Escola Secundária Doutor Jorge Augusto Correia, Tavira
Diário de leitura de Os Maias
Tavira, 16 de março de 2020
Bom dia, querido diário de leitura!
Depois de muita reflexão, cheguei à triste conclusão: Ler, ver filmes e esperar pelo melhor (precavendo-me sempre Condessa de Gouvarinho (representada pela atriz e orando para que a nuvem negra que se abate sobre nós Maria João Pinho) não deixe marcas demasiado profundas) não é suficiente. Tenho, também, de ser produtiva, por isso li o décimo capítulo d’ Os Maias. Enfim, «mente sã, em corpo são», como Afonso da Maia diz. O verdadeiramente interessante neste capítulo foram as ações da Condessa de Gouvarinho, uma mulher endinheirada, mas nascida sem título (que acaba por ganhar pelo matrimónio), presa num casamento por conveniência com um sujeito incompetente e maçador. Não admira então que ela, sem escrúpulos como se demonstra, finda a melancolia iniciando um caso extraconjugal com Carlos da Maia (um homem de paixões fugazes). O que torna esta personagem completamente única é a sua luta aguerrida pela paixão que une tanto o prazer físico ao amor (muitíssimo futurista). Na sua perspetiva, o adultério é a única forma de saciar o desejo, daí o seu comportamento sempre aprazível para com os homens. Embora seja notável pela audácia e pela irreverência que revela através do seu inovador jogo de sedução, a «Gouvarinho» pode ser assemelhada a uma heroína romântica, porque é rebelde, egocêntrica e busca, principalmente, o amor em absoluto. A Condessa, infelizmente, cai também em comportamento excessivos, infantis e mesquinhos quando não obtém as confirmações idealizadas e absolutas que espera de Carlos (reações que este considera absurdas, tendo em conta o tipo de envolvimento que possuem).
Disciplina: Português Professora: Ana Cristina Matias
Escola Secundária Doutor Jorge Augusto Correia, Tavira
Esta personagem é uma grande demonstração de uma sociedade em mudança e da
força da mulher oitocentista que tenta romper com todos os estigmas e rígidos códigos que a oprimem, além da perfeita representação da mulher balzaquiana.
Vemo-nos então no próximo capítulo!
Joana Nascimento 11.ºC2 N.º10
Edição:
Disciplina: Português Professora: Ana Cristina Matias