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ICONOGRAFI\LAGOANA

~r10n0 coorecz
ARQUITETA
<r

't'l.f><l./20 1 ~

Secreta na de Estado do Desenvolvimento Económico, Energoa e Logístoca de Alagoas - SEDEC


Servoço de Apooo às Mocro e Pequenas Empresas deAiagoas- SEBRAE/AL

Grafmarque..s
Maceió-Aiagoas
:2011
NFÍBIA
FICHA CATALOGRÁFICA
Catalogação na fonte
OtparumentodeTratamento TecnKoda Editora Grafmarques

h6 Iconografia Aiagoana I Seaeta.v de Estado do DesenvotvM"nento Econômico, Energia


e Logisba ~ Al.ips -- SEOEC, ServtçodeApoto às MKro e Pequenas Empresas
de Alogoos SEBRAE/Al. -Macete>, GRAfMAROUES, 2011-
úhp ol color

lnduo bobloograf,.
Gloss~oo 154-16g
ISBN g]8-8s-63U3-<>3-0

1. Ar~s 1 Cultura· Alagoas. Jimagens ·A lagoas. 4· k:onografia Alagoana


I. Sec~t.r~a de Estado do Oesenvotvtmento EconómiCo, Energia e Loglstica de
Alag01s-SEOE.C. II. Ser...,çode Apoio às M1 cro ePeqvtna Empresas ~ Alagoas-
SEBRAE/AL
ICONOGRAFI
GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS SEBRAEAL
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
deAiagoas

Governador Conselho Deliberativo Estadual


TeotonioVilela Filho
Presidente do Conselho
Vice-Governador
Wilton Malta (gestão 2007-2010)
José Wanderley Neto
Álvaro Almeida (gestão 20U ·2014)
Secretário-Chefe do Gabinete Civil
Álvaro Antônio Melo Machado Diretor Superintendente
Marcos Antônio da Rocha Vieira
Secretário de Estado do Desenvolvimento
Econômico, Energia e logistica Diretora Técnica
LuizOtavioGomes Renata Fonseca de G. Pereira

Secretária-Adjunta de Gestão
Diretor Administrativo-Financeiro
Polia na Santana
José Roberval Cabral da Silva Gomes
Secretário-Adjunto de Minas e Energia
Geoberto Espírito Santo Gerente da Unidade de Turismo, Artesanato e
Cultura
Assessora Especial Vanessa Rocha
Vania Luiza Barreiros Amorim
Programa SEBRAE de Artesanato
Coordenadora do Programa do Artesanato
Brasileiro em Alagoas Jacqueliny Souza Martins Luz
Sônia Normande Acioli
Gerente da Unidade de Acesso a Inovação e
Equipe Técnica Tecnologia
Maria Aparecida Nunes Barros Sandra Maria Vilela de Moraes e Silva
Silvana Pontes de Miranda lima
Núcleo de Inovação • UAIT
Programa SEBRAE de Design
Fábio Rosa

Gerente da Unidade de Assessoria de


Comunicaçio e Marketing
Marcos Antônio Gonçalves de Alencar
FICHA T~CNICA AGRADECIMENTOS

Coordenação- Geral Alba Christina Ribeiro


Vania Luiza Barreiros Amorim Celso Brandão
Oanielle Novis
Consultori a Oelson Uchôa
Marta Maria de Melo Silva Fernando Fiúza
lremarBayma
Pesquisa Jeanne Beaujard
BrunoCésarCavalcanti José LagesJúnior
Rachei Rocha de Alm eida Barros Janecléia Pereira Rogério
Maria Luiza Barreiros de Araújo
Colaboração na Pesquisa Milton Pradines
Marta Mana de Melo Silva MuriloUchôa
MyrellaAvila
Texto Noaldo Oantas
BrunoCésarCavalcanti Paula Spier
Rache! Rocha de A lmeida Barros Sergio Fecure
Simone Cavalcante
Design Gráfico e de Informação TadeuGiuliani
Joaquim Redig
Em memória
Roberto Plech
Diagramação dos Conjuntos dos lcones
AnaSalac Arquivo Público de Alagoas
Biblioteca Pública Estadual deAiagoas
Colaboração no Design Gráfico Caleidoscópio
Vania Luiza Barreiros Amorim Instituto do Meio Ambiente
Marta Maria de Melo S1lva Instituto Histórico e Geográfico deAiagoas
Museu da Imagem e do Som de Alagoas
Design dos Pictogramas MuseuThéo Brandão de Antropologia e Folclore
Ana Lúcia Netter Secretaria de Turismo do Estado deAiagoas
Viver de Arte
Fotografia
Agradecimentos Especiais aos participantes do
Ricardo Lêdo
Worlcshop
Gustavo Quintella
Trmmentode Imagens
Hércules Mendes
Núcleo Zero
Josemary Ferrare
Júnior Almeida
RevislodeTexto
Kathia Rebelo
SidneyWanderley
Lula Nogueira
WemerSalles
SUMÁRIO

10 APRESENTAÇÃO

14 PARAUMAICONOGRAFlAALAGOANA
15 Porque uma iconogri-faa?
17 Imagens, paisagens-passagensalagoanas

26 PESOUISAEORGANIZAÇÃODO MATERIAL ICONOGRÁFICO


29 Dualismos alagoanos água eterra-azul e vermelho
Categorias e grupos temát•cos

42 VIVER
44 Águas Salgadas
50 Águas Doces
54 Coberturas Vegetais

6o ALIMENTAR
62 Cana-de-Açúcar
66 Coco
70 Mandioca
74 Pescado

8o ABRIGAR
82 Edificações
86 Fé

92 PRODUZIR
94 Bordados e Rendas
100 Cestaria, Cerâmica e Madeira
1o6 Embarcações
110 Instrumentos Mus1cais
114 Objetos Populares Lúdicos e de Trabalho

118 CELEBRAR
120 CortejoseProc,ssões
124 FolguedoseTorneoos
130 Eventos e Personagens Hostóncos

1)4 DENOMINAR
1)6 TermonologoaAiagoana

11,0 REFERENCIAS
~ Tramas
11,6 Cores
150 Pictogramas
154 Glossário
171 Bobliografoa
179 Cr~itos das Imagens
10
APRESENTAÇÃO

IMAGENS ALAGOANAS: UM CONVITE TRANSBORDANTE DE LUZES, CORES,


BELEZAS NATURAIS EÓTIMOS NEGÓCIOS

No IniCio da decada de 30, no século passado, um grupo de JOvens empreendedores


alagoanos resotveu un•r 1magens e arte ao anse•o pordesenvolv•mento em sua terra e daí
fot produztdo um filme longa metragem. "Casamento é negci<to?• fot o t•tulo dado a
pelicula, e uma mgênua trama românt•ca serv•a de pano de fundo para a d1vulgação das
poten<tahdades econômiCas alagoanas A cámera, nas mãos do expenente Gu•lherme
Rogato, passeia por uma bela Mace•ó de praças bem-cu•dadas e arbonzadas e demora-se
especialmente no detalhamento da exuberante natureza da lagoa Mundaú e de seus
canaes Torres de prospecção de petróleo são mostradas na reg1ào da prata de Rtacho
Doce
01tenta anos depo1s, a exuberânc1a das 1magens de Alagoas são Simultaneamente
referênctas de rara beleza e pano de fundo para grandes oportumdadesde negôc1os
Ottenta anos atrás, o sonho daqueles JOvens empreendedores alagoanos não logrou
viabilização durante suas vidas, apesar do valor 1ntangivel de seus projetes. As torres
filmadas nos arredores de Riacho Doce eram as p1one1ras expenênctas dt prospecção de
petróleo no Brasil e ganharam o entuseasmo de v1sionános como Montetro Lobato em sua
campanha petrolífera, assim como todo aquele cltma alagoano seduztu José Uns do Rego
para escrever o romance "Riacho Doce". Daqueles JOVens de o1to décadas atrás ficaram as
imagens, cenas de beleza e esperança.
Cenas de beleza e esperança continuam vtvas e puJantes em Alagoas, um verdadetro
_-
---
tesouro de cores e vida a fortalecer o imagmáno real, concreto, sobre os tmensos
~~- potenciais desta terra alagoana.
Este livro é um convite tlustrado, uma proposta e um desafio ICOnográfico. Nel~, onde a
' tmagem se propõe a abnrmats uma porta ao tnv~sttmento, de forma clara, transparente-
tlumtnada, poderiamosd1zer.
teste livro um tnbutoalagoanoao sent1do da vtsão, Podemos fazertr•butos para cada um
dos senttdos do corpo humano _À audtção, bnndaremos com a mÚsl(a alagoana de
DJavan, Hermeto Pascoal, Heckel Tavares, maestro Fon Fon t- tantos outros art•stas. Ao
tato, com a suav•dade dos pontos das f.nas rendas do redende, boa-notte, file elab•nnto.
Ao paladar, nossa cultnciria espectalísstma dos frutos das clguas salgadas, doces t salobras,
em sururusde capote, carapebas, sínse queta•s. Ao olfato, um m1xdo agndoce do mel dos
engenhos e dos açUcares seculares untdos a mares•a do porto natural de Jaragua Mas
ftquemos, por ora, com este pretto à vtsão. a sens•bthdade do olhar, num convtte a
en~ergar o futuro, que pode ser tão tmed•ato quando nossa d•spos,ção em construi·lo
agora
VeJa o futuro dos empreendimentos que optarem pelos cenanos alagoanos como sua
base de •mplantação. Tanta luz, tanta cor, tamanha beleza só podem s•nahzar
prospendade.
Encha os olhos Enxergue seus tnvest•mentosemAiagoas

LuizOt•vioGomes
Secretánode Estado do Oesenvolvtmento Econômtco, Energ1a e Log•sttCa
A ICONOGRAFIAALAGOANACOMO NEGÓCIO

ldentrf•car, analrsa'. tratar e drsponrb1lrzar os icones mars representatrvos da cultura


alagoana Ess• t um Objttovo audacioso qut o SEBRAE • a Secretaroa de Estado do
Desenvolvrmento EcoOOm co, Energ1a e Log•sttCa (SEDE() alcançam ao apresentar os
resultados dtstt trabalho oMdoto tm Alagoas Nõo se trata aquo apenas de demonstrar
nonos valores mars f)lpresslvos, esp«ralmente aqueles que de uma manetra mars fone
e
es.tao e-nraLZados em nossa h•stóna, porem, tambem, uma forma de apresentar a
capactdade ernpretndedora que temos em aprovertar esses ícones para fazer negóc•os,
nt mulando •s mr<ro e J)*quenas empresas a se utrlrzarem da nossa cultura como
drferenc,.lcon1,.t trvo

Nos ultrmos anos, van.ls p4!sqursas sobre tconografra foram realizadas pelo mundo para
txp1orar as possobolodadts da utolozação dos tlementos da cultura regoonal como forma de
agrtgação dt valor aos produtos • strvoços oferecodos por cada regoão Aprove>tando o
momento e o e~t4ig•o de matundade empresa na I em que nos encontramos, o SEBRAE e a
SEDE C aprtstntam este tstudo qut ora enroquecer aonda ma os nossa bela hostóroa, dando
vts•b•l dade a um dos mats expresstvos valores de um povo; a cultura.

Alagoas não podt!na f•car de fora de um levantamento de tamanha relevâncta como a


análtse do~ tcones que representam o Estado e que por st mesmos tdenttficam a nossa
h•stória, movem a cultura, a t radtção e o tnteresse de outros povos por nós. Os est udos
aqut apontados poderão ser uttlttados para o tunsmo, artesanato, publictdade, des1gn,
atqustetuta, moda e vestuáno e outras ativtdades econômicas que necessitem de
agregaçAo dt valor e doferenc.ação quahtatova A partor dele, as mocro e pequenas
empresas podem tnl'ier•r elementos valtosos na construção de marcas, produtos, servtços
• tstraregoasde mtrcado

Os tcones foram sel~lonados por )Ucl representattvtdade, stgntficado e aceltaçãocolet•va


e correspondem a uma t.nguagem comum. Atraves dessas referênoas Konograftcas,
podemo1 voltar ao passado e nos projttar para um futuro bem prom•ssor

O SEBRAE tem orgulho tm partocopar dtste marco na hostóroa de Alagoas A lconografoa


Alagoarw c•rt•I'!Wnte •Judata tamWm no desenvol'i•mento dos mte.ro e pequenos
neg6c101 do Estado e valorozara os tra~os marcantes de um povo CUJOS trad•ções estão na
vida e no trabalho por tle desenvolVIdO

M•rcosVit•ra
DorttorSuper nt•ndente
14
PARA UMA ICONOGRAFIA ALAGOANA

"[...]nem sempre a história Este é um livro de imagens alagoanas, uma seleção de lugares, personagens, objetos e
consegue acreditar na nomes presentes em diferentes dimensões: no cot•d•ano, na historiografia, nas
memória, e a memória lembranças individuais, na memória e representações sociats sobre o território, e nos
desconfia de uma modos de vida local. São cenários naturais, paisagens, logradouros, artefatos, eventos
reconstituição que não h•stóricos, iguarias, técnicas, monumentos, obras artisttcas e outras expressões de
coloque em seu centro os sentimentos, de saberes e de práticas humanas alusrt~as às Atagoas que, ao longo do
direitos da lembrança. w tempo e através de inúmeros processos de regtstro, lograram suplantar o movimento
pendular entre a lembrança e o esquecimento e, deste modo, passaram a ocupar um lugar
Beatnz Sarfol
destacadocomosímbolosque traduzem a "cor local" da cultura.
1 r~mpo Passado cultvro do mtmor/0 t
gtJJn<rda $UbjfttVQ. 1007, p.g
São múltiplos os processos que levam ao reconhecimento de imagens e de símbolos que
podem ser apreendidos como ícones: sua recorrência, isto é, a repetição cotidiana de sua
prática ou aparição; sua pregnância ou seu grau de aderência e de consolidação mediante
sua perpet uação em suportes os mais diversos; e sua circularidade, compreendida como
sua valorização social ou a capacidade que tem o ícone de transitar em diversos
ambientes: artíst ico, mercadológ ico,lúdico.

Preferiu·se a denominação de iconografia "alagoana" em vez de iconografia "de (das)


A.lagoas.., com o objetivo de destacar o caráter parCial, aberto, processual, e
~~lodoGogódoEm•na necessanamente inconcluso, do levantamento; sem pretender o estabelecimento de um
elA~~ do ed•ficJO Oon'"l CirMttO.
Moeooó cinone acerca do imaginário alagoano.

Trata·se de uma lista de icooes intencionalmente abrangente e representattva, numa


amostragem que busca atingir diferentes recantos e dtmensões do temt6rto, mesmo que
uns com maior frequincta que outros, mas, em todo caso, um levantamento
~odolog~nte orientado desses elementos encontrados em regtstros da h15tóna e
~rnemóNsocoal, eaind.defontesetnogrAficas.

Assim, o propósito central é apresentar um pa1nel tconográfico que esboce vínculos


simbóhcos e ifNgébcos dos contemporineos com o que a htStóna e a memónalegaram e
que, Wavés de distintos suportH e fonNs narrattvas, pode sem pro atualt2ar·se como
J*te expressiva do pMrim6nio cultural alagoano com posStbtltdadt de exercer uma
funç1o importante: constituir um ~Monco de dados referencoa•s para futuras estrategtas
~ ou coletivM, privHa!i ou públicas, de autorrepresentaçio, de martoflng
terrltorlll~ de produçlo artistiu, de crtaçio de marcas para bens e servtços
15

produzidos/consumidos localmente, e de outras incontáveis atividades e usos possíveis


onde, de algum modo, a ideia deAiagoas seja requisitada a marcar sua presença.

Outro propósito derivado do prime1ro incluiria ainda, e ao lado da convicção do caráter


parcial da seleção de i cones, aquele de suscitar iniciativas de organização iconográfica que
tragam à luz novas leituras e proposições acerca da simbologia alagoana.

Porque uma iconografia?

Não fosse pelas razões já elencadas, e com o objetivo pragmático de formar um acervo de
imagens para fins presumidos, haveria alguns outros motivos para a constituição desta
coleção iconográfica. Antes de tudo, ela não deixa de expressar uma demanda de nosso
tempo - que é o Interesse renovado acerca do tema das Identidades culturais locais. No
caso, manifestadas através de aspectos considerados como verdadeiras marcas de
reconhecimento territorial ou do modo de vida das populações.

Segundo a opinião de especialistas, narrativas de identidade cultural formam uma


espécie de movimento ascendente nas sociedades sob o impacto de processos globais de
produção e de consumo de gêneros de toda sorte. Ou seja, trata-se da circulação mundial
de produtos, de pessoas, de informação e de imagens numa frequência jamais vista, e que
contribuem decisivamente para redefinir padrões, subjetividades e formas de :z Cf. M1ke Feéltherstone, O desman<ht da
tultura globalização, pós·modernismo e
relacionamento das populações, seja com elementos culturais recebidos nesses fluxos 1denttdade, 1997.
globais, seja com ide1as e valores que expressam o que foram e são e, por fim, sobre o que 3Cf MarcAugé, Log~desrêvts:
deseJariam ser. Também para mUitOs de seus críticos, dentre as potenciais consequências vceroces d'ethno-ftettM, 1.997, Serge
GNz1nski, l.a g!Jf!rre des lfflages dt
negativas da globalização estaria a perda da autoevidênc1a cultura l nas sociedades assim Chnstophe Co/omb O Blode Ronner(1492·
impactadas, numa espécie de "desmanche da cultura" 2, que implica riscos para os 1019), 1990; Massimo Canevacci,
Antropologia da comuntcoção visual, 2001
símbolos e as formas de sociabilidades tradicionais; notadamente risco à própria e Fetichismos vtsuats corpos ~r6pticos na
~rrópofe comonKoctOnal, :zooS e Arjun
diversidade cultural. Nesse campo de batalha simbólica, de '"guerras de culturas• ou
Appadura1, Modtm1ty ar lor~; culturol
'"guerras de 1magens·3- numa sorte de dilatação do real através de sobrepOSIÇÕes de d1mens101"1s ofglobaltzarJOtt, 1996
narrativas textua1s e visuais provocadas pela globalização comunicacional mais mtensa - , ~ Cf. Jonathan Fr•edman, Semg m the
a recomposição de elementos de identif1cação cultural é uma prerrogativa para o diálogo warld: globalizar1on ond locoftzorJOn, lOOl,
Ooreen Masst!y, Um stnttdo global dt
•ntercultural em melhores condições de e quilibrio e de protagon1smo 4_ lugar, 2000, Akh•l Gruptl e James
Fe,guson, MoJs al~m da culturo ~spa,o,
Klenrldode e polmca dt1 difrreftÇ(I, 2000,:
A propós1to, algumas políticas de salvagu!lrda cultural reservam para a c~rculação de M kt Feat~rstone, op Clt , eAqun
Appadura1, op C1t
16

1magens a rubrica de exceção cultural, cujo comércto n~o deve obedecer a regras
estntamente económico-financeiras; isto porque entendem que as 1magens são formas
privilegiadas de construção de memóna colet1va, de defintção de s•na1s dtacritiCOS das
identidades locais ou nacionais, verdadeiras marcas defin1doras de lugares e de suas
populações. Desse modo, sena um projeto Ut1l a tarefa de melhor conhecer ou reconhecer
algumas das Imagens que a lcançaram uma condição de grande prestig•o coleuvo e que
atuam como mediadoras das expressões humanas de vínculos territoriaiS, d~ laços entre o
passado e o presente, da lembrança cOm sentidos prátiCOS ou poéticos, às vezes táte1s,
sonoros ou olfativos. Em suma, com uma historicidade ímpar preenchida de elementos
comuns partilhados pelos grupos sociais.

Portanto, as mobilizações e expressões de localismos culturais v•sam contribuir para um


envolvimento reflexivo ante a inexorabilidade dessa economia cultura lglobal, que a cada
s No sentido dado por Jitmes(lifford, dia se anuncia ma is sistêmica e presente; pois a pressão do mercado ampliado e das
Cvltvras IIJOjontts, 1 000.
"culturas viajantes"'S representam uma verdadeira impregnação de narrativas e imagens
estrangeiras, dada a força cotidiana dessas culturas midiâticas.

Nesse cenário, o diálogo mais premente é o que se estabelece atravêsdo mercado. Não é
sem razão que setores como a produção artesanal e o turismo, por exemplo, se destacam
quando a questão é construir particularismos cultura11s que ind1quem a origem de bens e
serviços produzidos ou os destinos a serem visitados por indivíduos e grupos em trânsito.
Tanto num segmento como no outro, cujas economias se entrecruzam em certa medida, a
mercantilização é um processo social que, ao substanciaf•zar os elementos cultura1s em
bens e serviços, colabora com a definição iconográfica. E essa, por sua vez, contnbui
deosivamente para a construção ou ressigneficação de rote1ros, de dest1nos, de servtços e
6 Cf lgor ~opytoff, AIJ,ogrofi<J CllltlJ'al dos

.
COfSGS: o lrlff'{IIMflltzo{io como ptOCfüO,
1001 Sobre o tefN. 'lt'f wnbém Thlmy
,..,.,. ...,.,_,_,_,.
Bonno!.to\lircln...,d'Won..,

,..............,
~8-rge<eOen~C .....IIoer,
de objt!tos, ou seja, para a carreira ou a biografia cultural das co1sas seleoonadas6 .

Aqut nos deparamos com um ~cto de grande relev3ncta: se a lógtea da economta


cultural global nos provoca com as regras do mercado ampliado, não se pode ao mesmo
tempo ceder à vulnerabilidade e flutua.;ão mercadológica quando se trata de fixar
tmagens que esbocem o que se é ou se acredita sê-lo. Afinal de contas, as construções
simbólicas que as sociec»des fazem de si costumam ser ma1s duradouras que as ondas
comerciais e as circunstincias effmeras que podl!m provocâ-las. De fato, ao Circunscrever
elementos para a autorrepresentoçio territorial, mesmo que essa se realize também no
merudo, pode·se sempre conSiderar a possibil idade de opção por símbolos
17

autoproduzidos, quase sempre gesta dos bem antes que- se pudesse supor a dimensão do
contexto global das soctedades contemporâneas de hoje7.

Portanto, se o quadro de referênci.;tS culturais, ampli!ldo pelas relações de mercado da


crescente SOCiedade transnac1onal, nos provoca como produtores ou consum1dores de
bens, de serviços, de 1nformações e de imagens, parece·nos pertinente avançar com um
movimento de retroação de argumentos e motivos locais, cuja importância é certamente
bem mais extensa e complexa que os fins imediatos daquilo que visa de pronto responder.
Alagoas, os alagoanos e aqueles que no Estado se estabeleceram têm sido direta ou
indiretamente convocados a esboçar imagens e símbolos de identificação, de
pertenCimento e de autorreconhecimento coletivos, assim como ocorre em inúmeras
Bras~odo Estado de Alagoas
outras sociedades. Evidentemente, algumas dessas sociedades encontram-se mais
familiarizadas e convictas daquilo que julgam ser os seus elementos autodefinidores, ao
passo que outros povos, sociedades ou comunidades não se encontram da mesma forma
mobilizados, ou Inequivocamente cientes dessa mesma ordem de identificação. Em
ambos os casos, isso ocorre por razões eminentemente políticas, culturais e históricas.
Em Alagoas, parece não ter se estabelecido um consenso mínimo necessário sobre essas
narrativas, imagens e símbolos de autorrepresentação, e, assim, este livro não deixa de
7 Uma d1scussão so br~ ~ssts aspectos
seroudedesejarser uma contribuição nessa direção. aparece em Jonathan Friedma n, op. c1t.

Imagens, paisagens- passagens alagoanas

Foram costeiras as pnme1ras 1magens alagoanas esboçadas na forma de ilustrações dos


relatos da conqutsta, os pome~ros desenhos, gravuras e pinturas alusivas às Alagoas. As
terras e as águas em abundânc1a chamaram a atenção no inicio da colonização. Famosas
matas, tornadas do Tombo Real por suas madetr!ls "de lei'"" sob a guarda da Coroa, dada a
excelêncta e vaoedade de seus usos, e também de caça abundante. Cursos fluviats que
tntenonzanam a conqUista do terntóno e garanttriam as terras férteis para a lavoura da
cana-de·açúcar da empresa colontzadora. Empresa esta que dtztmou - pelo
aproveitamento tndustoal e comerc1al, mas notadamente pelo fogo, dada a urgênc1a das
frentes de cult1vo da cana-de-açúcar- a quase totalidade da mata atlântiCa. Ao ponto de
Gilberto Freyre refeor-se à 1roma tremenda de nomearmos hoje uma "zona da mata"8 .
8 Cf. Gd b~rto Frtyre, "'A Cana e a Mata•,
m Nordtstt Qjpteros da mjluênc10 da
cano sobrr a vrdo to pa1sagtm no
tmpress1onou ainda ao colontzador, desde então, o recorte costeiro de Alagoas, stnuoso,
Nordtstt do 8rastl, 1985, PP 43-61
20

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destaque à exuberânc1a do no São FranCisco~ do complexo Mundaú·Manguaba Terra
'"'"
pnm1tiva e dadivosa de cajus, de mangabas, de moluscos e de pes(ados de toda sorte, foi
transformada prioritariamente em produtora de açúcar e mef, de rapadura~ de fannha de
mandioca, do gado grosso e do gado miúdo, do algodão, do tabaco, do fe1jão. E todo esse
ampJo <onjunto de situações e oportunidades deu início ao gradual, mas ininterrupto,
processo de produção de narrativas e imagens d~ e sobre Alagoas.

Essas narratcvas e imagens, ainda que nem sempre sejam gesta das com taJ fim, estão na
base do que parece se expressar como uma tendência: a apar1ção do elemento natural,
nas últimas décadas, como ícone representativo no repertório de imagens e de sim bolos
alagoanos9. Observa-se também que naquilo que - por oposição ao que aqui se d~finiu
9 bu que~t:io ediSCUtida por Rachei como natural - pod~ ser denominado de cultural, há uma preponderância de registros
Rotha df' A. B•rros em L•s Sohtai'n u au dC~rca dd materialização de práticas cu/tura;s na formadeoficios e de saberes tradicionajs
Parad1S1 1007, mfd1t0
diretament~ associados à sobrevivência imediata das populações ou a at1vidades lúdicas,
artísticas, bem como a usos diversos do tempo livre.Todos esses elementos que transitam
da materialidade à imaterialidade das práticas culturais são passagens, são vias de acesso
possíveis ao imaginário alagoano.

A partir dessa dinâmica de tempo e espaço, na longa e na curta duração da hostória, tanto
daquela mais remota que lançou as bases do domínio do terntórto quanto da VIVida nos
d1as de hoje, se pode observar o surg1mento e o trânstto de 1magens, sua permanência e
fiJCação em narrativas de sentimentos e de comportamentos 1deallzados, representados,
pi~tiCados <!identificados como aJagoanos. Esse processo começa a se dehnear, comojá
10Ve)l·w •IIS~ ~o G.s~r afirmado, nas ma1s r~motas e controversas descnções da conquista10•
-.oBr...aHoi-.IOboCondt
-w-i<oodo ""''""' hosoóntdos
fwttos rectntttSMnOS pr~.tdos cknnte S@ as tmagens costeiras, imagens •med.atamente aqvátt<as ~cercadas da floresta troptcal
os oco .nos no lrMtl ~ nouu• pMtH Umeda, fizeram a recepção tThlts antiga dotemtóno, as c•racteristteas rvra1s da SOCiedade
tobo_do_msomoJo6o
onstaurada não fizeram por merlOS com sua CIYihzação do couro, curraos de bo1, sons de
-·-·-·'"'f(''"'
..........-.._.
do-F..... -.L-hm6no abotos e chocalhos, carros gementes de tração animal, homeos montados, beoras de
riacho, banhos de btca, leite e queijo setUMJOS, rapadura, fanoha de mand1oca, bode
ass.do, buchada, charque, uma infinidade de coisas e omagens • ClJmul•ndo-se sem parar.
vinclastantodapaisagemaolongequantodamesadeJaOtar

O ciclodaQN-de·~ÜCM, o engenho com seu bueoro, o canav1al que1mando ou darundo


ovenleprinlithloeescurodarnataatiAntica,apolaridadtmaooreotreomundoescravoea
Oceano Atlântico
21

pretensão à fidalgu•a europeizada como modelo perseguido de ética e de estética, tudo n PariiloséculoXVIII,José
Cézar d~ Menezes. "'tdé~ da
1sso fez somar ao nosso imaginário o patrimônio material e imatenal da chamada popula~.lo do~ Ctpltan•a de
civilização do açúcar, por vezes resumeda tão somente ao maquinário, ao mobiliário ou ã Pernambuco e du SUiS
annexas, exte~io de ~ua~
arquitetura de fe•ções coloniais dos domínios senhoriais. Da roda de folguedos do pátio costas, nos, povo~~~s
de engenho à roda de chá da Casa-Grande, com seus deliciosos doces, bolos e broas da notáv~~s, agncultura ,
nUmero de engenhos,
cozinha colonial, denva a gênese de uma trajetória progressiva na formação de um acervo
contractos e rend1mentos
de imagens amalgamadas nas lembranças das gerações e nos registras documentais: reaes, augmentoque estes
tem tido & &, desde Oanno
ofícios da labuta diária, saberes práticos do fazer artesanal, expressões coletlvas e lúdicas,
de 1n4 em que tomou posse
sagradas ou profanas, usos das cores nas telas, tec1dos e bordados, sonondades e ritmos do Governo das mesmas
alagoanos. Capitamas o Go'ltmadof e
Caprtam Gener~rl Josê Cez~r
de Menezu•, 19:n , e par~ o
Em perspectiva h1stõnca, pode-se observar melhor a dinâm1ca das mutações século XIX. Antôn1o Joaquim
represe ntacionais sobre Alagoas, nas formas de e le ição de seus elementos de Moura, Opúsculo di
d escnp~ão geograph•ca
identificadores. topograph1ca, ph•z1ca,
polft1ca, t h1stónca, do que
Por volta da segunda metade do século XVIII, registra-se certa especificidade da vida na un1cameote: respe1t~ â
provinoa dasAiagoas no
parte suf da então Capitania de Pernambuco; o que viria a ser mais exphcitamente ímpénodo8fav~ 2009.e
decantado no século segu1nte, em descrições sobre as particularidadesdo território e seus Thomaz Esp.ndoli,
Geografia Alagoo~N, 1871
modos de vidan. No século XX, outra tentat1va, mais bem-sucedida, de destacar
elementos da pa1sagem, do relevo e das cidades, e de personalidades alagoanas1 aparecei 12 Adalberto Mo~rroqwm,
Terra das Alago~u, 192:1:.
em grande estilo, na obra de Adalberto Marroquim, fartamente ilustrada com fotografias Antes dele, contudo, vê·se Já
de diferentes localidades alagoanas, contribuindo para a fixação de logradouros e a reprodução (otográfica de
mUmeros amb1e ntes t
edificações que sà01 até os dias atuais, muitos deles, verdadeiros pontos de referência 1magens ala~nas no
para aiconografia patrimonial deAiagoas1l. Indicador Ger~l do Enado,
de 1901, um dos mo~•s
antigos reg•st ros em IMO a
Postenormente, quase setenta anos depo1s da Geografia de Espindola e dezessete do operar com cerQ e-1-e!tiio de
l•vro de Marroqu•m, tem-se uma oportuntdade para observar o quão flutuante, processual .magens paril a
representaç~o ofi<hlll de
e mesmo circunstanctal é o processo de deftn1ção dessas marcas referenciais de lugar. Em
Alagoas
1937, Moreno Brandão descreve inúmeras local1dades dignas de interesse t urístico sem
'-3 Moreno Bra ndão, Vide·
que aí indua as poste riormente decantadas praias alagoanas 1 3, algo atualmente
Me cuum do tunsta em
1mpensável em qualquer listagem iconográfica sobre Alagoas, dada a profusão e Alagoas, 1937-A con~tru<ào
ve1culação dessas 1magens do '"paraíso das águas• como grande atrattvo para o tunsmo e a \ltloc•d~~ de
•mplantaç.io da tdttate- uso)
chamado · de sol e mar• Em seu livro, por outro lado, destacam-se cenânos naturais hoJe das 1magens das pro~ as
absolutamente esqueCidos, ou não ma1s amplamente engtdos à cond1çâo de ícone como refer-ente tvr1n.c:o e-m
Mace-•ó e Ala90ti t
(banhos de bica1 cac11oe~ras e rios do 1ntenor de Alagoas, por e)(emplo), e raramente abordada por R~hel Rocha
menuonados como atnda expressivos nas lembranças contemporâneas sobre Alagoas. deAime1da Barro'io op <•t
22

Aimpol"tância desses textos iniciats na fundação das primetras tmagens acerca de Alagoas
fo1 tratada por Dirceu Lmdoso em seu "Representação soctal na escrita da cultura
alagoana no século XIX•, onde demonstra de que fo<ma o que e<a apenas esboço
tmprectso de uma imagem se consolida em território com o ato polítiCO de 1817 _

Na mesma lôgica processual da história e da cultura, os ventos da urbanização acelerada


que, principalmente a partir da segunda metade do século XX, ajudaram a configurar a
vida a lagoana, trouxeram um novo e amplo conjunto de imagens e narrativas que
também traduzem Alagoas, muitas vezes reinterpretando antigas representações ou
simplesmente obscurecendo-as. Na verdade, o delineamento de um acervo geral de
imagens alagoanasganharia o impulso necessánoatravés das coleções particulares, quer
de gravuras e pinturas, quer, mais predominantemente, de fotografias, de matenal
14 Exemp4os dessas trnc•att'liiS sio sonoro e de documentos. São atares desse processo instituições centenárias como o
public~õts como as d e DouglasApratto
Tenório ~ Cãrmen Lúc•a Cantas, Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, o Arquivo PUblico, e mais recentemente,
Aede-scobr.nclo o Passado: Cartofiha órgãos como o Museu Theo Brandão e o Museu da Imagem e do Som, além das obras e
AI~Oina, 2009 e Caminhos do A~úcar:
enge-nhos e casas-grandes d~ Alagoas, pesquisas recentesemtorno de aspectos culturais alagoanos1 4.
tool; Fernando AntoniO G. 4H Andride
(Ot'g ) Me~ dH A&.go.ls; coleç~ do Os novos equipamentos urbanos, as tecnologias e produtos industriais (entre eles a
InstitUtO Histórico e Geogr~fico de
~a publicação d• Secretaua de
fotografia, o rádio, o cinema, a TV e, posteriormente, a mtemet), aliados ao maior volume
Estldo do Turismo deAiagoas., regular de tnformações do mundo exterior, tornaram definttiva essa tendênoa para - a
denomtnada Mape.mtnto Cultural
CICf.cles Hi<J:t óncas: Marecl'lal Oeodoro, partir da cidade de Maceió, maior centro emissor dessas representações imagéticas, e de
Penedo e Piranhas, camtnhos turist•cos determinados núcleos urbanos coloniais com seu patrimônio arquitetônico reconhecido-
dt Alagoas. Também atuam nessa d.reçio
du•s in~tiitivas recentes do lnstttuto a valorização de edificações, de lugares pitorescos, de atrativos gastronõm1cos e de
Arnon de Me-llo, e qu. cwcular~m sob a formas típicas de sociabilidade. Da mesma forma, o advento de instituições cvlturais
form1 de fas<:icu'os a ass.nantes do JOmal
Go~dtAiagoas DouglosAprotto
(escolas, academias, grêmios ltterános, museus, universidades, btbltotecas e arqutvos) e
Ttnono; Ro<han.C<impOSeCte:e-o de dtferentes expressões artisttcas locais, em particular pelo entenso movemento ltteráno
Nncltos de C..-vafho, Enc•clopedei dcK
alagoano(o romance, a poesea, a prosa, os relatos de memónas), também contnbu1u para
MunKiptos ~o.nos, :aoo6i e Oouga.s
Apretto T~ e Citmen LUc11 O.ntti. a emergfncia de narrativas com evidente p<eponderânoa da função de traduzir Alagoas e
Mestres Artesios d.s Al1goas: fazer
de contagiar seus conterrâneos com novas associações simbólicas.

--elo
popular, 1009- Reg•stre·se tgutlrMntt a

__
pesqut11 coletlva M.peamento do
P01rlm6nooCultural Alogoos, Em parte, essas transformações de cenároos e sociabolidades de referência são resultantes

"""---·
ptloUFAI. P1'1 o lnol-do

··------...
-

...._. ..........
............ ~.- de inúmeras intervenções oncodondo sobre a paO..gem natural e a histól'ia da cultu<a e
SOCiecllde locaos, e só podem ser devodamente conSideradas se articuladas num quad<o
1NiS giol* de mudanças que nos ompõe uma seletovodade de sognos e símbolos de
iclentlfíc•çJo. Derivam t•mbém d•s transfo<m~ões em nossas pe<eepçio e
subJet1v1dade, e, ass•m, nos modos corre latos de desejar, com maior ou menor ênfase,
fixar um conJunto referenc1al de memória colet•va, uma espécie de consenso imagmário
ou uma sorte de autorretrato cultural dos atagoanos, ou alguns traços elementares dele,
seJa para a ex1b1çàoexterna, Seja, notadamente, para a autoafirmação inte rna.

€ deste modo que as pa1sagens e todas as demais imagens alagoa nas são como
passagens, ou Seja, vias de acesso tanto para se visitar o passado através da memóna e da
lembrança quanto, sobretudo, para melhor as lançarmos ao mundo, uma vez que a
altendade que nos VISita pelos fluxos globais pede-nos a afirmação do localismo cultural
como condição de troca e de diálogo, no mercado e fora dele .
26 PESQUISA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
ICONOGRÁFICO

Seguindo uma das defimções possíveis, um ícone é '"cotsa, fato, pessoa etc., que evoca
fortemente certas qualidades ou caracteristecas de algo, ou que é mutto representattvo
dele[...] signo que apresenta relação de semelhança ou analog1a com o referente". Pode a
teonografia ser concebida como a •arte de representar por me•o de imagens•, ou a tnda o
•conhecimento e descrição de ímagens•1s. Os icones aqUI reumdos compõem um vanado
painel de elementos peculiares e característ•cos do ambtente alagoano. Peculiares porque
singulares e exclusivos do temtôrioi outros sendo característicos por ex1st1rem em
profusãoemAiagoas, mesmo não sendo de ocorrência ún1ca do (e no) Estadol6.
>6 U.ofiumooa~~·-­
cutturats.......,.... t '"Qraa.ria:Kos'" no A forma de organização seguida na apresentação do matenal part1u de alguns desses
sentido que lhtdr6Teny ElgMton. em seu A
aoos.
idéia d~ cultura, elementos constitutivos e grand4!m4!nte definidores do terntório alagoano. Assim,
buStaram-s4! inicialmente pares que traduzem dualismos natura~s: água 4! terra; e aqueles
que aqui podemos ler como seus correspondentes culturaos: azul e vermelho. A pnncopal
tama dessa demarcação inicial foi a de fugir ao esquematismo espacial do tipo regional
ou sub·regional, seccionando os ícones por áreas de ocorrência preponderante ou
exclusiva; e deste modo, evitando-se dificuldades colocadas pelo fato de que mu1tos deles
têm uma abr~ncia total sobre o território ou têm apanções 1nterm1tentes ao longo da
história .

Um segundo movimento de or~i~o agrupa o matenal oconográfico em seis


categorias (viver - alimentar - abrigar - produlir - celebrar - denornonar), formando
conjuntos muitas vezes correlacionados. No intt!rior c~Ms.s categonas hâ a organ1zaçâo
dos ícones em dezoito grupos temáticos. Deste modo, os cento e tnnU e qu.Jtro ícones
selecionados nesta iconografia são apresentados dentro das seguintes categorias e
grupos temâticoso >. Viver (águas salgadas; âguas doces; coberturas vegetais); 1 .
Alimentar (cana-de-açúcar; coco; mand1oca; pescado], 3· Abrogar (eclificaç6es; N); 4·
Produz1r (bordados e rendas; cestaria, cerâm1ca e made1ra; emba~ lft5tr'urnentOS
muSicaiS; objetos populares lúdocos e de trabalho); 5 Celebrar (cortejos e procissi1e5;
folguedos e torneios; eve ntos e personagens h1stóncos); e 6. Denomonar <tem•llllogla
alagoana).

A incidência e a distribuiçio territorial dos ícones revelam, ao final, uma maior


preponderlncia de determinados temas e áreas no conJunto da lista. Isso se explica não
apenas peta antiguidade da presença humana em determonadas espaços de ma1or
urbanizaçio e, consequentemente, melhores me1os de difusão de narrat 1vas e 1magens
concementesaAiagoas. Há, igualmente, razões h1stóncas, econômocas, politicas, sociais
l7

e culturais que JUst•ficarn sua contnbuição na constituição de tais narrat1vas, coma a forte
presença do catol•c•smo desde a ma1s remota colonização portuguesa; afém da natureza
de ocupação predomtnantemente rural, ora concentradora de indivíduos {zona da mata),
ora ma•s dispersadora (sertão e agreste), e também o surgimento e o desenvolvimento
ulterior de profissões e ofíc1os que, conjugados às características geogrâficas do temtôrio,
poss•b•htaram uma ma1or produção e Circulação de imagens e de narrativas do e sobce o
Estado de Alagoas

Como se verá, algunsde.sseskonesestão bem mi;!iiS fortemente presenter, na v\da diária e


associados a saberes e fazeres em plena voga cotidiana, ao passo que outros se
man•festam apenas como evocação de lugares e de suas relações humanas. Outros
d!vem sua inclusão nesta iconografia à ressonância historiográfica e documental que
alcançaram; outros tantos, bem mais à superexposição midiática a que estão sujeitos em
nossa c.ont~mporaneidade, fato que. lhes confere também forte- ressonânda ((.enários de
estúdios televisivos, virlhetas publicitárias, logomarcas comerciais ou institucionais,
paisagens eltploradas no markttmgturistico, entre tantos). E, por fim, alguns apresentam
grandes potencialidades, embora suas tr~jetôrias simbólicas como imagens a lagoanas
ainda estejam para serma1s bem traçadas.

e: prec•SO considerar sempre os lim1tes de uma seleção como esta. No caso part•cular da
categor•a Denonunar, os nomes seleCionados poderiam compor numa lista bem mais
extensa, e aqu1 temos apenas a evocação de um pequeno número de expressões que,
nattKalmente, deve ser VISto corno exemplo ilustrat•vo deste universo de p411avras tio
forte,.nte tdentofocadas com 1magensdo terntó<io e de~ gente. Exatamente por ~onta
desta caracteristiCa - o a~lo 1magét1Co suscitado nesses exemplos de palavras de uso
local-é que resolvemos 1ncluor, em que ~se sua 1matenalidade, a terminolog1a alagoana
entreoselernentosoc6n1Cos

EVItou-se a inclusio de IndiVídUOS como ícones Msta seleção, com o propósito de se


contomar o forte traço de ~rsonahsmo que marca a vida alagoana, e que tomaria a
list.gem desses nomes multo eJ<tensa e pouco relevante aos objetivos centrais aqu1
~ e><'e<;io fe;ta a ~, históricos como o Bispo Sard1nha, Zumb1,
~ ou t.mpilo - os eventos em que tomaram parte são aludidos JUnta,.nte com
su.s flgurM - ou a personagens singul.lssimos, como a Miss Paripueira, o Moleque
~adorealend,rtaNfgaJuju.
O processo seletivo dessa listagem de elementos alagoa nos se deu particularmente com
respeito à sua materialidade e ressonânoa territoriats, à recorrência e/ou populandade
"17 Re-ssoNrK~ e mittr•ahdade sio noções capazes de conduzi·los, muitas vezes, à cond1çãode patnmôn•os locats 17.
aqut utll•zid.s no sentido em qw slo
diSCutidas M"t Jose Rtgtn.iitdo Santos Por materialidade de um ícone entende-se sua capac•dade de ser expresso em base
G.onc;•l~ "RtssonJnc.•a. mattnllftda.M e
sut>,ett,,..dade as culturis como patnmõmos.., concreta, em um suporte físico que lhe dê visibilidade e em mu•tos casos palpabthdade
2005
(uma iguaria, uma tecnologia, um instrumento, um logradouro); e por ressonância, ..o
poder que tem um objeto exposto de atingir um universo mais amplo, para além de suas
fronteiras formais, o poder de evocar no espectador as forças culturais complexas e
18 Stephen Greenblatt, Ressonance and dinâmicas das quais ele emergiu e das quais ele e, para o espectador, o representanteH1.8.
Wond~r. 1n José Regtnaldo Santos Gonçalves, O poder, portanto, que têm de ressonar, de reverberar na vida local e em narrativas
op. cit.,1oo5. p.tg.
produzidas do exterior acerca do território em questão.

Na etapa final da seleção iconográfica foi rea lizado um work.shop reunindo profissionais
afeitos ao tratamento de imagens e simbolos locais (artistas, designers, arquitetos,
pesquisadores sociais), que operou um primeiro procedimento balizador da seleção que
compõe o livro. Alguns integrantes do workshop apontaram a ausência de característ icas
alagoanas como gestos, odores, sonoridades, interjeições e outras que não foram
incluídas na iconografia. O fato é que muitos desses aspectos não são facilmente
materializclveisem um suporte. No que concerne às sonoridades, por exemplo, a opção foi
destacar instrumentos que aludem a esta dimensão da cultura ~ sociedade loca1s. Já em
outros casos, a não inclusão se justifica seja pelos limttes físicos da publicação, ea
Imperiosa necessidade de eofetuar cortes, seja ainda por não se localizar uma expressiva
ressonância, se comparados com outros itens selec1onados.

Também foi imperativo condensar as descrições textua1s dos ícones em categonas


aglutinadoras de vários deles. Assim, em vez de proceder a uma hsta e>Ctensa de 1magens
correlatas a um mesmo universo, optou-se por soluções Integradoras das características
gerais de referfncia: no caso do universo relig1oso afro-brastletro, os corteJOS e festas
religiosas e a coleção Perseveranc;a-conjunto de peças sob a guarda do lnst1tuto H1stónco
e Geográfico de Alagoas (IHGAL)- aparecem como agrupando uma série de associações
simbólicas afro-alagoanas possíveis. Não foi dtferente o procedtmento quanto à
diversidade da flora, onde se optou pela denomtnação categonal de ·coberturas
vegetais", ou quando se nominou de •ensopados• diferentes vanações do preparo de
•limentos típicos.
29

Dualismos a lagoa nos: água e terra- azul e vermelho


Agua e terra são aspectos do terntóno que onentaram a organização inicial dos ícones,
trazendo à ba1la uma espéCie de estruturação dualista que também se apresenta na
oposição cromática entre o azul e o vermelho, cores tão alagoanas, manifestando-se nos
símbolos civ•cos e nos c•clos dos folguedos populares, como que repetindo na cultura a
polaridade plâsttca da natureza entre água e terra já insinuadas na paisagem avermelhada
das falésias ou no azul do ma r e das águas sanfranciscanas vistas a partir do sertão.

Agua e terra são dimensões produzidas e reproduzidas pela cultura, remodeladas na


inventividade das comunidades e tornadas paisagens, porções de natureza significadas e
ressignificadas que são fontes de recursos para a reprodução da existência no plano
simbólico. A presença do dualismo azul-vermelho pode ser interpretada como um desses
desdobramentos. ~ o caso da forte impregnação e da rivalidade observada entre os
cordões azul e "encarnado", seja nos folguedos a lagoa nos: pastoril, cava lhada, baianasi
seja no futebol: CSA e CRB, seja, ainda, nas cores que se tornaram predominantes na
"Vindo das ilhas inacabadas,
bandeira do Estado. As águas- e, mais que isso, as metáforas aquáticas - são imagens
nunca aprendi a separar
frequentes no campo artisttco alagoano. Essa recorrência se dá tanto por sua pregnância
o que é da terra
na patsagem quanto pelo uso que a colonização imprimiu, e que foram determinantes na
e o que é da água."
posse e na construção stmbóhca do temtório. Rios, riachos, mares e lagoas transportaram
mais que pessoas e mercadonas; através deles transitaram costumes, ideias, valores. As Lêdo Ivo, 2004
águas foram e atnda são portas abertas a fluxos históricos, comunicacionais, migratônos
e, a partir das relações que os homens estabelecem com um rio, por exemplo, pode-se
contar a htStóna de toda umalocahdade.

A patsagem terrestre, por sua vez, reuntndo atributos que lhe caracterizam os disttntos
cenános (zona da mata, sertão, agreste, lttoral), é também imagem inspiradora de outras
construções tntelectua•s como, a hás, J~ observou Lindoso1 9 quando buscou depreender a O.t-ceu L1ndoso, lnterpret~ão d.a
partlf de textos produz1dos sobre Alagoas (e então também antes de 1817, sobre Pf0VIn(la, lOOS

Pernambuco) as narrattvasque nos autorizanam certa percepção de um "lugar alagoano ....


A ambtgutdade do btnômto água·terra não lhe passou despercebida quando, em outro
D•rceu Lmdoso, "Uma cultura em
estudo, elegeu essa dtaléttca como const•tuttva da cultura loca12o. A propósito, é questio a al.agoaoa··, 1005
JUStamtnte essa característiCa presente no par água-terra que nos valeu o battsmo de
povo anfibto. No rol das categonas ambíguas poderíamos ir mais longe e pensar o mangue
como elemento de tnterligação, de transtção, h.tlbttat ambiguo de terra mole e
grandemente caractenzadora do ambtente lacustre - lama geradora do sururu,
ensp~radora de melodtas, de poemas e de prosas, de mantfestos hter3nos, e amda lugar
llmtnar sob a guarda de Nanã Buruku, oríxá da passagem, dos pântanos, dos poços, mas
também da morte e do nascimento, ou seJa, da transeção, e por que não dtzer, a seu modo
um oroxá anfiboo. Essa dovindade do panteão Jêje é cultuada pelas casas relogoosas de
matriz africana em Macetóe em todaAiagoas. Nanõ Burukué Stncrettzada com Sant'Ana

Água e terra são fontes centrais, cenános pnvtlegtados que abregam a apresentação de
tmagens que movtmentam uma lógtca local e metafónca sobre o terntóno, traduztndo·se
em narrativas e produtos. Em todo caso, água e terra expressam bem mais uma
polaridade, um movimento pendular de enfluências recíprocas que duas dtmensões
cultura lmente apartadas: Alagoas anfíbia, ambígua. O mesmo se poderia aftrmarquanto
à forma, mais antagonizada, do azul e do vermelho, cores que despertam paixões e
promovem escolhas e aderências, mas revelam, ao mesmo tempo, uma existência
indissociãvel e complementar dessas oposições cromáttcas que aparecem seja no
espetáculo esportivo, seja, mais constantemente~ nos torneios e folguedos alagoanos e
nosimbolooficial de representação da unidade federatova: a bande~ra de Alagoas.

Pensemos nos exemplos fortes da paisagem terntonal.

A capilaridade original dos rios que cortam generosamente quase toda a extensão do
mapa de Alagoas e as imagens aquátocas do complexo lagunar Mundaú·Manguaba, e de
33

outrcts lagoas meonorPS, de-ram o sttntido do nome do Estado. As lagoas são respo11sávejs
pela sobrevi'Yência direta dE: populações inteiras e pela consolidação de um estilo de vida às
suas margens; são geradoras de urn conjunto de conhecimentos e práticas nativas de
grande importância e que integram nosso patrimônio ClJiturê)l imaterial. Dentre esses
conhecimentos, d pes<a, qoe por sua importância mob1fiza dinâm1tas presentes noutras
práticas, n~,.~m desdobramento de sabe1es e fazeres caracterist!e:os. O desenvoJvjmento de
um vasto e sofisticado repertório de té<:nicas e artefatos de trabalho associados a tsse
ofíClotradiCIOI"Ial emAiagoas ganha materialidade atravêsdavariedade de tipos de cestos,
armad ilhàs, redes, embarcações, mas tarnbem por meio da preciosa tradição das rendas e
bordados: o f1fê, o fabrrinto, a singeleza, a renda de blfro, o boa-noit~ recorrentes nas
cidades ribeirinhas e lacustres de AJagoas. A pesca é um exemplo da transversalidade
realltada por práticas e sentidos que se intercambiam entre as diferentes esferas
patnmonlais; ~ tradição gastronômita, de variada expressão no preparo de frutos do mar,
dos rios e lagoas - t que conjugada com e ltmentos de paisagens circunvizinhas
acrescentaram a essa c.ufínária ~fementos corno o coco e a maodio<:a - , é outro exempfar
do entrecruzamento de un;versos produtivos locais.

Aguas doces e salgadas; águas salobras e sonoras. Águas doces que abrigam esplendor e
mis!ria, poesia e fome; as narrativas fiterárlas, cientificas, pictóricas, jornallsticas
atravessam e são atravessadas pelas águas doces. Nas águas da Mundoú submergem
calvngas e cambembes. Age as doces dos banhos de rio, de bica e de açude, presentes no
imaginário e no cotidiano do lazer familiar numa Alagoas ainda rural nos modos e nos
gostos, e que apenas ensaiava no tnioo do seculo XX sua entrada em ambtente urbano e
industrial.

A toponímia e as formas do falar atagoano também apontam para p'!'rtenomentos


plurats: índios, negros, lusrtanos. Em drferentes linguas as águas são nomeadas,
dlst1091..11das, particularizadas: Calungo, o fundo das águas, Corunpt, no dos sapos.
Gilberto Freyre 11 já havia notado que as águas sempre estrveram vmculadas e
comprometidas com o desenvolvimento dos terntôrios; a nomenclatura mdigena para as
deferentes águas, por sua vez, é demonstratrva da importâncra atnbuída a esses
mananciais aquáticos.

Cheiros e cores das águas doces e salgadas. Maresia, sargaço, areia, conchas, seixos,
águas de cheiro, de alfazema ofertada nas festas para Yemanjá. Através das águas,
oferendas e cortejOS sagrados são rea lizados, marcando o calendário de festejOS
tradicionais, cultuando-se orixás e santos católicos. No ambiente aquático elaborou-se
igua lmente um ciclo de lendas e histórias de origem cabocla marcantes em nossa
literatura oral: o Pai da Mata, a Comadre Fulôzinha, o Calpora, que juntamente com outros
seres prosseguem ocupando lugar no imaginário de d1ferentes populações do território
alagoano 22 •

Por outro lado, as cidades ribeirinhas são frequentemente mus1Ca1s. EmAiagoas, é notória
a existência de bandas de pifanas- os chamados "esquenta·mulher• ou "esquenta-mu1é...
-e de filarmónicas nesses lugares. Como acontece com outros elementos, também no
campo musical estamos diante de um complexo criativo quedraloga com outros umversos
- religroso, profano- e que, por sua vez, assoctam-se a dtmensões lúdtcas capazes de
mobrhzar outro sem-número de operações sembólicas e de práttcas soe taiS

21 Cf. G•lberto Freyre, Nordeste representa~ões da reletÇ-io mdigena com


aspectos da •nft~noc•a da cana sobre a os colonos portugueses. Refertnc:•as
vida e a pa•sagem do Nordeste do Bris•l, ma•s conttmporãneas desse •magmano
1985 SOChll fantíS11CO na zoni da mata
alagoana apartcem em lu•s Sav1ode
12 Sobre o t e ma, Manuel D•~gues Jr Alme•da (1997), e foram encontrados
{1958:-~to) observa que o Ciclo doCabodo em survey explorando dados censlt.lnos
é ass1m cha~do porque caboclo e o gera•s de populações res1dentes em
termo popular que des•gna os fcuend's e assentamentos rurcus
desc:endentes de ind•o com branco . Esfe c•rcunv•z•nhos à .trea de mata atlãntu:a
c•clo corr.spondena ong•nilmente •s alagoan1 (Cf. Barros e Cavalcant•, 2004)
~!
De sua parte, o no São Franc•sco compõe um conJunto de outras águas que levaram à
interionzação da colomzação, tendo s1do assinalado pelos conquistadores ainda na
primetra expedtção de reconhecimento do territóno, em 1501. Alagoas ocupa as terras e
águas do ba1xo curso do Velho Ch1co. Banha Penedo, Piranhas, e outras cidades ~o
forJadas em sua margem, caracterizando essa região alagoana enquanto sertão singular
no espaço tradiCionalmente marcado pela seca e penúria de suas populações.

As águas salgadas foram o cam~nho preferencial no inicio da colonização costeira do



BrasiL Esse litoral de recortes dtferenciados exibe falésias, praias, arrecifes e piscinas
naturais. Trata·se de águas que protagonizaram eventos históricos de ares lendários,
como o naufrágio seguido da captyra e deglutiçào ritual do bispo Sardinha pelos nativos
Caett!s. Águas que imprimem sua marca na paisagem e mobilizam em torno de seu
potencial natural (praias, dunas, arrecifes, gales) um forte apelo enquanto patrimônio
paisagístico que dialoga intensamente com demandas do turismo globa lizador dos dias
atuais. Ainda no sé culo XVI, este mesmo oceano aproximou a história de dois continentes l t
de forma indelével, através do tráfico de escravos. E assim permaneceu por quase quatro
séculos. Africa e Brasil, um contato com impactos definitivos para os dois continentes, •
cuja evidência, no caso brasileiro, nos remete a inúmeras referências nacionais. E
alagoanas.

De seu lado, terra é uma imagem de síntese que, a maneira das águas, agrupa ícones
recorrentes nas representações locais. Na qualidade de metáfora de longo alcance,
simboliza a gênese alagoana de um ethos que se poderia denominar - afastando dai todo
essenciallsmo - alagoano. Terra representa inicialmente o intento colonizador dos
conquastadores do novo terntóno, com o peso de sua cultura e suas expectativas de lucro,
invocando amda as reações das populações indígenas que mobilizaram recursos materiais
e simbólicos em ações reat•vas Representa também a presença de populações em
dtaspora, transplantadas para um novo mundo Reúne, por ftm, traJetónas e
características acumuladas de dtferentes ttpos, o que 1nclutna as formas de lutas sooais e
modalidades da cultura de v1olência gestada no espaço-tempo alagoano1 3.

A terra a que se refere esta iconografia e uma porção de natureza atravessada por
1mperattvos socta1s e culturats os ma1s d1St1ntos e, mu1tas vezes, os mats antagômcos
também. Ela pode ser ressigntf1cada a parttr de dtferentes ângulos, e as caracteristtcas da
htstória e da economia formam uma dessas muttas formas de compreensão possível. A
antiguidade do lugar Alagoas remete a um passado pontuado por eventos geradores de
"heró1s.. e de "t raidores" que, por sua vez, demonstram sua força e sua ressonância. Terra
de matas cobiçadas, de matas esconderiJO de negros qu1lombolas e papa-méis, de
desmatamentos vultosos, de criação de gado e da cultura da cana-de-açúca r.

Categorias e grupos temáticos


Aseleção dos cento e t rinta e quatro icones 2 4-que, partindo das polaridades água-terra e
azul-vermelho, foram organizados em se1s categorias e dezotto grupos temáticos- se
valeu do levanta mento de fontes documentaiS diversas (bibliográficas, relatórios de
pesquisas, coleções fotográficas, pictóricas, fonográftcas, v•deográficas, sttes) como base
micial para um primeiro recorte temáttco. Buscou-se, asstm, atender a diferentes
d1mensões e significados desses icones na vida presente e passada dos alagoanos (como
eventos históncos, personagens, pa1sagens, lugares, ofÍCIOS, lmguagens, gastronom1a,
arquttetura, cenmônias colettvas e outros).

As categorias e os grupos temáticos que se seguem têm por função aglutinar conjuntos de
elementos, propondo·lhes uma pnmetra lf!&tura na forma de associações, de
encadeamentos. Dessa manetra, expressam tnterl•gações de sent•do que essas 1magens
podem sugerir. As assoc•ações estabeleCidas entre diferentes referêncías cultura•s são
aqut cons1deradas para a seleção tconograftca, mas não remetem, necessanamente.
apenas aos elementos selec1onados, razão pela qual o le•tor encontrara ao longo do texto
alusões a co1sas e objetos que, entretanto, não serão obngatonamente repl1cados na
liStagem f inal da IConografia.

Numa outra pesquisa de levantamento de fontes documentats acerca do patnmômo


cultura l de Alagoas, condu ida em 2008 por uma equ•pe de pesquisadores da Un•vers•dade
Federal de Alagoas, observou-se certa polivalênc1a de imagens alagoanas nos dados
39

levantados. Utd1zando as Cinco referênoas culturais adoradas pelo IPHAN - ofícios e l Sobre tp1s.Odeos h1s.tónc:os. colet1vos ~

modos de fazer, formas de expressão, lugares, celebrações, e edif1cações- obteve-se um v.off'ntos ~mAiago.n,, vtor L\ntgarde
C.v•k•nt• dt Olweua Sarros,. A lhffadf!KO
total de 519 refe rênCias 1nventanadas em diferentes documentos alagoanos. Nesse cnsto LompiÓO t Notorrnos g~ndo no
levantamento destacaram-se as categorias ofíc1os e modos de fazer, com 229 ocorrênc1as Srrtdo, l007t Luis SãvtO de AJmt•da,
Mtm0110l Otscntr...adr V~erntf! rh Pauta o
(44,12% do un1verso pesqu1sado), e formas de expressão, que compreende os folguedos e copaáo tk todas as motos gi.IM'rlho t
outros festeJOS populares a lagoa nos, com 145 referênctas (27,93%dosdados colhidos). Na soc~odt oltrrnotrvo no moro oklgoana, e
01rceu L1ndoso, A Utopm Armada rr~l1~s
prime1ra dessas categonas, ofíCIOS e modos de fazer, as prãticas gastronômicas foram as dt pobrts r'I(I'S motas do tombo rtol (1832-
mais recorrentes, com 127 apançôes (55,4% do total das referências). As atividades 1850).

humanas em torno da pesca ocuparam o segundo posto nesta categoria, com 29 Ao fina! deste l•vro, o le•tor encontrar~
J.it
um Gloss.lr10 na forma de uma hsta
ocorrências (12,7%), traduzindo-se em tS tipos distintos de prática pesqueira que variam organ1zada por ordem alfabet1ca, com
de acordo com o ambiente (salgado, doce), a modalidade {maraberto, rio, mangues etc.), todos os icones sele{lonados
e os instrumentos e técnicas empregados. Estão aí associados também os tipos de .:zs Para umill í!ipreCiiliÇ~O de cOnJunto de
dados da refenda pesqu1sa, ver
embarcações, as manualidades do artesanato de rendas e bordados, a gastronomia INSTITUTO DO PATRIM0NIO HISTORICO
tradicional, entre outros. Do mesmo modo, e segu indo essa lógica associativa dos ícones EARTfSTtCO NACIONAL, Maptamtnto do
Potrimómo CvltvraJ lmattriQ( dt
com outras pesquisas levadas a efeito, vemos que no caso da segunda categoria citada Alagoos 1008. CD-ROM Jâ Citado.
acima- formas de expressão-, a ambiência das comun idades pesqueiras é ainda intima
do un1verso de folguedos como os fandangos, as marujadas e as baianas 2 5.

Ê desse modo que aqui se pode argumentar sobre um perfil bastante próximo, em termos
de ressonânoa documental, entre esses elementos do cotidiano popular de trabalho e
Jazere a listagem proposta de elementos que conformam o que se podena denom1nar, em
nosso caso, poriconesalagoanos.

A assooação de certas prát1cas a determmados saberes vincula, de inicio, ta1s


conhec•mentos a grupos socia•s e étnicos específicos; o que nos leva a pensar sobre os
contextos Ol'lg•na•s que lhes d•zem respeito, mas, posteriormente, essas narratevas
assooat1vas chegam a atengtr uma condtção de verdadeiro patnmônio coletevo
amplamente part1lhado, num exerCÍCIO de poss1belldades cnativas 1nfinitas, susCitado,
entre outros, pelo mov1mento de deslocamento das populações no mterior do terntório

Ê nesse espírito que as categonas e os grupos que se seguem devem ser compreendidos,
ou seja, como um ponto de parttda capaz de md1car uma espécie de locus ongtnáno de
mu1tas dessas representações da cultura e do terntóno.

A organ1zação do matenal encontra-se como mostraremos em seguida.


41
ícones
44
Águas Salgadas

Referem-se a todo o litoral, que abnga patsagens naturats famosas, além de ícones
edificados como os faróis. Todo o litoral é marcado pela presença de arrec1fes, piscinas
naturais e falésias. Em Maceió, enseadas como a de Pajuçara, além de piscinas naturais,
são atraçôes turistic.as. E nessa paisagem litorânea que viveu um dos ícones de matar
ressonánc•a na memória do alagoano, o Gogó da Ema, famoso coque~ro torto que
alimentou o imaginário turístico, fotográfico e poético de muitos. O coquetro singular era
referénc•a de localização para os Jangadetros, ponto de encontro dos namorados, atração
turisttca e símbolo da cidade. Sua imagemfot utthzada em rótulos de latas de btscottos, em
vttnnes, em calendários. O Gogó da Ema tombou em 1955, e sua lembrança continua
presente na memória alagoana.

! IIII
Águas Doces

Apontam o complexo lagunar M~ndau·Manguaba e o no São Francisco como as mais


emblemáticas 1magens das águas doces em Alagoas, resguardando ecossistemas
verdadeiramente s1ngulares - como o mangue, que reUne etementos da flora (raízes
ga1te1ras) e da fauna (carangueJOS) de forte a~lo v.sual sobre a paosagem aquática. Além
de poss1bihtar o desenvolvimento de vanadas t~cmcas e tnstrumenta1s de pesca, as água s
doces são Importante fonte geradora de lendas e estónas presentes no imaginário
popular; vale notar que Inúmeros balneános formados por bicas e quedas d'água são
referenciais para a memóna de gerações de alagoanos. São a1nda ambientes para práticas
recreativas e religiosas - cortejos fluv1ais 1como a festa de Bom Jesus dos Navegantes, e
local de oferendas ao onxá Oxum.
52
53

R•o São Franc•sco


Coberturas Vegetais

Abrangem a divers•dade vegetal do terntono agrupando·a em ecosststemas naturaiS bem


defmtdos, mduidas ai ocorrf:nc,as e>rcJuswas da fauna A zona da mata tem sua
exuberânCia e a qualtdade de suas made~ras reg•stradas pela htstonografta q~ aponta
para as matas do Tombo Real em Alagoas, parttcvlarmente para a tndUstna naval. O sertão
em Alagoas e maos brando que em outros Estados nordestonos, partocularmente pela
presença do no São Francosco, que banha parte tmportante da area. As partoculandades
desse sertão amenizado podem ser observadas em sua ~tgetação: a brancura das matas,
o colando suave de macambtras e broméltas selvagens, a exestênoa das cratbe~ras.

Restmgas e mangue:zais, canav1ats e coque,rats caractenzam a patsagem litorânea e


lacustre.
~~-~N..~'}.~~ .'..a ,
- .·. ·.. '
59
62 Cana de Açucar

Representa elemento da patsagem canavtetra que domtna grande parte do ternt6no rural
alago ano e os produtos mats stgntftcattvos que dela derivam: o açúcar, o melado, o caldo
de cana e o álcooL Estende-se na pa•sagem natural, mas tambem na paisagem edtficada
para seu uso e prátKa· desde o bueiro ant•go até a usma moderna. Nesse complexo,
tradtções lusttanas dtalogam com heranças afncanas. Alianças e dtsputas se estabelecem
com os un•versos caboclos A CêiJ'êl·de-açúcar d•aloga com elementos de outros grupos:
com os folguedos - relactonando-os às bnncade•ras de matriz afncana, às mantfestaçôes
lusttanas e mouras ou, atnda, aos tores indtgenas, com a gastronomta. por toda a tradtção
docetra. A cana-de-açúcar marca a pa.sagem natural alagoana e ampnme sua marca no
cenáno sociocuttural
AI •
Gs

Usma Seresta, Teotón1o V1lela


66 Coco

PartiCipa do conJunto de elementos que se encontram completamente tntegrados à


patsagem, apesar de sua ongem não nattva O coquetro e seus produtos, o coco e a água de
coco, foram tncorporados ao uso local E elemento que d1aloga com outros untversos
patrimontats: o gastronômtco, por exemplo, pots associado à mandtoca, ao açUcare aos
frutos do mar, o coco produztu uma nca cuhnana de confecção de bolos e de ensopados; o
das prât~eas artesanats, em que o caco do coco se transforma em peças de mobtliárto,
Objetos decorat1vos, ~ões de revest mente Alem do fruto, outras partes do coquetro
são tgualmente aprove•tadas, como o tronco para a construção de cercas, bancos e bases
de mesa, o buzo ou t•baca qu~ pode ~e r usado como combust•vel~ a ratt e aproveitada na
fabncaçâo de cestos, os opôs e o pane1ro slo elementos hoJe ut•llzados na confecção de
lumtnanase caquetras
I

I
:0 Armazém de ccx:o do litoral norte
70 Mandioca

Stmbohza a base da alimentação colomal. A mandtoca é um tubt!rculo de uso tão


abrangente e ant1go em Alagoas que, a part1r dela, toda uma gastronom•a se constitutu,
Culttvada tradiCtonalmente pelo tndigena, sua asssmtlaçâo por portugueses e afncanos
le-vou ao aperfeiçoamento de tecn•ca5 para 1 transformaçio da matêna·pnma em
vanados ttpos de fannh~ Dtsso resultou um ~erdadetro comptexo com tecnologtas e
utensthos própnos, dos qua'~ a casa de far,nha e, sem dUvtda, o melhor exemplo, tnclustve
por seu forte apelo de socoab t.dade, expressa nos chamados batalhões grupos reunodos
para o trabalho da produçao da fannha. no canto do pau, cantado durante a execução do
trabalho, e na cnaçào de fendas como a de Man-.. que trata da or•gem da mand•oca. A
tncorporação do tubérculo e SUiS •ssoc·a~ões com outrcx produtos resultaram numa
grande vaned3dede bolos., p1rlot:s. broas ~:outra del.c•as de forte apelo gastronômtco para
res1dentes etunstas
72
73
74 Pescado

Destaca a presern;a evtdent@ das águas, tnSplfindO uma nomenclatura hidnca na


nomeação do Estado, da cap1t~t e de outras localidades do temtóno, onde a attv1dade da
pesca se const•tUtu, por razões geograftcas, em expressão cultural de relevo. A
sofist11:ação desse ol.c•o potJ. ser ob~IV~d~ ~• rtcmc•s de pesc.a empregadas em
d•ferentes ambtentes aqyatt<Os: mares, lagoas, r.os, mangues, e que~ faz acompaflhar
de "asto mst..-umentat envolvendo desde a confecção de d•ferentes ttpos de redes e outros
artefatos para a captura de ~txes, c.rvstáceos e moluscos, até o desenvolvtmento de
te<n~tas especiftcas, como a pesca de cat(ara, de rede dt malha, de ca<eta, ou o uso do
covo e do curral, ~ntre outros t1pos de .,,~,Jhas A llqUI!'Za drsse saber tradictonaJ se
ev1denc1a tarnbem na elaboração de van•dos ttposde cestos e de cordas para o transporte
e para a apresentação do pescado O caso t•P•CO ~a corda de carangueJO
Edificações

Realçam os exemplares expresstvos da arquttetura, valonzados a parttr de crtténos


drversos pelo estdo arqUitttôntco, como o Teatro Deodoro, por evocação de uma
memória histórica, como a do Porto de Jaragvá e do comércto de exportação, estampada
nos armazéns caractenst•cos do batrro ou na Assoctação Comercial de Macet6; por uma
memóna afetl\la, e a seu modo marcante, na patsagem urbana, como o Relógto Central -
depots chamado Ponto Central-, e que hOJe não ex1be mats o relóg•o que o caractenzava.
Destacam-se tambem na pa•sagem arqu,tetõntca o casa no colon•al e a memóna reltgtosa
barroca, presentes em Marechal O~oro e em Penedo. E os espectmes neoclássicos
localtzadosemMace•óeemalgvmasc•dadesdo•ntenor.

,.,,.,,.,,.,,.,,.

11
Estação Ferro,11aria dt P1ranhas
86 Fé

Temos a menção ao simbolo da cruz emdrstrntas tradr~ões rel•grosas, particularmente nas


cnstãs. A representação de Cnsto pregado na cruz assocra·se a rde•a do sofnme nt o e da
dor. No Nordeste braSJierro e em Alagoas, a cruz e os srmbohsmos tê m seu u~ rnsendo
num amplrado leque de possrbrlidades. Tal srmbol!smo se manrfesta em vá nos contextos,
desde um smal de proteção (cruofrxos), ate a mdrcação de ambrente drvino {igrejas,
capelas e mortos templos afro·brasrle~ros) ou a srmples m arcação do lugar o nde alguém
faleceu (as santas cruzes de berra de estrada). A exrstência de cruze~ros em vá nas cidades
alagoanas rndrca a drfu~o desse simbolo reltg10so e seu poder aglutrnador. Sua presença
venfica-se tambêm em objetos que auxrham na medtação de uma relação mais intima
ent re o homem e o dtvmo, como os o ratónosencont rados em residênciasalagoanas.
94 Bordados e Rendas

Permitem reun•r a trad1ção do fe•to d mão, de vanada expressão no territóno, presente do


l1toral ao sertão e que se traduz em rendas e bordados com mspirações as ma•s diversas.
Oisttntas competências e uma gama ampliada de motivos compõem o repertório desses
deliCados saberes; é da trama da rede de pesca que se ongina uma técnica como o fi Ié,
oficto trad!Ctonalmente desenvolvtdo nas margens das águas. Outros elementos, ainda,
ensp~ram o umverso criativo das artes manuaes a flora nativa - que posstbthta que através
da flor boa-no•te surJa o bordado homôntmo; a precisão matemáttca -que proJetada num
J090 dt l>nhas trançadas a partor do entrelaçamento de pedaços de madeora resulta na
renda de b1lro. Por outro lado, e desfeando e recortando que se obtêm o labmnto e o
redendê,
99
100
Cestaria, Cerâmica e Madeira

Posstbillta reuntr1 atraves do barro, da palha e da madeira, maténas-pnmas que dão


sustentação a prâttca da arte popular e também à confecção do artesanato uttlltário. As
tradtctonais panelas de barro1 os potes, os porrões, as esculturas decorativas são
fabriCadas em dtversos pontos do territóno. Está assinalada, tgualmente, e mais
ancestralmente, como prãttca presente entre grupos étnicos específtcos, como os Kariri-
Xocó de Porto Real do Coleg•o e os remanescentes qUllombolas do povoado Muquém, em
Un•ào dos Palmares O artesanato da palha, de trad1ção indígena, amda que presente em
vánas c•dades alagoanas, tem em Pontal de Corunpe seu polo mats representativo.
Quanto aos trabalhos em madetra, seJam esculturas de santos, de an•mats, peças de
mob1háno ou utenslhos domest cos. têm forte ocorrênc1a em todo o terntório,
notada mente na ilha do Feno, local•dade de Pão de Açúcar, em Boca da Mata, Lagoa da
Canoa e Arap1raca
106
Embarcações

Acompanham a caracterist1ca aquát1ca de Alagoas, estando a serviço da exploração de


seu potencial. As embarcações desenvolveram·se numa d1versidade que se adapta às
particularidades dos amb&entes a que se destinam. Jangadas1 canoas e barcos de
d1ferentes portes reav1vam na pa•sagem alagoana a associação do elemento humano com
o espaço natural, fazendo das aguas locvs priVIlegiado para a sobrevavência direta, através
da pesca ou da util1zação das embarcações para o transporte de pessoas e de mercadorias.
Em Alagoas, a industna de estale1ros, uma prát•ca ancestral no temtóno, ou o simples
e executado de forma artesanal e sema·mdustnal em
oficao de construtor de barcos, que
Mace1ó e em outras <Idades do Estado, é um saber tradicional exercido de mane ara cada
vez ma1s remota
110 Instrumentos Musicais

Ev•denc1am, alem de notável vanedade, uma presença dissemtnada em universos


específJcos. A ma1oria deles está presente nos folgvedos populares: ganzá, maracá,
pífano, rabeca, zabumba, mas também no universo religioso, particularmente quando
estes são indígenas ou afro·brasile•ros Essa presença simultânea de instrumentos em
ambtentes lúd•cos e rel•g•osos revela a aprox•mação existente entre esses dots campos da
produção llumana_ No terntóno alagoano, eventos históricos como o Quebra dos
Terre1ros em 1912 e a atnda VIgente mtolerância relíg10sa dificultam a v•s•b•l•dade dessa
sut1l sobreposição de mundos Acoleção Perseverança, do Instituto Hastónco e Geográfico
de Alagoas, que reuoe as peças que escaparam desse ep1sód1ode destru1çãode 1magens e
paramentos rehgrosos em Mace ró, possui alguns mstrumentos musrca1s que evrdencram
essa drmensão sonora nas casas relrgrosas
Rabeca
Objetos Populares Lúdicos e de Trabalho

Reúnem algumas das soluc;ões populares para o comérc•o de produtos os mats vanados,
ferto geralmente por nterméd•o de pequenos vetculos elaborados de forma artesanal
(como oscarnnhos para a venda de acaraJé, de caldo de cana, de ptpoca e de raspadmha e,
mats recentemente, de CDs ~ OVOs~ ou os tabuletros de ptrulttos e de quebra-quet.xo).
Também fazem parte desse grupo alguns me•os de transporte destmados a outros fins,
tats como o de produtos rurats (carro de bot) e urbanos (carroças de burro, carroças à
tração humana) e o nco un•verso dos bnnqvedos populares: piões, manés-gostosos,
mmtaturas de camtnhões, de av1ões, de automóvets de todo fett1o, de mobiltários, de
bonecas de pano. Confecctonados geralmente em made~ra, muttas vezes conjugam a ela
outros materiais tais como· aluminto, borracha, corttça 1 cerâmtca e retalhos de tecidos
coloridos.
l.16
117

.. . .· ._....til

Carro de beM
120 Cortejos e Procissões

Demonstram a inserção das romarias, corteJOS e prOCISSões na rotina das práticas


religiosas ma1s tradidonats e concorridas em Alagoas. SeJa por ocasião de comemorações
a santos católicos (padroeiros, princtpalmente) ou aos de outras reltgtões (orixás e demais
entidades); realizando-se por via terrestre ou aquáttca (pelas aventdas e ruas de cidades ou
nas águas do rio São Francisco, como a Proctssão de Bom Jesus dos Navegantes), as
romarias, cortejos e procJssões são uma constante. Vtstas como marchas, são também a
forma recorrente na realização de enterros. Romanas e via cruc1s mobilizam fieis em
subidas e caminhadas realizadas espontaneamente ou mediante pagamento de
promessa, algumas vezes de pés descalços. A1nda que mais frequentes no universo das
prátic.as e crenças religiosas, os cortejos e proCissões são a forma adotada também em
comemorações cívicas e paradas militares.
124 Folguedos e Torneios

Ilustram o conjunto de folguedos e de outras man•festações populares. Pródiga em


expressões as mais diversas, Alagoas é também apontada como lugar de origem do
GuerreJro e onde surgiram performances smgulares de manifestações culturais existentes
noutros temtórios, como o coco de roda, orig•nando o chamado Coco Alagoano. O
recrudescimento de algumas dessas bnncadeiras na Ultima dl!cada - como o Bumba meu
bo1 - contrasta com a transformação de algumas manífestações e o quase
desaparecimento de outras tantas. Nos torneios e nos folguedos alagoanos tem-se a
oportunidade de presenciar a exibição de vânas habilidades: mestria, música, dança e
mesmo a força física para se domar um animal. A prática dos folguedos e dos torneios
pode se associar a eventos relrgiosos, cívicos ov IUdicos e não obedece, necessariamente,
a calendário rígido, podendo ser observada em várias épocas do ano.
126
127
130 Eventos e Personagens Históricos

Assooam-se à ocupação colomzadora do temtóno, pontuada por momentos que


vmcularamAiagoas com a h1stóna do país através de personagens e eventos. A deglutição
do btspo Sardmha, a saga palmanna, da qual Zumb1 e figura central; o e pisódio de
apnsionamento e morte de Calabar~ e, dots seculos depots, a ascensão política do
Marechal Deodoro da Fonseca- o proclamador da Republica- e de Flonano Peoxoto- seu
sucessor, o Marechal de Ferro- são exemplos desses vínculos de um povo com a memória
soctal e políttca nac•onal. A esse conJunto de eventos e personage ns soma m-se Tia
Marceltna e o eptsódto do .. Quebra.. dos terre~ros de candomblé em Macetó. Parte dessa
me mona htstónca se encont ra expressa em monumentos ou lugares monume ntalizados,
como o Museu da República, em Mace1ó, e a Serra da Bamga, em União do Palmares.
Terminologia Alagoana

Apr~senta vocâbt.llos originados em dtferent~s matm:es hnguisttcas, e que foram


paulatmamente rncorporados 110 faJar aJagoano. Desse unJV~rso fazem pane toponimias
Tupt, como pajuçora, piaçabuçu, ourflur;, e vocabulos Banto como qUIIombo, c~mbona,
sabalangá, mutange, que nometam e quahficam o espa~o. Alude também à lembrança de
personagens reais, como Miss Parípuerra {Ambrostna Mana da Conceição), Moleque
Namorador(ArmandoVerissimo), mas tambêm tmagtnános: Nêga Fulô, Nêgaluju. Sob sua
mfluência estão produções ltterârias sigmfkatlvas, por SU.}autor;a e anaJog;a (Vidas Secas
ou Sururvda Néga). Ern sua abrangêncta, forma um grupo que reúne expressões correntes
na memóna linguística e no <ottdtano alagoano, e que poss1bihta a popularização de
termos e expressões.
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154 Glossá rio

Açúcar drculos ou franJaS constttuidas de aremtos ou de formações


O açúcar é uma 1magem mu•to recorrente no cotidiano, na coralíneas. Presentes em vános trechos do litoral, os arrecifes
htstóna e na memória alagoana Segundo o D1C1onáno Aurébo, conferem especial beleza à costa braslletra. No Nordeste,
qutmtCamente os açUcares são "qualquer de certos carboidratos tnclu.ndo vános trechos do l•toral alagoano, encontra-se uma
stmples, geralmente solúvets em água e de sabor adoctcado, das matares fatxas de arrecafes do mundo, cuja beleza é
como a sacarose, a glicose e a frutose" Em nosso untverso destacada tanto em verso e prosa pelos arttstas quanto pelos
soctocultural, é d•retament e assoCiado a cana -de-açúcar, às reclames turísticos_ Sua ex1stênc1a mu•to próxtma à praia é
ustnas de seu fabnco, ao seu transporte e acondioonamento responsável pelos atnbutos de certas localidades do nosso
nos armazens portuános Uma séne de outras tmagens lhe diz lito ral, de banhos de mar em ãguas tranquilas, a exemplo das
respe1to, como o odor de melaço nas usinas à época da pratas da Sere1a, do Francês, da Barra de São Miguel ou do
moagem, os tmensos ca navtats, o caldo de cana, a rapadura e Pont al de Co ru npe Porem, dada a s ua ImportânCia
toda a doçana regional. ecosststêmica e à sua fragiltdade, os a rreCifes têm stdo objeto de
atenção das autondades devido ao rtsco de detenoração pela
Arapiraca ação humana.
Denommação do segundo ma•or mumc1pio alagoano,
localizado no agreste do Estado, conhecido naciOnalmente por Arte Po pular e Artesa nato Utilitário
sua cultura do fumo. Segundo Sampaio {1987), em tupi Marcantes na produção artesanal alagoana, a arte popular e os
Araptraca stgntftca "o pau de casca solta". objetos utilitários são confeccionados a
base de materiais
diversos, constttumdo, a part1r daí, importantes pelos de
Arm..éns de Coco fabricação e comerc•altzaçào no terntóno. E o caso da cestaria
Compondo a pa1sagem lttorânea de A.lagoas, notadamente nos de Corunpe, artesanato de ongem tndígena; da arte em
s•t•os de coquetros das pratas do Norte, os armazêns de cocos made1ral prat1cada em vanas c1dades do ba1xo São Francisco,
são pequenas construções tiptcas em •lvenitriit pitrit "guarda do além de munocip•os do Agreste e da Zona da Mata, e que toma
coco seco, representando, assim, uma tmagem símbolo dessa como 1nsp1ração a fauna, a flora e a rehg1os1dade do povo; e da
atrv•dade econ6m1ca. Sio edtftcadas com um úmco vão com cerâmoca, que é confeccoonada em mun•dp•os da Zona da Mata
cobertas em duas águas, e pequenas aberturas nas paredes e do agreste alagoano.
favorKendoaventolaçlonoontenor.
~c-dalde...-
AIIMdnsdeJwegu6 lriiiiCJIQdo em J.6 de )Uilho de 19a8, apresenta uma arquitetura
GQndes gllp6es fechados, com.,..._,.,. porta centql para neoclissica tardia, apolacN em quatro colunas greco-romanas
a -.ela elos caminh6es de açúcar. Slo exemplares das mais que evidenciam as trts porta pnnapaos em arco, com madeiras
antigasedif~Qç6es do baorro de Jaragu4, quando se • ~em lerro ciiQnclos, pennotindo o acesso ao
- oiÇI)cll'em--. enlacloemblrqueclo pracluto Wde-.cla Aa..,..-.dlrtas~Me<Mievemo-aos
em--.c:-o._,....,_.llla
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155

Baianas
Mtnador do Negrão e outras. Sua presença é igualmente notada
Segundo Brandão (lg6t), 8atanas são uma mamfestação da pela hteratura que tndtca btcas, quedas e âguas doces em geral
dança popular afro·brastle1ra mutto presente em Alagoas, como as preferenc•a•s para o lazer da gente alagoana do entCIO
podendo ser classtftcada como uma espk:te de vanante dos do seculo ~ que partta, aos ftnats de semana e fenados, para os
antigos Maracatus Por sua ong•nana hg~ão rehgtosa, as banhos, como end1ca o romance de Lutz Lavenêre, Zefinha -
Baianas eram, no tnicto do ~culoXX, ensatadas por babalonxás. scenasda vtdaalagoono, de 1922
Compostos somente por mulheres, esses grupos trajam
"vesltdos compndos de florões, blusas de cor, torsos de seda, Bispo Sardinha
balangandãs de imttação• Apresentam.se tradiCionalmente na Pnmetro btspodo Brastl, no século XVI, Pero Fernandes Sardinha
época natalina. São tambem conheCidos como samba de teve ftm trágtco em 16 de JUlho de 1556 quando, procedente da
matuto ou baianaf. AJá falectda mestra Terezmha, de lptoca, e a Bahta, segu1a vtagem para Portugal, ocasião em que fot vitima
mestra Maria José Stl\lmo, são referênctas 1mportantes do de naufrágto no htoral sul de Alagoas. Fetto prisionetro pelos
folguedo emAiagoas. indtos Caetés, fot morto e ritualmente cantbalizado juntamente
com tntegrantes de sua tnpulação. O episôdio é dos mats
Banda de Pífanos comentados e emblemát1cos da nossa hiStória colonial, o que
Conjunto musical tradtctonal na regtão, a banda de pifanos é acabou por JUStificar o modo v1o lento da ocupação territorial
presença garanttda em alguns muntdptos alagoanos até os dias colonizadora das terras ao sul da antiga Capit an ia de
atuais, onde é ainda conheetda pelo nome de "Esquenta· Pernambuco. Este fato, de forte apelo simbóhco, é considerado
Mulher" ou "Esquenta-Muté", tendo no passado recebtdo a o ano zero da civthzação brastletra pelo MamfestoAntropojágico
curiosa denominação de .. Carapeba". De sonoridade do Movimento ModemtStcl de 1922.
inconfundível, esses conJuntos musicats são verdade~ros
símbolos dos festejos populares, notadamente nos ciclos das BoA-Noite
comemorações de fundo reltgtoso, como as festas de Bordado CUJa nome se 1nsptra numa flor da regtão, a '"boa·notte"
padnoeiras. Geralmente o grupo de tocadores compõe-se de Tem aspecto geometnco e é obttdo pelo desfiamento do tectdo
dois muStcos nos pífanos (as vezes confe<ctonados de ta boca), e sua recompostção com mottvos florats Aprewnta·se em
um outro executindo o bombo, outro com um tambor, outro quatro dtferentes compos.~Ms · boa·no•te stmples, de flor, cheio
com uma carxa, e um Ult•mo com o •mprescmdtvet par de pratos e che10 com vana~ões. O bordado boa-nOite e constderado pelo

---
Programa Artesanato Soltdáno Úntco no Br•s•l Em Alagoas, rê
um oficto tradoc10nal encontrado na Ilha do Ferro, munociptC> de
Nome genénco para embarca.;ões, geralmente feitas em PãodeAçUc:ar.
macieira e de pequenopoo1e, que nio YCI~nem canoas
Os barals podem oerutdtuclos para a pesc:ae para o transporte
~-Goma
de ...-geiros e rnerudorift, assumindo~ segunda torrn. TipO de brscottotradictOnal do Nordeste a.;ucarewo, fabncado a
• - IMioNs ~ que quando utollzados na pesca partor da gonwo da mandooca, assado em pequenas porções, com
....._O.- cMHM embaroi;O.S tem dimínuMio bastante torm.tos •anados. Em Alagoas, a •conchonha• é o padrão maos
-.-...~ ..;enolitoql, MJinonoSioFrancrsco. cwacterístoco encontrado no lotoral norte, especialmente em

......,...,.,..._
Os objetos hídocos pciiiUIMws YCI produtos •rtesanats como
canos, pi6H, avi6es, e toda sorte de pequenas engrenagens
conf~cctonadas com madetra, papelão, alumín10 e outros vegetação de floresta trop•cal seca; pa1sagem sertaneJa por
matena•s- Os bnnquedos populares Já conheceram dtas mais excelênoa
gloriosos, tendo em parte sucumbtdo aos stmtlares tndustnats
em plas·tteo, mas representam mUlto bem a criatividade e Caeté
tnventiVIdade popular Nome de grupo indígena ext•nto, ocupando a faaxa de terras
correspondente aos tcauats Estados de Alagoas e Pernambuco.
Bueiros Segundo T1b"oçà (1985), Caeté, além de codade do Estado de
O bu~tro e lJm símbolo dos ant•gos engenhos banguês, Minas Gerats, stgntfiCa "floresta, mata verdadeira· Cunha
elemento destacado de uma das patsagens regtonais mais (lg8g), por sua vez, dtz tratar-se de "destgnação comum a várias
dp!Cas do nosso passadocolontal, sendo geralmente construído plantas das famílias das marantáceas, canáceas etc., de cujas
em tijOlos e tendo formas arredondadas ou quadradas. Aparece folhas os tndígenas seuttl1zavam para d1versos fins'".
•gualmente como marca da tndústna de cerâmica, também
presente em Alagoas Segundo a defin1ção constante do Cajueiro
DICtonáflo Aurelio, trata-se de "'resp~radouro de fornalha ( ...) O caJue1ro é arvore típica da costa lttorânea, nativa do Nordeste
chaminé de engenho, usina ou fãbnca". braSileiro, de onde foi transplantada para a África, Ásia e
Aménca Central, além de interionzada em nosso pa ís. Pertence
Bumba meu boi à família das anacard iáceas (Anacardtvm occidentale), sendo o
Folguedo recorrente em quase todo o Brastl, e originârio do caJU sua parte comestfvel mais apreciada e com a qual se
antigo auto dramát•co do Bumba meu boi, em Alagoas preparam sucos, doces e bebidas. Acompanhando a castanha, o
apresenta-se de modo bastante peculiar, com estrutura verdade tro fruto do cajue1ro, o CaJU é popularmente
simpltftcada. Outrora sua presença entre nós não costumava denomtnado como a própna fruta, ocorrendo com certa
ocorrer de forma autônoma, mas assoetada aos reisados, onde vanedade de ttpos, tamanhos e formas Sobrf sua enorme
aparecta como um entremeto. Atualmente, a bnncadetra importâncta, escreveu belo livro, em 1954, o poeta
conhece uma fase de grande expansão, notadamente em pe-rnambucano Mauro Motta, O caJueiro nord~strno, para ql.l@m
Macetó, onde é uma cNs formas mats ongtnats das bnncadetras se podena falar de um compl~xo cultural do caju, dada a sua
camavalescils, o que tem levado a denomtnação "Boo de forte presença no cotidoano regoonal
Carnaval". lt fonnHo por um grupo de ondoviduos trazendo
consigo • figura do boi, por baixo da qual se oculta um rapaz eaa.w
dançM!or. O grupo completo onc:lui o vaqueoro, os garotos PersoNgem destacado nos conflotos que marcaram o período
~ele bobos rNIUIIdos que - . m • audiência, e ele ocupaçio holandesa no Nordeste do Brasil, no século XVH.
um grupo ele percUIIIo que a.cuta o ntmo fftnético que N~rtuql da cidade de Porto Calvo, Alagoas, Calabar foi
emblllagllllt.taque...,.oloi peilsru.s."""*-, por NCepCionado difetenten- em distintos periodos da história
CIGiilodo~ .......- .... conconiclo~ do llnosil, tendo considerlclo herói para uns e traidor para
de . . . O . . . . . . . ..........,.. . . . . . dlnlrniao N forma ele - . Sul t.n. clec«re do fMo ele Mr colabcndo com o
e na..-.

....--.
-lhlbSio da llrincadeln de- dominlohcMnclh, eporlsloa-rubilitaçlohistllriocoincicle

--·...--edbido,--
I' Clllll. . . . . . . . . . . . lrl ~ ., ldloiCiabrlllleinl.l"aatuggi.Um

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157

Caldo deCana Canavial


Sumo da cana-de·açúcar prensada em pequenos momhos Paisagem do plantio da cana-de-açúcar, planta que pertence ao
manuais, ou mov1dos a eletnodade, bastante aprectado no gênero Saccharum L., da famiha Poaceae, CUJas principais
Brasil e encontrado em d•versas reg1ões e ctdades do pais Em caracteristtcas são a forma da inflorescênCia (espiga), o
Alagoas, muito popular ~ a sua comerctalização através de cresctmento do caule em colmos. folhas com lâminas de sílica
pequenos veículos, construidos artesanalm~nte e portando um em suas bordas e ba1nha aberta. Os canaviais são paisagem
moinho manual. O caldo de cana e
consumodo gelado, e recorrente e marcante no territôrto alagoano, ocupando quase
geralmente acompanhado de pão-doce Uma forma ant•ga de toda a extensão da chamada "zona da mata".
seu consumo tncluia a ve rsão da beb•da em estado de
fermentação, o chamado caldo azedo Cangaço(a morte de Lampião)
De canga, com o sufixo 'aço', significando, segundo o Dicionário
Calunga Aurélio, "o conjunto de armas que costumam conduzir os
Considerada "divindade poderosa• (Castro, lOO>) ou dovondade bandoleiros do Nordeste"; é também, segundo a mesma fonte,
secundária do culto rellg•oso de procedênc•a banto, c.atunga, no SIOÓntmo para bandoleiro. Por sua parte, Castro (2001) repete o
Brasil, é palavra que tem recebido vcinas s•gmficações ao longo mesmo argum~nto, mas lembra tratar-se de palavra africana de
do tempo: pode s•gmficar "o mar; o fundo da terra, o abismo H ongem banto, tendo também o significado de "pendúculo e
(Castro, 2001), coisas de tamanho reduz1do ou de pouco valor, espátula do coqueiro que se depreende da árvore quando
boneco(a) pequeno(a), indovíduo preto, ajudante de camonhão secos~. Em Alagoas1 o cangaço remete muito fac1lmente aos
etc Nos maracatusf des1gna imagem trazida em corteJO nas acontecimentos envolvendo a morte de Lampião, dada a
mãos das mulheres, representando diVIndades Em Alagoas, partiCipação neste episódio das tropas que marcharam até
mais precisamente na lagoa Mundaú, calunga é denominação Angicos, em Serg•pe, a part1r da cidade a lagoa na de Piranhas,
de um trecho consoderado perigoso e localizado no canal que local para onde foram primeiramente conduzidas as cabeças
liga esta à Manguaba, denominação de sentido próximo àquele dos cangaceiros mortos, entre as quais a do próprio líder.
de origem africana que aponta para o fundo das águas Jorge de
Lima consagrou o termo em sua obra Calunga, de 1935 Cinion do São Francisco
Cântons são vales profundos com encostas verticalizadas,
Camario estendendo-se, às vezes, por quilômetros e atingindo grandes
Abundante no Estado, o camarão é um dos pratos mais alturas em relação ao leito dos rios. O rochoso cânion
característiCOS da coz1nha alagoana Trata-se, segundo o sanfranciscano é notável por sua beleza, estando localizado no
Dic10nó"o Aurélio, de •an1mal artrópode, crustaceo, decapode, curso do São FranCISCO logo após o grande lago da represa de
peneideo, macruro, com 10 patas•; ocorre tanto em águas doces X1ngo1 no mun1dp•o de Piranhas, e se estendendo por todo o
quanto salgadas. trecho final deste no em sua parte alagoana. A magnitude visual
da área foi destacada na abertura do filme Baile Peifumado, de
Cambona Paulo Caldas e Lírio Ferreira, 1997.
~nome de tradicional baorro de Maceo6 Lopes (lOOJ) descreve a
expressio como afro<ana e sogntficando •ajudante de pao-de· C•noas
santo• observando ser tambem palavra derovada do kombundo Ttpo de! embarcação uttlizada angina/mente pelos índios, mas
lramon~, stgnificando "'prostituta•, sent1do compart1lhado por não exclusivamente. De tamanhos variados, o que a caractenza
Castro (lDOl), que lhe atribUI 1gualmente o s1gmficado de •o é sua confecção a partír de um único tronco que se cava para se
tocador do ataba~· Cambona e localidade Já asStnalad. em cnar uma abertura Vale-sede remos e, eventualmente, velas ou
mapideMllc:eióde 1820 •te mesmo motor São ve1culos ut1hz.ados unicamente em águas
doces
Capelas e Santuários Diferentemente da Bahia, onde sua comercialização ocorre em
Ed;ficações de portes diferenc1ados e voltadas para a devoção pontos fixos, com a 1nstalação do calde1rão com o fogão e
de santos catôltcos. As capelas Integravam remotamente o demaiS apetrechos, e com a presença da vendedora em trajes
complexo casa-grande-stnzala-capela do Brasil colonial, e t ípicos, em Mace iô, o acaraJê circula pelas ruas da odade e é
costumavam ass1nalar pontos de colomzação no terrítório vendido tanto por mulheres quanto por homens.
conqutstado. Os santuârtos, por sua vez, são instâncias
representattvas de uma relação ma1s intima dos indivíduos Carrinho de Caldo de Cana
devotos com o sagrado, compondo, particularmente no Tipo de t ransporte confeCCionado para a comercialização do
passado, o amb•ente das residências católicas, presentes num caldo de cana, bastante apreciado na região Nordeste,
dos quartos da casa. fabricado em made1ra, metal, pneus de automóveis e partes em
vidro. Comporta um e ngenho- quase sempre de tração manual
Caranguejo -onde o fruto é prensado.
Crustáceo característico dos manguezais abundantes e m nosso
litoral, conta com duas espécies principa is: o uça {Ucidês Carrinho de Pipoca
cordatvs) e o guaiamum (Cardisoma guanhuml), sendo o Tipo de transporte elaborado para a comercialização de pipoca,
pnmeiro comercialmente menos valorizado e consumido quase é geralmente fabricado e m madeira, met al, pneus de bicicletas,
zue exclusiVamente como petisco, apreciado notada mente por conten do pa rtes em vidro. Alé m das festas públi cas e
sua grande pata. O guaiamum é um caranguejo da família dos trad icionais, é cada vez mais frequent e a presença desses
gecarcinídeos, encontrado no Nordest e e Sudeste do Brasil, carrinhos de pipocas em eve ntos promociona is, a exemplo de
quase sempre em locais ent re o mangue lamacento e o inicio da feiras e outros eventos, bem como em festas infa nt is.
mat a, normalmente em terreno arenoso. Essa espécie de
caranguejO, o único que se presta à ceva, possui carapaça Carrinho de Raspadinha
azulada, e seu consumo mclut o famosopirão de guaiamum. Tipo de transporte criado para a venda de bebidas preparadas à
base de xarope de va nadas essências e gelo. Esses veículos eram
Carapeba confeccionados em madetra, metal e pneus de automóveis. Os
Pe1xe outrora abundante no mar alagoano, carapeba é palavra tradicionaiS carnnhos de raspadmha, hoje raros, se locomoviam
de orogem tup1 (SampaiO, 1987) com sentido de peixe miúdo. com uma grande pedra de gelo que, a ped1do do freguês, era
Segundo o o,c,onár~o Aurélto, trata·se de ..pe•xe de corpo raspada na hora, colocada num copo descartâvel, sendo ali
ovalado, boca pequena desprov1da de dentes, e com apenas adtcionado o xarope com a cor/sabor escolh1da. Depois os
do•s ra1os ósseos na nadade~ra anal" Med1ndo até 30 cm, a carnnhos passaram a trazer o gelo já piCado, num isopor,
carapeba é dos pe1xes ma1s apreCiados em Alagoas e faCilitando a comeroahzação do produto
cons1derado tguana de grande prestígto na cuhnána local -
e speCialmente os fntos, mas também os e nsopados. Na Ca rro de Boi
linguagem popular a lagoa na do passado, a expressão, segundo Meio de ttansporte e de trabalho característiCo de reg1ões como
o mesmo dtcionáno, era a•nda "smôntmo de banda musical ~ sertão e a zona da mat a alagoana, mas recorrente em outras
desafmada" areas rura1s brasile1ras. Mov1mentado geralmente por uma
parelha de bois, é condu:z•do por um trabalhador expenente, a
Carrinho de Acarajé
quem os anima•s obedecem. Ouase se mpre emtte um som
Ttpo de transporte desttnado a comeroahzação do acarajé nas caracterist •co qua ndo de sua locomoção.
ruas, fabncadocom made•ra, metal, pneus de b1ctcletas e partes
em vidro, e que caractenza a venda do produto em Alagoas. Ca sa rio Colonial
Casario tipiCo do periodo colon•al brasileiro, de testada rente
159

com o passeto e detalhe de etra, beara e bt<.a Este estilo eq1.11pados com arre•os espectaiS e os cavale1ros se orgamzam
compree nde o período que se tn,cia no secvto XVI com a em dois cordões (azul e encarn~o). Todos vestem calça branca
chegada dos po rtug ueses ao Brastl, e se prolonga att o :nícto do com camtsa de cor do seu cordão, em cetim, com banda e
século XIX, mai s pre cisamente atê 1821, quando da Cftsquete também da mesma cor. Na cintura, além de um lenço
inde pendincia do Bras1l Em Alagoas, exemplares dessa br.tnco, exlbem facas ou punhaLs de meta•s valtosos. Em longa
arquitw.ra podem ser vistos sobretudo· em Cidades colonoaiS ptsta de barro, corre o cavaiearo com uma la~a na mão,
como Penedo e Marechal Deodoro dest•Nida a tuar uma argola q~.~e pende de uma COf'"da suspensa
no meto da pista Vence o cordão que consegu•r ma•or número
C.S.Avar....t~as de argolas. No passado, fot uma mantfestação largamente
Modelo de const rução res•dencial caracterist•<o do Brasil d1fundtdaemAiagoas, tnclustve na capital
colonial, de que é exemplo no Nordeste brasileiro a ant,ga casa-
grande dos e ngenhos de cana·de·a çucar Poro alguns Cheganç•
HpeCialistas, t rat a -se de um esttfo não genuanamente A ch~an~a e a .,ersio brastleíra, ou melhor, nordestina, das
brasiWo, mas tnflueno~do pnnctpalm~te pela afqUtterur-a mOt.mscadas da Europa Quase toda cantada e batlada, realiza-
civil do norte de Portugal O mesmo padrão ó ate hoJe repliCado se numa barca armada espectalmente para tal fim, e seus
nas CHaS de prata da regtão costetra e nas casa~ de fazendas ou f~urantes, como no fandango, vestem-se à maruJa, de acordo
sítios, ou ainda em restdênctas urbanas do int enor do Estado~ com as suas patentes e postos. J:: uma dramattzação das lutas
apêndices fronta•s e latera•s fo rmam a área externa dessas portuguesas1 da tragéd•a que foi a conqu•sta marít1ma.
residtnc:ias. Mostrando os grand~s fe1tos nauticos, a ch~gança apresente~-se
como o unto nost~lgeco dos homens semples, pescadores.
c..-. Dona Luzta Simõe-s, m~stra em Coqut•ro Seco, é •mponante
Espécie de coco, frut o de uma palme~ra, a Atolea ltum•l•s. Para referé"cia desse folguedo em Alagoas
Slmpllio (1987) é um •vocábulo do sertão". Já segundo T1b1nçà
(1g85), • palavra tupi e de riva de •cat ure, palme.ra da famil•a das CoudiS
ceraodllneas". Em Alagoas, remete part•cularmente a um dos Do<: e seco, fe1t0 de coco ralado e calda dt açúcar, e geralmente
grandes atrativoS de laze<.,. a~nos no passado· os banhos serv•do na forma de pequenos quadrados ou J.; preparado em
do c.taW, cuno de ~ua doce e limp1da, na crdade de Satuba, fômno arredondada Comum em diVersas partes do BraSil, •
tlluado a alguns quol6metros de Maceoo e cantado em verso e cocada ~ populanssoma e muoto • anada em Alagoas, podendo
....... apresentar 1nUmerossabores, de a cordo com as frutas de época,
que emprestam d•ferentes sabores. Famosas são as cocadas
Cllldllplabialll produzidas e comerCializadas na Massague~ra, locahdade
~ clwlmada de qu~resmetrl ~ umo ••"ed•de de turo>t•<l da Cldadtde Marechal Oeodoro.
........ que ocorre e<n Alag011s e que no fonal do verlio e
,.tnc1p1o do outono ~· suas llort!s e c1r1cten>toeo Coco
......... que • e..taclo pronc•palmente no parte do rnonl>j Fruto do coque1ro, •bundante em Alagoas t utlhzado seco nos
...... considerada "R1onha do Nordeste Brosoleoro•, fat pr~parados da cuhnirta rtg1onal ou no consumo de sua agua,

~edescr!Üpor John L1ndleyemt8a com o fruto a1nda verde Após o aproveitamento da polpa, o que
r~st• do coco se< o e cem por cento reaprovettâvel, seJa como
combustt..,el, SfJI, notadamente, em vanadas cnaçõts
irtfWOi•S
160

Coco de Roda cruz, de loca1s sagrados, a exemplo de igreJaS e capelas, onde


Segundo alguns autores, o coco e dança de ongem negra e s~o fac1lmente v1stos, ou sim plesmente em espaços abertos,
posstvelmente surgiu na zona frontetnça de Alagoas e como altos de morros e montanhas para o nde afluem, em
Pernambuco, num cordão de serras ocupadas no século XVII períodos de fest as religiosas, romarias e procissões de fi!is.
pelo célebre Ouilombo dos Palmares A batoda forte dos pés,
também chamada de tropel, e o balançado do ganzá marcam o Currais
ntmo desse folguedo de origem afro·brastletra. Em Macetó, por Armadtlha para apanhar peixe; caiçara. Os curra1s tomam parte
ocas•ão da v~tada do século XIX para o seculoXX, fundou-se uma no cenãno litorâneo de Alagoas, em especial no lttoral norte.
soctedade com o nome de Cocadores FederaJs, composta de TradiCionalmente são confeccionados com mo.rões e paus de
functonános dos Telégrafos e da Delegacta Fiscal do Tesouro mangue. Curra1s de Pence dá nome a uma obra do poeta Lêdo Ivo
Naoonal, com o ftm de solemzar a entrada do novo milênio e a um dos trabalhos do artista plástico Delson Uchôa.
dançando-se o coco e cantando emboladas Em Macetó, mestra
Htida e nome dos matsrepresentattvosdesse gênero Ensopados
Prato à base de coco ao qual se conjugam peixes, manscos e
Coqueiral toda sorte de frutos do mar. Geralmente é acompanhado de
Plantação de coqueoros. O coqueoro (Cocos nucofera) é um p1rão. Compõe a cu linária tradicional do l1toral alagoano,
membro da família das palmeiras e mutto bem adaptado à pnncipalmente na região das lagoas, onde se localiza o po lo
reg1ão coste1ra do Nordeste bra slle1ro, CUJa presença no litoral ê gastronômtco da Massagueira, em Marechal Deodoro.
abundante Em Alagoas representa cobertura vegetal notória
na pa•sagem, cantada em verso e prosa ~ a ún•ca espécie Estação Ferroviária de Piranhas
class1fteada no g@nero Cocos, caractenzada como uma árvore Em esttlo neocláss1co tardio, a antiga estação ferrovtána ê um
que pode chegar próx•mo aos 30 metros de altura. dos pnnc1pa1s monumentos arquitetônecos da cidade de
Ong.nanamente ê planta as•átKa Poranhas. Construída a partir da implantação da estrada de
ferro, no fim do século XIX, ligava o intenor de Alagoas aos
Covo centros comerc1a1s, trajeto antes realizado quase sempre
Pequena armadolha de pesca formada por esteoras armadas em através do no São Francisco. Atualmente, a parte térrea da
paus e munidas de sapatas de chumbo Integra o arsenal das edificação ê sede do Museu do Sertão e da Secretana Munocopal
tecnicH e artefatos da pesca artesanal brasoleora, tendo sodo de Cultura, oferecendo aos visitantes um acervo ilustrativo da
descnh em estudos sobre comunodades ~squeoras tradocoonais hostória da região e do cangaço.
da cost. alagoana.
Falésias
Ctelllelr8 Oes1gna~ão comum a terras ou rochas altas e ingremes à beira·
Ar-. simbolo ele Alagoas. com flores grandes, aromáticas e mar, resultado da erosão marinha. No litoral sul de Alagoas,
_...., com ~ marcante no sertão alagoano. Sua localizam-se em Lagoa Azeda e Jacarecica do Sulj no htoral
lllldln • pNSta para carpintana, v.garnento ele casas, cabos norte, Situam-se na prata de Carro Quebrado e se tomaram
*"''WIMotweQI!gllhas. Largamenteexploradaaolongoda atrat1vo turíst1CO .

........
......., J6 n1o' fKil ~ ,.. p.owgem local como no
Fuinha ele Mandioca
Segundo o DiCionóno Aurél1o, farinha é o "pó em que se
transformam, uma vez tnturadas, certas sementes e raizes, e no
Brasil, com espectahdade, a fannha de mandtocaH Ahmento
herdado da tradoçâo ondigena, e base para o preparo do porão, e
consumido cot•dianamente, sendo •nd,spen~vel ,... ~
nordestina. do Pontal do Barn, em Mo<eoô, e da codade de ~rechol
Deodoro As vonadas comboN~ções de pontos sao batotadas a
partor de e~mtnt<,. da flora e da fa""" local- olho de pombo,
Faróis
Jasm•m, ir a• ~~. cawde noti. e1op.nhade ~·we. entre outros
Construções em forma de torre t-rgu.da na costa, a entradi de
um ~rto,. sobre um baixto, numa tlha etc • e em CUJa parte G~lés ou Piscinas NltuniJ
su~nor ha uma luz com caractenshcas espec•• •s. para servtr ~
gu 1a ou ponto de referên ci a a o!. n a" e g a f't t ~.
Pa.so~s natur•'s for~i:s, espe<.•almtonte "',.,f
baxa por
barreoras de rec fH. Em Alogoas, um<~ das ma • fomos.s slo as
Edificações constantes na costa a lagoa 11a podem se r Ga!fscte ~raqogt, t.•tu•~sno mut'1•C•PIOdemesmo~~ Ma'f
encontrados nas codades de Porto de Pedras. M<Kt•Ó (no. podendo ser encont radas tonto no lrtoral norte q,.,to no \UI
bairros de Jacintinho e PaJuçara), Pontal de CoNnpe e n• foz do Em Mact•Ó~ 11 P't<.an~ n•ll.lfl•~ d• PaJuc;•r• J,.O portto
rio São Francisco. Os faróts alagoanos msp•raram, entre outros, obn~tooodfo paU-tK)\tur t,t i<OS
a poesia de Lê do Ivo e de Fernando F1uza.
Ganú
Festa de Bom Jesus dos Navegant es Esp~c•e de cl•oc.lhO cont~c·onado de folha de flandres e com
Procissão fluvial realizada em homenagem a Bom Jews doo formatos var~ados Em .!itu tnteonor, conttm grios que
Navegantes - um dos santos padroe~ros dos pescadores Em produzem som ao s~ ag1tar o .nstrumento O ganzá e
Alagoas a festa já foi mais dtssem,nada, tendo ~tsttdo, tns.t rumtf'lto percusSPfO obr•gat6I"•O nos cocot de roda
inclusive, na praia da PaJuçara, em Mace16 . HOJE!', a proc•ssão •ta~os e rncontr~·se tambtm presente O<K rrtua•s da
acontece com regularidade em Ctdadtos r•betnnhas, a e:•~mpkl reltg 40afro·btas•lt~r•
de Penedo, no mês de janetro, onde asembarc.açâés, enfe1tadas,
percorrem o rio São FranCisco numa das mats Importantes Gogód'aEma
fl!stividades religoosas de Alagoas flmoso coqueoro tono, ,. forma d~ um pescoc;o de •ma.
ox stente , . pra-. de Pont• Verde,"" Macooô, e que.~ tombou
Festa d eYemanjá em 17 de JunhO de >955 em ,,...,.., • comoc;lo pc>p<JIM ~ o
Fest a religiosa afro-brasoleora realizada em homen.ogem a um noonv,_t.ali:rou Ttndo"'""'"•bat•~adoprog<amaJd#••dooe
dos orixás mais populares do Br•s•l, YemanJa, considerada a coletâ,..•s do~. oGogó da Ertw1 I 9"'0" como ""portanto
rain ha do mar. Em Maceoo e em outras coda<ks Ltor~~as ICOf'e ptHI'ftff tm ~~f'lrtle$, c••~ OtU~ttO,. ~ UftÕfo~
acontece no dia 8 de dezembro, mas em alguns munoc•pocl< poruo"' E, atu.l....,t•, - de praça loc.«iz.oda no . . -
a lagoanos ê festa com~rnorada flY1 1 de fevert•ro. como ni: b.'rro • cOI'tuw• bl!. 11f"'do tmp'~tot reside:l'1dl-s #
Bahia. cOtM<Uaa em AI~ t wm dúvida um elos ~ ,...
prt>en!tSM,.,.._,.. ogoao'la
Filé
Bordado ant •go t razodo pelos portugueses Em AI~ tem Gu4trf--.•ro
maior incidência entre as populações n beonnhas do compie"" ~ Br•ndlo !>96>~ o c.u...retra • um folgo>edo ""9ido om
lagunar Mundaú-Manguaba O filé pro vavelmtnte SUf9lU do AI~ no,.,., da 11ftada d~ s •lO t resulta de eltll'tntos dos
preenchimento da rede ou grade, quadradoouretangvlar-ba>e Congoo. closC•bo< illhOs • dosll~ ~mclosP••tom•dn
c~ feSU\ tottoruas de ~ atnc.01a Tom COfi>O
para qualquer tipo de rede de pesca ou tarrafa Antes doad"fl'to
das linhas de cor, o t ingomento das peças era feoto a part.r ~ o~l'ltO lffN\J<.O domin<lnt~ O bumba me<l boi • dewnvol>t
pigmentos naturais como o colorau [açafr;ioLa palha da cebolAl """ t•..,.IJ'.'HTt<tO, rowmindo M • UI'N k;ta tflU• -
part-do< o h 'querreorot' to cios "ubocloo" C•racttriu-u
a bucha do coco, a corpuna. € artesanato caracterist~<O do baorTO
pelas '"'partes·, que não extstem nos Re1sados que os originaram. RE"pública brasile1ra, conhecido como "Marechal de Ferro• Em
Segundo Brandão, o folguedo fo1 descnto pela primeira vez no tupr, segundo Santrago (1961) e Samparo (1987), a palavra
Brastl por Arthur Ramos. Em Alagoas, exímios mesttes como significa "'a casa do chão, a mal oca .., mas também '"'a caverna, a
Jaime, Venânc•o e Verdthnho são referênctas do folguedo. O furna'". Pode s•gmficar, a1nda, ..a colhetta de raizes (mandtoca)'
chapéu, em forma de tgreJa, é um dos traços característicos do
Guerre1ro e tornou-se marca de forte apelo turístico e Jacarecica
tnst1tuoonal Na confecção dos chapeus, o mestre Benon é o Nome de bairro, de no e de praia na cidade de Macetó, onde
nome mats conhectdo em Mace1ó. anteriormente extstiu a lagoa Jacarecica do Norte. Em tupt,
segundo indica Samparo (1987), signrfrca "a baba do Jacaré".
He licônias Para Tibinçá (1985) é também nome de uma planta da famrloa
Plantas troptca•s da famiha Musaceae que florescem no verão, das mimosáceas.
originárias daAménca do Sul e Centra l, das Ilhas do Pacífico e da
Indonésia. Também conheCidas como caetés ou bananeiras do Jacuipe
mato, aprectam solos úmidos e ricos em matéria orgânica. Nome de município e no alagoanos fronteiriços ao Estado de
Contemporaneamente, na zona da mata alagoana, tem sido Pernambuco. Em tupi, segundo mformam Samparo (1987) e
grande a produção de flores trop•cais, hoje incorporadas às Tibiriçá (1985), signifrca "o rio dos j acus". Pode ser também, de
decorações restdenciais e de eventos, encontrando-se em acordo com este último autor, "rio seco" ou "rio temporáno".As
Maceió muitos pontos de comerCialização. matas do Jacuipe foram cenário das guerras cabanas, no sêculo
XIX, pela disputa de terras.
Igrejas Barrocas
Igrejas construídas no estilo barroco, que esteve em voga do Jacutinga
século XVII até a pnmetra met ade do século XVII I. A palavra Alto do Jacutinga foi o antrgo nome do bairro do Farol em
portuguesa barroco deftne uma perola de formato irregular. Em Maceió, ou, ma1s propnamente, do seu 1níceo. Em tu pi, segundo
arqUJtetura, representa a ltbertação da stmetna e da antítese Santiago (1961), srgnrfica "o pau branco"; para Samparo (1987),
entre espaço tntenor e espaço extenor. Em Alagoas, as significa "o Jacu branco• (Penelope /eucoptera). Sob essa
pnnCipats tgreJaS barrocas estão ltgadas à arquttetura monásttca denominação, a localtdade ê ass1nalada por htstonadores
franciscana, localtzando-se nas Ctdades de Mare<hal Deodoro e (Diégues Jr., 1961) e cronrstas (Lrma Júnror, 1976) nos
Penedo, e compõem Importante parte do patnmôn1o h1stóncoe comentános acerca da expansão urbana de Maceió no final do
artístiCO alagoano tombado nacoonalmente. Bazm (1956) tece séculoXIXemicrodoséculoXX
Importantes comentános acerca desse acervo barroco no
terntóno alagoano, dando ~nfase espectalmente ao trabalho Jangada
ornamental em talha no convento franCiscano da Cidade de Trpo de embarcação de pesca ferta de paus rolrços a qual
Marechal Deodoro e à beleza plástiCa da rgreJa Nossa Senhora postenormente fot acrescentado um tectdo, de forma tnangular
da Corrente, na crdade de Penedo, consrderada por ele a jora do (quadrada noutros casos) - a vela - que, rmpulsronada pelo
barroco brastletro
vento, faz a Jangada deslrzar. Até hOJe as Jangadas compõem 0
cenáno litorâneo alagoano, sendo uttltzadas também como
lpioca
transporte turistJCO
Nome de drstrrto e de rracho localrzados em Maceró, é antigo
loc11 de povoamento, tendo stdo asstnalado nos pnmeiros Japaratinga
regrstros cartográfiCos do século XVII. E também o local de
Município à be~ra-mar e nome de prata no litoral norte de
nascrmento do Marechal Florrano ~rxoto, consolidador da
Alagoas. Segundo Trbtrrçá (1985), Japaratrnga é palavra tupr que
indica • mar que costuma estar esbranqutçado, ISto é, cheio de v1agem àsc.achoeirasde Paulo Afonso em 1859, que quase todas
espumas". as mulheres do povoado de Salgado vestiam camisa com crivo.

Jaraguá lagoas
Nome de histórico bairro de Maceió, conhec1do por suas Do lat1m lacóna~ "fosso, poça, lagoa, brejo•i ê uma porção de
atividades portoánas e da enseada que ah ~ locaf,za Em tupí1 âgua cercada por terra. Em Alagoas, onde há muitas lagoas,
segundo Santtago (1961), Jaragua StgntfKa •a enseada do responsáve is, inclusive, pelo nome que bat1za o Estado. a
ancoradouro'" ou ·a enseada das canoas•; em Sampa•o h987l, "'a Mundaú e a Manguaba formam um complexo lagunar de grande
baixa do senhor'", •o vale do dono'". Jaraguá nome1a também 1mportânoa ecol6g1ca e alimentar. Outras são a lagoa da Anta,
animal imagmáflo do folclore brasHeiro, presente nas em Maceió, a lagoa do Roteíro, em município homônimo e a
comemorações carnava lescas alagoanas do ba1xo São lagoa de Jequ•á, no mundpio de Jequiá da Praia.
Francisco.
Maceió
J..Uúca Cap•tal de Alagoas desde 1839, tendo substttuído a cidade de
Nome de batrro e de prata de Maceió bat•zados por Théo Santa Mana Madalena da Lagoa do Sul (atual Marechal
Brandão, que ah possuía um sit10 de mesmo nome Em tupi, Oeodoro) nessa função. Em tupi, segundo Santiago (1961)
segundo Sampaio (198]), e em guaram, segundo Ttbirtçâ (1989), signtfica, •a tapagem do alagadiço· ou ·o que tapa o alagadiço•.
a palavra significa "carrapato"'. No D1c1onário .Aurél10, Maceió signific.a "lagoeiro formado, no
htorat, petas águas do mar nas grandes marés, e também pelas
Jequiá águas da chuva. € também o nome prtmitivo do riacho
Nome de muntcipio e de lagoa locaftzada na mesma cidade Salgadtnho~

alagoana. Em tupi signifiCa, segundo tndi<a Sampato (1987), •o


covo aberto'", "ocestodebocalarga"'. Mangabeira
Segundo o Dic1oncino Aurélio, "'árvore da família das
Kariri Apocm.iceas (Hancorn~a speciosa), comum nos cerrados;
Kariri é o nome genérico ut11lzado para des1gnar vjnas etn•as produtora de láteliC, nco em c-avtchtr. Possu1 flores grandes e
indígenas do Nordeste. A palavra, de or.gem tupt, stgn•fia alvas e fruto c.onwstível, a mangaba. Mangabe1ras é nome de
também, segundo tndicaç~s de Sampato (1987), "taciturno, ba1rro de Macetó. O fruto, a mangaba, atnda é encontrado na
silencioso, calado•. São Xucuru-Kann os rnd1os do munKípto de fauca de terra arenosa costeira ao mar, apesar da crescente
Palmeira dos lnd1os, e Kanri·Xocó os do monicip•o de Porto Real ameaça da especulação tmob1liâria.
doCol~gio.
Monguoba
Labirinto Nome d~ uma das lagoas que compõem o compl~xo lagunar
Tipo d~ bordado também cham•do d~ cnvo, no qu•l o pano que Muodaú·Maoguaba, tambem conhectda por lagoa do Sul Em
serve como bas~ -geralmente o ltnho branco - ~ desfiado, e tvpt, segundo Santtago (1961), s•gntft<a "fonte de água cS.
depois bordado. Ao labmnto é atnbvida, por mu1t0s, uma chuva .., "bebedouro•
origem portuguesa. Tamb~m chamado de trabalho de basttdor
(Cf. O~e10nódo Aur~ho), sobre ele rtsca~se o desenho em tramas Moogues
geomêtrtcU ~ ~•ecuta ·se o bordado Em Alagoas ê Segundo o OICIOildno AvrtiJO, mangue ~ r><>f'M ct.do a.....,_
confeccfONidO em vános muntc.ip.os, ~tre efes Marechal ~ntasdevónasfomt1tos,s~odolegtttmoou~.......
Deodoro. O imperador Dom ~ro 11 regiStra em seu dtáno de o pertencente lt famtl•• d.s R•zoforkHS (~ .......
consum•do acompanhado de fannha de mandioca, é também
L.). O manguezal, por sua vez, representa o ecossistem13
apreciado com o queijo de coalho fntoou assado.
costetro, de trans1ção entre os amb1entes terrestre e marinho;
uma zona Um1da característiCa de regiões tropicats e
subtroptcals Mirantes
Segundo o DICionáoo Aurél•o, "pav1lhão colocado em loca.
elevado e sufiCientemente desabngado para que dele se
Maracá
possam apreciar vastas panorâm1cas; ponto elevado de onde se
É 1nstrumento mus1cal emblemátiCo da cultura indígena.
descobre largo hortzonte, e1rado.. Terraço, observatório. Em
Marcador de r1tmos de cantos e danças amerindias, está
presente em at1v1dades lúd1cas e rellg1osas. Constitui-se de uma diversos pontos de Mace1ó pode-se usufrutr desses m1rantes,
cabaça na extremtdade, com sementes secas ou pedrinhas em que estão presentes também em outros mun Kipios alagoanos
seu 1ntenor, e de um cabo que possibilita o manejo do
instrumento. Miss Paripueira
Apelido de Ambrosina Mana da Conceição, personagem que até
Maragogi os anos 1990 circulava pelas ruas de Paripueira, Maceió e áreas
Cidade do litoral norte de Alagoas, bastante conhecida e circunvizinhas. Trajando vestido longo, adornada de colares,
frequentada por alagoanos e tur1stas devido as suas belas praias pulseiras, brincos, óculos e chapéu, caracterizava-se pelo
e galés. Em tup1, segundo T1b1nçá (1985), significaria " rio do excesso de enfeites. Figura extremamente popular, alvo, mu1tas
maracujá". No século XIX, a região onde se localiza o município vezes, de gozação pública, era igualmente acolhida em
fo1 palco dos sangrentosconfl1tos da Guerra dosCabanos. residências e logradouros públicos por aqueles acostumados
com a sua presença. Marcou época na vida alagoana com seu
Marechais (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) tipo carnavalizado, sendo atê os dias atuais sinônimo de
Conhecidos, respect1vamente, como o proclamador e o combinações exageradas no vest1r.
consohdador da Repúbl1ca, os marechais Deodoro da Fonseca e
Flonano Pe1xoto são hOJe, respecttvamente, nomes de Moleque N amorador
mumdpto e localidade alagoanos, além de nomear importantes Apelido de Armando Veríss1mo, personagem popular dos
praças localizadas na cap1tal. Em homenagem à República e a carnavais alagoqnos, gazete1 ro conhecidO como exímio passista
eles fot coado o Museu da República na Avenida da Paz, em do frevo. Faleodo precocemente, vttimado pela t uberculose,
Mace1ó em sua homenagem foa construída, em Mace1ó, a praça
Moleque Namorador, no batrro da Ponta Grossa, atê hoJe
MMaAtli ntic• importante reduto do carnaval de rua.
Eo btoma bras1le1ro ma1s 1mpactado pela ação humana. Abriga
árvores que atmgem de 20 a 30 metros de altura com Mundaú
Importantes reg1stros de espt!c1es da fauna e da flora. Nas Nome de uma das lagoas que compõem o complexo lagu11ar
Alagoasde outrora, as matas ocuparam boa parte do território e Mundaú-Manguaba Também conhec1da pelosalagoanoscomo
forneceram, entre outras, madeuas para a construção naval. A lagoa do Norte, Mundaú, em tup1, segundo tndiCa Sant1ago
b1odtvers1dade, marcada pela presença de ma1s de 450 esptkies (1961), sigmfiCa "o rio das chuvas ou das cascatas". Segundo o
de árvores por hectare, apresenta alto nível de endemasmo. mesmo autor, a lagoa era chamada ant1gamente de
Paranaguera, que signif1ca "o que fo1 mar", porque se const1tu1a
Mel de Engenho como um saco ligado ao Atlântico por um canal . Segundo 1nd1ca
Denvado da cana-de-açúcar, o mel de engenho Integra algumas Jorge de L1ma em seu poema Caminhos de Mmha Terra, Mundaú
das sobremesas ma•s caracterist1cas deAiagoas. Anteriormente S1gn1fica rio torto: "MundaU! - no torto- caminho de curvas, por
onde eu vim para a cidade onde ninguém sabe o qu~ é cam,nho•. moi~ os qu~ crescem, em soa maK>na, em águas mannhas ou
relativamente salgadas. As ostras t êm um corpo mole,
Murici proteg1do dentro de uma concha altamente calcificada, fechada
Nome de um município da zona da mata alagoana Segundo o por fortes mUstulos adutore!.. A sabedoria popular lhe auibui
Dicionário Aurélio, é também d~s•gna~âo comum a váoas efettos afrodts1acos Em Alagoas, o molusco tem concha
espécies do gênero Byrsomma (v. b•rsônlma), da fam(lta das ~rregular, e o ConJunto forma verdadeiras •rochas• ou blocos
malpighiáceas - árvores e arbustos que produzem um topo de neg ros reluzentes.
fruto de mesmo nome.
Ouricuri
MuseuThéoBr•ndão Palme1ra recorrente em temtôno alagoano (Cocos coronara,
Museu de Arte Popular, Antropologoa e Folclore que abriga Mar.) Em tupt, segundo Sampaoo (lgS]), sognifica •o cacho
vários exemplares da cultura matenal e do unrverso lúd1co de amiudado'", ou •repetido•, '"o que dá cach.os de continuo'". Ê
Alagoas. ~ Orgão da Unoversodade Federal de Alagoas e nome dado também a uma cerimônia 1ndigena, designando,
encontra-se localizado no ant1go casario dos Mac~os, na a1nda, o lugar onde a mesma e realizada. EmAiagoas, a palha do
Avenida da Paz, Centro de Macetô. Seu nome ho~nag~·a o ovncun é IClrgamente utJiizada no artHanato de cestana, seodo
falecido médiC01 professor e um dos maiores foldonstas o ma1s expreSSIVO poJo de sua confecçào as localidades Pontal de
bra5ileiros, Théo Brandão. Corunpe:, mumcípio de Corvnpe, Mantuba do Peixe, município
de Penedo, e também o mun1dpio de Agua Srqnca.
Mutange
Nome de bairro de Maceió, onde se Sit ua o campo do Centro Pajuçaro
Sportivo Alagoano, o CSA, um dos ma os omportante. clubes de Uma das mats famosas pra•as de Mace1ó, cantada em versos e
futebol de Alagoas. Mutange é palavra banto, como onforma prosa e Ilustrada em cartõe:s~posta1s1 dando nome tambêm a um
Lope5 (>oo)), e sogmfica, como afirma o OJoon6no lunbo, baorro da codade. Em tupt, segundo Teodoro Sampaoo (l gS]),
•indivíduo tratante, covarde, fracalháo• Vale observar que a sognofoca •o soprador, o fole• Para Santoago (1g61), Pajvçar.o
palavra, de conotações peJorauvas, como sugere seu tena se ongmado da Junção de •pa• ou •paba..: "o lugar, a
signific.ado, compõe, com outras, recorrfne~a notjvel da estinCia• 1 e "Juçara•· •espmhoso, esp•nhento•, traduzindo-se
incorporação de palavras afncanas ao português do Brastl para por "'o esp1nhal, a reg•ão dos e.sp.nhos•
nomear negat1vamente lugares e objttos, re:fenndo·~. nes~
caso, certamente à ocu pação do ba1rro de mesmo nome por P~ndeiro
camadas empobrecidas da população alagoana de uma época Instrumento de. percussJo que, segundo o D~etanano Avrélfo, e
em que o local era apena5um arra balde "'composto de quadrado ou aro c~rcular de madetra, com ou sem
gu.ze<, e sobre o qual se estoca uma pele, q"" se tange batendo·a
com as oNos, com os cotCM!Ios". Em Alagoas, e utoltzado em
Nfg•Fulô
Personagem dos Novos Poemas de Jorge de Loma, obra de 1929 folguedos como o Pastool (na versão com cabo) e a Chegança,
sendo lnsuumento ondospeosável tam~m nas Emboladas. Em
Alagoas. o mestre Zê Um e o em~dor Canannho são
tttg.Juju
Personagem lendária da marcha •suf\lf\1 da Nlgo•, composta referenc•a.s rw pn/otmottet com o Instrumento
em 1 934 por Pedro Nunes e Anstóbulo Cardoso, e mutto
executada e cantada noscarnava1sd@ Mact!lô Pastoril
Auto antigamente muot o apresentado nas fHtas de Natal,
atrwes de untogas e danças de cunho rt ligtOSO E constot U>do
Ostra
o nome é usado par.o um numero de grupos doF.rentH de
166

músico Chau do P1fe é figura bastante reconheCida em Alagoas


por JOrnadas soltasf por temát1cas alusivas ao nascimento de
Cnsto ou mesmo profanas. O pastonl é um fragmento dos por ser um virtuose com esse tnstrumento.
presép1os, sem contar, entretanto, com os textos declamados e
sem d•ãlogos. Ong•nando-se dos autos pastoris portugueses Pindoba
ant•gos, guarda a estrutura dos autos de Natal do sul da França. Nome de mun1Cip1o alagoano. Segundo Sampa1o (198]1 e
Eo folguedo que ma1s expressa o dualismo azul-vemelho Em palavra tup1 que signtf1ca um t1po de palme1ra cuJa folha possv•
Mace1ó, dona Áurea é a ma1s conhec•da mestra de Pastoril. talo que serve para confecoonarvara de anzol.

Peba Piranha
Nome de conhec1da praia localizada no mun•cíp10 alagoano de Peixe de água doce, da família dos caracideos, que pode at•ngtr
P1açabuçu, o Pontal do Peba, caracterizada por extensa faixa de até 46 centímetros de comprimento. Segundo T1biriçá (1985 e
areia plana e múmeras dunas regulares. Adjetivo tupi que, palavra tupi sign ificando '"pe ixe voraz, temido por sua
segundo Sampa10 (1987), s•gn•f•ca "plano, chato, baixo, ferocidade". Dessa qualidade o"g1nou-se a expressão "bo1 de
rasteiro, mfenor". É também o nome de uma espécie de tatu, o piranha"', que se refere a indivíduo escolhido como preferencial
Dasypusscynctus, L, otatu-peba. para assumir a culpa de outro, ou de um g rupo, numa d;;~ra
alusão ao costume de, em se fazendo atravessar um rio onde há
Pega de Boi piranhas, sacrificar um dos animais para se sa lvar o restante do
Torne1o em que os part1c1pantes partem para o cercado para rebanho. É peixe existente no baixo São Francisco alagoano,
pegar o an1mal que é solto para ser perseguido. Trata-se sempre tendo batizado o municíp1o de Piranhas. Foi alvo de curio.,dade
de um nov1lho brabo, cnado em estado quase selvagem e que por parte do imperador Dom Pedro 11, que a desenhou ao natural
nunca se de1xou montar pelo homem. As vezes a pega de boi quando de sua viagem às cachoeiras de PauloAfonso, em1859
dura um d1a Inteiro; os pegadores entram pela noite e somente
no outro d1a conseguem pegar o bot. Uma vez pego1 amarram· Pirão
no, enchem seus ch•fresde fttas e levam-no para o local da festa. Papa grossa, fe1ta de fa,nha de mand1oca escaldada.
Um dos ma1s Importantes torneiOS de pega de boi ocorre no Acompanhamento obngatóno em vá nos pratos preparados em
mun1cip•o de Oots R1achos, terra natal da Jogadora de futebol Alagoas· peixadas, caranguejadas, p1tuzadas, coz1dos, dentre
Marta outros.

PescadeAnasto Praias e Enseadas


T1po de pesca no mar, ferta em águas rasas com o auxílio de Formação geológ1ca conststmdo de partículas so ltas de rocha,
ampla rede que ê arrastada por vá nos pescadores distribuídos tats como areia, cascalho, se1xo ou calhaus ao longo da margem
em duas colunas A rede fabncada para esta modalidade de de um corpo de água, ou seja, na costa, quer do mar, quer de um
pesca deve ter cerca de 400 metros de corda e dtmensão rio ou de um lago. O lttoral alagoano é recortado por va•1as
aprox1mada de 100 metros, por 1sso a necesstdade de maior enseadas CUJas pra1as surgem como o carro-chefe do turismo; a
número de pescadores para seu maneJO mais celebrada em poemas, romances, canções e cartões-
postalsé a pra•a da PaJuc;ara, em Mace1ó.
Pifano
Tamb~m chamado de "p1fe", é Instrumento popular utilizado PrCKissões
nas bandas de plfano, os chamados "Esquenta-muié". Podem Cortejos, geralmente real1zados com mottvações relig1osas, que
ser confeccionados a partll" da taboca - espécie de vara de
costumam arrastar uma multidão de fiéis, partiCularmente
bambu, de outras made1ras, de PVC ou de metal. At ualmente, o quando organizados em homenagem a santos padroe•ros.
Podem ocorrer por v1a terrestre ou aquatKa A procissão em políticos, 1nteiect\.lats e homens de negoc~ durante a pnme•ra
homenagem à padroetra de Macetóf Nossa Senhora dos metadedoséculoXX
P~aleres, que acontece no mês de agostof costuma ter
dtsputada a confecção da charola que conduz a 1magem da ~enda de Bilro
santa.
~enda feota com o man<!JOde b<lros (pedaços de madeira onde a
hnM ftea amarr•diJ) e com a •Juda de alf•netes que a fixam numa
• QLH!bra• de 1912 (Ti• Marcelina) almofada nedonda e dura (recheada com palha de bananetra).
Evento de persegutção aos cultos afro·brastlelros q~ ocorreu Serve de adorno pata ptç.s do vestuáno femtn•no (vestJdos,
em Alagoas em 2 de fevere1r0 de 19u~ quando as casas blusas, sa•as) e ut•htanas como colchas, fronhas, toalhas etc. Fo1
religiosas de matnz afncanas foram ..quebradiJs• e os adeptos attvKtade bastante comum e trad•c•onal em toda a regtão do
proibidos de manifestar suas crenças.O que sobroo do "Quebra vale do no Sao friln<tsco, tendo SidO introduzida no Brasil por
de 1912.. resultou na Coleção Perseverança, em extb1ção volta do skulo XVI pelos portugueses ~ fetta regularmente na
permanente no Institut o Htstónco e Geoqráftto de !\lagoas e cidade de São Sebastt3o, sendo alt a sua princtpal attvtdade
pertencente àquela inst1t1.uçào de mem6rta O evento fot artesanal. O~staca-se a mestra rendelfa Dona Clance.
registrado em documentáno intttutado O Quebra de Xangô,
dirigido pelo antropólogo Siloé Amorim (DOC·TV, 2007). Res:tingi!l
Segundo o 01(10n6fiO Aurého, >~terreno de htoral, arenoso e
Rabeca siJ11no, onde vegetam plantas herbáceas e arbust ivas
Espécie de violino, de ttmbre mats bai~Co, com quatro cordas de cilracterlstiCas desses lugares"'. A proposito, Maceió fo1
tripa que são friccionadas com um arco de trina untado no breu caractem.ada pelo geógrafo Ivan Fernandes Lima como uma
Tem uma sonoridade roufenha, melancólica e é estndente nos codade restlll<Ja.
agudos. Na cidade de Marechal Deodoro é confeccionado por
Nelson da Rabeca, princ•pal mús•co d~se tnstrumento em Rios
!\lagoas. Segundo o DKJOn6noAurelK>, sào correntes naturais de água que
fluem com contmutdade Podem desembocar no mar, num lago
Redendi ou noutro rto- em tal caso denomma-se afluente No Nordeste,
Bordado que se caracteriZa pelo traçado geomótnco. e consMie-ra'lel o papel dos grandes e pequenos nos no processo
Utilizando-se uma agulha e uma tesoura ou uma lârruna, são da cotomzação, fCJvorKendo tanto o abastec1mento d'agua
cortados uns fios de tectdo em quadrados, losallCJOS ou quanto o transporte de pessoas e mercadonas
t riâll<Julos e preenchtdos outros espaços tdintt<OS com hnha Ongtnanamente, a bacta h1drográftca afagoana era de grande
branca ou colonda, formando barras A artesã usa um basudor cap,laricfCJde. confenndo ao temtóno um carater de verdade1ro
como instrumento aux11tar de trabalho e, por vezes, o bordado e oasisdo Nordeste. como se pode obseNarno mapa htdroqráfico
@nriqueodo com pequenos ramos de ponto de cruz_ O ma•s doEstado
expresstvo redendê ó confecCionado no povoado de
Entrementes, mun1C1p10 de P~ranhas, e na Cidade de Porto Real RomM~U
E~Cie de proc1SS~ real,zada em devoção a um santo
do C~ tO.
espt'(•ftco e qveo reune f•t•S que se deslocam dentro de uma
Relógio do PontoCentrol . mesma c•~ ou de um• ctdade a outra As romanas a PCJdre
Famoso ponto de referência do centro de MacetO, Srtuado na C.ce-ro, no Nordesteo, t•lwz S.Jam o exemplo ma1s carateriStiCO
conjunção das ruas do Comómo e Boa VISta, o relógto do Ponto desw mM!lfest.c;lo popular reltgtosa Em Alagoas, há romarias
Central não mais existe Era conheCidO local de encontros de como os petegnNÇ6eS ao wntuano de Nossa Senhora dos
Podem ocorrer por v1a terrestre ou aquat•ca A procassão em polit1cos, IOtelKtulus e homens de negoc•o durante a pnme1ra
homenagem à padroe•ra de Mace•ó. Nossa Senhora dos rnetadedoséculoXX
Prazeres, que acontece no mês de agosto, costuma ter
diSputada a confecção da charola que condu• a omagem da Renda de Bilro
santa.
Renda fe.ta com o maneJO de bolros(pedaços de madeora onde a
l•nha fica amarrada) e com a aJuda de alfinetes que t fixam numa
•aue.bra" de 1 9 12 {Tia Marcelina) almofada redonda e dura (recheada com palha d• bananeora)
Evento de perseguição aos cultos afro·brasllefros que O<orreu Serve de adorno para p~as do vestuálno fem1n1no (vesudos,
em Alagoas em 2 de fevere1ro de 1911, quando ~ c~as blusas, s.a1as) e ut1ht.án~s como colchas, fronhas, toalhas etc. Fo1
religiosas de matriz afncanas foram •quebradas• e os adeptos at1V1dade bastante comum e trad•c•onal em toda a região do
proibidos de man1festar suas crenças. O quê sobrou do 'Quebra valt do rro São Franc•sco, tendo stdo •ntroduz,da no Brasil por
de ~912" resultou na Coleção Perseverança, em ex1b1ção volta do século XVI pelos portugueses É feota regularmente na
permanente no Instituto HIStónco e Geográfoco de Alagoas e cidade de São Sebasttio, sendo ah a sua pnncipal attvtdade
pertencente àquela inst1tu1ção de mem6na O evento fos artesanal. Oestaca·s4! a mestra rende1ra OonaCiarice
registrado em documentáno intttulado O Quebro de Xangô,
dirigido pelo antropólogo SoloéAmorim (DOC· TV, 2007). Re-st inga
Segundo o D1C10nóno Aurélto, "terreno de litoral, arenoso e
Rabeca sahno, onde vegetam plantas herbáceas e arbustivas
Espécie de violino, de t1mbre mais baixo, com quatro cordas de característtcas desses lugares". A propóstto, Mace1ó fo1
tripa que são friccionadas com um arco de cnna untado no breu caractertzada pelo geógrafo Ivan Fernandes L•ma como uma
Tem uma sonoridade roufenha, melancólica e é estndente nos ctdade rest1nga
agudos. Na c idade de Marechal Deodoro é confeccionado por
Nelson da Rabeca, pnnopal mÚSICO desse 1nstrvmento em Rios
Alagoas. SegundooDKIOnánoAvrêbo, são correntes natura~s de água que
ftuerncomcontmu•dade . Podem desembocar no mar, num lago
Redendi! ov noutro no- tm tal caso denorruna·w afluente No Nordeste,
Bordado que se c.aractenza pelo traçado geométnco . é cons1dert~tvel o papel dos grandes e pequenos nos no processo
Utilizando-se u ma agulha e uma tesoura ou uma lâm1na, são da colon•zaçâo, favorecendo tanto o a~sttc•mento d'agua
cortados uns fios de tecodo em quadrados, losangos ou quan t o o transporte de pessoas e mercadorias
triângulos e preenchodos outros espaços odêntoeos com lonha Ongmanamente, a baoa htdrograftCa alagoana era de grande
branca ou colonda, formando barras. A anesã usa um bastidor captland,ade, confenndo ao terntono um carater de verdadetro
como instrumento auxiliar de trabalho e, por v~zes, o bordado é oas:s do Nordeste, como se pode ob~ervar no mapa hsdrografico
enriquecido com pequenos ramos de ponto de cruz O ma1s doEst~do

expreSSivO redendê é confecctonado no povoado de


Entre montes, mumcip10 de P~ranhas, e n~ C1dade de Porto Real Romanas
Espêcoe do procO>sJo roahuda om devoção a um santo
do Colégio.
espe<•f•co e que reunt f•t•S que se dtslocam dentro de uma
mes.ma od.cle ou de uma Ctdade a outra. As romanas a Padre
Relógio do PontoCentral
Famoso ponto d e referência do centro de Mace1ó, SJtuado na Cicero, no Nordeste, tal\'eZ seJam o exemplo ma1s caraterístJCo
conjunção das ruas do Comércoo e Boa Vosta, o relogoo do Ponto dosw manof•st•ç.io popular rtlogoosa Em Alagoas, há romanas
Central não mais existe Era conheodo lo<al de encontros de. como as ~egnrtaçõei ao santuâno de Nossa Senhora dos
168

Reméd1os, no mumcípio de Coquetro Seco, e outras que


ou desliza" Em guaran1 possui o mesmo senttdo. J:: prato
obngatóno da culinária do litoral alagoano, sendo apresentado
acontecem no sertão.
na forma de fritadas, ftlés, e servtdo também na próprta
Santa Cruz de Beira de Estrada casquinha, comercializado em bares e por ambulantes da orla
Mamfestação da religtostdade popular matenalizada em maritima.
pequenas edtficaçôes em alvenaria, no formato de capela, que
costumam assmalar, na be~ra das estradas, locais de morte por Sururu
actdente. Pela quantidade de ornamentos que costuma ~ um molusco. O Myttlvs mundanensts duartii, espécie que
ostentar (flores de plástico coloridas, rosários, fotografias, ocorre em Alagoas, é o principal habitante da lagoa Mundaú e
fttas), a expressão designa, popularmente, pessoa que se veste prolifera ai• nas partes mais rasas, dentro da lama (pode se
de maneira chamativa, portando muitos adereços. encontrado também na lagoa do Rote1ro). Vive em colôma.
numerosas e cresce, engorda e sobrevive de acordo com o teor
Serra da Barriga (Zumbi dos Palmares) de salinidade da água, que não deve ser nem muito doce, nem
Famosa por ter abrigado, no século XVII, o Ouilombo dos muito salgada. As águas da Mundaú oferecem essa condição,
Palmares, sttua-se no mumdptode Umão dos Palmares, zona da por isso ali existem em abundância. Em tupi, segundo Sampa
mata alagoana . A parttr dos anos 1g8o, por inictativa da (198]), sign1fica "o bicho úm1do ou encharcado". O autor adm1te
Universidade Federal de Alagoas, a serra passou a receber também que o vocábulo proceda de çvrvru, significando
atenção espec1al de estudtosos e militantes da causa negra, "atolado", o que corresponde ao modo de viver do molusco. Já
mov1mento que levou ao seu reconhecimento como patnmônio T1biriçá (1g8g) mdica também para sururu, em língua guaram, o
nacional histónco, arqueológico e natural, abngando, sentido de "entrar com v•olênciaH. O sururu, importante ícone
atualmente, um parque temático, visitado anualmente em 20 local, era anunciado em famosos pregões de comercialização do
de novembro, D1a Nacional da Consciência Negra. produto: sururu freeeesssssccccooo! Por muito tempo, Alagoas
foi conheoda nacionalmente como a terra dosururu.
Singeleza
Renda cuja trama se assemelha à da rede de pesca, onde as Sururu da Nêga
chamadas ''pétalas" ou "cocadinhas", que são pontos cheios, Marcha carnavalesca de 1934, composta por Pedro Nunes e
formam o desenho desejado J:: confecc1onada por artesãs nos Aristóbulo Cardoso, e que se tornou um hino do carnaval
mumcipios alagoanos de Marechal Deodoro e Água Branca. A alagoano. Foi também denom1nação de ant•go bloco
continUidade da confecção dessa renda, em Marechal Deodoro, carnavalesco de Maceíó.
se deve à Dona Marinita, que antes de falecer, em dezembro de
2006, repassou esse sabertrad•c•onal a outras artesãs. Taboca
Denom1nação de um t1po de gramínea. Em tup•, segundo
Siri Sampaio (1987), sigmfica "a haste furada", "o tronco oco €
Crustáceo de dez patas, o s1n tem como pnncipal característica também Utilizada para a confecção de instrumentos de sopro~
externa a modlftcação de seu último par de patas, que se como o pífano.
apresenta na forma de nadade~ras, o que lhe proporc1ona maior
poder de locomoção que o carangueJO Ocorre em todo o Tabuleiro de Pirulitos
mundo em ambtentes mannhos e em estuários (zonas de Suporte de fabricação popular, confeccionado em made ra
transição entre o mar e os nos). A saltntdade é um fator Consiste num tampo com furos, onde os pirulitos são colocados
1m portante na dtstnbu1çâodesses organtsmos no ambtente. Em
um a um. O suporte é preso num cabo comprido que ovended
tupt, Sampa•o (1987) aponta a palavra stgneftcando '"o que corre,
carrega, apo•ado ao ombro. A forma cônica do ptruhto remt:
169

ao lúd1co e à memória de infância de boa parte dosalagoanos. Teatro Deodoro


Localizado em Maceió, homenageia, junto com a praça de
Tabuleiro de Quebra-queixo mesmo nome, o proclamador da República, o marechal
Caixa retangular, fabncada geralment e em metal, com tampa Oeodoro da Fonseca. De est ilo e ntre o neoclássico tardiO e o
confeccionada no mesmo material, onde o doce - feito à base de edét1co, o teatro teve sua construção ln•c•ada no dia 11 de Julho
amendoim e coco -é colocado e partido em pequenos pedaços, de 1905. Sua planta é do arquiteto italiano Luigi Lucarini, que
Acompanha a caixa um suporte, na forma de um cavalete morreu antes da conclusão da obra. O Teatro Deodoro fo1
trançado, fe1to em madeira, que serve para apoiar a caixa de maugurado em 1 5 de novem bro de 1910, durante os festejos dos
metal na hora da comerc1alizaçãodo produto. 21 anos da Proclamação da República, sendo até hoJe a maior
referência de teatro em Maceió.
Tapioca
Iguana feita a partir da fécula da mandioca, a goma, que Vidas Secas
espalhada numa chapa quente poss1bilita a confeu;ão de uma Obra de 1938 que popularizou o escrit or alagoano, natural de
espéc1e de crepe. Dobrada ao meio, tradicionalmente trazia Ouebrangulo, Graciliano Ramos, sendo uma das referências da
como reche1o uma camada de coco ralado, mas atualmente literatura nacional. Retrata a dura realidade da vida social das
observam-se muitas variações: tap10cas de que1jo, de goiabada, populações empobrecidas do sertão nordestino; fo, traduzida
entre outras No tupi, segundo Sampaio (198]), tapioca significa para vã rios 1diomas e adaptada para o cinema por Nelson Pereira
"tirado ou colhido do fundo; o sed1mento, o coágulo, o resíduo dos Santos em 1963.
do suco da mand1oca•, sent ido que remete à prôpna goma. Em
Mace ió, o bairro de Riacho Doce é tradicional local de fabricação Xukuru
de beiJUS, tap1ocas e outras tguanas fe1tas à base de goma e Xukuru é um grupo étmco indígena localizado no município de
massapuba . Palmeira dos fnd1os, tendo a h se associado a um outro, os Kariri,
const1tuindo-se no grupo que se autodenomina Xucuru-Kafiri.
Taquara Atualmente, através dos trabalhos artesanaiS expostos em
Sonômmo de Ta boca. Em tup1, segundo Sampa10 (1987), "a haste feiras e no comércio local, os Xucuru-Kariri tornaram-se mais
furada ou oca". e: também nome que figura em antigos conhec1dos emAiagoas.
documentos como denomrnação de trecho da mata atlântica
alagoana, a mata da Taquara, hoje grandemente ocupada por Zabumba
canav1a1s. Instrumento popular de percussão, inseparável dos sambas,
batuques, maracatus, pastons e comemorações carnavalescas
Taquarana de zé-pere~ra. Segundo Yêda Pessoa de Castro (lOOl.), é palavra
C1dade alagoana Segundo T1b1nçá (1985), sign1fica "planta que banto que s1gnifica ..bombo, tambor de made~ra, mu1togrande e
se parece com aTaquara, falsa taquara". compridoH Em Alagoas, é instrumento frequente nos chamados
Temos de Zabumba ou '"Esquenta-Mu1é... Pardal, de Marechal
Tarrafa Oeodoro, é conhecido zabumbeiroalagoano.
Pequena rede de pesca, Circular, com chumbo nas bordas e uma
corda ao centro. A rede é arremessada aberta, e por esta
abertura 0 pe1xe entra na armad1lha que o pescador ret•ra
fechada da água.
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SESC/PROJETO SONORA BRASIL. A Parte - guerreiros e torés.


Caderno publocado pelo SESC/ Corcuoto Nacional de Música,
2001.

SILVA, José Góes da. Mace~ó Ontem e Hoje-1814/>00j. Maceióo


lndústriaGráficaJaraguá Ltda .-ME., 2003, 111.

TENORIO, DouglasApratto e DANTAS, Cámen Lúcia. Caminhos


do Açúcar: engenhos e cosas-grandes das Alagoas. Brasília,
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Acervos de arte, bibliográficos, fonográficos, fotográficos e videográficos 177
Outras referências consultadas

Acervos
1. Boblooteca Púbhca Estadual
2.1nstituto H1stôrico e Geográfico de Alagoas
3· Museu Théo Brandão de Antropologoa e Folclore
4· Biblioteca daAcademoaAiagoana de Letras
5· Boblooteca daAssocoaçãoComercial de Maceió
6.Acervo TV Educativa (Instituto Zumbi dos Palmares)
7. Museu da imagem e do Som (MISA)
a. Acervo de Pedro Rocha (Vídeo)
9· Acervo de Celso Brandão (Fotografia e Vídeo)
10. Acervo de Ranílson França (Artistas Populares, Músicas e
Danças Folclóricas)
u Acervo de Edécio Lopes (Música)
12.ColeçãoTânía Pedrosa de Arte Popular
13. Galeria Karandash

Outros
· CD Coco de Alagoas. Org. Théo Brandão. Disco n° 6. Sene
Documentário Sonoro do Folclore Brasileiro. Convênio MEC -
DAC-CDFB/UFAL-MAF, 1975.

- CD Baianas de CoquetroSeco-AL. "Baiana volta a sorrir". Série


Brasil Passado e Futvro.Selo Mundo Melhor, série Passado e
Futuro.

- CD V1çosa do Nosso Brostl- uma mostra musical do berço da


cultura ofagoana. Vrçosa: Secretana Municipal de Cultura,
EsporteeTunsmo, 2008

-Sttts alagoa nos de notíetas.

- Sttes alagoanos .nstttuctonats e de mroattva and•viduall1gados


às temát•cas da cultura, tunsmo, artesanato ou movtmentos e
expressões artísticas em Alagoas.
178 Créditos das Imagens

Os cred•tos abaixo relac•onados são referentes às imagens que Página48


foram ced1das por part1culares e órgãos públicos. Todas as Foto aérea das galés de Maragogi gentilmente ced1da pela
dema1s foram produz•das pelo fotôgrafo Ricardo Lêdo. Secretana de Tunsmo do Estado de Alagoas.

Páginas 10 e 11 Página ss
Fotos de produtos V1ver de Arte e Caleidoscópio gentilmente Foto da árvore Cra1be1ra, de Iremar Bayma, gentilmente cedida
cedidas pelas respect1vasempresas. pelo autor.

Pagina•s Páginas6
FotodoGogó da Ema na década de so.Autordesconhecido. Fot o aérea do estuário da lagoa Mundaú gentilmente cedida
pelo Instituto do MeioAmbiente deAiagoas.
Paginas 320 33
Foto aerea do estuario da lagoa Mundaú gentilmente cedida Página 57
pelo lnst 1tutodo Meio Ambiente de Alagoas. Foto da orquíd ea Cat tifeya labiata 1 de lremar Bayma,
gentilmente cedida pelo autor.
Página37
Foto aérea das galés de Maragogi gentilmente cedida pela Foto da Mata AtlântiCa de Murici gentilmente cedida pelo
Secretariade Turismo do Estado de Alagoas. Instituto do MeioAmbiente de Alagoas.

Páginas420 43 Pági nas8


Foto aérea das galés de Maragogi gentilmente cedida pela Foto de cajueiro, de lremar Bayma, gentilmente cedida pelo
Secreta na de Tunsmodo Estado de Alagoas. autor.

Página 45 Foto de caju, de Rachei Rocha, gentilmente cedida pela autora.


Foto aérea do farol de Porto de Pedras gentilmente cedida pela
Secretana deTunsmo do Estado de Alagoas. Página6s
Foto de antigo bue~ro na reg1ão de MuriCI, de Rachei Rocha,
Página46 gentilmente ced1da pela autora.
Foto aérea das falês•as do litoral sul de Alagoas gentilmente
ced 1da pelo 1nst1tuto do Me10Amb1ente de Alagoas. Pági na74
Desenho de p1ranha do no São Francisco, do Imperador O. Pedro
Foto do Gogó da Ema de autona de Roberto Plech gentilmente 11, disponível no hvro BEDIAGA, Begonha (Org.). Diário do
ced•da por Mana Luiza Barre.rosdeAraÜJO.
Imperador D. Pedro 11, 1840-1891. Petropólis. Museu Imperial,
1999.164p., 11. [lnclu1CD-ROM].
Página47
Foto aêrea dos arrec•fes da Barra de São Miguel gent ilmente
Página84
ced1da pelo InStituto do Me1oAmb1ente deAiagoas.
Foto do relóg1o do Ponto Central na rua do Comércio, Centro,
Maceió. Acervo do Museu da Imagem e do Som de Alagoas.
179

Página126
Foto da Banda de Pifanos de Marechal Deodoro, de Jea nne
Beaujard, gent•lmente cedida pela autora.

Páginas1)0e131
Mapa de Porto Calvo fotografado no livro BARLÉU, Gaspar. O
Brasil Holandis sob oCondeJoãoMauríciode Nassau: História dos
Feitos Recentíss1mos Praticados Durante Oito Anos no Brasil e
Noutras Partes sob o Governo do llustdssimoJoão Maurício, Conde
de Nassau. Tradução e notas de Cláudio Brandão. Brasília:
Senado Federal, 2005, Vol.43·

Página132
Gravura de Théodore de Bry, 1562. ln: STADEN, Hans. Os Filhos
de Pindorama. Cannibalism in Brazil in l.557· Disponível em:
http://<ommons.wikimedia.org/wiki/File:Cann ibals.23232.jpg.
Acesso em:7.1 .10. Domínio público.

Pâgina133
Foto das cabeças cortadas do bando de Lampião, Piranhas,
1937. Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Degola_de_Lampi%C3%A3o_MB.jpg. Acesso em: 7.1.10.
Oominiopúbhco.

Págin0143
Detalhe da foto de curral de peixes da praia de lpioca
gentilmente cedida por Celso Brandão.

Páginas 144 e 145


Fotos de detalhes de obras do artista plástico Delson Uchõa
gentilmente cedidas por José MuriloUchôa.

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