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~r10n0 coorecz
ARQUITETA
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't'l.f><l./20 1 ~
Grafmarque..s
Maceió-Aiagoas
:2011
NFÍBIA
FICHA CATALOGRÁFICA
Catalogação na fonte
OtparumentodeTratamento TecnKoda Editora Grafmarques
lnduo bobloograf,.
Gloss~oo 154-16g
ISBN g]8-8s-63U3-<>3-0
Secretária-Adjunta de Gestão
Diretor Administrativo-Financeiro
Polia na Santana
José Roberval Cabral da Silva Gomes
Secretário-Adjunto de Minas e Energia
Geoberto Espírito Santo Gerente da Unidade de Turismo, Artesanato e
Cultura
Assessora Especial Vanessa Rocha
Vania Luiza Barreiros Amorim
Programa SEBRAE de Artesanato
Coordenadora do Programa do Artesanato
Brasileiro em Alagoas Jacqueliny Souza Martins Luz
Sônia Normande Acioli
Gerente da Unidade de Acesso a Inovação e
Equipe Técnica Tecnologia
Maria Aparecida Nunes Barros Sandra Maria Vilela de Moraes e Silva
Silvana Pontes de Miranda lima
Núcleo de Inovação • UAIT
Programa SEBRAE de Design
Fábio Rosa
10 APRESENTAÇÃO
14 PARAUMAICONOGRAFlAALAGOANA
15 Porque uma iconogri-faa?
17 Imagens, paisagens-passagensalagoanas
42 VIVER
44 Águas Salgadas
50 Águas Doces
54 Coberturas Vegetais
6o ALIMENTAR
62 Cana-de-Açúcar
66 Coco
70 Mandioca
74 Pescado
8o ABRIGAR
82 Edificações
86 Fé
92 PRODUZIR
94 Bordados e Rendas
100 Cestaria, Cerâmica e Madeira
1o6 Embarcações
110 Instrumentos Mus1cais
114 Objetos Populares Lúdicos e de Trabalho
118 CELEBRAR
120 CortejoseProc,ssões
124 FolguedoseTorneoos
130 Eventos e Personagens Hostóncos
1)4 DENOMINAR
1)6 TermonologoaAiagoana
11,0 REFERENCIAS
~ Tramas
11,6 Cores
150 Pictogramas
154 Glossário
171 Bobliografoa
179 Cr~itos das Imagens
10
APRESENTAÇÃO
LuizOt•vioGomes
Secretánode Estado do Oesenvolvtmento Econômtco, Energ1a e Log•sttCa
A ICONOGRAFIAALAGOANACOMO NEGÓCIO
Nos ultrmos anos, van.ls p4!sqursas sobre tconografra foram realizadas pelo mundo para
txp1orar as possobolodadts da utolozação dos tlementos da cultura regoonal como forma de
agrtgação dt valor aos produtos • strvoços oferecodos por cada regoão Aprove>tando o
momento e o e~t4ig•o de matundade empresa na I em que nos encontramos, o SEBRAE e a
SEDE C aprtstntam este tstudo qut ora enroquecer aonda ma os nossa bela hostóroa, dando
vts•b•l dade a um dos mats expresstvos valores de um povo; a cultura.
M•rcosVit•ra
DorttorSuper nt•ndente
14
PARA UMA ICONOGRAFIA ALAGOANA
"[...]nem sempre a história Este é um livro de imagens alagoanas, uma seleção de lugares, personagens, objetos e
consegue acreditar na nomes presentes em diferentes dimensões: no cot•d•ano, na historiografia, nas
memória, e a memória lembranças individuais, na memória e representações sociats sobre o território, e nos
desconfia de uma modos de vida local. São cenários naturais, paisagens, logradouros, artefatos, eventos
reconstituição que não h•stóricos, iguarias, técnicas, monumentos, obras artisttcas e outras expressões de
coloque em seu centro os sentimentos, de saberes e de práticas humanas alusrt~as às Atagoas que, ao longo do
direitos da lembrança. w tempo e através de inúmeros processos de regtstro, lograram suplantar o movimento
pendular entre a lembrança e o esquecimento e, deste modo, passaram a ocupar um lugar
Beatnz Sarfol
destacadocomosímbolosque traduzem a "cor local" da cultura.
1 r~mpo Passado cultvro do mtmor/0 t
gtJJn<rda $UbjfttVQ. 1007, p.g
São múltiplos os processos que levam ao reconhecimento de imagens e de símbolos que
podem ser apreendidos como ícones: sua recorrência, isto é, a repetição cotidiana de sua
prática ou aparição; sua pregnância ou seu grau de aderência e de consolidação mediante
sua perpet uação em suportes os mais diversos; e sua circularidade, compreendida como
sua valorização social ou a capacidade que tem o ícone de transitar em diversos
ambientes: artíst ico, mercadológ ico,lúdico.
Não fosse pelas razões já elencadas, e com o objetivo pragmático de formar um acervo de
imagens para fins presumidos, haveria alguns outros motivos para a constituição desta
coleção iconográfica. Antes de tudo, ela não deixa de expressar uma demanda de nosso
tempo - que é o Interesse renovado acerca do tema das Identidades culturais locais. No
caso, manifestadas através de aspectos considerados como verdadeiras marcas de
reconhecimento territorial ou do modo de vida das populações.
1magens a rubrica de exceção cultural, cujo comércto n~o deve obedecer a regras
estntamente económico-financeiras; isto porque entendem que as 1magens são formas
privilegiadas de construção de memóna colet1va, de defintção de s•na1s dtacritiCOS das
identidades locais ou nacionais, verdadeiras marcas defin1doras de lugares e de suas
populações. Desse modo, sena um projeto Ut1l a tarefa de melhor conhecer ou reconhecer
algumas das Imagens que a lcançaram uma condição de grande prestig•o coleuvo e que
atuam como mediadoras das expressões humanas de vínculos territoriaiS, d~ laços entre o
passado e o presente, da lembrança cOm sentidos prátiCOS ou poéticos, às vezes táte1s,
sonoros ou olfativos. Em suma, com uma historicidade ímpar preenchida de elementos
comuns partilhados pelos grupos sociais.
Nesse cenário, o diálogo mais premente é o que se estabelece atravêsdo mercado. Não é
sem razão que setores como a produção artesanal e o turismo, por exemplo, se destacam
quando a questão é construir particularismos cultura11s que ind1quem a origem de bens e
serviços produzidos ou os destinos a serem visitados por indivíduos e grupos em trânsito.
Tanto num segmento como no outro, cujas economias se entrecruzam em certa medida, a
mercantilização é um processo social que, ao substanciaf•zar os elementos cultura1s em
bens e serviços, colabora com a definição iconográfica. E essa, por sua vez, contnbui
deosivamente para a construção ou ressigneficação de rote1ros, de dest1nos, de servtços e
6 Cf lgor ~opytoff, AIJ,ogrofi<J CllltlJ'al dos
.
COfSGS: o lrlff'{IIMflltzo{io como ptOCfüO,
1001 Sobre o tefN. 'lt'f wnbém Thlmy
,..,.,. ...,.,_,_,_,.
Bonno!.to\lircln...,d'Won..,
,..............,
~8-rge<eOen~C .....IIoer,
de objt!tos, ou seja, para a carreira ou a biografia cultural das co1sas seleoonadas6 .
autoproduzidos, quase sempre gesta dos bem antes que- se pudesse supor a dimensão do
contexto global das soctedades contemporâneas de hoje7.
- -
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Essas narratcvas e imagens, ainda que nem sempre sejam gesta das com taJ fim, estão na
base do que parece se expressar como uma tendência: a apar1ção do elemento natural,
nas últimas décadas, como ícone representativo no repertório de imagens e de sim bolos
alagoanos9. Observa-se também que naquilo que - por oposição ao que aqui se d~finiu
9 bu que~t:io ediSCUtida por Rachei como natural - pod~ ser denominado de cultural, há uma preponderância de registros
Rotha df' A. B•rros em L•s Sohtai'n u au dC~rca dd materialização de práticas cu/tura;s na formadeoficios e de saberes tradicionajs
Parad1S1 1007, mfd1t0
diretament~ associados à sobrevivência imediata das populações ou a at1vidades lúdicas,
artísticas, bem como a usos diversos do tempo livre.Todos esses elementos que transitam
da materialidade à imaterialidade das práticas culturais são passagens, são vias de acesso
possíveis ao imaginário alagoano.
A partir dessa dinâmica de tempo e espaço, na longa e na curta duração da hostória, tanto
daquela mais remota que lançou as bases do domínio do terntórto quanto da VIVida nos
d1as de hoje, se pode observar o surg1mento e o trânstto de 1magens, sua permanência e
fiJCação em narrativas de sentimentos e de comportamentos 1deallzados, representados,
pi~tiCados <!identificados como aJagoanos. Esse processo começa a se dehnear, comojá
10Ve)l·w •IIS~ ~o G.s~r afirmado, nas ma1s r~motas e controversas descnções da conquista10•
-.oBr...aHoi-.IOboCondt
-w-i<oodo ""''""' hosoóntdos
fwttos rectntttSMnOS pr~.tdos cknnte S@ as tmagens costeiras, imagens •med.atamente aqvátt<as ~cercadas da floresta troptcal
os oco .nos no lrMtl ~ nouu• pMtH Umeda, fizeram a recepção tThlts antiga dotemtóno, as c•racteristteas rvra1s da SOCiedade
tobo_do_msomoJo6o
onstaurada não fizeram por merlOS com sua CIYihzação do couro, curraos de bo1, sons de
-·-·-·'"'f(''"'
..........-.._.
do-F..... -.L-hm6no abotos e chocalhos, carros gementes de tração animal, homeos montados, beoras de
riacho, banhos de btca, leite e queijo setUMJOS, rapadura, fanoha de mand1oca, bode
ass.do, buchada, charque, uma infinidade de coisas e omagens • ClJmul•ndo-se sem parar.
vinclastantodapaisagemaolongequantodamesadeJaOtar
pretensão à fidalgu•a europeizada como modelo perseguido de ética e de estética, tudo n PariiloséculoXVIII,José
Cézar d~ Menezes. "'tdé~ da
1sso fez somar ao nosso imaginário o patrimônio material e imatenal da chamada popula~.lo do~ Ctpltan•a de
civilização do açúcar, por vezes resumeda tão somente ao maquinário, ao mobiliário ou ã Pernambuco e du SUiS
annexas, exte~io de ~ua~
arquitetura de fe•ções coloniais dos domínios senhoriais. Da roda de folguedos do pátio costas, nos, povo~~~s
de engenho à roda de chá da Casa-Grande, com seus deliciosos doces, bolos e broas da notáv~~s, agncultura ,
nUmero de engenhos,
cozinha colonial, denva a gênese de uma trajetória progressiva na formação de um acervo
contractos e rend1mentos
de imagens amalgamadas nas lembranças das gerações e nos registras documentais: reaes, augmentoque estes
tem tido & &, desde Oanno
ofícios da labuta diária, saberes práticos do fazer artesanal, expressões coletlvas e lúdicas,
de 1n4 em que tomou posse
sagradas ou profanas, usos das cores nas telas, tec1dos e bordados, sonondades e ritmos do Governo das mesmas
alagoanos. Capitamas o Go'ltmadof e
Caprtam Gener~rl Josê Cez~r
de Menezu•, 19:n , e par~ o
Em perspectiva h1stõnca, pode-se observar melhor a dinâm1ca das mutações século XIX. Antôn1o Joaquim
represe ntacionais sobre Alagoas, nas formas de e le ição de seus elementos de Moura, Opúsculo di
d escnp~ão geograph•ca
identificadores. topograph1ca, ph•z1ca,
polft1ca, t h1stónca, do que
Por volta da segunda metade do século XVIII, registra-se certa especificidade da vida na un1cameote: respe1t~ â
provinoa dasAiagoas no
parte suf da então Capitania de Pernambuco; o que viria a ser mais exphcitamente ímpénodo8fav~ 2009.e
decantado no século segu1nte, em descrições sobre as particularidadesdo território e seus Thomaz Esp.ndoli,
Geografia Alagoo~N, 1871
modos de vidan. No século XX, outra tentat1va, mais bem-sucedida, de destacar
elementos da pa1sagem, do relevo e das cidades, e de personalidades alagoanas1 aparecei 12 Adalberto Mo~rroqwm,
Terra das Alago~u, 192:1:.
em grande estilo, na obra de Adalberto Marroquim, fartamente ilustrada com fotografias Antes dele, contudo, vê·se Já
de diferentes localidades alagoanas, contribuindo para a fixação de logradouros e a reprodução (otográfica de
mUmeros amb1e ntes t
edificações que sà01 até os dias atuais, muitos deles, verdadeiros pontos de referência 1magens ala~nas no
para aiconografia patrimonial deAiagoas1l. Indicador Ger~l do Enado,
de 1901, um dos mo~•s
antigos reg•st ros em IMO a
Postenormente, quase setenta anos depo1s da Geografia de Espindola e dezessete do operar com cerQ e-1-e!tiio de
l•vro de Marroqu•m, tem-se uma oportuntdade para observar o quão flutuante, processual .magens paril a
representaç~o ofi<hlll de
e mesmo circunstanctal é o processo de deftn1ção dessas marcas referenciais de lugar. Em
Alagoas
1937, Moreno Brandão descreve inúmeras local1dades dignas de interesse t urístico sem
'-3 Moreno Bra ndão, Vide·
que aí indua as poste riormente decantadas praias alagoanas 1 3, algo atualmente
Me cuum do tunsta em
1mpensável em qualquer listagem iconográfica sobre Alagoas, dada a profusão e Alagoas, 1937-A con~tru<ào
ve1culação dessas 1magens do '"paraíso das águas• como grande atrattvo para o tunsmo e a \ltloc•d~~ de
•mplantaç.io da tdttate- uso)
chamado · de sol e mar• Em seu livro, por outro lado, destacam-se cenânos naturais hoJe das 1magens das pro~ as
absolutamente esqueCidos, ou não ma1s amplamente engtdos à cond1çâo de ícone como refer-ente tvr1n.c:o e-m
Mace-•ó e Ala90ti t
(banhos de bica1 cac11oe~ras e rios do 1ntenor de Alagoas, por e)(emplo), e raramente abordada por R~hel Rocha
menuonados como atnda expressivos nas lembranças contemporâneas sobre Alagoas. deAime1da Barro'io op <•t
22
Aimpol"tância desses textos iniciats na fundação das primetras tmagens acerca de Alagoas
fo1 tratada por Dirceu Lmdoso em seu "Representação soctal na escrita da cultura
alagoana no século XIX•, onde demonstra de que fo<ma o que e<a apenas esboço
tmprectso de uma imagem se consolida em território com o ato polítiCO de 1817 _
--elo
popular, 1009- Reg•stre·se tgutlrMntt a
__
pesqut11 coletlva M.peamento do
P01rlm6nooCultural Alogoos, Em parte, essas transformações de cenároos e sociabolidades de referência são resultantes
"""---·
ptloUFAI. P1'1 o lnol-do
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...._. ..........
............ ~.- de inúmeras intervenções oncodondo sobre a paO..gem natural e a histól'ia da cultu<a e
SOCiecllde locaos, e só podem ser devodamente conSideradas se articuladas num quad<o
1NiS giol* de mudanças que nos ompõe uma seletovodade de sognos e símbolos de
iclentlfíc•çJo. Derivam t•mbém d•s transfo<m~ões em nossas pe<eepçio e
subJet1v1dade, e, ass•m, nos modos corre latos de desejar, com maior ou menor ênfase,
fixar um conJunto referenc1al de memória colet•va, uma espécie de consenso imagmário
ou uma sorte de autorretrato cultural dos atagoanos, ou alguns traços elementares dele,
seJa para a ex1b1çàoexterna, Seja, notadamente, para a autoafirmação inte rna.
€ deste modo que as pa1sagens e todas as demais imagens alagoa nas são como
passagens, ou Seja, vias de acesso tanto para se visitar o passado através da memóna e da
lembrança quanto, sobretudo, para melhor as lançarmos ao mundo, uma vez que a
altendade que nos VISita pelos fluxos globais pede-nos a afirmação do localismo cultural
como condição de troca e de diálogo, no mercado e fora dele .
26 PESQUISA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL
ICONOGRÁFICO
Seguindo uma das defimções possíveis, um ícone é '"cotsa, fato, pessoa etc., que evoca
fortemente certas qualidades ou caracteristecas de algo, ou que é mutto representattvo
dele[...] signo que apresenta relação de semelhança ou analog1a com o referente". Pode a
teonografia ser concebida como a •arte de representar por me•o de imagens•, ou a tnda o
•conhecimento e descrição de ímagens•1s. Os icones aqUI reumdos compõem um vanado
painel de elementos peculiares e característ•cos do ambtente alagoano. Peculiares porque
singulares e exclusivos do temtôrioi outros sendo característicos por ex1st1rem em
profusãoemAiagoas, mesmo não sendo de ocorrência ún1ca do (e no) Estadol6.
>6 U.ofiumooa~~·-
cutturats.......,.... t '"Qraa.ria:Kos'" no A forma de organização seguida na apresentação do matenal part1u de alguns desses
sentido que lhtdr6Teny ElgMton. em seu A
aoos.
idéia d~ cultura, elementos constitutivos e grand4!m4!nte definidores do terntório alagoano. Assim,
buStaram-s4! inicialmente pares que traduzem dualismos natura~s: água 4! terra; e aqueles
que aqui podemos ler como seus correspondentes culturaos: azul e vermelho. A pnncopal
tama dessa demarcação inicial foi a de fugir ao esquematismo espacial do tipo regional
ou sub·regional, seccionando os ícones por áreas de ocorrência preponderante ou
exclusiva; e deste modo, evitando-se dificuldades colocadas pelo fato de que mu1tos deles
têm uma abr~ncia total sobre o território ou têm apanções 1nterm1tentes ao longo da
história .
e culturais que JUst•ficarn sua contnbuição na constituição de tais narrat1vas, coma a forte
presença do catol•c•smo desde a ma1s remota colonização portuguesa; afém da natureza
de ocupação predomtnantemente rural, ora concentradora de indivíduos {zona da mata),
ora ma•s dispersadora (sertão e agreste), e também o surgimento e o desenvolvimento
ulterior de profissões e ofíc1os que, conjugados às características geogrâficas do temtôrio,
poss•b•htaram uma ma1or produção e Circulação de imagens e de narrativas do e sobce o
Estado de Alagoas
e: prec•SO considerar sempre os lim1tes de uma seleção como esta. No caso part•cular da
categor•a Denonunar, os nomes seleCionados poderiam compor numa lista bem mais
extensa, e aqu1 temos apenas a evocação de um pequeno número de expressões que,
nattKalmente, deve ser VISto corno exemplo ilustrat•vo deste universo de p411avras tio
forte,.nte tdentofocadas com 1magensdo terntó<io e de~ gente. Exatamente por ~onta
desta caracteristiCa - o a~lo 1magét1Co suscitado nesses exemplos de palavras de uso
local-é que resolvemos 1ncluor, em que ~se sua 1matenalidade, a terminolog1a alagoana
entreoselernentosoc6n1Cos
Na etapa final da seleção iconográfica foi rea lizado um work.shop reunindo profissionais
afeitos ao tratamento de imagens e simbolos locais (artistas, designers, arquitetos,
pesquisadores sociais), que operou um primeiro procedimento balizador da seleção que
compõe o livro. Alguns integrantes do workshop apontaram a ausência de característ icas
alagoanas como gestos, odores, sonoridades, interjeições e outras que não foram
incluídas na iconografia. O fato é que muitos desses aspectos não são facilmente
materializclveisem um suporte. No que concerne às sonoridades, por exemplo, a opção foi
destacar instrumentos que aludem a esta dimensão da cultura ~ sociedade loca1s. Já em
outros casos, a não inclusão se justifica seja pelos limttes físicos da publicação, ea
Imperiosa necessidade de eofetuar cortes, seja ainda por não se localizar uma expressiva
ressonância, se comparados com outros itens selec1onados.
A patsagem terrestre, por sua vez, reuntndo atributos que lhe caracterizam os disttntos
cenános (zona da mata, sertão, agreste, lttoral), é também imagem inspiradora de outras
construções tntelectua•s como, a hás, J~ observou Lindoso1 9 quando buscou depreender a O.t-ceu L1ndoso, lnterpret~ão d.a
partlf de textos produz1dos sobre Alagoas (e então também antes de 1817, sobre Pf0VIn(la, lOOS
Água e terra são fontes centrais, cenános pnvtlegtados que abregam a apresentação de
tmagens que movtmentam uma lógtca local e metafónca sobre o terntóno, traduztndo·se
em narrativas e produtos. Em todo caso, água e terra expressam bem mais uma
polaridade, um movimento pendular de enfluências recíprocas que duas dtmensões
cultura lmente apartadas: Alagoas anfíbia, ambígua. O mesmo se poderia aftrmarquanto
à forma, mais antagonizada, do azul e do vermelho, cores que despertam paixões e
promovem escolhas e aderências, mas revelam, ao mesmo tempo, uma existência
indissociãvel e complementar dessas oposições cromáttcas que aparecem seja no
espetáculo esportivo, seja, mais constantemente~ nos torneios e folguedos alagoanos e
nosimbolooficial de representação da unidade federatova: a bande~ra de Alagoas.
A capilaridade original dos rios que cortam generosamente quase toda a extensão do
mapa de Alagoas e as imagens aquátocas do complexo lagunar Mundaú·Manguaba, e de
33
outrcts lagoas meonorPS, de-ram o sttntido do nome do Estado. As lagoas são respo11sávejs
pela sobrevi'Yência direta dE: populações inteiras e pela consolidação de um estilo de vida às
suas margens; são geradoras de urn conjunto de conhecimentos e práticas nativas de
grande importância e que integram nosso patrimônio ClJiturê)l imaterial. Dentre esses
conhecimentos, d pes<a, qoe por sua importância mob1fiza dinâm1tas presentes noutras
práticas, n~,.~m desdobramento de sabe1es e fazeres caracterist!e:os. O desenvoJvjmento de
um vasto e sofisticado repertório de té<:nicas e artefatos de trabalho associados a tsse
ofíClotradiCIOI"Ial emAiagoas ganha materialidade atravêsdavariedade de tipos de cestos,
armad ilhàs, redes, embarcações, mas tarnbem por meio da preciosa tradição das rendas e
bordados: o f1fê, o fabrrinto, a singeleza, a renda de blfro, o boa-noit~ recorrentes nas
cidades ribeirinhas e lacustres de AJagoas. A pesca é um exemplo da transversalidade
realltada por práticas e sentidos que se intercambiam entre as diferentes esferas
patnmonlais; ~ tradição gastronômita, de variada expressão no preparo de frutos do mar,
dos rios e lagoas - t que conjugada com e ltmentos de paisagens circunvizinhas
acrescentaram a essa c.ufínária ~fementos corno o coco e a maodio<:a - , é outro exempfar
do entrecruzamento de un;versos produtivos locais.
Aguas doces e salgadas; águas salobras e sonoras. Águas doces que abrigam esplendor e
mis!ria, poesia e fome; as narrativas fiterárlas, cientificas, pictóricas, jornallsticas
atravessam e são atravessadas pelas águas doces. Nas águas da Mundoú submergem
calvngas e cambembes. Age as doces dos banhos de rio, de bica e de açude, presentes no
imaginário e no cotidiano do lazer familiar numa Alagoas ainda rural nos modos e nos
gostos, e que apenas ensaiava no tnioo do seculo XX sua entrada em ambtente urbano e
industrial.
Cheiros e cores das águas doces e salgadas. Maresia, sargaço, areia, conchas, seixos,
águas de cheiro, de alfazema ofertada nas festas para Yemanjá. Através das águas,
oferendas e cortejOS sagrados são rea lizados, marcando o calendário de festejOS
tradicionais, cultuando-se orixás e santos católicos. No ambiente aquático elaborou-se
igua lmente um ciclo de lendas e histórias de origem cabocla marcantes em nossa
literatura oral: o Pai da Mata, a Comadre Fulôzinha, o Calpora, que juntamente com outros
seres prosseguem ocupando lugar no imaginário de d1ferentes populações do território
alagoano 22 •
Por outro lado, as cidades ribeirinhas são frequentemente mus1Ca1s. EmAiagoas, é notória
a existência de bandas de pifanas- os chamados "esquenta·mulher• ou "esquenta-mu1é...
-e de filarmónicas nesses lugares. Como acontece com outros elementos, também no
campo musical estamos diante de um complexo criativo quedraloga com outros umversos
- religroso, profano- e que, por sua vez, assoctam-se a dtmensões lúdtcas capazes de
mobrhzar outro sem-número de operações sembólicas e de práttcas soe taiS
De seu lado, terra é uma imagem de síntese que, a maneira das águas, agrupa ícones
recorrentes nas representações locais. Na qualidade de metáfora de longo alcance,
simboliza a gênese alagoana de um ethos que se poderia denominar - afastando dai todo
essenciallsmo - alagoano. Terra representa inicialmente o intento colonizador dos
conquastadores do novo terntóno, com o peso de sua cultura e suas expectativas de lucro,
invocando amda as reações das populações indígenas que mobilizaram recursos materiais
e simbólicos em ações reat•vas Representa também a presença de populações em
dtaspora, transplantadas para um novo mundo Reúne, por ftm, traJetónas e
características acumuladas de dtferentes ttpos, o que 1nclutna as formas de lutas sooais e
modalidades da cultura de v1olência gestada no espaço-tempo alagoano1 3.
A terra a que se refere esta iconografia e uma porção de natureza atravessada por
1mperattvos socta1s e culturats os ma1s d1St1ntos e, mu1tas vezes, os mats antagômcos
também. Ela pode ser ressigntf1cada a parttr de dtferentes ângulos, e as caracteristtcas da
htstória e da economia formam uma dessas muttas formas de compreensão possível. A
antiguidade do lugar Alagoas remete a um passado pontuado por eventos geradores de
"heró1s.. e de "t raidores" que, por sua vez, demonstram sua força e sua ressonância. Terra
de matas cobiçadas, de matas esconderiJO de negros qu1lombolas e papa-méis, de
desmatamentos vultosos, de criação de gado e da cultura da cana-de-açúca r.
As categorias e os grupos temáticos que se seguem têm por função aglutinar conjuntos de
elementos, propondo·lhes uma pnmetra lf!&tura na forma de associações, de
encadeamentos. Dessa manetra, expressam tnterl•gações de sent•do que essas 1magens
podem sugerir. As assoc•ações estabeleCidas entre diferentes referêncías cultura•s são
aqut cons1deradas para a seleção tconograftca, mas não remetem, necessanamente.
apenas aos elementos selec1onados, razão pela qual o le•tor encontrara ao longo do texto
alusões a co1sas e objetos que, entretanto, não serão obngatonamente repl1cados na
liStagem f inal da IConografia.
levantados. Utd1zando as Cinco referênoas culturais adoradas pelo IPHAN - ofícios e l Sobre tp1s.Odeos h1s.tónc:os. colet1vos ~
modos de fazer, formas de expressão, lugares, celebrações, e edif1cações- obteve-se um v.off'ntos ~mAiago.n,, vtor L\ntgarde
C.v•k•nt• dt Olweua Sarros,. A lhffadf!KO
total de 519 refe rênCias 1nventanadas em diferentes documentos alagoanos. Nesse cnsto LompiÓO t Notorrnos g~ndo no
levantamento destacaram-se as categorias ofíc1os e modos de fazer, com 229 ocorrênc1as Srrtdo, l007t Luis SãvtO de AJmt•da,
Mtm0110l Otscntr...adr V~erntf! rh Pauta o
(44,12% do un1verso pesqu1sado), e formas de expressão, que compreende os folguedos e copaáo tk todas as motos gi.IM'rlho t
outros festeJOS populares a lagoa nos, com 145 referênctas (27,93%dosdados colhidos). Na soc~odt oltrrnotrvo no moro oklgoana, e
01rceu L1ndoso, A Utopm Armada rr~l1~s
prime1ra dessas categonas, ofíCIOS e modos de fazer, as prãticas gastronômicas foram as dt pobrts r'I(I'S motas do tombo rtol (1832-
mais recorrentes, com 127 apançôes (55,4% do total das referências). As atividades 1850).
humanas em torno da pesca ocuparam o segundo posto nesta categoria, com 29 Ao fina! deste l•vro, o le•tor encontrar~
J.it
um Gloss.lr10 na forma de uma hsta
ocorrências (12,7%), traduzindo-se em tS tipos distintos de prática pesqueira que variam organ1zada por ordem alfabet1ca, com
de acordo com o ambiente (salgado, doce), a modalidade {maraberto, rio, mangues etc.), todos os icones sele{lonados
e os instrumentos e técnicas empregados. Estão aí associados também os tipos de .:zs Para umill í!ipreCiiliÇ~O de cOnJunto de
dados da refenda pesqu1sa, ver
embarcações, as manualidades do artesanato de rendas e bordados, a gastronomia INSTITUTO DO PATRIM0NIO HISTORICO
tradicional, entre outros. Do mesmo modo, e segu indo essa lógica associativa dos ícones EARTfSTtCO NACIONAL, Maptamtnto do
Potrimómo CvltvraJ lmattriQ( dt
com outras pesquisas levadas a efeito, vemos que no caso da segunda categoria citada Alagoos 1008. CD-ROM Jâ Citado.
acima- formas de expressão-, a ambiência das comun idades pesqueiras é ainda intima
do un1verso de folguedos como os fandangos, as marujadas e as baianas 2 5.
Ê desse modo que aqui se pode argumentar sobre um perfil bastante próximo, em termos
de ressonânoa documental, entre esses elementos do cotidiano popular de trabalho e
Jazere a listagem proposta de elementos que conformam o que se podena denom1nar, em
nosso caso, poriconesalagoanos.
Ê nesse espírito que as categonas e os grupos que se seguem devem ser compreendidos,
ou seja, como um ponto de parttda capaz de md1car uma espécie de locus ongtnáno de
mu1tas dessas representações da cultura e do terntóno.
Referem-se a todo o litoral, que abnga patsagens naturats famosas, além de ícones
edificados como os faróis. Todo o litoral é marcado pela presença de arrec1fes, piscinas
naturais e falésias. Em Maceió, enseadas como a de Pajuçara, além de piscinas naturais,
são atraçôes turistic.as. E nessa paisagem litorânea que viveu um dos ícones de matar
ressonánc•a na memória do alagoano, o Gogó da Ema, famoso coque~ro torto que
alimentou o imaginário turístico, fotográfico e poético de muitos. O coquetro singular era
referénc•a de localização para os Jangadetros, ponto de encontro dos namorados, atração
turisttca e símbolo da cidade. Sua imagemfot utthzada em rótulos de latas de btscottos, em
vttnnes, em calendários. O Gogó da Ema tombou em 1955, e sua lembrança continua
presente na memória alagoana.
! IIII
Águas Doces
Representa elemento da patsagem canavtetra que domtna grande parte do ternt6no rural
alago ano e os produtos mats stgntftcattvos que dela derivam: o açúcar, o melado, o caldo
de cana e o álcooL Estende-se na pa•sagem natural, mas tambem na paisagem edtficada
para seu uso e prátKa· desde o bueiro ant•go até a usma moderna. Nesse complexo,
tradtções lusttanas dtalogam com heranças afncanas. Alianças e dtsputas se estabelecem
com os un•versos caboclos A CêiJ'êl·de-açúcar d•aloga com elementos de outros grupos:
com os folguedos - relactonando-os às bnncade•ras de matriz afncana, às mantfestaçôes
lusttanas e mouras ou, atnda, aos tores indtgenas, com a gastronomta. por toda a tradtção
docetra. A cana-de-açúcar marca a pa.sagem natural alagoana e ampnme sua marca no
cenáno sociocuttural
AI •
Gs
I
:0 Armazém de ccx:o do litoral norte
70 Mandioca
,.,,.,,.,,.,,.,,.
11
Estação Ferro,11aria dt P1ranhas
86 Fé
Reúnem algumas das soluc;ões populares para o comérc•o de produtos os mats vanados,
ferto geralmente por nterméd•o de pequenos vetculos elaborados de forma artesanal
(como oscarnnhos para a venda de acaraJé, de caldo de cana, de ptpoca e de raspadmha e,
mats recentemente, de CDs ~ OVOs~ ou os tabuletros de ptrulttos e de quebra-quet.xo).
Também fazem parte desse grupo alguns me•os de transporte destmados a outros fins,
tats como o de produtos rurats (carro de bot) e urbanos (carroças de burro, carroças à
tração humana) e o nco un•verso dos bnnqvedos populares: piões, manés-gostosos,
mmtaturas de camtnhões, de av1ões, de automóvets de todo fett1o, de mobiltários, de
bonecas de pano. Confecctonados geralmente em made~ra, muttas vezes conjugam a ela
outros materiais tais como· aluminto, borracha, corttça 1 cerâmtca e retalhos de tecidos
coloridos.
l.16
117
.. . .· ._....til
Carro de beM
120 Cortejos e Procissões
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154 Glossá rio
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..., a Jf•ll.,.. aJ aMitl • .-odlfUçlo
,...... -__. ...... por-.,...._.
155
Baianas
Mtnador do Negrão e outras. Sua presença é igualmente notada
Segundo Brandão (lg6t), 8atanas são uma mamfestação da pela hteratura que tndtca btcas, quedas e âguas doces em geral
dança popular afro·brastle1ra mutto presente em Alagoas, como as preferenc•a•s para o lazer da gente alagoana do entCIO
podendo ser classtftcada como uma espk:te de vanante dos do seculo ~ que partta, aos ftnats de semana e fenados, para os
antigos Maracatus Por sua ong•nana hg~ão rehgtosa, as banhos, como end1ca o romance de Lutz Lavenêre, Zefinha -
Baianas eram, no tnicto do ~culoXX, ensatadas por babalonxás. scenasda vtdaalagoono, de 1922
Compostos somente por mulheres, esses grupos trajam
"vesltdos compndos de florões, blusas de cor, torsos de seda, Bispo Sardinha
balangandãs de imttação• Apresentam.se tradiCionalmente na Pnmetro btspodo Brastl, no século XVI, Pero Fernandes Sardinha
época natalina. São tambem conheCidos como samba de teve ftm trágtco em 16 de JUlho de 1556 quando, procedente da
matuto ou baianaf. AJá falectda mestra Terezmha, de lptoca, e a Bahta, segu1a vtagem para Portugal, ocasião em que fot vitima
mestra Maria José Stl\lmo, são referênctas 1mportantes do de naufrágto no htoral sul de Alagoas. Fetto prisionetro pelos
folguedo emAiagoas. indtos Caetés, fot morto e ritualmente cantbalizado juntamente
com tntegrantes de sua tnpulação. O episôdio é dos mats
Banda de Pífanos comentados e emblemát1cos da nossa hiStória colonial, o que
Conjunto musical tradtctonal na regtão, a banda de pifanos é acabou por JUStificar o modo v1o lento da ocupação territorial
presença garanttda em alguns muntdptos alagoanos até os dias colonizadora das terras ao sul da antiga Capit an ia de
atuais, onde é ainda conheetda pelo nome de "Esquenta· Pernambuco. Este fato, de forte apelo simbóhco, é considerado
Mulher" ou "Esquenta-Muté", tendo no passado recebtdo a o ano zero da civthzação brastletra pelo MamfestoAntropojágico
curiosa denominação de .. Carapeba". De sonoridade do Movimento ModemtStcl de 1922.
inconfundível, esses conJuntos musicats são verdade~ros
símbolos dos festejos populares, notadamente nos ciclos das BoA-Noite
comemorações de fundo reltgtoso, como as festas de Bordado CUJa nome se 1nsptra numa flor da regtão, a '"boa·notte"
padnoeiras. Geralmente o grupo de tocadores compõe-se de Tem aspecto geometnco e é obttdo pelo desfiamento do tectdo
dois muStcos nos pífanos (as vezes confe<ctonados de ta boca), e sua recompostção com mottvos florats Aprewnta·se em
um outro executindo o bombo, outro com um tambor, outro quatro dtferentes compos.~Ms · boa·no•te stmples, de flor, cheio
com uma carxa, e um Ult•mo com o •mprescmdtvet par de pratos e che10 com vana~ões. O bordado boa-nOite e constderado pelo
---
Programa Artesanato Soltdáno Úntco no Br•s•l Em Alagoas, rê
um oficto tradoc10nal encontrado na Ilha do Ferro, munociptC> de
Nome genénco para embarca.;ões, geralmente feitas em PãodeAçUc:ar.
macieira e de pequenopoo1e, que nio YCI~nem canoas
Os barals podem oerutdtuclos para a pesc:ae para o transporte
~-Goma
de ...-geiros e rnerudorift, assumindo~ segunda torrn. TipO de brscottotradictOnal do Nordeste a.;ucarewo, fabncado a
• - IMioNs ~ que quando utollzados na pesca partor da gonwo da mandooca, assado em pequenas porções, com
....._O.- cMHM embaroi;O.S tem dimínuMio bastante torm.tos •anados. Em Alagoas, a •conchonha• é o padrão maos
-.-...~ ..;enolitoql, MJinonoSioFrancrsco. cwacterístoco encontrado no lotoral norte, especialmente em
~·
......,...,.,..._
Os objetos hídocos pciiiUIMws YCI produtos •rtesanats como
canos, pi6H, avi6es, e toda sorte de pequenas engrenagens
conf~cctonadas com madetra, papelão, alumín10 e outros vegetação de floresta trop•cal seca; pa1sagem sertaneJa por
matena•s- Os bnnquedos populares Já conheceram dtas mais excelênoa
gloriosos, tendo em parte sucumbtdo aos stmtlares tndustnats
em plas·tteo, mas representam mUlto bem a criatividade e Caeté
tnventiVIdade popular Nome de grupo indígena ext•nto, ocupando a faaxa de terras
correspondente aos tcauats Estados de Alagoas e Pernambuco.
Bueiros Segundo T1b"oçà (1985), Caeté, além de codade do Estado de
O bu~tro e lJm símbolo dos ant•gos engenhos banguês, Minas Gerats, stgntfiCa "floresta, mata verdadeira· Cunha
elemento destacado de uma das patsagens regtonais mais (lg8g), por sua vez, dtz tratar-se de "destgnação comum a várias
dp!Cas do nosso passadocolontal, sendo geralmente construído plantas das famílias das marantáceas, canáceas etc., de cujas
em tijOlos e tendo formas arredondadas ou quadradas. Aparece folhas os tndígenas seuttl1zavam para d1versos fins'".
•gualmente como marca da tndústna de cerâmica, também
presente em Alagoas Segundo a defin1ção constante do Cajueiro
DICtonáflo Aurelio, trata-se de "'resp~radouro de fornalha ( ...) O caJue1ro é arvore típica da costa lttorânea, nativa do Nordeste
chaminé de engenho, usina ou fãbnca". braSileiro, de onde foi transplantada para a África, Ásia e
Aménca Central, além de interionzada em nosso pa ís. Pertence
Bumba meu boi à família das anacard iáceas (Anacardtvm occidentale), sendo o
Folguedo recorrente em quase todo o Brastl, e originârio do caJU sua parte comestfvel mais apreciada e com a qual se
antigo auto dramát•co do Bumba meu boi, em Alagoas preparam sucos, doces e bebidas. Acompanhando a castanha, o
apresenta-se de modo bastante peculiar, com estrutura verdade tro fruto do cajue1ro, o CaJU é popularmente
simpltftcada. Outrora sua presença entre nós não costumava denomtnado como a própna fruta, ocorrendo com certa
ocorrer de forma autônoma, mas assoetada aos reisados, onde vanedade de ttpos, tamanhos e formas Sobrf sua enorme
aparecta como um entremeto. Atualmente, a bnncadetra importâncta, escreveu belo livro, em 1954, o poeta
conhece uma fase de grande expansão, notadamente em pe-rnambucano Mauro Motta, O caJueiro nord~strno, para ql.l@m
Macetó, onde é uma cNs formas mats ongtnats das bnncadetras se podena falar de um compl~xo cultural do caju, dada a sua
camavalescils, o que tem levado a denomtnação "Boo de forte presença no cotidoano regoonal
Carnaval". lt fonnHo por um grupo de ondoviduos trazendo
consigo • figura do boi, por baixo da qual se oculta um rapaz eaa.w
dançM!or. O grupo completo onc:lui o vaqueoro, os garotos PersoNgem destacado nos conflotos que marcaram o período
~ele bobos rNIUIIdos que - . m • audiência, e ele ocupaçio holandesa no Nordeste do Brasil, no século XVH.
um grupo ele percUIIIo que a.cuta o ntmo fftnético que N~rtuql da cidade de Porto Calvo, Alagoas, Calabar foi
emblllagllllt.taque...,.oloi peilsru.s."""*-, por NCepCionado difetenten- em distintos periodos da história
CIGiilodo~ .......- .... conconiclo~ do llnosil, tendo considerlclo herói para uns e traidor para
de . . . O . . . . . . . ..........,.. . . . . . dlnlrniao N forma ele - . Sul t.n. clec«re do fMo ele Mr colabcndo com o
e na..-.
....--.
-lhlbSio da llrincadeln de- dominlohcMnclh, eporlsloa-rubilitaçlohistllriocoincicle
--·...--edbido,--
I' Clllll. . . . . . . . . . . . lrl ~ ., ldloiCiabrlllleinl.l"aatuggi.Um
.....,..-=-..
..........
....... .........
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1
,
m? ;I'J•CallbariiOidlllelehojehcldacle
com o passeto e detalhe de etra, beara e bt<.a Este estilo eq1.11pados com arre•os espectaiS e os cavale1ros se orgamzam
compree nde o período que se tn,cia no secvto XVI com a em dois cordões (azul e encarn~o). Todos vestem calça branca
chegada dos po rtug ueses ao Brastl, e se prolonga att o :nícto do com camtsa de cor do seu cordão, em cetim, com banda e
século XIX, mai s pre cisamente atê 1821, quando da Cftsquete também da mesma cor. Na cintura, além de um lenço
inde pendincia do Bras1l Em Alagoas, exemplares dessa br.tnco, exlbem facas ou punhaLs de meta•s valtosos. Em longa
arquitw.ra podem ser vistos sobretudo· em Cidades colonoaiS ptsta de barro, corre o cavaiearo com uma la~a na mão,
como Penedo e Marechal Deodoro dest•Nida a tuar uma argola q~.~e pende de uma COf'"da suspensa
no meto da pista Vence o cordão que consegu•r ma•or número
C.S.Avar....t~as de argolas. No passado, fot uma mantfestação largamente
Modelo de const rução res•dencial caracterist•<o do Brasil d1fundtdaemAiagoas, tnclustve na capital
colonial, de que é exemplo no Nordeste brasileiro a ant,ga casa-
grande dos e ngenhos de cana·de·a çucar Poro alguns Cheganç•
HpeCialistas, t rat a -se de um esttfo não genuanamente A ch~an~a e a .,ersio brastleíra, ou melhor, nordestina, das
brasiWo, mas tnflueno~do pnnctpalm~te pela afqUtterur-a mOt.mscadas da Europa Quase toda cantada e batlada, realiza-
civil do norte de Portugal O mesmo padrão ó ate hoJe repliCado se numa barca armada espectalmente para tal fim, e seus
nas CHaS de prata da regtão costetra e nas casa~ de fazendas ou f~urantes, como no fandango, vestem-se à maruJa, de acordo
sítios, ou ainda em restdênctas urbanas do int enor do Estado~ com as suas patentes e postos. J:: uma dramattzação das lutas
apêndices fronta•s e latera•s fo rmam a área externa dessas portuguesas1 da tragéd•a que foi a conqu•sta marít1ma.
residtnc:ias. Mostrando os grand~s fe1tos nauticos, a ch~gança apresente~-se
como o unto nost~lgeco dos homens semples, pescadores.
c..-. Dona Luzta Simõe-s, m~stra em Coqut•ro Seco, é •mponante
Espécie de coco, frut o de uma palme~ra, a Atolea ltum•l•s. Para referé"cia desse folguedo em Alagoas
Slmpllio (1987) é um •vocábulo do sertão". Já segundo T1b1nçà
(1g85), • palavra tupi e de riva de •cat ure, palme.ra da famil•a das CoudiS
ceraodllneas". Em Alagoas, remete part•cularmente a um dos Do<: e seco, fe1t0 de coco ralado e calda dt açúcar, e geralmente
grandes atrativoS de laze<.,. a~nos no passado· os banhos serv•do na forma de pequenos quadrados ou J.; preparado em
do c.taW, cuno de ~ua doce e limp1da, na crdade de Satuba, fômno arredondada Comum em diVersas partes do BraSil, •
tlluado a alguns quol6metros de Maceoo e cantado em verso e cocada ~ populanssoma e muoto • anada em Alagoas, podendo
....... apresentar 1nUmerossabores, de a cordo com as frutas de época,
que emprestam d•ferentes sabores. Famosas são as cocadas
Cllldllplabialll produzidas e comerCializadas na Massague~ra, locahdade
~ clwlmada de qu~resmetrl ~ umo ••"ed•de de turo>t•<l da Cldadtde Marechal Oeodoro.
........ que ocorre e<n Alag011s e que no fonal do verlio e
,.tnc1p1o do outono ~· suas llort!s e c1r1cten>toeo Coco
......... que • e..taclo pronc•palmente no parte do rnonl>j Fruto do coque1ro, •bundante em Alagoas t utlhzado seco nos
...... considerada "R1onha do Nordeste Brosoleoro•, fat pr~parados da cuhnirta rtg1onal ou no consumo de sua agua,
~edescr!Üpor John L1ndleyemt8a com o fruto a1nda verde Após o aproveitamento da polpa, o que
r~st• do coco se< o e cem por cento reaprovettâvel, seJa como
combustt..,el, SfJI, notadamente, em vanadas cnaçõts
irtfWOi•S
160
........
......., J6 n1o' fKil ~ ,.. p.owgem local como no
Fuinha ele Mandioca
Segundo o DiCionóno Aurél1o, farinha é o "pó em que se
transformam, uma vez tnturadas, certas sementes e raizes, e no
Brasil, com espectahdade, a fannha de mandtocaH Ahmento
herdado da tradoçâo ondigena, e base para o preparo do porão, e
consumido cot•dianamente, sendo •nd,spen~vel ,... ~
nordestina. do Pontal do Barn, em Mo<eoô, e da codade de ~rechol
Deodoro As vonadas comboN~ções de pontos sao batotadas a
partor de e~mtnt<,. da flora e da fa""" local- olho de pombo,
Faróis
Jasm•m, ir a• ~~. cawde noti. e1op.nhade ~·we. entre outros
Construções em forma de torre t-rgu.da na costa, a entradi de
um ~rto,. sobre um baixto, numa tlha etc • e em CUJa parte G~lés ou Piscinas NltuniJ
su~nor ha uma luz com caractenshcas espec•• •s. para servtr ~
gu 1a ou ponto de referên ci a a o!. n a" e g a f't t ~.
Pa.so~s natur•'s for~i:s, espe<.•almtonte "',.,f
baxa por
barreoras de rec fH. Em Alogoas, um<~ das ma • fomos.s slo as
Edificações constantes na costa a lagoa 11a podem se r Ga!fscte ~raqogt, t.•tu•~sno mut'1•C•PIOdemesmo~~ Ma'f
encontrados nas codades de Porto de Pedras. M<Kt•Ó (no. podendo ser encont radas tonto no lrtoral norte q,.,to no \UI
bairros de Jacintinho e PaJuçara), Pontal de CoNnpe e n• foz do Em Mact•Ó~ 11 P't<.an~ n•ll.lfl•~ d• PaJuc;•r• J,.O portto
rio São Francisco. Os faróts alagoanos msp•raram, entre outros, obn~tooodfo paU-tK)\tur t,t i<OS
a poesia de Lê do Ivo e de Fernando F1uza.
Ganú
Festa de Bom Jesus dos Navegant es Esp~c•e de cl•oc.lhO cont~c·onado de folha de flandres e com
Procissão fluvial realizada em homenagem a Bom Jews doo formatos var~ados Em .!itu tnteonor, conttm grios que
Navegantes - um dos santos padroe~ros dos pescadores Em produzem som ao s~ ag1tar o .nstrumento O ganzá e
Alagoas a festa já foi mais dtssem,nada, tendo ~tsttdo, tns.t rumtf'lto percusSPfO obr•gat6I"•O nos cocot de roda
inclusive, na praia da PaJuçara, em Mace16 . HOJE!', a proc•ssão •ta~os e rncontr~·se tambtm presente O<K rrtua•s da
acontece com regularidade em Ctdadtos r•betnnhas, a e:•~mpkl reltg 40afro·btas•lt~r•
de Penedo, no mês de janetro, onde asembarc.açâés, enfe1tadas,
percorrem o rio São FranCisco numa das mats Importantes Gogód'aEma
fl!stividades religoosas de Alagoas flmoso coqueoro tono, ,. forma d~ um pescoc;o de •ma.
ox stente , . pra-. de Pont• Verde,"" Macooô, e que.~ tombou
Festa d eYemanjá em 17 de JunhO de >955 em ,,...,.., • comoc;lo pc>p<JIM ~ o
Fest a religiosa afro-brasoleora realizada em homen.ogem a um noonv,_t.ali:rou Ttndo"'""'"•bat•~adoprog<amaJd#••dooe
dos orixás mais populares do Br•s•l, YemanJa, considerada a coletâ,..•s do~. oGogó da Ertw1 I 9"'0" como ""portanto
rain ha do mar. Em Maceoo e em outras coda<ks Ltor~~as ICOf'e ptHI'ftff tm ~~f'lrtle$, c••~ OtU~ttO,. ~ UftÕfo~
acontece no dia 8 de dezembro, mas em alguns munoc•pocl< poruo"' E, atu.l....,t•, - de praça loc.«iz.oda no . . -
a lagoanos ê festa com~rnorada flY1 1 de fevert•ro. como ni: b.'rro • cOI'tuw• bl!. 11f"'do tmp'~tot reside:l'1dl-s #
Bahia. cOtM<Uaa em AI~ t wm dúvida um elos ~ ,...
prt>en!tSM,.,.._,.. ogoao'la
Filé
Bordado ant •go t razodo pelos portugueses Em AI~ tem Gu4trf--.•ro
maior incidência entre as populações n beonnhas do compie"" ~ Br•ndlo !>96>~ o c.u...retra • um folgo>edo ""9ido om
lagunar Mundaú-Manguaba O filé pro vavelmtnte SUf9lU do AI~ no,.,., da 11ftada d~ s •lO t resulta de eltll'tntos dos
preenchimento da rede ou grade, quadradoouretangvlar-ba>e Congoo. closC•bo< illhOs • dosll~ ~mclosP••tom•dn
c~ feSU\ tottoruas de ~ atnc.01a Tom COfi>O
para qualquer tipo de rede de pesca ou tarrafa Antes doad"fl'to
das linhas de cor, o t ingomento das peças era feoto a part.r ~ o~l'ltO lffN\J<.O domin<lnt~ O bumba me<l boi • dewnvol>t
pigmentos naturais como o colorau [açafr;ioLa palha da cebolAl """ t•..,.IJ'.'HTt<tO, rowmindo M • UI'N k;ta tflU• -
part-do< o h 'querreorot' to cios "ubocloo" C•racttriu-u
a bucha do coco, a corpuna. € artesanato caracterist~<O do baorTO
pelas '"'partes·, que não extstem nos Re1sados que os originaram. RE"pública brasile1ra, conhecido como "Marechal de Ferro• Em
Segundo Brandão, o folguedo fo1 descnto pela primeira vez no tupr, segundo Santrago (1961) e Samparo (1987), a palavra
Brastl por Arthur Ramos. Em Alagoas, exímios mesttes como significa "'a casa do chão, a mal oca .., mas também '"'a caverna, a
Jaime, Venânc•o e Verdthnho são referênctas do folguedo. O furna'". Pode s•gmficar, a1nda, ..a colhetta de raizes (mandtoca)'
chapéu, em forma de tgreJa, é um dos traços característicos do
Guerre1ro e tornou-se marca de forte apelo turístico e Jacarecica
tnst1tuoonal Na confecção dos chapeus, o mestre Benon é o Nome de bairro, de no e de praia na cidade de Macetó, onde
nome mats conhectdo em Mace1ó. anteriormente extstiu a lagoa Jacarecica do Norte. Em tupt,
segundo indica Samparo (1987), signrfrca "a baba do Jacaré".
He licônias Para Tibinçá (1985) é também nome de uma planta da famrloa
Plantas troptca•s da famiha Musaceae que florescem no verão, das mimosáceas.
originárias daAménca do Sul e Centra l, das Ilhas do Pacífico e da
Indonésia. Também conheCidas como caetés ou bananeiras do Jacuipe
mato, aprectam solos úmidos e ricos em matéria orgânica. Nome de município e no alagoanos fronteiriços ao Estado de
Contemporaneamente, na zona da mata alagoana, tem sido Pernambuco. Em tupi, segundo mformam Samparo (1987) e
grande a produção de flores trop•cais, hoje incorporadas às Tibiriçá (1985), signifrca "o rio dos j acus". Pode ser também, de
decorações restdenciais e de eventos, encontrando-se em acordo com este último autor, "rio seco" ou "rio temporáno".As
Maceió muitos pontos de comerCialização. matas do Jacuipe foram cenário das guerras cabanas, no sêculo
XIX, pela disputa de terras.
Igrejas Barrocas
Igrejas construídas no estilo barroco, que esteve em voga do Jacutinga
século XVII até a pnmetra met ade do século XVII I. A palavra Alto do Jacutinga foi o antrgo nome do bairro do Farol em
portuguesa barroco deftne uma perola de formato irregular. Em Maceió, ou, ma1s propnamente, do seu 1níceo. Em tu pi, segundo
arqUJtetura, representa a ltbertação da stmetna e da antítese Santiago (1961), srgnrfica "o pau branco"; para Samparo (1987),
entre espaço tntenor e espaço extenor. Em Alagoas, as significa "o Jacu branco• (Penelope /eucoptera). Sob essa
pnnCipats tgreJaS barrocas estão ltgadas à arquttetura monásttca denominação, a localtdade ê ass1nalada por htstonadores
franciscana, localtzando-se nas Ctdades de Mare<hal Deodoro e (Diégues Jr., 1961) e cronrstas (Lrma Júnror, 1976) nos
Penedo, e compõem Importante parte do patnmôn1o h1stóncoe comentános acerca da expansão urbana de Maceió no final do
artístiCO alagoano tombado nacoonalmente. Bazm (1956) tece séculoXIXemicrodoséculoXX
Importantes comentános acerca desse acervo barroco no
terntóno alagoano, dando ~nfase espectalmente ao trabalho Jangada
ornamental em talha no convento franCiscano da Cidade de Trpo de embarcação de pesca ferta de paus rolrços a qual
Marechal Deodoro e à beleza plástiCa da rgreJa Nossa Senhora postenormente fot acrescentado um tectdo, de forma tnangular
da Corrente, na crdade de Penedo, consrderada por ele a jora do (quadrada noutros casos) - a vela - que, rmpulsronada pelo
barroco brastletro
vento, faz a Jangada deslrzar. Até hOJe as Jangadas compõem 0
cenáno litorâneo alagoano, sendo uttltzadas também como
lpioca
transporte turistJCO
Nome de drstrrto e de rracho localrzados em Maceró, é antigo
loc11 de povoamento, tendo stdo asstnalado nos pnmeiros Japaratinga
regrstros cartográfiCos do século XVII. E também o local de
Município à be~ra-mar e nome de prata no litoral norte de
nascrmento do Marechal Florrano ~rxoto, consolidador da
Alagoas. Segundo Trbtrrçá (1985), Japaratrnga é palavra tupr que
indica • mar que costuma estar esbranqutçado, ISto é, cheio de v1agem àsc.achoeirasde Paulo Afonso em 1859, que quase todas
espumas". as mulheres do povoado de Salgado vestiam camisa com crivo.
Jaraguá lagoas
Nome de histórico bairro de Maceió, conhec1do por suas Do lat1m lacóna~ "fosso, poça, lagoa, brejo•i ê uma porção de
atividades portoánas e da enseada que ah ~ locaf,za Em tupí1 âgua cercada por terra. Em Alagoas, onde há muitas lagoas,
segundo Santtago (1961), Jaragua StgntfKa •a enseada do responsáve is, inclusive, pelo nome que bat1za o Estado. a
ancoradouro'" ou ·a enseada das canoas•; em Sampa•o h987l, "'a Mundaú e a Manguaba formam um complexo lagunar de grande
baixa do senhor'", •o vale do dono'". Jaraguá nome1a também 1mportânoa ecol6g1ca e alimentar. Outras são a lagoa da Anta,
animal imagmáflo do folclore brasHeiro, presente nas em Maceió, a lagoa do Roteíro, em município homônimo e a
comemorações carnava lescas alagoanas do ba1xo São lagoa de Jequ•á, no mundpio de Jequiá da Praia.
Francisco.
Maceió
J..Uúca Cap•tal de Alagoas desde 1839, tendo substttuído a cidade de
Nome de batrro e de prata de Maceió bat•zados por Théo Santa Mana Madalena da Lagoa do Sul (atual Marechal
Brandão, que ah possuía um sit10 de mesmo nome Em tupi, Oeodoro) nessa função. Em tupi, segundo Santiago (1961)
segundo Sampaio (198]), e em guaram, segundo Ttbirtçâ (1989), signtfica, •a tapagem do alagadiço· ou ·o que tapa o alagadiço•.
a palavra significa "carrapato"'. No D1c1onário .Aurél10, Maceió signific.a "lagoeiro formado, no
htorat, petas águas do mar nas grandes marés, e também pelas
Jequiá águas da chuva. € também o nome prtmitivo do riacho
Nome de muntcipio e de lagoa locaftzada na mesma cidade Salgadtnho~
Peba Piranha
Nome de conhec1da praia localizada no mun•cíp10 alagoano de Peixe de água doce, da família dos caracideos, que pode at•ngtr
P1açabuçu, o Pontal do Peba, caracterizada por extensa faixa de até 46 centímetros de comprimento. Segundo T1biriçá (1985 e
areia plana e múmeras dunas regulares. Adjetivo tupi que, palavra tupi sign ificando '"pe ixe voraz, temido por sua
segundo Sampa10 (1987), s•gn•f•ca "plano, chato, baixo, ferocidade". Dessa qualidade o"g1nou-se a expressão "bo1 de
rasteiro, mfenor". É também o nome de uma espécie de tatu, o piranha"', que se refere a indivíduo escolhido como preferencial
Dasypusscynctus, L, otatu-peba. para assumir a culpa de outro, ou de um g rupo, numa d;;~ra
alusão ao costume de, em se fazendo atravessar um rio onde há
Pega de Boi piranhas, sacrificar um dos animais para se sa lvar o restante do
Torne1o em que os part1c1pantes partem para o cercado para rebanho. É peixe existente no baixo São Francisco alagoano,
pegar o an1mal que é solto para ser perseguido. Trata-se sempre tendo batizado o municíp1o de Piranhas. Foi alvo de curio.,dade
de um nov1lho brabo, cnado em estado quase selvagem e que por parte do imperador Dom Pedro 11, que a desenhou ao natural
nunca se de1xou montar pelo homem. As vezes a pega de boi quando de sua viagem às cachoeiras de PauloAfonso, em1859
dura um d1a Inteiro; os pegadores entram pela noite e somente
no outro d1a conseguem pegar o bot. Uma vez pego1 amarram· Pirão
no, enchem seus ch•fresde fttas e levam-no para o local da festa. Papa grossa, fe1ta de fa,nha de mand1oca escaldada.
Um dos ma1s Importantes torneiOS de pega de boi ocorre no Acompanhamento obngatóno em vá nos pratos preparados em
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SEBRAE. Um Olhar no Norte: cammhos de engenhos e escravos & Cícero Pé rides de. EnCJclopédta Mumdp1os Alagoanos. 2a edi~ão
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SEBRAE. /nventáflo Piloto dt Ofertas e Oportunidades Turísticas
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Maceió, ano 1, n°6,julho de 1984. Maceió , IGASA, 1978.
Acervos
1. Boblooteca Púbhca Estadual
2.1nstituto H1stôrico e Geográfico de Alagoas
3· Museu Théo Brandão de Antropologoa e Folclore
4· Biblioteca daAcademoaAiagoana de Letras
5· Boblooteca daAssocoaçãoComercial de Maceió
6.Acervo TV Educativa (Instituto Zumbi dos Palmares)
7. Museu da imagem e do Som (MISA)
a. Acervo de Pedro Rocha (Vídeo)
9· Acervo de Celso Brandão (Fotografia e Vídeo)
10. Acervo de Ranílson França (Artistas Populares, Músicas e
Danças Folclóricas)
u Acervo de Edécio Lopes (Música)
12.ColeçãoTânía Pedrosa de Arte Popular
13. Galeria Karandash
Outros
· CD Coco de Alagoas. Org. Théo Brandão. Disco n° 6. Sene
Documentário Sonoro do Folclore Brasileiro. Convênio MEC -
DAC-CDFB/UFAL-MAF, 1975.
Páginas 10 e 11 Página ss
Fotos de produtos V1ver de Arte e Caleidoscópio gentilmente Foto da árvore Cra1be1ra, de Iremar Bayma, gentilmente cedida
cedidas pelas respect1vasempresas. pelo autor.
Pagina•s Páginas6
FotodoGogó da Ema na década de so.Autordesconhecido. Fot o aérea do estuário da lagoa Mundaú gentilmente cedida
pelo Instituto do MeioAmbiente deAiagoas.
Paginas 320 33
Foto aerea do estuario da lagoa Mundaú gentilmente cedida Página 57
pelo lnst 1tutodo Meio Ambiente de Alagoas. Foto da orquíd ea Cat tifeya labiata 1 de lremar Bayma,
gentilmente cedida pelo autor.
Página37
Foto aérea das galés de Maragogi gentilmente cedida pela Foto da Mata AtlântiCa de Murici gentilmente cedida pelo
Secretariade Turismo do Estado de Alagoas. Instituto do MeioAmbiente de Alagoas.
Página126
Foto da Banda de Pifanos de Marechal Deodoro, de Jea nne
Beaujard, gent•lmente cedida pela autora.
Páginas1)0e131
Mapa de Porto Calvo fotografado no livro BARLÉU, Gaspar. O
Brasil Holandis sob oCondeJoãoMauríciode Nassau: História dos
Feitos Recentíss1mos Praticados Durante Oito Anos no Brasil e
Noutras Partes sob o Governo do llustdssimoJoão Maurício, Conde
de Nassau. Tradução e notas de Cláudio Brandão. Brasília:
Senado Federal, 2005, Vol.43·
Página132
Gravura de Théodore de Bry, 1562. ln: STADEN, Hans. Os Filhos
de Pindorama. Cannibalism in Brazil in l.557· Disponível em:
http://<ommons.wikimedia.org/wiki/File:Cann ibals.23232.jpg.
Acesso em:7.1 .10. Domínio público.
Pâgina133
Foto das cabeças cortadas do bando de Lampião, Piranhas,
1937. Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Degola_de_Lampi%C3%A3o_MB.jpg. Acesso em: 7.1.10.
Oominiopúbhco.
Págin0143
Detalhe da foto de curral de peixes da praia de lpioca
gentilmente cedida por Celso Brandão.