Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
e Direitos
É possível perceber o
desenvolvimento da noção comprometeram-se a se
de direitos humanos em vários empenhar na promoção dos
momentos da história, em 30 artigos inscritos nesse
diferentes povos e através de importante documento. Em
vários documentos. Por exemplo, decorrência disso, vários destes
a ideia dos direitos humanos direitos são agora parte das leis
estaria já exposta no Cilindro de constitucionais da maioria das
Ciro, o Grande. Ciro, o primeiro nações democráticas.
rei da antiga Pérsia, através
Entretanto, não basta apenas
de seus decretos, emancipou
ter esses documentos, é
escravos, garantiu a liberdade
A Bíblia e Direitos
importante não ficarmos de
religiosa e estabeleceu a
braços cruzados. Um exemplo
igualdade racial. Podemos
disso foi o envolvimento de
citar vários outros documentos
muitos metodistas, quakers,
precursores que contribuíram
para o desenvolvimento batistas, congregacionais
dosdireitos humanos, como e presbiterianos ingleses
a Carta Magna inglesa (1215), (chamados não conformistas
a Declaração dos Direitos do ou dissenters) na abolição da
9
Homem e do Cidadão francesa escravidão moderna e em defesa
(1789) e a Carta dos Direitos dos de direitos trabalhistas, assim
Estados Unidos (1791). como a liderança do Pr. Martin
Luther King Junior contra a
Depois do fim da Segunda segregação racial nos Estados
Guerra Mundial, que vitimou Unidos da América. Para que
milhões de pessoas, a esses direitos não ficassem
Organização das Nações somente no papel, foi importante
Unidas foi criada e elaborou o papel de ativistas para que tais
a Declaração Universal dos direitos fossem transformados
Direitos Humanos, em 1948. em políticas concretas. Promover
Desde então, os Estados a luta por direitos é um processo
Membros das Nações Unidas permanente de ampliação da
consciência de todos em nossas
comunidades e de mobilização
para que os direitos se realizem
de forma concreta.
Mas por que evangélicos devem ser
defensores de direitos humanos?
“Que faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que têm fome.
O SENHOR liberta os encarcerados. O SENHOR abre os olhos aos
cegos, o SENHOR levanta os abatidos, o SENHOR ama os justos.
O SENHOR guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva,
porém transtorna o caminho dos ímpios.”
(Salmo 146.7-9)
10
A Bíblia e Direitos
evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos
cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os
oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”.
(Lucas 4.18,19)
Ao falar do “ano aceitável do Senhor” Jesus afirma não apenas que os
pobres são bem-vindos em seu Reino, mas também que parte de sua
missão era tomar partido em favor dos que sofrem qualquer tipo de
11
opressão (inclusive social). Quem estivesse escutando Jesus naquele
tempo concluiria que isto representava criar uma sociedade justa, assim
como libertar as pessoas espiritualmente. Lutar pelo direitos dos pobres
e dos necessitados não é uma opção, mas faz parte da missão cristã de
“buscar o Reino de Deus e Sua JUSTIÇA”.
Jeremias 29.7
Falar de cidadania é pensar na vida na cidade tendo a paz como maior
objetivo. A paz deve ser o padrão para que haja a cidadania e a de-
mocracia. Assuntos como a paz religiosa, social, econômica e civil são
bases para a vida cidadã. Para que haja a democracia algumas coisas
são muito importantes tais como: A possibilidade do protesto, a admis-
são da incompetência de quem detém o poder, a partilha do poder, a
eleição e as politicas públicas. Tanto a questão de cidadania quanto de
democracia são assuntos que podem ser ressaltados a partir da Bíblia
que é nossa base para a vida cristã no mundo.
CIDADANIA
amos de cidadania.
Paz social
Que todos tenham condições dignas de vida, como disse Jesus
em Mateus 25.31-45:
A Bíblia e Direitos
Estava enfermo e me visitastes — É preciso garantir a assistência
médica, hospitalar e medicamentosa para todos. Todos têm de ser
socorridos, atendidos e tratados com igual cuidado, isto é, provi-
denciar um sistema único e universal de saúde.
15
primeiro lugar, pela criação de ambiente que privilegie a justiça, o
cuidado, a educação e a segurança socioeconômica, que, portan-
to, dificulte o estabelecimento da atividade criminosa. A justiça tem
de ser ágil e gratuita, não pode haver impunidade, mas o sistema
tem de ser de educação não de vingança.
Paz econômica
Em 1 Coríntios 9.9,10 está escrito que o boi que debulha o trigo não
pode ter a boca atada, assim era determinado pela lei mosaica. O
trabalhador tem de ser o primeiro a desfrutar do resultado de seu
trabalho, isto é, o trabalhador tem de receber um salário justo, que
lhe permita acesso aos bens necessários, e tem de participar do
lucro da empresa.
Em Isaías 5.8, ninguém pode acumular casa e terra até ser o único
morador do lugar, por isso o direito à propriedade tem de ser con-
tido, não pode ser exercido em prejuízo ao direito à moradia, e não
pode ser praticado em prejuízo à produção de alimentos, que são,
geralmente, cultivados em pequenas propriedades, pelo pequeno ag-
ricultor e pela agricultura familiar.
Na Carta aos Efésios 4.28 o trabalho deve ter fim social: acudir o ne-
cessitado. O trabalho tem de ser estruturado de maneira que promova
um sistema de seguridade social para todos, para que os velhos e as
crianças possam, em paz, usar as praças e nelas brincar (Zacarias 8.4-
5). Isso significa seguridade social para os idosos e rede de proteção
social para as crianças.
Paz civil
Em Lucas, o profeta João disse aos soldados que a ninguém deve-
riam maltratar (3.14), ou seja, o cidadão não pode ser tratado como
inimigo do Estado, ou agredido injustamente, como Jesus protestou
16
Democracia
Procurar pela paz na cidade é interceder e praticar a cidadania.
Isso começa por fortalecer ou procurar implantar a democracia.
Um governo onde, por vontade de Deus, a autoridade é o povo
e só em nome do povo o governo possa ser exercido. Essa demo-
cracia tem de ter como vocação o estabelecimento do princípio
do direito. Isso, também, é missão da Igreja.
O protesto
As viúvas helênicas estavam sendo esquecidas, e protestaram.
A democracia começa no protesto do povo, uma vez que é o governo
do povo, para o povo, a partir do povo.
Por que as mulheres puderam protestar, numa época em que sequer
eram ouvidas na sociedade? Porque a igreja primitiva tinha o direito
como princípio de ação: se o irmão tinha necessidade, a comunidade
tinha um dever (Atos 2.45). Os apóstolos pararam diante do direito. O
direito tem de ser garantido ou protestado.
A admissão da incompetência
Os apóstolos reconheceram que não davam conta de cuidar das me-
sas, da oração e da ministração da palavra. E que, portanto, eram in-
competentes para fazer tudo o que tinham de realizar como líderes da
igreja. Admitiram que precisavam de ajuda.
A Bíblia e Direitos
trabalho coletivo.
A eleição
Os apóstolos reconheceram que os prejudicados deveriam ter o seu
problema resolvido pela participação no governo da Igreja, o que faria
por meio de diáconos, que eles livremente elegeriam.
17
Os apóstolos reconheceram que a vontade de Deus passaria pela
liberdade do povo de eleger os seus representantes, para garantir a
igualdade social.
O padrão
Os apóstolos apresentaram um padrão para os que poderiam ser
eleitos: gente que pudesse, de fato, representar o povo em sua ne-
cessidade de igualdade social. Pela plenitude do Espírito Santo, eles
deveriam ser movidos pelo espírito público, sem ter outro foco que
não o alcance da paz social numa sociedade que estava correndo o
risco de se dividir. Essa paz social só poderia ser, portanto, estabeleci-
da pela distribuição igualitária dos bens. Esse deveria ser o comprom-
isso dos representantes, fruto da ideia consagrada, por todos, de que
sem que o direito seja satisfeito, nenhuma sociedade pode alcançar
a paz social.
A partilha do poder
Os apóstolos reconheceram o resultado das eleições, e, orando, im-
puseram-lhes as mãos, partilhando o poder. Daquele dia em diante
teriam de repartir as decisões com os diáconos, que seriam os por-
ta-vozes do povo, apresentando a necessidade do povo para que o
direito lhe fosse garantido.
A Bíblia e Direitos
19
Como você pode se envolver com a paz na cidade?
Seguindo o ensino de Jesus em Mateus 25. 31- 45, qual
deve ser sua ação para que as pessoas tenham melhores
condições de vida?
Quais foram as características da igreja primitiva que nos
PARA PENSAR
O último Mapa da Violência 2016 escrito por Julio Jacobo Waiselfsz res-
saltou que, enquanto jovens brancos mortos por arma de fogo teria di-
minuído 14,6%, o percentual de negros aumentou consideravelmente:
18,2%. Em alguns estados, como Alagoas, chega à taxa de 75 jovens pre-
tos por 100 homicídios. Outro documento, o Atlas da Violência 2017, do
22
Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo,
sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. Disse
o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei;
acaso, sou eu tutor de meu irmão? E disse Deus: Que fizeste? A voz do
sangue de teu irmão clama da terra a mim. (Genesis 4.8-10)
Deus inquiriu Caim sobre a localização de seu irmão. Deus deseja saber:
“Onde está Abel?”. Como pode ser isto? Um Deus que é onisciente, ou
seja, que sabe de todas as coisas, como não poderia saber onde ele es-
tava ou o que tinha acontecido com Abel? Obviamente, Deus não tinha
perdido nenhum dos seus poderes ou deixado alguma de suas carac-
terísticas naturais. O que o texto sugere é que Deus deseja fazer com
que Caim perceba que o que ele tinha feito era tão catastrófico que havia
causado estranheza no próprio Deus. Sim, porque matar um irmão causa
repúdio a todo o universo e atinge a Deus. Caim, por sua vez, demonstra
A Bíblia e Direitos
total indiferença em relação ao seu irmão.
O que mais salta aos olhos neste texto é a reação de Deus e sua reve-
lação surpreendente. Deus pede que Caim escute com atenção, pois o
sangue de Abel estava clamando da terra. Isso deveria nos deixar estu-
pefatos: o sangue dos oprimidos clama diante de Deus!
23
sangue de teu irmão clama da terra a mim”, pensamos no que a socie-
dade não pode esquecer os quase 400 anos de escravidão no Brasil.
Imagine a quantidade de sangue derramado nesta nação. Sangue de ne-
gros e negras que foram escravizados, castigados e violentados, tudo
isso para suprir uma economia perversa que favorecia os poderosos da
época. Quanto sangue derramado nas fazendas, nas grandes cidades,
para manutenção de um status quo que tinha escravos e escravas como
motores? Quantas mulheres violentadas para satisfazer homens violen-
tos, incapazes da conquista feminina? Quantas crianças, que sem esper-
ança, foram amordaçadas em suas fantasias e sonhos, agredidas e sepa-
radas de seus pais?
O que podemos intuir do texto bíblico é que Deus está ouvindo o clamor
do sangue que foi derramado nesta nação durante séculos. Deus ouve
hoje o grito do sangue dos jovens pretos, entre 16 e 29 anos, seja nas
favelas ou no asfalto, que estão na mira constante de um fuzil por te-
rem nascido com a pele mais escura. Ou de jovens que tem entrado na
vida do crime por não terem estrutura social, familiar e educacional capaz
de evitar que cometam crimes, sendo assim vítimas da violência tanto
do narcotráfico quando do estado, através de ações policiais, muitas
vezes truculentas.
sobretudo, saem nas ruas com receio de serem interpelados por autori-
dades que deveriam protegê-los. Os que moram em comunidades mais
empobrecidas e marginalizadas dizem que sair de suas casas é um ato
A Bíblia e Direitos
de risco, já que não podem ter certeza absoluta se voltarão. Não porque
sabem que algo ruim vai acontecer, mas porque se sentem como alvos
preferenciais da violência e da maldade.
Mas, o mesmo Deus que lança o seu juízo é um Deus gracioso. Caim
demonstrou remorso, não arrependimento. Estava pensando em si mes-
mo ao dizer: “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. Eis
que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de escond-
er-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me
matará”. Era a constatação a que chegava. Pela compreensão de sua épo-
ca tinha certeza de que isso era mesmo justo. Mas ao mesmo tempo per-
cebe-se um pedido de ajuda. Mesmo que estivesse pensando somente
em si mesmo. Então, o Deus que é cheio de misericórdia, resolve marcar
aquele homem como alguém que mereceria morrer, mas por causa do
Seu amor, viveria para ser lembrado como alguém que fora atingido pela
graça e misericórdia do Senhor de toda a história.
Como a igreja pode ler a Bíblia para que isso seja parte da
luta constante contra todo tipo de violência e falta
de liberdade?
O que a igreja pode fazer para ajuda a cidade
no combate a violência?
26 A Bíblia e Direitos
O que a Bíblia fala
sobre o direito a
A Bíblia e Direitos
saúde para todos
"Os sãos não precisam de médicos, e sim os doente."
27
Marcos 2.17
Muitas vezes ouvimos entre evangélicos a pergunta: “O que o evangel-
ho tem a ver com isso?” tem a ver, pois saúde abordada amplamente na
Bíblia, nos seus mais diferentes aspectos. E isso precisa ser relacionado
com o Evangelho que seguimos.
Estar com saúde é uma condição que vai muito além da ausência de
alguma enfermidade, porque significa, também, ter acesso e usufruir
um estado de bem-estar físico, mental e social completo. Se estamos
desnutridos, muito desgastados pela falta de descanso, exauridos pelas
longas horas no transporte até o trabalho, desempregados ou tensos
pelos riscos e ameaças constantes à nossa segurança física e da nossa
família, por exemplo, está faltando saúde, no seu sentido mais completo.
A Bíblia e Direitos
reivindicações e implantações destas políticas como parceiras ou mobi-
lizadoras da redução das desigualdades em saúde.
31
vamente) conseguiram ser descritos também como deveres do Estado
brasileiro, do nível municipal ao federal, em todo o país.
Por incrível que pareça, todo mundo usa o SUS, de um jeito ou de out-
ro. Se considerarmos os transplantes, as vacinas, as transfusões de
sangue, os testes para diagnóstico de diversas doenças, as grandes
emergências, pesquisas biomédicas, vigilância sanitária (de serviços
e bens - medicamentos, restaurantes, feiras, hospitais, academias, es-
cola), ambiental (contaminantes químicos, dos desastres, qualidade da
água), epidemiológica (epidemias, notificação das doenças, relação
com as iniquidades sociais), e saúde do trabalhador (proteção e recu-
peração, diminuição dos acidentes); ensino e produção do conhecimen-
to especializado em saúde pública, educação em saúde, dentre outros
serviços. E todos ajudam a sustentá-lo pelos mais diversos impostos.
A Bíblia e Direitos
sua passagem (Salmo 89.14); que ama o direito e odeia a iniquidade (He-
breus 1.8,9); cuja maior marca de identidade de seus discípulos, apon-
tada por Jesus, seria o amor que tivéssemos uns pelos outros (João
13.35), podemos perceber que a saúde como um direito de todos tem
no Evangelho um grande fundamento, e pode ter nos evangélicos sin-
ceros grandes aliados para a sua construção e efetivação, na defesa da
vida humana com dignidade.
33
Há postos de saúde no seu bairro?
Quando que a saúde se tornou direito de todos sem
distinção? O que você acha disso?
PARA PENSAR
A Bíblia e Direitos
Terra e Moradia
"Também a terra não se venderá em perpetuidade,
35
porque a terra é minha; pois vós sois para mim
estrangeiros e peregrinos."
Levítico 25.23
A conquista da
terra no Brasil
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça
e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai
para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem
corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque,
onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”
(Mateus 6.19-21)
2
Fonte: https://observatoriosc.wordpress.com/2016/03/24/numero-de-pessoas-em-situa-
cao-de-rua-so-cresce-no-brasil/
QUE A NOSSA VOZ SEJA UM BRADO DE JUSTIÇA E LIBERTAÇÃO,
QUE NOSSOS PÉS POSSAM CAMINHAR AO LADO
DOS SEM TERRA E SEM TETO.
da terra e moradia?
Como a igreja deve se posicionar contra os senhores do
negócio imobiliário nos centros urbanos?
O que você acha dos políticos ruralistas que exploram e
detém o poder nas áreas indígenas e quilombolas?
O que a igreja deve fazer contra este problema?
O que a Bíblia fala
sobre a dignidade
da mulher
"Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos:
Eu vi o Senhor. E contou o que ele lhe dissera."
João 2.18
Um olhar sobre a condição
da mulher no Brasil
Em boa parte das famílias brasileiras são as mulheres, as mães, que têm
a responsabilidade pelo sustento dos filhos e da casa. De acordo com a
pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, feita pelo Insti-
tuto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o número de lares chefia-
dos por mulheres saltou de 23% para 40% entre 1995 e 2015. São elas,
também, que além de trabalhar, possuem a tarefa de cuidar, de educar,
de garantir que tudo funcione bem na casa. É curioso perceber isso: ao
mesmo tempo em que as mulheres são obrigadas a governar em suas
casas e famílias não vemos a maioria das mulheres liderando empresas,
igrejas ou processos políticos.
homens pelo mesmo trabalho (Pnad 2014). Se a mulher for negra, ganha
cerca de 15% a menos que uma mulher branca. A mulher negra ganha 60%
do rendimento de um homem branco. E a situação pode se agravar ainda
mais: mulheres são mortas por seus maridos, companheiros ou namora-
dos. São mortes denominadas de feminicídios, em que o motivo principal
é a condição de ser mulher, em que quase sempre a outra pessoa, o
criminoso, determina que a vítima seja considerada sua propriedade ou
que não tem o direito de fazer suas próprias escolhas. São crimes de ódio
motivado pela condição de gênero. Somente em 2017 foram registrados
946 feminicídios no Brasil, dos 4.476 homicídios de mulheres.
Até para dar à luz algumas mulheres sofrem. É a chamada violência ob-
stétrica. São médicos, enfermeiros e profissionais de saúde que fazem
piadas jocosas quando as mulheres estão em trabalho de parto, exigindo
que não gritem, ou não manifestem desconforto. São mulheres que não
são respeitadas na manifestação de suas dores, sendo expostas em um
momento que deveria ser de tranquilidade, para fortalecer o vínculo com
a criança que nasce. Embora muitas mulheres não estejam familiarizadas
com o assunto, muitas já foram vítimas desse tipo de agressão, que pode
ser física ou verbal, tanto durante o parto quanto no pré-natal. São xin-
gamentos, recusa de atendimento, realização de intervenção e proced-
imentos médicos não necessários, deixam mulheres falar, mulheres
como exame de toque a todo in- que foram abandonadas por seus
stante, episiotomias ou cesáreas maridos, mulheres que criam os
desnecessárias. filhos sem a referência masculina,
mulheres que não podem admin-
Outra violência que produz mar-
istrar o próprio salário, mulheres
cas profundas nas mulheres é a
que não tem com quem deixar os
violência sexual. É a apropriação
filhos para trabalhar, mulheres que
do corpo da mulher. Apesar da
são demitidas após a licença ma-
vergonha que as mulheres sentem
ternidade, mulheres que apanham,
em admitir que foram abusadas, os
mulheres que escutam — todo o
números indicam que isso é mui-
tempo — que não possuem valor.
to mais comum que imaginamos.
Dados divulgados pelo Fórum de Jesus e a dignidade
Segurança Pública, em outubro de das mulheres
2017, registram 135 casos de estu-
pro por dia. A violência sexual é a Por isso é importante a gente ler a
A Bíblia e Direitos
relação sexual sem consentimen- história da mulher de Samaria, que
to, é o homem dentro do trans- está em João 4.1-34. O texto bíbli-
porte público que encosta seu cor- co nos conta como foi o encontro
po contra o da mulher, causando de Jesus com uma mulher, de Sa-
constrangimento. É a exposição maria, que estava buscando água
pública do órgão masculino. E tem no poço ao meio dia. Numa hora
aqueles que dizem que as mul- em que não se ia ao poço buscar
43
heres merecem sofrer violência, água, por causa do sol escaldante.
ou que provocam os homens com É nessa hora improvável que ela
o uso de roupas curtas ou justas, encontra Jesus, que estava com
ou que não deveriam estar na rua sede. Os discípulos tinham ido
em alguns horários. Pois a situação
comprar comida. Jesus está no
não é bem assim: a maior parte
poço e pede que a mulher lhe dê
das mulheres, mesmo quando cri-
agua para beber. Era uma mulher
anças, que sofrem violência sexu-
samaritana, e os samaritanos não
al, foi atacada dentro de casa, e o
falavam com os judeus. Além dis-
agressor é conhecido, isso quando
so, um homem não devia falar com
não é o próprio pai, tio ou avô da
uma mulher, muito menos com
vítima. Muitas casas não são lug-
ares seguros. uma mulher samaritana, naquele
caso. Um judeu não podia se ali-
Há muitas outras situações sobre a mentar ou beber em utensílios de
mulher que poderíamos acrescen- um samaritano. Se acontecesse
tar nessa lista: homens que não isso, o judeu ficaria quarenta dias
em condição de impureza ritual, impossibilitado de participar do culto
a Deus.
Jesus não se importou com nada disso. Não se importou com as regras.
Ele falou com a mulher, pediu água e disse que beberia na vasilha que ela
usava. Jesus conversou sobre as coisas de Deus com a mulher — o que
também era proibido. As mulheres, naquele tempo e naquele contexto
não tinham o direito de receber nenhuma informação sobre Deus, sobre
a Palavra de Deus ou a vinda do Messias. Conversas sobre Deus eram
assunto de homem.
Jesus quebra as regras. Jesus mostra que a mulher pode ter acesso di-
reto à vontade de Deus. Jesus conversa com a mulher sobre as coisas
espirituais. Jesus coloca aquela mulher em um lugar que ela não tinha
sido colocada. Ele a respeita, respeita o que ela faz, respeita o que ela
diz. Jesus sabe que a condição daquela mulher era difícil, e ele não se
importa. Ao conversar, ao beber água, ao falar de Deus, Jesus leva digni-
44
heiros. Às mulheres que têm a mão de obra valendo menos que a dos
homens. Àquelas que são maltratadas na hora do parto. Às que são que
agredidas e espancadas e ás que têm suas opiniões consideradas de
menor valor.
Sentar aos pés de um mestre era uma atitude permitida somente para os
homens. Somente homens podiam se sentar aos pés de outros homens
para aprender. Marta fica incomodada — ela aprendeu que as mulheres
deviam fazer o que ela estava fazendo. Cuidar de tudo para que os hos-
pedes fossem bem tratados. Marta fica envergonhada e espera que Je-
sus coloque Maria no devido lugar que uma mulher tinha que ocupar.
Jesus não age como Marta esperava. Jesus aceita Maria sentada aos
seus pés. Jesus aceita uma mulher como discípula, mais uma vez sub-
vertendo a ordem milenar de que havia lugares que as mulheres não de-
veriam ocupar. Jesus ensina para Marta que lugar de mulher é o lugar
que ela quiser estar. E Jesus segue ensinando para todos nós a mesma
coisa, ainda hoje: mulheres não podem ser silenciadas, mulheres escol-
hem o lugar que desejam estar e ficar, mulheres são portadoras de vida e
A Bíblia e Direitos
de esperança.
45
Como seguidores e seguidoras de Cristo, o
que fazer para que as mulheres não morram?
Por que as mulheres ganham menos e são as principais
responsáveis pelo sustento de suas famílias?
PARA PENSAR
e a ordem dada por Deus à Adão e Eva para “encher, sujeitar e dominar
a terra”, encontrada em Gênesis 1.27-28. A interpretação errônea deste
mandamento tem como consequências toda a sorte de abusos contra
a natureza e contra os seres humanos, culminando no afastamento de
Deus, que é o Criador e Redentor de toda a Criação.
Esse egoísmo pouco inteligente ignorou o fato de que a conta chega para
todos e todas. As conquistas ao longo da história com suas explorações
predatórias e a pilhagem dos recursos naturais em nome do “progresso”
têm propiciado o acúmulo de riquezas por parte de poucos em detrimen-
to da grande maioria. Essa compreensão utilitarista segundo a qual a na-
tureza só existe para que dela se possa tirar o que precisamos, produzir
e descartar contraria a percepção do próprio Deus que, ao contemplar
cada aspecto de sua Criação, concluiu que era muito bom (Genesis 1.31).
O Jubileu bíblico
A ideia de cuidar da Criação é encontrada nos relatos bíblicos do Antigo
Testamento quando o próprio Deus sanciona leis com o intuito de corrigir
as distorções e disfunções geradas pela cobiça, vaidade e pela opressão
de uns sobre os outros. Ao estabelecer um Ano Sabático a cada sete
anos Deus não permitia que o povo sequer semeasse a terra, e só lhes
permitia comer os frutos que fossem produzi-
dos livremente.
Um grande desafio para a humanidade nos dias atuais é dar uma des-
tinação correta aos 30 bilhões de toneladas de resíduos gerados em
todo mundo. A sobrevivência para muitos povos tradicionais, como o
caso de comunidades Quilombolas no Norte de Minas Gerais tornou-se
difícil com o empobrecimento da biodiversidade decorrente da queima
do carvão, do império da monocultura e do agronegócio em todo o ter-
ritório nacional.
3
Fonte: O alerta foi feito por um grupo de pesquisadores brasileiros na edição de
23/03/2017 da revista Nature Ecology and Evolution.
Egoísmo e consumismo:
duas faces de uma mesma moeda
Nosso estilo de vida consumista reflete nosso egoísmo, irresponsabili-
dade e descaso para com os recursos que são finitos. Além disto, a so-
ciedade de consumo cria produtos descartáveis que são consumidos no
“modo automático”. Novos designs, novos modelos com vida útil limitada
são parte da estratégia do mercado para a criação de novas demandas e
para o incentivo ao consumismo desmedido.
Tudo isto contradiz o estilo frugal e despojado vivido por Jesus, que sen-
do Deus, despojou-se de toda a sua majestade e habitou entre nós e nos
mandou contemplar a natureza como forma de confrontar nossa ansie-
dade e incredulidade (Mateus 6.28-30). Esta mensagem tão simples e
poderosa encontra pouco eco no meio evangélico nos dias hoje. Ao invés
de tomarmos o exemplo do nosso Mestre, nos empenhamos em prosper-
ar para consumir e acumular cada vez mais.
A Bíblia e Direitos
descalabro ambiental e ecológico em curso. Cumprimos nossa missão na
medida em que exercemos nossa voz profética e atuamos para transfor-
mar toda a Criação, aguardando com esperança a redenção em Cristo de
todas as coisas criadas.
57
fugiados geralmente são emigrantes que deixam sua terra natal para
imigrarem em outros países, a fim de sobreviverem das mazelas provo-
cadas por desastres naturais, como o terremoto no Haiti em 2010 ou as
guerras, como a da Síria, desde 2011, além de perseguições políticas e
religiosas.
A Bíblia e Direitos
nas em prol de atender sua membresia, olhando sempre para dentro e
vivendo mais do mesmo. Baseado no Evangelho de Mateus – Porque
tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era
forasteiro, e me hospedastes (Mateus 25.35), seria possível despertar
o interesse missionário em atender a necessidade do estrangeiro em
situação de vulnerabilidade?
59
Quais são as maiores dificuldades de se envolver como
imigrantes e refugiados? Para você e para a Igreja?
Como você pode se envolver no cuidado de
imigrantes e refugiados?
Diante da crise econômica que o Brasil enfrenta, com
PARA PENSAR
Jesus adverte que o Pai não quer que nenhum só dos pequeninos se
perca, conforme o versículo 14. Imaginemos Jesus em uma de nossas
cidades, São Paulo por exemplo. Jesus poderia, a exemplo do que fez
em Cafarnaum, pegar uma das crianças que perambulam pela Praça
da Sé – um daqueles meninos que a gente quer colocar na Fundação
Casa, e colocá-lo no meio da roda formada por seus questionadores
e apresentá-lo como símbolo do que há de melhor na humanidade?
A Bíblia e Direitos
Infelizmente, não. Nossa sociedade, pela injustiça e pela discriminação
está descaracterizando as crianças transformando-as no símbolo do
que há de pior na humanidade, de maneira que, quem cruza com uma
delas, em vez de afago, oferece desprezo, ao invés de abraço ou
acolhida, oferece medo.
63
que são portadoras de Hiv/Aids, as abandonadas, as que exercem
atividades análogas a trabalho escravo, as que não sabem ler ou
escrever, as que são vítimas de violência, ainda são os tais pequeninos
de que fala Jesus. E são, justamente, porque estão nessa situação
pela ganância de uma sociedade injusta, pela desestrutura familiar
que as fazem tropeçar, sendo desviadas dos caminhos e da proposta
do Pai. O mais grave disto é como fazê-las entender Deus no meio de
suas circunstancias. Dizer às crianças que sofrem violência doméstica
que Deus é pai faz com que pensem na figura do pai que nelas
descontou toda a sua impotência: “Lá em casa a gente só recebe
pancada, eu não gosto de voltar pra casa”, conta Kelly, de 13 anos,
que faz malabarismo em sinais de trânsito, junto com seus três irmãos.
Pai é quem os espancou, aviltou, expulsou ou quem ainda os explora.
Nossas crianças não estão em condições de entender o que significa a
justiça de Deus.
Como dizer a uma criança em dessa tragédia. Ai das sociedades
situação de rua que Deus é justo, que, indiferentes, convivem
se para ela os símbolos de justiça com ela há muito tempo sem se
trazem a lembrança tortura dor interessar em priorizar a solução
e violência: “Tem policia que é de tais problemas. Melhor seria
muito mau. Batem na gente de terem sido destruídas por um
bobeira. Eu não gosto deles não, cataclismo. Para evitar o juízo
eles sempre querem que a gente de Deus não vale a pena à
desapareça”, conta Felipe, de 12 sociedade sacrificar o pérfido
anos, que vive nas ruas de Natal, modelo econômico que pratica
no Rio Grande do Norte. Como e partir para um que garanta
crianças abandonadas entendem justa distribuição de renda?
o amor de Deus? Ana, de 15 anos, Não vale a pena sacrificar a
conta que quando tinha cinco internacionalização acelerada
anos foi para um posto de saúde, da economia por um regime
no Rio de Janeiro, com sua mãe. de pleno emprego? Se uma
Andaram mais de uma hora e das nossas opções nos faz
64
”meus pequeninos”?
Diante dessas preposições de Jesus, como podemos
analisar a situação da criança na realidade brasileira?
O que a igreja pode fazer para ajudar as
crianças das cidades?
68 A Bíblia e Direitos
O que a Bíblia
fala sobre o
Trabalho Digno
A Bíblia e Direitos
"Vosso ouro e vossa prata, todos estão oxidados. E a ferrugem
deles testemunhará contra vós e, assim como o fogo, vos
devorará a carne. Tendes acumulado bens demais nestes últimos
69
tempos. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os
vossos campos e que vós, desonestamente, deixastes de pagar
está clamando por justiça; e tais clamores chegaram aos ouvidos
do Senhor dos Exércitos. Tendes vivido regaladamente sobre a
terra, satisfazendo todos os vossos desejos, e tendes comido até
vos fartardes, como em dias de festa"
Tiago 5.3-5
70
A Bíblia e Direitos
A Bíblia é um livro para o povo. Não deve ser lida com a intenção de
descobrir enigmas, nem para receber respostas de Deus para nossos
problemas financeiros, nem para conhecer o tamanho da “nossa
benção”, nem tão pouco para ser um manual doutrinário-legalista
pautado em dogmas, códigos e ritos. A Bíblia deve ser lida a partir da
vida, da realidade das pessoas, de seu contexto histórico e das histórias
de nossos dias. A Bíblia é a revelação de Deus para humanidade, que
revela o Deus Javé, o Deus libertador de amor e justiça. Nossa leitura da
Bíblia deve ser comunitária.
Em sua carta direcionada às comunidades cristãs de sua época, Tiago,
chamado de “O Santo” por ter uma liderança com traços sociais na
comunidade de Jerusalém, denuncia a exploração do trabalho escravo.
Com pagamento de salário injusto aos trabalhadores, na busca de mão
de obra barata, os senhores do campo e comerciantes acumularam
para si riquezas. Associado a esta exploração de trabalho escravo, o
estado em conluio com o sinédrio também cobrava dos trabalhadores
taxas abusivas de impostos que chegavam a 50% sobre os ganhos e
bens das famílias pobres. O contexto no qual Tiago escreve sua carta é
de uma profunda desigualdade social onde os mais pobres sofriam sob
opressão dos poderes dominantes instalados nos sistemas religioso,
político e econômico centrados no templo de Jerusalém.
A Bíblia e Direitos
73
Qual a relação da carta de Tiago com a realidade
brasileira em relação ao trabalho?
O que você acha da reforma trabalhista? Como ela afetou
aos trabalhadores do Brasil?
A exploração do trabalhador traz consequências ao país?
PARA PENSAR
A Bíblia e Direitos
outras Religiões
75
"Respondeu Jesus: ame o Senhor, o seu Deus de todo o coração,
de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o
primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele:
Ame a seu próximo como a si mesmo."
Mateus 22.37-39
O diálogo com pessoas
de outras religiões
A Bíblia e Direitos
Uma pessoa que professe a sua fé em Jesus Cristo precisa perguntar-
se: o que Jesus falou? Como Jesus agiu? É na prática de Jesus que os
servos e as servas de Cristo devem moldar a sua própria prática. E a
prática de Jesus está pautada pela misericórdia, pela compaixão, pela
justiça e pela noção de sociedade igualitária. As pessoas que buscam
viver de acordo com Jesus precisam imitar o bem, não o mal, pois “Quem
faz o bem é de Deus. Quem faz o mal, não viu a Deus” (III João 11).
77
O ódio com o qual alguns grupos evangélicos têm se dirigido aos
praticantes de outras religiões, ou a pessoas que pensam diferentemente
deles, não encontra base em Jesus. Todos que seguem a Jesus são
chamados a rejeitar toda forma de ódio e agressividade contra quem
professa outra fé e tem outras visões e compreensões acerca da vida e
das relações humanas.
A Bíblia e Direitos
79
Qual a postura de Jesus com as pessoas
de outras religiões?
O amor deve ser a base do dialogo com pessoas
de outras religiões. Por quê?
O texto fala de imitar a Cristo. Como podemos imitar
PARA PENSAR
A Bíblia e Direitos
81
"Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os outros o
que vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se agrada."
Hebreus 13.16
Está na Declaração Universal de Direitos Humanos, da Organização
das Nações Unidas, escrita em 1948: “Todo ser humano tem direito à
liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações
e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.
Muito antes disso, quando vivia o profeta Habacuque – possivelmente
oito séculos antes de Cristo, Deus orientou (Habacuque 2.2-3) que ele
escrevesse a visão em tabuas para que todos pudessem ler facilmente,
sendo um sinal do que iria acontecer. Deus queria que todos tivessem
acesso à informação, todos deveriam saber que o sucesso das pessoas
ruins é apenas temporário. As nações violentas seriam arruinadas e
aqueles que lucravam com a injustiça e o crime não iriam escapar do
castigo (Habacuque 2.4-5). Os idolatras não iriam receber respostas nem
proteção, porque somente Deus tem todo o poder.
A Bíblia e Direitos
Liberdade de Imprensa
A Imprensa é um conjunto de veículos que trabalham com atividade
jornalística. Emissoras de rádio, de televisão, jornais e revistas formam
esse conjunto, que trabalham diretamente com a informação, transmitindo
notícias, contextualizando dados, promovendo debates e discussões
sobre temas que impactam a vida comunitária.
83
Dessa forma, a imprensa é essencial para a democracia por conta
da relevância do trabalho jornalístico e da responsabilidade em levar
informações para o maior número de pessoas, de forma compreensível.
Aqui está o motivo para a liberdade de imprensa e o direito à informação
caminharem juntos, o Código de Ética dos jornalistas prevê que “o
acesso à informação pública é um direito inerente à condição de vida em
sociedade, que não pode ser impedido por nenhum tipo de interesse,
a divulgação da informação, precisa e correta, é dever dos meios de
divulgação pública, independente da natureza de sua propriedade”.
A Bíblia e Direitos
e lugares. Jesus Cristo, ao vencer a morte, pede que Maria Madalena
anuncie a ressureição (João 20.18). Anunciar a ressureição, informar o
povo que Jesus ressuscitou, é o ponto de partida para a transformação
que a vitória de Cristo sobre a morte oferece. Informar sempre é distribuir
esperança entre os homens.
85
No Brasil, as emissoras de rádios e TV são concessões públicas
- é como se o governo "emprestasse" para as empresas um
espaço para transmissão, que é um bem público. Sendo assim,
você acha que a população pode reclamar do conteúdo?
Qual a relação do direito a informação e a Bíblia?
PARA PENSAR
A Bíblia e Direitos
da Rede Fale.
87
O que a Bíblia fala sobre
Diálogo com Outras Religiões
Lusmarina Campos Garcia é pastora da Igreja Evangélica de Confissão
Luterana no Brasil, doutoranda em direito pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro, e membro do Conselho Estadual de Defesa e Promoção
da Liberdade Religiosa do Estado do Rio de Janeiro.
Dignidade da Mulher
O que a Bíblia fala sobre
A Bíblia e Direitos
Direito à Informação
Nilza Valeria Zacarias é jornalista, idealizadora e coordenadora da Frente
de Evangélicos Pelo Estado de Direito, membro da Nossa Igreja Brasileira,
Rio de Janeiro, RJ.