2017/18
Unidade de formação
Teoria e Metodologia do Treino Desportivo
Subunidades
1. Rendimento Desportivo Horas previstas: 1,5
2. Planeamento da Formação Desportiva Horas previstas: 3
3. Sessões de treino Horas previstas: 1,5
aguda
adaptação
extragenética
reserva de
adaptação (teto
genético)
Princípios
biológicos
Princípios
de treino
Princípios Princípios
pedagógicos Metodológicos
2.3. Definição dos principais objetivos/conteúdos das várias fases de preparação a longo prazo
2.3.1. Etapa da Formação Geral I – Petizes (S7)
Esta etapa é o pilar do modelo de formação geral, tendo como objetivos contribuir para a educação e
formação dos petizes. Nesta fase, pretende-se tornar o Futebol/futsal apelativo para as crianças, de modo
CONTEUDOS
1º Princípio de ataque - Penetração
Finalização X Impedir a finalização 1. Ações individuais ofensivas
Condução
Princípios Específicos Ataque / Defesa Remate (pés e cabeça)
Drible, finta e simulação
Penetração / Contenção 1.1 Técnica de lançamento linha lateral
1 X 0 + G.R 1º Princípio da defesa - Contenção
1 X 1 + G.R 2. Ações individuais defensivas
Técnica de marcação – Alguns princípios gerais
Desarme
3. Técnica do Guarda-redes
Conteúdos Físicos
Nesta etapa é fundamental respeitar o modelo das fases sensíveis de treinabilidade durante a infância e a
juventude. Devemos procurar treinar a velocidade de reacção, deslocamento e execução, o ritmo, a
resistência aeróbia, a flexibilidade, o equilíbrio, a orientação e a coordenação geral/específica.
Conteúdos Psicológicos
No que concerne a esta temática, deveremos concentrar-nos nas competências psicológicas básicas e
avançadas, nomeadamente a motivação para a prática desportiva, a concentração, a autoestima, o foco
atencional e a imagética. A nível das capacidades cognitivas devemos estimular a criatividade e a
capacidade de raciocínio do jovem atleta. É importante salientar que estamos numa fase de jogo
deliberado, na qual se pretende contribuir para a formação do jovem atleta ao invés de se perseguir
resultados desportivos. Em suma, a função do treinador será a de “alimentar”, apoiar e desenvolver todas
2.3.2. Etapa da Formação Geral II, III e IV – Traquinas (S9), Benjamins (S11), Infantis (S13)
Nestas etapas deve-se continuar a prosseguir os objetivos de ordem educativa e formativa, procurando
incidir na integração social dos jovens atletas e na orientação desportiva dos mesmos. Procura-se dar
continuidade ao trabalho feito na etapa anterior, tentando elevar a qualidade da prestação competitiva.
Conteúdos técnico-táticos
Quando observamos um jogo de futebol/futsal minimamente organizado, verificamos uma relação de
oposição/cooperação na qual, para esta se tornar eficaz, exige por parte dos seus intervenientes nas
situações de jogo, comportamentos que respondem positivamente aos objetivos pretendidos pela equipa.
Nesta etapa de formação propomos (quadro 2) o ensino/treino do 1º, 2º e 3º princípio do ataque e da
defesa e as respetivas ações técnico-táticas que suportam os respetivos princípios.
CONTEUDOS
1º Princípio de ataque - Penetração
Finalização X Impedir a 1. Ações individuais ofensivas
finalização Condução
Princípios específicos ataque / Remate (pés e cabeça)
defesa Drible, finta e simulação
1.1Técnica de lançamento linha lateral
Penetração / Contenção 1º Princípio da defesa - Contenção
1 X 0+ G.R 2. Ações individuais defensivas
1 X 1+ G.R
Técnica de marcação – Alguns princípios gerais
Desarme
3. Técnica do Guarda-redes
Conteúdos Físicos
Nesta etapa deve-se continuar a respeitar o modelo das fases sensíveis de treinabilidade durante a
infância e a juventude. Devemos procurar treinar a velocidade reação, deslocamento e execução em
regime de finalização, a resistência base em regime técnico (Ações individuais), a flexibilidade, o equilíbrio
e a coordenação geral e específica Início do trabalho de força “construção muscular”, no escalão de
infantis A, através do treino funcioal para os membros superiores (flexões/abdominais/dorsais e multi-
lançamentos com a bola medicinal – 2 kilos), e membros inferiores “deficit de força”, (coordenação
intermuscular e intramuscular), através multi-saltos, pés juntos, saltar à corda, tração à corda, e exercícios
de finalização em regime anaeróbio.
Conteúdos Psicológicos
A divisão do treino nos seus diferentes fatores, treino físico, técnico, tático e psicológico, é fundamental
para a compreensão do funcionamento particular de cada um destes componentes, embora, na prática se
Conteúdos técnico-táticos
O problema primário que se coloca ao indivíduo que pratica esta modalidade, é sempre de natureza tática,
no qual os fatores de execução técnica são determinados por um contexto tático. Deste modo, uma das
regras básicas no processo ensino/treino é transmitir aos atletas, tudo o que está inerente às fases de jogo,
isto é, devemos procurar que os nossos atletas, respeitem de forma imperiosa os princípios específicos,
pois só assim é que conseguimos transmitir uma certa lógica ao jogo, permitindo assim, uma evolução no
domínio tático. Os princípios de jogo permitem aos jogadores a utilização de uma linguagem comum,
originando uma melhor seleção e articulação das ações técnico-táticas, a partir das quais se desenvolve a
expressão tática da equipa. Os jogadores devem ter consciência da importância dos princípios de jogo,
pois estes valorizam constantemente o desenvolvimento eficaz da equipa, tanto no processo ofensivo
como no processo defensivo, contudo, não devemos restringir alguma liberdade de ação dos jogadores.
Em cada situação de jogo o atleta deve ter toda a liberdade de agir e decidir por um comportamento mais
adaptado à situação de jogo, salvaguardando sempre os interesses e objetivos da equipa. Desta forma,
nesta etapa procura-se aperfeiçoar a realização do 1º, 2º e 3º princípios específicos do ataque e defesa
(quadro 3).
Conteúdos técnico-táticos
O grande objetivo nesta etapa de formação é permitir que esta seja contínua, regular e sistematizada
apontada, segundo uma ordem programática racional e de complexidade crescente, em que a formação
desportiva deverá incidir no plano cognitivo e motor do atleta, isto é, saber fazer e fazer sabendo. A
melhoria da componente técnica (meio de fazer) deverá ser feita através do aumento da velocidade ou da
eficácia das ações técnico-táticas ou de ambas, no entanto, devemos ter em consideração que o
crescimento e o desenvolvimento das estruturas biológicas do jovem atleta ainda não se encontram
finalizado. Os conteúdos técnico-táticos, são todos os itens definidos nos conteúdos programáticos das
etapas anteriores, procurando atingir a excelência desportiva.
Conteúdos Físicos
Nesta etapa deve-se continuar a respeitar o modelo das fases sensíveis de treinabilidade durante a
infância e a juventude, procurando treinar a velocidade reação, deslocamento e execução em regime de
finalização, a velocidade resistente, a resistência base em regime técnico e em forma de corrida contínua,
a resistência específica em forma de jogos reduzidos e jogo formal, a flexibilidade. O trabalho de força
Conteúdos Psicológicos
Continuar o treino das competências psicológicas avançadas introduzida na etapa anterior. Perceber a
muldimensionalidade (intensidade – o quanto quero, direção – o que quero, persistência – durante quanto
tempo quero) do conceito da motivação, nesta fase, já deve estar adquirido e treinável. Continuar a
introduzir nesta etapa noções de responsabilidade, nomeadamente a nível da assiduidade,
comportamento, cumprimento dos horários e do regulamento interno. Estimular a combatividade, a
determinação, rigor, coragem, espírito de sacrifício durante os treinos e jogos e a definição de objetivos
desportivos e profissionais para cada atleta. Implementação de um programa de treino de competências
psicológicas para o controle da ansiedade, melhoria da “auto-instrução”, aumento dos níveis de
concentração e foco atencional, e controlo dos níveis de frustração, ou seja, a preparação mental pré-
competitiva, e competitiva. Torna-se fundamental estimular uma dinâmica de vitória.
Conteúdos técnico-táticos
Nestas etapas, propomos a consolidação de todos os itens definidos nos conteúdos programáticos das
etapas anteriores.
Conteúdos Físicos
Ao nível das aptidões físicas, devemos dar enfâse os desenvolvimentos da resistência intermitente de alta
intensidade, à potencialização da Potência máxima/Sprinte máximo, a agilidade e a coordenação
específica (técnica de futebol). Devemos também treinar a velocidade reação, deslocamento e execução, e
a velocidade resistente. O trabalho de força muscular básico poderá ser realizado com máquinas
convencionais (repetição máxima - RM), pesos livres ou com o peso do próprio corpo. O treino de força
funcional máxima “Potência muscular” deverá ser através do treino pliométrico. Como forma de prevenção
de lesões devemos aplicar exercícios propriocetivos, equilíbrio e de flexibilidade.
Conteúdos Psicológicos
O escalão sub-19 marca uma etapa especial no desenvolvimento desportivo dos atletas, deixa-se de se
olhar para a modalidade de uma forma tão descontraída, e começa-se a exigir rendimentos mais elevados
“trainings to win”, periodizado por objetivos. Assim, devem ser acolhidos preferencialmente os atletas que
estejam psicologicamente determinados a entregar-se ao treino, ao esforço e ao elevado compromisso que
esta fase requer. Deve-se implementar um programa de treino das competências psicológicas para o
controle da ansiedade pré-competitiva e competitiva, melhoria do Auto diálogo positivo “discurso interno”,
aumento dos níveis de concentração e foco atencional, e controlo dos níveis de frustração. Devemos
intensificar a preparação psicológica, ao nível da resiliência, motivação, coesão social e na tarefa,
liderança, comunicação, controlo emocional, lidar com situações de frustração, tomadas de decisão, e
atribuições causais. Introduzir noções de responsabilidade, nomeadamente a nível da assiduidade,
cumprimento dos horários, do regulamento interno, cumprimento das regras alimentares e de repouso e
estimular uma definição de objetivos desportivos e profissionais para cada atleta, preparando a transição
para o escalão sénior.
Carlos Miragaia (AFA) 20
Comportamentos técnico-táticos
Formar um jogador que seja capaz de vir a integrar a equipa principal do clube, dotado de dimensões de
natureza tático/técnica, física e psicológica é um dos grandes objetivos de todo o processo de formação.
Futebol
Guarda-Redes (Jogador 1)
Tática (em organização ofensiva)
Colocação posicional em função do centro do jogo (posição da bola); Em posição de receber o passe atrás
sempre que for solicitado pelos colegas de equipa; Decidir (jogar em profundidade, conservar a posse de
bola, sair curto).
Tática (em organização defensiva)
Posição correta em função da linha de 4 do setor defensivo; Comunicação com os pares; Controlar as
diferentes formas de defender (a baliza, a área, o ½ campo); Sempre em atitude de pensar e executar;
Controlo visual do remate e dos cruzamentos em função do pé utilizado; Interpretação do processo
ofensivo adversário: Controlo da profundidade em situação de jogo; Em jogadas de bola parada ter a
noção posicional em função do pé dominante e não dominante; Domínio dos apoios nas situações
1X0+GR.
Qualidades técnicas
Qualidade no passe com os pés em distâncias curtas, média, e longa; Reposição da bola com as mãos e
com os pés.
Qualidades físicas
Velocidade em curta e média distância; Velocidade de análise e reação; Boa impulsão; Força para
defender a bola; Poder nos duelos (no ar e 1X1); Força de lançamento com as mãos e pés.
Qualidades psicológicas
Disciplinado e responsável; evitar riscos; Líder; Autoritário; Capacidade de comunicação.
Guarda-Redes
Comportamentos tático-técnico com posse de bola
Reposição imediata da posse de bola; Leitura de jogo; Técnica individual específica de GR; Técnica de passe
(pé Dto/esq.).
Comportamentos tático-técnico sem posse de bola
“Liderança” defensiva – comunicador; Concentração/atenção
Fixo
Comportamentos tático-técnico com posse de bola
Privilegia o passe – qualidade de passe (pé dto./esq.); Leitura de jogo; “Liderança” Ofensiva
Comportamentos tático-técnico sem posse de bola
Capacidade de desarme e interceção; rápida recuperação posicional; “Liderança” defensiva
Ala Esquerda/direita
Comportamentos tático-técnico com posse de bola
“Fecha” por dentro; “Abrir” o jogo (Mobilidade) – criação de linhas de passe; Capacidade de remate; assume
1 X 1 (repertório no drible)
Comportamentos tático-técnico sem posse de bola
Noção de contenção; rápida recuperação posicional; Capacidade de desarme (1X 1); Agressividade
defensiva – Capacidade de “choque”.
Pivot
Comportamentos tático-técnico com posse de bola
Capacidade de remate (pé dto/esq.); Mobilidade constante – desmarcações de rutura; Forte no 1 X 1;
Qualidade na condução e na receção da bola; Uso frequente de combinações – “tabelas.
Comportamentos tático-técnico sem posse de bola
“Fecha” as linhas de passe; Pressão sobre o portador da bola; Compensações na posição de ala se for
necessário – Noção do 3º princípio da defesa (equilíbrio).
A aplicação da carga de “treino” deverá ser sistematizada tendo em conta que na puberdade podem existir
desvios entre a idade cronológica (idade) e o estádio de desenvolvimento maturacional (idade biológica).
2.4.1. Força
A base estrutural biológica da força é a musculatura, em que no homem 40% da massa corporal é constituída
por músculos e na mulher 35% da massa corporal é constituída por músculos. No entanto, as melhorias
precoces da força não resultam da hipertrofia muscular, mas sim da capacidade do sistema nervoso central
em ativar/estimular os músculos. O desenvolvimento da força faz-se através do treino durante a pré-
puberdade e a puberdade. Os maiores ganhos são conseguidos após a puberdade (aumento da massa
muscular, resultante do aumento da produção da testosterona), duas vezes mais do que na puberdade.
2.4.2. Resistência
A medida que a coordenação e a execução dos movimentos se tornam mais eficientes, os futebolistas
melhoram as suas prestações de resistência através de uma diminuição do custo energético da atividade
sem aumentado o consumo de oxigénio (VO 2 max). Durante a puberdade o VO 2 max melhora nos rapazes e
nas raparigas estando relacionado com o aumento da massa muscular e com as mudanças das dimensões
AFA 26
corporais. A eficiência do sistema de transporte de oxigênio atinge o seu máximo no período pós-pubertário,
com o prolongamento da idade adulta. No futebol/futsal, a resistência, em ambas vertentes aeróbias e
anaeróbias devem ser treinadas recorrendo aos exercícios específicos da modalidade através de jogos
reduzidos, circuitos e pela participação da criança em atividades como brincar, jogos, andar de bicicleta,
nadar, etc. À medida que se acentua um envolvimento progressivo da duração das sessões de treino, mais
treinos por semana, mais exercícios, mais repetições por sessão a melhoria da resistência acentua-se. Esta
poderá ser treinada integrada com a componente tática/técnica, ou através da corrida contínua e por último
através do treino intervalado no final da fase pubertária. O quadro 5 apresenta-nos planificação do
desenvolvimento da resistência (Jacquemoud, 1994) ao longo da idade cronológica.
Resistência Resistência
Resistência aeróbia
anaeróbia alática anaeróbia lática
≤ 13 anos + -- ++
13-15 anos ++ + ++
≥ 18 anos ++ +++ ++
Quadro 5 - Planificação do desenvolvimento da resistência.
2.4.3. Velocidade
Mesmo sabendo que a velocidade está dependente do genótipo “património genético” do jovem futebolista,
esta poderá ser melhorada com o treino. As várias formas de manifestação da velocidade de reação,
deslocamento e execução evoluem continuamente entre os 5 e os 17 anos. Nos rapazes a fase sensível para
a melhoria desta capacidade é ente os 7 e os 9 anos e entre os 13 e os 17 anos. Nas raparigas é ente os 6 e
8 anos e entre os 11 e os 13 anos. Salienta-se que as melhorias desta capacidade estão relacionadas com
as melhorias da força e da coordenação, existindo uma interdependência entre as capacidades motoras,
sendo fundamental a combinação da velocidade com a força para a capacidade de aceleração em várias
direções e para a capacidade de travagem e acelerar rapidamente noutra direção.
AFA 27
deve ser introduzido a partir da puberdade. O quadro 6 apresenta-nos a importância do trabalho de
velocidade (Jacquemoud, 1994) e a evolução dos exercícios em função da idade.
AFA 28
do jogo “treino específico”, devendo ser aplicado a todos os jogadores numa fase muito precoce da pré-
época “período preparatório” e em paragens prolongadas do campeonato numa perspetiva de suporte para
outras manifestações das capacidades condicionais ou durante toda a época em atletas que apresentam
debilidades osteoarticulares, de equilíbrio e de coordenação específica generalizada. Apesar do treino destas
capacidades possa ser realizado na generalidade das sessões de treinos, devemos procurar incluir a sua
exercitação na parte preparatória ou no início da parte fundamental do treino.
2.4.5. Flexibilidade
Uma flexibilidade insuficiente dificulta a aprendizagem e a execução das técnicas, impossibilitando ainda a
manifestação adequada das capacidades de força, velocidade e coordenação. As raparigas são
normalmente mais flexíveis do que os rapazes, durante a pré-puberdade. Após a puberdade os rapazes
evidenciam um decréscimo devido ao aumento da estrutura, da força e da massa muscular. As raparigas, à
medida que se aproximam da adolescência a sua evolução tende a estagnar. Os seus modos de exercitação
poderão ser estáticos ou dinâmicos e pela facilitação neuromuscular propriocetiva (PNF). O quadro 7
apresenta-nos a descrição dos métodos referidos.
Método Descrição
Estático A posição de estiramento é obtida sem movimento articular nem contração voluntária das
massas musculares. Mantém-se a posição durante aprox. 30 seg
Dinâmic Consiste num movimento rápido, com grande amplitude, produzido pelo peso do corpo
o ou pela contração muscular do antagonista.
PNF 1º - O estiramento inicia-se no modo estático, no limite da capacidade do músculo aprox
30 seg.
2º - Contração isométrica do músculo em estiramento (aprox. 10 seg.) e relaxamento de
seguida;
3º - Cuidadosamente, devemos forçar a elasticidade muscular um pouco mais.
Quadro 7 – Métodos de treino do treino da flexibilidade
Pessoalmente, o método que melhor se enquadra com a exigência do futebol é o método Facilitação
Neuromuscular Propriocetiva “PNF” sendo uma técnica realizada através de uma alternância entre os
processos de contração e relaxamento dos músculos agonistas e antagonistas. Baseia-se em dois princípios:
i) o relaxamento da massa muscular é maior após a contração do músculo (inibição autogénica); ii) o
relaxamento de um dado músculo é maior quando o seu antagonista contrai (inibição recíproca). O trabalho
de flexibilidade deve ser feito durante toda a época desportiva, e sempre que possível diariamente, pois
quanto maior for a frequência de treino desta capacidade, mais efeitos de treino obtemos. Na unidade de
treino deve ser incluída no aquecimento, na transição entre os exercícios e na parte final do treino.
AFA 29
Em síntese, a metodologia das capacidades motoras (fig. 4), na maioria das vezes deverá respeitar a
integridade e a especificidade do jogo, no qual devemos direcionar a preparação dos nossos jogadores num
sentido individual e coletivo respeitando os espaços (zona do campo) e os deslocamentos que habitualmente
frequentam durante o jogo aproximando-o das exigências fisiológicas do nosso modelo de jogo e em
determinados momentos devemos treinar as capacidades motoras fora do contexto do jogo em que
procuramos dotar os nossos atletas de uma preparação geral.
AFA 30
competitivo e às exigências fisiológicas da competição. Os modelos de periodização habitualmente
considerados no futebol são concebidos numa estrutura anual “macrociclo”, mensal “mesociclo” e semanal
“microciclo” tendo como princípio metodológico o aumento progressivo e a alternância das cargas
(intensidade/volume) e da frequência do treino. Desde a década de 60, que vários investigadores têm
apresentado alguns modelos de periodização.
Matveiev, propõe um modelo “periodização simples”, que consiste na divisão do processo anual em três
períodos fundamentais (período preparatório com uma duração entre os 3 e os 7 meses; período competitivo
com uma duração entre 1 a 2 meses; período transitório com a duração de um mês).
Em 1971, Arosiev, propõe o modelo pendular, em que divide o processo anual em ciclos mensais ou
trimestrais, que consiste na alternância sistemática entre as cargas de treino gerais e específicas, isto é, à
medida que se aproximavam as competições mais importantes dever-se-ia aumentar os estímulos “cargas”
específicas e decrescerem os estímulos relacionados com as “cargas” gerais.
Em 1974, Vorobjev, concebe um modelo por “saltos” dirigido a halterofilia, que consiste na aplicação das
cargas de treino por saltos, tanto em termos de volume como intensidade por forma a evitar a habituação
neuromuscular aos estímulos sempre constantes da carga.
Tschine, propõe um modelo consubstanciado numa periodização de alta intensidade durante todo o
processo anual, utilizando preponderantemente exercícios especiais e de competição, em que a preparação
da equipa é alicerçada na realização de um número significativo de jogos de treino “intensidade específica”.
Antes do começo do período competitivo e a meio deste, para que os praticantes estejam suficientemente
“descansados” propõe a utilização de intervalos profiláticos “microciclo de recuperação” que poderá ser numa
proporção de (1:1; 2:1; 3:1, ou 4:1) entre o número dos mesociclos e o número de microciclos.
Por último, Bondartchouk, propõe um modelo de periodização dupla com base em duas ideias
fundamentais: i) considera o praticante como uma unidade “treino integrado dos conteúdos de treino”; ii)
elimina a preparação geral, pois, os exercícios utilizados neste período são de duvidosa transferência
positiva para os gestos específicos mais utilizados em competição, utilizando os exercícios gerais como
meios de recuperação. O quadro 8 apresenta-nos a periodização (Miragaia, 2016) do treino a adotar em
diferentes fases de evolução dos atletas/equipas.
AFA 31
Relação Volume
Etapas de entre treinos de Modelo de Dinâmica das cargas
Escalão Periodização
Competição treino e treino / periodização (intensidade/volume)
competição horas
2x
Formação
Futebol 5 Sub 6 e 7 80:20 semana Arosiev Pendular ---
geral I
/ 2h
3x
Formação Sub 8 a
Futebol 7 75:25 semana Arosiev Pendular 50:50
geral II a IV 13
/ 4h
Formação 4x
Sub 14- Matveiev Simples
Futebol 11 pré- 70:30 semana 60:40
15 Bondartchouk Dupla
Futsa especializada / 6h
l 4x
Formação Sub 16- Bondartchouk Dupla
Futebol 11 70:30 semana 60:40
especializada 17 Tschine Tática
/ 6h
4/6 x
Formação Sub 18- 65:35 Bondartchouk Dupla
Futebol 11 semana 70:30
rendimento 19 70:30 Tschine Tática
/ 6-9h
Formação 60:40 5/6 x
Sub Bondartchouk Dupla
Futebol 11 Alto 70:30 semana 80:20
≥ 19 Tschine Tática
rendimento 80:20 / 7-9h
Quadro 8 – Modelos de periodização
AFA 32
A parte principal representa entre 60 a 80 minutos da duração do treino (entre 50% a 70% da totalidade da
sessão de treino). Nesta parte deve ser organizada com exercícios destinados à aprendizagem,
aperfeiçoamento, ou ao desenvolvimento das ações técnicas, táticas e fisiológicas.
i) Modelo do Esforço
AFA 33
Correlaciona a atividade com as reações e adaptações do organismo às exigências do esforço relativamente
à intensidade e estimulação do jogo, expressando-se pelos fatores volume, intensidade e complexidade. Esta
análise tem como objetivo definir as qualidades motoras requeridas pelo jogo e caracterizar a carga de jogo
no que concerne à complexidade da atividade motora, ao volume e a intensidade.
3.3. Exercício de treino como elemento integrador das diferentes componentes do treino
Como selecionar e como organizar um exercício que responda a uma forma adequada, às exigências de uma
determinada situação, são duas interrogações cujas respostas implicam uma reflexão permanente e
constante. VITTORS, considera "o treino desportivo como sendo um processo que se concretiza com a
realização do exercício", em que este ocupa um papel importante e nuclear no processo de treino. Vários
autores têm-se debruçado sobre esta problemática havendo unanimidade sobre a importância do exercício
no processo de treino. Destacamos, entre outros, BOMPA; MATVEIEV; KORCEK; HARRE e
TEODORESCO. Para HARRE, os exercícios são "um meio mais importante para a elevação dos
rendimentos desportivos". Deste modo, um dos aspetos mais importantes do treino é escolher, de uma forma
criteriosa, aqueles que se "mostrem mais efetivos e eficazes para o desenvolvimento do rendimento
desportivo". No seguimento deste raciocínio compete ao treinador, selecionar o exercício que permita uma
relação de causa-efeito, de modo que a equipa/atleta atinja o rendimento desportivo. Para que esta relação
esteja em consonância a estrutura e a organização dos exercícios deverá obedecer a uma “ identidade” e a
AFA 34
uma “especificidade”, isto é, os exercícios de treino deverão reproduzir parcialmente ou integralmente o
conteúdo, a forma e a estrutura do jogo. Por conseguinte, estruturar o exercício correlacionando com a lógica
didática (treino) com a lógica interior dos modelos de jogo, com a estrutura tático estratégica e com os
sistemas táticos, é das tarefas mais difíceis e aliciantes que se coloca ao treinador de futebol/Futsal.
Didática A
O jogo é como que o resultado de funções técnicas e táticas parciais cujo domínio (parcelar) permite lograr o
êxito global. Este modelo, assenta numa formação individual/jogador através da aquisição e aperfeiçoamento
de elementos técnicos e táticos elementares que são sistematicamente associados até se reconstruírem num
todo. Os exercícios organizados e estruturados seguem uma progressão de complexidade crescente que
consiste na análise dos elementos que constituem o conteúdo do jogo, na aprendizagem, aperfeiçoamento
ou desenvolvimento sistemático dos elementos em questão, na aprendizagem, aperfeiçoamento ou
desenvolvimento do jogo pela síntese dos diferentes elementos e na aprendizagem, do jogo pelo jogo, do
jogador em situações de jogo. A organização do treino consiste na estruturação e organização de exercícios
para o desenvolvimento das qualidades físicas; exercício para aprendizagem e aperfeiçoamento da técnica; e
exercício para aprendizagem e aperfeiçoamento da tática. Em síntese trata-se de uma Perspetiva
Associacionista “o jogo é o somatório das partes”.
Exemplo, a finalização no futebol pode ser decomposta pela receção da bola, pela condução e pelo remate
propriamente dito.
Didática B
O jogo é algo mais que um conjunto de vários elementos que não podem ser separados, ou seja, o jogo é
algo que não pode ser dividido em determinadas componentes, sob risco de se desvirtuar a sua natureza
fundamental. Este modelo, assenta num processo de formação centrada sobre a equipa (ponto de partida),
em que o desenvolvimento da formação individual é realizado de uma forma integrada em função de uma
dada organização coletiva utilizada e adaptada a equipa, isto é, a aprendizagem e o aperfeiçoamento das
ações individuais decorrem no contexto das ações coletivas e estas aperfeiçoam-se e desenvolvem-se
subordinadas aos valores estabelecidos para a equipa. Os exercícios são organizados com base nos
elementos estruturais que compõe o conteúdo e a estrutura do próprio jogo, ou seja, a aprendizagem, o
aperfeiçoamento e o desenvolvimento dos conteúdos físicos, técnico-táticos e mentais são apreendidos num
contexto estritamente ligado às exigências da competição, ao nível da aptidão de decisão “que se pretende
objetiva, racional e criativa” e ao nível da aptidão de execução “física, técnica, tática e psíquica que se
pretende a mais elevada possível”.
AFA 35
Quantos às formas dos exercícios devemos utilizar formas globais onde uma ação (ou mais) de jogo é
estimulada, de uma forma mais ou menos fragmentada, na situação de jogo, e formas parciais onde uma
ação (ou mais) de jogo é estimulada na totalidade em condições mais ou menos próximas do jogo. Para o
efeito, propomos para a estruturação e organização: exercícios de competição “semelhantes à essência e
natureza da competição”, procurando estabelecer a harmonia entre as várias componentes do treino,
ajustando os fatores técnicos, táticos e físicos de preparação às situações específicas do jogo. Temos como
exemplo um jogo-treino a realizar entre jogadores da mesma equipa ou com outra equipa especialmente
convidada para o efeito; exercícios especiais, em que têm como principal objetivo a estimulação e o
desenvolvimento das qualidades físicas dominantes, bem como as qualidades técnicas e táticas em conexão
com as propriedades psíquicas da competição; exercícios gerais, em que visam estimularem e desenvolver
todas as qualidades físicas fundamentais, bem como todas as qualidades e hábitos de base do praticante.
Estes exercícios permitem uma melhoria do rendimento global do atleta, prevenção de lesões e a
estabilização da forma desportiva. Em síntese, o jogo constitui o núcleo de todo o processo de treino, em
que na conceção deste a bola deverá estar no centro de todas as preocupações, em que no processo ensino
aprendizagem deverá ser aplicado o circuito pedagógico que vai “do jogo ao exercício e retorno ao jogo (pelo
treino) ”, de modo a que os praticantes sintam verdadeiramente o futebol “Tensão dramática do próprio
jogo”
Didática A
Didática B
AFA 36
A construção dos exercícios de treino deve correlacionar a lógica interna do jogo de futebol com os meios de
ensino/treino à capacidade momentânea dos jogadores. A aplicação dos meios de ensino/treino do jogo de
futebol deverá apoiar-se numa preocupação de unidade, a qual é entendida sob duas vertentes: (1) a
unidade do jogador e, (2) a unidade da equipa. A conceção dos meios de ensino/treino do jogo deverá
preocupar-se com quatro aspetos fundamentais: (1) criar atitudes no jogador para treinar como se estivesse
em competição, (2) criar condições para a introdução do conceito competitivo do exercício, (3) organizar a
prática de forma que nenhum atleta esteja parado e (4) promover a prática competitiva.
A construção do exercício deverá obedecer a quatro fatores básicos (fig.6): i) o método “são unidades
metodológicas de programação, potencialmente capazes de melhorar a capacidade de rendimento dos
jogadores, das equipas no quadro competitivo”; ii) forma “que respeita à caracterização das estruturas da
complexidade do jogo durante as fases do ataque e da defesa”; iii) o conteúdo “que respeita os fatores
básicos do rendimento individual e coletivos (técnicas, táticas, físicos e psíquicos) expressos por situações
que implicam a presença do adversário (modelos de jogo qualitativos e quantitativos) ”; iv) as variáveis
“permitem elevar ou diminuir a complexidade do exercício e simultaneamente estabelecer a correlação entre
conteúdo e a estrutura do jogo e entre o conteúdo e a estrutura do exercício”.
Varíáveis
método
exercíci Forma
o
conteúdo
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centrando-se na relação jogador/bola, em que os exercícios são estruturados em contexto situacionais
“rudimentares”, tendo em conta os referenciais e as condições objetivas do jogo de futebol. Destacamos os
exercícios de aperfeiçoamento técnico, manutenção da posse de bola, organização em circuito e
lúdico/recreativos; iii) método específico de preparação (MEP), que visa a preparação dos jogadores, através
de exercícios organizados a partir da lógica estrutural do jogo de futebol, tendo sempre em atenção o seu
objetivo “golo”. Neste contexto, temos exercícios de finalização que potenciam a criação de
contextualidades situacionais de caráter individual e coletivo, propícias à finalização com elevadas
probabilidades de êxito. Exercícios Metaespecializados, em que se direciona especificamente para a
potenciação das missões táticas de alguns ou de todos os jogadores em simultâneo ou separadamente, de
acordo com o seu estatuto estratégico/tático, dentro da dinâmica organizacional da equipa. Exercícios
padronizados sem oposição, que visam potencializar e desenvolver os padrões comportamentais ou as
rotinas do modelo de jogo. Exercícios setoriais e intersetoriais, visando a articulação de cada setor de jogo
da equipa, promovendo condições de jogo e a otimização do trabalho coletivo. Exercícios de
desenvolvimento dos esquemas táticos, sendo construídos e praticados na base de sub-rotinas específicas
de jogo, especialmente preparadas e executadas a partir de situações de bola parada. Por último, temos os
exercícios competitivos que são em tudo semelhantes à essência e natureza da competição do jogo de
futebol. Logo, são aqueles que mais se aproximam às exigências e às condições reais inerentes à luta
competitiva.
ii) Exercícios complementares “são todos aqueles que não incluem na estrutura base fundamental a
finalização”.
Formas separadas – incluem um só fator de treino e fora das condições do jogo. Ex: corrida contínua;
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Formas integradas – incluem dois ou mais fatores do treino. Ex: corrida contínua com condução de
bola.
Estes exercícios normalmente são colocados no treino na parte inicial do treino, ou entre os exercícios
fundamentais como desenvolvimento e aperfeiçoamento de certos fatores específicos.
WORTHINGTON considera que, em cada treino, em cada momento, o treinador se confronta com uma
determinada situação específica para a qual terá de saber selecionar um ou outro tipo de exercício, de
acordo com o objetivo que se deseja atingir. Fundamentalmente é necessário que o treinador saiba organizar
os seus próprios exercícios em função dos problemas que se lhe deparam, concluindo que a compreensão
e o domínio das variáveis de organização dos exercícios são fundamentais no processo de treino. No
seguimento deste raciocínio, o autor propõe as seguintes variáveis: exercícios com ou sem oposição; variar
o número de atletas em um ou nos dois lados; alterar a área de trabalho (tamanho, forma, local do campo);
mudar os alvos ou balizas (forma, tamanho, número, tipo); mudar os objetivos; e mudar as leis do jogo.
Ainda sobre esta temática, Para HUSTRES, as variáveis mais importantes na organização dos exercícios,
para além, naturalmente dos modelos comportamentais técnicos e táticos, são também importantes a
organização do espaço, o número de efetivos no exercício e a especificidade que, no treino, deve
caracterizar a aplicação dos critérios anteriores a que se chama “prática realista”. Para o autor, os jogadores
devem ser colocados no treino nos seus locais próprios, os espaços devem ser adequados à maioria das
ações técnicas e táticas desenvolvidas e mesmo a organização das condições materiais do exercício devem,
na maioria das vezes, ser rigorosamente ajustadas à realidade (por exemplo, trabalhar com balizas
regulamentares).
Para o autor WADE, na organização de exercícios, “quanto menor for o número de jogadores envolvidos
no exercício, maior o número de vezes em que o praticante é solicitado”. Os exercícios com um número
reduzido de efetivos têm um grande índice de eficácia quando se definem no treino objetivos técnicos
individuais “relação com a bola”, e objetivos táticos através de uma atividade cognitiva intensa e permanente
“intensidade do processamento da informação”. Em relação ao espaço, existe uma relação direta e recíproca
“quanto menor for o espaço, maiores as dificuldades que os praticantes têm em controlar e passar a
bola”, visto que quanto menor for o espaço, mais reduzido é o tempo que os jogadores possuem para
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desenvolverem as ações de jogo. Os jogadores são obrigados a agir, a todos os níveis, de uma forma mais
veloz, com implicações óbvias no ritmo de jogo e eficácia das ações técnicas e táticas, indo ao encontro do
futebol moderno “decisões rápidas e corretas”.
Relação número/espaço
O rendimento de um jogador está diretamente relacionado com os fatores tempo e espaço. Isto é, a eficácia
técnica e tática depende do grau de perturbação quando o jogador é pressionado pelo tempo de perceção –
solução mental – solução motora num curto espaço de terreno de jogo. No caso de o treinador pretender
acelerar os processos de decisão/ação dos atacantes e das defesas, poderá optar por reduzir o nº de toques
na bola por intervenção sobre esta. Caso pretenda estimular os processos fisiológicos poderá aumentar o
espaço de jogo, de forma a que estes possam ter mais espaço/tempo para decidir/agir eficazmente,
dificultando a tarefa a que defende. Caso pretenda atingir rapidamente a finalização, deverá reduzir o espaço
de jogo, de modo a que os jogadores possam atingir rapidamente a baliza adversária, podendo ainda
relacionar com um número obrigatório de passes dentro da própria equipa antes da tentativa de
concretização do golo.
Por norma (quadro 10), estabelece-se uma relação espaço/número de jogadores na ordem dos
5x3,5metros/jogador (valor médio de 17m2). Por ex., para uma situação Gr+3x3+Gr a área de prática deve
ser de 30x20metros (600m2, tendo em média 100m2/jogador). Para uma situação de Gr+4x4+Gr a área deve
ser de 40x27metros. (1080m2, sendo em média 130m2/jogador)
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Relação espaço/tempo
“Hoje é preciso fazer depressa, mesmo as coisas mais simples”, é impossível acreditar que se pode
chegar a um determinado resultado, diminuindo deliberadamente a “velocidade de jogo” ao nível da decisão,
da execução e do deslocamento. De forma a obter a máxima eficiência nos exercícios e sucesso na sua
realização, estes devem estar, sob todos os aspetos, adequados ao nível de rendimento dos praticantes
“aptidão”, ao enquadramento competitivo e à idade cronológica/biológica dos atletas.
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ii) Terreno de jogo – importa atender aos seguintes aspetos: jogar em casa ou fora; dimensões do campo, em
largura e profundidade; as condições do relvado; as condições climatéricas específicas nomeadamente a
posição do sol, vento, chuva, etc.; a luz artificial e por último o tipo de bola.
iii) Circunstâncias em que a competição irá desenvolver – importa analisar as classificações das equipas; a
necessidade de ganhar o jogo; as entrevistas dos treinadores, jogadores, dirigentes; o árbitro relativamente
ao seu perfil psicológico e critérios subjacentes ao seu trabalho; o apoio ou a animosidade do público e por
último o nível de rivalidade entre as equipas.
Outra forma de controlo esta relacionado com o acompanhamento atento da forma e da dinâmica de
realização de cada exercício na própria sessão através do feedback, que além de constituir um fator
decisivo no controlo do treino é simultaneamente decisivo na relação do treinador com os jogadores
determinando uma tripla dimensão ao nível da preocupação do treinador em direcionar o investimento e
empenhamento dos jogadores no "caminho" correto, ao nível da diminuição da possibilidade de haver
grandes discrepâncias entre as capacidades dos diferentes jogadores, pois o que executam mais
corretamente têm maiores possibilidades de evoluir mais rapidamente e, por último evita a ideia de haver
preferências e protecionismos por parte do treinador a certos jogadores, a qual destrói por completo qualquer
tipo de coesão de grupo ou da equipa.
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reduzida. Trata-se de uma sessão de treino em que se pretende a formação de representações mentais, uma
correta aquisição das habilidades técnico/táticas sem grande desgaste energético.
3.5.2. Sessão de repetição
Estas sessões regem-se pela manutenção/desenvolvimento dos níveis comportamentais técnico/táticas
adquiridos em regimes fisiológicos máximos. A predominância destas sessões é corrigir e manter o ritmo
competitivo através da repetição dos procedimentos instituídos pelo modelo de jogo e sistemas táticos.
Devemos utilizar exercícios já “conhecidos” pelos atletas e não devemos introduzir temas novos de
aprendizagem.
3.5.3. Sessão de controlo e avaliação
Estas sessões visam a apreciação do progresso do rendimento da equipa e dos atletas ao nível dos fatores
de treino “tático/técnicos, psicológico e fisiológico”. Devemos utilizar os jogos de treino para corrigirmos os
procedimentos inerentes ao modelo de jogo e sistemas táticos treinados.
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