Na sequência do estabelecimento do Liberalismo em Portugal, foi criada em
1836 a Academia das Belas-Artes de Lisboa, por decreto de D. Maria II e de Manuel Passos. Essa instituição ocupou o espaço do Convento de S. Francisco e acolheu o ensino de Belas-Artes (arquitetura, pintura, escultura, música, dança e teatro e literatura). A guarda do espólio artístico do Estado ficou a cargo da Academia junto com outras obras que foram surgindo, incluindo as dos próprios académicos e doações. Dessa coleção que se juntou com o tempo, foram escolhidas algumas obras, que formaram nos corredores e salas de S. Francisco uma galeria de arte que cedo se pensou vir a abrir ao público. O marquês de Sousa-Holstein abriu em 1868, na Academia, uma Galeria Nacional de Pintura. As obras expostas foram selecionadas por uma comissão de professores, que cuidaram das molduras e colocação das obras. A Galeria ficou instalada inicialmente em três salas, às quais foram depois acrescentadas mais duas - quatro delas ficariam depois para o Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Em 14 de Novembro de 1901 era reorganizada a Academia, Museu e Escola de
Belas-Artes, através de um decreto assinado por Hintze Ribeiro. Neste decreto afirmava-se o papel fundamental educativo que a arte desempenha na orientação e na vida moral de um povo, explicava-se que seriam expostas no Museu as obras de arte antigas e as obras de Arte, modernas, nacionais ou estrangeiras, de reconhecido valor. Mais concretamente dizia-se que estava em vista a criação de uma subsecção especialmente destinada á exposição de trabalhos dos artistas portugueses contemporâneos.
Com a construção da Academia Nacional das Belas-Artes deram-se os primeiros
passos na museologia e salvaguarda do património em Portugal.