferença
João 22 25 3
Maria 21 28 7
José 28 26 -2
Pedro 30 36 6
Rita 33 32 -1
Joana 33 39 6
Flávio 26 28 2
Paulo 24 33 9
Catarina 31 30 -1
Felipe 22 27 5
Média 27 30,4 -
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
31
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Como a média está superior aos x = 29,208, então a hipótese H 0 é falsa. Dessa
forma, o aumento da produção é resultado do programa de treinamento
estabelecido pela empresa.
32
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
Tem nível de confiança ao menos C, se t* é o valor crítico (1-C)/2 superior para t(k),
sendo k o menor dos valores n1 – 1 ou n2 – 1. Os testes de significância para H0: μ1 = μ2
baseados em
Não Sim
Desipramina 14 10
Lítio 6 18
Placebo 4 20
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
H0: p1 = p2 = p3.
A hipótese alternativa é que existe alguma diferença, ou seja, as três proporções não
são todas iguais: Ha: p1, p2 e p3 não são todas iguais.
33
UNIDADE I │ ESTATÍSTICA
Observados Esperados
Não Sim Não Sim
Desipramina 14 10 8 16
Lítio 6 18 8 16
Placebo 4 20 8 16
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
Como 2/3 de todos os indivíduos sofreram recaídas, esperamos que 2/3 dos 24
indivíduos de cada grupo experimentem recaída se não há diferença entre os
tratamentos. O teste estatístico que nos diz se essas diferenças são estatisticamente
significantes não utiliza proporções amostrais, mesmos compara os valores
observados e os valores esperados.
Qui-quadrado
34
ESTATÍSTICA │ UNIDADE I
http://www.somatematica.com.br/estat/basica/indice.php.
BUSSAB, Wilton O.; MORETTIN, Pedro A. Estatística Básica. 3. ed. São Paulo:
Atual, 1986.
NETO, Pedro Luiz de Oliveira Costa. Estatística. São Paulo: Edgard Blϋcher, 1977.
35
RISCOS E SISTEMAS UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Aspectos básicos
Sindicatos
Seguradores Mídia
Ag. Financiamento
Acionistas
ONGs
Organismos
Certificadores
Clientes
Comunidade Consumidores
Fornecedores
36
RISCOS E SISTEMAS │ UNIDADE II
Sobrevivência
Competitividade
Produtividade
Qualidade Total
Segurança
Qualidade
Gestão do
Negócio
» Tecnológicos:
37
UNIDADE II │ RISCOS E SISTEMAS
› organização da sociedade;
Danos ou Prejuízos:
Menor, importante, sério
Ao Patrimônio ou catastrófico
Impactos:
A flora, a fauna, a
água, ao solo e ao ar.
Ao Meio Ambiente
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
38
RISCOS E SISTEMAS │ UNIDADE II
Primeiras definições
Risco. Pode-se definir risco, em termos gerais, como a possibilidade de ocorrência
de um evento incerto, fortuito e de consequências negativas ou danosas,
notadamente para fins de seguro. O risco é uma possibilidade, significa que o
seu acontecimento tem que ser possível quanto a sua realização. O risco tem que
ser incerto, ou seja, o acontecimento tem que ser incerto; não pode haver a
certeza de que mesmos ocorrerá. O risco deve ser fortuito ou acidental, ou seja,
independente da vontade do homem. O risco deve provocar consequências
danosas, ou seja, o possível acontecimento tem que ter consequências negativas,
no sentido de que deve representar uma perda humana e/ou material e que
possam ser seguradas. Observação: no mercado de seguros, costuma-se também
atribuir o nome risco ao local onde encontram-se os bens segurados (local do
risco) e ao próprio evento que se quer garantir (risco de incêndio; risco de
roubo etc.)
Figura 12. Cenários de perigo (1), risco (2), acidente (3) e incidente (4).
1 3
2 4
39
UNIDADE II │ RISCOS E SISTEMAS
40
CAPÍTULO 2
Mas, o que é risco?
Segundo Wharton, a palavra risq, em árabe, significa algo que lhe foi dado (por
Deus) e do qual você tirará proveito, possuindo um significado de algo inesperado
e favorável ao indivíduo. Em latim, riscum conota algo também inesperado,
mas desfavorável ao indivíduo. Em grego, uma derivação do árabe risq, relata a
probabilidade de um resultado sem imposições positivas ou negativas.
Ousa aquele que se arrisca! A palavra riscos deriva do italiano antigo resicare, que
significa ousar. Neste sentido, risco é uma opção e não um destino. Correr riscos
faz parte da história antiga e sua origem no sistema de numeração indo-arábico
alcançou o ocidente há cerca de setecentos a oitocentos anos (BERNSTEIN, 1997).
41
UNIDADE II │ RISCOS E SISTEMAS
Uma importante linha que originou a moderna Análise de Riscos quantitativa pode
ser direcionada às primeiras ideias religiosas referentes às probabilidades de vida
pós-morte. Isso dificilmente seria uma surpresa, considerando-se a importância
e a seriedade dos riscos envolvidos (pelo menos, para os verdadeiros crentes).
A partir de Phaedo de Platão, no século 4 a.C., numerosas obras foram escritas
discutindo os riscos das almas após vida, baseados na conduta que os seres tiveram
no mundo (COVELLO; MUMPOWER, 1985).
Uma das mais sofisticadas análises sobre o tema foi realizada por Arnobius, o Velho,
que viveu no século 4 depois de Cristo, no norte da África. Pode-se considerar
Arnobius como a maior figura da igreja pagã que esteve competindo, ao mesmo
tempo, com a inexperiente igreja cristã. Membros da igreja de Arnobius, que
mantiveram um templo completo para Vênus com sacrifícios de virgens e templos
de prostituição, levaram uma vida decadente em comparação a das pessoas ligadas
ao cristianismo austero.
Arnobius zombou dos cristãos no que diz respeito ao tipo de vida que levavam, por
abnegarem a sua própria personalidade, mas, depois de uma visão reveladora,
renunciou às suas crenças e tentou se converter ao cristianismo. O bispo da
igreja católica suspeitou dos motivos de Arnobius e da sinceridade da sua
conversão, recusando-lhe o rito do batismo. Em uma tentativa de demonstrar a
autenticidade da sua conversão, Arnobius escreveu uma monografia intitulada
Contra os pagãos.
Ele também discutiu duas possibilidades: Deus existe e Deus não existe.
Chegou à seguinte conclusão: se Deus não existe, não há diferença entre as duas
alternativas. Entretanto, se Deus existe, ser um Cristão é muito melhor à alma
do que ser um pagão.
42
RISCOS E SISTEMAS │ UNIDADE II
43
UNIDADE II │ RISCOS E SISTEMAS
Jackson e Carter concordam com o fato de que o conceito de risco está associado
com a falha de um sistema, sendo a possibilidade de um sistema falhar usualmente
entendida em termos de probabilidades. No entanto, preferem trabalhar com a
possibilidade de falha de um sistema ao invés da probabilidade, alegando que a
visão probabilística somente se preocupa com a ocorrência de um evento dentro
de uma população, enquanto, ao analisarmos a possibilidade de falha, estamos
nos preocupando com um evento particular.
44
CAPÍTULO 3
Medir risco
Aplicando cálculo de risco para dimensionar a segurança de uma estrada. Sabe-se que
ocorrem 100 acidentes por ano, dos quais, em média, 1 morte a cada 10 acidentes. Tem-
se então que F = 100 acidentes/ ano. Com média, 1 morte a cada 10 acidentes, que
implica C = 0,1 morte/ acidente. Voltando à formulação (Risco = F x C), tem-se que o
Risco Coletivo Rcol = 100 x 0,1 = 10 morte/ano. A estrada opera trânsito de 100.000
pessoas por ano, daí o Risco Individual para cada pessoa resulta: Rind = 10/100.000 =
0,0001
Riscos Voluntários
Riscos Involuntários
Atropelamento 0,00006
45
UNIDADE II │ RISCOS E SISTEMAS
Causa Probabilidade
Todas as causas 9,0 x 10-3
Doenças do coração 3,4 x 10-3
Câncer 1,6 x 10-3
Todos os acidentes 4,8 x 10-4
Acidentes do Trabalho 1,5 x 10-4
Veículos automotivos 2,1 x 10-4
Homicídios 9,3 x 10-5
Quedas 7,4 x 10-5
Afogamentos 3,7 x 10-5
Queimaduras 3,0 x 10-5
Envenenamento por líquido 1,7 x 10-5
Sufocação (objetos engolidos) 1,3 x 10-5
Acidentes com armas e esportes 1,1 x 10-5
Trens 9,0 x 10-6
Aviação civil 8,0 x 10-6
Transporte marítimo 7,8 x 10-6
Envenenamento a gás 7,7 x 10-6
Mordeduras 2,2 x 10-7
Fonte: Souza, 1995.
46
RISCOS E SISTEMAS │ UNIDADE II
mas traz perdas associadas muito pequenas, poderá ser mais bem suportado
pela seguradora do que um risco pouco frequente que traz consequências mais
importantes.
47
UNIDADE II │ RISCOS E SISTEMAS
» Probabilidade:
» Consequências:
› perda financeira;
› perda patrimonial;
› perda de imagem;
Percebe-se que a energia potencial do avião é mais de 29.333,33 vezes maior que
a do ônibus. Fácil de perceber, pois o avião possui muito mais desprendimento
de energia e, portanto, um potencial maior de destruição que o ônibus.
48
RISCOS E SISTEMAS │ UNIDADE II
Conclusão esta confirmada pelos dados válidos na Europa, que dizem que andar
de ônibus implica risco equivalente a 0,7 fatalidades em 100 milhões de pessoas
por quilômetro percorrido. A aviação civil teria risco 20 vezes menor, enquanto ir
a pé representa um número 9 vezes maior.
Utilizar quilômetros percorridos para medir riscos pode não fazer muito
sentido no caso do avião, pois, a probabilidade de acidente depende mais
do número de escalas do que da distância (mais de 90% dos acidentes
acontecem no final ou no início do voo). Aprofundando agora esta
questão, percebe-se que a resposta correta, em relação ao que é mais
arriscado, é: depende! Depende do que se quer medir e do valor que é
dado às diferentes opções, pois há estatísticas que afirmam exatamente
o oposto.
1 Ver: www.americanscientist.org/template/AssetDetail/assetid/16237?&print=yes.
2 Ver: http://www.aerodinamica.com.br/PORTUGUES/seguro.html.
3 Ver: http://www.nytimes.com/1994/11/24/opinion/l-safer-driving-or-flying-917281.html.
49
UNIDADE II │ RISCOS E SISTEMAS
Especialistas garantem que uma viagem aérea tem frequência de acidente fatal
quatro vezes maior que um ônibus – 2,4 mortos a cada milhão de horas de
exposição – (SOUZA, 1995).
O fato de o ônibus causar mais vítimas não implica automaticamente que seja
menos seguro do que o avião, pois o tempo que um cidadão comum pode passar
num avião é muito menor que o transcorrido ao se locomover por transporte
terrestre. O critério correto não é quilômetro percorrido, mas sim as
vítimas por tempo de exposição.
Neste caso, de acordo com os mesmos dados europeus, ônibus e trem se tornam
os meios mais seguros (duas fatalidades por 100 milhões de pessoas por hora de
viagem), enquanto o avião seria 8 vezes mais frequente, desta feita, não tão mais
seguro do que ir de ônibus ou a pé (que empatam, com 25 fatalidades por 100
milhões de pessoas por hora de viagem).
Este exercício de raciocínio foi feito para que o cursista perceba e amplie as
perspectivas de abordagens sem cair nas armadilhas, isso porque, por exemplo,
trabalhar em banco (entidade financeira) é mais arriscado que trabalhar em
construção civil, apesar desta última operar com energias mecânicas altas.
Depende sempre do critério adotado!
50
RISCOS E SISTEMAS │ UNIDADE II
51
DISPONIBILIDADE E UNIDADE III
CONFIABILIDADE
CAPÍTULO 1
Arranjos de falhas e curva da banheira
R ( t ) = e − λt
52
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
Sendo R(t): confiabilidade a qualquer tempo t; “e” = base dos logaritmos neperianos
(e = 2,303); λ = taxa de falhas (número total de falhas por período de operação) e “t”
= tempo previsto de operações
Falha em série
Assim, registre-se que as probabilidades complementares somam 100%, logo
confiabilidade + falha = 100% ( R + F = 1), ou ainda: R = 1 – F F = 1 – R. Os arranjos
dos quais se extraem (ou se montam) essas probabilidades podem estar em série
ou em paralelo. Assim em um sistema em série
1 2 3
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
R(T) = R1 x R2 x R3 x Ri
53
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Na prática, a análise mais comum é partir das falhas para achar a confiabilidade,
pois normalmente as informações sobre elas são aquelas que chegam às mãos dos
profissionais avaliadores de riscos. Retomando o exemplo 2 componentes idênticos
colocados em série com níveis de falha de 10% (F 1 e F 2 = 10%), produziriam uma
confiabilidade de 81%, assim calculada: R(1) = 1 – 10% = 90% e R(2) = 1 – 10% =
90%. Tem-se, portanto R(T) = R(1) x R(2) = 0,9 x 0,9 = 81%. Consequência: a falha
do sistema é maior que a de cada componente; por outro lado, a confiabilidade do
sistema é menor que a de cada componente. A figura a seguir mostra claramente
que com o aumento do número de componentes em série, a confiabilidade do
sistema diminui.
0,90
Confiabilidade do Sistema
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
-
0,5 0,52 0,54 0,56 0,58 0,6 0,62 0,64 0,66 0,68 0,7 0,72 0,74 0,76 0,78 0,8 0,82 0,84 0,86 0,88 0,9 0,92 0,94 0,96 0,98
Confiabilidade do Componente
54
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
Falha em paralelo
Em sistemas paralelos, como representados a seguir, a falha de um dos
componentes não afeta a operação ou o resultado do sistema.
55
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
1,00
0,90
Confiabilidade do Sistema
0,80
0,70
0,60
10 Componente iguais 4 Componente iguais
0,40
0,5 0,52 0,54 0,56 0,58 0,6 0,62 0,64 0,66 0,68 0,7 0,72 0,74 0,76 0,78 0,8 0,82 0,84 0,86 0,88 0,9 0,92 0,94 0,96 0,98
Confiabilidade do Componente
56
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
Quando essa taxa não é constante busca-se uma função matemática h(t) para
representá-la. Já a sua representação gráfica, conhecida como curva da banheira
é apresentada a seguir, e indica graficamente a Curva de Probabilidades (bacia
de falhas ou curva da banheira) os três tipos de falhas, em função do tempo de
ocorrência, que ocorrem em equipamentos e sistemas:
Prematuras Desgastes
Equipamento
Mecânico Típico
Equipamento
Elétrico Típico
Tempo
Período de Período de Período de Desgaste
Depuração Vida Útil
57
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
dominada pelos estágios 1o e 3o da curva da banheira, sendo o estágio 2o, de vida útil,
praticamente ausente.
O 1o estágio é uma região de alta, porém decrescente, taxa de falha. As falhas são
geralmente relacionadas às matérias-primas e operações de manufatura que não
atendem às normas de especificação (causas especiais).
O 2o estágio representa a fase de vida útil, com a menor taxa de falha do gráfico,
aproximadamente constante. Neste estágio as falhas são causadas por eventos
aleatórios, designadas por causas comuns e não-relacionadas a defeitos inerentes
às unidades. Exemplo: sobrecargas de voltagem, vibração e impactos, aumentos
na temperatura e umidade durante a operação normal das unidades. Essas causas
comuns podem ser reduzidas através da melhoria nos projetos dos produtos,
tornando-os mais robustos.
Antes de continuar, revise o conceito de defeito para a Teoria das Falhas. Dentro
desta concepção um defeito é um desvio da especificação, que pode ou não dar origem
a uma falha. Exemplo: um automóvel com um defeito na pintura (cores diferentes
em partes que deveriam ter cores iguais), o que não afeta o desempenho do veículo.
58
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
59
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
60
CAPÍTULO 2
Disponibilidade – MTBF, MTTR e MTTF
Qual é o tempo até o primeiro defeito Mean Time to Failure – MTTF? Considerando
N sistemas idênticos colocados em operação a partir do tempo t=0, mede-se o tempo
de operação ti de cada um até apresentar defeito:
N
ti
MTTF = ∑
i =1 N
Tempo
MTTR
Tempo Total
Indisponível MTBF
61
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
› Probabilidade de, dado que não houve falhas até t, haja uma falha em
[t + Δt];
› h(t) = f(t)/R(t).
62
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
Tipo de Modelo Função Taxa de Risco Função densidade acumuladas de falhas Função confiabilidade
Constante
h (t ) = λ f (t ) = λe −λt
R ( t ) = e − λt
h ( t ) = λ.t
Constante t2 t2
−λ −λ
2 2
f (t ) = λe
R (t ) = e
h ( t )= a − b.t
Decrescente
» com que frequência ocorrem defeitos? failure rate (λ), hazard function
λ
- h(t). A fórmula K = representada a frequência ou taxa de falhas,
n .t
onde k é o número de falhas observadas durante o intervalo t e n é
a população de equipamentos que está sendo analisada. De onde
pode-se concluir também que: k = λ. n . t
63
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Solução:
64
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
65
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
unidades de 1 a 5 falharam após períodos de 600 horas, 650 horas, 655 horas, 850
horas e 1.050 horas respectivamente. Com base nestes dados pede-se calcular:
Solução:
66
CAPÍTULO 3
Álgebra Booleana
Figura 21. Diagramas com axiomas e problemas relativos à teoria dos conjuntos.
A\B B\A U \ (A Ս B)
(A Ս B) AΔB C C
A = U\A B =U\B
Fonte: https://webartesanal.com/wp-content/uploads/2013/08/Teoria-de-conjuntos-en-MySQL-con-select-join.jpg. Acesso em:
7/12/2019.
67
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
68
CAPÍTULO 4
Evolução das Ações Prevencionistas
69
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Os métodos centrados nos empregados postulam que um ambiente seguro pode ser
criado e mantido por eles, desde que sejam motivados a desempenharem as suas
funções com segurança. O incentivo pode ser obtido por meio de maior participação
nas decisões relativas à segurança, à melhoria da comunicação interna e à sensação de
respeito com honestidade de abordagem.
Neste sentido, deve-se falar abertamente ao empregado coisas do tipo: use este
Equipamento de Proteção Individual (EPI) que não é eficaz, mas em 4 meses, conforme
PPRA, entrará em funcionamento o captador de pó ou a empresa não implantará
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e você usará EPI como paliativo. Essas
ações visam a motivar os empregadores a reconhecerem o seu meio ambiente e as suas
relações diante dos subalternos que não podem dizer não exposição. Trabalhador pode
ser ignorante, mas não é bobo: sabe quando é tratado com respeito e honestidade.
Deve-se realizar o estudo dos riscos por intermédio de levantamento de dados relativos
às condições ambientais e às suas relações com os meios naturais, sociais e técnicos
que envolvem o trabalhador e o relacionam com os demais agentes – o empregador
e colegas – e com os instrumentos de trabalho. As condições de vida do funcionário
também são levantadas por meio de entrevistas que abordam vários aspectos, inclusive
a vida familiar.
70
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
Durante o período de 1959 a 1966, o engenheiro Frank Bird Jr. empreendeu uma
pesquisa na qual analisou mais de 90 mil acidentes ocorridos em uma empresa
siderúrgica americana, e atualizou a relação estabelecida por Heinrich, desenvolvendo
a proporção 1:100:500. Ou seja, para cada lesão incapacitante, existiam 100 lesões
não incapacitantes e 500 acidentes com danos à propriedade (CICCO, 1994).
71
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Esses dados podem ser melhores visualizados observando a Figura 22. Para
cada acidente com lesão incapacitante, havia 10 acidentes com lesões leves, 30
acidentes com danos à propriedade e 600 acidentes sem lesão ou danos visíveis
(quase-acidentes), cuja proporção dá 1:10:30:600.
Lesão Grave
Lesão Incapacitante 1 Incapacitante 1
1
1
0
Lesão Leve
Lesão Leve
2 10 3
9 0 Acidentes com Danos 0
à Propriedade
30 50 60
0 0 0
Quase Acidente
Heinrich - 1931
Bird - 1966
Há, ainda, a pirâmide com os desvios, que deu mais relevo a essa projeção.
Foram analisados 1.753.498 acidentes, em 297 organizações para 21 tipos
diferentes de empresas com mais de 1.750.000 empregados envolvidos,
relativos a 3 bilhões de Homens-Hora, produzido pela Insurance Company
of North América – 1969, conforme a imagem a seguir:
10
Lesão Leve
30
Acidentes com Danos à Propriedade
600
Quase Acidente
300
30.000
Desvios
72
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
73
CAPÍTULO 5
A condição insegura do ato inseguro: o
mito
A visão equivocada das reais causas dos acidentes do trabalho também provém
da literatura técnica nacional que promove a cultura e a visão ultrapassada
sobre o tema, como se pode ver em Ayres; Correa (2001), que demonstram este
entendimento distorcido sobre acidente de trabalho ao mostrar as causas dos
acidentes somente pelo enfoque legal, sem realmente abordar a complexidade do
assunto.
74
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
75
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Tabela 18. Condições inseguras do meio ambiente do trabalho e o mito do ato inseguro.
Ora, admitir que o trabalhador pratique ato inseguro é, pela via direta, assumir e
configurar algum tipo de desvio por parte do patrão e seus prepostos. Todos os verbos
levados a efeito pelo empregado na Tabela 18 o são por alguma razão decorrente da
vontade do empregador (e seus prepostos), inclusive por desídia, falta de vigilância,
negligência, ausência de gerenciamento, descuido com a coisa privada, descaso com
o lucro, periclitação com o patrimônio do patrão.
Admitir o ato inseguro do empregado é dizer que o patrão não manda nele.
Um absurdo jurídico trabalhista. Seria equivalente a um furto no ambiente
do trabalho no qual o trabalhador subtrai vários itens do estoque e a empresa
76
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
não o adverte ou pune. Apenas classifica essa ocorrência de furto como ato
inseguro do seu empregado! (OLIVEIRA, 2011).
77
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Parece óbvia a resposta. Tudo decorre do patrão. Não parece razoável imputar
à máquina, à contabilidade e muito menos ao empregado vontades próprias,
pois todos esses casos decorrem da vontade (ação ou omissão) manifestada pelo
sistema gerencial engendrado pelo patrão. Ou seja, todos esses atos inseguros
decorrem, são produzidos, permitidos e consentidos somente pelas condições
(seguras ou inseguras) estabelecidas pelo empregador, proprietário (e seus
prepostos).
Existem várias técnicas de análise de risco, tais como: a série de risco, a análise
preliminar de risco, a análise e revisão de critérios, a análise da missão, os
diagramas e análise de fluxo, o mapeamento, a análise do ambiente, a análise de
modo de falhas e efeitos, análise de componentes críticos, a técnica de incidentes
críticos, a análise de procedimentos, a análise de contingências e a análise de
árvore de falhas. Dentre essas, existem técnicas para:
Identificação de Perigo
Técnica de Incidentes Críticos (TIC)
What-If and Checklist (WIC)
Técnicas de Análise de Riscos
Análise Preliminar de Riscos (APR)
Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE)
Análise de Operabilidade de Perigos (HAZOP)
Técnicas de Avaliação de Riscos
Análise de Árvore de Eventos (AAE)
Análise por Diagrama de Blocos (ADB)
Análise de Causas e Consequências (ACC)
Análise de Árvore de Falhas (AAF)
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
78
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
Alguns exemplos:
» passagens perigosas;
» iluminação inadequada;
» piso danificado;
» ritmo excessivo;
A prova cabal dessa condição insegura (lato senso) vem com a frequência de
casos acidentários para a mesma explicação: culpa da vítima! A explicação
dos doutrinadores, que sustentam o ato inseguro como real, raciocina como se
todos os acidentados compartilhassem das mesmas agruras e que, portanto, o
fato de trabalhar naquele ambiente se deve ao acaso por efeito singelo da mera
coincidência.
80
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
Isso não quer dizer que todos os casos são condições inseguras do meio ambiente
do trabalho. Obviamente há situações – que de tão raras não merecem um item
taxonômico nesta classificação – segundo as quais todos os elementos de causa,
direta e indireta, relacionados à organização do meio ambiente do trabalho foram
excluídos como fatores de risco predisponentes ou facilitadores do agravo à saúde
do trabalhador. Nesse caso, depois de exauridas todas as etapas das técnicas
de análise de risco discorridas, seria possível afirmar a existência de deslinde
idiossincrático decorrente de elementos personalíssimos deste ou daquele
trabalhador.
81
CAPÍTULO 6
Engenharia de segurança de sistemas
Esse conceito mostra que as empresas podem ser consideradas como um sistema
social aberto, visto que interagem com o ambiente externo. Nessa interação, as
empresas recebem insumos (inputs) e os transformam em bens e/ou serviços, por
meio das relações intraorganizacionais (ambiente interno), que são ofertados ao
mercado consumidor (outputs) e dele recebem informações (feedback) que vão
influenciar o comportamento geral do sistema.
Essa visão sistêmica das organizações possibilitou que outra perspectiva fosse
inserida no prevencionismo, fazendo com que ele passasse a contemplar os
eventos ou fatos antecessores à concretização dos acidentes, possibilitando
82
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
que as ações preventivas adotadas pelas empresas não fossem mais apenas
baseadas em “tentativas e erros” ou em avaliações pós fato das causas que
produziram o acidente.
Também foi apurado que os futuros acidentes com lesões e/ou danos materiais
poderiam ser prenunciados analisando-se os quase-acidentes. Deve-se observar,
no entanto, que os incidentes críticos poderão ocorrer várias vezes, antes que as
variáveis envolvidas configurem as condições que levem ao acidente em termos de
danos materiais e/ou lesões (CARDELLA, 1989).
83
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Não basta produzir de acordo com uma rotina implantada, é preciso, além disso,
garantir que aquilo que foi planejado efetivamente satisfaz as expectativas do
cliente. O caminho para a obtenção da garantia da qualidade se inicia muito antes
da implantação da rotina de produção, começa na etapa de concepção e projeto do
produto ou serviço e dos correspondentes processos de execução ou fabricação.
84
CAPÍTULO 7
Aspectos conceituais da análise de
acidentes
Gravata-Borboleta
85
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Proximais Distais
Perigo
Distais Proximais
Danos
1. Antecedentes 2. Evento Indesejado 3. Consequências
86
DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE │ UNIDADE III
acidente é descrito como evento que, uma vez acontecendo, consegue ultrapassar
todas as barreiras adotadas no sistema para evitá-lo. Isso aconteceria porque os
“buracos” existentes nessas barreiras estariam alinhados, permitindo o livre
fluxo do acidente. Na maioria das vezes, naqueles sistemas que executaram
a contento a análise de riscos e a instalação de barreiras adequadas esse
alinhamento não existe e uma ocorrência que ultrapasse uma determinada
barreira é bloqueada pela seguinte. A sequência de figuras abaixo ajuda a
visualizar a ideia.
Figura 25. Modelo de representação de acidente por uma sucessão de furos (REASON, 1997).
+ Consequências
Barreiras Barreiras
Evento
Gatilho
Barreiras
Perigo
Dano
87
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Figura 27. Modelo de representação das deficiências do sistema de gestão – (Reason 1997).
Modelo de Causas Múltiplas
Defesa do
Legislação deficiente sistema
Procedimentos Disparadores
Inadequados locais, falhas
técnicas,
condições
Formação Inadequada atípicas,
Falta de Treinamento condições
ambientais
Evento
Gatilho
Incertezas de
Sistemas
Complexos
Decisões
Falíveis no
Topo das
Organizações
Pré-Condições
Gerência de
Acidente
linha
Falhas
latentes.
Condições
Gerência
Inseguras.
geral.
Operadores.
Projeto.
Equipes
Planejamento
88
CAPÍTULO 8
Aspectos financeiros e econômicos da
gerência de riscos
Figura 28. Gráfico de gastos prevenção de perdas e os gastos relativos aos prejuízos com sinistros.
Curva de Gastos
com Mitigação dos
Riscos
89
UNIDADE III │ DISPONIBILIDADE E CONFIABILIDADE
Controle de Perdas
Divulgação Acompanhamento
Implantação Revisão periódica
Interna e Externa de resultados
90
ANÁLISE DE RISCOS: UNIDADE IV
REVISÃO SISTÊMICA
Oportunidades Ameaças
Causas
Eventos
Probabilidade
Consequências
Nível de Risco
Consequência
Positivas Negativas
Ganhos Perdas e Danos
Objetivos
Organização
91
CAPÍTULO 1
O ser humano tem aversão ao risco?
No cenário1, a sentença é: paga R$ 3.000,00 ou aceita uma aposta com risco de 80% de pagar R$ 4.000,00 com uma probabilidade de 20%
de não pagar nada.
No cenário 2, a sentença é: recebe R$ 3.000,00 ou aceita uma aposta com risco de 80% de ganhar R$ 4.000,00 com uma probabilidade de
20% de não receber nada.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019
Cenário 1: 92% dos entrevistados se arriscariam a pagar R$ 4.000,00 se tivessem a possibilidade de não pagar nada. Conclusão: Contraria o senso
comum de não se correr riscos.
Cenário 2: 80% dos entrevistados preferem não apostar. Conclusão: Meu pirão primeiro. Primeiro eu, depois o resto.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019
O que isso tem a ver com o meio ambiente do trabalho e saúde do trabalhador
do ponto de vista do patrão? Vale a pena correr o risco de adoecer o trabalhador,
contaminar o lençol freático, poluir o ar, depreciar aceleradamente o seu maior
patrimônio? A resposta é: depende de quanto se vai perder, pois o risco é
92
ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA │ UNIDADE IV
enorme e isso pode até ser um estímulo, pois para quem tem perfil de investidor
agressivo, quando maior é o risco, maior é o ganho!
93
UNIDADE IV │ ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA
Quadro 3. Declarações recorrentes dos empregadores quando admoestados por alguma responsabilização
95
CAPÍTULO 2
Dialética do risco
Segundo Jackson e Carter, todo sistema tende a ser homeostático por natureza
e tolera certos níveis de desordem. No entanto, somente consegue funcionar
satisfatoriamente dentro de certos limites específicos e característicos. Uma vez
que esses limites de estabilidade sejam violados, o sistema tenderá a falhar.
Certas falhas do sistema não são significativas, sendo usualmente aceitas como
acontecimentos normais do processo e que podem ser corrigidas sem maiores
danos. Além do mais, muitas vezes o próprio processo tende a compensar o
96
ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA │ UNIDADE IV
O sistema ABS constitui um EPI para o carro, pois não é possível instalá-lo para
mais de um automóvel simultaneamente, cuja função é combater o travamento da
roda. Analogamente diz-se que o protetor auricular é um EPI porque é impossível
instalá-lo em mais de uma pessoa simultaneamente, cuja função é combater a
energia sonora.
97
UNIDADE IV │ ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA
Simples assim, o EPI não presta porque simplesmente “não se tapa o sol com a
peneira”, nem som com EPI auricular, porque nem todo som é percebido pelo pavilhão
auditivo (orelha externa). A explicação passa pelo mecanismo de transmissão sonora.
Desde 1863, os estudos de Helmholtz sobre a análise dos sons e a teoria da audição
explicam os mecanismos fisiológicos cocleares, bem como discriminam como se
dá a análise sonora das frequências dos sons no sistema auditivo humano. Na
restrição hipotética de que houvesse apenas o mecanismo aéreo de audição,
bem como considerando que o EPI é melhor que os próprios dedos enfiados
nas orelhas, ainda assim o EPI não presta, pois não é suficiente para isolar
plenamente o conduto central auditivo.
Explico:
98
ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA │ UNIDADE IV
Se tudo isso fosse, em tese, considerado como atendido, ainda assim remanesceria
a bizarra condição: enfiar vários EPI simultaneamente na orelha do receptor.
A cada instante chegam vários sinais (Pressão e Frequência) na orelha do
trabalhador e por serem sinais acústicos complexos é impossível combater
com elemento simples (EPI) especificado pelo fabricante apenas para restrito
conjunto de combinações (Pressão e Frequência). Em outras palavras, não se
combate o maior espectro de NPS x f com o menor. É isso que o EPI faz. É uma
fraude! Isso considerando apenas a hipótese da transmissão aérea.
De volta ao mundo real. Se apenas para via aérea o EPI é uma fraude, imagine
considerá-lo para via óssea. Como reforço à refutação da tese de que EPI possa
ser eficaz, pois se pela via aérea está provado que é total e absolutamente
ineficaz, aditamos que chega a ser algo criminoso prescrever EPI quando para
determinadas pressões sonoras, acima de 85 dB (A), equivalente a 10-4 W/m2
ou 0,1 N/m2- simplesmente a transmissão se dá pela via óssea.
Conclusão
EPI do carro (ABS) é eficaz, atende àquilo para o qual foi projetado e
independe do ser humano que o opera – risco objetivo. API das orelhas
99
UNIDADE IV │ ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA
Por isso, diz-se que a discussão sobre EPI é artificial e desonesta. Uma vez que o
natural seria combater as causas originárias do ambiente ao invés de introduzir,
literalmente, uma fraude nas orelhas dos subordinados.
100
ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA │ UNIDADE IV
Essa sensação de proteção faz com que o ser humano eleve naturalmente
a disposição de enfrentamento ao se sentir seguro e com isso assuma novos
patamares de risco – risco subjetivo.
101
UNIDADE IV │ ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA
Teoria da Perspectiva
Homoestasia do Risco
Sensação de Proteção
A parte desumana e cruel vem agora. Grande parte dos profissionais de SESMT
a cometem sem se aperceberem, uns por ignorância, outros por desonestidade.
Se o EPI do carro (ABS), de eficácia inquestionável do ponto de vista do risco
objetivo, suscita aumento do risco subjetivo, como visto, imagine o que acontece
com o EPI da orelha (protetor auricular).
102
ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA │ UNIDADE IV
103
UNIDADE IV │ ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA
104
ANÁLISE DE RISCOS: REVISÃO SISTÊMICA │ UNIDADE IV
Existem várias técnicas de análise de risco, tais como: a série de risco, a análise
preliminar de risco, a análise e revisão de critérios, a análise da missão, os diagramas
e análise de fluxo, o mapeamento, a análise do ambiente, a análise de modo de falhas e
efeitos, a análise de componentes críticos, a técnica de incidentes críticos, a análise de
procedimentos, a análise de contingências e a análise de árvore de falhas.
» Identificação de perigo.
105
GERENCIAMENTO UNIDADE V
DE RISCO
CAPÍTULO 1
Avaliação de Risco
A gerência de riscos pode ser definida como a ciência, a arte e a função que
visam proteger a empresa (recursos humanos, materiais e financeiros) das
consequências de eventos aleatórios que possam reduzir a sua rentabilidade,
sob forma de danos humanos, físicos, financeiros ou responsabilidades para
com terceiros.
106
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
107
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
108
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Identificar todas as
fontes potenciais de exposição a perda
Não
Eliminar
?
Não
Sim Tratar
?
Tomar ações para
eliminar as fontes de Sim
perdas Não
Identificar trabalho
Padrões (estabelecer)
Medir Transferir
Avaliar ?
Recomendar/ Corrigir
Sim
Não
Tomar ações para
Tolerar transferir o risco
? segurado ou não
Sim
109
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
Definição do Sistema
Coleta de Informações
Sim Não
Plano de Ação Riscos Aceitáveis? Medidas de Controle
110
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Primeiro Princípio: a empresa não deve assumir riscos que possam supor
perdas que conduzam a um desequilíbrio financeiro irreversível.
Segundo Princípio: a empresa não deve aceitar riscos cujo custo (perda
prevista mais despesas com as medidas para sua minimização) seja superior à
rentabilidade esperada da atividade geradora de tal risco.
111
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
112
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Risco de Gerenciamento
113
CAPÍTULO 2
Entendendo um pouco mais
- Identificação do perigo.
Avaliação - Caracterização do perigo.
de Risco - Avaliação da exposição.
- Caracterização de risco.
Opções de controle
Gerenciamento - Avaliação.
Análise de Risco
de Risco - Seleção.
- Implementação.
114
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Figura 36. Visão sistêmica e fluxo de identificação, avaliação e monitoramento dos riscos.
Gerenciamento de Riscos
Análise de Riscos
Análise das
Reconhecimento Aprender com os erros
Tendências
Físico e Documental alheios
Acidentais
Consolidação de
Riscos e Perdas
Priorização
Risco = O x S x D
Ocorrência x Severidade x Detectabilidade
115
CAPÍTULO 3
Avaliação e comunicação de riscos
II. comparar o custo da redução deste risco com o benefício a ser atingido;
116
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Identificação de Riscos
Identificação
Análise de Riscos
Análise
Avaliação de Riscos
Avaliação
Retenção Transferência
Eliminação
Riscos
Auto Seguro Seguro
Financiamento
Auto Adoção Sem Seguro
Análise de Risco
117
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
118
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
119
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
gestão ambiental; aos efeitos dos riscos; aos endereçados, que são os patrões
que administram tais riscos e principalmente seus efeitos aos trabalhadores. Por
exemplo, o ruído aumenta cortisona que é vasoconstritor cujas consequências são
engordar e produzir disfunção erétil. Essas são campanhas honestas!
Figura 38. Diagrama esquemático das ligações entre as etapas de Análise de Riscos.
Gerenciamento de Risco
Avaliação de Riscos
• Medidas de alternativas
• Científico
Políticas
• Identificação de perigo
• Seleção e implementação
• Caracterização do risco
de opções de controle
Comunicação de Risco
• Troca interativa de
informações e opiniões de
interesse de riscos
120
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Por meio das explanações anteriores, verifica-se que a Análise de Riscos é uma
metodologia técnico-científica que pode ser utilizada para quantificar o perigo
existente no meio ambiente do trabalho. Entretanto, a eficiência do resultado
no âmbito gerencial dependerá da correta detecção dos perigos. Neste sentido, o
conhecimento e a utilização de ferramentas gerenciais para a detecção de perigos
se fazem de fundamental importância para amenizar os riscos. O capítulo a seguir
apresenta algumas das ferramentas mais conhecidas e utilizadas.
Gerenciamento de Riscos
121
CAPÍTULO 4
Processos de avaliação de perigo
Consideram também que essa etapa é extremamente útil para o meio ambiente
do trabalho seguro. Entre as principais técnicas, os autores destacam algumas,
relacionadas a seguir.
Um checklist também pode ser usado se o projeto proposto tem uma história
operacional substancial, de maneira que as áreas de problema potencial sejam
relativamente conhecidas. O desenvolvimento dele necessita de uma pessoa que
conheça o processo, a sua história e seus perigos, ainda que, para a aplicação, não se
exija pessoal qualificado.
Os checklist são adaptados para casos em que a maioria dos perigos dos
processos foram identificados, eliminados ou reduzidos, baseados na experiência
operacional. Se a tecnologia é desenvolvida ou parcialmente testada, sugere-se
o emprego de outra técnica de avaliação de perigos.
122
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Análise Whatif
123
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
Questões adicionais baseadas nos resultados da análise inicial Whatif podem ser
adicionadas. A estrutura da análise Whatif é livre, permitindo a sua adaptação
para cada área de interesse. Cabe acrescentar que a avaliação pode ser aplicada
não somente para processos de equipamentos, mas também para procedimentos e
interações de trabalhadores. Muitas vezes, as consequências de uma resposta para
uma questão particular são determinantes, e discussões sobre o perigo podem sugerir
modificações de processos para reduzir ou eliminar os perigos potenciais.
A efetividade deste tipo de análise depende apenas das respostas às questões, sendo
influenciadas pela experiência de quem responde. O relatório do procedimento
fornece também um material de fácil entendimento que serve como fonte de
treinamento e base para revisões futuras. De Cicco e Fantazzini (1994b) sugerem
alguns passos básicos quando da sua aplicação, conforme quadro a seguir:
Revisão de segurança
125
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
A ETA é similar à Fault Tree Analysis (FTA) em alguns passos. Como na FTA,
desenvolve-se um esboço da estrutura da análise de eventos com cenários de
perigo. Contudo, a FTA apresenta uma árvore lógica orientada verticalmente,
enquanto as árvores ETA são construídas horizontalmente.
126
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Árvore de decisão
A identificação do PCC pode ser facilitada pelo uso de uma árvore decisória
apresentada pelas Figuras 39 e 40, que consiste em uma série de perguntas
estrategicamente elaboradas de modo a resultar na definição de um PCC. É
necessário, porém, estabelecer os Limites Críticos do PCC, pois constituem a
fronteira de segurança em que cada PCC pode variar, sem que se perca o controle
sobre a inocuidade do ambiente. Devem ser parâmetros mensuráveis para as
possíveis quantificações e padronizações.
127
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
Modificar o Sim
processo
Poderia o perigo
identificado ocorrer
Não Não é PCC Pare *
em níveis maiores
que os aceitáveis ou
poderia aumentar
Sim alcançando níveis
indesejados?
Sim aceitável?
128
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Existem medidas
preventivas para o
Não
controle dos Prosseguir *
perigos?
Sim
Matéria-prima
Este perigo poderá
Não sensível, é
ser eliminado do
necessário um alto
produto?
nível de controle **
Sim
Pode contaminar
instalações ou
Não
Prosseguir *
outros produtos se
não controlar os
perigos
Sim
Matéria-prima
sensível, é
necessário um alto
nível de controle **
Chama-se a atenção para o fato de que a sua determinação pode ser feita a partir
de informações em publicações científicas, legislação ou por determinação
129
UNIDADE V │ GERENCIAMENTO DE RISCO
130
GERENCIAMENTO DE RISCO │ UNIDADE V
Identificação
do Perigo
Estabelecer o contexto
Identificação Análise
dos de Risco Identificar os perigos
Comunicar e consultar
Trabalhadores
Estimar os Riscos
Estimar os Riscos
Avaliação
de Risco
Analisar os riscos
Estimativa do Gestão
Risco de Risco
Avaliar os riscos
Valoração do
Risco Tratar os riscos
Controle do
Risco
131
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS
ESPECIFICAMENTE
A ENGENHARIA DE UNIDADE VI
SEGURANÇA DO
TRABALHO
Com objetivo de contemplar tal capacitação, esta unidade dará ênfase aos saberes
iniciadores ao correto empreendimento dessas técnicas por parte do prevencionista,
ora cursista, conforme a seguir destacado.
CAPÍTULO 1
Análise Preliminar de Perigo (APR)
132
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
Esta técnica consiste na primeira abordagem sobre o objeto de estudo, por isso
chama-se preliminar. Seu foco de atuação consiste no estudo, durante a fase de
concepção ou desenvolvimento prematuro de um novo sistema, com o fim de se
determinar os perigos que poderão estar presentes na sua fase operacional, não
sendo uma boa ferramenta para controle dos perigos.
A melhor forma de controle das medidas recomendadas pela PHA é por meio de
uma Lista de Verificação. Atua sobre os possíveis eventos perigosos ou indesejáveis
capazes de gerar perdas na fase de execução do projeto. Com base em uma PHA
obtém-se uma listagem de perigos com medidas de controle a serem adotadas.
Permite ainda estabelecer responsabilidades no controle de risco, o que é uma
medida de grande importância na Gestão de Riscos.
A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi enfatizado,
necessita ser complementada por técnicas mais detalhadas e apuradas. Em sistemas
que sejam já bastante conhecidos, cuja experiência acumulada conduz a um grande
número de informações sobre perigos, essa técnica pode ser dispensada, nesse
caso, parte-se diretamente para aplicação de outras técnicas mais específicas. Não
obstante, essas limitações seguem a metodologia para montar uma APR.
a) Descrição do objeto de forma a definir todas as etapas, estabelecendo se necessário diagrama com o fluxo operacional. Exemplo: translado (casa
– aeroporto) – check-in – viagem aérea – translado (aeroporto – hotel) – check-in – Hotel.
b) Seleção da etapa ou sub etapa de estudo. Exemplo: translado (casa – aeroporto).
c) Seleção do evento perigoso ou indesejável. Exemplo: atrasar-se no deslocamento ao aeroporto.
d) Identificação das possíveis causas do evento. Exemplo: quebra do ônibus, sair atrasado, trânsito congestionado, não conseguir táxi.
e) Identificação das consequências do evento: correria, pouco tempo para despedida, perder o voo.
f) A priorização das ações é determinada pela categorização dos riscos, ou seja, quanto mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve
ser solucionado.
g) Estabelecimento das medidas de controle de riscos e de emergências. Exemplo: sair com antecedência, marcar previamente o táxi, verificar as
horas de rush, fazer checklist de viagem.
h) Estabelecimento dos responsáveis pelas ações preventivas e corretivas.
i) Repetição das letras de “c” à “g” para outros eventos.
j) Repetição das letras de “b” à “g” para outras etapas ou sub etapas.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
S
E Desprezível
V IV
E
R
I III
D Menor
A
D
II
E
Moderado
134
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
135
CAPÍTULO 2
Failure Modes and Effect Analysis
(FMEA)
Cada vez mais são lançados produtos em que determinados tipos de falhas
podem ter consequências drásticas para o consumidor, tais como aviões e
equipamentos hospitalares nos quais o mau funcionamento pode significar até
mesmo um risco de vida ao usuário.
136
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
De acordo com Hammer (1993), a esses componentes críticos deve-se dar especial
atenção, de forma a analisá-los de modo mais aprofundado que os demais, em
regra via Análise de Criticalidade e Modos de Falha (Failure Modesan Criticality
Analysis – FMECA), que parecido à FMEA se preocupa com a análise detalhada
destes componentes críticos.
Tanto a FMEA como a FMECA são bastante eficientes quando aplicadas a sistemas
mais simples e de falhas mais singelas, porém, quando a complexidade é maior,
recomenda-se o uso de outras técnicas como, por exemplo, a Análise de Árvore de
Falhas, mais à frente discutida.
137
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Além disso, mesmo que não haja alterações deve-se regularmente revisar a análise
confrontando as falhas potenciais imaginadas pelo grupo com as que realmente
vêm ocorrendo no dia a dia do processo e uso do produto, de forma a permitir a
incorporação de falhas não previstas, bem como a reavaliação, com base em dados
objetivos, das falhas já previstas pelo grupo.
Revisão sistemática dos modos de falhas de um componente para garantir danos mínimos ao sistema.
Determinação dos efeitos que tais falhas terão em outros componentes do sistema.
Determinação dos componentes cujas falhas teriam efeito crítico na operação do sistema (falhas de efeito crítico).
Cálculo da probabilidade de falhas de montagem, subsistemas e sistemas, a partir da probabilidade de falha de seus componentes.
Determinação de como podem ser reduzidas as probabilidades de falhas de componentes, montagens e subsistemas, por meio do uso de
componentes com confiabilidade alta.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
138
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
FMEA DE PRODUTO - são consideradas as falhas que poderão ocorrer com o produto dentro das especificações do projeto. O objetivo desta análise
é evitar as falhas no produto ou em processos decorrentes do projeto. É comumente denominada de FMEA de projeto.
FMEA DE PROCESSO - são consideradas as falhas no planejamento e execução do processo, ou seja, o objetivo dessa análise é evitar falhas do
processo, tendo como base as não conformidades do produto com as especificações do projeto.
FMEA DE PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS - nele se analisam as falhas potenciais de cada etapa do processo com o mesmo objetivo que as
análises anteriores, ou seja, diminuir os riscos de falha.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
FALHA DE OMISSÃO: quando não executa ou executa parcialmente uma atividade, tarefa, função ou procedimento.
FALHA NA MISSÃO: quando executa incorretamente uma atividade, tarefa, função ou procedimento.
FALHA POR ATO ESTRANHO OU AÇÃO ESTRANHA: quando executa uma atividade, tarefa, função ou procedimento que não deveria ser executada.
FALHA SEQUÊNCIAL: quando executa uma atividade, tarefa, função ou procedimento fora da sequência correta.
FALHA TEMPORAL: quando executa uma atividade, tarefa, função ou procedimento fora do momento correto.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
Falhas na Produção
Falhas de Projeto – Ex.: A característica de demanda não foi bem calculada, o arranjo físico não é atendido nas horas de pique etc.
Falhas de Pessoal – podem ser erros como enganos de julgamento e violações quando se percebe a posteriori que alguém deveria ter feito algo
diferente.
Falhas de Instalações – Ex.: Avarias nas máquinas ou equipamentos.
Falhas na Matéria-prima
Falhas de Fornecedores – Ex.: Prazos de entrega, qualidade dos materiais fornecidos.
Falhas do Cliente
Falhas de Clientes – Ex.: Uso indevido do produto.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
139
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Em seguida, são avaliados os riscos de cada causa de falha por meio de índices
e, com base nessa avaliação, são tomadas as ações necessárias para diminuir
esses riscos, aumentando a confiabilidade do produto/processo. A fase de
Planejamento, que é realizada normalmente pelo prevencionista, no tocante às
falhas relacionadas ao meio ambiente do trabalho compreende:
Descrição dos objetivos e abrangência da análise: em que se identifica qual (ais) produto(s)/processo(s) será(ão) analisado(s).
Formação dos grupos de trabalho: em que se definem os integrantes do grupo, que deve ser preferencialmente pequeno (entre 4 a 6 pessoas) e
multidisciplinar (contando com pessoas de diversas áreas como qualidade, desenvolvimento e produção).
Planejamento das reuniões: as reuniões devem ser agendadas com antecedência e com o consentimento de todos os participantes para evitar
paralisações.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
140
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
141
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Essas ações podem traduzir medidas de prevenção total ao tipo de falha; medidas
de prevenção total de uma causa de falha; medidas que dificultam a ocorrência
de falhas; medidas que limitam o efeito do tipo de falha; medidas que aumentam
a probabilidade de detecção do tipo ou da causa de falha. Deve-se analisar a
viabilidade de cada medida e então definir as que serão implantadas. Resumindo,
segue um exemplo englobador das alíneas acima.
142
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
reparos, observações.
Métodos de detecção
Categoria de risco
sistema como um
Modo de falha (d)
Efeitos em outros
Componentes (c)
componentes (e)
Efeitos no (sub)
compensação,
Ações de
todo
Excesso de água
Válvula de Observar saída pelo ladrão
Flutuador entrada abre; do ladrão, (válvula de
(boia) Falha em flutuar. recipiente pode Nenhum II consumo alívio) reparar
ir ao nível excessivo. ou substituir
máximo. boia; cortar
suprimento.
Emperra aberta Flutuador fica
Idem; reparar ou
(falha em fechar submerso; recipiente
Válvula de entrada Nenhum II Idem substituir válvula;
quando o nível pode ir ao nível
cortar suprimento.
sobe). máximo.
Emperra fechada Flutuador fica
Falta água, Reparar ou substituir;
(falha em abrir suspenso; recipiente
Válvula de entrada Suprimento cessa IV havendo água na conseguir suprimento
quando o nível pode ir ao nível
rede de entrada. externo.
desce). mínimo.
Desentupir,
Válvula de Falha em dar Inspeção a menos que
alívio (ladrão) vazão (entope). Nenhum Nenhum I periódica, teste. combinada com
outras, sem
importância.
Cortar suprimentos
Operação aparentemente Umidade:
(água, energia): utilizar
Válvula de entrada Flutuador fica normal; risco de acidentes infiltração; choque
Emperra aberta; água na descarga;
e válvula de alívio submerso; pode elétricos no recinto da IV nos registros;
entope. desentupir o ladrão;
(ladrão) transbordar. caixa: tubulação pode consumo
reparar ou substituir
ficar energizada. excessivo.
válvula.
Umidade;
infiltração;
Cortar suprimentos,
Recipiente (caixa) Rachadura; colapso. Variados. Suprimento cessa IV choque nos
reparar ou substituir.
registos; consumo
excessivo.
Fonte: De Cicco; Fantazzini, 2003.
143
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Deixe registrado se tratar de uma FMEA de produto ou processo. Essa é uma distinção
muito importante para nortear a análise que será conduzida.
› data da revisão;
› número da versão;
CAMPO 3 – Item.
144
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
Tenha clara a função do item examinado. Tenha em mente que as falhas serão
sempre uma inadequação a essa função, ou seja, uma redução de nível de
desempenho.
Entende-se por modos de falhas os eventos que levam associados a eles uma
diminuição parcial ou total da função do produto e de suas metas de desempenho.
Pergunte-se: de que maneiras esse produto (processo) pode falhar na
sua função estabelecida? Que poderia impedir que essa peça atenda as
especificações?
4. parâmetros operacionais;
7. parâmetros operacionais;
8. parâmetro de confiabilidade.
Entende-se por “efeitos das falhas” as formas como os modos de falhas afetam o
desempenho de sistema, do ponto de vista do cliente. É o que o cliente observa.
145
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
As causas das falhas devem ser descritas de tal maneira que possam ser propostas
ações preventivas. Conforme checklist de perguntas a serem feitas na montagem
de um relatório de falhas, este pode ser utilizado nas situações em que se estuda
um produto já em fabricação ou um processo em operação. Mesmo que não sejam
precisas, fornecem preciosos vestígios para a identificação dos modos e causas das
falhas.
146
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
É o índice que deve refletir a Severidade do efeito da falha sobre o cliente, assumindo
que o tipo de falha ocorra.
147
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Índice Conceito
1 Falha de menor importância.
Quase não percebidos os efeitos sobre o produto ou processo.
2a3 Provoca redução de performance do produto e surgimento gradual de ineficiência.
Cliente perceberá a falha, mas não ficará insatisfeito com ela.
4a6 Produto sofrerá uma degradação progressiva:
ineficiência moderada;
produtividade reduzida;
Início de frustração por parte do operador do processo ou cliente do produto;
Cliente perceberá a falha e ficará insatisfeito.
7a8 Mais de 50% a 70% das vezes não se consegue manter a produção, isso requer grande esforço do operador, há baixa eficiência e
produtividade, e alta taxa de refugo.
Em campo, o produto não consegue desempenhar a sua função.
O cliente perceberá a falha e ficará muito insatisfeito com ela.
9 a 10 Não se consegue produzir, colapso do processo. Problemas são catastróficos e podem ocasionar danos a bens ou pessoas.
Cliente ficará muito insatisfeito.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
É o índice que avalia a probabilidade de a falha ser detectada antes que o produto
chegue ao cliente.
Índice Conceito
1 Muito alta probabilidade de detecção.
2a3 Alta probabilidade de detecção. Em processos, ações corretivas são tomadas em pelo menos 90% das vezes em que os seus
parâmetros saem fora de controle.
4a6 Moderada probabilidade de detecção. Somente em 50% das vezes em que o processo sai de controle são tomadas ações corretivas.
7a8 Pequena probabilidade de detecção. Nível de controle muito baixo. Até 90% das peças produzida podem estar fora de especificação.
9 Muito pequena probabilidade de detecção. Não há nenhum tipo de controle ou inspeção.
10 Muito remota probabilidade de detecção.
A falha não pode ser detectada.
Fonte: Elaboração própria do autor, 2019.
Registra o produto dos três índices anteriores. Este índice é uma maneira de
hierarquizar as falhas e, consequentemente, hierarquizar as prioridades a serem
tomadas para sanar os problemas que a FMEA detectou até o momento.
148
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
Registre, de forma objetiva, as ações que devem ser conduzidas para bloqueio da
causa da falha ou diminuição da sua severidade ou ocorrência.
Os campos seguintes (16 a 20) deverão ser preenchidos após ter sido concluída a
análise via FMEA e implementadas as ações preventivas recomendadas.
7 ROTONDARO, R. G. SFMEA: análise do efeito e modo da falha em serviços - aplicando técnicas de prevenção na melhoria
de serviços. Prod., São Paulo, v. 12, n. 2, pp. 54-62, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0103-65132002000200006&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 3: Nov. 2019.
8 RABELO, M.H.S; SILVA, E.K; PERES, A.P. Análise de Modos e Efeitos de Falha na avaliação dos impactos ambientais
provenientes do abate animal. Eng. Sanit. Ambient., Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, pp. 79-86, Mar. 2014. Disponível em: http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-41522014000100079&lng=en&nrm=iso. Accesso em: 3 Nov. 2019.
149
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
150
CAPÍTULO 3
Análise de Árvore de Falha (AAF) ou
Fault Tree Analysis – (FTA)
Se, entretanto, dados confiáveis podem ser obtidos, a PRA pode provar ser um
dos mais eficientes métodos para a determinação do risco total de uma planta ou
processo. A PRA é utilizada especialmente para o estabelecimento de prioridades,
visando reduzir todas as probabilidades de falhas, devido ao fato de um evento
151
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
de uma série poder ser o mais provável e, portanto, ser um ponto lógico para a
intervenção imediata.
O evento indesejado recebe o nome de evento topo por uma razão bem lógica, já
que na montagem da árvore de falhas é colocado no nível mais alto. A partir deste
nível, o sistema é dissecado de cima para baixo, enumerando todas as causas ou
combinações delas que levam ao evento indesejado.
152
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
153
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
154
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
A FTA não necessariamente precisa ser levada até a análise quantitativa, entretanto,
mesmo ao se aplicar o procedimento de simples diagramação da árvore, é possível a
obtenção de um grande número de informações e conhecimento muito mais completo
do sistema ou situação em estudo, propiciando uma visão bastante clara da questão
e das possibilidades imediatas de ação no que se refere à correção e prevenção de
condições indesejadas. Tal procedimento é ilustrado em árvores de falhas representadas
nas figuras seguintes. As probabilidades dos eventos são calculadas, obedecendo-se às
determinações das comportas lógicas.
Fonte: Sell,1995.
155
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
#8
#7 Fusível não fecha o circuito Coluna D
Falha Falha
#9 #10
156
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
Evento 1 Evento 1
Evento 2
Evento 2 Evento de Alta
Probabilidade
Evento 1
Evento 1
E
E
Evento 2 Evento 3
Evento 3 Evento 2 Evento de Alta
Probabilidade
Evento 1 Evento 1
OU
Evento 2
Evento 2 Evento de
baixa
Probabilidade
Evento 1
Evento 1
OU
OU
Evento 3
Evento 2
Evento 3 Evento 2 Evento de
baixa
Probabilidade
157
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Análise qualitativa
A análise qualitativa consiste em determinar os seguintes elementos:
a. cortes mínimos;
Analisando a figura acima, pode-se chegar aos seguintes cortes mínimos necessários
para que o evento ocorra (observe da esquerda para direita):
158
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
Para se fazer uma análise qualitativa desta FTA é necessário obter os Cortes
Mínimos Reduzidos (CRM), ou seja, são os cortes mínimos que têm o menor
número de elementos suficientes para ocasionar a falha topo.
O corte CM5 contém partes pertencentes a outros cortes mínimos que mantêm
a coerência de levar a falha topo por si só. Portanto, é um corte mínimo
reduzido. Analogamente é o CM6. Finalmente, os cortes mínimos reduzidos
da FTA desse exemplo são:
CMR1 = (E1).
159
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
O evento E1 deve ser considerado o mais crítico por pertencer a um corte mínimo
de 1ª ordem; os demais eventos (E2, E3 e E4) pertencem a cortes mínimos de
segunda ordem.
Análise quantitativa
A análise quantitativa pode ser efetuada independentemente da análise qualitativa.
Nessa fase deve ser considerado que tipos de dados serão quantificados, o que sem
dúvida deverá depender do objetivo do FTA elaborado.
Para efetuarmos o cálculo do evento topo de um FTA, temos que utilizar os recursos
da Álgebra Booleana, como visto anteriormente, conforme apontado a seguir na
Tabela 29.
Acessem: https://3.bp.blogspot.com/-rTjrVojKI1c/V0KE5nk1D5I/AAAAAAAAIU8/
auuh55eYl4cbmSftJcnciLdno6VboWwVQCLcB/s1600/diez.jpg.
160
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
2. Os eventos são independentes uns dos outros a não ser que exista
uma relação de causa e efeito.
Para se calcular o evento Topo da árvore de Falha, mostrada na figura abaixo, tem-se
que utilizar as equações de álgebra Booleana, vistas anteriormente. Pode-se iniciar
o cálculo, partindo do evento tipo, top down, ou partindo dos eventos terminais
bottom-up.
161
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
T = E1 · E2
E1 = A + E3
E2 = C + E4
E3 = B + C
E4 = A · B
T = A · C + (B + C) · C + E4 · A + (B + C) · E4 =
= A · C + B · C + C · C + E4 · A + E4 · B + E4 · C
Como C · C = C, vem:
T = A · C + B · C + C + E4 · A + E4 · B + E4 · C
A · C + B · C + C + E4 · C = C
Portanto,
T = C + E4 · A + E4 · B
T = C + (A · B) · + (A · B) · B
T=C+A·B
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TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
O uso do cálculo na forma bottom-up pode ser mais trabalhoso, mas obtêm-se os
cortes mínimos de cada falha intermediária. Considerando a figura anterior, tem-se:
T = E1 · E2
E1 = A + E3
E2 = C + E4
E3 = B + C
E4 = A · B
T = (A + B + C) · (C + A · B) =
= A · C + A · A · B + B · C + B· A · B + C · C + C · A · B =
=A·C+A·B+B·C+A·B+C+A·B·C
T=C+A·B
163
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FTA FMEA
Identificação as causas primárias. Identificação das falhas críticas em cada componente, suas
causas e consequências.
Elaboração de uma relação lógica entre falhas primárias e
Objetivo
falha final do produto. Hierarquizar as falhas.
Análise da confiabilidade do sistema. Análise da confiabilidade do sistema.
Identificação da falha (evento) que é detectada pelo usuário Análise das falhas em potencial de todos os elementos do
do produto. sistema, e previsão das consequências.
Procedimento
Relacionar essa falha com falhas intermediárias e eventos Relação de ações corretivas ou preventivas a serem
mais básicos por meio de símbolos lógicos. tomadas.
Melhor método para análise individual de uma falha Pode ser utilizado na análise de falhas simultâneas ou
Característica específica. correlacionadas.
Básica
O enfoque é dado à falha final do sistema. Todos os componentes do sistema são passíveis de análise
Fonte: Sell,1995.
164
CAPÍTULO 4
Análise de Árvore de Eventos (AAE) Event
Tree Analysis (ETA)
Não confundir Série de Risco (SR) com AAE. Apesar de também ser chamada
de Análise de Árvore de Eventos (ETA) a SR é diferente de ETA e por isso é
preciso agora ser diferenciada para que se possa compreender melhor a forma de
apresentação da ETA.
Parte-se do Risco Inicial que é aquele que desencadeia todo o processo; passa-se
pelos Riscos Contribuintes que são os que, em função do primeiro, dão continuidade
ao processo de ocorrência do acidente; passa-se pelo Risco Principal que direta ou
indiretamente pode causar morte ou lesão, danos a equipamentos, a instalações,
degradação da capacidade funcional e perdas de materiais, chegando às as
consequências advindas do processo.
No gráfico da Série de Riscos, estão presentes ainda os Inibidores, que são todas as
medidas capazes de evitar a ocorrência ou a propagação dos efeitos dos riscos. Ao
modelar a Série de Risco, ela pode apresentar o inter-relacionamento dos riscos
de forma simples ou por meio de ligações “e” ou “ou” que permitem calcular a
probabilidade de Ocorrência do Evento Catastrófico.
165
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Figura 51. Sequência de eventos que podem levar a ruptura do vaso de pressão e os inibidores.
Riscos
Contribuintes
Risco
Eventos
Inicial
Catastróficos
Equipamentos
Pressão de Danificados
Risco
Operação
Principal
O
A
R
N
Inibições
Reduzir Localizar
Uso de Uso de Prover Pressão Usar Usar malha tanque Manter
secantes Aço parede com diafragmas metálica afastado pessoal
Revestido com a idade que envolvente do afastado da
ou sobrespessura do rompam para equipamento vizinhança
inox de tanque antes contenção susceptível do tanque
corrosão do tanque de
dano
Fonte: Sell,1995.
166
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A B C Cenário Probabilidade
A B C Cenário Probabilidade
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NÃO 0,200
NÃO 0,200
NÃO
0,999 NÃO 0,995
NÃO
NÃO 0,794
0,999
SIM 0,800
SIM 0,004
SIM 0,005
SIM 0,001
SIM 0,001
SIM 0,001
SIM 0,001
Exemplo
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Tempo
Ferramenta
de
Análise Orientação
de Ordem dos Sucessivos Estrutural
Confiabilidade
ACIMA FMEA
FMEA
Ordem dos coexistentes
AQUI ETA
Espaço
FTA
FTA
ABAIXO
Orientação
Sequencial ETAPRÉ ETAPÓS
169
CAPÍTULO 5
Estudo da Operabilidade e Perigo
(Hazard and Operability Studies –
HAZOP)
170
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
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TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
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UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Destilar 50% do solvente residual após término. Palavras-guia: menos. Desvio: Destilar solvente. Operador destilou apenas 15%.
Adicionar 3.000 litros de água para resfriar a mistura de Palavras-guia: nenhum. Desvio: Destilar sem adicionar Operador não adicionou água.
reação de 60°C. água.
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TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
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TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
Nós de estudo (Study Nodes): são os pontos do processo, localizados por meio dos fluxogramas da planta, que serão analisados nos casos em
que ocorram desvios.
Intenção de operação: a intenção de operação define os parâmetros de funcionamento normal da planta, na ausência de desvios, nos nós de
estudo.
Desvios: os desvios são afastamentos das intenções de operação, que são evidenciados pela aplicação sistemática das palavras-guia aos nós de
estudo (ex.: mais pressão), ou seja, são distúrbios provocados no equilíbrio do sistema.
Causas: são os motivos pelos quais os desvios ocorrem. A partir do momento em que um desvio tenha demonstrado possuir uma causa aceitável,
mesmos pode ser tratado como uma ocorrência significativa e analisado adequadamente. As causas dos desvios podem advir de falhas do sistema,
um estado de operação do processo não previsto (ex.: mudança de composição de um gás), distúrbios externos (ex.: perda de potência devido à
queda de energia elétrica) etc.
Consequências: as consequências são os resultados decorrentes de um desvio da intenção de operação em um determinado nó de estudo (ex.:
liberação de material tóxico para o ambiente de trabalho).
Parâmetros de processo: são os fatores ou componentes da intenção de operação, ou seja, são as variáveis físicas do processo (ex.: vazão,
pressão, temperatura) e os procedimentos operacionais (ex.: operação, transferência).
Palavras-guia ou Palavras-chave (Guide Words): são palavras simples utilizadas para qualificar os desvios da intenção de operação e para
guiar e estimular o grupo de estudo ao brainstorming. As palavras-guia são aplicadas aos parâmetros de processo que permanecem dentro dos
padrões estabelecidos pela intenção de operação. Aplicando as palavras-guia aos parâmetros de processo, em cada nó de estudo da planta em
análise, procura-se descobrir os desvios passíveis de ocorrência na intenção de operação do sistema.
177
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Unidade:
Mais Mais Vazão » Falha no arqueamento Visual » Transbordamento do tanque » Instalação de um medidor
do tanque; de ácido com perda de de nível para o tanque.
produto.
» Caminhão com » Instalação de chaves LSH
quantidade de produto » Danos à estrutura do tanque. e LSHH.
maior do que o tanque
» Danos aos equipamentos » Envio da nota fiscal do
comporta;
atingidos. Almoxarifado para o
» O tubo de inspeção não operador da ETA, para
» Geração de resíduos
é vedado; checar se a quantidade
químicos;
de ácido do caminhão é a
» O dreno do tanque está
» Gastos na manutenção do quantidade requisitada.
entupido;
tanque e equipamentos.
» Elevar o tubo de inspeção.
» O dreno do tanque está
» Gastos na descontaminação
mais alto do que o topo » Vedar o tubo de inspeção
do local.
do tubo de inspeção. com tampa rosqueada e
» Projeção de ácido sobre o juntas “o-ring”.
comando das bombas.
» Relocar botoeiras de
comando.
178
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
Figura 57. Esquema representativo dos nós da planta piloto abordados no Hazop.
A experiência Hazop, essencial para o líder, não é tão importante para o restante
da equipe. A maior desvantagem do Hazop refere-se ao período consumido e o
número de participantes, maiores do que nos outros métodos. O Hazop utiliza
segmentos ou nodos de pequenas divisões do processo, usando desenhos de
equipamentos, plantas de fábrica e instrumentos. Desvios de processos das
operações normais são avaliados pela aplicação de uma série de palavras guias,
cujas consequências são determinadas ao longo da análise com a probabilidade
relativa de cada ocorrência.
179
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
180
CAPÍTULO 6
Limitações da Análise de Riscos e
Resumo
181
UNIDADE VI │ TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Resumo
A Análise de Riscos teve sua origem na história antiga, há mais ou menos
setecentos anos, e seu uso baseava-se principalmente em traduzir os sinais dos
deuses. Com o decorrer do tempo, passou a ser usada de modo probabilístico
para prever e estimar valores de tempo de vida, e, mais tarde, na área financeira.
Seu uso em saúde do trabalhador é relativamente recente (PPRA,1994) e baseia-
se, principalmente, no modelo de Análise de Riscos, para prever perigos físicos,
químicos e microbiológicos que possam afetar a saúde humana.
182
TÉCNICAS ATRIBUÍDAS ESPECIFICAMENTE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO │ UNIDADE VI
Técnicas Qualitativas
Técnicas Quantitativas
Simulações Matemáticas
183
FINANCIAMENTO UNIDADE VII
DE RISCOS9
CAPÍTULO 1
Noções básicas e princípios de
administração de seguros
184
FINANCIAMENTO DE RISCOS │ UNIDADE VII
Seguro. É o método mais comum para a transferência dos chamados riscos puros e
em alguns casos dos especulativos.
185
UNIDADE VII │ FINANCIAMENTO DE RISCOS
b. Segundo princípio – a empresa não deve aceitar riscos cujo custo seja
superior a rentabilidade esperada da atividade geradora de tal risco.
Franquias
186
FINANCIAMENTO DE RISCOS │ UNIDADE VII
I IS
=
P VR
Seguros não proporcionais – neste tipo de seguro, não é cogitado o valor em risco
para o cálculo de indenização. O segurador paga pelos prejuízos ocorridos até o limite
da importância segurada sem aplicar o rateio.
I 1500
a. R$ 500 mil = I = 1,3 milhões
400 500
I 1500
b. R$ 1,5 milhões = I = 400 mil
400 1500
I 1500
c. R$ 2 milhões = I = 300 mil
400 2000
187
UNIDADE VII │ FINANCIAMENTO DE RISCOS
Vantagens Desvantagens
A indenização após uma perda garante a continuidade da operação, com O prêmio pode ser significativo e é pago antecipadamente à perda.
pequena ou nenhuma redução da operação.
A incerteza é reduzida, permitindo um planejamento a longo prazo. Tempo e dinheiro consideráveis são aplicados à escolha das
seguradoras e à negociação das condições.
Seguradoras podem prover serviços tais como: controle – a implantação de um programa de controle de perdas de perdas, análise de exposições e
determinação do valor – pode sofrer um relaxamento com a existência do seguro da perda.
Os prêmios de seguro são considerados como despesas dedutíveis para fins de imposto de renda.
Fonte: De Cicco; Fantazzini, 2003.
Retenção de riscos
Quando a empresa assume as possíveis perdas financeiras acidentais
decorrentes dos riscos do processo há a retenção de riscos. Essa atitude
corresponde a um plano financeiro da própria empresa para enfrentar perdas
acidentais. As formas de retenção de riscos podem ser classificadas em:
autoadoção (intencional e não intencional) e autosseguro (parcial e total). O
autosseguro pode ser diferenciado da autoadoção pelo fato de que essa última
não exige ou não prevê um planejamento formal.
Autoadoção
A adoção da retenção pode ser feita de várias maneiras diferentes:
188
FINANCIAMENTO DE RISCOS │ UNIDADE VII
Autosseguro
189
UNIDADE VII │ FINANCIAMENTO DE RISCOS
Transferência de riscos
A transferência dos riscos a terceiros pode ser realizada sem seguro, ou seja, por
meio de contratos, acordos ou outras ações, ou através de seguro convencional.
190
FINANCIAMENTO DE RISCOS │ UNIDADE VII
Para exemplificar esse conceito, toma-se como base uma aplicação em caderneta
de poupança, um investimento de baixo risco e pequenas taxas de juros, ao invés
de ser aplicado na própria empresa que possui taxas de retornos maiores, mas
também maiores riscos. Denomina-se de i a taxa de juros externa à empresa
(taxa mínima de atratividade) e r a taxa de retorno do capital investido na
empresa. A diferença entre r e i representa o custo de oportunidade (DE CICCO;
FANTAZZINI, 2003).
191
UNIDADE VII │ FINANCIAMENTO DE RISCOS
» Se, por outro lado, optar por adquirir um seguro, o valor do fundo
será aplicado na própria empresa.
192
Para (não) Finalizar
193
Referências
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