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Arquivos e Gestão do

Conhecimento: interfaces

Profª Dra Valéria Martin Valls


Novembro de 2010
Apresentação...

n Doutora e Mestre em Ciências da Comunicação /


Bibliotecária (ECA/USP);

n Coordenadora e docente da FaBCI e docente da


pós graduação da EPG / Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP);

n Consultora em gestão (qualidade, conhecimento e


informação).

@Valéria Valls 2010


Pontos a serem abordados...
n Panorama sobre a Gestão do Conhecimento

n O papel do arquivo na organização do


conhecimento explícito das Organizações e sua
contribuição para a implantação da Gestão do
Conhecimento Institucional.

@Valéria Valls 2010


Aspectos conceituais sobre a criação do
conhecimento nas Organizações, segundo
Davenport & Prusak
Dado Informação Conhecimento

Simples observações Dados dotados de relevância Informação valiosa da mente


sobre o estado do mundo e propósito humana
Facilmente estruturado Requer unidade de análise Inclui reflexão, síntese,
Facilmente obtido por Exige consenso em relação ao contexto
máquinas significado De difícil estruturação
Freqüentemente quantificado Exige necessariamente a De difícil captura em máquinas
mediação humana
Facilmente transferível Freqüentemente tácito
De difícil transferência

Banco de Dados Sistemas ou Serviços Sistemas para Gestão


de Informação do Conhecimento

@Valéria Valls 2010


A criação do conhecimento,
segundo Nonaka & Takeuchi

n A criação do conhecimento consiste na dinâmica das


atividades proporcionada pela interação entre elos
humanos, documentos, treinamentos, reuniões e
decisões que, essencialmente, constitui o processo sob o
qual a Organização retém, utiliza e repassa o conhecimento.

n O conhecimento se baseia em dados e informações mas, ao


contrário deles, está sempre ligado as pessoas.

@Valéria Valls 2010


Os tipos de conhecimento

n Conhecimento tácito

n Conhecimento explícito

@Valéria Valls 2010


Conhecimento Tácito
n No seu caráter subjetivo é caracterizado pela experiência e
pelo resultado da prática; é dificilmente visível e exprimível;
é altamente pessoal e difícil de formalizar; abrange idéias,
valores, emoções e ideais.

@Valéria Valls 2010


Conhecimento Explícito
n É objetivo e é caracterizado pela racionalidade, pela
seqüência e pela teoria.

n É sistemático (palavras, números, símbolos, etc).

n Refere-se àquele conhecimento articulado em linguagem


formal, externalizado, objetivo, tangível, documentado, que
se refere a textos, livros, relatórios, documentos escritos em
geral, sendo de fácil coleta, codificação e recuperação.

@Valéria Valls 2010


A espiral do conhecimento
Diálogo

conhecimento explícito
Construção do campo

Socialização Externalização

Associação do
Tácito ® Tácito Tácito ® Explícito

Internalização Combinação
Explícito ® Tácito Explícito ® Explícito

Aprender fazendo

@Valéria Valls 2010


Como se dá a construção do
conhecimento...

n A construção do conhecimento é um processo intrínseco,


individual; duas pessoas produzem conhecimentos
diferentes a partir da mesma informação (objeto);

n A maneira como cada um vê/absorve a informação – a


relação do indivíduo com o objeto – é que determinará o
conhecimento a ser construído.

@Valéria Valls 2010


GC: algumas definições
n “Conhecimento tem sido caracterizado como um
ativo e o modelo implantado para gerir o
conhecimento nas Organizações tem sido
denominado como Gestão do Conhecimento”
(Davenport & Prusak)

@Valéria Valls 2010


GC: algumas definições
n “É o processo sistemático de procura, seleção,
organização, análise e disponibilização da
informação, de modo que se possibilite aos
trabalhadores de uma Organização a compreensão
necessária e suficiente numa área de interesse
específico” (Knowledge Management Glossary)

@Valéria Valls 2010


GC: porquê?
n Somente as Organizações que aprendem
continuamente sobreviverão.

n Todas as Organizações geram e utilizam


conhecimento, mas poucas gerenciam este
conhecimento como elemento crítico para a sua
manutenção e evolução.

@Valéria Valls 2010


Objetivos e benefícios da GC, segundo
Davenport & Prusak

n Criar repositórios de conhecimento que reúnam


tanto conhecimento quanto informação,
principalmente documentos escritos.

– Estes repositórios podem ser de três tipos:


– conhecimento externo (inteligência competitiva);
– conhecimento interno estrutural (relatórios, produtos,
procedimentos, documentos arquivísticos e técnicas);
– conhecimento interno tácito ou informal.

@Valéria Valls 2010


Objetivos e benefícios da GC, segundo
Davenport & Prusak

n Proporcionar ou aumentar o acesso à informação


e ao conhecimento, facilitando sua difusão dentro
da organização.

– São enfatizados a conectividade, o acesso e a


transferência de informação e conhecimento.
– A base para tais processos são as tecnologias digitais que
garantem a alimentação, o acesso e a transferência em
tempo real.
– O estabelecimento de normas e padrões são essenciais
para organizar a memória digital.

@Valéria Valls 2010


Objetivos e benefícios da GC, segundo
Davenport & Prusak

n Criar um ambiente positivo onde a criação,


transferência e uso do conhecimento sejam
valorizados. Isso envolve visão, valores e
comprometimento das lideranças dispostas a
encorajar a criatividade individual e o trabalho em
equipes multifuncionais.

n Reconhecer o conhecimento como um bem e


enfatizar seu valor para a Organização.

@Valéria Valls 2010


Elementos essenciais para a efetiva
Gestão do Conhecimento

Tecnologia
Alta Direção
da Informação

GESTÃO DO
CONHECIMENTO

Gestão de Serviços de
Pessoas Informação

CULTURA
ORGANIZACIONAL

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Como organizar o conhecimento?

n Os ativos intangíveis de uma Organização podem


ser analisados, avaliados e administrados, mas
precisa-se de outras abordagens e instrumentos
em vez de administrar os fatores tradicionais de
produção.

@Valéria Valls 2010


Etapas para a Organização / Gestão
do Conhecimento, segundo
Davenport & Prusak

n Geração
n Codificação
do conhecimento
n Transferência

@Valéria Valls 2010


O conceito de arquivo

n Arquivo pode ser conceituado como uma


acumulação ordenada de documentos, em sua
maioria textual, criada por uma instituição ou
pessoa, no curso de sua atividade, e preservados
para a consecução de seus objetivos, visando à
utilidade que poderão oferecer no futuro (Paes,
2004).

@Valéria Valls 2010


Finalidade do arquivo

n Um arquivo é, basicamente, um espaço onde são


física ou eletronicamente retidos os documentos
gerados ou recebidos por uma pessoa ou
organização;

n Essa retenção prevê processos como: seleção,


organização, manutenção / guarda, conservação,
disponibilização, acesso, etc.

@Valéria Valls 2010


Finalidade do arquivo

n O arquivo atua como um “espelho” da


Organização, já que através dele é possível
demonstrar o passado, as práticas atuais e até
mesmo antever o futuro, através do acesso a
relatórios, planejamentos e projetos estabelecidos.

@Valéria Valls 2010


Arquivo X GC

n A manutenção de um arquivo contempla uma


iniciativa extremamente relevante da Gestão do
Conhecimento, que é o repositório de
conhecimento explícito.

@Valéria Valls 2010


Arquivo X GC

n Torna-se grande fonte de conhecimento para a


tomada de decisão;

@Valéria Valls 2010


Arquivo X GC

n Mantém conhecimento acessível, capaz de


apoiar atividades, otimizando processos
operacionais, táticos e estratégicos e integrando a
Organização em relação às suas práticas técnicas,
comerciais, administrativas, etc;

@Valéria Valls 2010


Arquivo X GC

n Impulsiona o re-uso do conhecimento e a


interação humana, fomentando o ambiente de
aprendizagem tão difundido pelos defensores da
Gestão do Conhecimento.

@Valéria Valls 2010


Interface Arquivo X GC

n Atividades como classificação, avaliação e


descrição arquivística conceitualmente podem
ser relacionadas aos processos de organização do
conhecimento, com a indexação de
conhecimento explícito e disponibilização em
Portais ou repositórios;

@Valéria Valls 2010


Interface Arquivo X GC

n A Tabela de Temporalidade Documental,


instrumento clássico da arquivística torna-se
elemento indispensável na classificação e
avaliação da extensa massa documental
disponível nas Organizações que gerenciam seu
conhecimento de maneira integrada;

@Valéria Valls 2010


Interface Arquivo X GC

n A manutenção do arquivo contempla a premissa


básica da Gestão do Conhecimento que está
relacionada com o acesso ao conhecimento por
parte dos tomadores de decisão.

@Valéria Valls 2010


Interface Arquivo X GC

n Documentos organizados promovem a


democracia no acesso à informação, evitando
conhecimento entesourado em uma área ou
pessoa, tão comum nas Organizações, muitas
vezes encarado como uma forma de reter poder e
manipular situações;

@Valéria Valls 2010


Interface Arquivo X GC

n A organização do conhecimento prevê outros


suportes, além do tradicional meio físico (papel).
Os arquivistas devem ampliar seu campo de
atuação, entendendo que na Gestão do
Conhecimento o conhecimento certamente é
encontrado em diferentes suportes (mídias digitais,
por exemplo) e que as técnicas tradicionais
podem e devem ser customizadas;

@Valéria Valls 2010


Interface Arquivo X GC

n A taxonomia, largamente propagada pelos


profissionais de Tecnologia da Informação, tem
sua base conceitual muito próxima a da
classificação arquivística.

n Há um espaço de atuação muito amplo nesse


sentido, apoiando as equipes de tecnologia na
concepção e implantação de Portais de
Conhecimento ou outras formas de acesso e
retenção de conhecimento;

@Valéria Valls 2010


Interface Arquivo X GC

n A implantação das comunidades de prática prevê


a participação de profissionais que conheçam a
Organização, seus funcionários, suas atividades e
os processos do negócio.

n O arquivista pode atuar como mediador entre as


necessidades de conhecimento e as fontes
disponíveis, muitas vezes fontes “humanas”,
encontradas na própria Organização.

@Valéria Valls 2010


Considerações finais

@Valéria Valls 2010


Reforçando...
n Os arquivistas podem e devem se integrar aos
projetos e iniciativas de Gestão do Conhecimento
em suas Organizações.

n Uma das etapas fundamentais é conhecer e


entender melhor os conceitos e fundamentos da
Gestão do Conhecimento, tentando “desnudar”
os termos e conceitos utilizados, observando
sua sinergia com as práticas da própria
gestão arquivística.

@Valéria Valls 2010


Recado final!

Em Gestão do Conhecimento não há


reserva de mercado nem corporativismos:

o espaço existe e será ocupado pelos


profissionais que demonstrarem
mais competência.

@Valéria Valls 2010


Obrigada

Valéria Valls
valls@uol.com.br

@Valéria Valls 2010

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