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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ENG1127 – GEOTECNIA APLICADA

BARRAGENS E AMBIENTE

Marcelo Bueno Junqueira Bastos Smith

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14/12/2019
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Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................... 3
2. Objetivos ........................................................................................................................................ 3
3. Barragens ....................................................................................................................................... 3
3.1. Barragens de Energia ................................................................................................................. 4
3.2. Barragens de Rejeitos ................................................................................................................ 5
3.3. Meio Ambiente .......................................................................................................................... 7
4. Conclusão....................................................................................................................................... 8
5. Bibliografia ..................................................................................................................................... 8
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1. Introdução
O homem é um agente modificador da natureza. Das mais simples como a
invenção da roda ou a descoberta do fogo às mais complexas como um processador de
computador,

2. Objetivos
O trabalho tem como objetivo destacar quais são os principais tipos de barragens e
como seus processos construtivos afetam o meio ambiente.

3. Barragens
Segundo a Vale, barragens são “estruturas projetadas por engenheiros, utilizadas
como reservatório para contenção e acumulação de substâncias líquidas ou de mistura de
líquidos e sólidos provenientes do processo responsável por melhorar as qualidades física
e química do minério”. Expandindo essa definição, podem-se destacar alguns tipos de
usos em barragem: energia (hidrelétricas), abastecimento, disposição de rejeitos,
recreação, navegação e regularização.

Há registros de barragens de terra antes mesmo de Cristo. Uma barragem de 12 m


rompeu no Egito (4800 a.C.) por transbordamento. Isso mostra que desde a Idade Antiga
o homem já demonstrava a necessidade de abastecimento de água e tinha a intuição de
como construir uma estrutura, mesmo que não sofisticada, capaz de satisfazê-lo. As
primeiras barragens de terra no Brasil foram construídas na região Nordeste no início do
século XX, segundo Vargas (1977).

Neste trabalho os dois tipos de barragens que serão abordados são de energia e
de rejeito.
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Figura 1 - barragens ao longo da história (Massad, 2003)

3.1. Barragens de Energia


As barragens de energia têm como função gerar energia elétrica através de
gravidade. A energia hidráulica é convertida em mecânica e, finalmente, em elétrica. Sua
construção pode ser feita com um ou diversos materiais, sejam eles terra, concreto,
enrocamento etc. No caso de barragens de terra, deve haver uma preocupação na
prevenção de piping. Não pode haver carreamento de partículas de solo, então as
partículas de filtro devem ser suficientemente pequenas; porém, devem ter
permeabilidade de 10 a 20 vezes a do solo protegido para não impedir o fluxo de água.

São projetadas para manter as características iniciais ao longo de toda a vida útil
da estrutura, ou seja, tais projetos necessitam de manutenção regularmente para manter
a segurança (indicado pelo FS ou probabilidade de ruptura em métodos probabilísticos).
Além disso, contam com vertedouros que suportam vazões geradas por chuvas extremas
para manter o nível do reservatório. Os tempos de recorrência em projeto para barragens
pode chegar a 10000 anos.
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Figura 2 - fator de segurança para estabilidade (Carvalho, 2004)

Figura 3 - UHE de Itaipu - chegou a ser a maior do mundo

3.2. Barragens de Rejeitos


São estruturas capazes de armazenar os resíduos e água gerados pelo
beneficiamento (recuperação de propriedades físicas e químicas) de minério. Ou seja, é
todo o material não aproveitado. Isso significa que estes depósitos de rejeitos são custos
no orçamento de empresas e não lucros como em hidrelétricas. Isso pode explicar a
negligência que vem ocorrendo na fiscalização de barragens, que ora possuem um FS
próximo ao limite, ora a probabilidade de rompimento é quase de 20%. Também podem
ser construídas com solo compactado, blocos de rocha ou rejeitos.

Eventualmente há necessidade de aumentar a barragem pela necessidade de


dispor um maior volume de rejeitos. Em ordem de segurança, podem ser construídas por
alteamento a montante, em linha de centro ou alteamento a jusante.

No alteamento a montante cada degrau cresce acima do anterior, o que faz desse
o tipo menos seguro e também o fez ser proibido em diversos países. Como forma de
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“compensar” o risco, é o processo mais econômico e mais rápido pela velocidade de


ampliação.

Já em barragens de linha de centro, o número de degraus e caimentos para fora


são iguais. O eixo de simetria é mantido, já que os diques são sobrepostos conforme a
necessidade do aumento da barragem.

Por último, barragens de alteamento a jusante são mais seguras. Reduzem o risco
de liquefação em zonas com considerável atividade sísmica. Como a construção de cada
novo dique não torna a estrutura instável, mecanicamente não possui limite de altura, ou
seja, podem haver quantos alteamentos a empresa desejar. As limitações são de terreno
e custo, já que a cada novo dique o volume de aterro será maior.

Figura 4 - diferentes tipos de alteamento (Araújo, 2006)


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Figura 5 - barragem do Itabiruçu

3.3. Meio Ambiente


As barragens interagem com o meio ambiente desde o processo construtivo. Os
diversos desvios em rios já alteram o ecossistema, já que a barragem separa espécies.
Além disso, pelo alto controle do nível d’água, as barragens também eliminam as
inundações naturais do rio, ou seja, as planícies de inundação. Isso faz com que a
diversidade de espécies seja drasticamente reduzida. Os ecossistemas fluviais e de
planícies de inundação são a maior variedade de espécies.

Além disso, um projeto ruim aliado a uma má execução também causam


problemas ainda maiores. O rompimento de barragens, principalmente as de rejeitos, faz
com que todo o volume de lama percorra a jusante. Os exemplos mais recentes são os de
Mariana e Brumadinho em Minas Gerais; o Rio Doce deixou de ser um ambiente propício
à vida e peixes morreram; com isso, pescadores perderam a carne de subsistência ou a
fonte de renda, o que também afeta a economia da região.
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Figura 6 - lama de rejeito devasta o meio ambiente em Brumadinho

4. Conclusão
É possível destacar a necessidade da construção de barragens como citado no
primeiro tópico. Não são apenas as UHE ou de rejeitos, mas uma gama de tipos que
satisfazem determinadas demandas. Porém, também é importante lembrar que,
geralmente, barragens são grandes obras. Com grandes obras, vêm grandes impactos.
Cabe aos engenheiros projetar respeitando o meio ambiente e aliando a técnica à
sustentabilidade.

5. Bibliografia
MASSAD, F. Obras de Terra. 2003.

SAYAO, A. Barragens: Introdução. 2019.

Unesp. https://capacitacao.ead.unesp.br/dspace/bitstream/ana/110/2/Unidade_1-
modulo1.pdf Acessado em 14/12/2019.

Eletrobras. https://eletrobras.com/pt/Paginas/Barragem-de-Hidreletrica.aspx
Acessado em 14/12/2019.

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