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– Sentido sobrenatural para entender os fatos e acontecimentos que se dão na nossa vida e à
nossa volta. Humildade. Coração limpo. Presença de Deus.
Nessa ocasião Jesus curou muitos das suas doenças, achaques e espíritos
malignos, e concedeu a vista a muitos cegos. Depois respondeu aos
enviados: Ide e contai a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a
vista, os coxos andam... Não há outro a quem esperar: Eu sou o Senhor e não
há outro2, declara-nos também na primeira leitura. Ele nos traz a felicidade que
esperamos e satisfaz todas as aspirações da alma. “Quem acha Jesus acha
um bom tesouro... E aquele que perde Jesus perde muito e mais do que todo o
mundo. Paupérrimo quem vive sem Jesus e riquíssimo quem está com Jesus”3.
Já não há nada mais alto a procurar. E vem como tesouro escondido4,
como pérola preciosa5, que é necessário saber avaliar.
Oculto aos olhos dos homens, que o esperam, Jesus nascerá numa gruta, e
uns pastores de alma simples serão os seus primeiros adoradores. A
simplicidade destes homens permitir-lhes-á ver o Menino que lhes anunciaram,
ajoelhar-se diante d’Ele e adorá-lo. Encontram-no também os Magos e o velho
Simeão, que esperava a consolação de Israel, e a profetisa Ana, e o próprio
João, que o identifica: Este é o Cordeiro de Deus..., e tantos que, ao longo dos
séculos, fizeram d’Ele o eixo e o centro do seu ser e da sua actuação. Também
nós o encontramos, e é a coisa mais extraordinária que nos podia ter
acontecido. Sem o Senhor, nada teria valor na nossa vida.
Deus sempre nos dá sinais suficientes para podermos descobri-lo. Mas são
necessárias boas disposições interiores para ver o Senhor que passa ao nosso
lado. Sem humildade e pureza de coração, é impossível reconhecê-lo, ainda
que esteja muito perto.
III. NÃO HÁ OUTRO por quem esperar. Jesus Cristo está entre nós e
chama-nos. “Ele deixou sobre este mundo as pegadas límpidas dos seus
passos, sinais indeléveis que nem o desgaste dos anos nem a perfídia do
inimigo conseguiram apagar. Iesus Christus heri et hodie; ipse et in
saecula (Heb 13, 8). Quanto gosto de recordá-lo: Jesus Cristo, o mesmo que
foi ontem para os Apóstolos e para as multidões que o procuravam, vive hoje
para nós e viverá pelos séculos. Somos nós, os homens, quem às vezes não
consegue descobrir o seu rosto, perenemente actual, porque olhamos com
olhos cansados ou turvos”7.
Nós queremos ver o Senhor, relacionar-nos com Ele, amá-lo e servi-lo, como
objectivo principal da nossa vida. Não temos nenhum objectivo acima desse.
Que erro se andássemos com pequenezes, faltos de generosidade nas coisas
que se referem a Deus! “Abri totalmente as portas a Cristo! – anima-nos o
Sumo Pontífice –. Tende confiança n’Ele. Arriscai-vos a segui-lo. Isto exige
evidentemente que cada um saia de si mesmo, dos seus raciocínios, da sua
prudência, da sua indiferença, da sua auto-suficiência, de costumes não
cristãos que talvez tenha adquirido. Sim; isso pede renúncias, uma conversão,
que antes de mais nada deveis atrever-vos a desejar, pedir na oração e
começar a praticar.
“Deixai que Cristo seja o vosso caminho, verdade e vida. Deixai que seja a
vossa salvação e felicidade. Deixai que ocupe toda a vossa vida para
alcançardes com Ele as vossas máximas dimensões, a fim de que todas as
vossas relações, actividades, sentimentos e pensamentos sejam integrados
n’Ele ou, por assim dizer, sejam «cristificados». Eu vos desejo que, com Cristo,
reconheçais a Deus como princípio e fim da vossa existência”9.
Agora que está já próximo o Natal, devemos desejar uma vez mais uma
nova conversão, um regresso ao Senhor que nos permita contemplá-lo com um
olhar mais limpo, e nunca “com olhos cansados ou turvos”. Por isso
imploramos com a Igreja: Senhor nosso Deus, concedei-nos que esperemos
solícitos a vinda de Cristo, vosso Filho, a fim de que, ao chegar, nos encontre
vigilantes na oração e proclamando o seu louvor”10.
A Virgem Nossa Senhora ajudar-nos-á a lutar contra tudo o que nos afasta
de Deus, e assim poderemos preparar melhor a nossa alma para estas festas
que vamos celebrar, e guardar melhor os sentidos, que são como que as
portas da alma. Nunc coepi!: agora, Senhor, torno a começar, com a ajuda da
tua Mãe. Recorremos a Ela “porque Deus quis que não tivéssemos nada que
não passasse pelas mãos de Maria”11.