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VICTOR HUGO MENDES JEREMIAS - 201710530

SISTEMA MASSA-MOLA-AMORTECEDOR

Volta Redonda, RJ
2020
TRABALHO INDIVIDUAL (4,0 PONTOS)

1) Plote em algum software as respostas x(t) para o sistema massa-mola-


amortecedor da figura a seguir para cada um dos parâmetros de vibração
definidos abaixo.

RESOLUÇÃO (a):
1) Fator de amortecimento
(MATRÍCULA 201710530; m=8kg)
O fator de amortecimento é a razão entre o coeficiente de amortecimento do
sistema e o coeficiente de amortecimento crítico.
c
ζ=
Cc

O coeficiente de amortecimento já nos foi fornecido, sendo de 25 N.s/m.


O coeficiente de amortecimento crítico é dado pela seguinte fórmula, com
rigidez em N/m e massa em kg:
C c =2 √ k . m

Logo:
c
ζ=
2√ k . m
Substituindo e calculando os valores:
25
ζ= =0.11049
2 √ 1600.8
2) Gráfico em x(t)

3) Discussão e exemplo
O sistema calculado é subamortecido, isto é, seu valor de fator de
amortecimento é abaixo de 1, sendo precisamente de 0.11049. Em vibrações,
faz-se necessário uma análise do fator de amortecimento, pois quanto mais
próximo for o coeficiente de amortecimento do sistema em relação ao
coeficiente de amortecimento crítico, menor será a oscilação do sistema e
maior será a tendência ao equilíbrio num menor tempo. Como nessa situação o
fator de amortecimento é baixo, tem-se uma alta oscilação e um tempo mais
demorado de estabilização.
A equação que descreve o movimento subamortecido é dada abaixo:
ẋ 0 +ζ W n x 0
x ( t )=e−ζ W n T
{
x 0 cos √ 1−ζ ² W n t +
√ 1−ζ ²W n
sen √1−ζ ² W n t
}
Note-se que, pelo desenho do gráfico, pode-se inferir que as oscilações têm
amplitude exponencial decrescente e que não só a cada segundo são muito
reduzidas senão que a cada ciclo vibratório.
Este decrescimento exponencial se deve ao fator e−ζ W n T
pertencente à equação
acima.
Quando o experimento chega no instante t=3s, o sistema já adquire uma
estabilização notável e muito se difere dos segundos iniciais, não obstante
ainda haja oscilações de pequenas amplitudes. Já a partir de t=4s, o sistema
adquire sua forma permanente, conquanto ainda haja vibrações
infinitesimalmente pequenas que continuam indefinidamente a vibrar (em
teoria, pois na prática o movimento cessa devido às resistências passivas).
Além disso, a forma do movimento apresentado é senoidal.
Embora haja este decrescimento de amplitude, as oscilações ocorrem em
intervalos iguais de tempo, como pode-se inferir no gráfico. Este intervalo de
tempo se chama período de vibração com amortecimento, T d, e é dado pela
fórmula a seguir:
2π 2π
T d= =
W d W √ 1−ζ ²

Onde W d é a frequência de vibração amortecida.


Calculando, obtemos que o período de vibração dura 0.44703 segundos. Isso
quer dizer que somente a cada 0.44703 segundos ocorre uma oscilação
completa, embora decrescida exponencialmente em amplitude.
Também é possível descobrir o tempo de cada vibração com o parâmetro T d
sem o auxílio de programas, bastando multiplicar o tempo de uma oscilação
completa (0.44703 segundos) pelo número da oscilação presente. Como
exemplo, tome-se a quinta oscilação completa - localizada um pouco após os 2
segundos e com concavidade voltada para baixo - e multiplique-a pelo tempo
de oscilação (0.44703*5), encontrando precisamente 2.23 segundos.
O caso subamortecido é muito importante no estudo de vibrações mecânicas
porque é o único que resulta em movimento oscilatório e está presente na
grande maioria dos sistemas mecânicos.
Um exemplo típico de um caso subamortecido são os amortecedores de
veículos, que possuem, em média, um fator de amortecimento de 0.7, que
permite apenas uma oscilação (geralmente).
Os amortecedores possuem este valor pois, quando submetidos às
irregularidades de ruas e estradas, devem retornar o quanto antes à sua
posição original (excluindo o amortecimento crítico pois nele não há vibração).
RESOLUÇÃO (b):
1) Fator de amortecimento
Como visto anteriormente, devemos substituir os valores disponíveis na
equação do fator de amortecimento:
c 80 √ m 80 √ 8
ζ= = = =1
2 √ k . m 2 √ k .m 2 √ 1600.8

2) Gráfico em x(t)

3) Discussão e exemplo
Na situação acima temos que o fator de amortecimento vale 1. Isto quer dizer,
portanto, que o coeficiente de amortecimento do sistema e o coeficiente de
amortecimento crítico são idênticos quantitativamente. Esses tipos de caso são
denominados de movimento criticamente amortecido.
Recebem este nome porque a força de amortecimento é suficiente para
dissipar a energia em menos de um ciclo de movimento. O sistema nunca
executa um ciclo completo, é aperiódico; ele aproxima o equilíbrio com
deslocamento exponencialmente decadente. Além disso, nos sistemas
criticamente amortecidos, há o retorno à posição de equilíbrio no tempo mais
rápido possível.
Sua equação de movimento é dada abaixo:
t
x ( t )=[ x 0 + ( ẋ 0 +W n x 0 ) t ] e−W n

Ao analisar o gráfico, vê-se que houve uma perturbação inicial de 0.025m, que
decaiu para 0m num intervalo de aproximadamente 0.6 segundos sem
nenhuma oscilação. Isso apenas confirma o que foi dito acima – quanto mais
semelhantes entre si o c e o C c, menor será a oscilação do sistema.
Neste caso não houve nenhuma oscilação, mas apenas uma dissipação de
energia.
O presente sistema é muito útil e preferível para várias aplicações. Um
exemplo é a arma de fogo de grande porte; as armas de fogo de grande porte
têm amortecedores de mola com valor de amortecimento crítico para que
voltem à sua posição original após o recuo no tempo mínimo, sem vibrar. Se o
amortecimento fornecido fosse maior que o valor crítico, haveria alguma
demora antes do próximo tiro.
RESOLUÇÃO (c):
1) Fator de amortecimento
Apliquemos a fórmula:
c 100 √ m 100 √8
ζ= = = =1.25
2 √ k . m 2 √ k . m 2 √1600.8

2) Gráfico em x(t)

3) Discussão e exemplo
Neste terceiro caso, tem-se um coeficiente de amortecimento do sistema
superior ao coeficiente crítico de amortecimento. Casos como este se
denominam de movimento superamortecido.
Sua equação de movimento é dada abaixo:
2 2

x ( t )=C 1 e(−ζ +√ ζ −1)w t +C 2 e(−ζ −√ ζ −1)w t


n n

Onde:

x 0 w n ( ζ + √ ζ 2−1 ) + ẋ 0 −x0 w n ( ζ− √ζ 2−1 )− ẋ 0


C 1= ∴ ∴∴ C 2=
2 wn √ ζ 2−1 2 w n √ ζ 2−1

Pode-se observar já pela equação x(t) que o movimento superamortecido é


aperiódico, independentemente das condições iniciais impostas ao sistema.
Visto que suas raízes interpostas na equação de movimento são negativas, o
movimento diminui exponencialmente com o tempo.
O movimento superamortecido é deveras semelhante ao movimento
criticamente amortecido. Seus gráficos têm formas praticamente idênticas e
descrevem o mesmo fenômeno físico – uma dissipação de energia sem
oscilação.
Entretanto, ao analisar atentamente os dois gráficos, percebe-se a diferença
entre os dois movimentos: o tempo para retornar à posição de equilíbrio.
O movimento criticamente amortecido retorna ao equilíbrio por volta dos 0.6
segundos, como foi dito; o movimento superamortecido tem um maior atraso,
chegando ao repouso pelos 0.85 segundos, aproximadamente.
Esse é, portanto, o diferencial entre os dois sistemas: ambos não oscilam, mas
o sistema superamortecido leva mais tempo para chegar ao repouso porque
seu coeficiente de amortecimento é maior, influenciando diretamente todo o
experimento.
Um exemplo prático de um caso superamortecido é a mola hidráulica aérea
para portas, pois serve como um amortecedor.
Neste caso, a velocidade com que a porta se fecha depende da força
amortecedora da mola, que geralmente é superamortecida. Em aplicações
práticas, a porta aberta sofre uma força inicial (um empurrão, por exemplo) e
vai se fechando em velocidade mais ou menos normal, e, quando chega no
maior ponto de acionamento da mola, esta serve como amortecedora,
fechando a porta lentamente e sem oscilação.
Assim, depreende-se que os casos superamortecidos podem tem várias
finalidades. Quanto à mola supracitada, ela pode ter ao menos duas:
1) Conservação física da porta, pois evita batidas que a desgastam;
2) Utilidade social, pois em ambientes muito frequentados convém que a porta
demore para se fechar, não atrasando a movimentação do local com “abre-e-
fecha”.
APÊNDICE:

Programação do sistema subamortecido (a):

Programação do sistema criticamente amortecido (b):


Programação do sistema superamortecido (c):

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