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ISSN 2175-1889

ANAIS

Vol. II – Resumos

XV Enfrute
Levando conhecimento e tecnologia para a fruticultura

Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado


De 25 a 27/07/2017
Fraiburgo, SC

Governo do Estado de Santa Catarina

Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca

Empresa de Pesquisa Agropecuária e


Extensão Rural de Santa Catarina

I
Exemplares desta publicação poderão ser solicitados a:
Epagri / Estação Experimental de Caçador. CP 591.
89500-000 Caçador, SC
Fone (049) 3561-6800
e-mail: eecd@epagri.sc.gov.br

Tiragem: 1020 exemplares


Impressão: Cristian Cartuchos e Impressos
Editoração: Marcelo Couto e Marise Vieceli
Direção de Arte: Cristian Cartuchos e Impressos

A responsabilidade do editor limita-se a adequação dos trabalhos às normas editoriais


estabelecidas.
A ortografia, a correção gramatical e o conteúdo dos trabalhos aqui publicados são de
responsabilidade exclusiva dos autores.

ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE


CLIMA TEMPERADO, XV, 2017, Fraiburgo, SC. Anais...
Caçador: Epagri, vol 2 (Resumos), 2017. 218p.

Fruticultura; Clima Temperado; Enfrute

II
Organização

Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina),


A UNIARP (Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, e a Prefeitura Municipal
de Fraiburgo e EMBRAPA (Uva e Vinho e Clima Temperado) têm a grata
satisfação de convidar-vos para participar do
XV ENFRUTE.

Comissão Organizadora

Renato Luis Vieira – Epagri

José Luiz Petri – Epagri

Marise Vieceli – Epagri

Marcelo Couto – Epagri

Rosana R. D´Agostini – Uniarp

Luiz Zanella – Prefeitura Municipal de Fraiburgo

III
Comitê de Publicação XV Enfrute

Editoração
Marcelo Couto - Epagri
Marise Vieceli – Epagri

Revisores(as) ad hoc
Alberto Fontanella Brighenti
Alexandre Carlos Menezes Netto
André Amarildo Sezerino
André Luiz Kulkamp de Souza
Anderson Fernando Wamser
Bianca Schveitzer
Claudio Ogoshi
Cristiane de Lima Wesp
Critiano João Arioli
Emilio Dela Bruna
Fernando José Hawerroth
Fernando Pereira Monteiro
Ivan Dagoberto Faoro
Janaina Pereira dos Santos
Janice Valmorbida
João Felippeto
João Peterson Pereira Gardin
José Luiz Petri
Leandro Hahn
Leonardo Araujo
Luiz Augusto Martins Peruch
Luiz Carlos Argenta
Maraisa Crestani Hawerroth
Marcelo Couto
Marco Antonio Dal Bó
Marcus Vinicius Kvitschal
Mariuccia Schlichting De Martin
Marlise Nara Ciotta
Mateus da Silveira Pasa
Renato Luis Vieira
Vinicius Caliari
Walter Ferreira Becker

IV
Promoção:

Epagri/Estação Experimental de Caçador, Uniarp, Embrapa (Uva e

Vinho/Clima Temperado), Prefeitura Municipal de Fraiburgo,

Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca.

V
SUMÁRIO

1. Micropropagação de framboeseira cultivar Heritage em diferentes


concentrações de cloreto de cálcio
Cíntia de Moraes Fagundes, Tatiane Otto de França, Luiz Antonio Biasi...................................................................1

2. Enraizamento de miniestacas semilenhosas de videira ‘Chardonnay’


Daniele C. Nascimento, Márcia W. Schuch................................................................................................................2

3. Crescimento in vitro de calos do porta-enxerto de macieira ‘G. 874’


Samila S. Camargo, Aline Meneguzzi, Fernanda E. A. Bastos, Gabriela M. Paiano, Lediane Bisol, André L. K. de
Souza, Leo Rufato.....................................................................................................................................................3

4. Efeito da desfolha e de aplicações de ABA e de extratos vegetais na qualidade


fenólica do vinho de uvas cv. Malbec
Isabela L. Pessenti; Ricardo A. Ayub; Sérgio Ruffo Roberto, Lilian Yukari Yamamoto, Renato V. Botelho..............4

5. Características do aroma de vinhos Cabernet Sauvignon produzidos com


uvas desidratadas
Carolina Pretto Panceri, Luigi B. Pretto Panceri, Marcel Giovani Salante, Marilde T. Bordignon-Luiz......................5

6. Potencial de variedades de uvas americanas para a elaboração de suco em


Lages – Santa Catarina
Juliana Reinehr, Ricardo Allebrandt, Betina Pereira de Bem, Adrielen Canossa, Douglas André Wurz, Bruno Bonin,
Aline Melo, Robson Martins, Aike Anneliese Kretzschmar.........................................................................................6

7. Estabilidade de suco ‘Isabel Precoce’ feito na panela extratora em pequenas


propriedades rurais
Sandra D. C. Mendes, Cristiane de Lima Wesp, Remi Dambros, Silvana Dallazem.................................................7

8. Fosfato diamônico como fonte de nutrição para crescimento de


Saccharomyces cerevisiae
Maria Eduarda Bosquetti Bittencourt, Tiago Camponogara Tomazetti, Leila do Nascimento Vieira; Hugo Pacheco
de Freitas Fraga, Márcia Denise Rossarolla, Miguel Pedro Guerra, Aparecido Lima da Silva....................................8

9. Leveduras autóctones na fermentação de vinhos finos da serra


catarinense
Tiago Camponogara Tomazetti, Márcia Denise Rossarolla, Leila do Nascimento Vieira; Hugo Pacheco de Freitas
Fraga, Miguel Pedro Guerra, José Afonso Voltolini, Rubens Onofre Nodari, Aparecido Lima da Silva......................9

10. Efeito da desalcoolização parcial de vinhos tintos finos através da


crioliofilização
João Felippeto, Francieli M. Artismo........................................................................................................................10

11. Concentração de polifenois totais nas principais variedades de uvas


viníferas cultivadas na região de São Joaquim/SC
Emilio Brighenti, Alberto Fontanella Brighenti, João Felippeto, Mateus da Silveira Pasa, Marlise Nara Ciotta, Zilmar
da Silva Souza .........................................................................................................................................................11

VII
12. Potencial de variedades destinadas à elaboração de espumantes em regiões
de elevada altitude de Santa Catarina
Adrielen Tamiris Canossa, Ricardo Allebrandt, Betina Pereira de Bem, Douglas André Wurz, Juliana Reinehr,
Alberto Fontanella Brighenti, Ana Cristina da Silva, Luiz Gabriel Dalmolin, Leo Rufato............................................12

13. Desempenho agronômico de diferentes variedades de uvas americanas em


São Joaquim/SC
Marlon Francisco Couto, Filipe Souza Oliveira, James Rodrigo Smaniotto, Alberto Fontanella Brighenti, Emilio
Brighenti...................................................................................................................................................................13

14. Desidratação em ambiente controlado como alternativa para completar a


maturação tecnológica de uvas Cabernet Sauvignon
Luigi B. Pretto Panceri, Carolina P. Panceri, Marcel Giovani Salante, Marilde T. Bordignon-Luiz ..........................14

15. Efeito do manejo da desfolha na composição química dos vinhos da


variedade Cabernet Sauvignon cultivada em regiões de altitude em Santa
Catarina
Maytê Cechetto, Betina Pereira de Bem, Ricardo Allebrandt, Douglas André Wurz, Juliana Reinehr, Lucas
Comachio, Marcus Outemane, Ana Cristina da Silva, Leo Rufato ......................................................................... 15

16. Cinética de levedura autóctone da serra catarinense adaptada a produção de


vinhos finos
Márcia Denise Rossarolla, Tiago Camponogara Tomazetti, Leila do Nascimento Vieira; Hugo Pacheco de Freitas
Fraga, Miguel Pedro Guerra, Rubens Onofre Nodari, Aparecido Lima da Silva ................................................... 16

17. Avaliação da atividade antioxidante de goiaba serrana cultivada na serra


catarinense pelos métodos FRAP, DPPH e ABTS
Giliani V. Sartori, Luiz D. A. Pinto, Henrique N. Demozzi, William G. Sganzerla, Patrícia C. Beling, Ana Paula de L.
Veeck, Marlise N. Ciotta, Bruno D. Machado, Paula I. Ferreira ............................................................................. 17

18. Efeitos de reguladores vegetais na germinação de sementes e


desenvolvimento de plântulas de maracujazeiro doce
Francisco J. Domingues Neto, Daniel Callili2, Silvia R. Cunha, Adilson Pimentel Junior, Daniela A. Teixeira, Marco
A. Tecchio .............................................................................................................................................................. 18

19. Influência do anelamento de tronco nos aspectos fisiológicos da variedade


‘Cabernet Franc’
Paula Iaschitzki Ferreira, Bruno Dalazen Machado, Alberto Fontanella Brighenti, Luiz Filipe Farias Oliveira, Maikely
Paim Souza, Henrique Nedio Demozzi, Willian Battisti Girola, Giliani Veloso Sartori ............................................19

20. Tendência no aumento da produtividade da variedade Sauvignon Blanc com


aplicação de metassilicato de sódio
Luiz Filipe Farias Oliveira, Maikely Paim Souza, Bruno Dalazen Machado, Alberto F. Brighenti, Carolina Pretto
Panceri, Marlise N. Ciotta, Rogerio de Oliveira Anese, Kauhe Silva de Moraes ....................................................20

21. Flutuação populacional de Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) em


pomar de macieiras em Caçador, SC
Andressa Ana Ansiliero, Janaína Pereira dos Santos, Everlan Fagundes ..............................................................21

22. Desenvolvimento de pulgão lanígero em porta-enxertos de macieira


Janaína Pereira dos Santos ....................................................................................................................................22

VIII
23. Redução da infecção de Lasiodiplodia theobromae com uso de agentes
biológicos em videiras cv. Syrah
Thayna Viencz, Carine Rusin, Karla S. Sapelli, Katryell I. Scopel, Marcus A. K. Almança, Cacilda M. D. R. Faria,
Renato V. Botelho ...................................................................................................................................................23

24. Produtos alternativos para o controle do ácaro-branco em cultivo protegido


Valdecir Perazzoli, Marco A. Dalbó, Alexandre C. Menezes-Netto, Eliane R. de Andrade, Sandra D. C. Mendes.24

25. Eficácia de diferentes concentrações de Cera Trap® na captura de mosca-


das-frutas sulamericana em cultivo de macieira
Joatan M. da Rosa, Cristiano J. Arioli, Marcos Botton ............................................................................................25

26. Levantamento etnobotânico de espécies frutíferas nativas da Floresta


Ombrófila Mista com potencial para processamento
Giuliano Rigo, Karine L. dos Santos, Claudemar H. Herpich, Vagner S. P. Abê ...................................................26

27. Eficácia de inseticidas sobre o pulgão lanígero na parte aérea da macieira


Cristiano João Arioli, Joatan Machado da Rosa, Sabrina Lerin; Marcos Botton ......................................................27

28. Resistência de Mancozebe a lavagem pela precipitação no controle de


Mancha foliar da gala em macieira
Felipe Augusto Moretti Ferreira Pinto, Leonardo Araujo ..........................................................................................28

29. Avaliação de genótipos de ameixeira quanto à susceptibilidade à


escaldadura das folhas
Gislaine Gabardo, Clandio Medeiros da Silva, Iohann Metzger Bauchrowitz, Guilherme Alexandre Weckerlin
Mendes, Henrique Luís da Silva, Rui Pereira Leite Junior ......................................................................................29

30. Uso de bioestimulantes para o controle da sarna da macieira


Leonardo Araujo, Felipe Augusto Moretti Ferreira Pinto ..........................................................................................30

31. Qualidades espectrais reduzem a infecção de Botrytis cinerea em frutos de


maçã
Daniele Cristina Fontana, Denise Schmidt, Stela Maris Kulczynski, Iuri Naibo, Matheus Milani Pretto, Jullie dos
Santos .....................................................................................................................................................................31

32. Avaliação da antracnose em genótipos de videira (PIWI) nas regiões de


altitude de Santa Catarina
Bruno Farias Bonin, Amauri Bogo, Betina P. de Bem, Douglas Wurz, Ricardo Allebrandt, Emílio Brighneti, Alberto
Brighenti, Leonardo Araújo, Felipe A. M. Ferreira Pinto............................................................................................32

33. Intensidade de míldio em variedades resistentes (PIWI) em regiões de


altitude de Santa Catarina
Betina P. de Bem, Douglas Wurz, Ricardo Allebrandt, Bruno Bonin, Alberto F. Brighenti, Emílio Brighenti, Leonardo
Araújo, Felipe A. M. Ferreira Pinto, Amauri Bogo.....................................................................................................33

34. Eficiência do metassilicato de sódio no controle da podridão cinzenta


(Botrytis cinerea) na variedade Sauvignon Blanc nas condições do Planalto
Catarinense
Maikely Paim Souza, Luiz Filipe Farias Oliveira, Bruno Dalazen Machado, Alberto Fontanella Brighenti, Carolina
Pretto Panceri, Rogerio de Oliveira Anesse, Katia Casagrande, Paula Zelindro, Bruno Farias Bonin ....................34

IX
35. Avaliação da eficiência da cobertura plástica e da aplicação de fungicidas na
ocorrência de podridões de cachos na uva ‘Poloske’
Eliane R. de Andrade, Cristiane de Lima Wesp .......................................................................................................35

36. Intensidade de míldio em discos foliares na variedade resistente Bronner em


regiões de altitude de Santa Catarina
Ana Cristina da Silva, Betina P. de Bem, Douglas Wurz, Ricardo Allebrandt, Bruno Bonin, Alberto F. Brighenti,
Leonardo Araújo, Felipe A. M. Ferreira Pinto, Amauri Bogo ....................................................................................36

37. Incidência de patógenos em diferentes qualidades espectrais na pós-


colheita de morango
Diéssica Leticia Junges, Denise Schmidt, Stela Maris Kulczynski, Evandro Holz, Axel Bruno Mariotto, Anderson
Rafael Webler ..........................................................................................................................................................37

38. Indutor de Resistência em frutos de laranja ‘Navelina’


Pricila S. da Silva, Bruna B. de Castro, Marines B. M. Kirinus, Caroline F. Barreto, Marcelo B. Malgarim.............38

39. Efeito da época de desfolha na ocorrência de podridão cinzenta nos cachos


da videira Sauvignon Blanc cultivada em região de elevada altitude
José Roberto Rodrigues, Douglas André Würz Ricardo Allebrandt, Betina Pereira de Bem, Bruno Bonin, Luiz
Gabriel Dalmolin, José Luiz Marcon Filho, Ana Cristina da Silva, Leo Rufato ........................................................39

40. Progresso do bolor azul em frutos oriundos de diferentes genótipos de


macieira
Cláudio Ogoshi, Luiz Carlos Argenta, Walter Ferreira Becker, Fernando Pereira Monteiro......................................40

41. Redução da severidade de Botryosphaeria sp. em videiras com uso de


proteção de ferimentos de poda
Carine Rusin, Karla S. Sapelli, Jéssica V. W. Corrêa, Marcus A. K. Almança, Cacilda M. D. R. Faria, Renato V.
Botelho ....................................................................................................................................................................41

42. Aplicação de cálcio foliar e seu efeito na incidência e severidade de podridão


cinzenta na videira
Cristiane Aparecida Rota, Maikely Paim Souza, Luiz Filipe Farias Oliveira, Bruno Dalazen Machado, Carolina Pretto
Panceri, Paula Zelindro Cardoso, Katia Casagrande, Alberto F. Brighenti, Marlise N. Ciotta, Bruno F. Bonin.......42

43. Validação do uso de marcadores de DNA para a identificação de alelos S em


genótipos de macieira
Thyana L. Brancher, Maraisa C. Hawerroth, Marcus V. Kvitschal, Danielle C. Manenti, Altamir F. Guidolin............43

44. Viabilidade de pólen de genótipos de pessegueiro submetidos ao calor


Silvia Carpenedo, Maria do Carmo B. Raseira, Rodrigo C. Franzon ......................................................................44

45. Herdabilidade de caracteres fenológicos do pessegueiro em Pelotas-RS


Maximiliano Dini, Maria do Carmo Bassols Raseira, Paulo Celso de Mello-Farias ................................................45

46. Influência de diferentes locos de resistência ao míldio da videira


Jean Alberto Zanghelini, Beatriz Ribeiro Gomes, Eduardo Irineu Novak, Claudemar Herpich, Diogo Ascari, Lirio
Luiz Dal’vesco, Leocir Jose Welter ..........................................................................................................................46

47. Uso do cartão “FTA® Plant Card” na extração de amostras de DNA de plantas
de macieira
Cristiane Carlesso, Maraisa C. Hawerroth, Marcus V. Kvitschal, Thyana L. Brancher, Altamir F. Guidolin ..............47

X
48. Levantamento da condição viral em acessos do Banco Ativo de
Germoplasma de Macieira da Epagri utilizando métodos DAS-ELISA e RT-PCR
Danielle C. Manenti, Osmar Nickel, Eliezer R. Souto, Marcus V. Kvitschal, Maraisa C. Hawerroth, Filipe S. Schuh,
Thyana L. Brancher..................................................................................................................................................48

49. Similaridade genética entre genótipos copa de macieira com base na


caracterização molecular
Maraisa Crestani Hawerroth, Marcus Vinícius Kvitschal, Thyana Lays Brancher, Danielle C. Manenti..................49

50. Relação açúcar/acidez em frutas de genótipos de amoreira-preta


Robson Camargo, Maximiliano Dini, Maria do Carmo Bassols Raseira....................................................................50

51. Caracterização de acessos promissores de macieira do BAG-IAPAR


Alexandre Friedrich Ribas, Clandio Medeiros da Silva, Paulo M. C. Bueno, Jeferson B. Eilert, Wilson Schvieczrski,
Gilberto Mildemberg ................................................................................................................................................51

52. Variabilidade fenotípica dos acessos de Physalis spp. cultivados em Chapecó


Alice Silva Santana, Jean do Prado, Alison Uberti, Bachelor Louis, Adriana Lugaresi, Doralice L. de O. Fischer,
Clevison L. Giacobbo ..............................................................................................................................................52

53. Brotação de genótipos de macieira do banco de germoplasma do IAPAR


submetidos a diferentes níveis de acúmulo de frio
Jeferson B. Eilert, Clandio M. da Silva, Paulo M. C. Bueno, Iohann M. Bauchrowitz, José dos Santos Neto,
Alexandre F. Ribas, Wilson Schvieczrski ................................................................................................................53

54. Repetibilidade em caracteres de qualidade de frutos em híbridos de macieira


Marcus Vinícius Kvitschal, Maraisa Crestani Hawerroth, Marcelo Couto, Alberto Fontanella Brighenti, Cristiane
Carlesso, Thyana Lays Brancher ............................................................................................................................54

55. Componentes de rendimento e produtividade de videiras cultivadas no


sistema agroecológico em dois vizinhos, PR
Josiane A. Mariani, Gilmar A. Nava, Dalva Paulus ..................................................................................................55

56. Efeito de Thidiazuron, Proexadione cálcio e Ácido Giberélico na frutificação


da macieira ‘Daiane’
Vera Lucia Scapin, José Luiz Petri, Gabriela Zanchettin, Gentil Carneiro Gabardo, Ricardo Sachini, Bianca
Schveitzer ...............................................................................................................................................................56

57. Produção e qualidade de uvas ‘Chardonnay’ plantadas com diferentes tipos


de mudas
André L. K. de Souza, Edson L. de Souza, Nelson P. Feldsberg, Samila S. Camargo, Juliana C. Uncini, Vinicius
Caliari ......................................................................................................................................................................57

58. Tempo de armazenamento e temperatura de estratificação influencia na


quantidade de raízes de videira cv. Niágara Rosada enxertada sobre Paulsen
1103
Jonatan Basso, Rafael Henrique Pertille, Marcos Robson Sachet, Marieli Teresinha Guerrezi, Alan Kenedy Perufo,
Bruna Hasse Cerny, Idemir Citadin ........................................................................................................................58

XI
59. Exigência térmica e evolução da maturação das cultivares Niágara Branca,
Niágara Rosada, Dona Zilá e Tardia de Caxias sob cobertura plástica, em
Curitibanos-SC
Eduardo I. Novak, Renan Giacometti1, Wilson T. Assumpção, Jean A. Zanghelini, Beatriz R. Gomes, Kelen Wartha,
Claudemar H. Herpich, Lirio L. dal Vesco, Leocir J. Welter ......................................................................................59

60. Produção e maturação da videira ‘Cabernet Sauvignon’ produzida sobre


diferentes porta-enxertos e sistemas de sustentação, em Painel-SC, safra 2017
Luiz Gabriel Dalmolin, Ricardo Allebrandt, Douglas André Würz, Betina Pereira de Bem, Marcus Vinícius Pareira
Outemane, Juliana Reinehr, Adrielen Canossa, Leo Rufato ....................................................................................60

61. Efeito da cobertura plástica nas características físico-químicas e produtivas


da uva ‘Bordô’ cultivada em Caçador, Santa Catarina
Cristiane de Lima Wesp, Silvana Dallazem .............................................................................................................61

62. Desempenho produtivo e composição das bagas da videira ‘Merlot’


produzida sobre diferentes porta-enxertos em Painel-SC, safra 2017
Ricardo Allebrandt, Douglas André Würz, Betina Pereira de Bem, Luiz Gabriel Dalmolin, Fernanda Espíndola
Assumpção Bastos, Bruno Farias Bonin, Juliana Reinehr, Adrielen Canossa, Leo Rufato ...................................62

63. Correlação entre filocrono, variáveis de qualidade e produtividade dos frutos


de morangueiro submetidos ou não à vernalização
Marcos Vinícius Marques Pinheiro, Maria Inês Diel, Denise Schmidt, Jullie dos Santos, Daniele Cristina Fontana,
Matheus Millani Pretto, Tiago Olivoto ......................................................................................................................63

64. Manejo de solo para o cultivo de morangueiro em área de replantio


Artur Kauling, Katiana.V.T.Santos, Robson Martins, Daniel S. Zanin, Lediane Bisol, Aike A. Kretzschmar, Leo
Rufato ......................................................................................................................................................................64

65. Produção de morangueiro influenciada pelo diâmetro de coroa das mudas


Lediane Bisol, Aline Melo dos Santos, Tainah Martini Brun, Raphael Nunes, Antonio F. Fagherazzi, Aike A.
Kretzschmar, Leo Rufato .........................................................................................................................................65

66. Aumento do retorno de floração de pereiras ‘Packham’s Triumph’ pelo uso


de etefon
Mateus S. Pasa, Carina P. da Silva, Bruno Carra, Alberto F. Brighenti, Zilmar S. Souza, José Masanori
Katsurayama ...........................................................................................................................................................66

67. Thidiazuron (TDZ) no aumento da frutificação efetiva de pereiras ‘Packham’s


Triumph’
Lívia M. Brighenti, Mateus S. Pasa, Carina P. da Silva, Alberto F. Brighenti, Bruno Carra ....................................67

68. Alternativas à indução de brotação em macieiras ‘Fuji Suprema’ no


município de Caçador, Santa Catarina
Suelen Cristina Uber, José Luiz Petri, Aike Anneliese Kretzschmar, Cristhian Leonardo Fenili ............................68

69. Produtividade e qualidade físico-química de maçãs em região subtropical


Gilmar A. Nava, Lucas C. de Oliveira, Paulo W. Kovalski, Dalva Paulus, Josiane A. Mariani ...............................69

70. Quebra de dormência de gemas em macieira com produtos alternativos na


serra catarinense
Rodrigo Helmann, Cláudio Keske, Josué Andreas Vieira, Marcelo Foster ..............................................................70

XII
71. Requerimento de frio para a superação da dormência em marmeleiro BA-29
Bruna B. de Castro, Deivid S. de Souza, Ana M. A. de S. Ribeiro, Gabriela M. Paiano, Leo Rufato, Aike A.
Kretzschmar ............................................................................................................................................................71

72. Fitorreguladores no controle da queda pré-colheita de frutos em maçã


‘Galaxy’
Erani E. Schultz, Vagner Ludwig, Magno R. P. Berghetti, Lucas M. Wendt, Rovani M. Rossato, Flavio R. Thewes,
Sarah E. Forgiarini, Auri Brackmann, Vanderlei Both ..............................................................................................72

73. Poda de frutificação em variedades comerciais de goiabeira-serrana


Fernando D. Sánchez-Mora, Luciano Saifert, Mateus S. Pasa, Marlise N. Ciotta, Humberto N. Ribeiro, Anyela
Rojas-Molina, Gregório Lombardi, Rubens O. Nodari ..............................................................................................73

74. Avaliação de indutores de brotação em macieiras ‘Baigent’ em Vacaria, RS


Natália A. de A. Goularte, Fernando J. Hawerroth, Fabiano Simões, Lisiane V. de Oliveira, Mauricio B. de Vargas,
Lenir C. dos S. R. Graciano ....................................................................................................................................74

75. Influência do tipo de enxertia na produção de mudas de ameixeira


Iohann M. Bauchrowitz, Clandio Medeiros da Silva, André F. de Oliveira, José dos Santos Neto, Guilherme A. W.
Mendes, Clóvis R. Hoffmann ..................................................................................................................................75

76. Produção de macieiras cultivar Gala tratadas com extrato de alga


Ascophyllum nodosum e thidiazuron
Anelise M. de Sousa, Renato V. Botelho, Ricardo Ayub ..........................................................................................76

77. Efeito do raleio mecânico em pessegueiro ‘Maciel’


Caroline F. Barreto, Leticia V. Ferreira, Renan Navroski, Francisco J.M. Pereira, Luis E.C. Antunes ....................77

78. Crescimento e acumulo de nutrientes em pessegueiro cultivados com


diferentes soluções nutritivas
Valmor J. Bianchi, Ricardo E. Muraro, Marcos A. C. de Lima, Aline G. Souza .......................................................78

79. Avaliação de práticas de manejo na cultura do pessegueiro (Prunus persica)


Sara Carolina Miglioranza, Luciano Picolotto, Claudemar H. Herpich, Sebastião T. D. Santos .............................79

80. Enxertia de mesa de videira cv. Niágara Rosada/Paulsen 1103 sob diferentes
tempos de armazenamento e temperaturas de estratificação
Rafael Henrique Pertille, Marcos Robson Sachet, Marieli Teresinha Guerrezi, Alan Kenedy Perufo, Jonatan Basso,
Bruna Hasse Cerny, Idemir Citadin .........................................................................................................................80

81. Doses de cianamida hidrogenada e de extrato de alho na antecipação da


colheita e na produtividade da videira cultivar BRS Violeta.
Camila R. Wuaden, Alfredo Castamann, Flávio J. Simioni .....................................................................................81

82. Modelos para estimativa de área foliar para videira ‘Helios’ cultivada em São
Joaquim/SC
Angela Costa, Márcia Denise Rossarolla, Tiago Camponogara Tomazetti, Vinícius Cauê Liberato, Alberto
Fontanella Brighenti, Leocir José Welter, Aparecido Lima da Silva.........................................................................82

83. Uso de Erger® associado ao nitrato de cálcio na produção e qualidade de


uvas ‘Niagara Rosada’ cultivadas em Botucatu, SP
Charles Y. Watanabe, Giovanni M. A. G. Coser, Marlon J. R. da Silva, Marco A. Tecchio, Fernando J. Hawerroth,
Mayumi N. Alboléa .................................................................................................................................................83

XIII
84. Carga de gemas da videira e seu efeito na interceptação da radiação solar
Paula Zelindro Cardoso, Alberto Fontanella Brighenti, Douglas André Würz, Mateus da Silveira Pasa, Katia
Casagrande, Emilio Brighenti, Leo Rufato ...............................................................................................................84

85. Desempenho vitivinícola de clones da videira Cabernet Sauvignon em


regiões de elevada altitude de Santa Catarina
Crislaine Zago, Douglas André Wurz, Ricardo Allebrandt, Betina Pereira de Bem, José Luiz Marcon Filho, Juliana
Reinehr, Adrielen Tamiris Canossa, Marcus Outemane, Leo Rufato .....................................................................85

86. Manejo da desfolha melhora o equilíbrio vegeto-produtivo da videira


Cabernet Sauvignon em regiões de elevada altitude de Santa Catarina
Giovani Furini, Douglas André Würz, Juliana Reinehr, Betina Pereira de Bem, Ricardo Allebrandt, Luiz Gabriel
Dalmolin, Adrielen Tamiris Canossa, Alberto Fontanella Brighenti, Leo Rufato .....................................................86

87. Guyot arco x Guyot bilateral: efeito no desempenho agronômico da


variedade Garganega em São Joaquim/SC
Graci Kely Menezes, Maikely Paim Souza, Luiz Filipe Farias Oliveira, Bruno Dalazen Machado, Carolina Pretto
Panceri, Alberto F. Brighenti, Mateus S. Pasa, Emilio Brighenti, Willian Battisti Girola ..........................................87

88. Efeito da poda em guyot no desempenho agronômico da variedade Barbera


em São Joaquim/SC
Henrique Nedio Demozzi, Thaís Ribeiro Lima, Maikely Paim Souza, Luiz Filipe Farias Oliveira, Bruno Dalazen
Machado, Carolina Pretto Panceri, Alberto F. Brighenti, Mateus S. Pasa, Emilio Brighenti ....................................88

89. Influência da desfolha e da aplicação de ABA na qualidade fenólica de uvas


cv. Primitivo
Renato V. Botelho; Ricardo A. Ayub, Sérgio Ruffo Roberto, Lilian Yukari Yamamoto, Isabela L. Pessenti ...........89

90. Unidade Demonstrativa e produção de mudas de videira de qualidade no Alto


Vale do Itajaí
Eliane Hörmann, Gabriela L. Hemkemaier, Marli C. Oderdenge, Nathan Formagi, Cláudio Keske ..........................90

91. Curva de crescimento de frutos de pêssegos cultivados na Região da ‘Zona


da Mata Mineira’
Gener Augusto Penso, Carlos Eduardo M. dos Santos, Claudio Horst Bruckner ....................................................91

92. Identificação e caracterização dos estádios de crescimento de frutos de


pessegueiro cultivar Precocinho
Axel Bruno Mariotto, Denise Schmidt, Daniele Cristina Fontana, João Antonio de Cristo, Arthur de Carvalho
Moretto, Jullie dos Santos .......................................................................................................................................92

93. Sistemas de condução e densidade de plantio para pessegueiro cultivar


‘Chiripá’
Bachelor Louis, Alison Uberti, Gian C. Girardi, Adriana Lugaresi, Jean do Prado, Mateus V. dos Santos, Lucas de
Oliveira Fischer, Clevison L. Giacobbo ....................................................................................................................93

94. Controle químico de buva na cultura da macieira


Micheli Fochesato Michelon, Taísa Dal Magro, Andrea De Rossi Rufato, Leonardo Bianco de Carvalho, Júlio Cesar
Orlandi .....................................................................................................................................................................94

95. Rendimento de maçãs em sistemas de irrigação e adubação do solo


Juliana Hugen Cechinel, Marlise Nara Ciotta, Mateus da Silveira Pasa, Paulo Roberto Ernani, Gilberto Nava .....95

XIV
96. Uso do tiossulfato de amônio como raleante químico em plena floração em
macieira ‘Maxi Gala’
Lucas De Ross Marchioretto, Andrea De Rossi Rufato, Leonardo Oliboni do Amaral, Júlio Cesar Orlandi, Micheli
Fochesato Michelon, Cássia Regina Tem-Pass ......................................................................................................96

97. Efeito da irrigação e fertirrigação na coloração da película, firmeza e sólidos


solúveis totais de maçãs ‘Galaxy’, na região dos Campos de Cima da Serra, RS
Daiane P. Vargas, Gilmar Ribeiro Nachtigall, Fabiano Simões ..............................................................................97

98. Indução de brotação em videira ‘Niágara Rosada’ com o uso de hidrolato de


pau d’alho no município de São Manuel, SP
Camilo A. P. C. Sánchez, Giovanni M. A. G. Coser, Marcela S. C. da Silva, Ana Paula M. Paiva, Marco A. Tecchio,
Mayumi N. Alboléa ..................................................................................................................................................98

99. Competição de porta-enxertos e densidades de plantio da pereira, cv. Rocha


José Masanori Katsurayama, Adilson José Pereira, Mateus da Silveira Pasa .......................................................99

100. Avaliação de dois ciclos de produção da pereira japonesa cv. Housui em


pomar com incidência de cancro (Bortryosphaeria spp.)
Fagner S. Javara, Ronald Castellari, Antônio A. da Silva, Marcio K.Takiguchi, Jackson Mirellys A. Souza ..........100

101. Efeito de diferentes coberturas de solo no controle de plantas daninhas e


no crescimento vegetativo inicial de pereiras cv. Housui
Laís Cristina Bonato Mallmann, Edina Costa Delonzek, Marcelo Marques Lopes Muller, Renato Vasconcelos
Botelho, Cleber Daniel de Goes Maciel ................................................................................................................101

102. A origem da muda influencia a produção e qualidade do morangueiro


Carine Cocco, Wagner Alves Andrade, Fernando Giacomel, Antônio Felipe Fagherazzi, Leo Rufato .................102

103. Novos genótipos de morangueiro com potencial de cultivo


Antonio F. Fagherazzi, Robson Martins2, Katiana Tillwitz, Fernanda G. Forghieri, Aike A. Kretzschmar, Leo Rufato
...............................................................................................................................................................................103

104. Produção de morangueiro em diferentes sistemas de cultivo


Adrik Francis Richter, Antonio Felippe Fagherazzi, Daniel Suek Zanin, Aline Melo dos Santos, Katiana Vanusa
Tilwitz, Robson Martins, Aike Anneliese Kretzschmar ...........................................................................................104

105. Resposta produtiva de macieiras ‘SCS425 Luiza’ e ‘SCS426 Venice’ no Rio


Grande do Sul
Lenir C. dos S. R. Graciano; Fernando J. Hawerroth, Fabiano Simões, Lindomar V. Aguiar Junior, Charle K. B. de
Macedo, Natália, A. de A. Goularte .......................................................................................................................105

106. Fitorreguladores no raleio químico de macieiras ‘Fuji Standard’, em São


Joaquim/SC
Carina P. da Silva, Mateus S. Pasa, Alberto F. Brighenti, Marlise N. Ciotta, Bruno Carra ....................................106

107. Raleio químico tardio da macieira cultivar Fuji Suprema


José Luiz Petri, André Amarildo Sezerino, Cristhian Leonardo Fenili, Gentil Carneiro Gabardo ...........................107

108. Previsão da resposta do raleio químico no cv. Maxi Gala em função do


modelo de crescimento dos frutos
Alberto Fontanella Brighenti, Mateus da Silveira Pasa, Katia Casagrandre, Paula Zelindro Cardoso, Emilio
Brighenti, Marlise Nara Ciotta, Zilmar da Silva Souza, José Masanori Katsurayama ...........................................108

XV
109. Siberio® na indução da brotação das macieiras ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji Suprema’
Cristhian Leonardo Fenili, José Luiz Petri, André Amarildo Sezerino, Gentil Carneiro Gabardo ..........................109

110. Levantamento fitossociológico de plantas espontâneas na fase de brotação


em pomares de macieira na região de São Joaquim, SC
Zilmar da Silva Souza, Mateus da Silveira Pasa, Marlise Nara Ciotta, José Masanori Katsurayama, Alberto
Fontanella Brighenti ..............................................................................................................................................110

111. Plantas daninhas do gênero Bidens presentes em pomares de macieira na


região de São Joaquim, SC
Marcelo Goulart Souza, Roberta Andressa Pereira, Zilmar da Silva Souza ..........................................................111

112. Indução de brotação de macieiras ‘Maxi Gala’ em São Joaquim/SC


Talita D. Bosetti, Juliano D. Schmitz, Carina P. da Silva, Alberto F. Brighenti, Mateus da S. Pasa .......................112

113. Desempenho de macieiras ‘Fuji Suprema’ tratadas com indutores de


brotação em São Joaquim/SC
Juliano D. Schmitz, Talita D. Bosetti, Carina P. da Silva, Alberto F. Brighenti, Mateus da S. Pasa ......................113

114. Desfolha da videira melhora o índice de fertilidade da variedade Cabernet


Sauvignon cultivada em regiões de elevada altitude de Santa Catarina
Lucas Comachio, Douglas André Wurz, Betina Pereira de Bem, Ricardo Allebrandt, José Luiz Marcon Filho, Alberto
Fontanella Brighenti, Adrielen Canossa, Maytê Cechetto, Aike Anneliese Kretzschmar .......................................114

115. Desempenho de macieiras ‘Imperial Gala’ em diferentes porta-enxertos, na


região de São Joaquim/SC
Bruno Carra, Mateus S. Pasa, Alberto F. Brighenti, Carina P. da Silva, Marlise Nara Ciotta, Zilmar S. Souza, José
Masanori Katsurayama .........................................................................................................................................115

116. Produção e qualidade de uva Vênus sob cobertura em função da irrigação


Anderson R. Webler, Toshio Nishijima, Arthur de Carvalho Moretto, João Antônio de Cristo, Leonardo Antônio
Thiesen, Marcos Vinicius Marques Pinheiro .........................................................................................................116

117. Sistema de condução utilizado na produção de pêssegos com a cultivar


Della Nonna nas condições edafoclimáticas de Chapecó
Mateus V. dos Santos, Alison Uberti, Adriana Lugaresi, Jean do Prado, Bachelor Louis, Gian C. Girardi, Clevison
L. Giacobbo ...........................................................................................................................................................117

118. Incidência de queimadura de sol em macieiras submetidas à aplicação de


carbonato de cálcio
Mariuccia Schlichting De Martin, José Luiz Petri, André Amarildo Sezerino, Gentil Carneiro Gabardo, Cristhian
Leonardo Fenili ......................................................................................................................................................118

119. Influência da Metalose de cálcio em pêssegos da cv. Bolinha


Diego B. Duarte, Maximiliano Dini, Silvia Scariotto, Maria do Carmo Bassols Raseira .........................................119

120. Pulverizações com boro aumentam os teores de cálcio na epiderme dos


frutos
Flávia Denise Coldebella*, Milton C. Coldebella, Paulo Roberto Ernani, Jaqueline M. Gerber, Camyla Kuhnen .120

121. Avaliação de cultivares de framboeseira no Oeste Catarinense


Adriana Lugaresi, Alison Uberti, Jean do Prado, Gian Carlos Girardi, Alice Silva Santana, Bachelor Louis, Maike
Lovatto, Clevison Luiz Giacobbo ...........................................................................................................................121

XVI
122. Anatomia foliar de plantas de macieira tratadas com reguladores de
crescimento
Miriam Petrykowski, Gentil Carneiro Gabardo, Mariuccia Schlichting De Martin, José Luiz Petri, André Amarildo
Sezerino, Cristhian Leonardo Fenili .......................................................................................................................122

123. Influência do anelamento de tronco nos aspectos produtivos e qualitativos


da variedade ‘Cabernet Franc’
Bruno Dalazen Machado, Alberto Fontanella Brighenti, Carolina Pretto Panceri, Emilio Brighenti, Maikely Paim
Souza, Luiz Filipe Farias Oliveira, Edson Andrade Lima Junior, Henrique Nedio Demozzi ..................................123

124. Produtos alternativos na indução de brotação das gemas de macieira cvs.


‘Imperial Gala’ e ‘Fuji Suprema’
Luan Mazzochi, Carine Cocco, Fernando José Hawerroth ....................................................................................124

125. Arranjo de plantas de morango, cultivar San Andreas, em cultivo semi


hidropônico
Janice Valmorbida, Anderson F. Wamser, Janaína P. dos Santos, Walter F. Becker ...........................................125

126. Efeito do raleio de flores na frutificação e produção da macieira cv. Monalisa


Everlan Fagundes, Aike A. Kretzschmar, José L. Petri, André Amarildo Sezerino, Janaína Pereira dos Santos ...126

127. Efeito da carga de gemas no desempenho produtivo da variedade Syrah


cultivada em regiões de elevada altitude do sul do Brasil
Washington Araújo Trigueiro Junior, Maikely Paim Souza, Luiz Filipe Farias Oliveira, Bruno Dalazen Machado,
Carolina Pretto Panceri, Alberto F. Brighenti, Mateus S. Pasa, Emilio Brighenti ..................................................127

128. Efeito de diferentes sistemas de poda no desempenho vitícola da variedade


Chardonnay em São Joaquim/SC
Edson Andrade Lima Junior, Maikely Paim Souza, Luiz Filipe Farias Oliveira, Bruno Dalazen Machado, Carolina
Pretto Panceri, Alberto F. Brighenti, Mateus S. Pasa, Emilio Brighenti ................................................................128

129. Comportamento vegetativo e produtivo de genótipos de amoreira-preta


(Rubus spp.)
Vagner S. P. Abê, Luciano Picolotto, Claudemar H. Herpich, Giuliano Rigo, Sebastião T. D. Santos, Luis E. C.
Antunes .................................................................................................................................................................129

130. Atividade antioxidante e compostos fenólicos de frutos de macieiras


cobertas com diferentes telas antigranizo
João Claudio Vilvert, Milton C. Coldebella, Cassandro V. T. Amarante, Cristiano A. Steffens, Érica de S. Santos.130

131. Exigência térmica de pessegueiro ‘BRS Kampai’ sobre diferentes porta-


enxertos clonais
Alan Kenedy Perufo¹, Rafael Henrique Pertille, André Luiz Varago, Marcos Robson Sachet, Jonatan Basso, Idemir
Citadin ...................................................................................................................................................................131

132. Influência do frio na germinação em sementes de Poncirus trifoliata


Léo Omar Duarte Marques, Paulo Celso de Mello Farias, Odair José da Veiga, Tâmara Foster Acosta, Josiane
Duarte de Carvalho, Alan Yago Barbosa de Lima .................................................................................................132

133. Aplicações sequenciais de indutores de brotação em macieiras


Gentil Carneiro Gabardo, José Luiz Petri, André Amarildo Sezerino, Cristhian Leonardo Fenili ............................133

XVII
134. Desempenho produtivo e crescimento de duas cultivares de macieira nas
condições da região sul do Rio Grande do Sul
Everton Sozo de Abreu, Bruno Carra, Tuane Araldi da Silva, Cristiano Geremias Hellwig, Flávio Gilberto Herter ............134

135. Sobrevivência de pereiras japonesas enxertadas sobre marmeleiro ‘BA 29’


Ivan Dagoberto Faoro, André Amarildo Sezerino, Luigi de Paris Bombonati, Eder Rigo ......................................135

136. Performance produtivo e vegetativo da ‘Fuji Suprema’ enxertada sobre ‘M.9’


e ‘G.213’ em área de replantio
Henrique Stockhausen, Brayan F. de Oliveira, Cassia Regina Tem-Pass, Tiago Afonso de Macedo, Leo Rufato,
Aike A. Kretzschmar, Andrea De Rossi ................................................................................................................136

137. Erger® na indução de brotação de macieiras ‘Fuji Kiku’ em Vacaria, RS


Lisiane V. de Oliveira, Fernando J. Hawerroth, Fabiano Simões, Charle K. B. de Macedo, Danyelle de S. Mauta,
Fernanda P. Magrin ...............................................................................................................................................137

138. Atributos físicos de frutos de genótipos de nogueira-pecã (Carya illinoensis)


cultivados em Dois Vizinhos, PR
Grazieli Mattei, Alexandre Meurer, Josiane A. Mariani, Cláudia R. Barbieri, Ramiro Faria Franco, Carlos R. Martins,
Gilmar A. Nava ......................................................................................................................................................138

139. Floração e frutificação de macieiras ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji Suprema’ sob


sistema de cultivo protegido
Danyelle de S. Mauta, Fernando J. Hawerroth, Cassandro V. T. do Amarante, Charle K. B. de Macedo, Fernanda
P. Magrin, Giovanni M. A. G. Coser .......................................................................................................................139

140. Taxa de crescimento dos frutos e a previsão do raleio químico da cv. Fuji
Suprema
Katia Casagrandre, Alberto Fontanella Brighenti, Mateus da Silveira Pasa, Paula Zelindro Cardoso, Emilio
Brighenti, Marlise Nara Ciotta, José Masanori Katsurayama .................................................................................140

141. Raleio químico de floração em macieiras cultivar Maxi Gala


Leonardo Oliboni do Amaral, Andrea de R. Rufato, Lucas de R. Marchioretto, Júlio C. Orlandi, Micheli F. Michelon,
Cassia R. Tem Pass ..............................................................................................................................................141

142. Avaliação de cultivares de figo em Pato Branco, Paraná


Lucas Sartor Mayer, Vacilania Pacheco, Moeses Andrigo Danner ........................................................................142

143. Uso de proexadiona cálcica e trinexapaque-etílico no controle do


desenvolvimento vegetativo de macieiras ‘Cripps Pink’
Charle K. B. de Macedo, Fernando José Hawerroth, Cassandro V. T. do Amarante, Fernanda P. Magrin, Maurício
B. de Vargas, Giovanni M. A. G. Coser ..................................................................................................................143

144. Uso de fitorregulador para redução do crescimento vegetativo de macieiras


‘Fuji’
Fernanda P. Magrin, Fernando J. Hawerroth, Cassandro V. T. do Amarante, Charle K. B. de Macedo, Mauricio B.
de Vargas, Lenir C. dos S. R. Graciano .................................................................................................................144

145. Uso de Siberio® na indução de brotação de macieiras ‘Baigent’ na região de


Vacaria-RS
Mauricio B. de Vargas, Fernando J. Hawerroth, Danyelle de S. Mauta, Natália, A. de A. Goularte, Diana C. L.
Freitas, Filipe M. Culau ..........................................................................................................................................145

XVIII
146. Formação de mudas de macieira pré-formadas com a aplicação de
benziladenina
Cássia Regina Tem-Pass, Júlio César Orlandi, Andrea De Rossi Rufato, Léo Rufato, Chaiara C. da S. Castro,
Guilherme de Lima Teixeira, Micheli Fochesato Michelon, Lucas Marchioreto ..................................................... 146

147. O pré resfriamento em ar ou em água não apresenta benefício sobre a


manutenção da qualidade de maçãs ‘Fuji’ frigoconservadas
Fabiana Geherke, Crizane Hackbarth, Mayara C. Stanger, Cristina Soethe, Cristiano André Steffens, Cassandro
V. T. do Amarante ..................................................................................................................................................147

148. Influência da exposição de maçã ‘Gala’ a espectros luminosos após a


armazenagem
Evandro Holz, Denise Schmidt, Stela Maris Kulczynski, Gabrieli Cristina Vitalli de Azevedo, Iuri Naibo, Leonardo
Antonio Thiesen ....................................................................................................................................................148

149. Possibilidade de economia de energia em função do aumento da


temperatura de armazenamento de maçãs ‘Royal Gala’ em ultra baixo oxigênio
Vagner Ludwig, Fabio R. Thewes, Erani E. Schultz, Sarah E. Forgiarini, Flavio R. Thewes, Matheus G. Ristow,
Rovani M. Rossato, Auri Brackmann ....................................................................................................................149

150. Condições de oxigênio extremamente baixo para armazenamento de maçãs


‘Royal Gala’
Magno R. P. Berghetti, Vagner Ludwig, Lucas M. Wendt, Flavio R. Thewes, Matheus G. Ristow, Erani E. Schultz,
Fabio R. Thewes, Auri Brackmann ........................................................................................................................150

151. Efeito de fitorreguladores na qualidade de maçãs 'Brookfield' armazenadas


em atmosfera controlada
Matheus Gustavo Ristow, Magno Roberto Pasquetti Berghetti, Lucas Mallman Wendt, Vagner Ludwig, Sarah
Forgiarini, Rovani Marcos Rossato, Fabio Rodrigo Thewes, Auri Brackmann .......................................................151

152. Ácido naftaleno acético: aplicação isolada e combinada com outros


fitorreguladores sobre a qualidade de maçãs ‘Brookfield’
Lucas Mallmann Wendt, Fabio Rodrigo Thewes, Erani Eliseu Schultz, Matheus Gustavo Ristow, Sarah Forgiarini,
Flavio Roberto Thewes, Vagner Ludwig, Auri Brackmann ....................................................................................152

153. Condições de oxigênio extremamente baixo em atmosfera controlada na


conservação da qualidade de maçãs ‘Royal Gala’
Flavio Roberto Thewes, Auri Brackmann, Fabio Rodrigo Thewes, Erani Eliseu Schultz, Magno Roberto Berguetti
Pasquetti, Lucas Mallmann Wendt, Rovani Marcos Rossato, Sarah Edler Forgiarini .............................................153

154. Pulverizações com boro aumentam as perdas pós-armazenamento em


maçãs
Milton C. Coldebella, Paulo Roberto Ernani, Flávia D. Coldebella, Jaqueline M. Gerber, Camyla Kuhnen .............154

155. Monitoramento do limite mínimo de O2 pela produção de CO2 dos frutos


para o armazenamento em atmosfera controlada dinâmica
Fabio Rodrigo Thewes, Auri Brackmann, Rogerio de Oliveira Anese, Magno Roberto Berguetti Pasquetti, Matheus
Gustavo Ristow, Flavio Roberto Thewes, Rovani Marcos Rossato, Sarah Edler Forgiarini ..................................155

156. Uso de ácido giberélico em pêssegos ‘Chiripá Vermelho’ e ‘Eragil’


Júnior Marcher; Alberto Ramos Luz ......................................................................................................................156

XIX
157. Uso da radiação UV-C como alternativa no controle da Monilinia fructicola na
pós-colheita de pêssegos ‘Kampai’
Fabiane Rezemini, Caroline Farias Barreto, Cristiano Geremias Hellwig, Roseli de Mello Farias, Marcelo Barbosa
Malgarim ...............................................................................................................................................................157

158. Caracterização físico-química de diferentes genótipos de amoreira-preta


Claudemar H. Herpich*, Luciano Picolotto, Sebastião T. D. Santos, Vagner S. P. Abê, Guliano Rigo, Luis E. C.
Antunes .................................................................................................................................................................158

159. Fitorreguladores na qualidade de maçãs ‘Galaxy’ armazenadas em


atmosfera controlada
Rovani M. Rossato, Fabio R. Thewes, Erani E. Schultz, Magno R. P. Berghetti, Vagner Ludwig, Lucas M. Wendt,
Matheus G. Ristow, Auri Brackmann ....................................................................................................................159

160. Compostos voláteis em maçã ‘Fuji Suprema’ em função do atraso na


instalação da atmosfera controlada ou atmosfera controlada dinâmica
Vanderlei Both, Rovani M. Rossato, Erani E. Schultz, Magno R. P. Berghetti, Vagner Ludwig, Lucas M. Wendt,
Matheus G. Ristow, Auri Brackmann, Sarah E. Forgiarini .....................................................................................160

161. Avaliação não destrutiva de qualidade de pêssegos ‘Maciel’ tratados


termicamente e armazenados sob refrigeração
Suélen B. de Andrade, Andressa V. Schiavon, Angelica Bender, Carolina Goulart, Marcelo B. Malgarim .............161

162. Características físico-químicas de seis acessos de araticum de três


municípios do Sudoeste do Paraná
Natália Biavati dos Santos, Helena Benícia Warzocha, Luana Gabriela Johansson, Marcelo Dotto, Robson
Ferreira Brandão ...................................................................................................................................................162

163. Aplicação pré e pós-colheita de ácido salicílico na conservação de


pêssegos ‘Chimarrita’, sob armazenamento refrigerado
Carolina Goulart Suélen Braga de Andrade, Andressa Vighi Schiavon, Angelica Bender, Marcelo Barbosa Malgarim
...............................................................................................................................................................................163

164. Determinação do ponto de colheita e avaliação da qualidade de pêssegos


‘Maciel’ submetidos ao armazenamento refrigerado através de métodos não
destrutivos
Andressa Vighi Schiavon, Suélen B. de Andrade, Carolina Goulart, Angelica Bender, Marcelo B. Malgarim ........164

165. Qualidade de figos ‘Roxo de Valinhos’ e ‘Roxão’ em Pato Branco, Paraná


Vacilania Pacheco, Lucas Sartor Mayer, Moeses Andrigo Danner .......................................................................165

166. Qualidade de pêssegos ‘Chimarrita’ condicionados termicamente e


avaliados de forma não destrutiva após frigoconservação
Angelica Bender, Suélen B. de Andrade, Andressa V. Schiavon, Carolina Goulart, Marcelo B. Malgarim ...........166

167. Qualidade de ameixas ‘Laetitia’ expostas ao vapor de etanol durante o


armazenamento refrigerado
Francielle R. Nunes, Cristiano A. Steffens Cristina Soethe, Angélica S. Heinzen, Jessica M. Anami, Cristhian L.
Fenili, Cassandro V.T. Amarante ...........................................................................................................................167

168. Potencial de conservação de frutos da seleção avançada de macieira M-


10/09
Karyne Souza Betinelli, Mariuccia Schlichting De Martin, Luiz Carlos Argenta, Marcelo Couto, Marcus Vinícius
Kvitschal, Frederico Denardi .................................................................................................................................168

XX
169. Conservação da qualidade de maçãs ‘Fuji’ em atmosfera com concentração
de oxigênio ultrabaixa
Luiz C. Argenta, Karyne S. Betinelli, Cassandro V.T. do Amarante, Cristiano A. Steffens ....................................169

170. Diferentes métodos para reduzir a perda de massa na pós-colheita de


araticum
Luana Gabriela Johansson, Helena Benicia Warzocha, Natalia Biavati dos Santos, Marcelo Dotto, Robson Ferreira
Brandão .................................................................................................................................................................170

171. Uso do vapor de etanol como complemento à refrigeração no


armazenamento de peras ‘Rocha’
Érica de S. Santos, Cristiano A. Steffens, Angélica S. Heinzen, Cristina Soethe, Cassandro Vidal Talamini do
Amarante ...............................................................................................................................................................171

172. A produção catarinense das principais frutas de clima temperado na safra


2015/16
Rogério Goulart Junior, Janice M. W. Reiter, Marcia Mondardo, Henrique B. Petry ...............................................172

173. Caracterização do enoturismo na região dos Vinhos de Altitude de Santa


Catarina
Douglas André Wurz, Ricardo Allebrandt, Betina Pereira de Bem, Adrielen Canossa, Juliana Reinehr, Bruno Bonin,
Marcus Outemane, Ana Cristina da Silva, Leo Rufato ...........................................................................................173

174. Potencial do enoturismo na região dos Campos de Cima da Serra do Rio


Grande do Sul
Raphael Nunes Rodrigues, Ricardo Allebrandt, Betina Pereira de Bem, Adrielen Canossa, Juliana Reinehr, Bruno
Bonin, Marcus Outemane, Douglas André Wurz, Leo Rufato ................................................................................174

175. Produção de maçã ‘Fuji’ em resposta à adubação fosfatada


Marlise Nara Ciotta, Mateus da Silveira Pasa, Alberto Fontanella Brighenti, Juliana Cechinel, Gilberto Nava .....175

176. Efeito da calagem e adubação fosfatada sobre os teores de macronutrientes


em folhas de goiabeira serrana
Patrícia da Silva Paulino, Letícia Moro, Álvaro Luiz Mafra, Nathalia Della Vechia, Walter Santos Borges Junior ..176

177. Composição mineral de frutos de maça ‘Fuji Suprema’ afetada pela adição
anual de fósforo ao solo
Jaqueline Muniz Gerber, Milton César Coldebella, Sulian Junkes Dal Molin, Paulo Roberto Ernani, Marlise Nara
Ciotta .....................................................................................................................................................................177

178. Teores minerais em maçãs das cultivares Fuji e Gala na safra 2016/2017
Gabriela Zanchettin, Vera Lucia Scapin, Ricardo Sachini, Leandro Hahn, Bianca Schveitzer ...............................178

179. Efeito da irrigação no desenvolvimento vegetativo de macieiras cvs.


‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’ na região dos Campos de Cima da Serra do RS
Brenda Ferreira, Gilmar Ribeiro Nachtigall, Fabiano Simões .................................................................................179

180. Aplicação exógena de ácido salicílico em Physalis peruviana L.


Alexandre Claus, Adenise Bottcher, Juliana O. Nicolao, Mainara E. Gabriel, Tanieli P. Kanigoski, Andressa Gilioli
...............................................................................................................................................................................180

XXI
181. Uso de húmus líquido no cultivo orgânico de amoreira-preta
Rafaela Schmidt Souza, Maurício Gonçalves Bilharva, Rudinei De Marco, Priscila da Silva Lúcio, Carlos Roberto
Martins ..................................................................................................................................................................181

182. Teores minerais em frutos de maçãs ‘Fuji’ com aplicações do fertilizante


Kamab-26® em pré-colheita
Leandro J. de O. von Hausen, Leandro Hahn, José L. Petri .................................................................................182

183. Efeito da irrigação e fertirrigação na coloração da película de maçãs ‘Fuji


Suprema’, na região dos Campos de Cima da Serra, RS
Yan Pinter das Chagas, Gilmar Ribeiro Nachtigall .................................................................................................183

184. Doses de gesso agrícola no desenvolvimento de mirtileiro cv. Brightwell


Beatriz da Silva Vanolli, Leticia Sviech, Carine Rusin, Renato V. Botelho, Marcelo M. L. Müller ...........................184

185. Conteúdo mineral de farinhas de resíduos da vinificação de uvas tintas


Leticia Sviech, Beatriz da S. Vanolli, Gabriela D. Bennemann, Renato V. Botelho ................................................185

186. Rendimento na extração da pectina de frutos de sete capotes


Jonas Goldoni, Clevison Luiz Giacobbo ................................................................................................................186

187. Efeito do raleio químico na produtividade da macieira cv. Fuji


Ana Maria Alves de Souza Ribeiro, Andrea de Rossi Rufato, Bruna Bernades de Castro, Leo Rufato, Cassia Regina
Tempass ...............................................................................................................................................................187

188. Influência do cultivo protegido na qualidade da uva ‘Cabernet Sauvignon’


conduzido em latada
Silvana Dallazem, Jefferson Dantas de Souza, Eliane Rute de Andrade, Sandra Denise Camargo Mendes, Vinicius
Caliari ....................................................................................................................................................................188

189. Avaliação dos teores minerais em peras da cultivar Santa Maria


Bianca Schveitzer, Gabriela Zanchettin, Ricardo Sachini, Vera Lucia Scapin, André A. Sezerino, Mariuccia
Schlichting De Martin .............................................................................................................................................189

190. Teores minerais em cachos das uvas ‘Merlot’ e ‘Cabernet Sauvignon’


Ricardo Sachini1, Everlan Fagundes2, Gabriela Zanchettin3, Vera Lucia Scapin1, Mariuccia Schlichting De Martin1,
Bianca Schveitzer1, José Luiz Petri1 ......................................................................................................................190

XXII
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Micropropagação de framboeseira cultivar Heritage em diferentes concentrações de
cloreto de cálcio
Cíntia de Moraes Fagundes1, Tatiane Otto de França2, Luiz Antonio Biasi3
1UFPR – Universidade Federal do Paraná (PG). Rua dos Funcionários, 1540, 80,035-050, Curitiba, PR. Email:
cintiafagundes_15@hotmail.com; 2UFPR – Universidade Federal do Paraná (IC). Rua dos Funcionários, 1540, 80,035-050, Curitiba,
PR. Email: tatianeotto@yahoo.com.br; 3UFPR – Universidade Federal do Paraná (PQ). Rua dos Funcionários, 1540, 80,035-050,
Curitiba, PR. Email: biasi@ufpr.com

Palavras Chave: Rubus idaeus L.; brotação; micropropagação; qualidade.

Introdução As variáveis analisadas foram o número de


Os minerais inorgânicos são os principais brotações e o comprimento de brotações por
componentes dos meios de cultura de tecidos explantes. Os dados foram submetidos à análise
vegetais e desempenham um papel importante no de regressão, pelo programa Assistat ®.
crescimento e desenvolvimento das plantas. A Resultados e Discussão
formulação comumente utilizada do meio MS
Para a variável número de brotações por explantes,
(Murashige e Skoog, 1962) inicialmente foi
(A) foi possível observar que houve uma tendência
desenvolvida para a cultura do tabaco (Nicotiana
de decréscimo na taxa de brotação, conforme a
tabacum L.), e muitas culturas como a
concentração do CaCl 2 do meio de cultura foi
framboeseira (Rubus idaeus L.) variam as
aumentada, comportamento inverso verificou-se
respostas de crescimento e desenvolvimento, em
para o comprimento das brotações (B) e, notou-se
função do meio de cultura no qual estão inseridas.
então, que quanto mais brotações são emitidas
Sendo assim, é necessário a definição dos
pelo explante, menor o seu comprimento.
componentes minerais mais importantes para o
crescimento in vitro das plantas, como por
A
exemplo, o Cálcio que é necessário para a síntese
da parede celular, além de desempenhar papel
importante como um segundo mensageiro na
regulação dos processos celulares. De modo que,
a deficiência ou a toxidez deste nutriente pode
ocasionar, sintomas como crescimento retardado,
hiper-hidratação ou clorose nas brotações (Reed et
al. 2013). O objetivo deste trabalho foi determinar a
quantidade ótima de CaCl 2 , para caracterizar o
efeito sobre o crescimento e o desenvolvimento da B
cultivar de framboeseira ‘Heritage’.
Material e Métodos
O trabalho foi conduzido no Laboratório de
Micropropagação de Plantas do Departamento de
Fitotecnia e Fitossanitarismo da Universidade
Federal do Paraná, em Curitiba, PR. Foram
utilizados como explantes, brotações de
framboeseira da, cultivar, ‘Heritage’ (Rubus idaeus
Figura 1. Número de brotações (A) e comprimento
L.) com aproximadamente 2 cm de comprimento,
de brotações por explantes (B), em função de
oriundas do cultivo in vitro. O meio de cultura
diferentes concentrações de cloreto de cálcio.
utilizado foi o MS (Murashige e Skoog, 1962) com a
UFPR, Curitiba-PR, 2017.
concentração de ferro acrescida a 50%, 100 mg L-1
de mio-inositol, 1 mg L-1 de BAP (6-
benzilaminopurina), 30 g L-1 de sacarose e 7 g L-1 Conclusões
de ágar, sendo o pH ajustado para 5,8, antes da Para a cultivar ‘Heritage’, a concentração ótima de
inclusão do ágar e, posteriormente autoclavado a CaCl 2 é a 0,5x a formulação do meio MS.
121°C e 1,5atm por 20 minutos. Após a inoculação
em meio de cultura, os explantes foram mantidos Referências bibliográfia
em sala de crescimento, sob condições Murashi, T.A revised medium for rapid growth and bioassay with
controladas. O delineamento experimental utilizado tabacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, Kobenhavn, v. 15, p.
foi em inteiramente casualizado, com uma cultivar 473-497, 1962.
Reed BM, Wada S, DeNoma J, Niedz RP. Mineral nutrition influences
(‘Heritage’) e cinco concentrações de CaCl 2 (0; 1; physiological responses of pear in vitro. In Vitro Cell Dev Biol Plant
1,5; 2,0 e 3,0 x a formulação do meio MS), 49:699–709, 2013.
totalizando cinco tratamentos com quatro
repetições, sendo cada repetição constituída por
dois frascos com cinco explantes cada. Foram
avaliados três subcultivos com intervalo de 30 dias.

1
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Enraizamento de miniestacas semilenhosas de videira ‘Chardonnay’
Daniele C. Nascimento1, Márcia W. Schuch2
1UFPel/PPGA (PG). Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Campus Capão do Leão, 96010-900, Pelotas-RS.
dcn.biologia@gmail.com; 2UFPel (PQ). Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Campus Capão do Leão, 96010-900, Pelotas-RS.
marciaws@ufpel.edu.br.

Palavras Chave: Vitis vinífera, miniestaquia, propagação, substrato.

Introdução raízes não houveram diferenças significativas entre


A estaquia semilenhosa pode permitir a obtenção de os substratos testados. Analisando a influência de
maior quantidade de mudas de videira, superior à substratos no enraizamento de estacas herbáceas
produzida convencionalmente (Brazão, 2009). A de porta-enxertos de videira, Roberto et al. (2004)
escolha do substrato é um dos fatores verificaram que, o substrato de casca de arroz
determinantes no sucesso do enraizamento de carbonizada proporcionou um maior
estacas para a propagação vegetativa. A utilização desenvolvimento radicular das estacas do que a
de substratos formulados a partir de resíduos da vermiculita de grânulos finos e médios. Estes
agroindústria torna-se uma alternativa para redução resultados são justificados pelos referidos autores,
de custos e melhor destinação destes materiais provavelmente, devido à melhor drenagem e boa
(Simões et al., 2012). Este trabalho teve como porosidade conferida pela casca de arroz
objetivo avaliar o enraizamento de miniestacas carbonizada.
semilenhosas de videira ‘Chardonnay’ utilizando
diferentes substratos. Tabela 1. Porcentagem de sobrevivência e de
enraizamento, CMR (comprimento médio de raízes)
Material e Métodos e número de raízes de miniestacas semilenhosas de
O trabalho foi realizado no Laboratório de videira ‘Chardonnay’ em diferentes substratos.
Micropropagação de Plantas Frutíferas da
Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS.
Foram utilizadas miniestacas semilenhosas de
videira ‘Chardonnay’ contendo três gemas e sem
folhas. A base das mesmas foi imersa por 10
segundos em solução de AIB (1000 ppm) e
acondicionadas em embalagens plásticas contendo *Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
os seguintes substratos: H. Decker®, H. Decker® + pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
S10 Beifort®, H. Decker® + vermiculita e H. Decker® ns não significativo.

+ casca de arroz carbonizada (CAC). A composição


do substrato H. Decker® é turfa, CAC e nutrientes, e
Conclusões
o S10 Beifort® possuí na sua composição bagaço e A miniestaquia semilenhosa de videira ‘Chardonnay’
outros resíduos da indústria vinícola. O pode ser realizada em substrato H. Decker® + CAC,
delineamento experimental foi inteiramente obtendo-se uma boa porcentagem de sobrevivência
casualizado, com quatro tratamentos, contendo e de enraizamento. No entanto, há necessidade de
quatro repetições compostas por 15 miniestacas. aprimorar a técnica com a adequação dos
Aos 60 dias foram avaliadas porcentagem de recipientes, manejo de irrigação e de fungicidas,
sobrevivência, porcentagem de enraizamento, visto que há uma grande perda de material devido à
número de raízes, comprimento médio das raízes e contaminação fúngica.
número de brotações. Os dados foram submetidos à Agradecimentos
análise de variância e à análise de médias pelo teste Ao PPGA/UFPel pelo fomento à pesquisa.
de Tukey, a 5% de probabilidade de erro.
Referências bibliográficas
Resultados e Discussão Brazão, J. Enraizamento de estacas semilenhosas de variedades de
O substrato H. Decker® + CAC apresentou melhores videira (Vitis vinifera L.). 2009. 73f. Tese de Doutorado. Universidade
resultados para as variáveis porcentagem de de Évora.
sobrevivência (70,0%) e de enraizamento (61,1%) Roberto, S.R., Neves, C.S.V.J., Jubileu, B.S., Azevedo, M.C.B.
Avaliação do enraizamento de pâmpanos de porta-enxertos de videira
(Tabela 1). Esses dados estão relacionados, pois a em diferentes substratos avaliados mediante imagens. Acta Scientiarum.
maioria das estacas sobreviventes apresentou Agronomy, v. 26, p. 85-90, 2004.
enraizamento. Para a variável número de raízes, o Simões, D., Da Silva, R. B. G., Da Silva, M. R. Composição do
substrato H. Decker® + S10 Beifort® obteve o melhor substrato sobre o desenvolvimento, qualidade e custo de produção de
resultado, não diferindo significativamente dos mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden× Eucalyptus urophylla
ST Blake. Ciência Florestal, v. 22, n. 1, p. 91-100, 2012.
substratos H. Decker® + CAC e H. Decker® +
vermiculita. Em relação ao comprimento médio de

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Crescimento in vitro de calos do porta-enxerto de macieira ‘G. 874’
Samila S. Camargo1*, Aline Meneguzzi1, Fernanda E. A. Bastos1, Gabriela M. Paiano2, Lediane Bisol2, André L. K.
de Souza3, Leo Rufato4
1CAV/UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. samilasc@yahoo.com.br; 2CAV/UDESC
(IC); 3EPAGRI – Estação Experimental de Videira (PQ); 4CAV/UDESC (PQ).

Palavras Chave: Malus domestica, micropropagação, calogênese, meio de cultura, reguladores de crescimento.

Introdução As taxas de oxidação e friabilidade dos explantes


O estudo se baseia na necessidade e importância calogênicos oriundos de folhas in vitro são
de obtenção de materiais de qualidade de porta- demonstrados na tabela 1, onde verifica-se que não
enxertos a partir da técnica de propagação in vitro, a houve interação entre os meios de cultura e
qual possibilita uma maior homogeneidade das combinações de citocinina e auxina.
plantas produzidas, em um reduzido período de
tempo e além disso, a possibilidade de conservação Tabela 1. Oxidação (%) e taxa de friabilidade (%) de
de germoplasma. O objetivo foi verificar a influência calos de explantes foliares de ‘G. 874’ em dois
do meio de cultura e combinações de concentrações meios de cultura (MS e QL modificado) e sete
de auxina e citocinina no crescimento de calos in combinações de citocinina e auxina (BAP e ANA).
vitro do porta-enxerto de macieira cv. G. 874. Oxidação (%) Friabilidade (%)
Material e Métodos MS 33,23 ns
68,51 a*
Utilizou-se um delineamento inteiramente QL modificado 30,35 35,13 b
casualizado, a partir da utilização de explantes
foliares, já estabelecidos na técnica de cultivo in 0 BAP + 0 ANA 16,60 c 66,66 a
vitro. Dois meios de cultivos foram estudados (MS – 2 BAP + 0 ANA 16,63 c 66,59 a
Murashige and Skoog, 1962 e QL modificado – 4 BAP + 0 ANA 23,26 bc 66,57 a
Leblay et al., 1991), além de sete combinações da
citocinina BAP (6-benzilaminopurina) e da auxina 0 BAP + 2 ANA 43,13 ab 43,29 b
ANA (ácido α-naftaleno acético), totalizando 14 0 BAP + 4 ANA 56,56 a 33,29 bc
tratamentos com cinco repetições de quatro 2 BAP + 2 ANA 13,20 c 49,83 b
explantes cada. Após 90 dias, as variáveis
analisadas foram volume dos calos (cm³), oxidação 4 BAP + 4 ANA 53,16 a 36,50 c
(%) e taxa de friabilidade dos explantes (%). Foi CV (%) 8,75 9,11
realizada a análise de variância a partir do teste F e *Significativo pelo teste de F, onde médias seguidas por
a comparação pareada das médias pelo teste de letras diferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%
Tukey com probabilidade de erro de 5%. de probabilidade. ns não significativo.

Resultados e Discussão Os explantes apresentaram maior taxa de oxidação


O meio de cultivo MS com a combinação equilibrada com a presença de 4 mg.L-1 de ANA ou com a
dos dois reguladores de crescimento estudados (2 combinação de 4 mg.L-1 de BAP e ANA, não
mg.L-1 de BAP + 2 mg.L-1 de ANA) proporcionaram diferindo do tratamento com somente 4 mg.L-1 de
um maior crescimento dos calos de ‘G. 874’, com ANA.Calos mais friáveis foram desenvolvidos no
uma média de 2,5 cm3 (Figura 1). meio de cultivo MS e nos tratamentos sem os
reguladores de crescimento ou somente com a
presença de citocinina, nas concentrações de 2 e 4
mg.L-1.
Conclusões
O meio de cultivo MS, com a adição da combinação
equilibrada de 2 mg.L-1 de BAP e ANA proporciona a
formação de calos in vitro de ‘G 874’ de maior
volume. Além disso, o cultivo isolado em MS,
proporciona calos com maior friabilidade do que
quando cultivados em meio de cultura QL
modificado.
Referências bibliográficas
Murashige, T. and Skoog, F. A revised medium for rapid growth and
Figura 1. Volume dos calos formados, em cm³, de bioassay with tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, 1962, v.
15, p. 473-497.
explantes foliares do porta-enxerto ‘G. 874’ em dois Leblay, C. et al. Adventitious shoot regeneration from in vitro leaves of
meios de cultura (MS e QL modificado) e sete several pear cultivars (Pyrus communis L.). Plant Cell, Tissue and
combinações de citocinina e auxina (BAP e ANA). Organ Culture, 1991, v. 25, p. 99-105.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da desfolha e de aplicações de ABA e de extratos vegetais na qualidade
fenólica do vinho de uvas cv. Malbec

Isabela L. Pessenti¹; Ricardo A. Ayub¹; Sérgio Ruffo Roberto2, Lilian Yukari Yamamoto3, Renato V. Botelho3
1UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Av. General Carlos Cavalcanti, 84030-900 – Ponta Grossa – PR.
isabelaleticiapessenti@gmail.com (PG); rayub@uepg.br (PQ). ²UEL – Universidade Estadual de Londrina, Rodovia Celso Garcia Cid
Km 380, CEP 86.057-970 - Londrina – PR. sroberto@uel.br(PQ). ³UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste, R. Simeão
Varela de Sá, 85040-080 - Guarapuava – PR. rbotelho@unicentro.br (PQ).

Palavras Chave: Vitis vinifera L., Malbec, vinho, antocianinas, região de altitude.

Introdução a
O manejo adequado do dossel vegetativo na videira,
tem efeito na composição do vinho, propiciando
melhoria na qualidade, como no teor de álcool, na
cor e na estrutura do vinho. A coloração das bagas
de uvas tintas é produzida por um grupo de
antocianinas que proporciona características
importantes na elaboração de vinhos tintos de
qualidade. O acúmulo de antocianinas é regulado,
ao menos em parte, pelo ácido abscísico, sendo que
as aplicações exógenas deste regulador vegetal
podem aumentar as concentrações de antocianinas
e compostos fenólicos nas uvas (BURAN et al.,
2012). O capim-limão e o gervão são plantas b
medicinais que possuem muitos compostos
poderiam alterar a maturação das uvas. O objetivo
deste trabalho foi verificar o efeito da desfolha e das
aplicações de ácido abscísico ou de extratos
vegetais na qualidade do vinho de uvas cv. Malbec.
Material e Métodos
O experimento foi em blocos casualizados com 8
tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram os
seguintes: 1) testemunha (TEST); 2) desfolha no
início da maturação (DIM); 3) desfolha 21 dias antes Figura 1. Teor de antocianinas (a) e polifenóis totais
colheita (D21); 4) ácido abscísico (ABA) 200 mg L-1 (b) do vinho de uvas cv. Malbec na safra 2015/16.
(ABA 20); 5) ABA 400 mg L-1 (ABA40); 6) ABA 600 UEPG, Ponta Grossa-PR.
mg L-1 (ABA60); 7) extrato de gervão 100 g L-1 Médias seguidas de mesma letra não se diferem entre si pelo
teste de Duncan (p≤0,05).
(GERVÂO) e 8) extrato de capim limão 100 g L-1 (C.
LIMÃO). As aplicações de ABA foram realizadas no Conclusões
início da maturação dos cachos (fase de pintor) e as A aplicação de ácido abscísico promoveu aumento
soluções de extratos vegetais de gervão e capim no teor de antocianinas e polifenóis, melhorando a
limão foram aplicados 21 dias antes da colheita. qualidade do vinho Malbec. Não foram observadas
Após a colheita, realizou-se a microvinificação. diferenças significativas para as aplicações de
Decorrido o engarrafamento, realizou-se o teor de extratos vegetais.
antocianinas e polifenóis totais.
Agradecimentos
Resultados e Discussão Agradeço à CAPES, LaBFrut/UEPG e ao Grupo de
Na Figura 1a, observa-se que o tratamento ABA60 Fruticultura e Pós Colheita/Unicentro.
dobrou o teor de antocianinas em relação à
testemunha. Para polifenóis totais (Figura 1b), as Referências bibliográficas
aplicações de ABA e D21 diferiram estatisticamente Buran, et al. Effects of exogenous abscisic acid on fruit quality,
dos demais. Esse incremento também foi observado antioxidant capacities, and phytochemical contents of southern
por Koyama et al. (2014) e Yakamoto et al. (2015) high bush blueberries. Food Chemistry 132. 1375–1381. 2012.
Koyama, R. et al. Épocas de aplicação e concentrações de ácido
observaram que as aplicações exógenas de ácido abscísico sem incremento da cor da uva 'Isabel'. Semina:
abscisico incrementam maior teor de antocianinas e Ciências Agrárias, v. 35, p.1697-1706, 2014.
polifenóis totais nas bagas e suco da uva Isabel. Yakamoto, L. Y. et al. Color of berry and juice of ‘Isabel’ grape
treated with abcisic acod in diferente ripening stages. Pesq.
Agropec. Bras., Brasília, v.50, n.12, p.1160-1167, 2015.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Características do aroma de vinhos Cabernet Sauvignon produzidos com uvas
desidratadas
Carolina Pretto Panceri1,2, Luigi B. Pretto Panceri3, Marcel Giovani Salante4, Marilde T. Bordignon-Luiz5
1IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina (PQ), Estrada do Senadinho, s/n, 88625-000, Urupema – SC. carolina@panceri.com.br;
2UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina (PG), Rod. Admar Gonzaga 1346, Itacorubi, 88034-001, Florianópolis-SC.
3UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina (IC), SC 135, KM 180, nº 2500, 89620-000, Campos Novos – SC. 4Vinícola

Panceri Ltda (TM), Linha Leãozinho s/n, Interior, 89642-000, Tangará – SC; 5UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina (PQ),
Rod. Admar Gonzaga 1346, Itacorubi, 88034-001, Florianópolis-SC.

Palavras Chave: Desidratação em ambiente controlado, compostos voláteis, característica sensorial.

Introdução Tabela 1. Composição volátil total de vinhos


A desidratação de uvas em ambiente controlado é Cabernet Sauvignon produzidos com uvas
um processo pré-fermentativo utilizado para desidratadas.
T0 T30 T40
proporcionar ganhos qualitativos pois gera aumento Ʃ Terpenos (µg L-1) 39,20±0,74c 42,70±0,42b 63,15±0,48a
de sólidos solúveis totais e metabólitos secundários. Ʃ C13-norisoprenoides
As mudanças no perfil fenólico e volátil, influenciam (µg L-1)
60,61±0,19c 114,14±0,04b 129,46±0,63a
na qualidade sensorial dos vinhos, sobretudo na cor, Ʃ Álcoois superiores
99,09 ± 034a 84,05±0,23b 66, 23±0,27c
adstringência, amargor e aroma (Figueiredo- (mg L-1)
Ʃ Ésteres (mg L-1) 35,01±0,03a 29,73±0,14b 22,08±0,1c
González et al., 2013). O objetivo deste estudo foi Ʃ Lactonas (mg L-1) 2,38±0,08a 1,77±0,09b 1, 62 ± 0,11c
avaliar o efeito do processo de desidratação sobre Ʃ Aldeídos (µg L-1) 161,19±0,38c 328,07±0,28b 751,27±0,56a
as características do aroma de vinhos Cabernet Ʃ Ácidos graxos
2,99±0,02c 3,40±0,17a 3,07±0,17b
(mg L-1)
Sauvignon utilizando a análise de compostos Ʃ Derivados da vanilina
voláteis e análise sensorial descritiva quantitativa. (mg L-1)
0,74±0,12c 1,78±0,16b 2,31±0,14a

Letras diferentes para o mesmo composto indicam diferença


Material e Métodos significativa de acordo com Teste de Tukey (p<0,05) entre as
Uvas Cabernet Sauvignon produzidas na região de amostras de vinho.
Tangará, estado de Santa Catarina (latitude S
27º11,026’, longitude O51º10,913’ e altitude de 970 Tabela 2. Intensidade relativa dos atributos de aroma
metros acima do nível domar) foram colhidas determinados por ADQ.
Vinhos
quando atingiram 21 ± 1 °Brix.
Atributos de
A desidratação das uvas foi realizada conforme aroma
T0 T30 T40
processo patenteado (Panceri et al., 2013) e as Frutas vermelhas 37,2±2,9a 38,9±0,3a 14,2±0,2b
amostras de vinho foram elaborados com uvas Vegetal 33,2±0,9a 29,1±0,6b 18,6±0,12c
controle (sem desidratar) e com uvas desidratadas Baunilha 13,4±1,0c 22,6±0,3b 25,5±0,6a
Madeira 21,0±0,6c 27,0±0,8b 32,4±2,7a
30% e 40% em ambiente controlado (7°C, 35% UR Café 13,5±0,8c 17,8±0,9b 24,8±0,2a
e 12m³/s de fluxo de ar). Álcool 37,2±1,0c 46,5±1,6b 52,5±1,6a
Análise de compostos voláteis foi realizada Chocolate 16,2±1,2a 16,7±2,0a 18,3±1,7a
utilizando micro extração em fase sólida (SPME) e Especiarias 22,5±1,3a 21,6±1,4a 21,6±1,0a
analise por cromatografia gasosa (GC-FID/GC-MS). Letras diferentes para o mesmo atributo indicam diferença
significativa de acordo com Teste de Tukey (p<0,05) entre as
Análise sensorial foi realizada com uma equipe de amostras de vinho.
11 julgadores experts, os quais desenvolveram e
definiram oito termos descritivos para posterior Conclusões
avaliação da intensidade relativa. O processo de desidratação de uvas em ambiente
controlado modificou os teores de compostos
Resultados e Discussão voláteis dos vinhos influenciando seu perfil sensorial,
Os vinhos foram analisados e foram identificados e podendo ser considerado um processo inovador
quantificados 33 compostos voláteis e os vinhos para produção de vinhos de alto valor agregado.
produzidos com uvas desidratadas apresentaram
maior teor total de derivados de vanilina, Agradecimentos
principalmente ácido vanílico e de aldeídos, Ao CNPq, CAPES e FAPESC pelo fomento à
enquanto os vinhos controle apresentaram maior pesquisa e bolsas de estudo. À Vinícola Panceri
teor total de aromas primários, ésteres e álcoois pelas amostras de uva e realização das vinificações.
superiores. A análise sensorial demonstrou que os
vinhos produzidos com uvas desidratadas Referências bibliográficas
apresentaram maior intensidade dos atributos café, Figueiredo-González M.; Cancho-Grande B. e Simal-Gándara J.
madeira, baunilha e álcool, enquanto o vinho Trends Food Sci Tech. 2013, 31:36–54.
Panceri et al. Food Res Int. 2013, 54:1343-1350.
controle apresentou aromas de frutas vermelhas e
vegetal.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Potencial de variedades de uvas americanas para a elaboração de suco em Lages –
Santa Catarina
Juliana Reinehr1*, Ricardo Allebrandt1, Betina Pereira de Bem1, Adrielen Canossa1, Douglas André Wurz1, Bruno
Bonin1, Aline Melo2, Robson Martins2, Aike Anneliese Kretzschmar3
1UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. julireinehr@gmail.com;
2UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 3UDESC – Centro de Ciências
Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: Bordô, Concord, Isabel Precoce.

Introdução Resultados e Discussão


A região do planalto catarinense hoje pode ser Através da Tabela 1, pode-se constatar que as três
considerada como uma região muito promissora variedades de uva apresentam maturação
para a produção de frutas de clima temperado. Com tecnológica desejável para a elaboração de suco de
um mercado mais exigente, tanto em segurança uva de qualidade. Rizzon & Meneguzzo (2007),
alimentar, como por uma diversificação na mesa do relatam que as uvas com uma boa maturação
consumidor por outras frutas. Desta forma, os favorecem a obtenção de suco de qualidade, e além
produtores não conseguem mais viver somente de de apresentarem maior teor de açúcar, possuem
uma monocultura. Portanto, o cultivo de uvas menor acidez e, consequentemente, melhor relação
americanas torna-se uma alternativa para a açúcar/acidez.
diversificação da propriedade. As uvas americanas
são tradicionalmente cultivadas em outras regiões Tabela 1. Sólidos Solúveis Totais (SST), Acidez
sul do Brasil pela alta produtividade e boa Total Titulável e pH das variedades Isabel Precoce,
resistência a doenças. Diante de suas Concord e Bordô cultivadas no munícipio de
características organolépticas são destinadas para o Lages/SC para elaboração de suco de uva na safra
consumo in natura, elaboração de vinhos comuns e 2016/2017.
principalmente na produção de suco de uva, Sólidos Acidez
fornecendo matéria-prima ideal para o Variedade Solúveis Total pH
processamento em suco, pois não perdem suas Totais (SST) (meq.l-1)
características aromáticas e gustativas com o
processamento industrial. Tem-se como objetivo Isabel Precoce 18,0 a 54,6 a 3,0 a
deste trabalho avaliar a composição química de três Concord 16,5 b 43,4 a 3,0 a
cultivares de uva americanas (Bordô, Concord e Bordô 15,7 b 63,8 a 2,9 a
Isabel Precoce) no munícipio de Lages – SC, visto *Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre
que, estas variedades apresentam boa si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro.
produtividade e se destacam para a elaboração de
suco. As três variedades estudadas apresentam adequada
maturação para a elaboração de suco, no entanto,
Material e Métodos ressalta-se que a variedade Isabel Precoce
O experimento foi realizado no vinhedo apresenta valor superior de sólidos solúveis, não
experimental, localizado no Centro de Ciências diferindo estatisticamente na acidez total titulável e
Agroveterinárias da Universidade do Estado de pH.
Santa Catarina (CAV/UDESC), situado no munícipio
de Lages – Santa Catarina. O vinhedo foi implantado Conclusões
no ano de 2013, enxertado sobre o porta-enxerto As cultivares Concord, Bordô e Isabel Precoce
Paulsen 1103, espaçamento de 3x1,5m, e apresentam maturação tecnológica favorável para a
conduzido no sistema semi-latada. As variedades elaboração de suco de uva, podendo assim ser
avaliadas foram: Isabel Precoce, Concord e Bordô. cultivada em Lages – Santa Catarina.
O trabalho foi conduzido na safra 2016/2017, sendo Sendo uma alternativa para a diversificação da
realizada a colheita no mês de fevereiro de 2017. atividade agrícola no munícipio e região, visto que a
Foram coletadas amostras de cada uma das comercialização de suco de uva no Brasil tem
variedades, sendo realizada análises da maturação apresentado um constante crescimento, podendo
tecnológica: sólidos solúveis totais, acidez total ser um complemento na renda dos produtores
titulável e pH. O delineamento experimental utilizado rurais.
foi o de blocos ao acaso, com quatro blocos e oito Os dados verificados nesse estudo estão de acordo
plantas por repetição. As médias foram submetidas com o cultivo de uvas americanas em outras regiões
à análise de variância (ANOVA) e a detecção de do Brasil destinadas ao processamento e
diferenças significativas entre os tratamentos foi elaboração do suco de uva.
obtida através do teste Tukey (α=0.05).
Referências bibliográficas
Rizzon, A., L.; Meneguzzo, J. Suco de uva. 2007, 45p.

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XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Estabilidade de suco ‘Isabel Precoce’ feito na panela extratora em pequenas
propriedades rurais

Sandra D. C. Mendes1, Cristiane de Lima Wesp1, Remi Dambros1, Silvana Dallazem1


1Epagri Estação Experimental de Videira (PQ). Rua João Zardo, 1660, Campo Experimental, 89560-000, Videira.
mendes@epagri.sc.gov.br;

Palavras Chave: potencial antioxidande, polifenois totais, estabilidade físico-química.

Introdução O teor de sólidos solúveis (SS) médio de 13,27±0,75


A cor é uma das principais características de °Brix (a 20°C), a acidez total (AT) expressa em
apreciadas pelo consumidor, sendo um importante ácido tartárico seja superior a 0,67 ±0,04 g 100g-1,
atributo que pode ser utilizado, junto com outras sendo que mantiveram estáveis durante o período
variáveis, como indicador da qualidade do suco de de estudo da vida de prateleira. As amostras
uva. No entanto, não há uma preocupação primária apresentaram expressiva atividade antioxidante, que
dos produtores de sucos de uvas produzidos pelo se correlacionou com o conteúdo fenólico, de modo
processo chamado popularmente de “panela geral, sofreram poucas variações durante o período
extratora”, para consumo próprio ou não, com a vida estado como apresentado na tabela 1
de prateleira e estabilidade do produto que está
diretamente relacionado com alteração da cor, e Tabela 1. Vida de Prateleira de suco de Isabel
possível perda da atividade antioxidante. Neste Precoce
trabalho descrevemos pela primeira vez avaliação
da vida de prateleira associada com a atividade
antioxidante e polifenóis, bem como o teor de cor
dos sucos de uva ‘Isabel Precoce’ elaborada pelo
método de extração a quente. Observou-se que
durante os 210 dias, os sucos permaneceram
estáveis e de modo que suas propriedades
nutrifuncionais permaneceram bioativas.
Material e Métodos
Para a elaboração do suco da variedade Isabel
através do método de extração a quente, foi utilizada
18,7 Kg de uva proveniente da Estação
Experimental de Videira - Epagri, Santa Catarina. A Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
temperatura da massa foi mantida entre 80 a 90 ̊C, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
controlados por termopares. Para o envasamento a
temperatura foi mantida entre 85 a 88 ̊C. No final do Conclusões
processo obteve-se 8,7 L de suco da variedade A capacidade antioxidante da matriz do suco de uva
‘Isabel Precoce’, com rendimento de 48,6 % em Isabel precoce não é somente a soma das
suco. Os sucos foram mantidos protegidos de fontes capacidades antioxidantes de cada um de seus
de calor e temperatura ambiente controlada. Após componentes. Também depende do microambiente
processamento do suco foram realizadas as que se encontra o composto, no caso a influência do
análises de amostras em triplicatas dos seguintes ambiente que esta armazenada. De modo geral, os
determinações: Potencial hidrogeônico (pH), Acidez componentes físico-químicos do suco de uva
total (AT- g 100g-1), Sólidos solúveis totais (SST- sofreram poucas variações em função do tempo de
Brix°), Teor de cor, Polifenóis totais (mg.L-1) e armazenamento.
atividade antioxidante pelo método de DPPH –
TEAC (%) nos tempos 0 a 210 dias. Os dados foram
Agradecimentos
submetidos à análise de variância e à análise de À Epagri, Fapesc.
médias pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade Referências bibliográficas
de erro.
Kukoski, E. M.; Asuero, A G.; Troncoso, A. M.;
Mancini-Filho, J.; Fett, Roseane. Aplicacion de
Resultados e Discussão diversos métodos químicos para determinar
Em relação à composição, o suco de uva de Isabel actividad antioxidant en pulpa de frutos. Ciênc.
Precoce apresentou coloração vinho, com aroma e Tecnol. Aliment., 2005. 25. 726.
sabor próprio.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Fosfato diamônico como fonte de nutrição para crescimento de Saccharomyces
cerevisiae
Maria Eduarda Bosquetti Bittencourt¹, Tiago Camponogara Tomazetti², Leila do Nascimento Vieira2; Hugo
Pacheco de Freitas Fraga3, Márcia Denise Rossarolla2, Miguel Pedro Guerra4, Aparecido Lima da Silva4
1
Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências Agrárias (UFSC-CCA), Curso de Agronomia (IC) Avenida Admar
Gonzaga, 1.346, 88034-000, Itacorubi, Florianópolis, SC duda-h-ta@hotmail.com; 2UFSC-CCA, Recursos Genéticos Vegetais (PG);
3Universidade Federal do Paraná – Centro Politécnico, Setor de Ciências Biológicas, Departamento de Botânica (PQ); 4UFSC-CCA,

Recursos Genéticos Vegetais (PQ)

Palavras Chave: Biotecnologia, Leveduras, Nitrogênio, DAP, in vitro.

Introdução Resultados e Discussão


Leveduras são responsáveis pela fermentação de Não foram observadas diferenças significativas
açúcares e produção de bebidas alcoólicas como entre os tratamentos contendo ou não DAP (Figura
vinhos, cervejas, hidromel, entre outras, 1). Apesar dos nutrientes oferecidos pelo fosfato
influenciando características aromáticas e diamônico (Nitrogênio e Fósforo) serem importantes
gustativas destes produtos. A espécie mais utilizada para a sobrevivência das leveduras, o crescimento
e conhecida para o processo fermentativo é a das mesmas não apresentou diferença entre as
Saccharomyces cerevisiae. Nos vinhos a cepa diferentes concentrações acrescentadas ao meio de
escolhida de S. cerevisiae determinará a sua cultura in vitro. Neste sentido a utilização do DAP
qualidade e perfil sensorial. Durante a primeira não se é necessária para o desenvolvimento de S.
fermentação (alcoólica) a quantidade de nutrientes cerevisiae em meio de cultura quando esta é
disponíveis para as leveduras diminui cultivada in vitro. Novos estudos necessitam serem
consideravelmente, sendo rotineiro a adição de realizados para testar as necessidades nutricionais
Fosfato Diamônico (DAP), vitaminas e outros desta levedura em condições de fermentação de
compostos. Neste sentido o DAP oferece ao meio bebidas alcoólicas.
fermentativo altas concentrações de Nitrogênio e
Fósforo em forma assimilável. Devido a isto, o
objetivo com este trabalho foi conhecer a curva de
crescimento de S. cerevisiae em diferentes
concentrações de DAP como fonte de nutrientes.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em parceria entre o
Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e
Genética Vegetal e Laboratório de Certificação de
Mudas e Virologia no Departamento de Fitotecnia,
(CCA - UFSC). Foram testadas 5 concentrações de
DAP, o branco foi considerado apenas o meio YD
(1% Yeast Extract + 2% Dextrose), foram testadas Figura 1. Curvas de crescimento de S. cerevisiae
as concentrações de 0,0 g L-1; 0,5 g L-1; 1,0 g L- em diferentes concentrações de DAP.
1;1,5 g L-1 e 2,0 g L-1 de DAP. Os tratamentos
*Barras verticais representam o Erro Padrão da Amostra.
consistiram em quatro repetições de quatro
replicatas com 150 µL de meio de cultura dispostos Conclusões
em microplacas, onde foram adicionados 10 µL de Todas as concentrações de DAP foram eficientes
cultura de leveduras crescidas em overnight em para o crescimento de leveduras, sendo este
meio YPD (1% Yeast Extract + 2% Peptone + 2% reagente não essencial para o cultivo in vitro de
Dextrose), a incubação foi realizada em 37 °C. A Saccharomyces cerevisiae.
levedura utilizada neste estudo foi oriunda de
seleção realizada em vinhos de fermentação Agradecimentos
espontâneas coletadas na serra catarinense. As À UFSC e à vinícola Villaggio Bassetti.
medidas de densidade de células foram tomadas
Referências bibliográficas
em leitora de microplacas (Biosystem – Elx 808) Nogueira, A.; Alberti, A.; Dantas, A. P.; Mongruel, C.; Wosiacki,
para densidade óptica em 630 nm (OD 630 ), estas Influência da cepa de Saccharomyces cerevisiae na cinética de
medidas foram realizadas em cinco intervalos de fermentação do vinho de maçã, Revista Brasileira de Tecnologia
120 minutos. As concentrações foram comparadas Agroindustrial, v, 01, n° 01, Paraná, 2007. 30-36.
através de análises de regressão entre o logaritmo
natural da densidade OD 630 em função do tempo de
crescimento.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

Leveduras autóctones na fermentação de vinhos finos da serra


catarinense
Tiago Camponogara Tomazetti1, Márcia Denise Rossarolla1, Leila do Nascimento Vieira1; Hugo Pacheco de
Freitas Fraga2, Miguel Pedro Guerra3, José Afonso Voltolini3, Rubens Onofre Nodari3, Aparecido Lima da Silva3
1
Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências Agrárias (UFSC-CCA), Recursos Genéticos Vegetais (PG) Avenida
Admar Gonzaga, 1.346, 88034-000, Itacorubi, Florianópolis, SC tctomazetti@gmail.com; 2Universidade Federal do Paraná –
departamento de botânica, setor de ciências biológicas, centro politécnico (PQ); 3UFSC-CCA, Recursos Genéticos Vegetais (PQ)

Palavras Chave: Microrganismo, microvinificação, fermentação espontânea, Saccharomyces spp., enologia.

Introdução Resultados e Discussão


A produção de vinhos é uma técnica milenar, que A fermentação alcoólica ocorreu em oito dias para o
impulsionou o cultivo da videira a se expandir pelo mosto utilizando a adição de leveduras, alcançando
mundo. Impulsionando o mercado vitivinícola a teor alcoólico de 13,4 e 13,1 % (v/v)
alcançar novas fronteiras. Atualmente, a serra respectivamente para a levedura autóctone e
catarinense, em especial a região de São Joaquim, comercial, a fermentação espontânea foi completa
tem se destacado pela produção de vinhos finos. somente aos 12 dias, alcançando teor alcoólico de
Além da videira, as leveduras utilizadas para a 13,1% (Figura 1). A conversão de açucares em
fermentação também são componentes importantes álcool foi semelhante entre os tratamentos, a maior
na produção dos vinhos e, de forma oculta, devido a eficiência foi obtida com a levedura autóctone e
expansão da viticultura, também foram difundidas menor eficiência com a fermentação espontânea
pelo mundo. No entanto, poucos estudos são (Tabela 1).
realizados baseados na utilização de linhagens de
leveduras autóctones em determinadas regiões,
devido a esta carência de informação, o presente
trabalho foi realizado com o objetivo de estudar o
desempenho de uma linhagem de leveduras
autóctone de São Joaquim, SC, para fermentação
alcoólica de ‘Cabernet Sauvignon’.
Material e Métodos
As uvas utilizadas neste estudo foram coletadas em
área de cultivo comercial da vinícola Villaggio
Bassetti, em São Joaquim-SC, a vinificação foi
realizada no Centro de Ciências Agrárias da UFSC,
bagas sadias foram selecionadas e esmagadas Figura 1. Evolução do teor alcoólico estimado e
manualmente, três tratamentos foram estabelecidos densidade do mosto vinificado com diferentes
em triplicata biológica, cada replicata foi constituída leveduras
de 5 L de uvas prensadas. Os tratamentos testados
foram: I) a fermentação natural (espontânea, sem Tabela 1. Eficiência de conversão de açúcar em
adição de leveduras); II) linhagem VBCS16P6A7 álcool para diferentes leveduras
(autóctone, coletada em safras anteriores no Leveduras Correlação (r) 1/α
mesmo vinhedo) e; III) levedura comercial
Espontânea – 0,9991 1,14
(Saccharomyces cerevisiae rf bayanus – blastosel,
VBCS16P6A7 – 0,9994 1,12
Verona-Itália). Os tratamentos I e II foram
Comercial – 0,9996 1,13
precedidos da adição de 70 mg L-1 de metabissulfito
de potássio. As primeiras 24 horas foram de Conclusões
maceração a frio (4 °C) ao final desta, as leveduras A levedura autóctone após isolada apresentou
foram adicionadas para concentração final de maior rapidez e melhor eficiência da conversão de
4 106 células L-1, a maceração ocorreu em açúcar em álcool no processo de fermentação
temperatura próximo a 20 °C +/- 2 °C. As medidas alcoólica.
de densidade e SST foram tomadas em intervalos
de 24 horas e o teor de álcool foi estimado de Agradecimentos
acordo com a diferença de densidade ao longo da À UFSC e à vinícola Villaggio Bassetti.
fermentação. A eficiência de conversão de açúcar
em álcool foi estimada através do inverso do Referências bibliográficas
coeficiente angular para a regressão linear onde o Fernández-Cruz, E., Álvarez-Fernández, M. A., Valero, E.,
Troncoso, A. M., and García-Parrilla, M. C. (2016).
teor de álcool estimado foi modelado de acordo com
Melatonin and derived L-tryptophan metabolites produced
o teor de açúcar no mosto (°Brix). during alcoholic fermentation by different wine yeast
strains. Food Chem. 217, 431–437. doi:
10.1016/j.foodchem.2016.08.020

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da desalcoolização parcial de vinhos tintos finos através da crioliofilização
João Felippeto1, Francieli M. Artismo2

1Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102 – Jardim Caiçara – São Joaquim. 88.600- 000
joaofelippeto@epagri.sc.gov.br; 2 UDESC-CAV (PG). Av. Luiz de Camões, 2090 - Conta Dinheiro - Lages - SC 88.520-000
Palavras Chave: Vitivinicultura, enologia, qualidade, nutracêutica.

Introdução
Os compostos fenólicos encontrados principalmente
nos vinhos tintos têm um impacto positivo na saúde
humana. Taninos e antocianinas, têm efeitos anti
microbianos e antissépticos além de uma ação
benéfica sobre o sistema cardiovascular. (Jackson,
2008; Banvolgyi et al, 2006). Por outro lado, as
restrições ao consumo de álcool, sejam por motivos
legais ou de saúde, atingem grande parte da
população e contribuem para a redução no consumo
nacional de vinhos. Portanto, um dos grandes
desafios para a enologia é encontrar um método
capaz de reduzir o percentual alcoólico do vinho,
respeitando a qualidade do produto final. O objetivo
deste trabalho foi estudar o efeito da crioliofilização
como método para a desalcoolização parcial de
vinhos tintos.
Material e Métodos
Para a realização do trabalho, foi utilizado um vinho Figuras 1 e 2. Evolução do teor alcoólico e do Índice
tinto fino, de teor alcoólico de 12ºGL, obtido através de Polifenóis Totais em função do tempo de
do corte entre as variedades Cabernet Sauvignon exposição à técnica da crioliofilização parcial.
(70%) e Merlot (30%), provenientes da região de
São Joaquim – SC e cultivadas na safra de 2011. O
experimento foi subdividido em duas etapas
complementares entre si: 1) Estabelecimento de
modelos capazes de estimar a taxa de decaimento
do teor alcoólico em função do tempo de exposição
das amostras a pressão reduzida. 2) Caracterização
dos parâmetros físico-químicos e sensoriais como
forma de compreender o comportamento do vinho
após a sua desalcoolização parcial.
Resultados e Discussão
O método mostrou-se eficiente na redução dos
teores de álcool do vinho tinto. Os resultados das Figura 3. Parâmetros sensoriais dos vinhos
análises mostraram que, nas condições desta submetidos diferentes tempos de exposição à
pesquisa, a taxa média redução foi de técnica da crioliofilização parcial.
aproximadamente 0,0367 ºGL por minuto. Os
resultados também revelaram um incremento do Conclusões
Índice de Polifenóis Totais (IPT) ao longo do tempo, - A técnica da crioliofilização se mostrou eficiente
atingindo valores próximos a 20% em relação a como método para a redução dos teores alcoólicos
quantidade inicial destes compostos, o que denota de vinhos tintos, além de aumentar o (IPT).
um possível aumento nas propriedades funcionais - Os compontentes responsáveis pelas percepções
destes vinhos. As análises sensoriais evidenciaram sensoriais tem um decréscimo diretamente
uma forte redução da percepção das características proporcional ao tempo de exposição das amostras à
de qualidade e persistência de aromas, de forma pressão atmosférica reduzida, sem prejuízo a
que quanto maior o grau de exposição à pressão limpidez.
reduzida, menores são as suas percepções na
bebida. Estas observações revelam a provável Referências bibliográficas
Jackson, R., 2008. Wine Science 3rd Ed., Academic Press, Burlington,
volatilização de outros compostos, igualmente Massachusetts, USA.
responsáveis pela arquitetura olfativa e gustativa Banvolgyi, S., Kiss, I., Bekassy-Molnar, E., Vatai,G., 2006.
dos vinhos. Concentration of red wine by nanofiltration, Desalination, 198, pp. 8-
15.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Concentração de polifenois totais nas principais variedades de uvas viníferas
cultivadas na região de São Joaquim/SC
Emilio Brighenti1, Alberto Fontanella Brighenti1, João Felippeto1, Mateus da Silveira Pasa1, Marlise Nara Ciotta1,
Zilmar da Silva Souza1

1Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC.
brighent@epagri.sc.gov.br, albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, joaofelippeto@epagri.sc.gov.br, mateuspasa@epagri.sc.gov.br,
marlise@epagri.sc.gov.br, zilmar@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Cabernet Sauvignon., Merlot, Pinot Noir, Sangiovese, Montepulciano

Introdução Os resultados da concentração de polifenois das


A produção de vinhos nas regiões de altitude principais variedades de uvas viníferas cultivadas
elevada do estado de Santa Catarina possui em São Joaquim/SC podem ser observados na
aproximadamente 15 anos de história e é Figura 1.
relativamente recente quando comparada com
outras regiões vitícolas do Brasil. Hoje existem 35 2000
1761 a
vinícolas em operação, com uma área plantada de 1800
1556 b
1705 a

aproximadamente 600 ha, produzindo mais de 200 1600 1503 b

Polifenois Totais (mg L-1)


rótulos de vinhos brancos, tintos e espumantes 1400

(Brighenti et al., 2016). A síntese e o acúmulo de 1200

compostos fenólicos possuem forte influência das 1000

condições ambientais, tais como luz, temperatura do 800 693 c

ar, altitude, tipo de solo, disponibilidade hídrica, 600

status nutricional, incidência de doenças e outros 400

processos ligados à fisiologia da planta (Downey et 200

al., 2010). Os compostos fenólicos são importantes 0


Pinot Noir Sangiovese Cabernet Merlot Montepulciano
para o crescimento e reprodução das plantas, sendo Sauvignon
que eles também atuam como antipatógenos (em Figura 1. Concentração de polifenois totais das
condições estresse como no caso de infecções e
variedades Pinot Noir, Sangiovese, Cabernet
ferimentos) e como proteção contra a radiação UV.
Sauvignon, Merlot e Montepulciano, produzidas em
Na viticultura, estes compostos são responsáveis
São Joaquim/SC, no ciclo 2015/2016.
pela composição qualitativa e organoléptica dos
vinhos, como cor, corpo e adstringência (Rusjan et
al., 2012). O objetivo deste trabalho foi avaliar a Conclusões
concentração de polifenóis totais nas principais Os resultados mostram que as principais variedades
variedades de uvas viníferas tintas produzidas na produzidas na região de São Joaquim/SC
região de São Joaquim/SC.
apresentaram um desenvolvimento vitícola
Material e Métodos adequado. A concentração de polifenois totais variou
As amostras foram originadas da coleção de de 693 mg L-1 a 1761 mg L-1. As variedades Merlot e
variedades de uvas viníferas da Estação Montepulciano se destacaram pelas concentrações
Experimental de Pesquisa Agropecuária e Extensão mais elevadas, que são um indicativo do potencial
Rural de Santa Catarina (EPAGRI), localizada no das mesmas para a produção de vinhos aptos ao
município de São Joaquim, Santa Catarina envelhecimento.
(28°16'30"S, 49°56'09"W, altitude 1.400 m). O
vinhedo foi implantado em 2006, no espaçamento Referências bibliográficas
de 3 metros entre linhas e 1,5 metros entre plantas, Brighenti, A.F.; Brighenti, E.; Pasa, M.S. Agropecuária Catarinense,
o sistema de condução utilizado foi do tipo 2016, 29, 140-146.
Downey, M.O. ; Dokoozlian, N.K.; Krstic, M.P. American Journal of
espaldeira e as avaliações ocorreram na safra Enology and Viticulture, 2006, 57, 257–268.
2015/2016. As variedades avaliadas foram Cabernet Rusjan, D. ; Veberic, R. ; Mikulic-Petkovsek, M. European journal of
Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Sangiovese e plant pathology, 2012, 133, 1-10.
Montepulciano. As análises foram realizadas no Singleton, V.L.; Rossi, J.A. American Journal of Enology and
Laboratório de Enoquímica e Microvinificação da Viticulture, 1965, 16, 144–158.
Estação Experimental de São Joaquim. O conteúdo
de polifenóis totais (mg L-1) foi determinado
conforme o proposto por Singleton & Rossi (1965),
com o método de Folin–Ciocalteu, com leituras em
espectrofotômetro no comprimento de onda de 760
nm e utilizando o ácido gálico como padrão.

Resultados e Discussão

11
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Potencial de variedades destinadas à elaboração de espumantes em regiões de
elevada altitude de Santa Catarina
Adrielen Tamiris Canossa1*, Ricardo Allebrandt1, Betina Pereira de Bem1, Douglas André Wurz1, Juliana
Reinehr1, Alberto Fontanella Brighenti2, Ana Cristina da Silva3, Luiz Gabriel Dalmolin3, Leo Rufato4
1UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.
adrielencanossa@yahoo.com.br; 2Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São
Joaquim, SC; 3UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 4UDESC –
Centro de Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC;

Palavras Chave: Vitis Vinifera L., vinhos de altitude, vinho base, espumantização.

Introdução Resultados e Discussão


São Joaquim em Santa Catarina integra uma das Quadro 1. Conteúdo de sólidos solúveis (°Brix) e
mais recentes regiões vitivinícolas do Brasil. A acidez total titulável (meq L-1) do mosto de
atividade, que vem sendo desenvolvida há pouco variedades com potencial de elaboração de
mais de 15 anos, já se destaca na qualidade de espumantes.
uvas e vinhos produzidos. No entanto, um grande Sólidos soluvéis Acidez Total
desafio em regiões frias e úmidas como São Variedade
(°Brix) (meq L-1)
Joaquim, é o alcance de uma maturação completa
Pinot Nero 18,1 c 129,8 b
da uva, por problemas fitossanitários e pelas
noites frias que dificultam a degradação dos ácidos Chardonnay 19,7 a 129,3 b
da uva. Neste sentido, o teor de açúcar desejado Pinot Grigio 18,2 c 85,7 c
nem sempre é alcançado. Tais características, por Riesling R. 18,7 b 118,9 b
sua vez, são ideais para elaboração de vinhos Sangiovese 19,4 a 122,1 b
espumantes, cujo consumo vem aumentando
Fiano 19,8 a 124,4 b
gradativamente no Brasil. A acidez pronunciada
origina um produto de elevado frescor e com teor Canaiolo 20,1 a 136,1 a
alcoólico moderado, devido ao incremento da Solaris 19,0 b 117,8 b
graduação alcoólica na segunda fermentação. Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição teste Scott Knott a 5% de probabilidade.
química de mostos de variedades implantadas em
São Joaquim: Pinot Grigio, Riesling Renano, Quadro 2. Conteúdo de °Babo e densidade do
Sangiovese, Fiano, Canaiolo, Solaris além de mosto de variedades com potencial de elaboração
Chardonnay e Pinot Noir, variedades já de espumantes.
consolidadas na elaboração de espumantes no
Brasil. Variedade °Babo Densidade

Material e Métodos Pinot Nero 16,7 a 1,075 a


As amostras foram provenientes de vinhedos Chardonnay 18,1 a 1,081 a
experimentais implantados na Estação Pinot Grigio 17,0 a 1,075 a
experimental da Epagri de São Joaquim, situado a Riesling R. 16,7 a 1,075 a
1415 m de altitude (28° 16’ 50” S e 49°56’20”),
Sangiovese 17,2 a 1,077 a
conduzidos em espaldeira. O ponto de colheita foi
determinado a partir do potencial glucométrico de Fiano 17,5 a 1,080 a
18–19°Brix, que resultará em um vinho com Canaiolo 17,5 a 1,081 a
aproximadamente 11% v/v de álcool. Após a Solaris 17,9 a 1,086 a
colheita, as uvas foram trazidas ao Laboratório de Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo
Enologia do Centro de Ciências Agroveterinárias teste Scott Knott a 5% de probabilidade.
da Universidade do Estado de Santa Catarina –
CAV/UDESC, Lages/SC. As uvas foram Conclusões
microvinificadas com objetivo de obtenção do Com exceção da variedade Pinot Grigio que
vinho base para espumatização. Antes do início do apresentou uma baixa acidez titulável para
processo de fermentação, amostras do mosto espumatização (< 100 meq L-1), as demais
foram coletadas para a realização de análises variedades apresentaram características químicas
químicas: acidez total titulável, sólidos solúveis que satisfazem as exigências para elaboração de
(°Brix), densidade e °Babo. O delineamento espumantes de qualidade.
experimental foi inteiramente casualizado, com oito
tratamentos e quatro repetições e quando Referências bibliográficas
detectada diferenças pela análise da variância as Caliari, V.; Rosier, J. P.; Bordignon-Luiz, M. T. Vinhos
Espumantes: métodos de elaboração. Evidência, 2013, v.13, p.
médias foram compradas pelo teste Scott Knott 65-77.
(α=0.05).

12
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desempenho agronômico de diferentes variedades de uvas americanas em São
Joaquim/SC
Marlon Francisco Couto1, Filipe Souza Oliveira1, James Rodrigo Smaniotto¹, Alberto Fontanella Brighenti2,
Emilio Brighenti2

1Epagri – Gerência Regional de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC. marlon@epagri.sc.gov.br,
filipeoliveira@epagri.sc.gov.br, jamessmaniotto@epagri.sc.gov.br.
2Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC.

albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis labrusca L., viticultura de altitude, Isabel, Bordô, Niágara Rosada

Introdução Rosada atingiram valores mais elevados. Já para


Apesar de recente, a produção de uvas viníferas na acidez total, a ‘Niágara Rosada’ apresentou valores
região de São Joaquim/SC tem se destacado no inferiores a ‘Bordô’, mas não diferiu de Isabel. Para
cenário nacional pela elevada qualidade dos vinhos concentração de polifenois totais a variedade Bordô
produzidos. A qualidade da uva é uma consequência se destacou com os valores mais elevados que as
das condições climáticas diferenciadas da região, demais (Tabela 2).
influenciadas pela altitude elevada (Brighenti et al.,
2016). Graças a essas características climáticas Tabela 1. Índices produtivos das variedades Bordô,
particulares, acredita-se que o cultivo de variedades Isabel e Niágara Rosada produzidas em São
americanas e híbridas possa ter potencial na região. Joaquim/SC, no ciclo 2016/2017.
Massa Fresca Massa Fresca
As uvas americanas apresentam características que Variedade N° Cachos
Produção Produtividade
Média de Média de 50
potencializam a exploração em pequenas (kg planta-1) (Ton ha-1) Cacho (g) Bagas (g)
propriedades, proporcionando, em alguns casos, Bordô 27 ns 1,5 b 2,3 b 56,3 b 61,3 c
maiores retornos econômicos do que as variedades Isabel 22 1,4 b 2,0 b 61,1 b 93,7 b
Niágara R. 32 3,4 a 5,0 a 109,1 a 100,9 a
de uvas finas. As uvas americanas podem constituir
C.V.(%) 29,3 34,9 34,9 21,8 2,7
em alternativa importante no processo de geração *Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem
de renda e agregação de valor, principalmente para estatisticamente pelo Teste Tukey (p<0,05).
pequenos e médios produtores rurais, graças a sua
maior rusticidade, resistência a doenças e menor Tabela 2. Índices de maturação das variedades
custo de produção (Nachtigal, 2009). O objetivo Bordô, Isabel e Niágara Rosada produzidas em São
desse trabalho foi determinar o desempenho Joaquim/SC, no ciclo 2016/2017.
agronômico das variedades Isabel, Bordô e Niágara Sólidos
Acidez Total Polifenois Totais
Rosada cultivadas na região de São Joaquim – SC. Variedade Solúveis pH
Titulável (Meq L-1) (mg L-1)
(°Brix)

Material e Métodos Bordô 14,9 b 3,11 ns 36,4 a 2337,7 a


Isabel 16,3 a 3,11 31,6 ab 1745,0 b
O experimento foi realizado no município de São Niágara R. 16,5 a 3,24 29,9 b 465,0 c
Joaquim, na localidade do Luizinho (28°26'30”S, C.V.(%) 2,7 3,5 7,2 9,9
49°49'03”O, altitude 1.150m), no ciclo 2016/2017. As *Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem
variedades avaliadas foram Isabel, Bordô e Niágara estatisticamente pelo Teste Tukey (p<0,05).
Rosada. O vinhedo foi implantado em 2014, as
plantas estão enxertadas em Paulsen 1103, Considerações
plantadas no espaçamento de 4,0 x 2,0m, Na primeira safra avaliada, as variedades de uvas
conduzidas em latada. No momento da colheita americanas avaliadas apresentaram um
foram avaliadas as variáveis: produção (kg planta-1), desenvolvimento agronômico adequado e os
produtividade (T ha-1), massa fresca média de resultados obtidos indicam que elas possuem
cachos (g), massa fresca média de 50 bagas (g), potencial de cultivo nas regiões de menor altitude de
teor de sólidos solúveis totais (°Brix), acidez total São Joaquim/SC. A variedade Niágara Rosada
titulável (meq L-1), pH e concentração de polifenois apresentou o maior potencial, graças às elevadas
totais (mg L-1). Utilizou-se o delineamento produtividades obtidas e pelos índices de maturação
experimental inteiramente casualizado, com cinco adequados para a produção de uvas de mesa de
repetições de quatro plantas para cada variedade. qualidade. Já a elevada concentração de polifenois
Os dados foram submetidos a análise de variância totais apresentada pelas variedades Bordô e Isabel
(ANOVA) e ao teste Tukey a 5% de probabilidade de são um indicativo de seu potencial para a produção
erro. de suco de qualidade.

Resultados e Discussão Referências bibliográficas


Não foram observadas diferenças para o número de Brighenti, A.F.; Brighenti, E.; Pasa, M.S. Agropecuária
Catarinense, 2016, 29, 140-146.
cachos produzidos, no entanto, a variedade Niágara Nachtigal, J.C. Uvas comuns: uma boa opção de cultivo para o
Rosada apresentou produção e produtividade Rio Grande do Sul. 2009.
superior às demais, assim como produziu cachos e
bagas mais pesadas que a ‘Bordô’ e a ‘Isabel’
(Tabela 1). Não foram observadas diferenças para o
pH. Para sólidos solúveis, a ‘Isabel’ e a ‘Niágara’

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desidratação em ambiente controlado como alternativa para completar a maturação
tecnológica de uvas Cabernet Sauvignon
Luigi B. Pretto Panceri1, Carolina P. Panceri2,3, Marcel Giovani Salante4, Marilde T. Bordignon-Luiz5
1
UNOESC – Universidade do Oeste de Santa Catarina (IC), SC 135, KM 180, nº 2500, 89620-000, Campos Novos – SC.
luigiprettopanceri@gmail.com; 2 IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina (PQ), Estrada do Senadinho, s/n, 88625-000, Urupema –
SC; 3UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina (PG), Rod. Admar Gonzaga 1346, Itacorubi, 88034-001, Florianópolis-SC;
4
Vinícola Panceri Ltda (TM), Linha Leãozinho s/n, Interior, 89642-000, Tangará – SC. 5UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
(PQ), Rod. Admar Gonzaga 1346, Itacorubi, 88034-001, Florianópolis-SC.

Palavras Chave: Uvas desidratadas, Sólidos solúveis totais, Vinho.

Introdução Tabela 1. - Parâmetros enológicos das amostras de


Uvas cultivadas em regiões de altitude e com baixas uva colhidas com 17 °Brix e desidratadas.
Percentual de
temperaturas apresentam ciclo produtivo desidratação
SST* pH Acidez Total**
prolongado, resultando na coincidência do período 10% 19,0±0,1e 3,6±0,1b 9,8±0,1c
de maturação da uva com maior incidência de 20% 21,7±0,3c 3,5±0,1c 11,8±0,1a
chuva, causando perdas de produtividade e 30% 25,0±0,1b 3,5±0,1c 11,5±0,1ab
qualidade (Muniz et al., 2015). Os produtores para 40% 26,0±0,1 a
3,4±0,1 d
10,1±0,3bc
minimizarem essas perdas, realizam a colheita da Controle 20,2±0,3d 3,7±0,1a 5,6±1,2d
uva antecipadamente, ou seja, antes da maturação * °Brix; **Acidez total está expressa em g L-1 de ácido tartárico. Letras
diferentes para o mesmo parâmetro indicam diferença significativa de
completa. Visando alternativas para promover a acordo com Teste de Tukey (p<0,05) entre as amostras de vinho.
qualidade de vinhos produzidos a partir de uvas
colhidas antes da maturação ideal, o objetivo deste Tabela 2. Parâmetros físico-químicos dos vinhos
trabalho foi avaliar se processo de desidratação em produzidos com uvas desidratadas.
ambiente controlado pode complementar a Vinhos
10% 20% 30% 40% Controle
maturação tecnológica das uvas. Teor 11,3 12,7 14,3 16,6 10,5
alcoólico (%) ±0,2b ±0,1c ±0,1d ±0,1 e
±0,2a
Material e Métodos Acidez Total 1
5,4±0,1a 8,1±0,6b 9,4±0,3c 9,8±0,1 c
7,4±0,3b
Acidez Volátil2 0,7±0,1a 0,5±0,1a 0,6±0,1a 0,7±0,1a 0,5±0,1a
Uvas Cabernet Sauvignon produzidas na região de Açúcar residual3 2,7±0,1c 2,9±0,1c 4,1±0,2b 4,3±0,1a 2,4±0,1d
Tangará, Santa Catarina (latitude S 27º11,026’, pH 4,1±0,4a 4,0±0,1a 4,0±0,1a 4,0±0,1a 3,4±0,1b
longitude O 51º10,913’ e altitude de 970 metros SO 2 Livre (mg L- b a a 18,1±2a 27,7±7ab
1 37,3±3 24,5±2 18,1±3
)
acima do nível do mar) foram utilizadas. As uvas SO 2 Total (mg L- b b 64,0±1d 167,5±7a
98,1±2 100,3±2 87,5±2c
foram colhidas em um estádio de maturação 1
)
1
g L-1 ac. tartárico; 2g L-1 ac. acético; 3g L-1 glicose. Letras diferentes para o
antecipado (17 ± 1 °Brix) e foram desidratadas 10, mesmo parâmetro indicam diferença significativa de acordo com Teste de
20, 30 e 40% de seu peso inicial, em ambiente Tukey (p<0,05) entre as amostras de vinho.
controlado (7°C, 35% UR e 12m³/s de fluxo de ar),
conforme processo patenteado (Panceri et al., Conclusões
2013). Uvas colhidas a 20 ± 1 °Brix foram utilizadas A desidratação de uvas em 10 e 20% pode ser
como controle. Mostos e vinhos foram analisados utilizada como alternativa completar a maturação
quanto aos parâmetros enológicos clássicos tecnológica de uvas colhidas com valores de sólidos
conforme métodos da OIV (2014). Os dados foram solúveis totais de 17 °Brix.
analisados estatisticamente (STATISTICA v. 6.0) e Agradecimentos
os resultados são as médias ± desvio padrão. Ao CNPq, CAPES e FAPESC pelo fomento à
Resultados e Discussão pesquisa e bolsas de estudo. À Vinícola Panceri
Conforme Tabela 1, a desidratação de uvas em pelas amostras de uva e realização das vinificações.
ambiente controlado resultou no incremento de Referências bibliográficas
sólidos solúveis e acidez total. Observa-se que a Muniz et al. J. Life Sci. 2015, 9:399-410.
desidratação de 20% da uva é suficiente para Panceri et al. Food Res Int. 2013, 54:1343-1350.
alcançar o teor de sólidos solúveis da amostra OIV. Compendium of international methods of wine and must
controle (20 °Brix). Os vinhos produzidos a partir de analysis (Vol. 1-2). Paris, 2014.
uvas desidratadas apresentaram maior teor
alcoólico, acidez total e volátil, pH e açúcar residual
que o vinho controle (Tabela 2). Todos os vinhos
apresentam parâmetros físico-químicos em
conformidade com a legislação brasileira, e os
produzidos com uvas desidratadas 30 e 40%
classificam-se como licorosos.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito do manejo da desfolha na composição química dos vinhos da variedade
Cabernet Sauvignon cultivada em regiões de altitude em Santa Catarina
Maytê Cechetto1*, Betina Pereira de Bem2, Ricardo Allebrandt2, Douglas André Wurz2, Juliana Reinehr2, Lucas
Comachio1, Marcus Outemane1, Ana Cristina da Silva1, Leo Rufato3
1UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. mayte.cechetto@hotmail.com;
2UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 3UDESC – Centro de
Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: Vinhos de altitude, desfolha precoce, composição fenólica, vinhos finos.

Introdução Tabela 1. Influência da época de desfolha na acidez


O estado de Santa Catarina é o segundo maior total e pH dos vinhos de Cabernet Sauvignon em
produtor de uvas do Brasil para vinicultura, sendo regiões de elevada altitude de Santa Catarina.
ciclos fenológicos mais longos observados nas Acidez Total (meq
pH
Época de Desfolha L-1)
regiões de elevada altitude (Malinovski et al., 2016).
2015 2016 2015 2016
O manejo do dossel vegetativo, otimiza a
Plena Florada 72,0 ns 72,5 ns 3,37 ns 3,44 a
interceptação da luz solar e eleva a capacidade
Grão Chumbinho 74,2 68,1 3,37 3,48 a
fotossintética de frutas para melhorar a produção e a
Grão Ervilha 72,6 69,7 3,34 3,47 a
qualidade do vinho. A desfolha consiste na
Virada de Cor 71,7 71,4 3,37 3,47 a
eliminação de folhas para favorecer o arejamento na
15 dias após Virada de Cor 74,1 71,1 3,36 3,39 b
região das inflorescências e dos cachos de uva além
Sem Desfolha 74,2 76,5 3,38 3,42 b
de proporcionar condições para sua maturação,
CV (%) 1,8 1,9 1,3 8,0
sendo realizada entre a frutificação e a virada de cor
*Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem
das uva. Este trabalho tem como objetivo comparar entre si pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade de
o efeito da realização do manejo da desfolha em erro.
diferentes estádios fenológicas e verificar sua
influência na composição química dos vinhos na Tabela 2. Influência da época d desfolha no
variedade de Cabernet Sauvignon, cultivada nas conteúdo de polifenóis totais e antocianinas dos
regiões de elevada altitude de Santa Catarina. vinhos de Cabernet Sauvignon em regiões de
Material e Métodos elevada altitude de Santa Catarina.
Polifenóis Totais Antocianinas (mg
O presente estudo foi realizado nas safras 2015 e (mg L-1) L-1)
Época de Desfolha
2016, em um vinhedo comercial, situado no
2015 2016 2015 2016
munícipio de São Joaquim – Santa Catarina. Foi
Plena Florada 1726,4 a 1360,2 a 384,1 a 457,4 a
utilizado do vinhedo a variedade Cabernet Grão Chumbinho 1868,3 a 1333,6 a 377,4 a 359,7 b
Sauvignon, enxertada sobre “Paulsen 1103”, Grão Ervilha 1697,2 a 1320,5 a 369,9 a 356,0 b
implantado em 2004. O vinhedo caracteriza-se por Virada de Cor 1679,1 a 1189,4 b 363,3 a 344,0 b
apresentar espaçamento 3,0 x 1,5, em filas 15 dias após Virada de Cor 1638,8 a 1154,4 b 349,8 a 225,1 c
dispostas no sentido Norte-Sul, conduzidas em Sem Desfolha 1419,4 b 869,1 c 336,4 b 226,8 c
espaldeira em cordão esporonado com duplo. Os CV (%) 4,9 4,4 5,5 8,2
tratamentos consistiram na realização da desfolha, *Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem
expondo a região dos cachos em cinco diferentes entre si pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade de
estádios fenológicos: plena florada, grão chumbinho, erro.
grão ervilha, virada de cor, 15 dias após a virada de
cor e plantas sem desfolha (testemunha). A desfolha Conclusões
foi realizada manualmente, retirando-se três folhas A época do manejo da desfolha altera a composição
basais, inclusive a folha oposta ao cacho, expondo química dos vinhos de Cabernet Sauvignon
completamente os cachos da videira. A data da cultivada em regiões de elevada altitude de Santa
colheita foi determinada seguindo os padrões da Catarina.
vinícola, sendo colhidos 60 kg de cada tratamento. O manejo da desfolha aumenta o pH, conteúdo de
As microvinificações foram realizadas na cantina polifenóis totais e antocianinas, não influenciando a
experimental da UDESC de Lages. A partir do vinho, acidez total titulável.
foram determinados a acidez total titulável (AT), pH,
conteúdo de polifenóis totais e antocianinas. O Referências bibliográficas
delineamento experimental utilizado foi inteiramente Malinovski, L.I., Brighenti, A.F., Borghezan, M., Guerra, M.P.,
Silva, A.L., Porro, D., Stefanini, M., Vieira, H.J. Viticultural
casualizado, com quatro repetições para cada performance os Italian grapevines in high altitude regions of
tratamento e os dados foram submetidos à análise Santa Catarina state, Brazil. Acta Horticulturae, 2016, v.1115,
de variância (ANOVA) e comparados pelo Teste p.203-210.
Scott Knott a 5% de probabilidade de erro.

Resultados e Discussão

15
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Cinética de levedura autóctone da serra catarinense adaptada a produção de vinhos
finos
Márcia Denise Rossarolla1, Tiago Camponogara Tomazetti1, Leila do Nascimento Vieira1; Hugo Pacheco de
Freitas Fraga2, Miguel Pedro Guerra3, Rubens Onofre Nodari3, Aparecido Lima da Silva3
1
Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências Agrárias (UFSC-CCA), Recursos Genéticos Vegetais (PG) Avenida
Admar Gonzaga, 1.346, 88034-000, Itacorubi, Florianópolis, SC mdrossarolla@gmail.com; 2Universidade Federal do Paraná –
departamento de botânica, setor de ciências biológicas, centro politécnico (PQ); 3UFSC-CCA, Recursos Genéticos Vegetais (PQ)

Palavras Chave: Microrganismo, in vitro, fermentação espontânea, Saccharomyces spp., curva de crescimento.

Introdução microplaca (Biosystem Elx 808), os valores obtidos


O uso de fermentação espontânea, com leveduras foram transformados para logaritmo natural (LN)
autóctones para a produção de vinhos finos é para estabelecer a cinética do crescimento da
restrito a locais de produção que possuem linhagem.
populações naturais de leveduras aptas a fazer a
Resultados e Discussão
fermentação do mosto e atingir elevado potencial de
A melhor correlação de crescimento foi obtida na
álcool. Devido a isto, a maior parte dos vinhos finos
diluição 10-3, assim, esta diluição foi utilizada para
cultivados mundialmente são produzidos a partir de
estabelecer a cinética (Figura 1). Observou-se que o
linhagens comerciais de leveduras normalmente
crescimento exponencial do número de células
pertencentes ao gênero Saccharomyces spp.
ocorre até a decima hora de cultivo, a partir deste
Contudo, na região de São Joaquim destaca-se
momento, há estabilidade no número de células,
alguns vinhos que são produzidos a partir de
devido às limitações de recursos do meio. A maior
fermentação espontânea, com elevada qualidade
população foi obtida com 12 horas de cultivo (OD 630
enológica e teor alcoólico. No entanto, é necessário
de 1,064, LN 0,062). Novos estudos devem ser
conhecer a cinética do crescimento desta linhagem
realizados para correlacionar os valores de
possibilitando o desenvolvimento de estudos
densidade ótica com células capazes desta
aprofundados, devido a isto, estas leveduras, foram
levedura.
isoladas com o objetivo de conhecer a cinética de
seu desenvolvimento.
Material e Métodos
A levedura utilizada neste estudo foi isolada a partir
do mosto de uvas ‘Cabernet Sauvignon’ cultivadas
em São Joaquim – SC, na área de produção
comercial da vinícola Villaggio Bassetti, na safra
2016. As uvas foram esmagadas e permaneceram
em fermentação aeróbica até atingir a graduação
alcoólica final, quando estas foram isoladas de uma
alíquota de 100 µL diluída em solução salina NaCl
[0,85%], e distribuída em placas de petri contendo
meio de cultura YPD (1% extrato de levedura, 2% Figura 1. Cinética do desenvolvimento de levedura
peptona de soja e 2% sacarose) gelificado com isolada a partir do mosto fermentado de ‘Cabernet
ágar-ágar, estas, foram incubadas por 72 horas em Sauvignon’ cultivada em São Joaquim, SC
BOD 37 °C. As células formadoras de colônias
foram isoladas e cultivadas em 200 µL de meio YPD
liquido, acrescido de glicerol (50%), mantidas em Conclusões
dormência por baixa temperatura (–80 °C) até a A linhagem de leveduras utilizadas neste estudo
reativação, onde foi retirada uma alíquota de 100 µL apresentou desenvolvimento exponencial até as 12
e adicionada em 250 mL de meio YPD líquido, horas de cultivo, estabilizando o crescimento em
cultivada em over night a 37 °C e utilizado 1 mL por OD 630 de 1,064 (LN 0,062).
replicata para construir uma curva de diluição
seriada. A diluição seriada foi composta em triplicata Agradecimentos
de 6 pontos em diluição logarítmica, onde foi À UFSC e à vinícola Villaggio Bassetti pelo apoio
utilizado 10 mL de volume em cada replicata. As nas atividades deste trabalho.
amostras foram tomadas no ponto zero, e
Referências bibliográficas
constantemente a cada duas horas até atingir as 36
Fernández-Cruz, E., Álvarez-Fernández, M. A., Valero, E.,
horas de cultivo, cada amostra consistiu de 200 µL Troncoso, A. M., and García-Parrilla, M. C. (2016).
coletados em placa de cultura celular, como branco Melatonin and derived L-tryptophan metabolites produced
foi utilizado o meio YPD sem adição de leveduras. during alcoholic fermentation by different wine yeast
As leituras de densidade óptica foram realizadas no strains. Food Chem. 217, 431–437. doi:
comprimento de 630 nm (OD 630 ) em leitora de 10.1016/j.foodchem.2016.08.020

16
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação da atividade antioxidante de goiaba serrana cultivada na serra
catarinense pelos métodos FRAP, DPPH e ABTS
Giliani V. Sartori¹, Luiz D. A. Pinto²*, Henrique N. Demozzi²**, William G. Sganzerla³, Patrícia C. Beling³, Ana Paula
de L. Veeck4, Marlise N. Ciotta5, Bruno D. Machado1, Paula I. Ferreira1

¹IFSC – Campus Urupema (PQ). Estrada do Senadinho, s/n, centro, 88625-000, Urupema, SC. giliani.sartori@ifsc.edu.br; ²IFSC –
Campus Urupema (IC). Estrada do Senadinho, s/n, centro, 88625-000, Urupema, SC. ³IFSC – Campus Lages (TM). Rua Heitor Vila
Lobos, 222, Bairro São Francisco, 88506-400, Lages, SC. 4IFSC – Campus Lages (PQ). Rua Heitor Vila Lobos, 222, Bairro São
Francisco, 88506-400, Lages, SC. 5EPAGRI – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, Jardim
Caiçara, 88600-000, São Joaquim, SC. *bolsista PIPCIT-IFSC e **bolsista PIBITI-CNPq, Projeto aprovado no Edital Universal de
pesquisa nº 02/2016/PROPPI.

Palavras Chave: Acca sellowiana (O. Berg) Burret, frutas nativas, compostos bioativos, atividade biológica.

Introdução despolpagem e a efetuação das análises no


A goiaba serrana [Acca sellowiana (O.Berg) Burret] presente trabalho (cinco meses), o que pode ter
é uma espécie da família Myrtaceae, nativa do propiciado a oxidação de compostos responsáveis
planalto meridional brasileiro, adaptada a condições pela ação estudada. Porém, estes valores foram
de clima frio e áreas com altitudes superiores a 800 maiores quando comparados com polpas de
m, como a serra catarinense. É uma fruta rica em diversas frutas adquiridas comercialmente, como
substâncias de potencial antioxidante e ainda é polpas de cacau, framboesa, kiwi, laranja, limão,
pouco explorada quanto ao seu potencial bioativo. mamão, melão, pêssego e tamarindo (Sartori et al.,
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a 2014).
atividade antioxidante da polpa da goiaba serrana
cultivada na cidade de São Joaquim, SC, pelos
métodos FRAP, DPPH e ABTS.
Material e Métodos
As amostras (3 repetições de 10 frutos) de goiaba
serrana foram colhidas na safra de 2016, na
Estação Experimental da EPAGRI de São Joaquim,
SC, no ponto de maturação fisiológico. As frutas
foram transportadas até o Laboratório de Frutas e
Hortaliças do IFSC, campus Urupema, onde foram
higienizadas e sanitizadas com 200 ppm de
hipoclorito de sódio e após despolpadas
manualmente. Todas as análises foram realizadas
em triplicata e as mesmas encontram-se descritas Figura 2. Atividade antioxidante de goiaba serrana
na Figura 1. pelos métodos DPPH, FRAP e ABTS.
Conclusões
A goiaba serrana cultivada na serra catarinense
possui alta atividade antioxidante.
Agradecimentos
Ao IFSC e CNPQ pelo fomento à pesquisa e
financiamento de bolsas de estudo. À EPAGRI/São
Joaquim pela parceria na pesquisa.
Referências bibliográficas
Figura 1. Análises realizadas na polpa da goiaba Arnao, M.B., Cano, A., Acosta, M. F. Chem. 2001, 73, 239–244.
serrana. Benzie, I.F.F.; Strain, J.J. 1996. Anal. Biochem. 239, 70–76.
Brand-Williams, W.; Cuvelier, M.E.; Berset, C. F. Sci and Techn.
Resultados e Discussão 1995, 28, 25-30.
A polpa da goiaba serrana apresentou Instituto Adolfo Lutz – IAL. Métodos físico-químicos para análises
de alimentos. IV Edição, 1° Edição digital, São Paulo, 2008.
características físico-químicas de acordo com o 1020p.
esperado para a maturação fisiológica, com valores Souza, A.G. Caracterização física, química, nutricional e
de pH de 3,29 ± 0,01, acidez total titulável de 1,02 ± antioxidante em frutos e flores de genótipos de goiabeira-serrana
0,01 mg de ácido cítrico/100g de polpa e de sólidos [Acca sellowiana (berg.) Burret]. 2015. 168 f. Tese (Doutorado
solúveis totais de 12,00 ± 0,6°Brix. Os resultados em Produção Vegetal).
Sartori, G. V.; da Costa, C. N.; Ribeiro, A. B. Rebrapa. 2014, 5,
referentes à atividade antioxidante estão expressos 23-29.
na Figura 2. A atividade antioxidante deste estudo
foi menor do que a observada em outras amostras
de goiaba serrana cultivadas na serra catarinense
(Souza, 2015). A esse menor valor, atribui-se o
maior tempo de armazenamento entre a

17
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeitos de reguladores vegetais na germinação de sementes e desenvolvimento de
plântulas de maracujazeiro doce

Francisco J. Domingues Neto1, Daniel Callili2*, Silvia R. Cunha1, Adilson Pimentel Junior1, Daniela A. Teixeira1,
Marco A. Tecchio3
1Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agronômicas (PG). Rua Dr. José Barbosa de Barros, 1780, Jardim
Paraíso, 18610-307, Botucatu, SP; 2Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agronômicas (IC). Rua Dr. José
Barbosa de Barros, 1780, Jardim Paraíso, 18610-307, Botucatu, SP. daniel_callili@hotmail.com; 3Universidade Estadual Paulista
(UNESP), Faculdade de Ciências Agronômicas (PQ). Rua Dr. José Barbosa de Barros, 1780, Jardim Paraíso, 18610-307, Botucatu,
SP.

Palavras Chave: Passiflora alata, GA 3 , GA 4+7 +Benziladenina (BA), fisiologia.

Introdução plântulas de maracujazeiro doce. Sementes


A propagação do maracujazeiro doce é realizada embebidas em BA (500 mg L-1) originaram plântulas
principalmente por sementes, no entanto, a com maior parte aérea, enquanto que o maior
germinação de sementes de maracujá é baixa e comprimento da raiz foi obtido em plântulas oriundas
desuniforme, dificultando a formação de mudas de de sementes embebidas em 1000 mg L-1 de GA 3 . O
qualidade (Pereira; Dias, 2000). Visando o aumento BA, em todas as concentrações utilizadas originou
da germinação de sementes e formação de mudas, 100 % de plântulas anormais, isso deve-se,
alguns reguladores vegetais têm sido utilizados, principalmente pela desproporcionalidade entre
destacam-se as giberelinas, pois essas têm ação na parte aérea e radicular das plântulas, ao passo que
síntese de proteínas e RNA específicos na o GA 3 reduziu a porcentagem de plântulas
germinação, quebra da dormência e controle da anormais, comparado com o controle (0 mg L-1).
hidrólise de reservas, da qual depende o embrião
em crescimento (Taiz; Zeiger, 2004). Outro Figura 1. Índice de velocidade de germinação (IVG),
regulador utilizado são as citocininas, derivadas da germinação, massa fresca e seca (MF, MS) de
adenina que caracterizam-se pela habilidade na plântulas, comprimento da parte aérea e radicular
indução e divisão celular (Taiz; Zeiger, 2004). O (CPA, CR) de plântulas e porcentagem de plântulas
objetivo deste trabalho foi avaliar a germinação de anormais de maracujazeiro doce sob efeito de
sementes e o desenvolvimento de plântulas de reguladores vegetais, Botucatu-SP, 2017
maracujazeiro doce submetidas à embebição em
GA 3 e GA 4+7 +Benziladenina (BA).
Material e Métodos
O experimento foi realizado em condições de
laboratório, em delineamento inteiramente
casualizado, em esquema fatorial 2 x 5 (dois
reguladores vegetais: GA 3 e GA 4+7 +Benziladenina
(BA); e cinco concentrações: 0; 250; 500; 750 e
1000 mg L-1 i.a.) com três repetições de 25
sementes cada. As sementes de maracujá doce
foram embebidas nos reguladores por um período
de 8 horas. As avaliações quanto à germinação de
sementes e desenvolvimento de plântulas foram:
índice de velocidade de germinação (IVG), massa
fresca (MF) e seca (MS) de plântulas, comprimento
da parte aérea e radicular (CPA, CR), porcentagem
de germinação e de plântulas anormais. Os dados
foram submetidos à análise de variância (Teste F) e
análise de regressão polinomial (P≤ 0,05).
Resultados e Discussão
Houve interação significativa entre os reguladores
vegetais com as concentrações utilizadas em todas Conclusões
as variáveis avaliadas. Para o GA 3 , o IVG aumentou Recomenda-se a embebição de sementes de
conforme o aumento da concentração, já para o BA, maracujazeiro doce em 1000 mg L-1 de GA 3 .
houve redução quadrática até a concentração de
250 mg L-1 e a partir daí um aumento. Quando Referências bibliográficas
comparado os dois reguladores na porcentagem de Pereira, K.J.C., Dias, D.C.F.S. Germinação e vigor de sementes
de maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg.)
germinação, os melhores resultados foram obtidos submetidas a diferentes métodos de remoção da mucilagem.
com sementes embebidas em GA 3 , havendo Revista Brasileira de Sementes, 2000, v.22, n.1, p.288-291.
aumento linear com as does de GA 3 , com o melhor Taiz. L., Zeiger, E. Fisiologia Vegetal, 2004. Artmed Editora S.A.,
resultado obtido com o uso de 1000 mg L-1. O GA 3 Porto Alegre, Brasil, 719pp.
também aumentou as massas frescas e secas das

18
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência do anelamento de tronco nos aspectos fisiológicos da variedade
‘Cabernet Franc’
Paula Iaschitzki Ferreira1, Bruno Dalazen Machado1, Alberto Fontanella Brighenti2, Luiz Filipe Farias Oliveira2,
Maikely Paim Souza2, Henrique Nedio Demozzi2, Willian Battisti Girola2, Giliani Veloso Sartori1
1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina - Câmpus Urupema. Bairro Senadinho (PQ), 88625-000, Urupema, SC.
paula.iaschitzki@ifsc.edu.br; bruno.dalazem@ifsc.edu.br; giliani.sartori@ifsc.edu.br; 2IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina -
Câmpus Urupema. Bairro Senadinho (IC), 88625-000, Urupema, SC. luisfilipetecnologia@outlook.com; maikelysouza@hotmail.com;
henriquedemozzi@hotmail.com; willian.girola@gmail.com; 3Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo
Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: anelamento simples, anelamento duplo, corte de tronco, carboidratos.

Introdução posições diferentes: 10 cm acima do solo, paralelo a


O vigor adequado da parte aérea das videiras, linha das plantas; na zona dos cachos,
proporciona rendimento e composição da uva e de perpendicular e paralelo a linha das plantas; no
seu mosto mais propícios à vinificação, o que dossel vegetativo, perpendicular à linha das plantas.
possibilita a elaboração de vinhos tintos com maior O delineamento adotado foi de blocos ao acaso,
teor de compostos fenólicos totais e antocianinas com três repetições (parcelas). Cada parcela foi
(Wheeler et al., 2005). O anelamento ou incisão constituída por duas plantas. Os dados foram
anelar, prática usual na viticultura em outros países, submetidos à análise da variância (ANOVA) e ao
é incomum no Brasil (KaliI et al., 1999). Contudo, teste Duncan a 5% de probabilidade de erro.
alguns trabalhos descrevem a redução do
Resultados e Discussão
crescimento vegetativo e o incremento da
Tabela 1. Radiação fotossinteticamente ativa e
produtividade de fruteiras temperadas com a
índice de área foliar para os diferentes níveis de
utilização desta técnica, conforme descrito por
corte de tronco e épocas de execução, na variedade
Rufato et al. (2015), em estudos com pereiras cv.
‘Cabernet Franc’ safra agrícola 2016/17.
‘Packhans Triumph’. A mesma, consiste na remoção
de um anel de casca do tronco ou de ramos Radiação Fotossintética Ativa Anelamento
lenhosos em torno de 3 a 6 mm de largura. Como Posição Leitura Controle
Simples Duplo Simples Duplo
consequência, ocorre acúmulo de carboidratos Primavera Primavera Verão Verão
10 cm acima do Solo 76.49 b 118.07 a 88.56 b 90.86 b 94.22 b
acima de incisão, quando a casca é completamente Cacho (perpendicular) 67.37 b 255.54 ab 307.47 a 81.37 b 72.78 b
removida (Marafon et al., 2008). O objetivo do Dossel (perpendicular)
Cacho (paralelo)
1327.47 ab
56.70 c
1636.80 a
616.07 a
1523.89 a
361.97 ab
1120.04 b 1287.70 ab
66.75 c 98.81 bc
trabalho, foi avaliar o efeito do anelamento de
Índice de Área Foliar Anelamento
tronco, nos aspectos fisiológicos da variedade
Simples Duplo Simples Duplo
‘Cabernet Franc’. Posição Leitura Controle
Primavera Primavera Verão Verão
10 cm acima do Solo 6.70 a 5.87 b 6.38 a 6.40 a 6.33 a
Material e Métodos Cacho (perpendicular)
Dossel (perpendicular)
7.60 a
1.10 ab
4.59 bc
0.66 b
4.31 c
0.79 b
6.68 ab
1.47 a
7.16 a
1.15 ab
O trabalho foi realizado em vinhedo comercial, Cacho (paralelo) 7.77 a 3.12 b 4.05 b 7.22 a 6.51 a

implantado em 2004 e situado em São Joaquim – Médias seguidas por letras minúsculas distintas na linha diferem
entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade de erro.
Santa Catarina (28º17'39" S e 49º55'56" O, a 1.230
m de altitude). A variedade avaliada foi a ‘Cabernet Conclusões
Franc’, conduzida em espaldeira, enxertada sobre Os anelamentos simples e duplo, executados na
Paulsen 1103 e plantada no espaçamento de 3,0 x época de primavera, incrementam a taxa de
1,5 m. Os tratamentos consistiram de diferentes radiação fotossinteticamente ativa no interior do
números de corte de tronco e épocas, sendo: a) dossel vegetativo, devido a redução no índice de
controle; b) anelamento simples executado na área foliar e no crescimento vegetativo da planta.
primavera; c) anelamento duplo executado na
primavera; d) anelamento simples executado no Referências bibliográficas
verão; e) anelamento duplo executado no verão. As Kalil, G. P. C. et al.; Sci.agri., 1999, 56, 317-328.
Marafon, A. C.; Herter F. G.; Iuchi, T. PGRSA Quarterly., 2008,
intervenções de anelamento, nas épocas de
31, 18-46.
primavera/verão, foram executadas no ciclo Rufato, L. et al.; Acta Horticulturae., 2015, 1094, 265-268.
2016/17. O anelamento foi efetuado a uma altura de Wheeler, S.J.; Black, A.S.; Pickering, G.J. New Zealand Journal
20 cm do nível do solo e o segundo corte a 10 cm of Crop and Horticultural Science., 2005, 33, 317-328.
acima da primeira secção. Os aspectos fisiológicos
avaliados, foram a radiação fotossinteticamente
ativa e o índice de área foliar. A interceptação da
radiação fotossinteticamente ativa e o índice de
área foliar, foi determinado, utilizando um
ceptômetro AccuPAR (LP-80 Decagon, EUA). As
medidas foram realizadas ao meio dia, quando o sol
estava no zênite, durante o estádio fenológico de
plena florada. As leituras foram efetuadas em 4

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Tendência no aumento da produtividade da variedade Sauvignon Blanc com
aplicação de metassilicato de sódio
Luiz Filipe Farias Oliveira1, Maikely Paim Souza1, Bruno Dalazen Machado1, Alberto F. Brighenti2, Carolina Pretto
Panceri1, Marlise N. Ciotta2, Rogerio de Oliveira Anese, Kauhe Silva de Moraes1

1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Urupema (PQ); (IC). Bairro Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.
luizfilipetecenologia@gmail.com, maikelysouza@hotmail.com, bruno.dalazem@ifsc.edu.br, carolina.panceri@ifsc.edu.br,
rogerio.anese@ifsc.edu.br, kauhesom@hotmail.com; 2Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima,
102, 88600-000, São Joaquim, SC.albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, marlise@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis vinífera L. metassilicato de sódio, fertilidade de gemas, produtividade.

Introdução Tabela 1- Produtividade t. ha-1; peso de cachos (g)


O silício é considerado um micronutriente benéfico a Tratamento Produtividade (t. ha-1) Peso Cacho (g)
várias plantas. Dentre os inúmeros agentes
Controle 4,1 ab 76,2 ns
utilizados no controle de doenças em plantas, o
silício (Si), auxilia no combate à pragas e doenças, 4 g.L-1 5,9 a 85,3
mas também no aumento da produtividade e 8 g.L-1 3,5 b 69,7
qualidade das culturas (Mitani et al., 2005). Algumas
12 g.L-1
3,9 b 73,8
espécies, como a videira, são pouco capazes de
Médias seguidas por letras minúsculas distintas na linha diferem
transportar o silício do sistema radicular para a parte entre si pelo teste Tukey (p ≤ 0,05).
aérea, no entanto, Bowen et al., (1992),
demonstraram que o (Si), aplicado via foliar pode Número de cachos planta-1– Observou-se que a
atuar no controle de doenças e consequentemente, concentração de 4g.L-1, bem como o tratamento
promover aumento de produtividade. O objetivo controle, produziram maior número de cachos
desse trabalho, foi avaliar o efeito de diferentes planta-1 (Tabela 2);
concentrações foliares de metassilicato de sódio Fertilidade de gemas – Não houve diferença
sobre as características produtivas da variedade significativa entre os diferentes tratamentos para a
Sauvignon Blanc, na região do planalto catarinense. respectiva variável (Tabela 2);
Produção planta-1 (Kg) – Constatou-se que a
Material e Métodos dosagem de 4g.L-1 do produto ou a não aplicação
O trabalho foi realizado na empresa Villa Francioni do mesmo, proporcionaram maior produção planta-1
agronegócios S/A, situada em São Joaquim – SC (Tabela 2).
(28º17'39" S e 49º55'56" O, a 1.230m de altitude). A
variedade avaliada foi a Sauvignon Blanc, Tabela 2- Número de cachos planta-1, fertilidade de
conduzida em espaldeira. Foi utilizado o gemas, produção (kg planta-1).
metassilicato de sódio, nas seguintes doses: 0g.L-1 Nº Cachos Fertilidade Produção
(controle), 4g.L-1, 8g.L-1 e 12g.L-1. Todos os Tratamento (planta-1) de Gemas (kg planta-1)
tratamentos foram aplicados em 4 estádios: grão
chumbinho, mudança de cor das bagas, início do Controle 25 ab 0,88 ns 1,9 ab
amolecimento das bagas e 15 dias antes da 4 g.L-1 31 a 1,05 2,6 a
colheita. Utilizou-se dose completa para cada
estádio fenológico da planta. As variáveis produtivas 8 g.L-1 22 b 0,84 1,4 b
avaliadas foram: n° de cachos por planta, fertilidade
12 g.L-1 23 b 0,90 1,7 b
de gemas (n° de cachos/n° de ramos), produção Médias seguidas por letras minúsculas distintas na linha diferem
planta-1 (kg planta-1), produtividade estimada (t.ha-1) entre si pelo teste Tukey (p ≤ 0,05).
e peso de cachos (g).
Conclusões
Resultados e Discussão Há uma tendência de aumento da produtividade na
Produtividade t.ha-1: A dose de 4g.L-1 de variedade Sauvignon Blanc com a aplicação de
metassilicato de sódio promoveu aumento de metassilicato de sódio na concentração de 4g.L-1.
produtividade em relação às demais concentrações Contudo, faz-se necessário dar continuidade ao
(Tabela 1); estudo, a fim de elucidar de forma mais concreta a
Peso de cacho (g): Não houve diferença eficácia do produto, na melhoria dos atributos
significativa entre os tratamentos para a variável produtivos da videira.
peso de cacho (g) (Tabela 1).
Referências bibliográficas
MITANI,N.; MA,J.F; IWASHITA, T. Plant and Cell Physiology,
2005, p. 279.
BOWEN, P.; MENZIES, J.; EHRET, D. Journal of the American
Society for Horticultural Science, 1992, p. 906.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Flutuação populacional de Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) em pomar
de macieiras em Caçador, SC
Andressa Ana Ansiliero1, Janaína Pereira dos Santos2, Everlan Fagundes3
1UNIARP - Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (IC). Rua Victor Baptista Adami, 800, Centro, 89500-000, Caçador-SC.

andressa.ansiliero@gmail.com; 2Epagri - Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1.500, Cx.P. 591, Bom Sucesso,
89500-000, Caçador-SC; 3UDESC - Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Avenida Luiz de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-
000, Lages-SC.

Palavras Chave: mosca-das-frutas sul-americana, Malus domestica, monitoramento.

Introdução
A estimativa populacional de mosca-das-frutas
através do monitoramento é usada como
informação-chave para a tomada de decisão de
controle (Hickel, 2008). A prática do monitoramento
permite acompanhar o aumento e a diminuição das
populações da mosca-das-frutas, as épocas de
ocorrência e os picos populacionais, fornecendo
desta maneira, informações sobre o momento mais
adequado para a realização do controle (Santos et
al., 2016). Neste contexto, este estudo teve como
objetivo registrar a flutuação populacional de A.
fraterculus, a fim de fornecer subsídios para a Figura 1. Flutuação populacional de adultos de
tomada de decisão de controle em pomar de Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) em
macieiras em Caçador (SC). pomar de macieiras (Caçador, SC).
Material e Métodos Na safra 2015/2016, os adultos de A. fraterculus
O estudo foi desenvolvido na Estação Experimental voltaram a ser capturados no final de outubro de
da Epagri de Caçador, em uma área de 5,4 ha 2015 e, na safra 2016/2017, as capturas iniciaram
(26°50'10.70"S e 50°58'29.53"W, 960m de altitude), em janeiro de 2017. Segundo Kovaleski & Ribeiro
composta por diferentes cultivares e porta-enxertos (2006), em Santa Catarina, em macieiras, as
de macieira, em diferentes idades e espaçamentos. capturas de mosca-das-frutas podem ocorrer de
A flutuação populacional da mosca-das-frutas sul- setembro a abril. No presente estudo, a flutuação
americana foi avaliada semanalmente, de setembro populacional variou entre as safras. Garcia et al.
de 2014 a abril de 2017, envolvendo três safras (2003) relatam que a flutuação de A. fraterculus
(2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017), com duas pode variar entre os anos, em função das variáveis
armadilhas do tipo McPhail iscadas com Ceratrap® meteorológicas e da disponibilidade de frutos de
(400 mL/armadilha). Em cada ocasião de hospedeiros silvestres presentes em cada região.
amostragem, a média das armadilhas foi registrada
e os dados foram utilizados para a obtenção do Conclusões
índice MAD (moscas/armadilha/dia) que foi Em Caçador (SC), no período de entressafra, de
calculado através da fórmula: MAD = quantidade de maio a setembro, não se registrou captura de A.
moscas capturadas/(número de armadilhas x fraterculus no pomar de macieira. O monitoramento
número de dias de exposição das armadilhas), de adultos deve iniciar no mês de outubro, após a
considerando-se o total de indivíduos coletados. plena floração, e mantido até a colheita de todos os
frutos do pomar, viabilizando-se desta maneira, a
Resultados e Discussão tomada de decisão de controle.
Na safra 2014/2015, o pico populacional de A.
fraterculus foi verificado em 04/11/2014, com índice Referências bibliográficas
MAD de 5,3. Na safra 2015/2016 foi registrado em Garcia, F.R.M.; Campos, J.V.; Corseiul, E. Flutuação
15/12/2015 com índice MAD de 2,7. Já na safra populacional de Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 1830)
(Diptera, Tephritidae) na região Oeste de Santa Catarina, Brasil.
2016/2017, o pico populacional ocorreu em Revista Brasileira de Entomologia, v.47, n.3, p.415-420, 2003.
07/02/2017 com índice MAD de 3,3. Registrou-se Hickel, E.R. Pragas das fruteiras de clima temperado no Brasil:
nas safras 2014/2015 e 2015/2016 duas indicações guia para o manejo integrado de pragas. Florianópolis: Epagri,
de controle de mosca-das-frutas e na safra 2008. 170p.
2016/2017 três indicações de controle (Figura 1). As Kovaleski, A.; Ribeiro, L.G. Características e controle das pragas
na produção integrada de maçã. In: SANHUEZA, R.M.V.;
últimas capturas foram registradas em meados de PROTAS, J.F.S.; FREIRE, J.M. Manejo da macieira no sistema
fevereiro em 2015, início de abril em 2016 e meados de produção integrada de frutas. Bento Gonçalves: Embrapa Uva
de março em 2017 (Figura 1). e Vinho, 2006. p. 61-68.
Santos, J.P.; Fagundes, E.; Menezes-Netto, A.C. Flutuação
populacional da mosca-das-frutas-sul-americana em pomares de
macieira e pereira em Caçador, SC. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 24., 2016, São Luís (MA).
Anais...SBF, 2016. p.1-4.

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desenvolvimento de pulgão lanígero em porta-enxertos de macieira
Janaína Pereira dos Santos1
1Epagri - Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1.500, Cx.P. 591, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador-SC.
janapereira@epagri.sc.gov.br.

Palavras Chave: Eriosoma lanigerum, resistência, porta-enxerto, Marubakaido.

Introdução esperado, tendo em vista que o Marubakaido é


O pulgão lanígero, Eriosoma lanigerum (Hemiptera: citado na literatura como resistente.
Aphididae) é um inseto nativo do leste da América
do Norte e atualmente ocorre na maioria das regiões
produtoras de maçãs do mundo (Ribeiro, 1999). O
uso de porta-enxerto resistente é uma medida de
controle, sendo que o Marubakaido e alguns das
séries MM (Merton Malling), MI (Merton Immune) e
Geneva® são considerados resistentes e contribuem
para reduzir a incidência da praga nos pomares
(Ribeiro, 1999; Ribeiro & Flores, 2006). Porém, nos
últimos anos, o Marubakaido vem manifestando
ataque da praga no Sul do Brasil, o que reforça a
suspeita da ocorrência de uma nova subespécie de
pulgão. Fato que já foi observado em outros países,
como África do Sul, Nova Zelândia e EUA, com o
registro da nova raça denominada “Spy-capable”
WAA (Cummins & Aldwinckle, 1983). Neste
contexto, este estudo teve como objetivos avaliar a
colonização de populações de pulgão lanígero em
porta-enxertos considerados resistentes, em
condições de campo e laboratório.
Material e Métodos
O estudo foi desenvolvido na Estação Experimental
da Epagri de Caçador, na safra 2014/2015, em uma
área de 5,4 ha (26°50'10.70"S e 50°58'29.53"W,
960m de altitude), composta por diferentes
cultivares e porta-enxertos de macieira. Foram
avaliadas plantas enxertadas sobre Marubakaido Figura 1. Muda de Marubakaido infestada em
com ‘filtro’ (interenxerto), do porta-enxerto M.9 e laboratório com pulgão lanígero, Eriosoma lanigerum
G.814. Foram inspecionadas plantas dos cultivares (Hemiptera: Aphididae).
comerciais: Fuji Suprema; Monalisa; Castell Gala;
Galaxy e da seleção M-11/00, totalizando 1.217 Conclusões
plantas avaliadas. Os ramos infestados foram Em condições de campo e laboratório ocorreu a
coletados com tesoura de poda, acondicionados em infestação de pulgão lanígero em M.9 e
sacos de papel e transportados ao laboratório de Marubakaido. Entretanto, a caracterização molecular
das populações da praga, fornecerão informações
Entomologia da Epagri. No laboratório, em sala
mais consistentes sobre a ocorrência de uma nova
climatizada, os ramos infestados foram utilizados na subespécie de pulgão lanígero.
infestação controlada artificial de mudas cultivadas
em vaso, dos porta-enxertos M.9 (controle) e Agradecimentos
Marubakaido (resistente). À Embrapa pelo auxílio financeiro do projeto.
Resultados e Discussão Referências bibliográficas
Em torno de 16% das plantas avaliadas a campo
estavam atacadas pelo pulgão lanígero, porém Cummins, J.N.; Aldwinkle, H.S. Breeding Apple Rootstocks. In: JULES
JANICK. Plant Breeding Reviews. v.1, Avi Publishing Company, INC,
restrito ao filtro de M.9, que é suscetível a praga. Em 1983. 397p.
apenas duas plantas registrou-se o desenvolvimento Ribeiro, L.G. Principais pragas da macieira: pulgão lanígero (Eriosoma
do pulgão lanígero, em rebrotes do Marubakaido. lanigerum). In: Boneti, J.I.S.; Ribeiro, L.G.; Katsurayama, Y. Manual
Mudas infestadas artificialmente em laboratório de identificação de doenças e pragas da macieira. Florianópolis:
manifestaram o desenvolvimento da praga sete dias Epagri, 1999. p. 129-132.
Ribeiro, L.G.; Flores, E.H. Homópteros: cochonilhas, pulgão-lanígero e
após a infestação. Verificou-se que tanto as mudas pulgão verde. In: EPAGRI (Ed.). A cultura da macieira. Florianópolis:
de M.9 quanto as de Marubakaido (Figura 1) foram GMC/Epagri, 2006. cap. 15.4, p. 511-526.
colonizadas pelo pulgão lanígero. Resultado não

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Redução da infecção de Lasiodiplodia theobromae com uso de agentes biológicos
em videiras cv. Syrah
Thayna Viencz1, Carine Rusin1, Karla S. Sapelli1, Katryell I. Scopel2, Marcus A. K. Almança3, Cacilda M. D. R.
Faria4, Renato V. Botelho4

1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste (PG). Rua Simeão Varela de Sá, 03, Vila Carli, 85040-170, Guarapuava, PR.
thayviencz@hotmail.com; 2UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste (IC). Rua Simeão Varela de Sá, 03, Vila Carli,
85040-170, Guarapuava, PR; 3IFRS – Instituto Federal do Rio Grande do Sul (PQ). Avenida Osvaldo Aranha, 540, Juventude da
Enologia, 95700-000, Bento Gonçalves, RS; 4UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste (PQ). Rua Simeão Varela de Sá,
03, Vila Carli, 85040-170, Guarapuava, PR.

Palavras Chave: doenças de tronco, Vitis vinifera, controle.

Introdução ferimentos, tornando-se uma opção de controle ao


Dentre as doenças responsáveis por perdas na longo do tempo.
viticultura, merece destaque um complexo
conhecido por declínio ou morte de videiras, Figura 1. Percentual de plantas com sintomas
responsável pelo o aumento do custo de produção internos e reisolamento (A) e severidade dos
(HOFSTETTER et al., 2012). Os agentes de controle sintomas internos (B) de videiras cv. Syrah, 5 meses
biológico, tais como Trichoderma spp. e Bacillus após a inoculação com L. theobromae. Guarapuava
spp, podem ser uma opção de controle, uma vez – PR, 2016.
que proporcionam a colonização dos ferimentos das
plantas, impedindo a entrada dos patógenos de
tronco. Logo, tornam-se uma opção de proteção de
plantas ao longo do tempo (MUTAWILA et al.,
2011). O objetivo do estudo foi avaliar a eficiência de
produtos biológicos no controle Lasiodiplodia
theobromae em videiras.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em casa de vegetação
com mudas de videira Syrah clone 174 (Vitis
vinifera), sob porta-enxerto Paulsen 1103, em blocos
ao acaso, com seis repetições e quatro tratamentos:
Testemunha sem inoculação (Água), Testemunha
com inoculação (Água), Trichoderma harzianum (4 g
L-1) e Bacillus subtilis (8 mL L-1). A poda foi realizada
na altura da terceira gema, em seguida, no local do
ferimento da poda foram aplicados 2mL dos
tratamentos. Após 24 horas da aplicação dos
tratamentos, as videiras foram inoculadas com
discos miceliais (5 mm) de L. theobromae. Foram
avaliados, 5 meses após a inoculação, a incidência
e severidade de sintomas internos, caracterizados *Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
pela descoloração vascular. A avaliação do índice pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
de reisolamento foi realizado seguindo a
metodologia de Almança et al. (2013). Os dados Conclusões
foram submetidos à análise de variância e O uso de T. harzianum e B. subtilis reduzem a
comparação de médias pelo teste Tukey (p ≤0,05) incidência de L. theobromae de lenho e a severidade
utilizando o software SISVAR 5.6 (FERREIRA, da infecção.
2011).
Agradecimentos
Resultados e Discussão A CAPES pela concessão da bolsa.
O uso de T. harzianum e B. subtilis, proporcionaram
a redução de plantas com sintomas internos e o Referências bibliográficas
percentual de reisolamento do patógeno inoculado Almança, M.; De Abreu, C.; Scopel, F.; Benedetti, M.; Halleen,
F.; Cavalcanti, F. Embrapa Uva e Vinho-Comunicado Técnico.
(Figura 1 A) em relação a testemunha inoculada. 2013.
Quanto a severidade, o uso de B. subtilis Hofstetter, V.; Buyck, B.; Croll, D.; Viret, O.; Couloux, A.; Gindro,
diferenciou-se significativamente da testemunha K. Fungal Diversity. 2012, 51, 67.
inoculada. Segundo Mutawila et al. (2011), a Mutawila, C.; Halleen, F.; Mostert, L. Australian Journal of Grape
eficiência do uso de Trichoderma, além da ação de and Wine Research. 2016, 279, 287.
supressão, pode estar relacionada a interação com
a cultivar, o que explica a menor eficiência quando
comparada ao Bacillus. Os mesmos autores relatam
que os agentes de controle biológico colonizam os

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produtos alternativos para o controle do ácaro-branco em cultivo protegido

Valdecir Perazzoli1, Marco A. Dalbó2, Alexandre C. Menezes-Netto2, Eliane R. de Andrade2, Sandra D. C. Mendes2
1UNOESC – Campus Videira (IC). Rua Paese, 198, Universitário, 89560-000, Videira; 2Epagri Estação Experimental de Videira (PQ).
Rua João Zardo, 1660, Campo Experimental, 89560-000, Videira. dalbo@epagri.sc.gov.br;

Palavras-chave: acaricida, Polyphagotarsonemus latus, controle biológico.

Introdução Tabela 1. Eficiência de produtos naturais na


O ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus), mortalidade de ovos, ninfas e adultos do ácaro
constitui-se num problema grave para o cultivo de branco Polyphagotarsonemus latus.
plantas, especialmente em estufas, onde as Tratamentos Ovos Ninfas + Adultos
condições são muito favoráveis à sua proliferação --%-- --%--
(Moraes et al., 2008). Nestas condições são poucos Testemunha® ------- -------
os acaricidas que apresentam eficiência satisfatória Bacsol® 59,94 66,89
e o desenvolvimento de populações resistentes da Orobor N1® 46,18 65,55
praga ocorre com facilidade. Em ensaios Bacsol® + Orobor N1® 78,29 85,62
preliminares observamos que dois produtos
alternativos haviam mostrado ação acaricida: Orobor
N1® (óleo essencial de casca de laranja) e Bacsol®
(mix de bactérias). Assim, esse estudo objetivou
verificar a eficiência destes produtos para o controle
do ácaro branco.
Material e Métodos
Realizou-se o experimento em casa-de-vegetação,
na Estação Experimental de Videira, SC.
Primeiramente, as bactérias foram multiplicadas em
meio líquido (sacarose 2% + peptona de soja 1%)
por 48 horas, a 30°C. Utilizou-se quatro tratamentos
Figura 1. Número de ovos e de ninfas e adultos do
[testemunha (água), Bacsol® (1% p/v), Orobor N1®
ácaro branco Polyphagotarsonemus latus
(2mL.L-1) e Bacsol® + Orobor N1® (1% p/v + 2 mL.L-
1)] com quatro repetições de uma planta, em submetidos a diferentes produtos naturais.
*Indica diferença significativa pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
delineamento experimental inteiramente
casualisado. Para a infestação das plantas de feijão Os produtos testados possuem mecanismos de
preto cultivadas em vaso, foram inoculados ovos e ação distintos. O D-limoneno, principal constituinte
ninfas de ácaro branco provenientes de plantas de do Orobor N1®, possui ação de repelência e de
videira já estabelecidas no local. Após sete dias da contato, atuando na dissolução dos lipídios da
aplicação dos tratamentos, coletou-se, de quatro cutícula do exoesqueleto de insetos e ácaros,
plantas, a segunda folha abaixo do meristema levando-os à desidratação e morte. (Buss & Park-
apical, e contou-se os indivíduos de P. latus em três Brown, 2002). O Bacsol® é composto principalmente
pontos aleatórios de um cm² cada. Avaliou-se o por bactérias Azospirillum spp., Bacillus spp.,
número de ovos viáveis e o número de ninfas e Azotobacter spp. e Pseudomonas spp., que além de
adultos vivos. A eficiência agronômica foi calculada promoverem o crescimento das plantas possuem
pela fórmula de Abbott (1925), na qual, Eficiência capacidade fito e entomopatogênica, sendo a última
(E%)= t-p/t*100, sendo “t” a média das contagens na comprovada com este experimento.
testemunha e “p” a média das contagens na parcela
tratada. Os dados foram submetidos à análise de Conclusões
variância e à análise de médias pelo teste de Tukey, Os dois produtos avaliados, Orobor N1® e Bacsol®,
a 5% de probabilidade de erro. foram eficientes para o controle do ácaro branco em
folhas de feijão preto.
Resultados e Discussão
Todos os produtos utilizados reduziram a população Referências bibliográficas
de ácaro branco nas plantas de feijão. Em relação à ABBOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an
inseticide. Journal of Economic Entomology, College Park, v. 18,
eficiência (Abbott, 1925), foram observadas n. 1, p. 265-267, 1925.
variações entre os tratamentos, sendo que a BUSS, E. A.; PARK-BROWN, S. G. Natural products for insect
combinação Orobor N1® + Bacsol® apresentou o pest management. Gainesville: UF/IFAS, 2002. Disponível em
maior índice (Tabela 1). Quando avaliou-se o <http://edis.ifas.ufl.edu/IN197>. Consultado em: 11 maio. 2017.
MORAES, G. J; FLECHTMANN, C.; HOLGER, W. Manual de
número de ovos, ninfas e adultos de P. latus entre acarologia: acarologia básica e ácaros de plantas cultivadas no
os tratamentos isolados (Bacsol® e Orobor N1®) e Brasil. Ribeirão Preto, SP: Holos, 2008. 288 p.
em mistura (Bacsol® + Orobor N1®), constatou-se
menor número de indivíduos em relação à
testemunha, porém não houve diferença significativa
entre eles (Figura 1).

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Eficácia de diferentes concentrações de Cera Trap® na captura de mosca-das-frutas
sulamericana em cultivo de macieira

Joatan M. da Rosa1, Cristiano J. Arioli2, Marcos Botton3

1Udesc – Centro de ciências Agroveterinárias – CAV. Professor Universitário/Pesquisador (PQ). Av. Luiz de Camões, Cx. P. 2090,
Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. joatanmachado@gmail.com; 2 Epagri - Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João
Araújo Lima, 102, Cx. P. 81, Jardim Caiçara, 88600-000, São Joaquim-SC. cristianoarioli@epagri.sc.gov.br; 3 Embrapa Uva e vinho –
Laboratório de Entomologia (PQ). Rua Livramento, 515, Cx. P. 130, Conceição, 95701-008, Bento Gonçalves-RS.
marcos.botton@embrapa.br

Palavras Chave: Anastrepha fraterculus, monitoramento.

Introdução respectivamente (Tabela 1). Essa formulação


Anastrepha fraterculus (Wied. 1830) (Diptera: também apresentou maior MAD
Tephritidae) é a principal praga da macieira no Sul (moscas/armadilha/dia) do experimento, com 0,53,
do Brasil. O manejo eficiente desses insetos é enquanto as concentrações de 100, 75, 25 e 5%
dependente da disponibilidade de um confiável capturaram uma média de 0,25, 0,29, 0,24 e 0,04,
sistema de monitoramento, que é fundamental na respectivamente (Tabela 1). Com a utilização de
definição do controle, seja pelo emprego de iscas Cera Trap® na metade da dose recomendada foram
tóxicas ou pela pulverização de inseticidas em área observadas oito indicações de controle (MAD≥0,5)
total. Esse sistema é realizado com armadilhas do contra apenas cinco, quatro e duas indicações nas
tipo McPhail iscadas com atrativos alimentares. concentrações 75, 100 e 25%, respectivamente. A
Entre os mais recomendados estão o suco de uva 5% não foram observadas indicações de controle.
Os resultados desse trabalho sugerem que é
integral (25%), BioAnastrepha® (5%), Torula® (6
possível reduzir em 50% os custos do atrativo Cera
pastilhas/litro) e Cera Trap® (sem diluição). Durante Trap® dentro do sistema de monitoramento que
muito tempo, o suco de uva foi o atrativo utiliza este produto como atrativo aos insetos.
recomendado para o monitoramento em pomares de
macieira, principalmente pela facilidade de obtenção Tabela 1. Captura de adultos, índice MAD
e baixo custo (R$ 2,64 ha-1.semana-1) quando (moscas/armadilha/dia), número de indicações de
comparado a outros atrativos, como o Torula® R$ controle (NIC) e custo do atrativo (R$) em diferentes
3,81 ha-1.semana-1) e Cera Trap® R$ 4,63 ha- concentrações de Cera Trap® utilizadas no
1.semana-1). Recentes estudos demonstram que o monitoramento de mosca-das-frutas sulamericana
atrativo Cera Trap® é mais eficiente na detecção e em pomar de macieira
monitoramento de moscas-das-frutas em diversos
cultivos, estando seu uso somente limitado pelo
maior custo de sua formulação (Rosa et al., 2017).
O objetivo desse estudo foi verificar a eficiência de
diferentes concentrações de Cera Trap® na captura
de A. fraterculus em pomar de macieira.
Material e Métodos 1Mosca/armadilha/dia 2Número de vezes em que o índice
O trabalho foi conduzido em pomar com cultivares de controle (MAD≥0,5) foi atingido.3Considerando 4
Gala e Fuji, em São Joaquim/SC. O ensaio foi armadilhas.ha-1 com 300mL de produto.armadilha-1 e
instalado em 10/10/2016 e mantido por 29 semanas. substituição completa do atrativo aos 60 dias. Custo do
As concentrações (100%, 75%, 50%, 25% e 5%) de atrativo a R$ 34,90.L-1.
Cera Trap® foram colocadas num volume de 300 mL Conclusões
no interior de armadilhas McPhail amarelas,
dispostas em delineamento de blocos casualizados - O atrativo Cera Trap® a 50% é mais eficiente no
com quarto repetições. A contagem do número de monitoramento de Anastrepha fraterculus quando
moscas-das-frutas foi realizada semanalmente, bem comparado as concentrações de 5, 25, 75 e 100%;
como a reposição do produto evaporado no período. - Os produtores de maçã podem reduzir em até 50%
Os dados mosca/armadilha/dia foram transformados o custo de monitoramento utilizando Cera Trap®
em (√x+1), submetidos à análise de variância e as sem perder a eficiência no monitoramento da praga.
médias comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05).
Referências bibliográficas
Resultados e Discussão Rosa, J.M. et al. Evaluation of Food Lures for
Foram capturados 1091 adultos de A. fraterculus. A Capture and Monitoring of Anastrepha fraterculus on
diluição do atrativo Cera Trap® afeta Temperate Fruit Trees. Journal of Economic
significativamente (F= 2,72; P= 0,032) as capturas Entomology, v.110, n.3, p. 995-1001, 2017.
de A. fraterculus em armadilhas McPhail. O atrativo
Cera Trap® a 50% capturou 39,14% dos adultos de
todo o experimento, contra 21,45, 18,06, 17,78 e
3,57% das concentrações 100, 75, 25 e 5%,

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Levantamento etnobotânico de espécies frutíferas nativas da Floresta Ombrófila
Mista com potencial para processamento
Giuliano Rigo1, Karine L. dos Santos2, Claudemar H. Herpich1, Vagner S. P. Abê1

1UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina - Campus de Curitibanos (IC). Rod. Ulysses Gaboardy, Km 3, 89.520-000,
Curitibanos/SC. rigo.investiments@gmail.com; 2 UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina - Campus de Curitibanos/SC (PQ).
Rod. Ulysses Gaboardy, Km 3, 89.520-000, Curitibanos/SC.

Palavras Chave: Etnoespécies, frutas nativas para processamento, índice de consenso entre informantes.

Introdução estatística quantitativa levou em consideração o


O Brasil apresenta uma vasta biodiversidade, Índice de Consenso entre Informantes (ICI: 0,0-1,0).
contando com mais de 32 mil espécies vasculares Resultados e Discussão
catalogadas em seu território (FORZZA et al., 2010).
A partir da análise quantitativa dos dados pelo Índice
O cenário vegetacional contribui para que haja o
de Consenso entre Informantes (ICI), obteve-se sete
surgimento de espécies potenciais para diversos
espécies frutíferas nativas da Floresta Ombrófila
segmentos de uso produtivo, contudo o panorama
Mista com potencial para processamento de Suco
de produção demonstra dados relatando que das
(SC), Geleia (GL) ou Doce (DC) a partir da fruta. As
frutíferas nativas brasileiras, poucas apresentam
principais espécies frutíferas para processamento
exploração de seu potencial produtivo, sendo que
de suco foram Eugenia pyriformis (uvaieira),
das frutas mais produzidas nacionalmente há
ausência de espécies nativas do território brasileiro. Campomanesia xanthocarpa (guabirobeira) e a
Uma das formas de melhorar este aproveitamento Eugenia involucrata (cerejeira-do-rio-grande). No
das espécies nativas é através do processamento e processamento da fruta para doce as espécies
geração de derivados com valor agregado, destaque foram Acca sellowiana (goiabeira-serrana),
ressaltando os aspectos nutricionais e a Butia capitata (butiazeiro) e Campomanesia
biodiversidade nacional para o setor de consumo xanthocarpa (guabirobeira). Já no processamento
(KINUPP, 2007). O objetivo deste trabalho foi da fruta para geleia as espécies destaque foram,
realizar levantamento etnobotânico de espécies Rubus brasiliensis (amoreira-branca), Acca
frutíferas nativas da Floresta Ombrófila Mista que sellowiana (goiabeira-serrana) e Psidium
apresentam potencial de processamento. cattleyanum (araçazeiro) (Tabela 1).

Material e Métodos Tabela 1: Análise das frutas nativas para


O estudo concretizou-se com a realização de dez processamento.
levantamentos etnobotânicos em propriedades Fruta Nativa ICI SC DC GL
rurais situadas nos municípios catarinenses de Uvaia 0,3 x
Curitibanos, Frei Rogério, Ponte Alta do Norte, Amora-Branca 0,3 x
Santa Cecília e São Cristóvão do Sul, pertencentes
Goiaba-Serrana 0,2 x x
à Microrregião de Curitibanos/SC, esta que é
caracterizada pela formação vegetacional de Butiá 0,2 x
Floresta Ombrófila Mista, pertencente ao Bioma Guabiroba 0,1 x x
Mata Atlântica. Na realização da pesquisa a unidade Cereja-do-Rio-Grande 0,1 x
amostral levou em consideração a unidade familiar Araçá 0,1 x
na propriedade rural, sendo que a identificação dos
informantes foi feita com base na técnica de Conclusões
amostragem intencional, privilegiando agricultores- Há pelo menos sete espécies de frutíferas nativas
chave detentores dos atributos que se pretende da Floresta Ombrófila Mista com potencial para
conhecer. Neste estudo os atributos para os processamento na forma de suco, doce ou geleia,
informantes foram de conhecimentos da reforçando o potencial de uso dos recursos
biodiversidade nativa da região e propriedades genéticos vegetais nativos da região estudada.
rurais com Áreas de Preservação Permanente
demarcadas. A amostragem foi feita através da Agradecimentos
técnica não-probabilística “Snowball” onde cada À EPAGRI e ao CNPq pelo fomento à pesquisa.
informante indica outro que seja detentor dos
atributos-alvo e a materialização do estudo se deu Referências bibliográficas
FORZZA, R.C. (Org.) et al. Catálogo de Plantas e Fungos do
através de entrevistas semiestruturadas com ênfase
Brasil. Rio de Janeiro: Andre Jakobsson Estúdio – Instituto de
para as frutíferas nativas com potencial para Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 871p.
processamento. O potencial de processamento KINUPP, V. F. Plantas alimentícias não-convencionais da
levou em consideração a fabricação de suco (SC), região metropolitana de Porto Alegre, RS. 590 p. Tese
geleia (GL) ou doce (DC) a partir da fruta. A análise (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2007.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
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Eficácia de inseticidas sobre o pulgão lanígero na parte aérea da macieira
Cristiano João Arioli1, Joatan Machado da Rosa2, Sabrina Lerin3; Marcos Botton4

1Epagri - Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, Cx.P.81, Jardim Caiçara, 88600-000, São Joaquim-
SC. cristianoarioli@epagri.sc.gov.br. Udesc – Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV. Professor Universitário/Pesquisador (PQ).
Av. Luiz de Camões, Cx. P.2090, Conta Dinheiro, Lages-SC. joatanmachado@gmail.com. 3 Universidade Federal de Pelotas, 96010-
900, Capão do Leão-RS. Email: sabrinalerin@gmail.com. 4Embrapa Uva e Vinho (PQ). Rua Livramento 515, Bairro Livramento.
95.700-000, Bento Gonçalves-RS

Palavras Chave: Eriosoma lanigerum, controle químico.

Introdução Resultados e Discussão


O pulgão lanígero Eriosoma lanigerum (Hemiptera: Entre as novas formulações avaliadas, os inseticidas
Aphididae) é uma praga que ocorre na maioria das Delegate®, Altacor® e Azamax® não apresentaram
regiões produtoras de maçã do mundo. A espécie se efeito satisfatório para o controle de E lanigerum,
caracteriza por apresentar o corpo coberto por uma sendo observado uma pequena redução no número
lanosidade de aspecto esbranquiçado. Atacam a de colônias/planta (abaixo de 15%) 17 dias depois
parte aérea (colo da planta, ramos, brotos novos e do tratamento (DDT) (Figura). Os produtos
rebentos) e as raízes. Ao se alimentar, injetam Trebom®, Imidan® e Mospilan® apresentaram um
toxinas que dão origem a formação de calos (parte controle intermediário, com 58,6, 72,9 e 75,7%, de
aérea) e galhas (raízes), o que torna as plantas redução de colônias para o mesmo período,
suscetíveis ao ataque de outras pragas, bem como respectivamente. Entre os organofosforados,
dificulta o desenvolvimento do sistema radicular. A Supration® e Sumithion® reduziram acima de 84% o
utilização de porta-enxertos resistentes e a número de colônias já aos 6 DDT. Foram
conservação de inimigos naturais, como o consideradas eficientes os produtos Supration®,
parasitoide Aphelinus mali (Haldeman) Sumithion® e Malation® os quais reduziram em 98,6,
(Hymenoptera: Eulophidae) auxiliam os fruticultores 97,1, 84,3% o número de colônias aos 17DDT,
na contenção da espécie, o que também é realizada respectivamente.
pela aplicação de inseticidas organofosforados. No
entanto, nos últimos anos, observam-se frequentes
surtos do pulgão em pomares comerciais e
principalmente em viveiros, onde seu ataque pode
comprometer a qualidade das mudas. O objetivo
desse estudo foi verificar a eficiência de inseticidas
sobre o controle de E. lanigerum presente na parte
área das plantas de macieira.
Material e Métodos
O estudo foi desenvolvido na Estação
Experimental da Epagri de São Joaquim, no ciclo
2016/2017, em casa de vegetação. Foram avaliados
nove inseticidas (entre novas e antigas formulações) Figura. Eficácia de inseticidas sobre Eriosoma
(Figura). Plantas da cultivar Gala com sete anos, lanigerum. Em verde: número inicial de colônias de
mantidas em vaso sobre o porta-exerto M9, foram E. lanigerum nos tratamentos (*não significativo pelo
inoculadas com E. lanigerum proveniente de pomar teste de F). Em azul: número de colônias por planta
comercial 30 dias antes da aplicação dos produtos. aos 17 DDT (médias seguidas pela mesma letra
Esse procedimento foi realizado para que, um dia sem diferença estatística). Em vermelho:
antes da aplicação (DAT) os tratamentos percentagem de redução do número de colônias em
apresentassem um número uniforme de colônias relação à testemunha aos 17 DDT.
(≅5,0 por planta) (Figura). A aplicação dos Conclusões
inseticidas foi realizada com pulverizador costal, Em casa de vegetação: 1) Supration 400 EC®
proporcionando um volume de 500L/ha (plantas (100mL.100L-1), Sumithion 500 EC® (175mL.100L-1)
jovens). Avaliou-se a eficácia dos produtos através e Malation 1000 CE® (100mL.100L-1) são eficientes
da contagem do número de colônias (≥1 cm) nas no controle de E. lanigerum na parte aérea da
plantas em um, dois, seis e 17 dias depois da macieira; 2) Trebom® (175mL.100L-1) Mospilan®
aplicação dos tratamentos (DDT). Durante o (40g. 100L-1) e Imidan® (175g.100L-1) apresentaram
experimento, as plantas foram mantidas em gaiolas um controle intermediário; 3) Delegate 25 WG®
(2x2x2m) com tela antiafídica, para impedir o ataque (25g.100L-1), Azamax® (200mL.100L-1), Altacor®
de A. mali. Utilizou-se delineamento inteiramente (10g.100L-1) e Trebom 100 SC® (175mL.100L-1) não
casualizado, com sete repetições. Os resultados controlam adequadamente E. lanigerum na parte
foram submetidos à análise de variância e ao teste aérea da macieira.
de Tukey (α = 0,05), sendo a mortalidade corrigida
pela fórmula de Abbott.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
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Resistência de Mancozebe a lavagem pela precipitação no controle de Mancha
foliar da gala em macieira
Felipe Augusto Moretti Ferreira Pinto1, Leonardo Araujo1
1Epagri Estação Experimental de São Joaquim. Rua João Araújo Lima, 102, Jd. Caiçara, 88600-000, São Joaquim.

felipepinto@epagri.sc.gov.br.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, Colletotrichum spp., mancha foliar-de-Glomerella, controle químico.

Introdução
A Mancha foliar da gala é considerada, nos últimos
anos, a principal doença de verão da macieira no
Brasil (Araujo et al., 2016) e o manejo adotado
atualmente é baseado na aplicação preventiva de
fungicidas em períodos anteriores a chuva. O
objetivo do presente estudo foi verificar a resistência
do fungicida Mancozebe à lavagem pela
precipitação com diferentes volumes de chuva no
controle de Mancha foliar da gala em macieira.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Estação
Experimental da Epagri de São Joaquim, SC,
durante o ciclo 2016/2017, foi realizado em casa de
Figura 1. Incidência de Mancha da gala em folhas de macieira
vegetação com mudas de ‘Gala’ enxertadas sobre o tratadas com Mancozebe e submetidas a diferentes
porta-enxerto M.9. Mudas receberam os tratamentos precipitações em casa-de-vegetação, utilizando simulador de
da tabela a seguir a base de Mancozebe (200 g/100 chuva artificial. Médias seguidas de letras iguais não diferem
L, Dithane®). Após 24 horas, foi realizada a entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
precipitação artificial, utilizando o simulador de
chuva. Após a secagem, as mudas foram
inoculadas com uma suspensão de 106 conídios/mL
de isolado de Colletotrichum spp., oriundo do
munícipio de São Joaquim. Na avaliação da MFG
foram usadas quatro folhas (últimas) para avaliação
de severidade e dez para incidência.

Tabela 1. Tratamentos utilizados para resistência de


Mancozebe à lavagem pela precipitação no controle
de Mancha foliar da Gala em simulador artificial de
chuva em condições de casa-de-vegetação.
Tratamento Produto Precipitação
(mm)
Figura 2. Severidade de Mancha da gala em folhas de macieira
1 Mancozebe 15 tratadas com Mancozebe e submetidas a diferentes
2 Mancozebe 30 precipitações em casa-de-vegetação, utilizando simulador de
3 Mancozebe 45 chuva artificial. Médias seguidas de letras iguais não diferem
entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
4 Mancozebe 60
5 Testemunha 15 Conclusões
6 Testemunha 30 O fungicida Mancozebe resistiu à lavagem de até 60
7 Testemunha 45 mm de precipitação em simulador de chuva em
8 Testemunha 60 condições de casa-de-vegetação.
Os dados foram submetidos à análise de variância e Novos estudos em campo são necessários para
à análise de médias pelo teste de Tukey, a 5% de complementar o resultado obtido neste trabalho.
probabilidade de erro. Agradecimentos
Resultados e Discussão
Não houve diferença nos tratamentos com
Mancozebe, em diferentes precipitações, diferindo
estes da testemunha. O Coeficiente de variação foi
de 14,55 na Incidência e 24,07% na Severidade.
Referências bibliográficas
Araujo, L., Medeiros, H. A., Pasa, M. S., Silva, F. N. Doenças da
macieira e da pereira. Informe Agropecuário. 2016, v.37, n.291,
p.61-74.

28
XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação de genótipos de ameixeira quanto à susceptibilidade à escaldadura das
folhas
Gislaine Gabardo1*, Clandio Medeiros da Silva2, Iohann Metzger Bauchrowitz1, Guilherme Alexandre Weckerlin
Mendes2, Henrique Luís da Silva2, Rui Pereira Leite Junior2
1
UEPG, Universidade Estadual de Ponta Grossa. Av. General Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900, Ponta Grossa-PR.
gislainegabardo2007@yahoo.com.br; 2IAPAR, Instituto Agronômico do Paraná. Rodovia Celso Garcia Cid, km 375 CEP 86047-902 –
Londrina-PR.

Palavras Chave: Prunus salicina Lindl., genótipo, Xylella fastidiosa subsp. multiplex, resistência genética.

Introdução (Tabela 1). Todos os genótipos avaliados foram pré-


O cultivo de ameixeira (Prunus salicina Lindl.) no selecionados com base em características
Brasil é de grande importância econômica, agronômicos desejáveis para lançamento como
especialmente na região Sul do País. Um dos novas cultivares de ameixeira. Além disso, os
problemas mais importantes para a cultura é a genótipos G1 e G6 apresentam potencial
doença escaldadura das folhas causada pela agronômico para serem lançados como uma cultivar
bactéria Xylella fastidiosa subsp. multiplex que afeta de ameixeira resistente à escaldadura das folhas.
drasticamente a produtividade e a longevidade das
plantas (Castro, 2010). Assim, há grande Tabela 1. Índice de severidade média de
necessidade na identificação de fontes de escaldadura das folhas de diferentes genótipos de
resistência e no desenvolvimento de cultivares ameixeira, IAPAR, Ponta Grossa-PR, 2017.
resistentes à escaldadura das folhas. Neste Genótipo Índice de severidade
contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar G1 0,038 f*
genótipos de ameixeira agronomicamente G2 0,104 e
promissores em relação à resistência à escaldadura
G3 0,714 c
das folhas sob condições naturais de ocorrência da
doença. G4 0,292 d
G5 0,066 e
Material e Métodos G6 0,000 f
O estudo foi conduzido na Estação Experimental do G7 0,320 d
Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Ponta
G8 0,862 a
Grossa, PR, no ano de 2017. O delineamento
experimental foi inteiramente ao acaso, com 10 G9 0,788 b
tratamentos compreendendo os genótipos G10 0,800 b
analisados, com 4 a 10 plantas por genótipo. Foram CV (%) 11,33
realizadas 5 avaliações de severidade de *Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si
escaldadura das folhas das plantas nos meses de ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott., CV=
coeficiente de variação.
janeiro a fevereiro de 2017, utilizando escala de
notas de 0 a 5, onde: 0= folhas sem sintomas; 1= Conclusões
folhas com sintomas em poucos ramos; 2= sintomas Os genótipos G1 e G6 são os mais promissores em
em cerca de 50% dos ramos; 3= sintomas nas relação à resistência à escaldadura das folhas em
folhas de todos os ramos; 4 = seca de ramos ameixeiras.
atingindo menos de 50% da planta; 5= seca em
mais de 50% dos ramos. Com os dados obtidos, foi Agradecimentos
calculado o índice de severidade da doença (SEV) Ao IAPAR pela oportunidade de realizar o presente
para cada genótipo de acordo com McKinney estudo.
(1923), utilizando a equação: SEV = [Σ(grau da
escala x frequência)/(número total de unidades x Referências bibliográficas
grau máximo da escala)]x100. Após, obter o índice Castro, L. A. S., Protocolo para diagnóstico de
escaldadura das folhas da ameixeira / Luis Antonio Suita
SEV para cada genótipo, foi realizada análise de
de Castro – Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2010.
variância e as médias agrupadas pelo teste de 22 p. – (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 324).
Scott-Knott (P ≤ 0,05). As análises estatísticas Mckinney, H. H. Influence of soil, temperature and
foram efetuadas com auxílio do programa SAS® moisture on infection of wheat seedlings by
versão 9.1.3. (SAS/ STAT, 1999). Helminthosporium sativum. Journal of Agricultural
Research, Washington, v. 26, p.195-217. 1923.
Resultados e Discussão SAS/STAT® Versão 9.1.3 do sistema SAS para Windows,
Com relação ao índice de severidade da copyright© 1999-2001. SAS Institute Inc., Cary, NC, USA.
escaldadura das folhas, houve diferenças
significativas entre os genótipos avaliados (Tabela
1). De maneira geral, o genótipo G8 apresentou a
maior susceptibilidade à doença. Em contraste, os
genótipos G1 e G6 foram os menos susceptíveis

29
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso de bioestimulantes para o controle da sarna da macieira
Leonardo Araujo1, Felipe Augusto Moretti Ferreira Pinto1
1Epagri Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, Jardim Caiçara, 88600-000, São Joaquim.
leonardoaraujo@epagri.sc.gov.br.

Palavras Chave: Malus domestica, Spilocaea pomi, Venturia inaequalis, doenças, maçã.

Introdução 100
A Folhas Frutos
A
A sarna da macieira (SDM) é considerada a principal 90

doença de primavera da cultura. Atualmente a 80 a B


principal forma de controle da SDM é a pulverização 70

Incidência de sarna (%)


de fungicidas durante todo o ciclo. No entanto, a 60
crescente busca da sociedade por alimentos mais C
b
limpos impulsionam o desenvolvimento de medidas 50
CD

alternativas de controle de doenças de plantas. 40 bc

Desta forma, o objetivo do presente estudo foi 30


c

avaliar o uso de bioestimulantes para o controle da 20


DE

SDM. d
E
10

Material e Métodos
d
0
Testemunha Captana Score+Terra-Sorb Score Terra-Sorb Fosfito de Cu

O experimento foi instalado em um pomar de Tratamentos

macieira da cultivar Gala (copa) enxertada sobre o 70


a

porta-enxerto Marubakaido com seis anos de idade. B


Foi avaliado o efeito dos seguintes tratamentos: 1 = 60

Controle negativo (Não foi realizado nenhuma 50


pulverização); 2 = Controle positivo (Captan®;
Incidência de russeting (%)

Captana; 240 mL/100L); 3 = SC (Score®; 40

Difenoconazol; 14 mL/100L) + TS (Terra-Sorb®; b

Aminoácido; 300 mL/100L); 4 = SC; 5 = TS; 6 = 30


bc
Fosfito de cobre (Aksine SH®; 30% P 2 O 5 e 4,5% Cu;
bc

bc
300 mL/100L). Os tratamentos foram realizados em
20

seis momentos distintos antes de períodos 10


c

chuvosos em plantas de macieira, iniciando no dia


30/09/16 e finalizando em 04/11/16. Folhas e frutos 0
Testemunha Captana Score+Terra-Sorb Score Terra-Sorb Fosfito de Cu

com sintomas SDM foram infectadas por Venturia Tratamentos

inaequalis em condições naturais de campo. Na 18


A
avaliação da doença foram selecionados 10 ramos 16
Incidência Severidade
C
terminais ao acaso/planta e foi determinado a AB

incidência da SDM em 10 folhas/ramo e 30 14


B

frutos/planta. Em casa de vegetação mudas de 12


BC
Sarna da macieira (%)

‘Gala’ enxertadas sobre o porta-enxerto M.9. 10


receberam os mesmos tratamentos a nível de
campo e 24 horas após foram inoculadas com uma
C a
8 a

suspensão de 105 conídios/mL de V. inaequalis. Na 6 a


a

avaliação da SDM foram usadas quatro folhas a

4
(últimas) para avaliação da severidade e 10 para
incidência. Utilizou-se o delineamento em blocos 2
b D
casualizados (DBC) para os ensaios de campo, e 0

completamente casualizados (DIC) para os ensaios


Testemunha Captana Score+Terra-Sorb Score Terra-Sorb Fosfito de Cu
Tratamentos
de casa de vegetação. Foram utilizados quatro
Figura 1. Incidência (A, C) e severidade (C) de
repetições/tratamento, sendo que cada unidade
sarna em folhas (A, C) e frutos (A), e agressividade
experimental foi constituída por uma planta.
de russeting (B) em plantas de macieira tratadas
Resultados e Discussão com diferentes produtos, antes de períodos
A nível de campo todos os bioestimulantes chuvosos a campo (A, B), ou antes da inoculação
reduziram a incidência da SDM em folhas e frutos com Venturia inaequalis em casa de vegetação (C).
(Fig. 1A). O fosfito de Cu aumentou a severidade do Médias nas colunas com mesmas letras minúsculas
russeting em frutos (Fig. 1B). Em nível de casa de e maiúsculas indicam que não há diferença
vegetação nenhum bioestimulante reduziu a estatística pelo teste pelo teste de Tukey (p≤0,05).
incidência e severidade da SDM em folhas (Fig. 1C).
Conclusões
O bioestimulante TS melhorou a eficiência do
fungicida SC para o controle da SDM (Fig. 1C). O uso de bioestimulantes se constitui como uma
potencial ferramenta para o controle da SDM.

30
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Qualidades espectrais reduzem a infecção de Botrytis cinerea em frutos de maçã

Daniele Cristina Fontana1, Denise Schmidt2, Stela Maris Kulczynski2, Iuri Naibo3, Matheus Milani Pretto3, Jullie
dos Santos1
1Universidade Federal de Santa Maria, campus Frederico Westphalen, Pós graduação, Linha 7 de Setembro, s/n - BR 386 Km 40,
CEP 98400-000 - Frederico Westphalen – RS, daani_fontana@hotmail.com; ²Universidade Federal de Santa Maria, campus Frederico
Westphalen. Docente/Pesquisador, Linha 7 de Setembro, s/n - BR 386 Km 40, CEP 98400-000 - Frederico Westphalen – RS;
3Universidade Federal de Santa Maria, campus Frederico Westphalen. Discentes graduação, Linha 7 de Setembro, s/n - BR 386 Km

40, CEP 98400-000 - Frederico Westphalen – RS.

Palavras Chave: Malus domestica, doença, severidade, luz Led, fruteiras, pós-colheita.

Introdução Resultados e Discussão


A produção nacional de maçãs está concentrada na De acordo com a análise de variância, os
região Sul do Brasil, sendo Santa Catarina o tratamentos realizados apresentaram significância
principal estado produtor, com mais de 530 mil apenas para a variável AACPD. A maior AACPD e
toneladas (CEPA, 2015). Conforme ocorrem severidade da doença foi verificada na luz
avanços na produção desta fruta, torna-se fluorescente e a menor para a luz azul. Os espectros
necessário aprimorar os manejos pós-colheita, pois luminosos correspondentes a vermelho, vermelho +
neste período são constatadas as maiores perdas. azul, branco e escuro apresentaram resultados
Dessa forma, a preocupação ambiental tem semelhantes e intermediários para o controle da
impulsionado a utilização de luzes Led como doença.
tecnologia limpa, tornando-se ótima alternativa na
preservação da qualidade pós-colheita. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes
qualidades espectrais na infecção por Botrytis
cinerea, na pós-colheita de frutos de maçã.
Material e Métodos
O experimento foi desenvolvido na Universidade
Federal de Santa Maria, campus de Frederico
Westphalen/RS, no laboratório de fitopatologia. Os
frutos de maçã cultivar Gala (categoria 1 e calibre
100) foram adquiridos em comércio local, e
realizada a desinfestação superficial dos frutos com
álcool 70% e hipoclorito de sódio durante 1 minuto e
lavados em água destilada autoclavada. O
experimento foi conduzido em DIC, com seis
tratamentos, sendo as qualidades espectrais (azul, Figura 1. Área abaixo da curva do progresso da
azul+vermelho, vermelho, branco, fluorescente e doença (AACPD) e severidade (%) de Botrytis
escuro). Cada tratamento foi composto por uma cinerea em frutos de maçã Gala, submetidos às
bandeja plástica, com seis frutos cada, sendo qualidades espectrais: [1- azul; 2- azul+vermelho; 3-
inoculado discos de micélio (7,0 mm) de Botrytis vermelho; 4- branco; 5- fluorescente e 6- escuro].
cinerea, e cada fruto considerado uma unidade
experimental. Os frutos foram acondicionados sob Conclusões
suportes plásticos e papel umedecido, O espectro luminoso azul reduz a AACPD e a
permanecendo em bancada recebendo os severidade de Botrytis cinerea na pós-colheita de
tratamentos durante oito dias, sob temperatura de frutos de maçã.
25 ºC e fotoperíodo de 12 horas. As avaliações
foram realizadas diariamente atribuindo-se nota de Agradecimentos
severidade para a área do fruto lesionada, a fim de À CAPES pela concessão de bolsa de mestrado a
determinar a área abaixo da curva do progresso da primeira autora.
doença através da fórmula: AACPD = Σ [(Ii +
Referências bibliográficas
Ii+1)/2.(Ti+1-Ti)], onde, Ii = incidência na época da
CEPA – Centro de Socioeconomia e Planejamento agrícola.
avaliação i e Ti = dias transcorridos após o Boletim da maçã – nº 3, 2015.
tratamento pós-colheita. As variáveis analisadas
foram a severidade final e a AACPD, sendo
submetidas à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade de erro, através do programa Assistat.

31
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação da antracnose em genótipos de videira (PIWI) nas regiões de altitude de
Santa Catarina
Bruno Farias Bonin1, Amauri Bogo3, Betina P. de Bem1, Douglas Wurz1, Ricardo Allebrandt1, Emílio Brighneti2,
Alberto Brighenti2, Leonardo Araújo2, Felipe A. M. Ferreira Pinto2
1UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. bruno_fbonin@hotmail.com;
2Epagri– Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC; 3UDESC – Centro
de Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: Resistência, Elsinoe ampelina, vitivinicultura de altitude.

Introdução Quanto a severidade da doença o genótipo Bianca


A antracnose (Elsinoe ampelina) é uma das se apresentou mais suscetivel a antracnose que as
principais doenças fúngicas da videira no sul do variedades Solaris e Chardonany, diferindo
Brasil. As primaveras chuvosas, nevoeiros, umidade estatísticamente pelo Teste de Tukey a 5%.
relativa superior a 90% e ventos frios são condições
ideais para o desenvolvimento da doença e seu Tabela 1. Tempo para atingir a máxima incidência e
severidade de antracnse (dias) dos genótipos Solaris,
controle é normalmente realizado com aplicações
Bianca e Chardonnay na safra de 2016/2017, São
sistemáticas de fungicidas. As variedades com Joaquim – SC.
genes de resistência a míldio e oídio, como os
genótipos PIWI (Pilzwiderstandsfähige), são Variedade TAMID (Dias) TAMSD (Dias)
alternativas para se reduzir o número de aplicações Solaris 47,6 a 47,6 a
de fungicidas convencionais e diminuir custos de
produção para o plantio da videira no Sul do Brasil. Bianca 52,3 a 57,0 a
Contudo, poucos estudos foram realizados com a Chardonnay 22,0 b 25,6 b
avaliação da antracnose nas variedades PIWI. O
objetivo deste trabalho foi avaliar a reação à CV (%) 19,8 15,2
antracnose em dois genótipos PIWI (Solaris e Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
Bianca) em comparação com a variedade vinífera pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Chardonnay.
Tabela 2. Incidência máxima (Imáx) (%) e severidade
Material e Métodos máxima (Smáx) (%) de antracnose dos genótipos Solaris,
Bianca e Chardonnay na safra de 2016/2017, São
O trabalho foi realizado na Estação Experimental da
Joaquim – SC.
EPAGRI, localizada na cidade de São Joaquim, no
estado de Santa Catarina (28°17’39”S; 49°55’56”W, Variedade Imáx (%) Smáx (%)
altitude 1.415m), na safra 2016/2017. O vinhedo foi Solaris 33,3 a 22,5 a
implantado em 2013, com plantas enxertadas sobre
Paulsen 1103, plantadas no espaçamento de 3,00 x Bianca 58,3 ab 50,0 b
1,50 m e conduzidas em espaldeira. A avaliação da Chardonnay 20,0 b 17,5 a
incidência e severidade da doença foi realizada a
cada 15 dias, a partir do início do aparecimento dos CV (%) 34,9 8,3
sintomas, que ocorreu em 25 de setembro, **Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre
aproximadamente 15 dias após a brotação, e se si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
estendeu por um período de dois meses e meio, sob
condição de infecção natural. A incidência da Conclusões
doença foi determinada pela porcentagem das Apesar dos genótipos PIWI serem resistentes ao
folhas e ramos com pelo menos uma lesão, em míldio, elas se mostraram suscetíveis a antracnose.
relação ao número total de folhas avaliadas Portanto, os genótipos PIWI avaliados, apresentam
(AMORIM, 1995); e para a avaliação da severidade o mesmo grau ou maior suscetibilidade a
foi utilizada escala de notas proposta por Pedro antracnose em comparação com a variedade
Junior et al. (1998). vinífera Chardonnay nas condições climáticas do Sul
do Brasil.
Resultados e Discussão
Os genótipos Solaris e Bianca (PIWI) apresentaram Referências bibliográficas
um maior tempo para atingir o valor máximo de Amorim, L. Avaliação de doenças. In: Manual de fitopatologia:
incidência e severidade (TAMID e TAMSD), e princípios e conceitos. 3. ed. São Paulo: Ceres, 1995. v. 1, p.
647–671.
diferiram estatísticamente da variedade Chardonnay Pedro Júnior, M.J., Ribeiro, I.J.A., Martins, F.P. Microclima
em 27 dias na média. Para a incidência máxima da condicionando pela remoção de folhas e ocorrência de
doença os genótipos apresentaram uma antracnose, míldio e mancha-das-folhas na videira ‘Niagara
suscetibilidade semelhante a antracnose. Rosada’. Summa Phytopathologic, 1998, v. 24p. 151-156.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Intensidade de míldio em variedades resistentes (PIWI) em regiões de altitude de
Santa Catarina
Betina P. de Bem1, Douglas Wurz1, Ricardo Allebrandt1, Bruno Bonin1, Alberto F. Brighenti2, Emílio Brighenti2,
Leonardo Araújo2, Felipe A. M. Ferreira Pinto2, Amauri Bogo3

1
UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. betadebem@yahoo.com.br
2
Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC; 3UDESC – Centro de
Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: Vitivinicultura, resistência constitutiva, Plasmopara viticola, altitude elevada


Introdução em diferentes variedades em São Joaquim/SC, no
Um risco na produção de uva encontrado nas ciclo 2015/2016
regiões vitícolas de altitude de Santa Catarina são Míldio Campo - 2015/2016
os problemas fitossanitários. A principal doença da Variáveis Regent Bronner Sangiovese C.V. (%)
videira que ocorre, devido as condições climáticas Epidemiológicas
específicas da região, é o míldio (Plasmopara IAS (dias) 51,8 A 58,8 A 30,8 B 10,4
viticola). Uma alternativa para o controle desta Imax. (%) 52,0 C 54,4 BC 85,8 A 22,6
doença, visando a redução do uso de agrotóxicos e TAMID (dias) 84 A 81,2 A 58,8 B 4,8
viabilidade da atividade, é o uso de variedades PIWI Smax.1(%) 4,4 B 3,2 B 39,2 A 36,7
(sigla alemã que significa "resistente a fungos"). TAMSD (dias) 84 A 84 A 84 A 0,0
Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a AACPID2 1195,2 B 1225,5 B 3500,4 A 25,0
AACPSD2 52,1 B 53,6 B 895,1 A 37,8
intensidade de míldio a campo em duas variedades
que apresentam genes de resistência (constitutiva) Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na mesma
coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0.05).
a P. viticola: Bronner e Regent, em comparação 1
Porcentagem de área foliar infectada através de escala
com a variedade Sangiovese (Vitis vinifera) diagramática de Buffara et al. 2014. 2Área calculada através de
suscetível ao míldio. integração trapezoidal proposta por Campbell and Madden.

Material e Métodos
O ensaio foi conduzido nos vinhedos da Estação A variedade Sangiovese apresentou em média um
Experimental de São Joaquim - EPAGRI aumento de 94,1% na Área Abaixo da Curva de
(28°17'39"S, 49°55'56" W, altitude 1.415 m), no ciclo Progresso da Severidade da Doença (AACPSD),
2015/16. As plantas apresentavam 3 anos de idade, diferindo estatisticamente (p<0.05) da média das
enxertadas sob porta-enxerto Paulsen 1103 e variedades resistentes ao míldio (Bronner e
conduzidas no sistema espaldeira em cordão Regent). As variedades resistentes mostraram uma
esporonado com espaçamento de 3,0m entre filas e significativa redução na incidência da doença
1,2m entre plantas. A incidência e severidade do (AACPID), na severidade e incidência máxima, bem
míldio foram quantificadas quinzenalmente a partir como um atraso médio de 24,5 dias para o início do
do início do aparecimento dos sintomas sob aparecimento dos sintomas (IAS), em relação a
condições naturais, em folhas distribuídas em dois variedade suscetível Sangiovese (Tabela 1). Estes
ramos medianos da planta com cinco repetições por dados demonstram a efetividade dos genes de
tratamento. A incidência foi calculada pela resistência ao míldio presentes nas variedades PIWI
porcentagem das folhas com pelo menos uma lesão Bronner e Regent, sob as condições edafoclimáticas
em relação ao número total avaliado. Para avaliação do Sul do Brasil.
da severidade foi utilizada a escala diagramática Conclusões
proposta por Buffara et al., (2014). Através dos O uso de variedades com resistência constitutiva ao
dados obtidos a doença foi comparada através de míldio, como as variedades Bronner e Regent, pode
variáveis epidemiológicas. Para o cálculo da ser uma alternativa de cultivo para vitivinicultura das
AACPD foi utilizado a seguinte fórmula: AACPD = Σ regiões de altitude de Santa Catarina.
((Yi+Yi+1)/2)(ti+1 – ti), onde Y representa a
intensidade da doença, t o tempo e i o número de Agradecimentos
avaliações no tempo (CAMPBELL; MADDEN, À Epagri - Estação Experimental de São Joaquim,
1990). FAPESC e CAV/UDESC pelo fomento à pesquisa e
financiamento de bolsas de estudo.
Resultados e Discussão
Tabela 1. Início do aparecimento dos sintomas Referências bibliográficas
(IAS) (dias), incidência máxima (Imax) média (%), Buffara, C.R.C.; Angelotti, F.; Vieira, F.A.; Bogo, A.; Tessmann,
tempo médio para atingir máxima incidência e D.J.; De Bem, B.P. Elaboration and validation of a diagrammatic
scale to assess downy mildew severity in grapevine. Ciência
severidade da doença (TAMID e TAMSD) (dias), Rural, 2014,v.44, 1384–1391.
severidade máxima (Smax) média (%), área abaixo Campbell, C.L.; Madden, L.V. Introduction to Plant Disease
da curva do progresso da incidência (AACPID) e Epidemiology,1990, Wiley, New York, 532p.
severidade (AACPSD) do míldio da videira a campo

33
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Eficiência do metassilicato de sódio no controle da podridão cinzenta (Botrytis
cinerea) na variedade Sauvignon Blanc nas condições do Planalto Catarinense

Maikely Paim Souza1, Luiz Filipe Farias Oliveira1, Bruno Dalazen Machado1, Alberto Fontanella Brighenti3,
Carolina Pretto Panceri1, Rogerio de Oliveira Anesse1, Katia Casagrande2, Paula Zelindro2, Bruno Farias Bonin4

1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Urupema (PQ). Bairro Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.
maikelysouza@hotmail.com, luizfilipetecenologia@gmail.com, bruno.dalazem@ifsc.edu.br, carolina.panceri@ifsc.edu.br,
rogerio.anesse@ifsc.edu.br; 2UNISUL – Faculdade de Agronomia (IC). Av. José Acácio Moreira, 787, 88704-900, Tubarão,
SC.ka.dalcas@gmail.com, paulazelindroc@gmail.com; 3Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima,
102, 88600-000, São Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br; 4UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz
de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.bruno_fbonin@hotmail.com

Palavras Chave: uva, incidência, severidade, firmeza de bagas.

Introdução cinzenta, devido ao aumento na firmeza de película.


O planalto catarinense é uma região com verões (Figuras 1, 2 e 3, respectivamente).
quentes e úmidos que favorece o ataque de fungos
em videiras, especialmente o da podridão cinzenta
(Botrytis cinerea) (Borghezan et al., 2014). A
utilização do silício vem mostrando resultados
satisfatórios em relação à atuação deste produto no
controle de fitopatógenos, por meio de
pulverizações do pó de rocha ou silício nas folhas
(Belanger et al., 2003). O objetivo do estudo foi
avaliar a eficiência do metassilicato de sódio no
controle da podridão cinzenta (Botrytis cinerea) na Figura 1. Incidência da podridão cinzenta.
variedade Sauvigon Blanc.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na safra 2016/2017, na
Vinícola Villa Francioni, localizada em São Joaquim
- SC (28°17’38” S e 49°55’54” W, altitude 1.250 m),
com a variedade Sauvignon Blanc, enxertadas
sobre Paulsen 1103. O vinhedo foi implantado no
ano 2004 e conduzido em sistema espaldeira. As
doses de metassilicato de sódio neutro foram: 0 g.L-
1; 4 g.L-1; 8 g.L-1; e 12 g.L-1. As aplicações de Figura 2. Severidade da podridão cinzenta.
silício foram realizadas nos seguintes estádios
fenológicos: grão chumbinho, mudança de cor das
bagas, início do amolecimento das bagas e 15 dias
antes da colheita. A incidência de podridão cinzenta
(Botrytis cinerea) foi obtida através de avaliação
visual, sendo verificada a presença ou ausência de
sintomas da doença. A incidência foi calculada pela
porcentagem de cachos que apresentavam ao
menos uma lesão em relação ao número total de
cachos. Para a severidade, demarcou-se 10
Figura 3. Firmeza de bagas.
cachos/parcela, aleatoriamente, e as avaliações
foram realizadas através de escala diagramática de Conclusões
Hill et al. (2010). A avaliação da firmeza das bagas A concentração de 4 g L-1 de metassilicato de sódio,
foi realizada através de testes de compressão com reduz a incidência e severidade de Botrytis cinerea
auxílio de um texturômetro. O delineamento em uvas da variedade Sauvignon Blanc, nas
experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com condições climáticas do planalto catarinense.
três repetições e duas plantas por parcela. Os
dados foram submetidos a análise de variância e Referências bibliográficas
posteriormente, ao teste de médias, usando Tukey a Bélanger, R.R.; Benhamou, N.; Menzeis, J.G., Phytopathology,
2003, 402–412.
5% de probabilidade de erro. Borghezan, M.; et al. Open Journal of Ecology, 2014, 4.
Hill, G.N. et al.New Zealand PlantProtection, 2010, 174-181.
Resultados e Discussão
A concentração de 4 g.L-1 é mais eficiente na
redução da incidência e severidade da podridão

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação da eficiência da cobertura plástica e da aplicação de fungicidas na
ocorrência de podridões de cachos na uva ‘Poloske’

Eliane R. de Andrade1, Cristiane de Lima Wesp1

1Epagri– Estação Experimental de Videira (PQ). Rua: João Zardo, 1660, Campo Experimental, C.P. 21, 89.560-000, Videira-SC.
eandrade@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis spp., uva de mesa, controle.

Introdução médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de


A viticultura em Santa Catarina, e em especial no probabilidade.
Vale do Rio do Peixe, é desenvolvida em pequenas Resultados e Discussão
propriedades rurais, onde a produção de uvas
A incidência e a severidade para todas as podridões
destinadas ao consumo in natura vem ganhando
de cacho observadas foram superiores no
espaço em decorrência do maior preço de venda
tratamento conduzido sem aplicação de fungicidas e
obtido pelo produtor. Dentre essas, destaca-se a
sem a utilização da cobertura plástica. (Tabela 1).
‘Poloske’ (Poloskei muskotaly), híbrida branca, de
As incidências registradas foram elevadas em todos
polpa semi-carnosa e sabor moscatado. Contudo,
os tratamentos, principalmente com relação à
as condições climáticas observadas na região são
podridão ácida. Tal fato pode estar relacionado ao
muito favoráveis à ocorrência de doenças. Dentre
ataque de pássaros e insetos ocorrido durante a
estas, destacam-se as podridões de cachos, que
maturação das uvas, servindo de porta de entrada
reduzem drasticamente a quantidade e a qualidade
para patógenos.
da uva produzida por ocasionar murcha e
mumificação das bagas. Sendo assim, caracterizam
um problema de grande proporção, especialmente Tabela 1. Incidência e severidade de podridões de
nas uvas destinadas ao consumo in natura. De cacho (%) na uva ‘Poloske’, pulverizada com
modo a reduzir a aplicação frequente de defensivos, fungicidas com e sem cobertura plástica.
a utilização da cobertura plástica surge como Incidência (%)
alternativa viável e promissora à redução da Tratamentos Podridão Ácida Botrytis sp. Glomerella sp.
Testemunha Sem Cobertura 100 a 65 a 60 a
incidência de doenças em função da barreira física
Testemunha Com Cobertura 95 ab 45 ab 30 b
ao molhamento foliar (Cardoso et al., 2008). Fungicidas Sem Cobertura 100 a 50 b 60 a
Buscando alternativas que reduzam o número de Fungicidas Com Cobertura 50 b 25 c 25 bc
aplicações de fungicidas e os riscos de Severidade (%)
contaminação do ambiente, este trabalho teve por Testemunha Sem Cobertura 51 a 6a 21 a
objetivo avaliar a eficiência da cobertura plástica e Testemunha Com Cobertura 14 b 2b 3b
Fungicidas Sem Cobertura 48 a 6a 25 a
da aplicação de fungicidas na ocorrência de
Fungicidas Com Cobertura 5c 2b 1b
podridões de cachos da uva ‘Poloske’. Médias seguidas da mesma letra na coluna, não diferem entre si
pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Estação Conclusões
Experimental de Videira/Epagri, durante o ciclo A cobertura plástica somada à aplicação de
2016/17. O experimento, inteiramente casualizado, fungicidas é o método mais eficiente no controle de
foi conduzido mediante a avaliação de cinco plantas fungos causadores de podridões dos cachos na uva
por tratamento (repetições). Plantas de ‘Poloske’ ‘Poloske’. O efeito do uso da cobertura mostrou-se
cultivadas em sistema manjedoura, no espaçamento mais eficaz do que o uso de tratamento fitossanitário
2,0 x 3,3 m, foram avaliadas em relação ao efeito da de forma isolada.
cobertura plástica e de tratamentos fitossanitários na
incidência e severidade de podridão de cachos. Os Agradecimentos
tratamentos foram os seguintes: 1- Testemunha, À Epagri, Fapesc e SC-Rural.
sem cobertura plástica; 2- Testemunha, com
utilização de cobertura plástica; 3- Aplicação de Referências bibliográficas
fungicidas, sem o uso da cobertura plástica e 4- CARDOSO, L.S.; BERGAMASCHI, H.; CAMIRAM, F.;
CHAVARRIA, G.; MARODIN, G.A.B.; DALMAGO, G.A.;
Aplicação de fungicidas, com o uso da cobertura SANTOS, H.P.; MANDELI, F. Alterações meteorológicas em
plástica. As plantas dos tratamentos com fungicidas vinhedos pelo uso de coberturas de plástico. Pesquisa
foram pulverizadas duas vezes durante a floração e Agropecuária Brasileira, v. 43, p.441-447, 2008.
três vezes durante a maturação com tiofanato
metílico+captan e tebuconazole, intercaladamente.
As testemunhas não foram pulverizadas. Ao fim do
ciclo, no estádio de maturação fisiológica, a
incidência e severidade de podridões foram
avaliadas pela amostragem aleatória de quatro
cachos por planta. Os dados obtidos foram
submetidos à análise de variância e à análise de

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Intensidade de míldio em discos foliares na variedade resistente Bronner em
regiões de altitude de Santa Catarina
Ana Cristina da Silva1, Betina P. de Bem2, Douglas Wurz2, Ricardo Allebrandt2, Bruno Bonin2, Alberto F.
Brighenti3, Leonardo Araújo3, Felipe A. M. Ferreira Pinto3, Amauri Bogo4
1
UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. anna-cs-jba@outlook.com;
2
UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 3Epagri – Estação
Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC; 4UDESC – Centro de Ciências
Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: Vitivinicultura, variedades resistentes, Plasmopora viticola, altitude elevada

Introdução variedade resistente não demonstrou um atraso no


Dentre as regiões que englobam a marca coletiva aparecimento dos sintomas possivelmente por estar
“Vinhos de Altitude” que estão localizadas no sob condições ideais de infecção (Tabela 1).
mínimo a 900 m acima do nível do mar, o município
Tabela 1. Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença
de São Joaquim se destaca por apresentar mais de (AACPD) e Início do Aparecimento dos Sintomas (IAS),
50% dos empreendimentos do setor vitícola. Um na variedade resistente Bronner e na variedade suscetível
dos problemas encontrados nessas regiões é a alta Chardonnay sob condições controladas, na safra 2015/16
incidência de doenças fúngicas como míldio e em São Joaquim-SC.
podridão cinzenta. Uma alternativa é o uso de Avaliação discos foliares
variedades resistentes. A variedade Bronner Variedade
AACPDa IAS
apresenta alta resistência ao míldio (Plasmopara Bronner 62,3 Ab 3,2 A
viticola) e resistência intermediária ao oídio e a Chardonnay 39,2 B 3,0 A
podridão cinzenta (Botrytis cinerea). O objetivo C.V. (%) 8.6 34.9
deste trabalho foi comparar a intensidade de míldio a
Área calculada pelo valor da integração trapezoidal segundo
em discos foliares na variedade resistente Bronner, Campbell e Madden (1990).bMédias seguidas pela mesma letra
utilizando a variedade Chardonnay (suscetível) maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey
(p<0,05).
como controle.
Material e Métodos Figura 1. Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença
(AACPD) para variedade resistente Bronner e suscetível
O ensaio foi conduzido no Laboratório de Chardonnay na safra 2015/16 em São Joaquim, SC -
Fitopatologia na Estação Experimental de São Brasil.
Joaquim - EPAGRI, no ciclo 2015/16. Foram
coletadas folhas na mesma posição do ramo (quinta
e sexta folhas) das variedades Bronner e
Chardonnay nos vinhedos da Estação Experimental
(28°17'39"S, 49°55'56" W, altitude 1.415 m) e após
foram retirados quatro discos foliares por folha
Figura 2. Detalhes representativos dos discos foliares. A)
totalizando oito discos por repetição, com cinco Chardonnay com densa formação de esporangióforos B)
repetições por variedade. Os discos foram Bronner com não formação de esporangióforos (folha com
infectados artificialmente com 60µL de uma pilosidade).
suspensão de esporos de P. viticola (80.000
esporos.ml-1). Após sete dias de incubação em
B.O.D. com temperatura e umidade controladas os
discos foram examinados por cinco dias
consecutivos e o grau de infecção foi estimado com
base na intensidade da formação de Conclusões
esporangióforos através de escala de notas O uso de variedades com resistência constitutiva,
proposta por Schwander et al. (2012), onde a nota 9 como a variedade Bronner, pode ser uma alternativa
apresenta a não formação de esporangióforos de cultivo para vitivinicultura das regiões de altitude
decrescendo até a nota 1 que representa uma de Santa Catarina.
formação densa de esporangióforos (superior a 50),
analisados com auxílio de lupa estereoscópica. Agradecimentos
À Epagri - Estação Experimental de São Joaquim,
Resultados e Discussão FAPESC e CAV/UDESC pelo fomento à pesquisa e
Através da Área Abaixo da Curva de Progresso da financiamento de bolsas de estudo.
Doença (AACPD) nos discos foliares, observou-se
uma redução na formação de esporangióforos na Referências bibliográficas
variedade Bronner (média referente a escala de C.L. Campbell, L.V. Madden. Introduction to Plant Disease
Epidemiology (Wiley, New York, 532, 1990).
notas de 62,3) em relação a variedade Chardonnay F. Schwander, R. Eibach, I. Fechter, L. Hausmann, E. Zyprian, R.
(39,2). Não houve diferenças significativas em Töpfer. Rpv10: a new locus from the Asian Vitis gene pool for
relação ao início do aparecimento dos sintomas. A pyramiding downy mildew resistance loci in grapevine. Theor.
Appl. Genet., 124, 163-176 (2012).

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Incidência de patógenos em diferentes qualidades espectrais na pós-colheita de
morango
Diéssica Leticia Junges¹, Denise Schmidt2, Stela Maris Kulczynski2, Evandro Holz¹, Axel Bruno Mariotto1,
Anderson Rafael Webler3
1Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Frederico Westphalen. (IC), Linha 7 de Setembro, s/n, BR 386, Km 40, CEP 98400-
000, Frederico Westphalen, RS. diessicajunges@gmail.com; 2Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Frederico
Westphalen. (Professor/Pesquisador), Linha 7 de Setembro, s/n, BR 386, Km 40, CEP 98400-000, Frederico Westphalen, RS.
3Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Frederico Westphalen. (PG), Linha 7 de Setembro, s/n, BR 386, Km 40, CEP

98400-000, Frederico Westphalen, RS.

Palavras Chave: Fragaria x ananassa, doenças, luminosidade.

Introdução LED azul + vermelho e vermelho. A maior incidência


O morangueiro é uma cultura de ampla produção e de Colletotrichum sp. foi verificada na LED azul,
consumo no Brasil, seus pseudofrutos podem ser enquanto que Rhizopus stolonifer a maior incidência
comercializados na forma de doces, geleias ou in foi observada na LED azul + vermelho. Os
natura. Seus pseudofrutos possuem curto período tratamentos com LED branca e na ausência de luz
pós-colheita, sendo altamente suscetíveis a proporcionaram baixa incidência de doenças. De
incidência de patógenos, o que limita sua maneira geral, as variações verificadas dentro dos
comercialização. Com o intuito de reduzir a tratamentos sugerem que as qualidades espectrais
incidência de patógenos em alimentos, vem se não influenciam no tipo de patógeno que incide nos
utilizando novas tecnologias de aplicação de luz, pseudofrutos.
como é o caso dos diodos emissores de luz (LEDs)
(Schmidt-Heydt et al., 2011); já que muitos fungos
são sensíveis a alguns comprimentos de ondas
(Blumenstein et al. 2008). Dessa forma, o objetivo
do trabalho foi avaliar a incidência de patógenos na
pós-colheita de pseudofrutos de morangueiro, sob
diferentes espectros luminosos.
Material e Métodos
O trabalho foi desenvolvido na Universidade Federal
de Santa Maria, campus Frederico Westphalen/RS.
Os pseudofrutos de morangueiro, cultivar Albion,
apresentavam altura e largura média de 3,27 e 2,48
cm, respectivamente, massa fresca média de 10,42
gramas e sólidos solúveis totais médio de 6,67 ºBrix.
Foram adquiridos em comércio local e levados até o Figura 1. Incidência de fungos pós-colheita em
Laboratório de Fitopatologia para desinfestação pseudofrutos de morango submetidos a diferentes
superficial. Conduziu-se o experimento em qualidades espectrais.
delineamento inteiramente casualizado, com seis
tratamentos, sendo utilizado as qualidades Conclusões
espectrais: LED azul, LED azul + vermelha (40 e Embora algumas qualidades espectrais possam
60%, respectivamente), LED vermelha, LED branca, reduzir a incidência de fungos, sua eficiência não
lâmpadas fluorescentes e ausência de luz. Cada está comprovada na redução de contaminações em
tratamento foi composto por 15 pseudofrutos. Os pseudofrutos de morango, sugerindo-se novos
pseudofrutos foram dispostos em bandejas trabalhos.
plásticas, sobre papel umedecido e suportes
plásticos esterilizados, permanecendo em bancadas Referências bibliográficas
sob os diferentes tratamentos, temperatura de 25 ± Blumenstein, A.; Vienken, K.; Tasler, R.; Purschwitz, J.; Veith,
2 ºC e fotoperíodo de 16 horas. Após 96 horas os D.; Frankenberg-Dinkel,N.; Fischer, R. 2005. The Aspergillus
pseudofrutos foram analisados e avaliados quanto a nidulans phytochrome FphA represses sexual development in red
light. Current Biology, 15: 1833–1838.
presença ou ausência de patógenos, expressos em Schmidt-Heydt, M., Rüfer, C., Raupp, F., Bruchmann, A.,
porcentagem de incidência (%). Os dados foram Perrone, G., & Geisen, R. (2011). Influence of light on food
submetidos à análise de variância e teste de Tukey relevant fungi with emphasis on ochratoxin producing species.
a 5% de probabilidade de erro. International Journal of Food Microbiology, 145(1), 229–237.

Resultados e Discussão
De acordo com a análise de variância não houve
diferença significativa entre os tratamentos
avaliados, para a variável incidência de fungos
(Figura 1). Verificou-se alta incidência de fungos nos
pseudofrutos avaliados, contudo, foi possível
observar incidência de Botrytis cinerea somente nas

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Indutor de Resistência em frutos de laranja ‘Navelina’
Pricila S. da Silva1*, Bruna B. de Castro1, Marines B. M. Kirinus2, Caroline F. Barreto2, Marcelo B. Malgarim3
1UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.

pricilassilva@hotmail.com; 2UFPeL – Universidade Federal de Pelotas (PG), BR. 392, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Capão do
Leão-RS; 3UFPeL (Professor, Departamento de Fitotecnia).

Palavras chaves: citrus, quitosana, armazenamento refrigerado.

Introdução Tabela 1. Valores médios de porcentagem de


Os citrus apresentam suscetibilidade a várias podridões (%) e perda de massa fresca (%) de
doenças, ocasionando perdas de produção. Para o frutos de laranja ‘Navelina’ tratados em pós-colheita
controle de doenças surge como alternativa a com quitosana, ciclo produtivo 2015/2016. UFPel,
indução de resistência sistêmica adquirida (RSA), Pelotas/RS.
sendo um mecanismo de defesa natural das plantas Doses de Porcentagem de Porcentagem
atribuindo proteção contra um amplo espectro de quitosana podridões (%) perda de massa
fresca (%)
microrganismos (David et al., 2010). Algumas
substâncias promovem a indução da RSA, como o (%)
acibenzolar-S-metil, o selênio, a sílica e a quitosana. Períodos de armazenamento refrigerado
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da
Dia 0 Dia 30+3 Dia 0 Dia 30+3
aplicação de quitosana em pós-colheita nas
características físicas dos frutos de laranja
‘Navelina’ sob armazenamento refrigerado e 0 0,0 aB 10,0 aA 0,0 aB 11,5 aA
simulação de comercialização.
1 0,0 aB 7,2 bA 0,0 aB 8,5 bA
Material e Métodos
O experimento foi desenvolvido no Laboratório de 2 0,0 aB 6,6 bA 0,0 aB 8,29 bA
fruticultura da UFPeL no Capão do Leão-Rio Grande
do Sul, no ciclo produtivo 2015/2016. Os frutos da 3 0,0 aB 7,0 bA 0,0 aB 8,47 bA
cultivar de laranja ‘Navelina’ foram higienizados e
mergulhados na solução de quitosana, sem CV (%) 19,2 17,0
inoculação de patógenos. O delineamento
experimental utilizado foi inteiramente casualizado Médias acompanhadas por mesma letra minúscula na coluna e
em esquema bifatorial, sendo que o fator A foi maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey
composto pelas doses de quitosana (0;1; 2 e 3%) e (p≤0,05), C.V.: coeficiente de variação.
o fator B, pelo período de armazenamento Conclusões
refrigerado (zero e 30 dias). O período zero
A aplicação de quitosana em pós-colheita é eficiente
correspondeu aos frutos que não foram submetidos
para a redução das porcentagens de podridões e da
ao armazenamento e os 30 dias de armazenamento,
perda de massa fresca nos frutos de laranja
foram em câmara fria a 5±1ºC, sob umidade relativa
‘Navelina’ após 30 dias de armazenamento
de 85 a 95%. Após a retirada de câmara, os frutos
refrigerado seguido de 3 dias de simulação de
passaram por simulação do período de
comercialização.
comercialização, 3 dias a 20±1ºC. Para cada
tratamento, utilizaram-se três repetições com 10 Agradecimentos
frutos. As análises realizadas foram porcentagem de Colegas de pós-graduação, UFPeL, Capes.
podridão e perda de massa fresca. Os dados foram
submetidos à análise de variância (p ≤0,05). Em Referências bibliográficas
caso de significância, procedeu-se o teste de Tukey David, V; Yinong, Y; Casiança, V. C; Monica, H.O Abscisic Acid-
(p≤0,05) Induced Resistance against the Brown Spot Pathogen
Cochliobolus miyabeanus in Rice Involves MAP Kinase-
Resultados e Discussão Mediated Repression of Ethylene Signaling. Plant Physiology.
2010, 152, 2036.
As porcentagens de podridões (Penicillium spp.)
e a perda de massa fresca foram menores com a
aplicação da quitosana após o período de
armazenamento refrigerado seguido de simulação
de comercialização em frutos de laranja ‘Navelina’
(Tabela1).

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
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Efeito da época de desfolha na ocorrência de podridão cinzenta nos cachos da
videira Sauvignon Blanc cultivada em região de elevada altitude

José Roberto Rodrigues¹, Douglas André Würz2, Ricardo Allebrandt2, Betina Pereira de Bem2, Bruno Bonin2,
Luiz Gabriel Dalmolin1, José Luiz Marcon Filho2, Ana Cristina da Silva1, Leo Rufato3

1
UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. joserobertoagro@gmail.com;
2
UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 3UDESC – Centro de
Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.
.
Palavras Chave: Vitis vinífera L., Sauvignon Blanc, Botrytis cinerea, manejo integrado de doenças.

Introdução Verificou-se diferenças estatisticamente


A produção da videira (Vitis spp.) no sul do Brasil significativas entre as diferentes épocas de desfolha
está sujeita a uma série de doenças, as quais quanto à área abaixo da curva de progresso da
poderão acarretar graves prejuízos, devido as incidência da doença (AACPID), e área abaixo da
condições climáticas serem altamente favoráveis ao curva de progresso da severidade da doença
desenvolvimento de fungos. Dentre as doenças (AACPSD) na safra 2015.
destaca-se a podridão cinzenta (Botrytis cinerea),
sendo necessária uma série de medidas preventivas
para evitar prejuízos. O presente trabalho objetivou
avaliar efeito da época de desfolha na ocorrência de
podridão cinzenta na videira ‘Sauvignon Blanc’.
Material e Métodos
O experimento foi instalado em São Joaquim – SC
durante a safra 2015 em um vinhedo comercial da
variedade Sauvignon Blanc situado a 1230m de
altitude. Os tratamentos consistiram na realização
da desfolha, sendo retiradas as 3 folhas basais da
planta, expondo assim os cachos totalmente, nos
estádios fenológicos plena florada, grão chumbinho, Figura 1- Curva de Progresso da incidência da
grão ervilha, virada de cor, 15 dias após a virada de doença da videira Cabernet Sauvignon cultivada em
cor e plantas não submetidas ao manejo da regiões de elevada altitude de Santa Catarina,
desfolha. As avaliações foram realizadas através de durante as safras 2015.
escala diagramática de Hill et al., (2010). O
delineamento experimental utilizado foi o de blocos Verificou-se, que desfolhas realizadas
ao acaso, com quatro blocos e dez plantas por precocemente, nos estádios fenológicos de plena
repetição. florada, grão chumbinho e grão ervilha
Resultados e Discussão apresentaram menor progresso da doença, quando
Tabela 1- Área abaixo da curva de progresso da comparado a testemunha. As desfolhas realizadas
incidência da doença (AACPID) e área abaixo da tardiamente, nos estádios fenológicos de virada de
curva de progresso da severidade da doença cor e 15 dias após a virada de cor, foram diferentes
(AACPSD) da videira Sauvignon Blanc submetida a da testemunha, mas não reduziram a epidemia da
desfolha em diferentes estádios fenológicos e podridão cinzenta, comparado ao manejo precoce.
cultivada em região de elevada altitude em Santa Conclusões
Catarina durante a safra 2015. O manejo da desfolha precoce da videira deve ser
AACPID AACPSD considerado uma prática corrente do dossel
Época de Desfolha vegetativo, principalmente em regiões úmidas e
2015 2015 frias, onde a colheita é muitas vezes determinada
pela sanidade do fruto, do que, a maturidade
Plena Florada 893,0 a 199,26 a propriamente dita.
Grão Chumbinho 1217,2 b 216,79 b Os viticultores devem concentrar seus esforços em
Grão Ervilha 1578,2 c 243,72 b melhorar a sanidade da videira para então, alcançar
a plena maturidade da uva.
Virada de Cor 1549,7 c 473,68 c
15 dias após Virada
1602,6 c 522,41 d
Referências bibliográficas
de Cor Hill, G.N., Beresford, R.M., Evans, K.J. Tools for accurate
assessment of botrytis bunch rot (Botrytis cinerea) on wine
Sem Desfolha 1928,9 d 696,95 e grapes. New Zealand Plant Protection, 2010, v. 63, p.174-181.
CV (%) 13,9 16,9
*Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre
si pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade de erro.

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Progresso do bolor azul em frutos oriundos de diferentes genótipos de macieira

Cláudio Ogoshi1, Luiz Carlos Argenta1, Walter Ferreira Becker1, Fernando Pereira Monteiro1

1Epagri – Estação Experimental de Caçador (PQ), Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador.
claudioogoshi@epagri.sc.gov.br.

Palavras Chave: Penicillium expansum, Manejo de doenças em pós-colheita, cultivares de maçã.

Introdução Entretanto, sem ferimento, o cultivar Fuji


As doenças em pós-colheita de maçã têm apresentou a maior AACPDRe do que o cultivar
provocado perdas severas dos frutos durante o SCS426 Venice, enquanto que na linhagem M-
armazenamento tanto na indústria quanto nos 10/09 o progresso da doença foi igual nos outros
postos de comercialização. Dentre estas, destaca- dois genótipos. Nota-se que apesar do cultivar
se o bolor azul, cujo agente etiológico é Penicillium SCS426 Venice ter apresentado a maior AACPDRe
expansum. Diversas medidas de manejo são com ferimento o mesmo não foi observado sem
recomendadas como: higienização dos ferimento. Este cultivar foi lançado pela EPAGRI
equipamentos de colheita, de transporte e das em 2015 e foi desenvolvido com o propósito de
instalações nos locais de armazenamento; evitar disponibilizar um cultivar mais adaptado ao clima
danos físicos nos frutos; colher os mesmos em local e mais resistente às principais doenças da
condições ambientais menos favoráveis à infecção macieira, como por exemplo, a Mancha Foliar de
pelo fungo, evitando principalmente a colheita com Glomerella. Entretanto, cabe o alerta aos
alta umidade relativa do ar; eliminação dos frutos produtores de adotar as medidas adequadas de
infectados no campo e tratamento em pós-colheita manejo das doenças em pós-colheita, evitando
com fungicidas registrados. Entretanto, o principalmente ferimentos nos frutos durante o
conhecimento da reação dos diferentes genótipos processo de colheita e armazenamento. A
de macieira ao bolor azul é fundamental para que linhagem avançada M-10/09 apresentou a menor
se tenha sucesso no manejo integrado, visto que AACPDRe com e sem ferimento na inoculação.
alguns cultivares são mais suscetíveis à doença. Esta linhagem apresenta diversas características
Diante disso, o objetivo deste trabalho foi verificar a desejáveis, e os resultados preliminares deste
reação de genótipos de macieira ao bolor azul. estudo, indicam que também tem uma maior
resistência ao bolor azul.
Material e Métodos
O experimento foi realizado no Laboratório de Pós-
Colheita e no Laboratório de Fitopatologia da
EPAGRI em Caçador-SC. Os tratamentos
consistiram em diferentes genótipos de macieira
(Fuji, SCS426 Venice e M-10/09) inoculados com e
sem ferimentos. Os frutos foram mantidos a 0ºC
por 30 dias antes da inoculação do P. expansum. A
inoculação foi realizada com uma suspensão de
104 esporos.ml-1. Os ferimentos foram feitos com
cinco agulhas entomológicas nº.7 ocupando uma
área de 10 mm2. Após a inoculação, os frutos
foram mantidos a 22ºC. Avaliou-se o tamanho da
lesão nos frutos diariamente até 21 dias após a
inoculação. O delineamento utilizado foi o
inteiramente casualizado com 40 repetições.
Calculou-se Área Abaixo da Curva de Progresso da
Doença relativa (AACPDRe). Os dados foram Figura 1. Área Abaixo da Curva de Progresso
submetidos à análise de variância e as médias das Relativa (AACPDRe) do Bolor Azul causado por
variáveis significativas foram comparadas teste de Penicillium expansum nos genótipos Fuji, SCS426
Tukey (p<0,05). Venice e M-10/09, inoculados com e sem
ferimentos. As médias seguidas pela mesma letra
Resultados e Discussão não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
A interação entre os genótipos com e sem CV (%): 35,61.
ferimento na inoculação foi significativa. Para a
inoculação com ferimento, o cultivar SCS426 Conclusões
Venice apresentou a maior AACPDRe, seguido O bolor azul progride mais rapidamente no cultivar
pelo cultivar Fuji e menor na linhagem avançada M- SCS426 Venice do que no cultivar Fuji e na
10/09 (Figura 1). linhagem avançada M-10/09. A linhagem M-10/09
apresenta maior resistência à doença, comparado
aos demais cultivares.

40
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Redução da severidade de Botryosphaeria sp. em videiras com uso de proteção de
ferimentos de poda
Carine Rusin1, Karla S. Sapelli1, Jéssica V. W. Corrêa2, Marcus A. K. Almança3, Cacilda M. D. R. Faria4, Renato V.
Botelho4
1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste (PG). Rua Simeão Varela de Sá, 03, Vila Carli, 85040-170, Guarapuava, PR.
carinerusin@gmail.com; 2UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste (IC). Rua Simeão Varela de Sá, 03, Vila Carli,
85040-170, Guarapuava, PR. 3IFRS – Instituto Federal do Rio Grande do Sul (PQ). Avenida Osvaldo Aranha, 540, Juventude da
Enologia, 95700-000, Bento Gonçalves, RS. 4UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste (PQ). Rua Simeão Varela de Sá,
03, Vila Carli, 85040-170, Guarapuava, PR.

Palavras Chave: doenças de videira, Vitis labrusca, fisiologia.

Introdução que a redução da severidade, com o uso de


A Botryosphaeria sp., agente causal do declínio da tratamentos, favoreceu o crescimento das plantas.
videira, infecta as plantas por ferimentos. Após a
colonização interna do lenho por esses patógenos,
as plantas infectadas demonstram sintomas
externos, como a diminuição do crescimento
vegetativo (LARIGNON; DUBOS, 2001). Em
cultivares viníferas, diversos autores relataram que a
proteção de ferimentos, com produtos químicos ou
biológicos, diminui a incidência da doença na área
(DÍAZ; LATORRE, 2013; HALLEEN et al., 2010;
SOSNOWSKI et al., 2013). O objetivo do estudo foi
avaliar a redução da severidade de Botryosphaeria
sp. em videiras ‘Bordô’ com uso de tratamento de
ferimentos de poda.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em casa de vegetação,
com mudas de videira Bordô (Vitis labrusca), sob
porta-enxerto Paulsen 1103. O delineamento
experimental foi em blocos ao acaso, com seis
repetições e quatro tratamentos: Testemunha sem
inoculação (Água), Testemunha com inoculação
(Água), Tebuconazole (8,75 mL L-1) e Trichoderma
harzianum (4 g L-1), aplicados no ferimento da poda,
com uma micropipeta (2mL/ferimento) (DÍAZ;
LATORRE, 2013). Após 24 horas da aplicação dos
tratamentos, as videiras foram inoculadas com
discos miceliais de Botryosphaeria sp. Foram
avaliados, 5 meses após a inoculação, a incidência
e severidade de sintomas internos, caracterizados
pela descoloração vascular. A área foliar foi
determinada com medidor de área foliar modelo LI
3100C (LICOR, Nebraska, USA). Os dados foram Figura 1. Sintomas internos (A e B) e externos (C) de
submetidos à análise de variância e comparação de videiras cv. Bordô causada por Botryosphaeria sp., 5
médias pelo teste Tukey (p ≤0,05) utilizando o meses após a inoculação. Guarapuava – PR, 2016.
*Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
software SISVAR 5.6 (FERREIRA, 2011). pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão Conclusões
Foram observados sintomas internos nas hastes de O uso de tebuconazol e T. harzianum para proteção
videira infectadas por Botryosphaeria sp. em todos de ferimentos reduziu a severidade de
os tratamentos (Figura 1A). O uso de tratamentos Botryosphaeria sp., e promoveu maior área foliar em
para proteção dos ferimentos reduziu a severidade cv Bordô.
Botryosphaeria sp. em relação à testemunha
inoculada (1B). Resultados similares de redução de Agradecimentos
infecção foram relatados por Díaz; Latorre, 2013 e Agradecimento a CAPES pela concessão da bolsa.
Sosnowski et al., 2013 em cvs. viníferas. A
diminuição do crescimento vegetativo está Referências bibliográficas
associada a presença de patógenos no lenho Díaz, G. A.; Latorre, B. A. Crop Protection. 2013, 46, 106-112.
(LARIGNON; DUBOS, 2001). Nas plantas tratadas Ferreira, D.F. Ciência e Agrotecnologia, 2011, 35, 1039-1042.
houve o aumento da área foliar (1C), o que indica Larignon, P.; Dubos, B. Wines Vines, 2001, 82, 86-89.
Sosnowski, M. R.; Loschiavo, A. P.; Wicks, T. J.; Scott, E. S.
Plant Disease. 2013, 97, 1599-1604.

41
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Aplicação de cálcio foliar e seu efeito na incidência e severidade de podridão
cinzenta na videira

Cristiane Aparecida Rota1, Maikely Paim Souza1, Luiz Filipe Farias Oliveira1, Bruno Dalazen Machado1, Carolina
Pretto Panceri1, Paula Zelindro Cardoso2, Katia Casagrande2, Alberto F. Brighenti3, Marlise N. Ciotta3, Bruno F.
Bonin4
1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Urupema (PQ); (IC). Bairro Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.
cristy77it@yahoo.it, maikelysouza@hotmail.com, luizfilipetecenologia@gmail.com, bruno.dalazem@ifsc.edu.br,
carolina.panceri@ifsc.edu.br; 2UNISUL – Faculdade de Agronomia (IC). Av. José Acácio Moreira, 787, 88704-900, Tubarão, SC.
paulazelindroc@gmail.com, ka.dalcas@gmail.com; 3Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102,
88600-000, São Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, marlise@epagri.sc.gov.br; 4UDESC – Centro de Ciências
Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. bruno_fbonin@hotmail.com

Palavras Chave: Sauvignon Blanc, Vitis vinifera L., firmeza de bagas.

Introdução
Botrytis cinerea Pers.: Fr. é o agente causal da
podridão cinzenta da uva e responsável por
A
importantes danos econômicos para a viticultura no
sul do Brasil. Acredita-se que o uso de técnicas
alternativas pode contribuir para redução dos danos
causados por este patógeno. O objetivo desse
trabalho, foi avaliar o efeito de diferentes doses de
aplicação do cálcio foliar sobre a firmeza das bagas,
a incidência e a severidade de podridão cinzenta na
variedade Sauvignon Blanc.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado em um vinhedo comercial
situado em São Joaquim – Santa Catarina B
(28º17'39" S e 49º55'56" O, a 1.230m de altitude). A
variedade avaliada foi a Sauvignon Blanc,
conduzida em espaldeira. A fonte de cálcio utilizada
foi o cloreto de cálcio. As doses utilizadas foram:
0,0%, 0,5%, 1,0% e, 1,5%. Todos os tratamentos
foram aplicados em 4 momentos: grão chumbinho,
mudança de cor das bagas, início do amolecimento
das bagas e 15 dias antes da colheita. A incidência
de podridão cinzenta (B. cinerea) foi obtida através
C
de avaliação visual, sendo verificada a presença ou
ausência de sintomas da doença. Para a severidade
de B. cinerea, foram marcados aleatoriamente 10
cachos/parcela, e as avaliações foram realizadas
através de escala diagramática de Hill et al. (2010).
A avaliação da firmeza das bagas foi realizada Figura 1. Firmeza de bagas (A), incidência (B) e
através de testes de compressão com auxílio de um severidade de podridão cinzenta (C) da variedade
texturômetro (Stable Micro System, modelo TAXT Sauvignon Blanc submetida a diferentes
express enhanced, Inglaterra). concentrações de cloreto de cálcio.
Resultados e Discussão Conclusões
Os valores da firmeza de bagas, incidência e As aplicações de cálcio foliar não apresentaram
severidade de podridão cinzenta podem ser efeito no controle da podridão cinzenta. Acredita-se
observados nas Figuras 1, 2 e 3, respectivamente. que para obtenção de um efeito consistente no
controle da doença seja preciso aumentar o número
de aplicações ao longo do ciclo.
Referências bibliográficas
Bem, B.P.; Bogo, A.; Everhart, S.; Casa, R.T.; Gonçalves, M.J.
Scientia Horticulturae, 2015, 185, 162-166.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Validação do uso de marcadores de DNA para a identificação de alelos S em
genótipos de macieira
Thyana L. Brancher1, Maraisa C. Hawerroth2, Marcus V. Kvitschal2, Danielle C. Manenti3, Altamir F. Guidolin4

1UFLA, Lavras/MG (PG). Av. Doutor Sylvio Menicucci, 1001 - Kennedy, 37200-000, Lavras, MG. 2Epagri – Estação Experimental de
Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1.500, Cx.P. 591, 89500-000, Caçador, SC. maraisahawerroth@epagri.sc.gov.br. 3UEM,
Maringá/PR (PG). Av. Colombo, 5790 - Vila Esperança, 87020-900, Maringá, PR. 4UDESC, Lages/SC (PQ). Av. Luís de Camões, 2090
- Conta Dinheiro, 88520-000, Lages - SC.

Palavras Chave: Autoincompatibilidade gametofítica, Malus domestica Borkh., biotecnologia.

Introdução adotados foram coincidentes aos pesos moleculares


Diversas técnicas de biologia molecular estão sendo indicados na literatura, apresentados na Figura 1.
incorporadas na rotina do melhoramento genético de Figura 1. Gel de agarose 3 % demonstrando os
macieira, destacando-se o uso de marcadores de alelos S identificados nos cultivares de macieira, e
DNA para a genotipagem dos alelos S. O loco S é os respectivos pesos moleculares, correspondentes
responsável pelo controle da autoincompatibilidade aos sugeridos pela literatura.
gametofítica, caracterizada pela obrigatoriedade da
polinização cruzada entre plantas compatíveis. Para
que a identificação seja correta, os marcadores de
DNA devem estar intimamente ligados aos alelos S
correspondentes. Logo, o objetivo deste trabalho foi
validar o uso de marcadores de DNA na
identificação de alelos S em cultivares de macieira
previamente caracterizados, conforme a literatura.
Material e Métodos
Foram utilizados cultivares considerados padrão
para os seguintes alelos S: Fuji (S1 e S9)I, Golden
Delicious (S2 e S3)II, Gloster (S4)III, Gala (S5)IV,
Marubakaido (S6 e S26)V, Idared (S7)IV, Alkemene
(S19)VI, Delicious (S20)VII, Granny Smith (S23)VIII e
Akane (S24)IX. Para a identificação molecular dos
alelos S foram utilizados 13 iniciadores,
apresentados na Tabela 1. Cada reação de PCR foi
composta por 1 U de Taq DNA polimerase, tampão Conclusões
da enzima 1x, 2,0 mM de MgCl 2 , 0,2 mM de dNTPs, Todos os marcadores de DNA testados são capazes
1,0 μM de cada iniciador (forward e reverse), e 50 de identificar os seus respectivos alelos S nos
ηg de DNA genômico. A configuração de ciclagem e cultivares de macieira utilizados como padrão.
o tratamento com enzimas de restrição foi realizada
de acordo com a literaturaX. Os produtos de Referências bibliográficas
I SASSA, H. et al. Self-incompatibility (S) alleles of the Rosaceae
amplificação foram analisados por eletroforese em encode members of a distinct class of the T2/S ribonuclease
gel de agarose 3 %. superfamily. Mol Gen Genet, v.250, n.5, p.547-557, 1996.
II BROOTHAERTS, W. et al. cDNA cloning and molecular analysis of
Tabela 1. Características dos conjuntos de two self-incompatibility alleles from apple. Plant Mol Biol, v.27, p.499-
iniciadores utilizados e seus respectivos alelos S. 511, 1995.
III VAN NERUN, I. et al. Re-examination of the self-incompatibility
Iniciadores Alelo T.P. ºC Iniciadores Alelo T.P. ºC genotype of apple cultivars containing putative ‘new’ S-alleles. Theor
FTC168 OWB154 Appl Genet, v.103, p.584-591, 2001.
S1 60 S9 62
TC169 OWB155 IV JANSSENS, G.A. et al. A molecular method for S-allele identification
OWB122 FTC229
OWB123
S2 60
FTC230
S19 60 in apple based on allele-specific PCR. Theor Appl Genet, v.91, p.691-
FTC177 FTC141 60, E 45 seg, 698, 1995.
S3 55 S20 VAGAPITO-TENFEN, S. Z. et al. Identification of the Er1 resistence
FTC226 FTC142 Nar I*
FCT5 FTC222 gene and RNase S-alleles in Malus prunifolia var. ringo rootstock. Sci
S4 60, Taq I* S23 60 Agri, v.72, n.1, p.62-68, 2015.
OWB249 FTC224
VI MATSUMOTO, S.; KITAHARA, K. Discovery of a new self-
FTC10 FTC231
S5 59 S24 60
FTC11 FTC232 incompatibility allele in apple. HortScience, v.35, p.1329-1332, 2000.
FTC141 FCT14 VII MATSUMOTO, S. et al. A new S-allele in apple, ‘ Sg’, and its
S6 58, E 45 S26 54
FTC142 FTC9 similarity to the ‘Sf’ allele from ‘Fuji’. HortScience, v.34, p.708-710,
FTC143 1999.
S7 60 -- -- --
FTC144 VIII SCHNEIDER, D. et al. Analysis of S-alleles by PCR for
T.P.: Temperatura de anelamento. E: tempo de extensão. *Enzima de restrição.
determination of compatibility in the ‘Red Delicious’ apple orchard. J
Hortic Sci, v.76, n.5, p.596-600, 2001.
Resultados e Discussão IX KITAHARA, K. et al. Complete sequences of the S-genes ‘Sd’ and

Após a leitura dos perfis dos fragmentos ‘Sh-RNase’ cDNA in apple. HortScience, v.35, p.712-715, 2000.
XALBUQUERQUE JUNIOR, C. L. et al. The self-incompatible RNase
amplificados, foi possível confirmar a identificação
S-alleles of Brazilian apple cultivars. Euphytica, v.181, n.2, p.277,
dos alelos S previamente descritos em cada cultivar 2011.
avaliado. Os fragmentos gerados pelos iniciadores

43
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Viabilidade de pólen de genótipos de pessegueiro submetidos ao calor
Silvia Carpenedo1*, Maria do Carmo B. Raseira2, Rodrigo C. Franzon2
1Embrapa-Embrapa Clima Temperado (PG). Rodovia BR 392, km 78, C.P. 403, Pelotas-RS. carpenedo.s@hotmail.com; 2Embrapa-
Embrapa Clima Temperado (PQ). Pelotas-RS.

Palavras Chave: Prunus persica, tolerância ao calor, estresse, germinação de pólen.

Introdução considerada boa quando está acima de 50%


O cultivo de frutíferas de clima temperado em (Scorza; Sherman, 1995), sendo assim, o pólen da
regiões de clima subtropical e tropical vem se maioria das cultivares estudadas, ao menos até 24h,
tornando cada vez mais desafiador devido aos não apresentou viabilidade baixa, mesmo sob
efeitos aquecimento global. A ocorrência de condições de temperatura elevada.
temperaturas acima dos 25°C durante a floração
vem se tornando comum, e esta condição é Figura 1. Análise de regressão da viabilidade (%) de
prejudicial a essas espécies, pois esta é a fase das pólen de pessegueiro coletados em 2014 e 2015 e
plantas mais sensível ao estresse (Hedhly, 2011). O armazenados por diferentes períodos (h) nas
objetivo do trabalho foi avaliar a viabilidade de pólen temperaturas de 20°C (------), e 30°C( ).
de diferentes genótipos de pessegueiro mantidos as
temperaturas de 20 e 30°C por diferentes tempos. 2014 2015
BRS Regalo BRS Regalo
Material e Métodos
O experimento foi realizado na Embrapa Clima
Temperado, nos anos de 2014 e 2015. Foram
coletados polens de flores em estádio de balão de
quatro cultivares de pessegueiro. Após a secagem,
parte dos polens foi mantida a 20°C e parte à
temperatura de 30°C, durante 24, 48, 72 e 96 horas. Chimarrita Chimarrita
Os polens foram postos para germinar em placas
contendo meio de cultura (10% de sacarose, 1% de
ágar e água) e incubados a 24ºC, por 3 horas. Foi
realizada uma viabilidade inicial logo após a coleta.
A viabilidade após cada tempo foi calculada
Viabilidade (%)

levando-se em consideração a viabilidade inicial. O


delineamento experimental foi inteiramente
casualizado em arranjo fatorial genótipo x BRS Rubimel BRS Rubimel
temperatura x tempo (4x2x4), com três repetições.
Para a análise estatística os dados foram
transformados para arcsen√(x/100). Quando o efeito
da interação foi significativo, os graus de liberdade
foram desdobrados, ajustando-se curvas de
regressão (tempo x temperatura) para cada
genótipo em cada ano. Tropic Beauty Tropic Beauty

Resultados e Discussão
Houve interação significativa (α≤0,01) entre os
fatores genótipo, tempo e temperatura para os dois
anos de avaliação. Em geral, tanto a 20 quanto a
30°C houve perda da viabilidade de pólen no
Tempo (h)
decorrer do tempo (Fig. 1). Em 2014, o pólen da ** Significativo a 1% de probabilidade, NS Não significativo.
cultivar BRS Regalo, sob calor, teve uma queda
inicial na viabilidade, mas esta foi mantida ao longo Conclusões
do tempo, já os polens de ‘Tropic Beauty’ e ‘BRS A temperatura de 30°C afetou negativamente a
Rubimel’, perderam toda a viabilidade nas 48h após viabilidade de pólens das cultivares estudadas.
a exposição a 30°C. Em 2015, entretanto, a cultivar
BRS Regalo em 24h a 30°C, já apresentava baixa Agradecimentos
viabilidade (pouco mais de 20%), assim como À Embrapa e à CAPES pelo apoio e financiamento á
‘Chimarrita’. ‘Tropic Beauty’, bem como ‘Rubimel’ pesquisa.
sofreram queda acentuada na viabilidade de polens
submetidos ao calor, porém em ‘Tropic Beauty’ esta Referências bibliográficas
redução foi mais branda. Comparando-se as perdas Hedhly, A. Sensitivity of flowering plant gametophytes to
temperature fluctuations. Environmental and Experimental
a 20 e a 30°C a 24h, essas não foram superiores a Botany 2011, v.74, n.1, p. 9–16.
20%, exceto para as cultivares, ‘BRS Regalo’ (2014 Scorza, R.; Sherman, W. B. Peaches. In: Janik J.; Moore, J.N.
e 2015), ‘Tropic Beauty’ (2014) e ‘Chimarrita’ (2015). (Ed.). Fruit breeding. New York: John & Sons, 1995. p.325-440.
A porcentagem de germinação pode ser

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XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Herdabilidade de caracteres fenológicos do pessegueiro em Pelotas-RS

Maximiliano Dini1*, Maria do Carmo Bassols Raseira2, Paulo Celso de Mello-Farias3


1
UFPel/PPGA – Embrapa Clima Temperado (PG). Rodovia 392, Km 78, Monte Bonito, 96010-971, Pelotas-RS. maxidini@hotmail.com;
2
Embrapa Clima Temperado (PQ). Rodovia 392, Km 78, Monte Bonito, 96010-971, Pelotas-RS; 3UFPel (PQ) Faculdade de Agronomia
Eliseu Maciel, Campus Capão do Leão, 96010-900, Pelotas-RS.

Palavras Chave: Prunus persica, floração, período de desenvolvimento do fruto, maturação.

Introdução calculada como a divisão entre a variância genética


A data de plena floração (PF), o período de aditiva (σ a 2) e σ p 2. O efeito da seleção depende da
desenvolvimento do fruto (PDF) e a data de magnitude da σ a 2 e não da σ g 2. Em consequência, a
maturação (DM) são caracteres fenológicos h2, e não a H2, é a relevante para predizer a reposta
importantes na cultura do pessegueiro, da seleção (Griffiths et al., 2002). A h2 para PDF foi
principalmente, para orientar a escolha da cultivar e praticamente igual à estimativa da H2 (Tabela 1). O
tomar decisões quanto às práticas culturais. A data valor de h2 para PF é similar e intermediário entre os
de PF é muito importante em regiões onde ocorrem estimados por Hartmann (2013) em 0,62 e por
geadas. Florações tardias podem ser uma forma de Souza et al. (1998) em 0,78. A h2 para DM está de
escape às mesmas. A DM é um caráter importante acordo com outras estimativas, como 0,72 (Frett,
quando há necessidade de substituição de algumas 2016) e 0,94 (Souza et al.,1998).
cultivares por outras de melhor comportamento
produtivo ou qualidade, e pela necessidade de Tabela 1. Número de observações, média e
expansão do período de colheita. O objetivo deste variância fenotípica das 16 progênies avaliadas e
trabalho foi estimar a herdabilidade dos caracteres estimativas da herdabilidade no sentido amplo (H2)
data de PF, PDF e DM, no pessegueiro, no sentido e restrito (h2).
amplo e restrito. PDF PF DM
N° observações 212 298 214
Material e Métodos Média 121,41 72,02 192,03
O trabalho foi desenvolvido na Embrapa Clima Variância Fenotípica 474,37 116,92 425,73
Temperado (Sede), em Pelotas-RS, no ciclo 2015-
H2 0,996 0,987 0,999
2016. Foram avaliadas 16 progênies F 1 (seedlings)
oriundas do Programa de Melhoramento Genético h2 0,993 0,740 0,806
PDF= Período de Desenvolvimento do Fruto (dias); PF= Plena
do Pessegueiro, assim como seus genitores. Foram Floração (dias a partir de 1º de junho); DM= Data de Maturação
determinadas as datas de PF (50% flores abertas) e (dias a partir de 1º de junho).
DM (1a colheita). Os dados foram expressos em
dias a partir de 1º de junho. O PDF foi calculado Conclusões
pelo intervalo, em dias, entre a data de PF e a DM. A herdabilidade dos caracteres fenológicos (plena
A variância observada quanto aos caracteres floração, período de desenvolvimento do fruto, e
fenológicos de três clones de um mesmo genitor data de maturação), no pessegueiro, é alta a muito
deve-se ao efeito ambiental, e a média das alta.
variâncias dos genitores foi utilizada como a
variância ambiental (σ e 2). A variância observada Agradecimentos
entre plantas de uma progênie foi utilizada como a À Embrapa, ANII e CAPES.
variância fenotípica (σ p 2), ou seja, o efeito genético Referências bibliográficas
mais o ambiental. A variância genética (σ g 2) foi Centellas-Quezada, A. Herdabilidade da época de floração e
calculada subtraindo a σ e 2 da σ p 2 de cada progênie. estudos sobre a ferrugem da folha [Tranzchelia discolor Fckl.
A herdabilidade no sentido amplo (H2), foi estimada (Tranz. & Litv.)] em pessegueiro [Prunus persica (L.) Batsch].
2000. 54f. Tese (Doutorado em Fruticultura de Clima
como se indica na seguinte fórmula: H2=σ g 2/σ p 2. A
Temperado), FAEM, UFPel, Pelotas.
estimativa da herdabilidade no sentido restrito (h2) Frett, T.J. Genetic determinism of Xanthomonas arboricola pv.
foi obtida pela regressão linear entre os valores pruni (Xap) resistance, fruit quality, and phenological traits in
médios dos genitores e os valores médios das peach and incorporation of marker-assisted selection (MAS) in
the University of Arkansas peach and nectarine breeding
progênies (Griffiths et al., 2002).
program, 2016. 718p. Thesis (Doctor of Philosophy in Plant
Science), Clemson University, Arkansas.
Resultados e Discussão Griffiths, A.J.F., Miller, J.H., Suzuki, D.T., Lewontin, R.C., Gelbart,
Para PDF, PF e DM foram estimados valores de H2 W.M. Genética, Madrid: McGraw-Hill Interamericana, 2002. 860
muito altos (Tabela 1), sendo mais altos do que p.
aqueles encontrados na bibliografia, porém todos os Hartmann, T.P. Heritability and phenotypic correlations in peach
[Prunus persica (L.) Batsch], 2013. 136p. (Master of Science),
autores concordam que a H2 para estes caracteres Texas A&M University, Texas.
é alta a muito alta. Algumas estimativas de H2 Souza, V.A.B.; Byrne, D.H.E Taylor, J.F. Heritability, genetic and
foram: 0,91 para PDF (Hartmann, 2013); 0,98 para phenotypic correlations, and predicted selection response of
PF (Centellas-Quezada, 2000); 0,92 para DM quantitative traits in peach: II. An analysis of several fruits traits.
J. Am. Soc. Hortic. Sci. v.123, n.4, p.604-611, 1998.
(Hartmann, 2013). A H2 é de pouca utilidade para os
melhoristas, sendo a h2 de maior importância. A h2 é

45
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência de diferentes locos de resistência ao míldio da videira
Jean Alberto Zanghelini¹, Beatriz Ribeiro Gomes¹, Eduardo Irineu Novak², Claudemar Herpich², Diogo Ascari²,
Lirio Luiz Dal’vesco³, Leocir Jose Welter³

1
Udesc– Universidade do Estado de Santa Catarina, Estudante de Pós-graduação. Rodovia Ulysses Gaboardi, 3000 - Km 3,
Curitibanos - SC, 89520-000. jean.zan@hotmail.com. 2UFSC– Universidade Federal de Santa Catarina, Estudante de graduação.
Rodovia Ulysses Gaboardi, 3000 - Km 3, Curitibanos - SC, 89520-000. 3UFSC– Universidade Federal de Santa Catarina, Professor
Universitário. Rodovia Ulysses Gaboardi, 3000 - Km 3, Curitibanos - SC, 89520-000.

Palavras Chave: Plasmopara viticola, resistência genética, Vitis vinifera.

Introdução Rpv3.1+Rpv3.2, que apresentaram maior


O míldio da videira (Plasmopara viticola) é suscetibilidade, com nota de 6,6 e 6,4,
considerado um dos fatores mais limitantes ao respectivamente (Figura 2.B). O baixo nível de
cultivo de variedades européias (Vitis vinifera) no resistência conferido pelo loco de resistência Rpv3
Sul do Brasil. Programas de melhoramento pode estar associado ao fato desse gene estar
mundiais, especialmente na Alemanha, estão presente em híbridos cultivados no Brasil a várias
atuando no sentido de desenvolver novas décadas.
variedades que apresentem resistência genética A B
durável a doenças, incluindo o míldio, e alta
qualidade enológica. Para promover a durabilidade
da resistência está sendo adotada a estratégia de
diversificação no uso de locos de resistência e a
piramidação destes locos (Eibach et al., 2007). Este
trabalho objetivou avaliar a resistência genética ao
míldio da videira conferida pelos locus Rpv3.1 e
Rpv10 isolados e o efeito da piramidação dos locos
Rpv3.1+Rpv3.2 e Rpv1+Rpv3.1 no final do ciclo. Figura 1. Representação da influência dos locus de
resistência. A) locus Rpv3.1+Rpv3.2 e Rpv3.1. B)
Material e Métodos locus Rpv1 + Rpv3.1 e Rpv10.
O experimento foi conduzido no Laboratório de
Genética e Biotecnologia, da Universidade Federal Tabela 1. Análise de variância e classe média de
de Santa Catarina, Campus de Curitibanos. Para os resistência ao míldio conferida pelos locus.
ensaios foram utilizadas as variedades descritas na
Tabela 1. Nos ensaios de resistência ao míldio Variedades Locus Classe de nota
utilizou-se a metodologia de discos foliares descrita GF6 Rpv3.1+Rpv3.2 6,04 a
por Mora (2014). O delineamento utilizado foi o de GF24 Rpv1 + Rpv3.1 1,54 b
blocos inteiramente casualizados, com cinco Regent Rpv3.1 6,60 a
repetições. Cada bloco (repetição) correspondeu a Bronner Rpv10 1,26 b
uma placa de Petri contendo três discos de cada Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
variedade (replicata técnica). Os esporângios do pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. CV% = 19.51
míldio utilizados na inoculação foram coletados das
variedades suscetíveis ‘Merlot’ e ‘Cabernet Conclusões
Sauvignon’ implantadas em um vinhedo comercial O loco Rpv10 conferiu alto nível de resistência ao
localizado em Curitibanos/SC. O material vegetal foi míldio. A piramidação dos locos de resistência
coletado e as inoculações foram realizadas no dia Rpv1+Rpv3.1 apresentou efeito positivo no aumento
15/03/2017. Para avaliar o nível de resistência ao da resistência. O loco Rpv3 conferiu baixo nível de
míldio foi utilizada a escala diagramática OIV-452 resistência.
(OIV, 2009) adaptada, onde as plantas foram
Agradecimentos
divididas em cinco classes de acordo com a
UFSC, UDESC e FAPESC pelo fomento à pesquisa
intensidade de esporangióforos (1: zero a cinco; 3:
e financiamento de bolsas de estudo
cinco a vinte; 5: vinte a cinquenta; 7: mais que
cinquenta; 9: esporulação densa). Referências bibliográficas
MORA, F. D. S. Seleção assistida por marcadores moleculares
Resultados e Discussão na piramidação de genes de resistência ao Míldio (Plasmopara
Baseado na intensidade de esporulação ao míldio vitícola) e Oídio (Erysiphe necator) em videira. 2014.
da videira separou-se os locos de resistência em OIV – Organization Internationale de la Vigne et du Vin. (2009)
Compendium of International Methods of Wine and Must Analysis
dois grupos. O primeiro é formado pelas variedades (OIV, Paris, 504).
que possuem os locos Rpv10 e Rpv1+Rpv3.1, que EIBACH, R.; ZYPRIAN, E.; WELTER, L. J.; TÖPFER, R. The use
apresentaram alto nível de resistência ao míldio of molecular markers for pyramiding resistance genes in
(Figura 1.A). O segundo é formado pelas variedades grapevine breeding. Vitis, v. 46, n. 2, p. 120-124, 2007. DOI:
10.17660/ActaHortic.2009.827.96.
que possuem os locos de resistência Rpv3.1 e

46
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso do cartão “FTA® Plant Card” na extração de amostras de DNA de plantas de
macieira
Cristiane Carlesso1, Maraisa C. Hawerroth2, Marcus V. Kvitschal2, Thyana L. Brancher3, Altamir F. Guidolin4
1Uniarp-Caçador/SC (IC) Rua Victor Baptista Adami, 800 - Centro, 89500-00, Caçador - SC. criscarlesso2016@gmail.com. 2Epagri –
Estação Experimental de Caçador (PQ) Rua Abílio Franco, 1.500, Cx.P. 591, 89500-000, Caçador, SC. 3UFLA, Lavras/MG (PG). Av.
Doutor Sylvio Menicucci, 1001 - Kennedy, 37200-000, Lavras - MG. 4UDESC, Lages/SC (PQ). Av. Luís de Camões, 2090 - Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages - SC.

Palavras Chave: Isolamento e purificação de DNA, análises moleculares, reações em cadeia da polimerase.

Introdução do iniciador. Já, em ambas as concentrações do


Diversos protocolos desenvolvidos para a extração iniciador, com 4 discos não se obteve amplificação.
de DNA de plantas podem ser utilizados com a Esse comportamento possivelmente se deveu à
cultura da macieira (ANTANAVICIUTE, 2015; quantidade de tampão de purificação de DNA
REVERS et al., 2006; etc.), porém necessitam de utilizada em todos os tratamentos (50 µL), que pode
adaptações para maior eficiência e, muitas vezes, não ter sido suficiente para a purificação do DNA
são de difícil execução. Além disso, as amostras presente nos 3 e 4 discos de FTA® utilizados nas
extraídas requerem condições especiais de reações de PCR.
armazenamento, principalmente em relação ao
controle da temperatura. Com o uso do FTA® Plant Figura 1. Eletroforese em gel de agarose a 3%
Card, após a aplicação do material vegetal sobre o demonstrando os produtos amplificados.
cartão a amostra pode ser conservada a
temperatura ambiente por longos períodos (até 14
anos), e o processo de extração de DNA é realizado
pelos componentes presentes no cartão
(WHATMAN FTA®, 2017). Logo, o objetivo deste
trabalho foi avaliar a eficiência do uso do FTA® Plant
Card na extração de amostras de DNA de macieira
utilizadas em reações de PCR (reações em cadeia
da polimerase).
Material e Métodos
Amostras foliares da cultivar Fuji Precoce foram
friccionadas sobre a superfície do FTA® Plant Card.
Foram picotados 1, 2, 3 e 4 discos do cartão (≈ 1
mm de diâmetro), os quais foram utilizados nas
respectivas reações de PCR. A purificação do DNA Considerações finais
presente nos discos foi realizada de acordo com o
O uso do FTA® Plant Card foi eficiente para a
protocolo indicado pelo fabricante, com as
extração de DNA de macieira destinado a reações
alterações realizadas por MBOGORI et al. (2006). A
de PCR, sugerindo maior eficácia quando utilizado
concentração dos componentes das reações de
nas concentrações de 1 ou 2 discos por reação
PCR foram as sugeridas por MBOGORI et al.
associado a 0,05 mM ou 0,1 mM do iniciador WD40.
(2006), variando a concentração do iniciador WD40:
0,1 mM e 0,05 mM, que é um iniciador constitutivo Referências bibliográficas
para a macieira (PERINI et al., 2014). Nas reações ANTANAVICIUTE, L. et al. An inexpensive and rapid genomic
de PCR contendo 1 e 2 discos foram utilizados 20 DNA extraction protocol for rosaceous species. The Journal of
µL de mix de reação, e nos tubos com 3 e 4 discos Horticultural Science and Biotechnology, v. 90, n. 4, p. 427-432,
foram utilizados 15 µL. A eficiência das reações de 2015.
MBOGORI, M. N. et al. Optimization of FTA technology for large
PCR foi avaliada por meio da visualização dos scale plant DNA isolation for use in marker assisted selection.
produtos de amplificação por eletroforese em gel de African Journal of Biotechnology, v.5, n.9, p.693-696, 2006.
agarose 3% utilizando como referência o marcador PERINI, P. et al. Reference genes for transcriptional analysis of
de peso molecular de 50 pb. flowering and fruit ripening stages in apple (Malus domestica
Borkh.). Molecular Breeding, n.34, p.829-842, 2014.
Resultados e Discussão REVERS, L. F. et al. Uso prático de marcadores moleculares
para seleção assistida no melhoramento de uvas de mesa
Rotineiramente são considerados como melhores apirênicas. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 28, p. 104-108,
padrões de amplificação as bandas com maior 2006.
definição. Após a análise dos perfis de amplificação, WHATMAN FTA®. Collect, archive, transport and purify nucleic
pode-se observar que tanto utilizando 0,1 mM do acids all at room temperature. 2017. Disponível em:
https://www.carlroth.
iniciador quanto 0,05 mM houve amplificação com a com/medias/sys_master/pdf_DE/pdf_DE/h7f/h1b/892907021929
adoção de 1 e 2 discos do cartão FTA® contendo 4.pdf
amostras de DNA. As reações constituídas por 1
disco do FTA® resultaram em bandas com maior
definição no gel. Contudo, as reações contendo 3
discos do FTA® não funcionaram ao utilizar 0,05 mM

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Levantamento da condição viral em acessos do Banco Ativo de Germoplasma de
Macieira da Epagri utilizando métodos DAS-ELISA e RT-PCR
Danielle C. Manenti1, Osmar Nickel2, Eliezer R. Souto3, Marcus V. Kvitschal4, Maraisa C. Hawerroth4, Filipe S.
Schuh1, Thyana L. Brancher5
1UEM – Universidade Estadual de Maringá (PG) Av. Colombo, 5.790, Jd Universitário, 87.020-900, Maringá, PR. E-mail:

daniellecmanenti@hotmail.com.2Embrapa Uva e Vinho (PQ) Rua Livramento, 515, Cx.P. 130, 95.701-008, Bento Gonçalves, RS.
3UEM – Universidade Estadual de Maringá (PQ) Av. Colombo, 5.790, Jd Universitário, 87.020-900, Maringá, PR. 4Epagri – Estação

Experimental de Caçador (PQ) Rua Abílio Franco, 1.500, Cx.P. 591, 89.500-000, Caçador, SC. 5UFLA – Universidade Federal de
Lavras (PG) Av. Doutor Sylvio Menicucci, 1001, Kennedy, 37.200-000, Lavras, MG.

Palavras Chave: Malus domestica, viroses, ASGV, ASPV, ACLSV.

Introdução ACLSV a diagnose foi positiva em 24 e 17 acessos


Um dos principais acervos de germoplasma de do BAG-Maçã, respectivamente.
macieira no Brasil é o Banco Ativo de Germoplasma Tabela 1. Resultados obtidos a partir dos métodos
de Macieira da Epagri (BAG-Maçã), localizado em de diagnose viral por DAS-ELISA e RT-PCR para 27
Caçador/SC, o qual é uma das fontes de acessos do BAG-Maçã.
variabilidade genética para o Programa de Número de Porcentagem (%)
Melhoramento Genético de Macieira da Epagri. Vírus Método amostras de amostras
Contudo, o BAG-Maçã não está totalmente positivas positivas
caracterizado quanto às características fenotípicas, DAS-ELISA 22 81,48
ASGV
RT-PCR 24 88,89
genotípicas e condição fitossanitária de seus
DAS-ELISA 8 29,63
acessos, o que restringe ou até inviabiliza a ASPV
RT-PCR 27 100,00
utilização e intercâmbio desse germoplasma. Dessa DAS-ELISA 23 85,19
forma, o objetivo do trabalho foi realizar a diagnose ACLSV
RT-PCR 17 62,96
dos vírus ASGV, ASPV e ACLSV em alguns dos
acessos do BAG-Maçã utilizando os métodos DAS- Considerando os métodos de diagnose utilizados,
ELISA e RT-PCR. pode-se afirmar que para o ASGV e para o ASPV, o
método molecular foi mais eficiente na detecção dos
Material e Métodos vírus do que o método sorológico. Já, para o
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de ACLSV, o número de amostras positivas
Biotecnologia da Epagri / Estação Experimental de identificadas pelo método DAS-ELISA foi superior ao
Caçador. Foram analisados 27 acessos do BAG- método RT-PCR, o que pode ser explicado pela
Maçã para a presença dos vírus ASGV, ASPV e existência de variabilidade genética do vírus, não
ACLSV. A diagnose foi realizada via teste DAS- havendo assim pareamento do iniciador e
ELISA (Double Antibody Sandwich - Enzyme-linked consequente amplificação de produtos na PCR.
immunosorbent Assay), utilizando os kits completos
da Bioreba®, seguindo as indicações do fabricante, e Conclusões
via técnica RT-PCR (Reverse Transcription - Todos os 27 acessos do BAG-Maçã da Epagri
Polymerase Chain Reaction). As extrações de RNA avaliados apresentam infecção por pelo menos um
foram realizadas pelo método de adsorção em sílica. dos vírus ASGV, ASPV e ACLSV.
A síntese do cDNA foi realizada utilizando o iniciador
reverso para cada vírus. As reações de PCR foram Agradecimentos
ajustadas a um volume final de 15 µL. Os produtos À FAPESC, Epagri, Embrapa, CNPq e à UEM.
de amplificação esperados foram 755 pb para o Referências bibliográficas
vírus ASGV (Nickel et al., 2001), 269 pb para o Candresse, T.; Lanneau, M.; Revers, L.F.; Grasseau, N.;
ASPV (Radaelli et al., 2006) e 358 pb para o ACLSV Macquaire, G.; German, S.; MalinowskI, T.; Dunez, J. An
(Candresse et al., 1995), sendo os pares de immuno-captura PCR assay adapted to the detection and the
iniciadores descritos pelos respectivos autores. Os analysis of the molecular variability of the apple chlorotic leafspot
produtos da PCR foram submetidos a eletroforese virus. Acta Hort. 1995, v.386, p.136-147.
Nickel, O.; Fajardo, T.V.M.; Jelkmann, W.; Kuhn, G.B. Sequence
em gel de agarose a 1,2 % e visualizados sobre luz analysis of the capsid protein gene of an isolate of Apple stem
UV em fotodocumentador Kodak GelLogic 212 Pro. grooving virus and its survey in Southern Brazil. Fitopatol.bras.
2001, v.26, p.655-659.
Resultados e Discussão Radaelli, P.; Nickel, O.; Schons, J.; Aragão, F.J.L; Fajardo,
Considerando o teste DAS-ELISA (Tabela 1), entre T.V.M. Diagnóstico biológico e molecular e análise da sequência
de nucleotídios do gene da proteína capsidial de um isolado do
os 27 acessos testados foi detectada a presença Apple stem pitting virus. Fitopatol.bras. 2006, v.31, p.657-662.
dos vírus ASGV, ASPV e ACLSV em 22, 8 e 23
genótipos, respectivamente, sendo que apenas a cv.
Baronesa mostrou resultado negativo para os três
vírus. Na diagnose pelo método RT-PCR (Tabela 1),
observou-se que todos os genótipos testados
amplificaram o fragmento esperado para a presença
do ASPV, enquanto que para os vírus ASGV e

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Similaridade genética entre genótipos copa de macieira com base na caracterização
molecular

Maraisa Crestani Hawerroth1*, Marcus Vinícius Kvitschal1, Thyana Lays Brancher2, Danielle C. Manenti3
1Epagri - Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador.
*maraisahawerroth@epagri.sc.gov.br; 2UFLA, Lavras/MG (PG). Av. Doutor Sylvio Menicucci, 1001 - Kennedy, 37200-000, Lavras -
MG.; 3UEM, Maringá/PR (PG). Av. Colombo, 5790 - Vila Esperança, 87020-900, Maringá, PR.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh., genotipagem, marcadores de DNA, SSR - Simple Sequence Repeat.

Introdução apresentaram similaridade variando no intervalo de


A caracterização e distinção de novas cultivares 0,38 e 0,87 (similaridade média igual a 0,48). Com
desenvolvidas pelo melhoramento genético é base na similaridade média foram formados quatro
tradicionalmente baseada em descritores fenotípicos agrupamentos (Figura 1). Os cultivares Epagri406
que contemplam características morfológicas Baronesa e Epagri404 Imperatriz apresentaram-se
específicas da planta, avaliadas via comparação em grupos isolados. Os cultivares Epagri405 Fuji
com cultivares padrões (MAPA, 2012). Contudo, o Suprema, Epagri416 Kinkas, Epagri402 Catarina e
uso de marcadores moleculares, como os SSR Joaquina formaram um único agrupamento. Do
(Simple Sequence Repeats), pode viabilizar a mesmo modo, os demais 12 genótipos avaliados
caracterização dos genótipos livres dos efeitos de constituíram outro grupo, sugerindo maior
ambiente, permitindo a definição de uma identidade similaridade genética entre os genótipos dispostos
genética, reprodutível ao longo do tempo e do em cada grupo em particular.
espaço, auxiliando na correta identificação e
rastreabilidade de genótipos. Adicionalmente,
permite acessar a distância genética entre genótipos
elite através da análise das marcas polimórficas,
gerando informações que auxiliam na definição de
cruzamentos dirigidos, visando à ampliação da
variabilidade genética. Dessa forma, o objetivo deste
trabalho foi avaliar a similaridade genética entre
genótipos de macieira desenvolvidos pela Epagri a
partir do polimorfismo identificado pelo uso de
iniciadores SSR.
Material e Métodos
Foram avaliados os cultivares Epagri402 Catarina, Figura 1. Similaridade entre 18 genótipos de
Epagri403 Fred Hough, Epagri404 Imperatriz, macieira com base no Coeficiente de Jaccard,
Epagri405 Fuji Suprema, Epagri406 Baronesa, considerando a variabilidade genética gerada por
Epagri408 Condessa, Epagri416 Kinkas, SCS417 iniciadores SSR (similaridade média entre genótipos
Monalisa, SCS425 Luiza, SCS426 Venice, SCS427 de 0,48; e coeficiente cofenético igual a 0,76).
Elenise, Daiane, Castel Gala, Princesa, Joaquina,
Galaxy e Cripps Pink e a seleção M-10/09. As Conclusões
extrações de DNA foram realizadas utilizando o Kit Os genótipos de macieira avaliados apresentam
FastDNA® SPIN - MPBio ajustado para Malus diferentes níveis de similaridade genética entre si,
domestica. Foram utilizados 12 conjuntos de revelada pelos perfis de marcas geradas com a
iniciadores SSR nas reações em cadeia da adoção de iniciadores SSR.
polimerase (PCR): CH04g10, CH05d11, CH05e03,
Agradecimentos
CH02d08, CH02c11, CH01f02, GD 12, CH04c07,
CH01h01, GD147, Hi02c07 e CH04e03. Os À FAPESC, Embrapa, UDESC, UEM, e FINEP pelo
produtos da PCR amplificados foram separados via fomento à pesquisa e financiamento de bolsas de
eletroforese em géis de agarose 3 %, estudo.
fotodocumentados e avaliados, originando uma Referências bibliográficas
matriz binária. A partir da matriz de similaridade MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
genética gerada com base no Coeficiente de Macieira frutífera (Malus spp.) Novo Formulário Descritor. 2012.
Jaccard, foi construído o dendrograma de Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/vegetal/registros-
agrupamentos pelo método UPGMA. As análises autorizacoes /protecao-cultivares/ formularios-protecao-
cultivares>. Acesso em: 05 abr. 2017.
foram viabilizadas pelo uso do programa CRUZ, C.D. GENES - a software package for analysis in
computacional Genes (CRUZ, 2013). experimental statistics and quantitative genetics. Acta
Scientiarum, v.35, n.3, p.271-276, 2013.
Resultados e Discussão
As reações de PCR realizadas com os 12 conjuntos
de iniciadores SSR revelaram 52 bandas
polimórficas, as que foram utilizadas na
caracterização dos genótipos. No geral, o conjunto
dos 18 genótipos de macieira avaliados

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XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Relação açúcar/acidez em frutas de genótipos de amoreira-preta

Robson Camargo1*, Maximiliano Dini2, Maria do Carmo Bassols Raseira3


1
UFPel (PG). Campus Capão do Leão, 96010-900, Pelotas-RS. robson.rcamargo@hotmail.com; 2UFPel/PPGA – Embrapa Clima
Temperado (PG). Rodovia 392, Km 78, Monte Bonito, 96010-971, Pelotas-RS. maxidini@hotmail.com; 3Embrapa Clima Temperado
(PQ). Rodovia 392, Km 78, Monte Bonito, 96010-971, Pelotas-RS. maria.bassols@embrapa.br.

Palavras Chave: Rubus spp., melhoramento genético, amora-preta.

Introdução valores de ratio entre 4,2 e 5,2, concluindo que


A área cultivada e a produção de frutas de devido à baixa relação SST/ATT as frutas deveriam
amoreira-preta (Rubus spp.) tem aumentado, nos ser consumidas com adição de açúcar ou
últimos anos. Sua expansão foi, principalmente, no edulcorante. Trabalhando na Turquia, com nove
Rio Grande do Sul, que é o principal produtor cultivares, Turemis et al. (2003) relataram para um
brasileiro (ANTUNES et al., 2014). Há espécies ano de produção ratio de 4,2 a 7,0 e para outro 7,1
nativas do Sul do Brasil, porém, foi a partir de a 9,6, mostrando a importância desse índice ser
materiais introduzidos dos Estados Unidos que se observado por vários anos. Dada esta característica
iniciaram os trabalhos de melhoramento genético na ser uma um parâmetro apropriado para estimar a
Embrapa Clima Temperado, RS. Oriundas desse percepção do sabor, a seleção Black 287 pode ser
programa, foram lançadas seis cultivares, sendo a indicada para o consumo in natura.
cv. Tupy, a mais importante delas e a mais plantada
no mundo, em regiões de inverno ameno, incluindo- Tabela 1. Ratio (SST/ATT) de frutas de 13
se o Brasil (RASEIRA e FRANZON, 2012). genótipos de amoreira-preta, avaliados por três
Entretanto, mesmo a cv. Tupy produz frutas cujo safras, Embrapa Clima Temporada, Pelotas-RS.
sabor não é doce o suficiente para incentivar o Genótipo SST / ATT
brasileiro a consumir esta fruta in natura. Por isso, Black 287 8,97 a
Black 277 6,53 b
um dos objetivos do Programa de Melhoramento da
‘Tupy’ 6,40 b
Embrapa, é a obtenção de frutas com maior ratio Black 273 6,21 bc
sólidos solúveis/acidez total titulável (SST/ATT), Black 254 6,04 bc
sendo objetivo deste trabalho avaliar genótipos de Black 197 5,76 bc
amoreira-preta quanto a esta característica. Black 139 5,72 bc
Black 289 5,64 bc
Material e Métodos ‘Xingu’ 5,42 bc
O trabalho foi desenvolvido na Embrapa Clima Black 247 5,32 bc
Temperado, Pelotas-RS, nas safras de 2014-15, Black 196 5,09 bc
2015-16 e 2016-17. O delineamento experimental Black 178 4,84 bc
foi inteiramente casualizado, considerando cada Black 231 3,95 c
genótipo como um tratamento e as safras como CV (%) 21,00
*Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
repetições. Foram utilizados 13 genótipos de pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade.
amoreira-preta, sendo duas cultivares (Tupy e
Xingu) e 11 seleções. Os frutos foram colhidos e Conclusões
armazenados em freezer (-18ºC) até o final de cada A seleção Black 287 de alto ratio (SST/ATT),
safra. Após esse período, os frutos foram apresenta frutas com bom potencial para o consumo
descongelados e extraído seu suco. Para obter a in natura.
acidez total titulável (ATT) foram utilizados 5mL de
suco mais 95ml de água destilada, foi titulado com Agradecimentos
NaOH (0,1N) até atingir pH 8,1. A ATT foi expressa À Embrapa Clima Temperado.
em gramas de ácido cítrico por 100mL. A
Referências bibliográficas
determinação dos sólidos solúveis totais (STT) foi Antunes, L.E.C.; Pereira, I.S.; Picolotto, L.; Vignolo, G.K.;
feita em frutos de cada genótipo, tão logo foram Gonçalves, M.A. Produção de amoreira-preta no brasil. Revista
colhidos, utilizando refratômetro digital Atago Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.36, n.1, p.100-111, 2014.
modelo PR-101, com valores expressos em °Brix. O Mota, R.V. Caracterização do suco de amora-preta elaborado em
extrator caseiro. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v.26, n.2,
ratio foi calculado dividindo os SST pela ATT. Os p.303-308, 2006.
dados foram submetidos à análise de variância e as Raseira, M.C.B.; Franzon, R.C. Melhoramento genético de
médias comparadas pelo teste Duncan, a 5% de cultivares de amora-preta e mirtilo. Informe Agropecuário, Belo
probabilidade de erro. Horizonte, 2012, v.33, n.268, p.11-20.
Turemis, N.; Kafkas, S.; Kafkas, E.; Onur, C. Fruit characteristics
Resultados e Discussão of nine thornless blackberry genotypes. Journal American
O ratio (SST/ATT) variou de 3,95 a 8,97 (Tabela 1), Pomological Society, v.57, n.4, p.161-165, 2003.
entre os genótipos avaliados. A seleção Black 287
apresentou o maior valor, diferenciando-se
estatisticamente de todos os demais genótipos.
Estudando seis cultivares, Mota (2006) obteve

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Caracterização de acessos promissores de macieira do BAG-IAPAR
Alexandre Friedrich Ribas1, Clandio Medeiros da Silva2, Paulo M. C. Bueno3, Jeferson B. Eilert4, Wilson
Schvieczrski5, Gilberto Mildemberg6

1
Instituto Federal do Paraná Campus de Palmas (IC), 2Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR (PQ), 3Instituto Federal do Paraná
Campus de Palmas (PQ), 4Universidade Estadual de Maringá-UEM (PG),5Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR (TM), 5 Universidade
Tuiuti do Paraná UTP (IC). Rua Tertuliano Bueno de Andrade, s/n0, Bairro Aeroporto, Cx. P. 282, 85.555-000, Palmas, PR.
alexandrefribas@hotmail.com

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, Melhoramento, Genótipos.

Introdução Figura 1. Fotos de alguns dos estádios fenológicos:


A macieira, pertencente à família das Rosaceae A – Planta dormente; E 2 – Botão Rosado; F 2 –
gênero Malus, além de ser consumida como fruta Plena Floração; H – Queda das pétalas; I –
fresca, pode ser usada em diversos níveis de Frutificação efetiva; J – Frutos Verdes; L – Frutos
processamento. A fenologia dos genótipos maduros.
promissores é bastante importante para o
melhoramento genético desta cultura. O objetivo
deste trabalho foi caracterizar a fenologia dos
acessos promissores de maçã do Banco de
Germoplasma de maçã (BAG-maçã) do IAPAR.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado na Estação Experimental do
IAPAR de Palmas, PR. Foram avaliados seis
acessos do (BAG-maçã). Semanalmente foram
realizadas observações fenológicas, segundo
descrição de Fleckinger (1953). O período avaliado
foi de 27 de julho de 2016, até o dia 13 de
dezembro do mesmo ano. Foram avaliadas as datas
de Início da brotação, Início do florescimento e
estádio de Frutos verdes.
Resultados e Discussão
Na tabela 1, mostra os resultados obtidos nas
avaliações realizadas no período avaliado. Sendo
que em cada época dos estádios obtemos
diferentes situações climáticas, as quais podem ser
benéficas ou maléficas para a cultura da maçã. Na
figura 1 mostra fotos dos acessos avaliados.
Conclusões
Com base nas observações fenológicas realizadas
Tabela 1. Datas de Início da brotação, Início do
nestes acessos promissores observar-se que os
florescimento e Frutos verdes.
mesmos podem ser considerados precoces.
Início da
Início do Frutos Agradecimentos
Genótipo
Brotação Florescimento
Verdes Ao IAPAR e ao CNPQ pelo fomento à pesquisa e
Eva 27/julho 09/agosto 27/setembro financiamento da bolsa de estudo.
2-80-166 27/julho 30/agosto 27/setembro
303-81-44 03/agosto 30/agosto 27/setembro
Referências bibliográficas
172-88-304 03/agosto 06/setembro 04/outubro Fleckinger, J. Observations recentes sur l’écologie du
pommier à cidre. Communication 8. Congrés. International de
53-80-154 23/agosto 20/setembro 18/outubro Botanique et d’Agronomie, Paris. Note Interne, INRA, Station
78-80-11 30/agosto 04/outubro 25/outubro d’Améliorationdes Plantes, Versailles. 14p. 1953.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Variabilidade fenotípica dos acessos de Physalis spp. cultivados em Chapecó

Alice Silva Santana1*, Jean do Prado¹, Alison Uberti2, Bachelor Louis¹, Adriana Lugaresi2, Doralice L. de O.
Fischer3, Clevison L. Giacobbo4
1Universidade Federal da Fronteira Sul – campus Chapecó (IC). Rodovia SC 484 km 2, B. Fronteira Sul, 89815-899, Chapecó – SC.
alice.ifrr@hotmail.com. 2UFFS (IC). Bolsista UFFS/FAPESC. Rodovia SC. 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC. 3IFSul
(PG) Profª. Dra., Curso Técnico em Fruticultura, Campus CAVG – IFSul, Pelotas-RS. 4UFFS, (PQ). Prof. Dr. Agronomia/PPGTA.
Campus Chapecó. Rodovia SC 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC.

Palavras Chave: fisalis, frutífera, desenvolvimento vegetativo, pequenos frutos.

Introdução média aritmética, amplitude e frequência observada


O gênero Physalis, pertencente à família dos dados.
Solanaceae, é originário dos Andes e apresenta Resultados e Discussão
cerca de noventa espécies herbáceas com hábito
A altura das plantas apresentou média de 79,93 cm,
perene, que se distribuem, principalmente na
com amplitude de 85 cm e desvio padrão de 22,09
América do Sul, América Central e América do
cm. Observa-se que a amplitude de altura foi maior
Norte. Este gênero possui espécies que produzem
que a respectiva média, representando alta
frutos comestíveis, de alto valor nutricional e grande
variabilidade fenotípica entre as plantas avaliadas. A
importância farmacológica devido à bioprodução de
média da dimensão da copa foi de 20.071 cm3
substâncias complexas com diversas propriedades
sendo que a menor copa teve valor equivalente a
terapêuticas comprovadas (LORENZI & MATOS,
1.008 cm3 e a maior, 84.240 cm3. Observa-se que
2002). O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes
dos 120 acessos, 47 (39 %) possuem copa com
genótipos de Physalis e identificar sua
dimensão de 1000 a 12000 cm3 (Figura 1) enquanto
potencialidade para utilização no melhoramento
que outros acessos, de maneira isolada, possuem
genético desta espécie.
maior dimensão de copa, entre 67000 a 89000 cm3.
Material e Métodos O valor médio de diâmetro de caule das plantas
O experimento foi conduzido a campo na área da correspondeu a 13,86 mm e a amplitude foi de 19,03
Fruticultura, localizada no campo experimental da mm, enquanto que a área média de folha foi de
UFFS – campus Chapecó, SC (27°07’13’’S; 39,50 cm².
52°42'28’’W), a qual possui solo do tipo Latossolo
Vermelho Distroférrico e clima categoria C, subtipo Figura 1. Frequências observadas da dimensão de
Cfa (Clima Subtropical úmido), com inverno frio e copa de acessos de Physalis spp. cultivados na
úmido, e verão moderado e seco, segundo UFFS – Chapecó.
classificação de Köppen. O programa de
melhoramento genético de Physalis, na UFFS-
Chapecó, iniciou no ano de 2015 e as observações
foram realizadas no ciclo 2016/17.
O experimento foi conduzido em um delineamento
inteiramente casualizado com 120 híbridos do
programa de melhoramento genético, sem
repetições, dispostos em um sistema de plantio com
espaçamento de 1 m entre plantas e 2 m entre
linhas. Com a finalidade de verificar o
comportamento vegetativo dos acessos, foram
avaliados os seguintes parâmetros: altura de planta
(cm), mensurada com fita métrica da base à altura
máxima da planta; diâmetro do caule (mm),
mensurado com auxílio de um paquímetro digital,
com duas medias a 10 cm de altura do solo;
dimensão da copa (cm³) e área média da folha
(cm²). Para a área foliar média, adotou-se o valor Conclusões
médio de uma amostra de cinco folhas por planta, Conclui-se que os acessos de Physalis spp.,
sendo os dados obtidos com auxílio de um apresentam ampla variabilidade fenotípica para
folharímetro. Para o valor de dimensão da copa caracteres dimensão de copa, altura de planta,
(DC), efetuou-se a mensuração da altura da planta diâmetro de caule e área média foliar, demonstrando
(AL), largura da copa em sentido da entrelinha (EL) potencialidade de utilização no melhoramento
e da linha (L), calculado através da seguinte genético da cultura.
fórmula: DC = AL × EL × L. Para a análise da altura,
foram efetuados a média aritmética, desvio padrão e Referências bibliográficas
amplitude dos dados. Para o diâmetro do caule, LORENZI. H., MATOS, F.J.A. 2002. Plantas Medicinais no Brasil:
efetuou-se a média aritmética aliada à amplitude dos nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum.
512 p.
dados enquanto que para a dimensão da copa,

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Brotação de genótipos de macieira do banco de germoplasma do IAPAR
submetidos a diferentes níveis de acúmulo de frio

Jeferson B. Eilert1, Clandio M. da Silva2, Paulo M. C. Bueno3, Iohann M. Bauchrowitz4, José dos Santos Neto5,
Alexandre F. Ribas6, Wilson Schvieczrski7

1
Universidade Estadual de Maringá-UEM (PG), 2Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR (PQ), 3Instituto Federal do Paraná-IFPR (PQ),
4
Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG (PG), 5Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR (P), 6Instituto Federal do Paraná-IFPR
(IC), 7Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR (TS). Rodovia BR Celso Garcia Cid, Km 375, Cx. P. 10.030, 86.001-970, Londrina, PR.
clandio@iapar.br

Palavras Chave: Malus domestica Borkh; dormência; precocidade.

Introdução homogeneidade e uniformidade de brotação das


A ação das baixas temperaturas por um período de gemas, além de diminuir o tempo que as mesmas
tempo nas macieiras dormentes faz com que as necessitaram para brotação. Três dos genótipos
mesmas saiam da dormência e iniciem a brotação. avaliados (9-80-12, 307-81-7 e 284-81-26)
O objetivo do trabalho foi verificar o tempo médio e apresentaram decréscimo na brotação das estacas
porcentagem de brotação dos genótipos de macieira no tratamento com maior quantidade de frio, fato
submetidos a diferentes unidades de frio (UF). que normalmente não ocorre. Devido a esse
acontecimento esses genótipos serão reavaliados.
Material e Métodos
Foram avaliados 15 genótipos de macieiras
considerados promissores e com características de
precocidade, oriundas do programa de
melhoramento do IAPAR, esses materiais se
encontram no BAG-maçã na estação de Palmas
PR. Foi analisado o tempo médio de brotação e a
porcentagem de brotação das gemas desses
genótipos expostos a diferentes unidades de frio
(UF), calculados pelo método Carolina do Norte A
Modificado. Foram coletados ramos de 20 a 25 cm,
os ramos foram cortados, eliminando suas
extremidades e deixando apenas oito centímetros
de comprimento central do ramo, as gemas laterais
foram todas removidas, exceto a última gema que
se encontrava a um centímetro abaixo da
extremidade superior. No dia da coleta das estacas
já existia um acúmulo de 349,5 UF, portanto a
testemunha possuía 349,5 UF. Os demais
B
tratamentos foram submetidos à câmara fria com
temperatura de 3°C ± 1°C, o primeiro tratamento foi Figura 01. Dias para brotação (A) e porcentagem de brotação (B)
de 517,5 UF, o segundo tratamento com 685,5 UF, das estacas de macieira submetidas a diferentes tratamentos de
e o terceiro tratamento com 853,5 UF. Após, as frio.
estacas foram acondicionadas em bandejas com
substrato comercial para hortaliças e submetidas a
Conclusão
uma temperatura de 25° C ± 1°C, com fotoperíodo Quanto maiores as UF, maior será a brotação e a
de 16 horas de luz e oito horas escuro. A homogeneidade dessas brotações, além de resultar
metodologia usada como referência foi a de Putti em um menor intervalo de tempo de brotação em
(2000). relação a tratamentos com menos unidades de frio.
No quesito precocidade, nenhum dos genótipos
Resultados e Discussão avaliados se mostrou mais precoce a cultivar Eva,
Dentre os genótipos avaliados como precoces, a porém muitos se assemelham a essa cultivar, não
maioria das estacas tiveram brotação superior a diferindo estatisticamente da mesma.
70% no tratamento com 349,5 UF (testemunha).
Apenas três dos 15 genótipos (30-80-63, 1-80-255 e Agradecimentos
53-80-59) não tiveram as gemas das estacas A estação experimental do IAPAR na cidade de
brotadas nessas condições (349,5 UF), porém Palmas-PR pela disponibilidade do local para a
quando a quantidade de frio acumulada foi de 517,5 realização do experimento e ao CNPq pela bolsa de
UF todas as estacas dos genótipos avaliados iniciação científica concedida.
tiveram uma brotação superior a 85%. Foi Referências bibliográficas
observado que quanto maior o acumulo de frio que PUTTI, G. L.; MENDEZ, M. E. G.; PETRI, J. L. Unidades de frio e de
essas estacas foram expostas, através dos calor para a brotação de macieira (Malus domestica, Borkh), “Gala” e
tratamentos com 685,5 e 853,5 UF, maior foi a “Fuji”. Revista brasileira de Agrociência, v.6 no.3, 194-196, 2000.

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Repetibilidade em caracteres de qualidade de frutos em híbridos de macieira
Marcus Vinícius Kvitschal1*, Maraisa Crestani Hawerroth1, Marcelo Couto1, Alberto Fontanella Brighenti2,
Cristiane Carlesso3, Thyana Lays Brancher4
1Epagri – Est. Exp. de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador – SC.
*marcusvinicius@epagri.sc.gov.br. 2Epagri – Est. Exp. de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim –
SC. 3Uniarp (IC). Rua Victor Baptista Adami, 800, 89500-00, Caçador - SC. 4UFLA, Lavras/MG (PG). Av. Doutor Sylvio Menicucci,
1001 - Kennedy, 37200-000, Lavras - MG.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh., espécie perene, maçãs, expressão repetida no tempo.

Introdução Tabela 1. Coeficientes de repetibilidade (r) e de


Na seleção de híbridos de macieira, além da determinação (R2), e número de avaliações para
adaptação climática, da boa fitossanidade e do atender ao coeficiente de determinação igual a 0,8.
Caráter Anova (Modelo 1) Anova (Modelo 2)
desempenho agronômico satisfatório das plantas, é r R2 R2=0,8 r R2 R2=0,8
imprescindível que sejam considerados atributos de Nº de frutos 0,55 78,77 3,24 0,56 78,93 3,20
qualidade de frutos. Também é importante que o Tamanho de frutos 0,02 4,92 232,08 0,02 4,68 244,26
Aparência 0,48 73,36 4,36 0,48 73,34 4,36
genótipo selecionado tenha capacidade de repetir o Firmeza 0,34 61,36 7,56 0,34 61,20 7,61
fenótipo de interesse ao longo do tempo. Assim, o Fineza 0,07 17,73 55,70 0,07 18,12 54,23
Suculência 0,06 15,26 66,63 0,06 15,12 67,37
objetivo deste estudo foi avaliar a repetibilidade em Crocância 0,18 40,17 17,87 0,18 39,84 18,12
caracteres relacionados à qualidade de frutos de Acidez/acúcar 0,37 63,37 6,94 0,36 63,18 7,00
macieira com base em diferentes métodos e a sua Sabor 0,23 47,26 13,39 0,23 47,06 13,50
Aroma 0,10 25,98 34,20 0,10 25,86 34,41
aplicação na seleção de híbridos superiores. Média geral 0,24 42,82 44,20 0,24 42,73 45,41
1º Componente Principal 1º Componente Principal
Material e Métodos Caráter
(Covariância) (Correlação)
Foram avaliados 106 híbridos do Programa de r R2 R2=0,8 r R2 R2=0,8
Melhoramento Genético de Macieira da Epagri, Nº de frutos 0,57 79,64 3,07 0,56 78,98 3,19
Tamanho de frutos 0,93 97,37 0,32 0,21 45,00 14,67
oriundos dos cruzamentos: Monalisa – polinização Aparência 0,96 98,77 0,15 0,49 74,19 4,17
aberta (76 híbridos); Fred Hough vs. Monalisa (15 Firmeza 0,41 67,83 5,69 0,37 63,40 6,93
Fineza 0,41 67,46 5,79 0,23 46,62 13,74
híbridos); M-11/01 vs. M-13/91 (15 híbridos). Os Suculência 0,96 98,61 0,17 0,33 59,10 8,31
caracteres avaliados foram: número e tamanho de Crocância 0,28 53,33 10,50 0,19 41,54 16,89
frutos; aparência; firmeza, fineza, suculência e Acidez/acúcar 0,84 94,08 0,76 0,42 68,46 5,53
Sabor 0,30 55,81 9,50 0,24 48,87 12,56
crocância da polpa; sabor e aroma. A avaliação foi Aroma 0,94 98,00 0,25 0,31 57,01 9,05
feita por meio de escala numérica (1 a 5), sendo 1 o Média geral 0,66 81,09 3,62 0,34 58,32 9,50
valor de menor interesse e 5 o valor de maior Caráter
Análise estrutural
(Correlação)
Análise estrutural
(Covariância)
interesse. O balanço acidez/açúcar também foi r R2 R2=0,8 r R2 R2=0,8
avaliado por meio de escala, sendo o 3 atribuído Nº de frutos 0,56 78,93 3,20 0,55 78,77 -
para o sabor considerado balanceado, < 3,0 para Tamanho de frutos 0,16 36,85 20,57 0,02 4,92 -
Aparência 0,34 60,73 7,76 0,48 73,36 -
polpa mais doce e > 3,0 para a polpa mais ácida. Os Firmeza 0,36 63,23 6,98 0,35 61,36 -
coeficientes de repetibilidade (r) foram calculados a Fineza 0,21 44,17 15,17 0,07 17,73 -
Suculência 0,31 57,59 8,84 0,06 15,26 -
partir de dados de 3 anos (2015, 2016 e 2017), por Crocância 0,19 41,53 16,89 0,18 40,17 -
seis modelos matemáticos: “ANOVA” – Modelos 1 e Acidez/acúcar 0,38 64,44 6,62 0,37 63,37 -
2; “1º Componente Principal”– Covariância e Sabor 0,24 48,77 12,60 0,23 47,26 -
Aroma 0,30 56,59 9,21 0,10 25,98 -
Correlação; “Análise Estrutural” – Correlação e Média geral 0,31 55,28 10,78 0,24 42,82 -
Covariância, utilizando o programa estatístico Genes
(CRUZ, 2013). Conclusões
O método baseado em análise de Componentes
Resultados e Discussão Principais (Covariância) foi o mais específico na
As estimativas do coeficiente de repetibilidade (r) estimativa da repetibilidade para caracteres
foram bastante variáveis para os caracteres de relacionados à qualidade de maçãs, sendo
qualidade de frutos em macieira, independente da necessária a avaliação em 3 a 6 safras para a maior
metodologia de cálculo (Tabela 1). O modelo confiabilidade na seleção de plantas superiores.
baseado na análise de Componentes Principais
(Covariância) foi o que permitiu melhor ajuste Agradecimentos
matemático (maiores valores de R2). Isso se deve, À Epagri, FAPESC, FINEP e Embrapa.
possivelmente, à natureza desses caracteres,
corroborando com Cruz e Regazzi (2001), que Referências bibliográficas
recomendam o uso desse modelo para caracteres CRUZ, C.D. GENES - a software package for analysis in
experimental statistics and quantitative genetics. Acta
que se expressam de modo oscilante no tempo ou Scientiarum, v.35, n.3, p.271-276, 2013.
no espaço. No geral, para os caracteres de melhor CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricos aplicados ao
ajuste do modelo matemático, estimou-se que são melhoramento genético, 2.ed., Viçosa: UFV, 2001, 390p.
requeridas de 3 a 6 safras para garantir a seleção
de plantas superiores com confiabilidade ≥ 80%.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Componentes de rendimento e produtividade de videiras cultivadas no sistema
agroecológico em dois vizinhos, PR
Josiane A. Mariani¹, Gilmar A. Nava², Dalva Paulus²

¹Mestranda do Programa de Pós Graduação em Agroecossistemas da UTFPR-DV, josiane_mariani@hotmail.com; ²Eng. Agr. Dr.,
professor da UTFPR-DV - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos. Estrada para Boa Esperança, km 04,
Cx Postal 157, 85660-000, Dois Vizinhos, PR.

Palavras Chave: Uva, variedades, agroecologia, produtividade.

Introdução outras variedades. As variedades que produziram


No Brasil o suco de uva tem sido nos últimos anos menos cachos apresentaram as maiores massas de
mais uma alternativa importante de renda para as cachos, sendo elas a Moscato Bailey, BRS Lorena e
famílias de pequenos agricultores, os quais detém a BRS Carmem. A variedade Niágara Branca produziu
maioria das mais de 1,1 mil vinícolas espalhadas um número intermediário de cachos, porém esses
pelo país (Ibravin, 2017). No estado do Paraná a com bom tamanho. As variedades que obtiveram as
viticultura começou na década de 40 e, atualmente, menores produções (kg.planta-1) e produtividades
é o 4° maior produtor de uvas do país. Na última (kg.ha-1) foram a Concord Clone 30, BRS Lorena,
safra, com uma produção de 80 mil t., foi um dos Isabel, Moscato Bailey e BRS Carmem. As
estados que apresentou queda na produção, devido variedades Isabel Precoce e Niágara Rosada
a fatores climáticos e redução de área colhida tiveram resposta intermediaria para todas as
(Mello, 2016). A produção de uvas no Brasil é variáveis quantificadas.
diferenciada de acordo a região de cultivo. No Sul
predomina o cultivo de uvas americanas e híbridas Tabela 1. Componentes de rendimento e
para produção de sucos e vinhos e, nas outras produtividade de oito variedades de videiras, safra
regiões, o cultivo de uvas americanas e europeias 2014/2015. UTFPR-DV, Dois Vizinhos, 2017.
de mesa, tanto para o mercado interno, como para Massa de Produç
Cachos. Prod.
exportação (Fachinello et al., 2011). O objetivo Variedade cachos (kg.
Planta-1 (t.ha-1)
(g) planta-1)
desse trabalho foi avaliar alguns componentes de BRS
rendimento e a produtividade de oito variedades de 4,0 c 103,3 a 0,22 c 0,63 c
Carmem
videiras em Dois Vizinhos, Sudoeste do Paraná. BRS Lorena 2,0 c 128,9 a 0,12 c 0,35 c
BRS Violeta 103,7 a 76,8 b 4,02 a 11,64 a
Material e Métodos Concord
O experimento foi conduzido no setor de Fruticultura 15,2 c 38,8 b 0,43 c 1,27 c
Clone 30
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Isabel 8,7 c 90,0 b 0,41 c 1,19 c
Campus de Dois Vizinhos, durante a safra Isabel
38,2 b 67,3 b 1,30 b 3,78 b
2014/2015. O delineamento experimental foi Precoce
Moscato
inteiramente ao acaso, com quatro repetições de Bailey
4,0 c 131,6 a 0,37 c 1,10 c
duas plantas úteis cada. Foram avaliadas oito Niágara
26,7 b 114,0 a 1,62 b 4,70 b
variedades (BRS Carmem, BRS Lorena, BRS Branca
Violeta, Concord Clone 30, Isabel, Isabel Precoce, Média 25,3 93,8 1,00 3,00
Moscato Bailey e Niágara Branca). O vinhedo foi CV (%) 47,9 26,8 66,4 66,4
implantado em agosto de 2012 com mudas oriundas Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem
de enxertia de mesa sobre o porta-enxerto ‘Paulsen estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).
1103’, espaçadas de 1,5 x 2,3 m. O sistema de
Conclusões
condução foi o de espadeira em cordão esporonado
(poda curta em duas gemas). As avaliações foram Nas condições edafoclimáticas de Dois Vizinhos,
feitas no momento da colheita das uvas, sendo: PR, para a safra agrícola 2014/2015 (1ª colheita),
número de cachos por planta, através da contagem pode-se afirmar que a variedade BRS Violeta foi a
dos cachos ainda imaturos; massa fresca dos mais produtiva.
cachos, mediante pesagem dos mesmos em
balança semi-analítica; estimativa de produtividade Referências bibliográficas
IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho. Panorama geral.
(kg.planta-1) através da multiplicação do número de Disponível em: <http://www.ibravin.org.br/Panorama-Geral>.
cachos por planta pela sua massa média e; Acesso em: 30 mar. 2017.
estimativa de produtividade (t.ha-1), sendo kg.planta- Mello, L. M. R. Desempenho da vitivinicultura brasileira em 2015.
1 x n° de plantas.ha-1 (2898). Aos dados se aplicou a Comunicado técnico, n.191, p.1-5, Bento Gonçalves, 2016.
Fachinello, J.C.; Pasa, M. da S.; Schmtiz, J.D.; Betemps, D.L.
Anova e o teste de agrupamento de médias de Scott Situação e perceptiva da fruticultura de clima temperado do
e Knott (p≤0,05). Brasil. Revista Brasileira de Fruticultura, v. especial, p.109-120,
2011.
Resultados e Discussão
A variedade que obteve o maior número de cachos
por planta, maior produção (kg.planta-1) e maior
produtividade (t.ha-1) foi a variedade BRS Violeta,
mesmo apresentando massa de cachos inferior a

55
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito de Thidiazuron, Proexadione cálcio e Ácido Giberélico na frutificação da
macieira ‘Daiane’
Vera Lucia Scapin1, José Luiz Petri2, Gabriela Zanchettin3, Gentil Carneiro Gabardo4, Ricardo Sachini2, Bianca
Schveitzer2

1UNIARP-Rua Victor Baptista Adami, 800 - Centro, Caçador - SC, 89500-000. veraluciacdr@hotmail.com (IC). 2Epagri Estação
Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador (PQ); 3UFSC – Universidade Federal de Santa
Catarina Campus Trindade, Florianópolis, SC (IC); 4UDESC. Avenida Luís de Camões, 2090, 88520-000, Lages-SC (PG).

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, frutificação efetiva, reguladores de crescimento.

Introdução Tabela 1 - Produção por planta, número de frutos e


Os reguladores de crescimento são tidos como massa fresca média dos frutos na macieira ‘Daiane’
ferramentas mediadoras de processos fisiológicos e com diferentes tratamentos. Caçador, SC, 2017.
metabólicos, que podem ser utilizados na fruticultura Produção por planta MFMF
para melhorar a frutificação efetiva em condições Tratamentos
(Kg) Frutos (g)
pouco favoráveis ao desenvolvimento natural.
Dentre eles, o Thidiazuron (TDZ) se destaca, visto 1. Controle 6,7 c 32,4 d 201,4 ns
que, estimula a divisão celular, e assim aumenta a 2. TDZ 1g/100L 18,0 c 103,6 c 175,3
frutificação efetiva, porem pode alterar as
3. TDZ 1g/100L1 +
características físico - químicas e também a forma 25,0 b 142,0 b 179,1
PCa 11g/100L
dos frutos em algumas espécies (PETRI et al.,
4. TDZ 1g/100L +
2001). A combinação de TDZ com Proexadione 16,2 c 81,8 c 198,7
AG 10g/L
cálcio (PCa) e Ácido Giberélico (AG) é pouco
estudada. A maioria das informações disponíveis 5. TDZ 2 g/100L 29,0 b 166,0 b 175,5
sobre o uso de TDZ, são referentes as macieiras 6. TDZ 2g.100 L-1
‘Gala’ e seus clones, pouco se sabe sobre seus 42,2 a 237,4 a 176,3
+ PCa 11g/100L1
efeitos na cultivar Daiane. O objetivo do trabalho foi 7. TDZ 2g/100L +
avaliar concentrações crescentes de TDZ, PCa e 19,9 c 106,4 c 187,2
AG 10g/L
AG sobre o efeito na frutificação efetiva e produção CV (%) 40,3 17,6 12,0
de macieiras da cv. Daiane, bem como, possíveis
MFMF: Massa fresca média dos frutos. Médias seguidas por
alterações nas características dos frutos. letras diferentes na coluna diferem entre si, pelo teste de Scott-
Knott, a 5% de probabilidade.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em pomar de macieira Tabela 2 - Frutificação efetiva e número de
‘Daiane’/M-7, com 15 anos de idade, na Epagri - sementes por fruto na macieira ‘Daiane” com
Estação Experimental de Caçador, SC, no ciclo diferentes tratamentos. Caçador, SC, 2017.
2016/2017. O delineamento experimental foi em Frutificação
blocos ao acaso, com 7 tratamentos e 5 repetições Tratamentos NSF
efetiva (%)
Os tratamentos foram: 1. Controle; 2. TDZ 1g/100L;
3.TDZ 1g/100L+ PCa 11g/100L; 4.TDZ 1g/100L + 1. Controle 1,3 b 3,0 a
AG 10g/L; 5. TDZ 2g/100L; 6. TDZ 2g/100L + PCa 2. TDZ 1g/100L 10,6 b 2,6 b
11g/100L; 7. TDZ 2g/100L + AG 10g/L, sendo 3. TDZ 1g/100L1 +
aplicados na plena floração. As variáveis analisadas 34,0 a 3,1 a
PCa 40g/100L
foram: frutificação efetiva, produção, massa média 4. TDZ 1g/100L +
dos frutos, número de sementes por fruto, relação 8,2 b 1,8 b
AG 10g/L
comprimento/diâmetro e teores minerais da polpa
dos frutos. Os dados foram submetidos à análise de 5. TDZ 2 g/100L 16,1 a 2,5 b
variância e à análise de médias pelo teste Scott- 6. TDZ 2g.100 L-1 +
26,7 a 3,5 a
Knott, a 5% de probabilidade de erro. PCa 11g/100L1
7. TDZ 2g/100L +
13,7 a 1,9 b
Resultados e Discussão AG 10g/L
A frutificação efetiva aumentou significativamente NSF: Número médio de sementes por fruto. Médias seguidas por
letras diferentes na coluna diferem entre si, pelo teste de Scott-
nos tratamentos TDZ 1g/100L + PCa 11g/100L, TDZ Knott, a 5% de probabilidade.
2g/100L, TDZ 2g/100L + PCa 11g/100L e TDZ
2g/100L + AG 10g/L, sendo que o tratamento Conclusões
testemunha apresentou a menor frutificação efetiva A combinação TDZ + PCa potencializou o efeito no
com 1,3%, a qual se refletiu na produção que aumento da produção na Cv. Daine
também foi a menor com 6,7 kg/planta, comparado
ao tratamento de TDZ 2g/100L + PCa 11g/100L com Referências bibliográficas
42,2 kg/planta (Tabela 1 e 2). O aumento da PETRI, J.L.; SCHUK, E.; LEITE, G.B. Efeito do Thidiazuron(TDZ)
na frutificação de fruteiras de clima temperado. Revista
concentração de TDZ proporcionou aumento da
Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n. 3, p.513-517,
frutificação efetiva e produção por planta. 2001.

56
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produção e qualidade de uvas ‘Chardonnay’ plantadas com diferentes tipos de
mudas
André L. K. de Souza¹, Edson L. de Souza², Nelson P. Feldsberg³, Samila S. Camargo4, Juliana C. Uncini5,
Vinicius Caliari¹
1
Epagri Estação Experimental de Videira (PQ). Rua João Zardo, 1660, Campo Experimental, 89560-000, Videira.
andresouza@epagri.sc.gov.br; 2Unoesc (PQ). Videira-SC; 3EMBRAPA (PQ). Canoinhas-SC; 4UDESC (PG). Lages-SC; 5UDESC (IC).
Lages-SC

Palavras Chave: Vitis vinifera, videira, propagação, espumante.

Introdução significativos, foram comparados pelo teste de


A implantação de um vinhedo é um dos principais Tukey, com 5% de probabilidade de erro.
responsáveis pelo sucesso da viticultura, então, o
Resultados e Discussão
uso de mudas de qualidade tem um papel
No que diz respeito ao vigor não houve diferenças
importante para reduzir falhas de plantio e
significativas no parâmetro massa de material de
proporcionar um crescimento do dossel de maneira
poda de inverno (Tabela 1). Já em número de
satisfatória. Além da questão sanitária, um padrão
ramos o tratamento EI apresentou menores valores
morfológico adequado também exerce função
em ambos os anos.
importante. Nesse sentido, atualmente existem
diversas formas de produção e comercialização de
Tabela 1. Dados vegetativos, produtivos e de
mudas, sejam elas por viveiristas ou pelos próprios
qualidade de uvas ‘Chardonnay’ implantadas com
viticultores e existe a necessidade de trabalhos
mudas produzidas de diferentes maneiras.
científicos que demostrem qual das opções
proporciona melhor resposta nos primeiros anos de n° massa n° Massa Produção SST ATT
TRAT
plantio. O trabalho foi realizado com o objetivo de ramos poda (g) cacho cacho (g) (g pl-1) (°Brix) (meq L-1)

identificar o melhor tipo de muda da videira 2013


ns
4.6 ab* 5.9 a 68.9 b 397.3 ab 18.8 a 103.1 a
Chardonnay enxertada no porta-enxerto Paulsen BE 261
BI 3.9 bc 331 5.9 a 85.8 a 509.3 a 18.9 a 94.2 bc
1103, conduzidas em espaldeira, levando-se em EI 3.5 bc 283 3.4 b 55.3 c 197.3 c 18.7 ab 88.3 c
conta o vigor, a produtividade e a qualidade dos EV 4.5 abc 326 6.4 a 71.0 b 482.1 ab 18.0 b 97.4 ab
frutos. FE 5.3 a 268 5.9 a 65.6 bc 394.4 b 18.2 ab 91.8 bc
RN 3.2 c 303 3.8 b 64.0 bc 239.2 c 18.3 ab 95.1 bc
Material e Métodos 2014
Utilizando-se o porta-enxerto Paulsen 1103, BE 7.7 a 529 ns
6.2 ab 54.6 d 326.8 b 19.1 c 105.0 a

diferentes tipos de mudas de Chardonnay foram BI 8.0 a 563 7.2 a 81.4 a 555.3 a 19.9 a 98.1 ab
EI 5.9 b 481 4.3 c 64.0 cd 275.4 b 19.8 ab 97.8 ab
plantadas no ano 2010. O plantio foi realizado na
EV 8.7 a 550 7.6 a 77.9 ab 594.2 a 19.7 abc 102.3 a
área da Estação Experimental da Epagri de Videira- FE 7.7 a 505 4.8 bc 67.6 bc 325.2 b 19.2 bc 89.8 c
SC em espaçamento de 1,2 x 3,0 m, sendo a RN 7.3 a 451 4.2 c 57.1 cd 264.7 b 19.5 abc 94.1 bc
condução em cordão duplo esporonado, no sistema * Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre
de espaldeira. As parcelas foram constituídas por si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro.
ns
cinco plantas, repetidas cinco vezes. Os não significativos a 5% de probabilidade de erro.
tratamentos foram: RN - muda de raiz nua
Os tratamentos EV e BI foram os que apresentaram
produzida em viveiro por enxertia com máquina; EV
maior produção por planta, número e massa de
- enxertia verde realizada no verão em porta-
cachos, variáveis que se destacam, já que a cultivar
enxertos enraizados levados ao campo; EI - estaca
Chardonnay é pouco produtiva e a produção das
enraizada em recipientes para posterior enxertia de
plantas é prioridade, juntamente com o teor de SST,
inverno no campo; FE - estaca enxertada logo após
onde o tratamento BI possibilitou os maiores teores.
a emissão das primeiras raízes em casa de
Em contrapartida, os tratamentos EI e RN foram os
vegetação; BI - enxertia no inverno após 9 meses
que foram menos produtivos, com menor
da implantação no campo; BE - gema enxertada em
quantidade e massa de cachos.
porta-enxerto previamente enraizado em viveiro e
levada ao campo logo após o inchamento das Conclusões
gemas da cultivar copa. Plantas dos tratamentos EV e BI são mais
As plantas foram avaliadas nas safras 2013 e 2014 produtivas por produzirem maior quantidade e
quanto a massa de cachos e de material de poda de massa de cachos. Além disso, plantas de BI
inverno, número de ramos e de cachos, produção apresentam elevado teor de açúcar.
por planta, teor de sólidos solúveis totais (SST) e
acidez total titulável (ATT). Os dados foram Agradecimentos
submetidos a análise de variância e, quando A Fapesc pelo apoio e a Vitácea Brasil pelo
fornecimento de parte das mudas.

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Tempo de armazenamento e temperatura de estratificação influencia na quantidade
de raízes de videira cv. Niágara Rosada enxertada sobre Paulsen 1103
Jonatan Basso1, Rafael Henrique Pertille1, Marcos Robson Sachet², Marieli Teresinha Guerrezi1, Alan Kenedy
Perufo¹, Bruna Hasse Cerny3, Idemir Citadin4

1UTFPR – Câmpus Pato Branco, (IC), Via do Conhecimento Km 1, 85.503-390, Pato Branco, PR. e-mail: jonatanbasso@gmail.com;
2UFRR – Câmpus Murupu, (PQ), Rodovia BR 174, Km 37 69300-000, Boa Vista - RR; 3UTFPR – Câmpus Pato Branco, (PG), Via do
Conhecimento Km 1, 85503-390, Pato Branco, PR. 4UTFPR – Câmpus Pato Branco, (PQ), Via do Conhecimento Km 1, 85503-390,
Pato Branco, PR.

Palavras Chave: Vitis labrusca L., enxertia de fenda, raízes.

Introdução maior média de número de raízes. Essa diferença


O uso de mudas de qualidade está diretamente está relacionada principalmente a dormência do
relacionado ao sucesso na produção vitícola. A material. Quando submetida a 5°C por 2 meses, foi
técnica de enxertia de mesa vem sendo empregado possível satisfazer a necessidade de frio, sem
na produção internacional de mudas de videira ocorrer perda de vigor, como ocorreu com três
(Regina et al., 2012). Na condição de produção meses de armazenamento. Os enxertos submetidos
brasileira, alguns ajustes ainda necessitam ser a temperatura de 19°C na estratificação
realizados para aumentar o sucesso da técnica. apresentaram maior número de raízes,
Vários fatores afetam o desempenho da enxertia, provavelmente devido ao menor gasto de reservas
entre eles, pode-se destacar o tempo de para a formação de calo (Maroli, 2012).
armazenamento das estacas em câmara fria (antes
da enxertia) e o tempo de estratificação (após Tabela 1. Número de raízes de enxertos de videira
enxertia). Assim, este trabalho teve como objetivo cv. Niágara Rosada submetidos a duas
testar esses fatores na qualidade do sistema temperaturas de estratificação. Pato Branco, 2017.
radicular de mudas de Niágara Rosada enxertada Tratamentos Número de raízes
em Paulsen 1103. Temperatura de estratificação
19°C 26.66 a
Material e Métodos 24°C 19.62 b
O experimento foi conduzido com a cultivar Niágara Tempo de armazenamento (meses)
Rosada como copa tendo Paulsen 1103 como porta-
0 15,45 c
enxerto. O material foi coletado no matrizeiro da
1 25,22 ab
EPAGRI (Paulsen 1103) e da UTFPR (Niágara). O
2 30,77 a
material foi armazenado em temperatura controlada
3 21,12 bc
por zero, um, dois e três meses a 5°C. No fim de
cada período de armazenamento os ramos foram CV (%) 23.25
desinfestados com hipoclorito de sódio (1%) e álcool Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem
significativamente pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de
70%. Os porta-enxertos foram cortados em estacas erro.
com tamanho de 25 a 30 cm e todas as gemas
foram retiradas. A enxertia utilizada foi do tipo de Conclusões
garfagem de topo, com uma seção de gema única O tempo ideal de armazenamento para a maior
de 7 cm, foi utilizado fita parafinada biodegradável quantidade de raízes é de dois meses e a
para proteção. Logo após os enxertos foram temperatura ideal para estratificação é de 19°C.
acondicionados em recipientes com água e
mantidos em BOD sob temperaturas controladas de Agradecimentos
19°C e 24°C, para soldagem dos enxertos. Após 21 À EPAGRI e UTFPR pela cessão do material e ao
dias de estratificação os enxertos tiveram suas extensionista do Instituto EMATER Lari Maroli.
bases mergulhadas em AIB (2000 mg L-1), foram
plantados em substrato comercial e mantidos com Referências bibliográficas
irrigação adequada em casa de vegetação. Após Maroli, L. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Programa de
Pós-Graduação em Agronomia – Universidade Tecnológica
150 dias foi avaliado o número de raízes. O Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco. 2012.
delineamento utilizado foi blocos ao acaso 2x4 Regina, M. A.; Souza, C.R.; Dias, F. A. N. Revista Brasileira de
(Temperatura - tempo de armazenamento) com Fruticultura. 2012, v.34, n.3.
quatro repetições, sendo a parcela constituída de 20
enxertos. Os dados foram submetidos a ANOVA e
comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
Não houve interação entre o tempo de
armazenamento e a temperatura de estratificação.
O tempo de armazenamento influenciou na
quantidade de raízes, sendo que os enxertos
armazenados por um e dois meses apresentaram o

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XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Exigência térmica e evolução da maturação das cultivares Niágara Branca, Niágara
Rosada, Dona Zilá e Tardia de Caxias sob cobertura plástica, em Curitibanos-SC

Eduardo I. Novak1*, Renan Giacometti1, Wilson T. Assumpção2, Jean A. Zanghelini4, Beatriz R. Gomes4, Kelen
Wartha3, Claudemar H. Herpich1, Lirio L. dal Vesco5, Leocir J. Welter5
1Estudante de graduação em Agronomia, Campus de Curitibanos/UFSC, Bolsista PIBIC/CNPq. E-mail:
eduardoinovak@hotmail.com.br; 2Estudante de graduação em Ciências Rurais, Campus de Curitibanos/UFSC; 3Estudante de
graduação em Agronomia, Campus de Curitibanos/UFSC; 4Estudante de mestrado, UDESC/CAV; 5Professor do Campus de
Curitibanos/UFSC. E-mail: leocir.welter@ufsc.br.

Palavras Chave: Viticultura, fenologia, exigência térmica, evolução da maturação.

Introdução
As uvas americanas (Vitis labrusca L.) ou híbridas
são responsáveis por mais de 50 % do volume total
de uvas comercializadas pra consumo in natura no
mercado brasileiro, com destaque para as cultivares
‘Niágara Branca’ (NB) e ‘Niágara Rosada’ (NR)
(BARNI et al., 2007). As cvs. ‘Dona Zilá’ (DZ) e a
‘Tardia de Caxias’ (TC) também se destacam por
possuírem características similares a NR, com a FIGURA 1. Soma Térmica Acumulada (GD), da poda à
vantagem de terem ciclo mais longo (GIOVANNINI, colheita, das cvs. NR, NB, TC e DZ em Curitibanos, Santa
2014). O presente trabalho teve como objetivo Catarina. Estádios Fenológicos: poda (PO), ponta verde
avaliar o potencial das cvs. NB, NR, DZ e TC em (PV), inflorescência visível (IV), plena floração (FL), inicio
Curitibanos, SC. da maturação (IM) e colheita (CO).

Material e Métodos Na colheita, observaram-se os valores nas cvs. NB,


O experimento foi realizado na safra 2014/15, em NR, TC e DZ de 16 ºBrix, 14,60 ºBrix, 13,50 ºBrix e
vinhedo implantado em 2007, conduzido em sistema 13,58 ºBrix e acidez de 0,50 g/L, 0,59 g/L, 0,62 g/L e
Y, com cobertura plástica, localizado no município 0,50 g/L de ácido tartárico respectivamente.
de Curitibanos, SC (27º16´16´´ S e 50º3´57´´ W;
altitude de 950 m). A poda ocorreu no dia
22/08/2014 para NB e NR, e 25/09/2014 para TC e
DZ. Para determinar o comportamento fenológico foi
utilizada a escala fenológica descrita por Eichorn e
Lorenz (1984). Para acompanhar a evolução da
maturação foram realizadas coletas semanais de
frutos do início da maturação à colheita. De cada
cultivar coletaram-se 90 bagas, divididas em três
amostras de 30 bagas. O mosto das 30 bagas foi
utilizado para determinar os sólidos solúveis totais
(SST) e a acidez total titulável (ATT), conforme
descrito por Borghezan et al., (2011). Na
caracterização da exigência térmica, utilizou-se o
somatório de graus-dia da poda à colheita, bem Figura 2. Evolução da maturação das cvs. Niágara
como para cada subperíodo fenológico através da Branca e Rosada, Tardia de Caxias e Dona Zilá.
equação calculada pelo método de (GILMORE Conclusões
JUNIOR e ROGERS, 1958). Utilizou-se como
Os resultados obtidos indicam que a região de
temperatura base 10ºC.
Curitibanos/SC, no Planalto Catarinense, apresenta
elevado potencial para a produção de uvas de
Resultados e Discussão mesas rústicas de alta qualidade.
O estádio ponta verde foi verificado nas datas
12/09/2014 para as cvs. NB e NR e 03/10 e Agradecimentos
07/10/1014 para TC e DZ, enquanto que a colheita À FAPESC e CNPq pelo fomento à pesquisa e
ocorreu em 17/02/2015 para NB e NR, e em 19/03/ financiamento de bolsas de estudo.
2015 para TC e DZ. A duração do ciclo e a soma
térmica, da poda á colheita, das cvs. NB e NR, foi de Referências bibliográficas
180 dias e 1837.20 GD, e TC e DZ 213 dias e Borghezan, M.; Gavioli, O.; Pit, F.A.; Silva, A.L.. Pesq. agropec.,
2028.5 GD e 216 dias e 2050,15 GD, v.46, n.4, p.398-405, 2011.
Eichhorn, K.W.; Lorenz, D.H., v.14, n.2, p.295-298, 1984.
respectivamente. Gilmore, E.C. Jr.; Rogers, J.S. Agron. J., v.50, n.10, p.611. 1958
Barni, E.J.; Vieira, L.M.; Souza, A.T.; Borchardt, I.; Schuck, E.;
Bruna, A.D.; Santos, O.V. E Spies, A., Epagri/Cepa. p. 47, 2007.
Giovannini, E. Manual de Viticultura, Bookman, p. 194, 2014.

59
XIV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produção e maturação da videira ‘Cabernet Sauvignon’ produzida sobre diferentes
porta-enxertos e sistemas de sustentação, em Painel-SC, safra 2017
Luiz Gabriel Dalmolin1, Ricardo Allebrandt2, Douglas André Würz2 , Betina Pereira de Bem2, Marcus Vinícius
Pareira Outemane1, Juliana Reinehr2, Adrielen Canossa2, Leo Rufato3

1
UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (IC), 2UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (PG), 3UDESC –
Universidade do Estado de Santa Catarina (PQ) Avenida Luiz de Camões, 2090 – Conta Dinheiro – Lages – SC.
lgdalmolin@gmail.com

Palavras Chave:Vitis vinifera L., produtividade.

Introdução
O uso de porta-enxertos na viticultura é essencial
para garantir o desenvolvimento das variedades
copa frente às externalidades, mas pode influenciar
nas características produtivas e enológicas das
mesmas. Os sistemas de sustentação determinam a
disposição espacial das folhas e cachos, o que
moldará a planta e influenciará em seu vigor, área
foliar, produção e qualidade de fruto (Reynolds;
Heuvel, 2009). O setor vitícola da região de elevada
altitude de Santa Catarina carece de informações
técnico-científicas sobre combinações de porta-
enxertos e sistemas de sustentação que melhor se
adaptem à região. Este trabalho teve por objetivo Figura 1. Cachos por planta (CV=20,6%) e
avaliar a influência de três porta-enxertos em dois produção por planta (CV=25,3%) de videiras
sistemas de sustentação sobre o desempenho ‘Cabernet Sauvignon’ sobre diferentes porta-
produtivo e a maturação tecnológica da variedade enxertos e sistemas de sustentação, Painel, 2017.
‘Cabernet Sauvignon’, na safra 2017. (* = significativo ao nível de 5% de probabilidade.
ns = não significativo)
Material e Métodos
O estudo foi realizado em um vinhedo comercial Tabela 1. Sólidos solúveis (SS; °Brix), acidez
localizado no município de Painel-SC (28°01’S, titulável (AT; meq L-1) e pH de uvas ‘Cabernet
50°08’W e 1.200 m), durante o ciclo 2016/2017. O Sauvignon’ produzidas em diferentes sistemas de
vinhedo foi implantado em 2004, no espaçamento sustentação, Painel, 2017.
3,0 x 1,5 m, sendo as plantas podadas em cordão
Sistema de Sustentação SS AT pH
esporonado. Os tratamentos consistiram de três
porta-enxertos: 1103 P, 3309 C e 101-14 Mgt; e dois Ípsilon 19,7 117,3 3,07
sistemas de sustentação: Ípsilon (Y) e espaldeira. Espaldeira 20,6* 107,0* 3,15*
As variáveis produtivas foram: número de cachos
CV (%) 3,2 4,0 1,3
por planta e carga de produção por planta (kg). As
variáveis maturação tecnológica foram: sólidos * = significativo ao nível de 5% de probabilidade.
solúveis (°Brix), pH e acidez titulável (meq L-1). Conclusões
Resultados e Discussões O porta-enxerto não influenciou o número de cachos
Tanto o número de cachos por planta quanto a e a carga de produção por planta da variedade
produção em kg por planta não foram influenciadas Cabernet Sauvignon.
pelo porta-enxerto (Figura 1). Todavia, com relação O sistema de sustentação Y aumentou a produção,
ao sistema de sustentação, o sistema Y aumentou mas resultou em uvas com índices de maturação
em 45 e 65% o número de cachos e a produção por inferiores em relação ao sistema espaldeira.
planta, respectivamente, em relação ao sistema Agradecimentos
espaldeira. Apesar da maior produção observada À empresa Hiragami, e às instituições CAPES,
nas plantas conduzidas no sistema Y, as videiras do FAPESC e CNPq.
sistema espaldeira produziram uvas mais maduras,
que atingiram valores maiores de sólidos solúveis e Referências bibliográficas
pH, bem como valores menores de acidez titulável Reynolds, A. G.; Vanden Heuvel, J. E. Influence of grapevine
em relação às uvas produzidas em plantas do training systems on vine growth and fruit composition: A Review.
American Journal of Enology and Viticulture, 2009, v. 60, n. 3, p.
sistema Y (Tabela 1). Não foram observadas 251-268.
interações entre porta-enxertos e sistemas de
sustentação em nenhuma das variáveis avaliadas.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da cobertura plástica nas características físico-químicas e produtivas da uva
‘Bordô’ cultivada em Caçador, Santa Catarina
Cristiane de Lima Wesp1*, Silvana Dallazem1
1Epagri Estação Experimental de Videira (PQ). Rua João Zardo, 1660, Campo Experimental 89560-000, Videira.
cristianewesp@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis labrusca L., uva para processamento, plasticultura, teor de sólidos solúveis totais.

Introdução se a produção por planta (kg) e as características


As uvas americanas (Vitis labrusca L.) são físico-químicas a partir da amostragem de 10
comumente destinadas à elaboração de vinhos de cachos por planta. Os dados obtidos foram
mesa, sucos e derivados. Dentre essas, ‘Bordô’ submetidos à análise de variância e à análise de
destaca-se pela rusticidade, adaptação à climas médias, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
mais frios e precocidade da produção. Além disso, probabilidade.
em função de sua tonalidade violácea intensa e Resultados e Discussão
aroma característico, tem sido muito utilizada em Os resultados obtidos indicam que as plantas
cortes para agregar cor e aroma aos sucos e vinhos cultivadas a pleno sol, sem a utilização da cobertura
à base de ‘Isabel’ e ‘Concord’. Contudo, o período plástica, possibilitaram maior produção por planta
de maturação da uva 'Bordô' coincide com o período (kg/planta) e massa de cachos (g). Contudo, as
chuvoso na Região Sul, especialmente na região do plantas cultivadas sob a cobertura, possibilitaram
Vale do Rio do Peixe, em Santa Catarina. Em valores superiores em relação ao comprimento de
função disso, muitas vezes 'Bordô' apresenta cachos (g), peso de 10 bagas (g), teor de sólidos
graduação glucométrica inferior à desejada para a solúveis totais (SST) e relação SST/Acidez,
elaboração de bons vinhos e sucos (Chiarotti et al., indicando efeito benéfico da cobertura para a
2011). Outro entrave encontrado nas regiões mais obtenção de níveis de maturação adequados para a
frias do Alto Vale do Rio do Peixe, tem sido a elaboração de produtos processados, como o suco
ocorrência frequente de eventos de granizo, que de uva.
inviabilizam a produção e a obtenção de uva com
coloração adequada para utilização nos cortes, Tabela 1. Efeito da cobertura plástica na produção e as
durante o processamento do suco e do vinho características físicas da uva ‘Bordô’. Caçador, safra
catarinense. Apesar disso, a demanda por novos 2016/2017
plantios de 'Bordô' é crescente em Santa Catarina. Trat. Produção Massa Comp. Peso
Neste sentido, a utilização da cobertura plástica (kg/planta) dos dos de 10
surge como alternativa viável e promissora para cachos cachos bagas
proteção das adversidades climáticas e melhoria da (g) (cm) (g)
qualidade da uva produzida (Chavarria et al., 2011), A1 20,76 a 131,5 a 11,4 b 27,58 b
possibilitando ganhos em relação ao teor de sólidos A2 16,70 b 123,5 b 12,8 a 30,21 a
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si, pelo teste
solúveis totais no momento da colheita. Este de Tukey, a 5% de probabilidade.
trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência da
cobertura plástica nas características físico- Tabela 2. Efeito da cobertura plástica nas características
químicas e produtivas da uva ‘Bordô’, cultivada em químicas da uva ‘Bordô’. Caçador, safra 2016/2017
Caçador, Santa Catarina. Trat. SST AT (Ác. Relação pH
(ºBrix) tartárico) SST/AT
Material e Métodos A1 12,92 b 0,62 a 20,79 b 3,34 a
O experimento foi conduzido em um vinhedo A2 14,72 a 0,58 b 25,20 a 3,39 a
localizado na Linha Bugre, no município de Caçador Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si, pelo teste
de Tukey, a 5% de probabilidade.
– SC (latitude 26º 46' 51" S, longitude 51°00’ 54" O,
1027 m). As avaliações foram realizadas durante o Conclusões
ciclo 2016/2017, em videiras ‘Bordô’, conduzidas no A utilização da cobertura plástica para uva ‘Bordô’,
sistema de latada, em pé franco. O espaçamento conduzida em latada, não proporciona incremento
utilizado foi de 3,0 m x 1,5 m. O vinhedo, implantado na produção por planta. Contudo, possibilita uma
há 15 anos, foi dividido em duas áreas, as quais melhoria nos índices de maturação no momento da
consistiram os tratamentos: A1 – Bordô cultivada colheita, favorecendo a utilização da uva para
sem cobertura plástica e A2 – Bordô cultivada com processamento.
cobertura plástica. Ambas as áreas encontram-se
sob efeito dos tratamentos descritos desde 2012. Agradecimentos
Para o cultivo com uso de cobertura plástica, Ao produtor Renato Parizotto e ao SC Rural.
utilizaram-se lonas plásticas transparentes,
impermeabilizadas com polietileno de baixa Referências bibliográficas
Chavarria, G. et al. Cobertura plástica sobre o vinhedo e suas influências
densidade, com espessura de 160 µm e 2,65 m de nas características físico-químicas do mosto e do vinho. Rev. Bras. Frutic.,
largura. Para a obtenção dos dados, foram 2011, 33, 809-815.
consideradas as linhas centrais dos tratamentos, Chiarotti, F. et al. Melhoria da qualidade de uva 'Bordô' para produção de
vinho e suco de uva. Rev. Bras. Frutic., 2011, 33, 618-624.
onde 10 plantas foram avaliadas aleatoriamente, em
delineamento inteiramente casualizado. Quantificou-

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XIV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desempenho produtivo e composição das bagas da videira ‘Merlot’ produzida sobre
diferentes porta-enxertos em Painel-SC, safra 2017

Ricardo Allebrandt1, Douglas André Würz1, Betina Pereira de Bem1, Luiz Gabriel Dalmolin2, Fernanda Espíndola
Assumpção Bastos1, Bruno Farias Bonin1, Juliana Reinehr2, Adrielen Canossa2, Leo Rufato3
1
UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (PG), 2UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (IC), 3UDESC –
Universidade do Estado de Santa Catarina (PQ). Avenida Luiz de Camões, 2090 – Conta Dinheiro – Lages – SC.
ricardoufsc@gmail.com

Palavras Chave: Vitis vinifera L., Paulsen 1103, 3309 Couderc, 101-14 Mgt.

Introdução
As regiões de elevadas altitudes de Santa Catarina
destacam-se no setor vitivinícola, pela qualidade
dos vinhos finos produzidos nos locais acima de 900
m. Apesar de ter menos de 20 anos de história, a
“vitivinicultura de altitude” já possui uma quantidade
considerável de informações técnico-científicas
sobre o potencial de variedades viníferas nessas
regiões. Todavia, o setor carece de informações
sobre o comportamento produtivo dessas
variedades sobre diferentes porta-enxertos, uma
vez que a grande maioria dos vinhedos comerciais
utiliza o Paulsen 1103 como único genótipo de Figura 1. Cachos por planta (CV=20,3%) e
porta-enxerto (Vianna et al., 2016). Este trabalho produção em kg por planta (CV=24,2%) de videiras
teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes ‘Merlot’ sobre diferentes porta-enxertos, Painel-SC,
porta-enxertos sobre a produção e composição das 2017. Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste
de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro.
uvas da variedade Merlot, produzida em Painel/SC
na safra 2017. Tabela 1. Sólidos solúveis (SS; °Brix), acidez
Material e Métodos titulável (AT; meq L-1) e pH de uvas ‘Merlot’
O estudo foi realizado em um vinhedo comercial produzidas sobre diferentes porta-enxertos,
localizado no município de Painel-SC (28°01’S, Painel/SC, safra 2017.
50°08’W e 1.200 m), durante o ciclo 2016/2017. O Porta-enxertos SS AT pH
vinhedo foi implantado em 2004, no espaçamento 1103 18,7ab 98,8a 3,05b
3,0 x 1,5 m, sendo as plantas podadas em cordão
3309 18,4b 89,1a 3,17a
esporonado e conduzidas no sistema de
sustentação em Y. As plantas da variedade Merlot 101-14 18,8a 88,4a 3,17a
foram avaliadas de acordo com o porta-enxerto em CV(%) 0,9 6,9 0,9
que foram enxertadas, são eles: Paulsen 1103, Médias seguidas de mesma letra não diferem pelo teste de
3309 Couderc e 101-14 Mgt. As variáveis produtivas Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro.
foram: número de cachos por planta e carga de
produção por planta (kg). As variáveis de Conclusões
composição das uvas foram: sólidos solúveis (°Brix), O porta-enxerto 101-14 Mgt conferiu aumento na
pH e acidez titulável (meq L-1). produção da uva Merlot, sem comprometer a
composição das uvas destinadas à vinificação.
Resultados e Discussões
O porta-enxerto 101-14 Mgt conferiu a maior Agradecimentos
produção por planta na variedade Merlot (Figura 1). À empresa Hiragami, e às instituições CAPES,
Essa produção foi 79% e 46% maior em relação às FAPESC e CNPq.
observadas nos porta-enxertos Paulsen 1103 e Referências bibliográficas
3309 Couderc, respectivamente, e esteve Vianna, L.F., Massignan, A.M., Pandolfo, C., Dortzbach, D.,
relacionada com o maior número de cachos por Videira, V.F.Caracterização agronômica e edafoclimáticas dos
planta. O aumento de produção observado nas vinhedos de elevada altitude. Rev. de Ciênc. Agrovet., 2016,
plantas enxertadas em 101-14 Mgt não v.15, n.3, p.215-226.
comprometeu a composição das bagas destinadas
à vinificação, pois o teor de sólidos solúveis foi
semelhante ao das bagas produzidas em plantas
enxertadas em P1103 e superior a 3309C (Tabela
1). Não foram observadas variações na acidez
titulável, enquanto que o pH do mosto foi maior em
3309 e 101-14, comparado ao observado em 1103.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Correlação entre filocrono, variáveis de qualidade e produtividade dos frutos de
morangueiro submetidos ou não à vernalização
Marcos Vinícius Marques Pinheiro1, Maria Inês Diel2, Denise Schmidt1, Jullie dos Santos3, Daniele Cristina
Fontana3, Matheus Millani Pretto4, Tiago Olivoto2
1Universidade Federal de Santa Maria - Campus Frederico Westphalen (PQ). Linha 7 de setembro, BR 468, Km 40, 98400-00,

Frederico Westphalen-RS. macvini@gmail.com; 2Universidade Federal de Santa Maria (PG), Av. Roraima, 1000, Prédio 42, Campus
UFSM, Camobi, 97105-900, Santa Maria-RS; 3Universidade Federal de Santa Maria - Campus Frederico Westphalen (PG). Linha 7 de
setembro, BR 468, Km 40, 98400-00, Frederico Westphalen-RS; 4Universidade Federal de Santa Maria - Campus Frederico
Westphalen (IC). Linha 7 de setembro, BR 468, Km 40, 98400-00, Frederico Westphalen-RS

Palavras Chave: Fragaria x ananassa Dusch., Camarosa, Albion, emissão de folhas, frutos.

Introdução novas folhas nas plantas menor a síntese de


A produtividade das culturas é um caráter complexo fotoassimilados e, consequentemente, maior acidez
e resultante da expressão de diferentes nos frutos. Além disso observou-se correlação forte
componentes, como: a pureza genética, sanidade, e negativa de FIL com NFC e MFC, demonstrando
qualidade e vigor das sementes (Lopes; Franke, que a menor velocidade de emissão de novas folhas
2011), das cultivares e origem das mudas (Diel et diminui a produção de frutos e a massa de fruto,
al., 2017), e do ambiente de cultivo (Mendonça et justamente pela diminuição no número de folhas
al., 2011). Para avaliar o desempenho de cultivares emitidas e, consequentemente, pela redução na
e velocidade de emissão de folhas utiliza-se o produção de fotoassimilados pela planta. Foi
filocrono, que é definido como o intervalo de tempo possível observar outra correlação fortíssima e
entre o aparecimento de folhas sucessivas na coroa negativa entre as variáveis AT e NFC e AT e MFC,
principal (Mendonça et al., 2012). Uma das medidas demostrando que quando há diminuição da
mais utilizadas para estimar a direção e o grau de produção e na massa de frutos comerciais ocorre
associação linear entre duas características aumento da acidez titulável nestes frutos (Tabela 1).
aleatórias é a correlação de Pearson (Olivoto et al., Tabela 1. Análise de correlação de Person das
2016). A correlação permite avaliar a magnitude e o cultivares de morangueiro Camarosa e Albion,
sentido da associação entre dois caracteres. Dessa submetidas ou não à vernalização.
forma, qualquer mecanismo que auxilie o FIL AT SST SST/AT NFC MFC
pesquisador a conhecer os efeitos que interajam no FIL 1 0.72* 0.21 -0.40 -0.60* -0.58*
desempenho de um dos caráteres, permite maior AT 1 0.44 -0.47 -0.60* -0.55*
eficiência na seleção. Com isso, o objetivo do SST 1 0.58* -0.30 -0.25
trabalho foi avaliar a correlação entre as variáveis de SST/AT 1 0.25 0.25
filocrono, com a qualidade e a produção de frutos de NFC 1 0.98*
duas cultivares de morangueiro submetidas ou não MFC 1
a vernalização. *Significativo a 5% de probabilidade

Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Universidade Conclusões
Federal de Santa Maria, Campus de Frederico As variáveis de produção MFC e NFC, e de
Westphalen, no período de maio a dezembro de qualidade AT estão associadas ao filocrono das
2015. O delineamento experimental foi blocos plantas de morangueiro. Além disso há também
casualizados, em esquema fatorial 2x2, sendo duas relação entre a as variáveis de produção MFC e
cultivares (Albion e Camarosa) e dois tratamentos NFC com AT.
(vernalizadas e não vernalizadas) com quatro
repetições. As mudas vernalizadas receberam Agradecimentos
vernalização artificial antes do plantio (câmara fria À Capes pelo financiamento de bolsas de estudo do
por 200 horas, a 4 ºC). As variáveis analisadas segundo autor.
foram filocrono (FIL), sólidos solúveis totais (SST),
acidez titulável (AT), relação SST/AT, número e Referências bibliográficas
DIEL, M.I.; PINHEIRO, M.V.M.; COCCO, C.; FONTANA, D.C.; CARON,
massa de frutos comerciais (NFC) e (MFC). Os B.O.; DE PAULA, G.M.; PRETTO, M.M.; THIESEN, L.A.; SCHMIDT, D.
resultados foram submetidos à ANOVA e suas Phyllochron and phenology of strawberry cultivars from different origins
cultivated in organic substracts. Sci. Hort., v.220, p.226-232, 2017.
médias submetidas a correlação de Person. Utilizou- LOPES, R.R.; FRANKE, L.B. Correlação e análise do coeficiente de trilha
se o programa SAS. dos componentes do rendimento de sementes de grama-forquilha. Ver.
Bras. de Zoot., V. 40, p. 972-977, 2011.
MENDONÇA, H.F.C., CALVETE, E.O., NIENOW, A.A., COSTA, R.C.,
Resultados e Discussão ZERBIELLI, L., BONAFÉ, M. Phyllochron estimation in intercropped
Com os resultados, foi possível observar que houve strawberry and monocrop systems in a protected environment. Rev. Bras.
de Frut., v. 34, p.15-23, 2012.
correlação significativa para as variáveis: AT e FIL, OLIVOTO, T.; NARDINO, M.; CARVALHO, I. R.; FOLLMANN, D. N.;
SST/AT e SST, NFC e FIL, NFC e AT, FIL e MFC, SZARESKI, V. J.; FERRARI, M.; PELEGRIN, A. J. DE; DE SOUZA, V. Q.
MFC e AT, MFC e NFC. (Tabela 1). Houve Pearson correlation coefficients and accuracy of path analysis used in maize
breeding: a critical review. International Journal of Current Research, v.
correlação fortíssima e positiva entre FIL e acidez 8, p. 37787-37795, 2016.
titulável, demonstrando relação entre estas duas RUAN, J.; YOON, C.; YEOUNG, Y.; LARSON, K. D.; PONCE, L. Efficacy of
highland production of strawberry transplants. Afri. Jour. of Biotec., v. 8, p.
variáveis, ou seja, quanto mais lenta a emissão de
1497-1501, 2009.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Manejo de solo para o cultivo de morangueiro em área de replantio
Artur Kauling1, Katiana.V.T.Santos2, Robson Martins2, Daniel S. Zanin2, Lediane Bisol2, Aike A. Kretzschmar2,
Leo Rufato2
1Acadêmico de graduação do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV – UDESC), Av.
Luis de Camões, 2090, Cx P. 88520-000, Conta Dinheiro, Lages, SC. Email: tunaokauling@hotmail.com. 2CAV-UDESC

Palavras Chave: Fragaria x ananassa Duch., plantio sucessivo, tratamento de solo.

Introdução consequência da data de plantio tardia. Dessa


Quando se cultiva morangos no solo, atenção deve forma, as plantas tiveram pouco tempo para indução
ser dada à necessidade de se fazer rotação de e diferenciação floral, resultando em um período de
áreas, devido ao acúmulo de doenças de um ciclo colheita curto e com baixa produção. Observou-se
para o outro. Algumas medidas culturais em pré- que os tratamentos de solo que possibilitaram
plantio podem reduzir o inóculo de patógenos, aumento na produção comercial não foram os
viabilizando o cultivo de morangueiro em uma mesmos para todos os genótipos avaliados. Assim,
mesma área por dois ou mais anos (YILDIZ et al., tratamentos de solo em área de replantio de
2010), ou mesmo melhorar as condições físico- morangueiro aparentemente possuem efeitos
químicas do solo, levando a um aumento de distintos de acordo com o genótipo.
produtividade (CAMPRUBÍ et al., 2007). Neste
sentido, este trabalho teve por objetivo avaliar o Tabela 1. Produção comercial (g planta-1) de três
desempenho de duas cultivares e uma seleção pré- genótipos de morangueiro, submetidos a diferentes
comercial de morangueiro, submetidas a diferentes manejos de solo, em área de replantio. Lages, SC,
tratamentos de solo em área de replantio, no CAV/UDESC, 2016.
município de Lages, SC. CREA.FRF San
Pircinque Andreas
CE 56
Material e Métodos Solarização 74,7 abA 68,4 aA 70,2 bA
O estudo foi conduzido no Centro de Ciências Nabo forrageiro 94,7 aAB 71,4 aB 116,7aA
Agroveterinárias da Universidade do Estado de Aveia preta 44,3 bB 37,5 bB 95,4 abA
Santa Catarina (CAV-UDESC), localizada no Testemunha 75,8 aAB 49,8 abB 91,7 abA
município de Lages, SC. O delineamento
CV (%) 18,4
experimental utilizado foi o inteiramente
* Médias seguidas de mesmas letras maiúsculas nas linhas, e
casualizado, em esquema fatorial 4 x 3, com três minúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey
repetições e dez plantas por parcela. Um dos a 5% de probabilidade de erro.
fatores foi constituído por quatro diferentes manejos
do solo, em pré-plantio de morangueiro, a saber: T1 Conclusões
- solarização; T2 - cobertura do solo em pré-plantio Tratamentos de solo para possibilitar o cultivo de
com nabo forrageiro (Raphanus sativus L.); T3 - morangueiro em área de replantio exercem efeitos
cobertura do solo em pré-plantio com aveia preta diferentes de acordo com a cultivar e/ou genótipo
(Avena strigosa Schreb.), e T4 – testemunha (solo utilizado, devendo, portanto, ser estudados
sem nenhum manejo pré-plantio). O outro fator foi separadamente para cada cultivar.
constituído por três genótipos, sendo duas cultivares
comerciais – San Andreas e Pircinque – e uma Agradecimentos
seleção pré-comercial – CREA.FRF CE 56. O Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudos ao
plantio foi realizado em 28 de agosto de 2015. As primeiro autor do trabalho.
colheitas, por sua vez, foram realizadas no período Referências bibliográficas
de novembro de 2015 a fevereiro de 2016, com um Camprubí, A; Estaún, V.; El Bakali, M. A.; Garcia-Figueres, F;
intervalo médio de cinco dias entre colheitas. Foi Calvet, C. Agron. Sustain, 2007, 27, 179–184.
estimada a produção comercial de frutos (g planta- Yildiz, A.; Benlioğlu, S.; Boz, O.; Benlioğlu, K. Phytoparasitica,
1). Os dados foram submetidos à análise de 2010, 38.5, 463-473.
variância, e as médias comparadas entre si pelo
teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
Houve interação significativa entre os fatores
tratamentos de solo e genótipos de morango para a
variável produção total por planta (Tabela 1). O
melhor resultado para produção comercial foi obtido
com a cultivar San Andreas nas parcelas
submetidas à cobertura de pré-plantio com nabo
forrageiro (116,7 g planta-1). As baixas
produtividades observadas neste experimento foram

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produção de morangueiro influenciada pelo diâmetro de coroa das mudas
Lediane Bisol¹, Aline Melo dos Santos2, Tainah Martini Brun2, Raphael Nunes2, Antonio F. Fagherazzi3, Aike A.
Kretzschmar4, Leo Rufato4
1 Acadêmica de graduação (IC), Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV – UDESC),

Av. Luis de Camões, 2090, Cx P. 88520-000, Conta Dinheiro, Lages, SC. ledi_vda@hotmail.com; 2 Acadêmico de graduação (IC),
CAV-UDESC; 3 Acadêmico de Pós-graduação (PG), CAV-UDESC; 4 Professor Universitário/Pesquisador de fruticultura CAV-UDESC
(PQ).

Palavras Chave: Fragaria x ananassa duchesne, Pircinque, tamanho de rizoma.

Introdução cerca 35% de incremento na produção. Segundo


No Brasil, a cultura do morangueiro (Fragaria x REEKIE et al (2003), a qualidade de muda é
ananassa Duch.) se encontra difundida em regiões fundamental para o sucesso no cultivo do morango.
de clima temperado e subtropical, onde se produz Plantas pequenas ou em condições inadequadas,
frutos destinados ao consumo in natura e para além de plantas com idade fisiológica avançada e
industrialização. As diferentes regiões produtoras do sistema radicular suberizado, terão desempenho
país convivem com problemas semelhantes, sendo ruim durante o período produtivo, com impacto
estes normalmente relacionados com a negativo na produção da fruta. Contudo, para as
disponibilidade e a qualidade das mudas utilizadas. variáveis de porcentagem de produção comercial e
(GONÇALVES, M. A., et al 2012). O diâmetro da massa fresca dos frutos não foi observada diferença
coroa é uma das variáveis que tem sido empregada significativa entre os diferentes diâmetros de coroa
para avaliar a qualidade das mudas de morangueiro, avaliados, demonstrando que independente do
a qual afeta a produtividade de frutas. Segundo diâmetro da muda as características de fruto
COCCO (2010), a concentração de carboidratos nas continuam estável.
raízes e coroas é um importante fator que determina
a qualidade de mudas de morangueiro. Diante do Tabela 1. Influência do diâmetro de coroa para as
exposto o objetivo foi avaliar a influência do diâmetro variáveis do número total de frutos (NF), produção
da coroa de mudas de morangueiro Pircinque sobre total (PR), porcentagem de produção comercial (PC)
a produção final. e massa fresca dos frutos (MF) nas condições do
município de Lages, SC. CAV-UDESC, 2017.
Material e Métodos Diametro
TOTAL
PC MF
O experimento foi realizado no Centro de Ciências da coroa NF PR % g fruto-1
un planta-1 g planta-1
Agroveterinárias da Universidade do Estado de
Santa Catarina (CAV-UDESC), no município de 5 mm 20,9 b 372,0 b 89,7 a 21,0 a
Lages/SC. A cultivar de morangueiro avaliada foi a 11 mm 28,6 ab 533,0 a 88,3 a 21,7 a
Pircinque, sendo as mudas adquiridas de viveiro 17 mm 32,5 a 527,8 a 89,3 a 20,2 a
nacional e o plantio efetuado no dia 14 de abril de
Média 27,3 477,6 89,1 21,0
2016, em sistema de cultivo convencional no solo,
em túneis baixos. Os tratamentos corresponderam C.V (%) 13,5 13,0 2,6 6,4
aos diferentes diâmetros de coroa (5, 11 e 17 mm) * Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste
com 4 repetições constituídas por 11 mudas cada. de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
A colheita foi realizada semanalmente, iniciando em Conclusões
setembro de 2016 e encerrando em janeiro de 2017.
Independente do diâmetro de coroa utilizado, os
Avaliou-se o número total de frutos, produção total
valores de massa fresca dos frutos e porcentagem
por planta, a porcentagem de produção comercial e
de produção comercial em ‘Pircinque’ não são
massa fresca dos frutos comerciais. Os dados foram
influenciados. A produção de morango da cultivar
submetidos à análise de variância e as médias dos
Pircinque é afetada pelo diâmetro de coroa das
tratamentos foram comparadas entre si pelo teste
mudas, sendo que as maiores produções são
de Tukey (a 5% de probabilidade de erro), por meio
obtidas com diâmetros superiores a 11 mm.
do Programa estatístico Assistat 7.7 Beta.
Referências bibliográficas
Resultados e Discussão Cocco, C. Qualidade Fisiológica das Mudas na Produção de
Conforme demonstrado na Tabela 1, constatou-se Frutas de Morangueiro. 48 f. Dissertação (Mestrado) –
que as mudas com o diâmetro de coroa de 11 mm Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais,
já proporcionaram os maiores desempenhos para o Programa de Pós-graduação em Agronomia. Santa Maria, RS.
2010
número de frutos por planta e consequentemente Faby, R. The productivity of graded “Elsanta” frigo plants from
maior produção total, não havendo diferença different origin. Acta Horticulturae, Amsterdam, v.439, n.1, p.449-
significativa em relação ao maior diâmetro avaliado. 455, 1996
Esses resultados são explicados por Faby (1996), GONÇALVES, M. A., et al. Diâmetro de coroa e presence de
onde afirma que estudos realizados provaram que folhas na produção de mudas de morangueiro. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 22, 2012, Bento
há uma correlação positiva entre o diâmetro de Gonçalvez,RS, p. 5402
coroa e o potencial produtivo da muda. No entanto Reekie, J. Y., Hicklenton, P. R., Duval, J., Chandler, C. and
se comparadas as mudas de maior diâmetro (17 Struik, P. C. 2003. Manipulating transplant morphology to
mm) com as de menor diâmetro (5 mm), obteve-se advance and enhance fruit yield in strawberry. Acta Hortic. 626:
235–240.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Aumento do retorno de floração de pereiras ‘Packham’s Triumph’ pelo uso de
etefon
Mateus S. Pasa1, Carina P. da Silva2, Bruno Carra3, Alberto F. Brighenti1, Zilmar S. Souza1, José Masanori
Katsurayama1
1Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (Pesquisador). Rua João Araújo Lima, 102, 88.600-000, São Joaquim,

SC.mateuspasa@epagri.sc.gov.br. 2Autônoma, Rua José de Souza Borges, 27, 88.600-000, São Joaquim, SC. 3UFPel – Programa de
Pós-graduação em Agronomia (Doutorando), Campus Universitário, sn, 96.160-000, Capão do Leão, RS.

Palavras Chave: Pyrus communis, fitorreguladores, indução floral, diferenciação floral.

Introdução produtividade em relação aos demais tratamentos


A indução e diferenciação floral ainda são (Tabela 1).
fenômenos pouco entendidos em pomáceas. Os
hormônios vegetais são as únicas substâncias que Tabela 1. N° de cachos florais e produtividade de
tem mostrado estreita relação com os mesmos. A pereiras ‘Packham’s Triumph’ em resposta a
aplicação de etefon e ácido naftaleno acético (ANA) aplicação de etefon e ANA. São Joaquim, SC.
tem mostrado resultados positivos. Nesse sentido, a N° cachos Produtividade
aplicação de etileno no período de diferenciação Tratamento
florais -1
(ton ha )
floral pode ser uma alternativa para promover maior
formação de gemas floríferas em pomáceas, Control 209.0 b 23.7 b
conforme observado em pereiras ‘d’Anjou’ por Eth (300 mg L-1; 40, 60, 80, 100 DAPF) 352.0 a 45.8 a
Einhorn et al. (2014) e macieiras ‘Northern Spy’ Eth (150 mg L-1; 40, 60, 80, 100 DAPF) 240.5 a 35.8 a
(Duyvelshoff e Cline, 2013); assim como ANA, cujos NAA (7.5 mg L-1; 30, 40, 50, 60 DAPF) 177.0 b 23.5 b
efeitos positivos foram observados por McArtney et NAA (7.5 mg L-1; 70, 80, 90, 100 DAPF) 212.3 b 30.5 b
al. (2013) em macieiras. O objetivo desse trabalho
p 0.001 0.001
foi de avaliar a influência da aplicação de etefon e 1
Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de
ANA no retorno da floração de pereiras ‘Packham’s Scott Knott a 5% de probabilidade.
Triumph’.
Resultados semelhantes foram observados por
Material e Métodos Einhorn et al. (2014) em pereiras ‘d’Anjou’ com a
O experimento foi realizado entre 2015 e 2017, na aplicação de 150 mg L-1 7 DAPF + 300 mg L-1 de
Estação Experimental de São Joaquim/EPAGRI. etefon 87 DAPF. A aplicação de etefon aumentou a
Foram utilizadas plantas da cultivar ‘Packhams produtividade de 51% (150 mg L-1) a 93% (300 mg L-
1), em relação a testemunha. Esses resultados são
Triumph’ enxertadas em Pyrus betulifolia, com 25
anos de idade. Os tratamentos testados foram: 1) extremamente positivos, uma vez que a maior
Controle (sem aplicação); 2) Etefon 150 mg L-1 indução de gemas florais, juntamente com outras
aplicado 40, 60, 80 e 100 dias após a plena floração estratégias (porta-enxerto, aumento da frutificação
(DAPF); 3) Etefon 300 mg L-1 aplicado 40, 60, 80 e efetiva), poderia viabilizar e estimular a produção de
100 DAPF; 4) ANA 7,5 mg L-1 aplicado aos 30, 40, peras no Brasil no curto prazo, pois o
50 e 60 DAPF e; 5) ANA 7,5 mg L-1 aplicado aos 70, desenvolvimento de cultivares adaptadas é bastante
80, 90 e 100 DAPF. Como fonte de etefon foi demorado.
utilizado o produto comercial Ethrel® (24% i.a.) e de Conclusões
ANA o produto ANA técnico (95% a.i.). Em todos os
A aplicação de etefon aumenta o número de cachos
tratamentos (exceto a testemunha) foi adicionado o
florais e produtividade de pereiras ‘Packham’s
adjuvante Breakthru® (0,05%). Foram utilizadas 4
Triumph’ no ano após a aplicação.
repetições de três plantas cada, sendo que a planta
central foi utilizada para as avaliações. Os Agradecimentos
tratamentos foram aplicados em 2015 e na floração Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
seguinte ao ano da aplicação (2016), foi contado o Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão de
número total de cachos florais por planta. A auxílio financeiro (Projeto: 443135/2014-2).
produtividade foi estimada com base na produção
por planta e no número de plantas por hectare (417; Referências bibliográficas
4 x 6 m). A colheita foi realizada no ponto de DUYVELSHOFF, C.; CLINE, J.A. Sci. Hort., 2013, 128-134.
maturação comercial, onde todos os frutos de cada EINHORN, T.C.; PASA, M.S.; TURNER, J. HortScience, 2014,
planta foram colhidos e pesados A análise de 180-187.
MCARTNEY, S.J.; GREENE, D.; SCHMIDT, T.; YUAN, R.
variância foi realizada pelo teste F e, quando este foi HortScience, 2013, 742-746.
significativo, os dados foram submetidos à
comparação de médias pelo teste de Scott-Knott ao
nível de 5% de probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
Independentemente da dose, a aplicação de efeton
aumentou o número de cachos florais e a

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Thidiazuron (TDZ) no aumento da frutificação efetiva de pereiras ‘Packham’s
Triumph’
Lívia M. Brighenti1, Mateus S. Pasa2, Carina P. da Silva3, Alberto F. Brighenti2, Bruno Carra4

1Autônoma, Rua Agripa de Castro Farias 88.600-000, São Joaquim, SC. E-mail: liviabrighenti@zipmail.com.br; 2Epagri – Estação
Experimental de São Joaquim (Pesquisador). Rua João Araújo Lima, 102, 88.600-000, São Joaquim, SC.3Autônoma, Rua José de
Souza Borges, 27, 88.600-000, São Joaquim, SC.4UFPel – Programa de Pós-graduação em Agronomia (Doutorando), Campus
Universitário, sn, 96.160-000, Capão do Leão, RS.

Palavras Chave: Pyrus communis, fitorreguladores, fruit set.

Introdução pode vir a possibilitar a obtenção de maiores


A produção de peras é responsável pelo suprimento produtividades, tornando o cultivo da pereira mais
de aproximadamente 10 % do consumo doméstico. atrativo aos produtores e possíveis investidores
Esse cenário é resultante, em parte, das baixas
produtividades dos pomares, principalmente em 1.2

função da baixa frutificação efetiva (Hawerroth et al., 1


2011). Uma das maneiras de superar essa situação

Frutificação efetiva
é através do aumento da frutificação efetiva através 0.8
da aplicação de fitorreguladores. Os reguladores de
crescimento vegetal desempenham importante 0.6

função na frutificação efetiva de pereiras. Dentre 0.4


essas substâncias, destaca-se o thidiazuron (TDZ),
o qual é uma feniluréia com atividade citocinínica, 0.2
y = -0.0003x2 + 0.0299x + 0.4372
R² = 0.9351
que tem mostrado efeito positivo na frutificação p = 0.02734
0
efetiva de várias frutíferas de clima temperado, 0 20 40 60 80
como a macieira e a pereira (Petri et al., 2001). O Dose de TDZ (mg L-1)
objetivo desse trabalho foi de avaliar a influência da
aplicação de TDZ na frutificação efetiva de pereiras Figura 1. Frutificação efetiva de pereiras
‘Packham’s Triumph’. ‘Packham’s’ Triumph’ em resposta a aplicação de
thidiazuron.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na safra 2015/16 em Conclusões
pomar comercial no munícipio de São Joaquim/SC. A aplicação de TDZ incrementa a frutificação efetiva
Foram utilizadas plantas da cultivar Packham’s de pereiras ‘Packham’s Triumph’, sem incremento
Triumph enxertadas em Pyrus calleryana, com 17 significativo com aumento da dose.
anos de idade, em espaçamento de 2 x 5 m. Foram
testadas as concentrações de 0 (testemunha), 20, Agradecimentos
40 e 60 mg L-1 de TDZ, aplicados na plena floração. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
A plena floração foi considerada quando Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão de
aproximadamente 70% das flores estavam abertas. auxílio financeiro (Projeto: 443135/2014-2).
Em todos os tratamentos (exceto a testemunha) foi
adicionado o adjuvante Breakthru® (0,05%). O Referências bibliográficas
HAWERROTH, F.J.; HERTER, F.G.; FACHINELLO, J.C.; PETRI,
delineamento experimental foi de casualização por J.L.; PREZOTTO, M.E.; HASS, L.B.; PRETTO, A. Cien. Rural.,
blocos, com 4 repetições de três plantas cada, 2011, 1750-1754.
sendo que a planta central foi utilizada para as PETRI, J.L.; SCHUCK, E.; LEITE, G.B. Rev. Bras. Frutic., 2001,
avaliações. Os blocos foram divididos com base na 513-517.
densidade de floração. Aproximadamente 40 dias
após a plena floração, os frutos foram contados e a
frutificação efetiva calculada (número de
frutos/número de inflorescências).A análise de
variância foi realizada pelo teste F e, quando este foi
significativo, os dados foram submetidos a análise
de regressão polinomial.
Resultados e Discussão
Todas as doses de TDZ testadas aumentaram a
frutificação efetiva em relação a testemunha (Figura
1). Aumento da frutificação efetiva em resposta ao
TDZ em pereiras também foi observado por Petri et
al. (2001). Esse resultado foi atribuído, pelo menos
em parte, a maior indução de partenocarpia por
essa substância. Os resultados obtidos são muito
importantes, pois o aumento da frutificação efetiva

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Alternativas à indução de brotação em macieiras ‘Fuji Suprema’ no município de
Caçador, Santa Catarina
Suelen Cristina Uber¹, José Luiz Petri², Aike Anneliese Kretzschmar³, Cristhian Leonardo Fenili¹
1UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. su_uber@hotmail.com; 2Epagri Estação
Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador-SC; 3UDESC (PQ). Avenida Luis de
Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. ³ UDESC (PQ). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000,
Lages-SC.
Palavras Chave: Superação da dormência; Malus domestica B.; Toxicidade.

Introdução Tabela 1- Brotação de gemas axilares e produção


A principal prática de manejo na cultura da macieira em macieira, cultivar Fuji Suprema, tratadas com
para compensar a falta de frio em regiões de clima diferentes indutores de brotação. No ciclo 2014/2015
ameno é o uso de indutores de brotação, sendo o e 2015/2016, Caçador, SC.
óleo mineral e a cianamida hidrogenada utilizados Axilares Produção
como tratamento padrão. Fruteiras de clima Trat 60DAA/14 60DAA/15 2014 2015
temperado em condições de inverno ameno
1 2,97b 1,72c 9,00b 6,85a
costumam apresentar anomalias fisiológicas como
brotações irregulares que acarretam em déficits 2 67,67a 28,10b 26,30a 5,33b
produtivos. Para reduzir esses problemas, 3 52,76a 24,82b 21,49a 8,38a
pesquisas vêm sendo realizadas com novas 4 61,67a 54,46a 25,83a 9,92a
alternativas ao tratamento tradicional. O objetivo do 5 55,21a 43,35a 19,20a 8,18a
trabalho foi comparar novos indutores de brotação 6 56,88a 32,13b 23,84a 3,00b
em alternativa a cianamida hidrogenada em
7 53,39a 40,20a 17,58a 7,54a
macieiras ‘Fuji Suprema’.
8 41,23a 50,84a 23,08a 7,05a
Material e Métodos 9 42,12a 26,22b 20,34a 12,21a
Os experimentos foram conduzidos durante as 10 51,35a 44,35a 22,32a 5,88b
safras agrícolas de 2014/15 e 2015/16, em um 11 49,25a 45,37a 27,00a 2,79b
pomar da Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre
Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) - si, pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. Trat. -
Estação Experimental de Caçador, SC. O Tratamentos. DAA- Dias após a aplicação dos indutores.
delineamento experimental foi em blocos ao acaso
com 11 tratamentos e cinco repetições. Os No entanto, os tratamentos compostos por OM 3,5%
tratamentos utilizados foram: 1 - Controle; 2 - Óleo + Dormex® 0,7%, OM 3,5% + Syncron® 1,0%, OM
Mineral (OM) 3,5%; 3 - Óleo Mineral 3,5% + 3,5% + Bluprins® 1,0%, OM 3,5 % + Brotex® 1,0 %,
espalhante siliconado 0,03%; 4 - Óleo Mineral 3,5% Erger® 3,0% + nitrato de cálcio 3,0% e OM 3,5% +
+ Dormex® 0,7%; 5 - Óleo Mineral 3,5% + Syncron® nitrato de cálcio 3,0% + nitrato de amônio 3,0%
1,0%; 6 - Óleo Mineral 3,5% + Erger® 1,0%; 7 - Óleo foram superiores aos demais tratamentos no último
Mineral 3,5% + Bluprins® 1,0%; 8 - Óleo Mineral 3,5 ciclo. Para a variável produção, observou-se que
% + Brotex® 1,0 %; 9 - Syncron® 2% + nitrato de todos os tratamentos proporcionaram produções
cálcio 3,0%; 10 - Erger® 3,0% + nitrato de cálcio superiores ao tratamento controle em 2014. Os
3,0% e 11 - Óleo Mineral 3,5% + nitrato de cálcio tratamentos OM 3,5%, OM + Erger® 1,0%, Erger®
3,0% + nitrato de amônio 3,0%. Foram avaliadas a 3,0% + nitrato de cálcio 3,0% e OM 3,5% + nitrato
fenologia, porcentagem de brotações de gemas de cálcio 3,0% + nitrato de amônio 3,0%
axilares (60 dias após a aplicação dos indutores de proporcionaram menores produções comparado aos
brotação) e produção. Os dados foram submetidos a demais tratamentos em 2015.
análise de variância, e o efeito do tratamento foi Conclusões
avaliado pelo teste de Scott-Knott, (p≤0,05).
Os tratamentos compostos por Syncron®, Bluprins®,
Utilizando o software estatístico Sisvar.
Brotex® em conjunto com OM foram similares ao
Resultados e Discussão produto convencional utilizado nos pomares para a
Foi observado que para os estádios fenológicos cultivar Fuji Suprema para brotação de gemas
início da brotação, início da floração, plena flor e axilares e produção.
final da floração todos os tratamentos anteciparam Agradecimentos
em relação ao tratamento controle, com exceção do
A FAPESC/CAPES pela concessão de bolsa para o
tratamento composto somente por óleo mineral, nos
desenvolvimento da pesquisa.
dois ciclos avaliados (dados não apresentados). Nos
dois ciclos avaliados todos os tratamentos foram
efetivos para induzirem a brotação de gemas
axilares comparado ao tratamento controle.

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produtividade e qualidade físico-química de maçãs em região subtropical
Gilmar A. Nava1, Lucas C. de Oliveira2, Paulo W. Kovalski2, Dalva Paulus1, Josiane A. Mariani3
1Eng.Agr. Dr., professor da UTFPR-DV. E-mail: gilmarnava@utfpr.edu.br; 2Acadêmico do curso de Agronomia da UTFPR-DV;
3Mestrandado Programa de Pós Graduação em Agroecossistemas da UTFPR-DV. Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Câmpus Dois Vizinhos. Estrada para Boa Esperança, km 04, Cx Postal 157, 85660-000, Dois Vizinhos, PR.
Palavras-Chave: Macieira, clima Cfa, componentes de rendimento, atributos de qualidade.

Introdução abaixo do potencial produtivo da espécie em regiões


O Brasil produziu 1.264.651 t de maçãs em 2015, temperadas. O inverno de 2016, com acúmulo de
numa área colhida de 35.842 ha, sendo SC, RS e frio de 185 horas abaixo de 7,2°C, foi cerca de 50%
PR os maiores produtores dessa fruta. O Paraná superior da média local (120 horas) (NAVA, 2015).
produziu nesse mesmo ano cerca de 41.000 t, numa Em anos de baixa ocorrência de frio, a exemplo da
área colhida de 1.456 ha (IBGE, 2017). No entanto, safra anterior, com 30 horas de frio abaixo de 7,2°C
o cultivo de macieiras em regiões subtropicais é (NAVA, 2015), a produção das três variedades foi
limitado, principalmente pela falta de frio no inverno. irrisória. No entanto, a massa fresca de fruto foi
Nessas condições, as plantas sofrem a “síndrome maior na ‘Julieta’, com cerca de 120g. A ‘Eva’
da dormência prolongada”, com ocorrência de apresentou frutos mais doces, porém esses foram
brotação e florescimento “errático”, caracterizado colhidos mais maduros que os demais (cultivares de
por uma baixa taxa de brotação e florescimento maturação alguns dias mais tardia). A ‘Julieta’, por
heterogêneo (LEITE et al., 2004), resultando em sua vez, mostrou-se menos ácida que as demais,
baixa produtividade. Assim, o objetivo do trabalho foi seguida da ‘Eva’, o que proporcionou uma relação
avaliar o potencial produtivo e a qualidade dos frutos SST/ATT superior à ‘Julieta’ e ‘Princesa’. A
de três variedades de macieiras de baixo variedade Princesa (colheita antes da maturação
requerimento de frio hibernal em clima subtropical. ideal) apresentou maior firmeza de polpa, seguida
por ‘Eva’ e por ‘Julieta’ (mais macia). Nos
Material e Métodos parâmetros de cor de epiderme dos frutos, a
O experimento foi realizado no setor de Fruticultura variedade princesa foi mais escura que as demais,
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, bastante vermelha, juntamente com a Julieta (a
Campus Dois Vizinhos. As macieiras avaliadas mais vermelha de todas). As variedades Eva e
foram plantadas em 2010 (Eva e Princesa) e em Princesa apresentaram cor de fundo mais amarela
2012 (Julieta), em fila única, no espaçamento de 2,5 que a Julieta.
m entre plantas, para as variedades Eva e Princesa Tabela 1- Componentes de rendimento e qualidade físico-química de maçãs.
e, 1,5 m, para a ‘Julieta’. O sistema de condução UTFPR-DV, Dois Vizinhos, PR, 2017.
das plantas foi o líder central. Avaliou-se: o número Variedade Frutos. Massa Prod. SST ATT Ratio
de frutos.planta-1; massa fresca, pela pesagem dos Planta-1 frutos (g) (kg.planta-1) (°Brix) (%)
Eva 142,5 ns 100,4 b 14,4 ns 12,5 a 0,8 b 15,9 b
frutos em balança semi-analítica; produtividade Julieta 105,5 119,2 a 12,5 10,7 b 0,5 c 22,4 a
(kg.planta-1) através do produto entre a multiplicação Princesa 85,2 108,9 ab 9,5 10,8 b 1,0 a 10,8 c
Média 111,1 109,5 12,11 11,3 0,8 16,4
do número de frutos por planta pela sua massa CV (%) 41,3 7,2 43,9 5,7 7,5 7,33
fresca média; teor de sólidos solúveis (SS) com Variedade Firmeza Índice iodo- L a b
refratômetro digital, sendo os valores expressos em Eva
polpa (kg)
6,4 b
amido
4,9 ns 69,3 a 14,8 b 34,9 a
°Brix; acidez titulável (AT) através da titulação de 10 Julieta 5,0 c 4,9 68,8 a 23,3 a 25,7 b
mL de suco + 90 mL de água destilada com NaOH Princesa 7,8 a 5,2 60,3 b 19,2 ab 31,7 a
Média 6,4 5,0 66,1 19,1 30,7
0,1N até pH 8,1, sendo os valores expressos em %; CV (%) 6,5 25,4 3,4 21,3 5,8
“ratio” (relação SS/AT); firmeza de polpa com Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Tukey (p ≤ 0,05); ns= não significativo.
penetrômetro manual com ponteira de 6 mm de
diâmetro, sendo os dados expressos em kg.
Justifica-se o uso dessa ponteira devido a Conclusões
necessidade de colheita das maçãs antes do ponto As três variedades apresentaram comportamento
de maturação ideal para o consumo, o que gerou produtivo similar. A macieira ‘Julieta’ reuniu o maior
uma parte das medições de firmeza das maçãs número de atributos físico-químicos de qualidade
acima da escala máxima de registro do apreciados pelo consumidor.
penetrômetro (ao usar a ponteira de 11 mm); teste
Referências bibliográficas
de iodo-amido usando-se escala internacional com IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA.
índices variando de 1 (fruta totalmente verde) a 9 Disponível em :
(fruta totalmente madura); os parâmetros de cor de <http://www2.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl1.asp?c=1613&
fundo da epiderme (escala L a*b*) foram obtidos por z=t&o=11&i=P. Acessado em: 20 abr. 2017.
colorímetro digital. Aos dados aplicou-se a Anova e LEITE, G.B.; LACOINTE, M.B.A.; RAGEAU, R. Influence of lack
of chilling on budbreak patterns and evolution of sugar contents
o teste de comparação de médias de Tukey in buds and stem tissues along the one-year-old shoot of the
(p≤0,05). peach trees. Acta Horticulturae, n.662, p.168-179, 2004.
NAVA, G.A. Disponibilidade de frio hibernal para cultivo de
Resultados e Discussão fruteiras de clima temperado em Dois Vizinhos, Sudoeste do
A produtividade média foi de 12 kg.planta-1, sem Paraná. In: SIMPÓSIO BRASIL SUL DE FRUTICULTURA, 1.
diferença estatística entre as variedades, bem Chapecó, 2015...Anais, p.75-75, 2015.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Quebra de dormência de gemas em macieira com produtos alternativos na serra
catarinense
Rodrigo Helmann1, Cláudio Keske2, Josué Andreas Vieira3, Marcelo Foster4
1IFC – Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul (IC), e-mail: rodrigohelmann@gmail.com. 2IFC – Instituto Federal
Catarinense – Campus Rio do Sul (PQ). 3IFC – Instituto Federal Catarinense – Campus Rio do Sul (IC). 4IFC – Instituto Federal
Catarinense – Campus Rio do Sul (TM). Estrada do Redentor, 5665 - Cx. Postal 441 - CEP 89163-356 - Rio do Sul - SC Fone/Fax:
(47) 3531-3700.

Palavras Chave: Frutas de clima temperado, brotação, quebra de dormência.

Introdução
A quebra de dormência está limitada a poucos
produtos disponíveis e muito tóxicos. No Sul do
Brasil, as oscilações na temperatura são frequentes,
com as temperaturas elevadas anulando o frio
acumulado, não atendendo as exigências das
espécies de clima temperado (PETRI, 1997). A
insuficiência de frio no período da dormência
resultará numa brotação desuniforme e prolongada,
com menor número de flores. Desta forma foi
avaliado o efeito de produtos alternativos na quebra
de dormência de gemas de macieiras.
Figura 1. Influência dos tratamentos de quebra de
Material e Métodos dormência nas fases fenológicas da macieira.
O experimento foi conduzido em pomar comercial
de maçã da cultivar Fuji em São Joaquim, SC, Tabela 1. Número médio de gemas de macieira
durante o período de Julho de 2016 a Março de brotadas em diferentes estádios fenológicos de
2017. O delineamento experimental foi em blocos ao acordo com distintos tratamentos de indução de
acaso, com 3 repetições (plantas). Em cada planta brotação.
D-Meia
foram considerados 4 ramos de frutificação, sendo A-Gema Polegada F2-Plena
demarcado 10 gemas por ramo, totalizando 40 Tratamentos
Dormente Verde com Floração
gemas. Foram realizados 7 tratamentos, sendo: 1- Folhas
Testemunha, 2- Óleo Mineral (4%), 3- Dormex™ 1-TESTEMUNHA 8,0a 19,0ns 3,0b
(4%), 4- Dormex™ (4%) + Óleo Mineral (4%), 5- 2- Óleo Mineral
Extrato de Alho (4%), 6- Extrato de Alho (4%) + Óleo (OM)4% 0,0b 33,0 1,3b
Mineral (4%) e 7- Urina Bovina (50%) (Vacas 3-Dormex© 4% 3,7b 26,0 3,3b
lactantes) + Óleo Mineral (4%). As pulverizações 4-Dormex© 4% + OM
foram realizadas em gemas dormentes. Foi avaliado 4% 2,0b 22,0 0,3b
o desenvolvimento fenológico das gemas. Os dados 5-Extrato de
foram submetidos à análise de variância e ao teste Alho(EA)4% 0,7b 27,7 3,3b
Tukey, a 5% de probabilidade de erro. 6-EA 4% + OM 4% 0,7b 25,0 10,00a
7-Urina 50%+ OM 4% 0,7b 30,3 1,7b
Resultados e Discussão C.V.% 64,7 23,2 63,8
Todos os tratamentos tiveram influência na quebra Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste
de dormência. A testemunha apresentou maior de Tukey, a 5% de probabilidade de erro. ns: não significativo.
porcentagem de gemas dormentes. O Extrato de
Alho no período da avaliação de 30/09/2016 Conclusões
antecipou a florescimento (Figura 1). A fase
Todos os tratamentos tiveram influência na quebra
fenológica de meia polegada verde com folhas não
de dormência de gemas, sendo que o melhor foi o
apresentou diferença significativa entre os
com extrato de alho (4%) + óleo mineral (4%).
tratamentos. Na fase de plena floração a maior
formação de flores ocorreu com a utilização de Agradecimentos
Extrato de Alho mais Óleo Mineral (Tabela 1). Ao Instituto Federal Catarinense e CNPq pelo
Resultados semelhantes foram verificados em fomento à pesquisa e financiamento de bolsas de
macieira ‘Fuji Kiku’ por PERUSSI, et al., 2010, com estudo.
25,5% de brotação.
Referências bibliográficas
Perussi, G.P.G.; Botelho, R. V.; Ricklli E.; Pavanello A. P.
Quebra de dormência em macieiras ‘Fuji Kiku’ com uso de
extrato de alho. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 2,
p. 313-320, abr./jun. 2010
Petri, J.L. Indução de brotação de macieira por cianamida
hidrogenada e óleo mineral sob influência da temperatura.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.32, n.1, p.7175,
1997.

70
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Requerimento de frio para a superação da dormência em marmeleiro BA-29
Bruna B. de Castro1*, Deivid S. de Souza1, Ana M. A. de S. Ribeiro1, Gabriela M. Paiano2, Leo Rufato3, Aike A.
Kretzschmar3
1Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina (PG). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.
bbernardes.castro@gmail.com; 2Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina (IC). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC, 3Udesc - Universidade do Estado de Santa Catarina (PQ). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.

Palavras Chave: Cydonia oblonga, Brotação, Horas de Frio, Marmelo.

Introdução Tabela 1. Número de gemas brotadas (NGB) e taxa


Para que fruteiras de clima temperado iniciem um de brotação (TB) do marmeleiro BA-29 submetido a
novo ciclo vegetativo na primavera, é necessária sua diferentes níveis de acúmulo de frio.
exposição por um período a baixas temperaturas,
para que ocorra a superação da dormência e a
brotação seja efetiva (PETRI et al., 1996). Quando
não é satisfeita a exigência em frio, gemas
vegetativas e floríferas podem permanecer
dormentes, mesmo que as condições ambientais
sejam favoráveis para a brotação. Assim como as
cultivares copa, os porta-enxertos possuem
diferenças no requerimento em horas de frio. Na
implantação de novos pomares com pereiras no sul
do Brasil, têm sido frequente a utilização dos porta-
enxertos de marmeleiro (Cydonia oblonga) devido
ao seu baixo vigor, porém são escassos os Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
trabalhos que abordam a exigência de frio dos porta- pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
enxertos. O objetivo deste trabalho foi determinar a
exigência de horas de frio para indução da brotação
em marmeleiro BA-29.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Universidade do
Estado de Santa Catarina durante o ciclo 2016/2017.
O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado, com quatro repetições e quatro plantas
por parcela. Estacas de marmeleiro BA-29, foram
coletadas em área experimental do Centro de
Ciências Agroveterinárias (CAV) em Lages, e
submetidas a diferentes períodos de frio em câmara
frigorífica, de acordo com os tratamentos: 150, 300,
450, 600 e 750 horas. Ao final de cada tratamento, Figura 1. Porcentagem de brotação no tempo do
as estacas foram transferidas para câmara BOD à marmeleiro BA-29 submetido a diferentes níveis de
20°C, com fotoperíodo de 12 horas de luz, durante acúmulo de frio.
14 dias. Foram avaliados o número de gemas Conclusões
brotadas, e a taxa final de brotação. Os dados foram O marmeleiro BA-29 necessita de 300 horas de frio,
submetidos à análise de variância e comparados para atingir taxa de brotação superior a 80%.
pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro.
Agradecimentos
Resultados e Discussão A Udesc, Capes e Cnpq pelo ensino e pela
O tratamento com 150 horas de frio mostrou-se concessão das bolsas.
insuficiente para indução da brotação no marmeleiro
BA-29, apresentando taxa final de brotação abaixo Referências bibliográficas
de 20%. Não houve diferença entre os demais PETRI, J.L.; PALLADINI, L.A.; SCHUCK, E.; DUCROQUET, J.P.;
tratamentos para o número de gemas brotadas, e a MATOS, C.S.; PAOLO, A.C. Dormência e indução da brotação
de fruteiras de clima temperado. Florianópolis: EPAGRI, 1996.
taxa final de brotação (Tabela 1). De acordo com o 110 p. (EPAGRI. Boletim Técnico, n.75).
aumento do acúmulo de frio, antecipou-se a
brotação, reduzindo a necessidade de calor.

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Fitorreguladores no controle da queda pré-colheita de frutos em maçã ‘Galaxy’

Erani E. Schultz1, Vagner Ludwig2, Magno R. P. Berghetti2, Lucas M. Wendt2, Rovani M. Rossato2, Flavio R.
Thewes2, Sarah E. Forgiarini2, Auri Brackmann3, Vanderlei Both3

1UFSM, Universidade Federal de Santa (PG), 2UFSM (IC),3UFSM (PQ), Av. Roraima, n° 1.000, Prédio 77, Sala 26, Cx.P. 591, 97.105-
900, Santa Maria, RS. eranischultz@hotmail.com

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, aminoetoxivinilglicina, produção de etileno, qualidade.

Introdução após a colheita. Isso mostra que o AVG foi eficiente


Um dos principais desafios que os produtores de na redução da síntese do etileno.
maçãs enfrentam é a queda pré-colheita de frutos.
Esse problema é comum em cultivares precoces,
como a ‘Gala’ e suas mutantes. Isso se deve, pela
maturação das sementes ocorrer antes da
conclusão do crescimento do fruto e, assim,
deixando de produzir auxinas necessárias para inibir
a síntese do etileno, fito-hormônio que atua na zona
de abscisão, desencadeando a queda pré-colheita
dos frutos. Além disso, a maturação da maçã ‘Gala’
e mutantes é muito rápida e, muitas vezes, a falta de
mão-de-obra disponível para a colheita no momento
ideal causa atraso na colheita e, com isso, aumenta
a queda dos frutos. O uso de fitorreguladores, como
aminoetoxivinilglicina (AVG), que inibe a biossíntese
do etileno e ácido naftaleno acético (ANA), uma
auxina sintética, são comuns na produção de
maçãs. Portanto, o objetivo do trabalho foi avaliar o
efeito de fitorreguladores na queda pré-colheita de
frutos e qualidade em maçã ‘Galaxy’.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em blocos ao acaso
com quatro repetições. Os fitorreguladores aplicados
foram: AVG Retain® (Valent BioScience, USA, 15% Figura 1. Queda de frutos (a), firmeza da polpa (b),
de i.a.), dose 830 g ha-1; ANA (Fruitone®, AMVAC produção de etileno um dia (c) e seis dias após a
Chemical Corporation, USA, 80% i.a), dose 20 g ha-1 colheita (d).* Médias seguidas por letras diferentes,
e ácido 2-cloro-etil-fosfônico (Ethephon - ETH), diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de
Ethrel® (Bayer Crop Science, Germany, 24% de probabilidade de erro.
i.a.), dose 0,67 L ha-1. O volume de calda aplicado
Conclusões
foi de 1.000 L ha-1. Foram avaliados cinco
tratamentos: [1] controle (aplicação de água); [2] A pulverização combinada de AVG+ANA pode ser
ANA (aplicado 10 dias antes da colheita DAC); [3] uma importante ferramenta para auxiliar no controle
AVG (30 DAC); [4] AVG+ANA (30 e 10 DAC); [5] da queda pré-colheita de frutos, além de manter
AVG+ETH (30 e 10 DAC). A avaliação da queda de maior firmeza da polpa e baixa produção de etileno.
frutos foi realizada pela contagem dos frutos de Esta combinação foi mais eficiente do que a
cinco plantas por tratamento aos 10 dias antes da aplicação isolada destes produtos.
colheita e na colheita, por diferença se obteve a Agradecimentos
queda de frutos, que foi expressa em %. Frutos A Capes, pela concessão da bolsa de pós-
foram colhidos e avaliados quanto à firmeza da graduação. A empresa Schio Agropecuária pela
polpa e produção de etileno. Os dados foram disponibilização do pomar.
submetidos a análise de variância e as médias
foram comparadas pelo teste de Scott-Knott com
5% de probabilidade de erro.
Referências bibliográfica
Yuan, R.; Carbaugh, D.H. Effects of NAA, AVG, and 1-MCP
Resultados e Discussão ethylene biosynthesis, preharvest fruit drop, fruit maturity, and
Plantas pulverizadas com AVG+ANA apresentaram quality of ‘Golden Supreme’ and ‘Golden Delicious’ apples.
a menor queda de frutos, diferindo dos demais HortScience, 2007, v. 42, n. 1, p. 101-105.
tratamentos. Esse resultado pode ser devido ao
efeito sinérgico entre os produtos (Yuan; Carbaugh,
2007). A firmeza da polpa foi maior com AVG+ANA,
mas não diferiu do tratamento apenas com AVG.
Plantas pulverizadas com AVG, independente da
combinação com outro fitorregulador, apresentaram
baixa produção de etileno, no primeiro e sexto dia

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Poda de frutificação em variedades comerciais de goiabeira-serrana

Fernando D. Sánchez-Mora1,2*, Luciano Saifert1, Mateus S. Pasa3, Marlise N. Ciotta3, Humberto N. Ribeiro3,
Anyela Rojas-Molina1, Gregório Lombardi1, Rubens O. Nodari1
1Programa de Pós-graduação em Recursos Genéticos Vegetais, CCA, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Brasil.
lucianosaifert@hotmail.com (PG); anyela_rojasmolina@hotmail.com (PG); gregorio.lombardi@gmail.com (IC); rubens.nodari@ufsc.br
(PQ); 2Facultad de Ingeniería Agronómica, Campus Experimental La Teodomira, Universidad Técnica de Manabí, Equador,
fdsanchez@utm.edu.ec (PG); 3Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. EPAGRI São Joaquim,
Brasil. marlise@epagri.sc.gov.br (PQ); mateuspasa@epagri.sc.gov.br (PQ); hnr@epagri.sc.gov.br (PQ).

Palavras Chave: Acca sellowiana, produção de frutos, fruteira nativa.

Introdução relação ao diâmetro de caule, enquanto que em


A goiabeira-serrana ou feijoa [Acca sellowiana (O. altura e diâmetro de copa as plantas da variedade
Berg) Burret], sinônimo de Feijoa sellowiana é uma SCS 415-Nonante sem poda mostraram-se mais
árvore frutífera nativa do sul do Brasil e norte desenvolvidas. As plantas com poda apresentaram
Uruguai. Apesar de ser bastante consumida pelas menores índices de área foliar nas duas variedades,
pessoas no campo, ainda não é um cultivo usado proporcionando maior aeração e também maior
economicamente em larga escala, em razão de sua ingresso de radiação solar ao centro da planta. As
condição de espécie semi-domesticada. A poda de plantas com poda nas duas variedades
frutificação é uma das práticas culturais apresentaram o menor número de frutos, porém
fundamentais para a produção de frutos de elevado estes tiveram maior tamanho em comparação às
padrão de qualidade, já que permite a colheita de plantas sem poda. Estes resultados concordam com
frutos nas épocas desejadas pelo produtor, aqueles mencionados por Marodin (1993). O
distribuição melhor dos tratos culturais do pomar e referido autor menciona que a poda equilibrada e
verificação do desempenho da planta ao longo do bem feita evita a alternância de produção, fato
ano, nos aspectos produtivos relacionados à presente em diversas frutíferas, que em um ano
quantidade, tamanho e qualidade dos frutos (Souza, produzem uma grande carga de frutos, geralmente
2005). Assim, é importante desenvolver de pequeno tamanho, seguida de uma produção
conhecimentos e técnicas para o manejo quase nula no ano seguinte. De maneira geral
agronômico da goiabeira-serrana. O objetivo deste observou-se que a variedade SCS 411-Alcântara
trabalho foi avaliar o efeito da poda nas variedades registrou maior número de frutos em comparação a
comerciais SCS 411-Alcântara e SCS 415-Nonante. SCS 415-Nonante.

Material e Métodos Tabela 1. Efeito da poda nas variedades de


O experimento foi realizado na Estação goiabeira-serrana SCS 411-Alcântara e SCS 415-
Experimental da Epagri de São Joaquim, SC, Nonante.
durante a safra 2016/2017. Foram utilizadas as TRAT CAU COP ALT IAF MF NFT
variedades comerciais de goiabeira-serrana SCS -------------- cm -------------- m2/m2 g unidade
411-Alcântara e SCS 415-Nonante. Os tratamentos Alcântara
consistiram de: sem poda (SP) e com poda (CP), SP 13,6ns 422,7ns 396,7ns 3,0a 65,1b 434,7a
CP 12,0 352,0 348,3 1,3b 86,1a 295,7b
sendo utilizadas três repetições para cada
Nonante
tratamento, uma planta por repetição. Na poda SP 12,9ns 372,0a 361,7a 3,7a 72,2b 265,3a
foram removidos aproximadamente 40% dos ramos, CP 10,1 310,0b 313,3b 1,0b 99,5a 119,7b
deixando-se apenas aqueles com maior potencial Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
produtivo. Assim, foram eliminadas hastes mais pelo teste t de Student,a 5% de probabilidade.
velhas, para promover a sua renovação. Além disso,
foram retirados de dois a três ramos maiores Conclusões
(diâmetro de 2,5-5cm) da porção central da planta, No primeiro ciclo, as plantas com poda
visando melhorar a quantidade de radiação solar apresentaram o menor índice de área foliar e menor
incidente no interior da copa. Foram avaliados o número de frutos por planta, porém frutos de maior
diâmetro do caule (CAU), com uma forcípula tamanho.
florestal de 127cm (Haglöf); o diâmetro de copa
(COP) e a altura de planta (ALT), foram obtidas com
Agradecimentos
uma vara telescópica de alumínio; o índice de área SENESCYT-Equador, CAPES, CNPq e FAPESC
foliar (IAF), foi estimado utilizando o ceptômetro pelo fomento à pesquisa e financiamento de bolsas
Accupar LP-80; a massa dos frutos (MF) e o número de estudo.
total de frutos por planta (NFT) mediante contagem. Referências bibliográficas
Os dados foram analisados utilizando-se o teste t de Marodin, G.A.B. Podas das plantas frutíferas. In: Manica, I.
Student para comparações entre médias dos dois Fruticultura em pomar domestico, 1993. Porto Alegre: RIGEL,
tratamentos (sem e com poda). 143 p.
Sousa, J.S.I. A poda das plantas frutíferas, 2005. São Paulo:
NOBEL, 191 p.
Resultados e Discussão
Os resultados das variáveis avaliadas estão na
Tabela 1. As plantas apresentaram similaridade em

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação de indutores de brotação em macieiras ‘Baigent’ em Vacaria, RS
Natália A. de A. Goularte1, Fernando J. Hawerroth2, Fabiano Simões3, Lisiane V. de Oliveira1, Mauricio B. de
Vargas1, Lenir C. dos S. R. Graciano1

1 Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS), bolsista de

iniciação científica CNPq/UERGS, curso de bacharelado em Agronomia. goularten@yahoo.com.br; 2 Embrapa Uva e Vinho, Estação
Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria-RS, fernando.hawerroth@embrapa.br ;3 Universidade do Estado do Rio
Grande do Sul, Campus Vacaria, Vacaria, RS, simoes.f@gmail.com; 1Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e
Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS), lisi_viaceli@hotmail.com; mauriciov761@gmail.com;
carol_ruaro@hotmail.com

Palavras Chave: Malus domestica, brotação de gemas.

Introdução Contudo, não foram observadas diferenças


A insuficiência de frio hibernal na cultura da macieira significativas entre tratamentos aos 64 DAA.
acarreta problemas que limitam a uniformidade de
brotação, ocasionando queda no potencial produtivo Tabela 1. Porcentagem de brotação de gemas
das plantas. Desse modo, a utilização de indutores axilares em macieiras ‘Baigent’ em resposta ao uso
se faz necessária como técnica eficiente no manejo de diferentes indutores de brotação. Vacaria, RS,
da brotação das plantas, contribuindo para o 2017.
Brotação de gemas axilares aos Brotação de gemas axilares aos
aumento de sua capacidade produtiva. A introdução Indutor de 27 dias após a aplicação 64 dias após a aplicação
brotação
de produtos menos agressivos ao aplicador e ao Porção
Inferior
Porção
superior
Média
Porção
Inferior
Porção
superior
Média

meio ambiente, com alta eficiência na indução de 1. Testemunha 11,7 14,7 13,2 b 21,5 31,6 26,5 b
brotação, se faz necessária no sistema de produção 2. Óleo mineral 3,5% 41,0 56,1 48,6 a 47,5 60,3 53,9 a
dentro dos preceitos de sustentabilidade. O objetivo 3. Óleo mineral 3,5% +
43,6 45,7 44,6 a 48,5 52,3 50,4 a
Erger® 1%
deste trabalho foi avaliar a brotação de gemas de 4. Óleo mineral 3,5% +
49,1 60,9 55,0 a 49,5 66,1 57,8 a
macieiras ‘Baigent’ sob efeito da aplicação de Erger® 2%
5. Óleo mineral 3,5% +
diferentes indutores de brotação, em Vacaria, RS. Dormex® 0,4%
30,1 42,2 36,2 ab 36,0 47,5 41,7 ab
6. Óleo mineral 3,5% +
52,7 60,6 56,6 a 59,8 62,3 61,0 a
Material e Métodos Dormex® 0,8%
Média 38,0 A 46,7 A 43,8 B 53,4 A
O experimento foi conduzido em Vacaria, RS, num Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e médias seguidas de letra
pomar comercial de macieira ‘Baigent’ sob maiúscula na linha, não diferem significativamente pelo teste Tukey a 5% de
probabilidade de erro.
portaenxerto M9, no espaçamento de 3,5 m x 0,7m,
durante o ciclo 2016/2017. O delineamento
Tabela 2. Porcentagem de brotação de gemas
experimental utilizado foi em blocos casualizados
com quatro repetições, sendo duas plantas por terminais em macieiras ‘Baigent’ em resposta ao
repetição. O esquema fatorial foi 6 x 2, sendo seis uso de diferentes indutores de brotação. Vacaria,
níveis para o fator indutor de brotação e dois níveis RS, 2017.
Brotação de gemas terminais Brotação de terminais aos 64
para o fator porção da copa (inferior e superior). Os Indutor de
brotação
aos 27 dias após a aplicação
Porção Porção Porção
dias após a aplicação
Porção
níveis do fator indutor de brotação foram: a) Inferior superior
Média
Inferior superior
Média

testemunha; b) óleo mineral 3,5%; c) óleo mineral 1. Testemunha 37,0 31,7 34,3 b 65,7 31,7 48,7 a

3,5% + Erger® 1%; d) óleo mineral 3,5% + Erger® 2. Óleo mineral 3,5% 74,4 53,3 63,8 a 70,7 43,2 57,0 a

2%; e) óleo mineral 3,5% + Dormex® 0,4%; f) óleo 3. Óleo mineral 3,5% +
Erger® 1%
62,2 52,4 57,3 a 78,0 46,4 62,2 a
mineral 3,5% + Dormex® 0,8%. Foram avaliadas as 4. Óleo mineral 3,5% +
63,3 43,4 53,4 ab 84,1 63,2 73,7 a
Erger® 2%
porcentagens de brotação de gemas axilares e de 5. Óleo mineral 3,5% +
58,4 37,9 48,1 ab 89,1 74,4 81,8 a
gemas terminais aos 27 e 64 dias após a aplicação Dormex® 0,4%
6. Óleo mineral 3,5% +
dos indutores de brotação. Os dados foram Dormex® 0,8%
78,7 58,8 68,8 a 88,1 68,3 78,2 a

submetidos à análise de variância e à análise de Média 62,3 A 46,2 B 79,3 A 54,5 B


médias pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e médias seguidas de letra
maiúscula na linha, não diferem significativamente pelo teste Tukey a 5% de
erro. probabilidade de erro.

Resultados e Discussão Conclusões


Com relação a avaliação de brotação de gemas O uso de Erger® (1% a 2%) apresenta resposta
axilares, realizada aos 27 dias após a aplicação similar ao uso de Dormex® (0,4% a 0,8%) na
(DAA), todos os tratamentos foram efetivos, exceto brotação de gemas de macieiras ‘Baigent’, quando
a aplicação de óleo mineral 3,5% + Dormex® 0,4% em combinação ao óleo mineral 3,5%.
que não diferiu da testemunha. A mesma resposta
foi evidenciada aos 64 DAA. Houve maior brotação Agradecimentos
de gemas axilares na porção superior da copa, À Embrapa, CNPq, UERGS e IFRS pelo fomento à
enquanto que a maior brotação de gemas terminais pesquisa e financiamento de bolsas de estudo.
foi observada na porção inferior da copa. O uso de
óleo mineral 3,5% isoladamente, e quando em
combinação com Erger® 1% e Dormex® 0,4%,
apresentaram maior brotação de gemas terminais
em relação às plantas-testemunha, aos 27 DAA.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência do tipo de enxertia na produção de mudas de ameixeira
Iohann M. Bauchrowitz1, Clandio Medeiros da Silva2, André F. de Oliveira3, José dos Santos Neto4, Guilherme A.
W. Mendes5, Clóvis R. Hoffmann6
1
Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG(PG); 2Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR(PQ); 3Instituto Agronômico do Paraná-
IAPAR-Polo Regional de Ponta Grossa (PQ); 4Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR (P); 5CESCAGE (IC),6Instituto Agronômico do
Paraná-IAPAR (TS). Rodovia BR Celso Garcia Cid, Km 375, Cx. P. 10.030, 86.001-970, Londrina, PR. hoffmann@iapar.br

Palavras Chave: Prunus salicina Lind., multiplicação, Okinawa, genótipo.

Introdução caroços, casos do pêssego e ameixa, sendo o


A ameixeira é uma arvore frutífera que possui dois primeiro o porta-enxerto mais utilizado para a
centros de origem distintos, sendo um deles a cultura da ameixeira (TELLES et al., 2006). Em
Europa e outro a Ásia. Esta frutífera apresentou no pêssegos Okinawa quando submetidos a diferentes
Brasil uma grande produção até os anos 80 quando tipos de enxertia realizados para a produção de
a escaldadura (Xylella fastidiosa) afetou grande mudas possui seu crescimento em torno de 101,2
parte dos pomares produtores (CASTRO et al, cm após 200 (d.a.e) (MAYER et al.,2005).
2008). Os programas de melhoramento genético
atuais vêm desenvolvendo novas pesquisas visando Tabela 01. Crescimento (cm) das mudas de ameixa
produzir novas cultivares resistentes a essa doença em diferentes datas após a realização da enxertia.
e com maiores facilidades de manejo para os Ponta Grossa – PR, 2016.
produtores. A produção de mudas de ameixeira de 15 60 120 150
qualidade visam evitar a produção de mudas Tratamento Dias Dias Dias Dias
doentes as quais irão disseminar doenças quando Fenda Cheia 0,45 a 25,00 a 76,91 a 102,95 a
não produzidas com qualidade. O tipo de enxerto Inglês
realizado para a produção de mudas é um processo Simples 0,48 ab 30,58 b 81,12 b 119,57 b
de grande importância uma vez que quando não Inglês
realizado de forma correta pode causar problemas complicado 0,57 b 21,25 b 82,93 b 127,15 b
durante o desenvolvimento das mudas ou retardar o Letras diferentes entre as colunas são significativa sobre teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
crescimento. Os tipos de enxertia mais utilizados na
produção de mudas são tipo fenda cheia, inglês Conclusão
simples e inglês complicado segundo relata Os enxertos tipo inglês simples e inglês complicado,
Fachinello et al., 2008. O objetivo do trabalho foi 150 dias após a realização da enxertia
avaliar qual o tipo de enxertia acima citado proporcionaram os maiores níveis de crescimento
apresenta melhor crescimento das mudas de das mudas de ameixa.
ameixa.
Agradecimentos
Material e Métodos Ao Pólo Regional do IAPAR na cidade de Ponta
O experimento foi realizado no Pólo Regional do Grossa-PR pela disponibilidade do local para a
Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR na cidade de realização do experimento.
Ponta Grossa-PR. O porta-enxerto utilizado para a
produção de mudas foi a variedade de pêssego Referências bibliográficas
Okinawa que foram obtidos por sementes no ano de CASTRO, L. A. S.; BARBOSA, W.; NAKASU, B. H.; Raseira, M.
C. B. AMEIXA. Em: Albuquerque, A. C. S.; Silva, A. G. (Org.).
2015. Os enxertos foram realizados em Agosto de Agricultura Tropical - Quatro décadas de inovações tecnológicas,
2016 utilizando-se o acesso 78-01-54 pertencente institucionais e políticas. 1ed. BRASÍLIA : EMBRAPA. 2008.v. 1,
ao BAG-Ameixa do IAPAR. O delineamento p. 485-491.
experimental utilizado foi o inteiramente causalizado FACHINELLO, J. C.; NACHTIGAL, J. C; KERSTEN, E.
Fruticultura fundamentos e práticas. Pelotas: Embrapa Clima
(DBC) com 3 tratamentos, sendo T1 (fenda cheia), Temperado, 2008. 183 p.
T2 (inglês simples) e T3 (inglês complicado), com 8 MAYER, N.A.; PEREIRA, F.M.; BARBOSA, J.C. Pegamento e
repetições, e conduzido em casa de vegetação. As crescimento inicial de enxertos do pessegueiro ‘Aurora-1’ em
avalições foram realizadas com um intervalo de clones de umezeiro (Prunus mume Sieb. et Zucc.) e ‘Okinawa’
[Prunus persica (L.) Batsch] propagados por estacas
tempo de, 15 60,120 e 150 dias após a realização herbáceas. Rev. Bras. Frutic, v. 27, n. 1, p.102-106, 2005.
das enxertias (d.a.e), e a variável analisada foi o TELLES, C. A. et al. Sobrevivência e crescimento de mudas de
crescimento do ramo novo. pessegueiro interenxertadas. Rev. Bras. Frutic, v.28, n.2, p. 297-
300, 2006.
Resultados e Discussão
Os resultados apresentados na tabela 1 mostram
que 15 (d.a.e) a enxertia pelo método inglês
complicado apresentou um desenvolvimento inicial
com melhores resultados com relação aos outros
tipos de enxerto. Esse fato ocorre até a última data
de avaliação com 150 (d.a.e). A enxertia é uma
técnica de grande importância nas frutíferas de

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produção de macieiras cultivar Gala tratadas com extrato de alga Ascophyllum
nodosum e thidiazuron
Anelise M. de Sousa1, Renato V. Botelho2, Ricardo Ayub³
1UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa (PG). Av General Carlos Cavalcanti 4748, CEP:84030-900, Ponta Grossa, PR.
anemsousa@gmail.com; ²UNICENTRO – Universidade Universidade Estadual do Centro-Oeste (PQ) R. Salvatore Renna, 875, CEP:
85015-430, Guarapuava – PR; ³ Universidade Estadual de Ponta Grossa (PQ). Av General Carlos Cavalcanti 4748, CEP:84030-900,
Ponta Grossa, PR.

Palavras Chave: Ascophyllum nodosum, produção macieira, extrato de algas, manejo orgânico

Introdução 12,5% na produtividade. No entanto, não se diferiu


O uso de extratos de algas marinhas é uma estatisticamente dos demais tratamentos.
alternativa ao uso de produtos sintéticos, reduzindo
o impacto ambiental. Os bioestimulantes derivados Tabela 1. Produtividade por planta (kg) de macieiras
do extrato de Ascophyllum nodosum são cultivar Gala tratadas com TDZ e extrato de
constituídos por vários fitohormônios, principalmente Ascophyllum nodosum.
auxinas e citocininas, (ZHANG, 2004), giberelinas, Produtividade por planta (kg)
ácido abscísico, ácido jasmônico, poliaminas e
Tratamento 2015/2016 2016/2017 Cumulativo
alginatos (TARAKHOVSKAYA et al., 2007) e já
demonstrou promover o desenvolvimento vegetal e Testemunha 30,42 ab 21,43 b 51,84 b
a produção de diversos cultivos. O thidiazuron é TDZ 10 mg.L-1 28,44 b 25,07 a 53,50 ab
uma feniluréia sintética que mostra atividade
citocinínica. A ação específica destes produtos TDZ 15 mg.L-1 27,65 c 27,00 a 54,64 ab
sobre o aspecto produtivo de plantas frutíferas de A. nodosum 0,1% 30,72 ab 25,21 a 55,93 ab
clima temperado, ainda é pouco explorada. Para
tanto, este estudo tem como objetivo analisar a A. nodosum 0,2% 30,53 ab 24,52 ab 55,05 ab
produção de macieiras cultivar Gala tratadas com A. nodosum 0,3% 32,60 a 25,68 a 58,28 a
extrato de alga A. nodosum e thidiazuron (TDZ).
A. nodosum 0,4% 30,98 ab 24,34 ab 55,32 ab
Material e Métodos A. nodosum 0,6% 28,96 b 24,60 ab 53,56 ab
O experimento foi conduzido no município de Porto
CV (%) 7,38 9,46 6,48
Amazonas-PR, durante as safras 2015/2016 e
2016/2017, utilizando-se macieiras da cultivar Gala. Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não
diferem estatisticamente pelo teste de Duncan (p≤0,05).
No estádio fenológico F2 (plena floração, com 70%
das flores abertas) as plantas foram pulverizadas Conclusões
com os seguintes tratamentos: T1: Testemunha; T2: Sob as condições estudadas a aplicação dos
TDZ 10mg.L-1; T3: TDZ 15 mg.L-1; T4: A. nodosum produtos thidiazuron e extrato de algas A. nodosum
0,1%; T5: A. nodosum 0,2%; T6: A. nodosum 0,3%; em plena floração foi eficiente em promover o
T7: A. nodosum 0,4% e T8: A. nodosum 0,6%. O aumento de produtividade de macieiras cultivar
delineamento experimental foi o de blocos ao acaso Gala.
com 8 tratamentos e 5 repetições, com parcela
experimental constituída por 1 planta. Na ocasião da Agradecimentos
colheita foi determinada a produtividade por planta À CAPES pela concessão de bolsa de estudo.
com auxílio de balança digital. Os dados foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) e as Referências bibliográficas
médias foram comparadas pelo teste de Duncan ZHANG, X.; ERVINE, E. H. Cytokinin-containing seaweed and
humic acid extracts associated with Creeping bent grass leaf
(p≤0,05) utilizando o programa Assistat (SILVA; cytokinins and drought resistance. Crops, v. 44, p. 1737-1745,
AZEVEDO, 2016). 2004. http://dx.doi.org/10.2135/cropsci2004.1737
TARAKHOVSKAYA, E.R.; MASLOV, Y.I.; SHISHOVA, M.F.
Resultados e Discussão Phytohormones in algae. Russian Journal of Plant Physiology,
Analisando-se a produtividade por planta no ciclo Moscow, v.54, p.163-170, 2007
2015/2016, observou-se que o tratamento com SILVA, F.A.S.; AZEVEDO, C.A.V. The Assistat Software Version
7.7 and its use in the analysis of experimental data. African
extrato de A. nodosum na dose de 0,3% foi Journal of Agricultural Research, v.11, n.39, p. 3733-3740, 2016
significativamente superior ao tratamento A.
nodosum 0,6% e ao TDZ nas doses de 10 e 15mg.L-
1. No ciclo 2016/2017 observou-se que o tratamento

com TDZ na dose de 15mg.L-1 proporcionou


aumento de produtividade de 25% quando
comparado a testemunha. Analisando-se a
produtividade acumulada nos dois ciclos observa-se
que o tratamento com extrato de A. nodosum na
dose de 0,3% foi significativamente superior quando
comparado à testemunha com um aumento de

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito do raleio mecânico em pessegueiro ‘Maciel’
Caroline F. Barreto1*, Leticia V. Ferreira1, Renan Navroski1, Francisco J.M. Pereira2, Luis E.C. Antunes2
1UFPel– Universidade Federal de Pelotas (PG). Campus Capão do Leão, 96010-900. carol_fariasb@hotmail.com; ² EMBRAPA –
Embrapa Clima Temperado (PQ), Pelotas, Rodovia BR 392, km 78. Pelotas, 96010-971, Pelotas – RS.

Palavras Chave: produção, frutificação, Prunus persica (L.)

Introdução Tabela 1. Porcentagem de raleio e frutificação


Entre as várias técnicas que os pomares de efetiva de pessegueiros ‘Maciel’ submetidos a
pessegueiro exigem, o raleio é a prática que mais diferentes métodos de raleio
demanda mão de obra. Através desta prática retira- Porcentagem Frutificação
se o excesso de flores ou frutos de uma planta, com Métodos de raleio
de raleio efetiva (%)
o objetivo de melhorar a qualidade, aumentar o valor
Raleio manual 38,75 b 32,29 b
comercial e reduzir a alternância de produção. No
entanto, ainda que o raleio seja uma técnica que Equipamento Arvipo 46,28 ab 36,71 a
proporcione diversos benefícios, trata-se de uma Equipamento derriçadeira 52,68 a 35,03 a
operação onerosa. No pessegueiro, é realizado Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na coluna,
manualmente (Simões et al., 2013) e demanda diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de
tempo, e assim encarece os custos de produção erro.
(Mcartney et al., 2012). O raleio mecânico pode ser
uma opção para reduzir o número de frutos em Tabela 2. Massa média por planta e número de
plantas de pessegueiro e reduzir a mão de obra. frutos por planta de pessegueiros ‘Maciel’
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o a submetidos a diferentes métodos de raleio
eficiência de dois equipamentos no raleio mecânico Massa Número de
de pessegueiro. Métodos de raleio
média por frutos por
planta (Kg planta (fruto
Material e Métodos planta-1) planta-1)
O experimento foi realizado na safra de 2016/2017 Raleio manual 26,30 a 185,54 ns
em Pelotas, RS, na área experimental pertencente a
Embrapa Clima Temperado. A cultivar utilizada foi a Equipamento Arvipo 20,52 b 154,46
Maciel enxerta sobre o porta-enxerto ‘Capdeboscq’, Equipamento derriçadeira 28,03 a 179,73
com espaçamento de 3,0 x 5,0m e sistema de Médias seguidas por letras distintas, minúsculas na coluna,
condução em vaso. O delineamento experimental diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de
utilizado foi em blocos casualizados, com três erro.
tratamentos de raleio, com quatro repetições e duas Conclusões
plantas por parcela. Os tratamentos foram: raleio
O raleio mecânico pode ser uma alternativa viável
manual aos 40 dias após a plena floração, raleio
para a cultura do pessegueiro. Os equipamentos
mecânico de flores na plena floração dos
testados são eficientes no raleio de pêssegos.
pessegueiros com o equipamento da marca Arvipo
AF100 e o equipamento derriçadeira marca STIHL®. Agradecimentos
Avaliou-se: porcentagem de raleio, sendo contado o Ao CNPQ e a CAPES.
número de frutos antes e depois do raleio em seis
ramos marcados; frutificação efetiva, sendo Referências bibliográficas
marcados seis ramos mistos por planta, dos quais Simões, M.P.; Vuleta, I. e Belusic, N. Monda mecânica de flores
foram contados o número de flores e o número de com equipamento electro’flor em pessegueiros da cultivar ‘Rich
frutos no momento da colheita, sendo expressa em Lady’ Peach flowers thinning with the electro’flor equipment in
‘Rich Lady’ cultivar. Revista de Ciências Agrárias, 2013, v. 363,
porcentagem; massa média e número de frutos por p. 297-302.
planta, na colheita. Os dados foram submetidos à Mcartney, S.J.; Obermiller, J.D.; Arellano, C. Comparison of the
análise de variância e à análise de médias pelo teste effects of metamitron on chlorophyll fluorescence and fruit set in
Tukey, a 5% de probabilidade de erro. apple and peach. HortScience, 2012, v.47, p.509-514.

Resultados e Discussão
A porcentagem de raleio foi maior quando utilizado o
equipamento derriçadeira em relação ao raleio
manual de pessegueiros. Na frutificação efetiva os
dois equipamentos testados neste experimento
apresentaram maiores porcentagens em relação ao
raleio manual. A massa média de frutos por planta
foi maior quando realizou-se o raleio manualmente
aos 40 dias após a plena floração e com o
equipamento derriçadeira na plena floração. No
entanto, para o número de frutos por planta não
houve diferença entre os métodos de raleio.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Crescimento e acumulo de nutrientes em pessegueiro cultivados com diferentes
soluções nutritivas
Valmor J. Bianchi1, Ricardo E. Muraro1, Marcos A. C. de Lima1, Aline G. Souza1

(1) Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Universidade Federal de Pelotas, Instituto de Biologia, Depto de Botânica, Campus

Universitário S/N, Professor Universitário. Capão do Leão, RS. CEP: 96010-900, Brasil. valmorjb@yahoo.com,
ricardoernestomuraro@hotmail.com, marcos20aurelio@yahoo.com.br, alineufla@hotmail.com

Palavras Chave: Nutrição mineral, macronutrientes, porta-enxerto, Punus persica L. Bastch.

Introdução e 21%, respectivamente (Tabela 2). Tanto para SN1


Os minerais, embora requeridos em pequenas quanto SN2, os macronutrientes nas folhas (Tabela
quantidades, são fundamentais para o desempenho 2) seguiram a respectiva ordem decrescente de
das funções metabólicas das células vegetais. O acúmulo: N>Mg>K>P>S. De maneira geral,
adequado suprimento mineral é fator determinante verificou-se que o aporte nutricional pela SN1 e SN2
para o cultivo de plantas frutíferas, especialmente na foi suficiente para atender a demanda da cultura,
produção de porta-enxertos e mudas, visando o visando garantir a antecipação de produção, a
máximo crescimento em curto espaço de tempo. No qualidade morfológica e nutricional das plantas.
Brasil, o estímulo recente para o uso de novos
porta-enxerto de Prunus persica têm demandado Tabela 1. Valores médios de altura (H), diâmetro do
pesquisas sobre as melhores práticas da adubação coleto (DC), massa seca da raiz (MSR), massa seca
mineral, visando otimizar a produção de mudas em da parte aérea (MSPA) de porta-enxertos de
diferentes condições de cultivo. Uma das estratégias ‘Okinawa-roxo’ cultivados por 90 DAT com aplicação
para monitorar e identificar as necessidades de diferentes soluções nutritivas
H DC MSR MSPA
nutricionais, dessa espécie, é a quantificação dos Sn1 98,4a 6,57a 11,19a 25,67a
teores foliares de nutrientes, sendo importante Sn2 79,3b 5,08b 9,92b 20,36b
característica para auxiliar no manejo fitotécnico da CV% 5,8 6,6 6,4 6,1
cultura. Neste sentido, objetivou-se avaliar o Na coluna, médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre
crescimento e o acúmulo foliar de macronutrientes, si pelo teste de Tukey (p≤0,05%)
em porta-enxertos da cv. Okinawa roxo, em
resposta à diferentes soluções nutritivas em casa de Tabela 2. Valores médios de acúmulo de
vegetação. macronutrientes (g planta-1) em pessegueiro aos 90
dias após o transplantio com diferentes soluções
Material e Métodos nutritivas
Plantas do porta-enxerto ‘Okinawa-roxo’, com 15 cm SN N P K Ca Mg S
de altura, foram transplantados para sacolas de Sn1 502,01a 51,23a 297,31a 110,22a 382,1a 17,23a
plástico (2,0 L) contendo como substrato areia Sn2 382,02b 40,25b 221,36b 98,56b 321,23b 15,21b
média. As plantas receberam semanalmente três CV% 2,36 1,89 2,01 1,23 1,54 1,05
regas de 50 mL das seguintes soluções nutritivas: Na coluna, médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre
Sn1- Souza et al. (2011) e Sn2- Hoogland & Arnon si pelo teste de Tukey (p≤0,05%)
(1950). O experimento foi unifatorial, com dois níveis
e quatro repetições, em delineamento inteiramente Conclusões
casualizado. Aos 90 Dias Após o Transplantio (DAT) A adubação mineral com a Sn1 permite antecipar a
avaliou-se a altura e o diâmetro do caule das plantas produção de porta-enxertos de ‘Okinawa roxo’ com
(a 10 cm acima do substrato), a massa seca de raiz melhor qualidade morfológica e nutricional.
e da parte aérea. Os teores de macronutrientes nas A SN1 e SN2 não modifica a dinâmica de absorção
folhas foram analisados conforme Malavolta et al. dos nutrientes de porta-enxertos de ‘Okinawa roxo’ e
(1997). O acúmulo de cada nutriente foi calculado a quantidade acumulada obedece à seguinte ordem
multiplicando-se a massa seca pelo teor de cada para os macronutrientes: N>Mg>K>P>S.
nutriente. Realizou-se à análise de variância dos
dados com o software Sisvar (Ferreira, 2011), e Referências bibliográficas
comparação de médias pelo teste de Tukey Hoagland, D. R. e Arnon, D. I. The waterculture method for
growing plants without soil. Berkeley, CA: Agric. Exp. Stn., Univ.
(p<0,05). of California. 1950. 78 p.(Circ. 347).
Souza, A. G.; Chalfun, N. N. J., Faquin, V. e Souza, A. A.
Resultados e Discussão Production of peach grafts under hydroponic conditions. Ciência
Os maiores valores das variáveis de crescimento e Agrotecnologia, 2011, 35, 322-326.
em plantas de ‘Okinawa roxo’ foram registrados no
tratamento com a aplicação da Sn1 (Tabela 1).
Evidenciou-se também maior acúmulo dos
nutrientes na biomassa da parte aérea das plantas
de Okinawa-roxo com a solução nutritiva Sn1.
Potássio foi o nutriente com o maior acúmulo
diferencial nas folhas, 25% maior nas plantas
tratadas com SN1, em relação às tratadas com SN2,
seguido por N e P, com acúmulo diferencial de 23%

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação de práticas de manejo na cultura do pessegueiro (Prunus persica)

Sara Carolina Miglioranza1*, Luciano Picolotto2, Claudemar H. Herpich1, Sebastião T. D. Santos1

¹Universidade Federal de Santa Catarina-Campus Curitibanos (IC). Rodovia Ulysses Gaboardi, Km 3, Cx.P. 101, 89520-000,
Curitibanos – SC. saramiglioranza@hotmail.com, ² Universidade Federal de Santa Catarina Campus Curitibanos (PQ), Rodovia
Ulysses Gaboardi, Km 3, Cx.P. 101, 89520-000, Curitibanos – SC.

Palavras Chave: Prunus, pêssego, poda, raleio.

Introdução SS/AT teve o mesmo comportamento dos SS com


O pessegueiro pertence à família Rosaceae, valores maiores nos tratamentos 2 e 4. No pH do
subfamília Prunoidea, gênero Prunus e subgênero suco o destaque foi frutos de plantas com poda de
Amygdalus. Todas as cultivares comerciais de inverno e de verão mais a prática de raleio. Essas
pêssego pertencem à espécie Prunus persica (L.) informações remetem à importância da poda e raleio
Batsch (GONÇALVES, 2011). A qualidade dos na obtenção de frutos de qualidade que, de acordo
frutos destas cultivares depende, dentre outros com Silva (2015), essas práticas modificam a
fatores, das práticas culturais realizadas, tais como quantidade de carboidratos essenciais ao
o raleio de frutos e a poda das plantas. O raleio de crescimento dos frutos e proporciona maior
frutos na cultura é uma das práticas mais regularidade de produção. Possivelmente que,
importantes para a obtenção de frutos de qualidade. quanto maior a quantidade de frutos em uma planta,
A época mais apropriada para a realização desta menos reservas estes irão apresentar, alterando a
prática é no início do desenvolvimento dos frutos, qualidade pós-colheita dos frutos.
quando já tenha ocorrido o pegamento efetivo
destes, até que atinjam cerca de 2,0 cm de diâmetro Tabela 1. Acidez titulável (AT), sólidos solúveis
(SEGANTINI, 2010). A poda é a arte e a técnica de (SS), Relação SS/AT e pH do suco em frutos de
orientação e educação das plantas, de modo pessegueiro cultivar Chiripá Precoce.
compatível com o fim que se destina. Conforme a UFSC/Campus de Curitibanos/SC, 2017.
época de realização e a fase de desenvolvimento da Tratamento AT SS Relação pH
planta, a poda recebe denominações específicas. (% ác. (°Brix) SS/AT
Quanto à época do ano, a poda pode ser de inverno cítrico)
ou seca e de verão ou verde (SALAYA, 1999; 1 0,56a 7,33c 13,35c 4,17b
GUSTI, 2004). O objetivo do trabalho foi avaliar os 2 0,43b 9,27a 23,13a 4,18b
efeitos do raleio de frutos e dos diferentes tipos de 3 0,46b 7,77b 16,90b 4,10b
poda na qualidade físico-química dos frutos. 4 0,38c 9,17a 25,18a 4,36a
Material e Métodos C.V (%) 14,94 4,46 19,75 4,13
*Médias seguidas por letras iguais na coluna não diferem entre si
O experimento foi realizado em 2016 em um pomar a 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
de pêssegos, de sete anos de idade, da cultivar
Chiripá precoce, localizado em Videira/SC. O Conclusões
espaçamento utilizado para o plantio foi de 4x3m. O raleio de frutos melhora os SS e a relação SS/AT.
Os tratamentos realizados foram: T1= Poda de
inverno, sem raleio, T2=Poda de inverno, com raleio, Referências bibliográficas
T3= Poda de inverno e de verão, sem raleio e AGUSTI, M. Fruticultura. Madrid: Ediciones Mundi-Prensa, p.
493. 2004.
T4=Poda de inverno e de verão, com raleio. O
GONÇALVES, M. A. Tipo e época de poda no
delineamento experimental adotado foi o desenvolvimento vegetativo, produção e qualidade de
inteiramente casualizado, em um fatorial 3x2x2, ou pêssego. 2011. 94f. Dissertação–Programa de Pós-Graduação
seja, três blocos, dois tipos de poda (inverno e em Agronomia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS.
inverno + verão) e raleio (com e sem). Cada SEGANTINI, D. M. Fenologia, produção e qualidade dos
tratamento teve quatro repetições, em cada bloco. frutos de cultivares de pessegueiro (Prunus persica L.
Bastch) em São Manuel – SP. 2010. 84 f. Dissertação
As variáveis avaliadas foram pH, teor de sólidos (Mestrado em Agronomia/Horticultura) - Faculdade de Ciências
solúveis (SS), acidez titulável (AT) e relação SS/AT. Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2010.
As análises foram realizadas no laboratório da SILVA, F. O. R. Poda e raleio de frutos na produção e
Universidade Federal de Santa Catarina, Campus fenologia em pessegueiro ‘suncrest’, 2015. 41 f. Tese -
Curitibanos. Os resultados foram submetidos à Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Federal d
Lavras, 2015.
análise de variância, sendo as variáveis
significativas, submetidas ao Teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
Resultados e Discussão
Nas variáveis avaliadas observaram-se diferenças
significativas (Tabela 1). Na AT verificou-se maior
valor em plantas que se realizou a poda de inverno
sem raleio. No SS o destaque foi com os
tratamentos 2 e 4, ou seja, poda de inverno + com
raleio e poda de inverno + verão + raleio. A relação

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Enxertia de mesa de videira cv. Niágara Rosada/Paulsen 1103 sob diferentes
tempos de armazenamento e temperaturas de estratificação
Rafael Henrique Pertille¹, Marcos Robson Sachet², Marieli Teresinha Guerrezi1, Alan Kenedy Perufo¹, Jonatan
Basso¹, Bruna Hasse Cerny3, Idemir Citadin4
1UTFPR – Câmpus Pato Branco, (IC), Via do Conhecimento Km 1, 85.503-390, Pato Branco, PR. e-mail: henriquepertille@gmail.com;
2UFRR – Câmpus Murupu, (PQ), BR-174 Km 37, 69.300-000, Boa Vista, RR; 3UTFPR – Câmpus Pato Branco, (PG), Via do
Conhecimento Km 1, 85.503-390, Pato Branco, PR; 4UTFPR – Câmpus Pato Branco, (PQ), Via do Conhecimento Km 1, 85.503-390,
Pato Branco, PR.

Palavras Chave: Vitis labrusca, propagação, enxertia de mesa.

Introdução estratificação apresentaram maior percentual de


A expansão e viabilidade do cultivo de uvas depende sobrevivência, em comparação com os enxertos
de muitos fatores e um dos principais é o uso de submetidos a temperatura de 24°C, semelhante ao
mudas de qualidade. A enxertia de mesa é o método obtido por Maroli et al. (2014), com cv.
mais utilizado nos países de produção vitícola, Bordô/Paulsen 1103. Os enxertos que foram
porém no Brasil a técnica ainda é pouco utilizada submetidos a temperatura de 24°C na estratificação
(Regina et al., 2012). Deste modo, objetivou-se brotaram antecipadamente, gastando as reservas da
estudar o tempo de armazenamento das estacas à estaca, diminuindo as chances de sobrevivência
5°C e a temperatura ótima para a soldagem da quando plantadas.
enxertia na estratificação.
Tabela 1. Sobrevivência de enxertos de videira cv.
Material e Métodos Niágara Rosada/Paulsen 1103 submetidos a 4
O experimento foi realizado com a cultivar Niágara tempos de armazenamento e duas temperaturas de
Rosada e Paulsen 1103 (porta-enxerto). Os ramos estratificação. UTFPR, Pato Branco, 2017.
foram coletados de matrizeiros da EPAGRI (Paulsen
1103) no dia 21/05/2016 e da UTFPR (Niágara). O Tratamentos Sobrevivência (%)
material vegetal foi armazenado em câmara fria por Tempo de armazenamento (meses)
zero, um, dois e três meses a 5ºC, com a base
imersa em água. No final de cada período, o 0 85,00ns
material foi desinfestado com solução de hipoclorito 1 78,12
de sódio (1%) e álcool 70%. Os porta-enxertos 2 81,25
foram seccionados em estacas de
aproximadamente 25 a 30 cm de comprimento com 3 80,00
todas as gemas removidas. Em seguida foi realizado Temperatura de estratificação
a enxertia do tipo garfagem de topo com seção de
19°C 89,37 a
uma única gema (7cm). O local da enxertia foi
protegido com fita parafinada biodegradável. Os 24°C 72,81 b
enxertos então foram armazenados em recipientes CV (%) 35,23
com água, sob uma temperatura de 19°C e de 24°C
Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem
para a estratificação durante 21 dias. Após o significativamente pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de
período de estratificação, os enxertos tiveram sua erro. ns Não significativo pelo teste F.
base mergulhada em solução de AIB (2000 mg L-¹) e
foram plantados em recipientes com substrato Conclusões
comercial e irrigados por meio de gotejamento em Os ramos podem ser armazenados por até três
casa de vegetação. Após 150 dias foi avaliado a meses à 5°C, em condição de alta umidade. A
sobrevivência das plantas. O delineamento melhor temperatura para a estratificação para a
experimental foi de blocos ao acaso, em sistema soldagem dos enxertos foi 19°C
fatorial 2x4 (tempo de armazenamento -
temperatura de estratificação) com quatro Agradecimentos
repetições. Cada parcela consistia de 20 enxertos. À UTFPR, à EPAGRI e ao extensionista da
Os dados foram submetidos à análise de variância e EMATER Lari Maroli pelo apoio no processo de
as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de enxertia.
probabilidade de erro.
Referências bibliográficas
Resultados e Discussão Maroli, L.; Citadin, I.; Sachet, M. R.; Scariotto, S.; Wagner Junior,
A. Revista Brasileira de Fruticultura. 2014, v. 36, n. 3.
O tempo de armazenamento do material vegetal não Regina, M. A.; Souza, C. R.; Dias, F. A. N. Revista Brasileira de
influenciou na sobrevivência dos enxertos (Tabela Fruticultura. 2012, v. 34, n. 3.
1). Isso significa que os ramos podem ser coletados
em maio, armazenados por até três meses em
condições de alta umidade à 5°C e a enxertia
poderá ser feita ao longo desse período, sem
prejudicar a sobrevivência dos enxertos. Os
enxertos submetidos a temperatura de 19°C na

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Doses de cianamida hidrogenada e de extrato de alho na antecipação da colheita e
na produtividade da videira cultivar BRS Violeta
Camila R. Wuaden1*, Alfredo Castamann2, Flávio J. Simioni3

1UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. camila_wuaden@hotmail.com. 2 UFFS (PQ).
Rodovia ERS, Km 135, 200, 99700-000, Erechim - RS. 3UDESC (PQ). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000,
Lages-SC.

Palavras Chave: Antecipação da colheita, Extrato de alho, Cianamida hidrogenada, BRS violeta.

Introdução e nos dias entre a poda e a colheita, tanto para CH


Durante o inverno as videiras entram em estado de (Tabela 1) como para EA (Tabela 2), a 5% de
dormência e para iniciarem, naturalmente, uma nova significância.
brotação na primavera, necessitam de um período
de frio, que varia conforme a cultivar. Quando isso Tabela 1. Produtividade(kg/planta), número de
não ocorre, as videiras podem apresentar problemas cachos e dias entre a poda e a colheita em relação a
na brotação e floração, interferindo negativamente diferentes doses de CH.
na produtividade (Dokoozlian, 1999). Em regiões Dose (mL L-1) Produção (Kg) Nº Cachos Dias
tropicais e subtropicais, dificilmente se atinge a 0 4,46 a* 79,66 a 143,33 a
quantidade de horas de frio necessárias para induzir 10 3,85 a 78,00 a 148,33 a
a brotação da forma desejada. Por isso é necessário 20 3,53 a 67,66 a 144,33 a
o uso de substâncias reguladoras do crescimento 40 3,97 a 72,33 a 153,00 a
vegetal como a cianamida hidrogenada (CH) e, em 60 3,15 a 55,66 a 147,66 a
*Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si,
cultivos orgânicos, o extrato de alho (EA) (Botelho,
pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade de erro.
2010). Porém, em alguns locais e para algumas
cultivares, somente a prática da poda estimula o Tabela 2. Produtividade (kg/planta), número de
início da brotação. Como não foram encontrados cachos e dias entre a poda e a colheita em relação a
estudos específicos relativos à cultivar, neste local, diferentes doses de EA.
o objetivo deste trabalho foi verificar o efeito de Dose (mL L-1) Produção (Kg) Nº Cachos Dias
diferentes doses de cianamida hidrogenada e de
0 4,46 a* 79,66 a 143,33 a
extrato de alho na antecipação da colheita e na
25 4,07 a 67,33 a 143,33 a
produtividade da videira cultivar BRS Violeta. 50 4,24 a 63,00 a 140,00 a
Material e Métodos 75 4,13 a 73,00a 143,00 a
100 6,33 a 88,66 a 137,66 a
O experimento foi realizado em uma propriedade no *Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si,
município de Peritiba-SC. Foram utilizadas plantas pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade de erro.
de videiras cultivar BRS Violeta, durante o ciclo
2014/2015. O delineamento experimental foi Conclusões
inteiramente casualizados, com arranjo dos A cultivar BRS Violeta, nesta safra, cultivada neste
tratamentos em esquema fatorial e três repetições, local, não respondeu aos produtos testados para as
sendo cada planta uma parcela. Os tratamentos variáveis produção, número de cachos e dias entre
consistiram em um controle sem nenhum a poda e colheita. Isoladamente a prática da poda foi
tratamento, 4 doses de CH, 10, 20, 40, 60 mL L-1 e 4 capaz de quebrar a dormência das plantas.
doses de EA, 25, 50, 75 e 100 mL L-1. A CH teve
como fonte o produto comercial Dormex®, que Agradecimentos
possui 49 % deste ingrediente ativo em sua UFFS pelo fomento à pesquisa e financiamento de
formulação. O EA foi obtido por meio da trituração bolsas de estudo.
dos bulbos em uma centrifuga de frutas. A aplicação
dos produtos foi feita 24 horas após a poda de Referências bibliográficas
Botelho, R.V. et al. Garlic extract improves budbreak of the
produção (08/07/14), com o auxílio de um pincel, no ‘Niagara Rosada’ grapevines on sub-tropical regions. Ciência
estádio fenológico botão dormente. Foram avaliadas Rural, 2010, v.40, n.11, p.2282-2287, nov. 2010.
a seguintes variáveis-resposta: o número de dias da Dokoozlian, N.K. Chilling temperature and duration interact on
poda até a maturação/colheita, a produtividade the budbreak of ‘Perlette’ grapevine cuttings. HortScience, 1999,
(kg/planta) e o número de cachos por planta. Os v.34, n.6, p.1054-1056.
dados foram submetidos à análise de variância e as
médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a
5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
Considerando os dados das análises de regressão e
também os testes de Tukey que comparam as
médias entre si, pode-se constatar que as diferentes
doses não provocaram diferenças estatisticamente
significativas no peso da produção, no nº de cachos

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Modelos para estimativa de área foliar para videira ‘Helios’ cultivada em São
Joaquim/SC

Angela Costa1, Márcia Denise Rossarolla2, Tiago Camponogara Tomazetti2, Vinícius Cauê Liberato1, Alberto
Fontanella Brighenti3, Leocir José Welter4, Aparecido Lima da Silva5
1Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências Agrárias (UFSC – CCA) (IC), Avenida Admar Gonzaga, 1.346, 88034-

000, Itacorubi, Florianópolis, SC, angela_jba@hotmail.com; ²UFSC – CCA, Recursos Genéticos Vegetais (PG); 3Epagri - Estação
Experimental de São Joaquim (PQ); 4UFSC campus Curitibanos (PQ), 5UFSC – CCA, Recursos Genéticos Vegetais (PQ).

Palavras Chave: Vitis vinifera L., fruticultura, vitivinicultura, modelagem, ecofisiologia.

Introdução estimar a área foliar com precisão a partir de


O cultivo de videiras viníferas é um mercado em qualquer dimensão, contudo a combinação da
forte expansão no Brasil, principalmente para nervura principal com largura apresentou o melhor
abastecer o mercado interno que ainda é ajuste, quando medida somente uma dimensão,
dependente da importação deste produto de países recomenda-se o uso da nervura principal (Tabela 1).
vizinhos na América do Sul. Dentre as regiões de O IDF foi de 0,45, representando 0,35% da área
cultivo, destaca-se a serra e planalto catarinense, foliar média.
devido as suas características únicas em condições
edafoclimáticas, contudo, para melhor exploração
destas áreas é necessário o melhor conhecimento
de novas variedades a serem cultivadas neste local.
Neste contexto, a resposta fisiológica de área foliar
é importante sobre o ponto de vista de acumulação A B
de reservas para produção e qualidade enológica.
Assim, a variedade Helios (MERZLING X
FREIBURG 986-60), oriunda do melhoramento
genético apresenta-se como uma opção para
produção de vinhos finos neste ambiente, contudo,
C D
não há informações a respeito de suas respostas
ecofisiológicas na serra catarinense, devido a isto,
objetivou-se com este trabalho desenvolver modelos
Figura 1. Dispersões da área foliar modelada de
lineares para estimativa não destrutiva da área foliar
acordo com: A) nervura principal; B) largura da
da videira ‘Helios’.
folha; C) media das nervuras laterais e D) produto
Material e Métodos entre nervura principal e largura das folhas
O experimento foi realizado com 100 folhas maiores
de 3 cm (nervura principal) coletadas aleatoriamente Tabela 1. modelos para estimativa da área foliar em
em plantas da variedade Helios cultivada em São videira ‘Helios’ através de suas dimensões foliares
Joaquim, as folhas foram mensuradas em suas Dimensão r Modelo
dimensões de comprimento das nervuras, principal Nervura principal (NP) 0,96 24,66 NP – 92,03
(NP), laterais (NL 1 e NL 2 ) e largura da folha, que Nervuras laterais (NL) 0,95 29,84 NL – 112,03
consistiu na distância (cm) entre as extremidades Largura (L) 0,94 19,09 L – 105,5
das nervuras periféricas, logo, estas folhas tiveram NP x L 0,98 1,06 NPxL – 5,06
sua área mensurada (cm2) em um scanner de área
foliar (ADC-AM-300). As dimensões mensuradas Conclusões
das folhas foram correlacionadas linearmente com Para estimativa da área foliar em videira ‘Helios’,
os valores de área foliar real, para obtenção das recomenda-se o uso em conjunto das medidas de
equações de ajuste, o valor de comprimento das nervura principal e largura da folha, ou somente
nervuras laterais foi transformado para média das nervura principal, devido ao melhor ajuste destes à
medidas destas nervuras, também foi estimado o área foliar desta cultivar.
índice de deformação foliar (IDF), obtido através da
Agradecimentos
equação:
IDF = (∑(NL-MNL)2)/n À UFSC, Epagri e FAPESC pelo apoio neste
trabalho.
Em que, NL é o comprimento da nervura lateral 1,
MNL é a média das nervuras laterais e n é o número Referências bibliográficas
de folhas mensuradas. Como estimativa do erro, foi Tomazetti, T. C. Modelos de determinação não-destrutiva da
área foliar de videiras, 33p. 2013.
utilizado o coeficiente de correlação de Pearson (r)
da área foliar real modelada pelas dimensões
mensuradas.
Resultados e Discussão
Todas as dimensões mensuradas apresentaram boa
correlação com a área foliar (Figura 1), permitindo

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso de Erger® associado ao nitrato de cálcio na produção e qualidade de uvas
‘Niagara Rosada’ cultivadas em Botucatu, SP

Charles Y. Watanabe1, Giovanni M. A. G. Coser1, Marlon J. R. da Silva1, Marco A. Tecchio2, Fernando J.


Hawerroth3, Mayumi N. Alboléa4
1UNESP (PG). Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-307, Botucatu-SP. E-mail: cyukwat@hotmail.com. 2UNESP (PQ). Rua
José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-307, Botucatu-SP. 3EMBRAPA Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado,
Cx.P. 177, CEP 95200-000. Vacaria, RS. 4UNESP (IC). Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-307, Botucatu-SP.

Palavras Chave: Vitis labrusca, indução de brotação, cianamida hidrogenada.

Introdução e acidez titulável, que apresentou regressão linear


A busca por produtos alternativos para a quebra de decrescente.
dormência de frutíferas de clima temperado, que
possuam alta eficiência de brotação, menor risco ao Tabela 1. Produção, produtividade e número de
ambiente e a saúde humana, impulsiona pesquisas cachos por planta em videiras ‘Niágara Rosada’
no setor vitícola. O Erger®, fertilizante mineral, vem submetidas a doses de indutores de brotação.
sendo testado em fruteiras temperadas como Botucatu, 2016.
exemplo em macieiras, onde a combinação dele N de
Dose Produção Produtivida
com o nitrato de cálcio apresentou resultados Tratamentos cachos
(%) (Kg planta-1) de (t ha-1)
similares quando comparado com a cianamida planta-1
hidrogenada (HAWERROTH et al., 2010). O objetivo
deste trabalho foi avaliar a eficácia agronômica de 0 1,08 b 4,3 b 4,5 b
Testemunha
substâncias para a superação da dormência da
videira Niágara Rosada.
Dormex® 5 3,79 a 15,2 a 20,5 a
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Pomar didático da Nitrato de 4+0 4,76 a 19,0 a 24,2 a
Universidade Estadual Paulista (UNESP), no cálcio +
®
município de Botucatu-SP, no ciclo 2016/2017. A cv. Nitrato de 4+2,5 3,13 ab 12,5 ab 18,0 a
Niágara Rosada sobre o porta-enxerto IAC 766 foi cálcio +
®
podada dia 15 de agosto, sendo realizado os Nitrato de 4+5 5,12 a 20,5 a 25,6 a
tratamentos imediatamente após a poda. O cálcio +
®
delineamento experimental utilizado foi em blocos Nitrato de 4+7,5 2,85 ab 11,4 ab 18,5 a
casualizados, com seis tratamentos, cinco cálcio +
®
repetições. Os tratamentos foram: 1) Testemunha CV (%) 35,0 35,0 22,2
(sem aplicação); 2) Dormex® (5%); 3) Erger® 0% + DMS 2,4 9,6 8,2
Nitrato de cálcio 4%; 4) Erger® 2,5% + Nitrato de Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem entre si
cálcio 4%; 5) Erger® 5% + Nitrato de cálcio 4%; 6) pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. ns não significativo.
Erger® 7,5% + Nitrato de cálcio 4%. Foram avaliados
o número de cachos, produção (kg planta-1), Conclusões
produtividade (t ha-1), teor de sólidos solúveis, Aplicação de Erger® na dosagem 5% associado ao
acidez titulável e relação SS/acidez do mosto das Nitrato de Cálcio 4%, nas videiras da cultivar
uvas. Os dados foram submetidos à análise de Niágara Rosada apresentaram produtividade,
variância, pelo teste de Tukey a 5%. Para as doses produção e número de cachos por plantas
de Erguer® realizou-se análise de regressão. semelhantes àquelas que receberam o tratamento
convencional com Dormex® 5%.
Resultados e Discussão
Houve efeito significativo dos tratamentos para a Agradecimentos
produção e produtividade, sendo os tratamentos À EMBRAPA Uva e Vinho pelo suporte e à FAPESP
Dormex® 5%; Nitrato de cálcio 4% + Erger® 0%; e pelo fomento à pesquisa (proc. 2015/16440-5)
Nitrato de cálcio 4% + Erger® 5% os que
apresentaram os maiores resultados, diferenciando
Referências bibliográficas
HAWERROTH, F. J; PETRI, J. L.; LEITE, G. B.; HERTER, F. G.
significativamente do tratamento sem aplicação de Brotação de gemas em macieiras ‘Imperial Gala’ e ‘Fuji
indutores. Para o número de cachos por planta, o Suprema’ pelo uso de Erger® e nitrato de cálcio. Revista
único tratamento que se diferenciou dos demais foi a Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 32, n. 2, p. 343-350,
testemunha (Tabela 1). Par as doses de Erger® foi 2010.
gerado gráficos de regressão para sólidos solúveis
(SS), acidez titulável e relação sólidos solúveis e
acidez titulável. Para esses fatores, encontrou-se
ponto de máximo de SS em Nitrato de cálcio 4% +
Erger® 3,73%. Para a acidez titulável, foi observado
regressão linear crescente para as dosagens,
obtendo assim, resultado oposto para a relação SS

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Carga de gemas da videira e seu efeito na interceptação da radiação solar
Paula Zelindro Cardoso1, Alberto Fontanella Brighenti2, Douglas André Würz3, Mateus da Silveira Pasa2, Katia
Casagrande1, Emilio Brighenti2, Leo Rufato3
1UNISUL – Faculdade de Agronomia (IC). Av. José Acácio Moreira, 787, 88704-900, Tubarão, SC. paulazelindroc@gmail.com,
ka.dalcas@gmail.com
2Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC.

albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, mateuspasa@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br


3UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. douglaswurz@hotmail.com,

leoruffato@yahoo.com.br

Palavras Chave: Sauvignon Blanc, radiação fotossinteticamente ativa, Vitis vinifera L., região de altitude elevada.

Introdução Tabela 1. Interceptação da radiação


O manejo da parte aérea das plantas desempenha fotossinteticamente ativa (PAR) em diferentes
um importante papel na regulação do equilíbrio entre posições em plantas de Sauvignon Blanc
o crescimento vegetativo e o potencial produtivo, submetidas a diferentes cargas de gemas.
Radiação Fotossinteticamente Carga de Gemas
além de favorecer a interceptação da luz e a criação Ativa (PAR μmol m -2 s-1) 15 30 50 75 p
de um microclima ideal (Orlandini et al., 2008). Plena Florada
A carga de gemas afeta numerosos parâmetros 10 cm acima do Solo (paralelo) 527,50 a 158,43 b 153,09 b 140,66 b 0,003
ecofisiológicos e morfológicos, como a interceptação Cacho (perpendicular) 204,58 a 36,01 b 27,01 b 22,68 b <0,001
Dossel (perpendicular) 75,72 a 49,10 b 27,19 c 24,09 c <0,001
da radiação solar; a penetração de luz no interior do Cacho (paralelo) 203,06 a 90,04 b 86,54 b 59,89 b <0,001
dossel; o microclima do dossel; o crescimento de Mudança de Cor das Bagas
ramos, folhas e cachos; a maturação da uva e a 10 cm acima do Solo (paralelo) 1692,98 a 1663,12 a 1519,90 a 1518,72 a 0,111
distribuição dos carboidratos (Carbonneau, 1996; Cacho (perpendicular) 328,21 a 120,94 b 87,97 b 68,68 b <0,001
Dossel (perpendicular) 148,58 a 43,79 b 39,85 b 32,36 b 0,016
Ollat; Carbonneau, 1992). O objetivo desse trabalho Cacho (paralelo) 745,09 a 399,52 ab 337,67 ab 211,35 b 0,021
foi avaliar a incidência da radiação Maturidade
fotossinteticamente ativa (PAR) de plantas 10 cm acima do Solo (paralelo) 111,09 a 111,63 a 112,15 a 105,73 a 0,623
submetidas a diferentes cargas de gemas. Cacho (perpendicular) 152,74 a 120,00 ab 81,39 b 82,21 b 0,003
Dossel (perpendicular) 101,53 a 129,21 a 75,81 a 71,13 a 0,079

Material e Métodos Cacho (paralelo) 87,60 a 76,47 ab 79,43 a 62,79 b 0,002


Médias seguidas por letras minúsculas distintas na linha diferem
O trabalho foi realizado em um vinhedo comercial entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro.
situado em São Joaquim – Santa Catarina
(28º17'39" S e 49º55'56" O, a 1.230m de altitude). Conclusões
A variedade avaliada foi a Sauvignon Blanc, A redução da carga de gemas por planta teve como
conduzida em espaldeira, enxertada sobre 1103P e consequência a redução da densidade da cobertura
plantada no espaçamento de 3,0 x 1,5 m em um vegetal na zona dos cachos e no dossel, que
vinhedo implantado em 2004. No inverno as plantas resultou em menor número de camadas de folhas e
foram podadas em quatro diferentes níveis de aumento da incidência da radiação
carga: 15, 30, 50 e 75 gemas por planta. A fotossinteticamente ativa, especialmente durante a
interceptação da radiação fotossinteticamente ativa plena florada e a mudança de cor das bagas.
foi determinada com um ceptômetro AccuPAR (LP-
80 Decagon, EUA). As medidas foram realizadas ao Referências bibliográficas
meio dia, quando o sol estava no zênite, durante os Carbonneau, A. Acta Hortic., 1996, 427, 99-118.
Ollat, N.; Carbonneau, A. Quad. Vitic.Enol. Univ. Torino, 1992,
estádios fenológicos de plena florada, mudança de 16, 245-248.
cor das bagas e maturidade. As leituras foram Orlandini, S.; Dalla Marta, A.; Mattii, G.B. Vitis, 2008, 47, 89–96.
efetuadas em 4 posições diferentes: 10 cm acima do
solo, paralelo a linha das plantas; na zona dos
cachos, perpendicular e paralelo a linha das plantas;
no dossel vegetativo, perpendicular a linha das
plantas. O delineamento adotado foi de blocos ao
acaso, com quatro repetições (parcelas). Cada
parcela foi constituída por dez plantas, sendo as
duas plantas centrais foram utilizadas nas
avaliações. Os dados foram submetidos à análise da
variância (ANOVA) e ao teste Tukey a 5% de
probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
Os valores da radiação solar fotossinteticamente
ativa interceptada pelas plantas podem ser
observados na tabela 1.

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desempenho vitivinícola de clones da videira Cabernet Sauvignon em regiões de
elevada altitude de Santa Catarina
Crislaine Zago1*, Douglas André Wurz2, Ricardo Allebrandt2, Betina Pereira de Bem2, José Luiz Marcon Filho2,
Juliana Reinehr1, Adrielen Tamiris Canossa1, Marcus Outemane1, Leo Rufato3
1UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. crislainezago@gmail.com;
2UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 3UDESC – Centro de
Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: Vitivinicultura, Santa Catarina, polifenóis, antocianinas.

Introdução Resultados e Discussão


O planalto catarinense destaca-se como polo Tabela 1. Efeito de diferentes clones de Cabernet
emergente da viticultura brasileira devido as suas Sauvignon no conteúdo de polifenóis totais e
condições climáticas particulares e vinhedos antocianinas em regiões de elevada altitude de
implantados acima de 900 metros de altitude. Santa Catarina durante a safra 2015.
Segundo Rosier (2006), essa região favorece o Polifenóis Antocianinas
cultivo de variedades de uvas V. vinifera L., as quais
Clone Totais (mg L-1) (mg L-1)
atingem índices de maturação que permitem
fornecer matéria prima para elaboração de vinhos 2015 2015
diferenciados por sua intensa coloração, definição
R5 1326,6 a 88,3 a
aromática e equilíbrio gustativo. As uvas da videira
Cabernet Sauvignon apresentam desenvolvimento 169 1334,9 a 84,1 a
vegetativo e maturação tardia nas condições 337 1047,1 b 77,0 a
climáticas de São Joaquim – Santa Catarina. No
341 1114,0 b 74,2 a
entanto, a maturação plena da videira Cabernet
Sauvignon pode ser dificultada quando esta é CV (%) 6,3 8,2
cultivada acima de 1300 m de altitude, *Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre
si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade de erro.
principalmente em anos chuvosos e
demasiadamente frios. Contudo, alguns clones
Tabela 2. Efeito de diferentes clones de Cabernet
podem diferir em relação aos parâmetros
Sauvignon na intensidade de cor e tonalidade de cor
qualitativos, dando origem a vinhos com diferentes
em regiões de elevada altitude de Santa Catarina
características organolépticas. A seleção clonal
durante a safra 2015.
pode colaborar para ganhos significativos na
qualidade da uva e do vinho. Assim, a seleção do Intensidade de
Tonalidade de
germoplasma é um dos passos fundamentais para Cor
Clone Cor (420/520)
melhorar a composição química da uva de acordo (420+520+620)
com a região de cultivo. Neste contexto, o presente 2015 2015
trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de quatro R5 6,08 a 0,95 a
clones de Cabernet Sauvignon na composição 169 6,68 a 1,02 a
química das uvas cultivadas em regiões de elevada 337 6,04 a 1,07 a
altitude. 341 6,41 a 1,00 a
Material e Métodos CV (%) 7,2 10,9
*Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre
O experimento foi instalado em São Joaquim – SC si pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade de erro.
durante a safra 2015 em um vinhedo comercial. Os
tratamentos consistiram na avaliação de quatro Conclusões
diferentes clones de Cabernet Sauvignon (R5, 169, Não houve influência do clone no conteúdo de
337 e 341) enxertados sobre o porta-enxerto antocianinas, intensidade de cor e tonalidade de cor.
Paulsen 1103. No momento da colheita foram No entanto, verificou-se influência da escolha do
coletadas aleatoriamente 150 bagas de cada uma clone no conteúdo de polifenóis totais da videira
das quatro repetições, sendo avaliados: conteúdo de Cabernet Sauvignon cultivada em regiões de
polifenóis totais, antocianinas, intensidade de cor e elevada altitude, sendo os clones R5 e 169 os que
tonalidade de cor. O delineamento experimental apresentam os maiores conteúdos de polifenóis
utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro totais.
blocos, e vinte plantas por parcela. As médias foram
submetidas à análise de variância (ANOVA) e a Referências bibliográficas
detecção de diferenças significativas entre os ROSIER, J.P. Vinhos de altitude: característica e potencial na
tratamentos foi obtida através do teste Tukey produção de vinhos finos brasileiros. Informe Agropecuário, Belo
Horizonte, v. 27, p. 105-110, 2006.
(α=0.05).

85
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Manejo da desfolha melhora o equilíbrio vegeto-produtivo da videira Cabernet
Sauvignon em regiões de elevada altitude de Santa Catarina
Giovani Furini1, Douglas André Würz2, Juliana Reinehr2, Betina Pereira de Bem2, Ricardo Allebrandt2, Luiz
Gabriel Dalmolin3, Adrielen Tamiris Canossa2, Alberto Fontanella Brighenti4, Leo Rufato5
1IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina Campus Urupema (PG). Rua Estrada Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.

gfurini1@gmail.com; 2UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC;
3UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 4Epagri – Estação

Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC; 5UDESC – Centro de Ciências
Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC

Palavras Chave: Vitis vinífera L., manejo do dossel, viticultura de altitude, vinhos de altitude.

Introdução Tabela 1. Efeito das épocas de desfolha na área


O estado de Santa Catarina vem se destacando na foliar da videira Cabernet Sauvignon em região de
produção de uvas destinadas a elaboração de elevada altitude de Santa Catarina nas safras 2015
vinhos e espumantes. No entanto encontram-se e 2016.
condições edafoclimáticas, de elevada Área
Produção/Área
disponibilidade hídrica e solos com altos teores de Foliar/Produção
Época de Desfolha Foliar (kg m-2)
matéria orgânica (Mafra et al., 2011), que promovem (cm² g-1)
o excessivo crescimento vegetativo em detrimento 2015 2016 2015 2016
do desempenho produtivo das videiras, sendo
Plena Florada 0,21 b 0,23 b 47,2 b 43,0 b
necessária a aplicação de práticas de manejo que
visam promover o equilíbrio vegeto produtivo da Baga Chumbinho 0,23 b 0,35 c 43,6 b 28,6 a
videira. Neste contexto o presente trabalho teve Baga Ervilha 0,23 b 0,35 d 42,2 b 29,3 a
como objetivo avaliar a influência de diferentes Virada de Cor 0,39 c 0,39 d 25,9 a 26,0 a
épocas de desfolha no equilíbrio vegeto-produtivo da 15 dias após Virada de Cor 0,17 a 0,19 a 56,5 c 52,7 c
variedade Cabernet Sauvignon cultivada em região
Sem Desfolha 0,16 a 0,14 a 61,3 c 71,5 d
de altitude de Santa Catarina.
CV (% ) 12,7 12,5 10,5 11,9
Material e Métodos *Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre
O experimento foi conduzido na safra 2015 e 2016, si pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade de erro.
em um vinhedo localizado no munícipio de São Conclusões
Joaquim – SC (28°17’39”S e 49°55’56”O, 1230m),
Para a cultivar Cabernet Sauvignon cultivada na
sendo realizadas as desfolhas na região dos cachos
região de elevada altitude observou-se que em
nos estádios fenológicos: plena florada, grão
ambas as safras houve uma melhora significativa no
chumbinho, grão ervilha, virada de cor, 15 dias após
equilíbrio vegeto-produtivo quando realizada a
a virada de cor e plantas não submetidas ao manejo
desfolha no estádio fenológico grão ervilha e virada
da desfolha. A área foliar total foi obtida segundo os
de cor. Plantas não submetidas ao manejo da
modelos matemáticos propostos por Borghezan et
desfolha, ou desfolhadas na plena florada
al. (2010). O delineamento experimental foi o de
apresentar o maior desequilíbrio vegeto-produtivo.
blocos ao acaso, com quatro blocos e cinco plantas
Portanto, o manejo da desfolha é uma alternativa de
por parcela e os dados foram submetidos à análise
manejo do dossel vegetativo para melhorar o
de variância (ANOVA) e comparados pelo Teste
equilíbrio vegeto-produtivo da videira Cabernet
Scott Knott a 5% de probabilidade de erro.
Sauvignon em regiões de elevada altitude de Santa
Resultados e Discussão Catarina.
Observaram-se os melhores índices (maior relação Referências bibliográficas
produção/área foliar e menor relação área Borghezan, M., Pit, F.A., Silva, A.L. Modelos matemáticos para a
foliar/produção) para as desfolhas realizadas nos estimativa da área foliar de variedades de videira a campo (Vitis
estádios fenológicos “baga ervilha” e “virada de cor”, vinífera L.). Ciência e técnica vitivinícola, 2010, v.25, p.1-7.
e maior desequilíbrio vegeto-produtivo para a Mafra, M.S., Cassol, P.C., Miquelutti, D., Ernani, P.R., Gatiboni,
desfolha realizada nos estádios fenológicos “plena L.C., Ferreira, E.Z., Barros, M., Zalamena, J., Grohskopf, M.
Atributos químicos do solo e estado nutricional da videira
florada” e plantas não submetidas ao manejo da Cabernet Sauvignon (Vitis vinífera L.) na Serra Catarinense.
desfolha (Tabela 1). Isso pode ser explicado pela Revista de Ciências Agroveterinárias, 2011, v. 10, p.44-53.
redução de área foliar propiciada pelo manejo da
desfolha, concomitantemente com as maiores
produtividades observadas nas desfolhas realizadas
nos estádios fenológicos “baga ervilha” e “virada de
cor”.

86
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Guyot arco x Guyot bilateral: efeito no desempenho agronômico da variedade
Garganega em São Joaquim/SC
Graci Kely Menezes1, Maikely Paim Souza1, Luiz Filipe Farias Oliveira1, Bruno Dalazen Machado1, Carolina Pretto
Panceri1, Alberto F. Brighenti2, Mateus S. Pasa2, Emilio Brighenti2, Willian Battisti Girola1

1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Urupema (PQ). Bairro Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.
menezesgraci@gmai.com, maikelysouza@hotmail.com, luizfilipetecenologia@gmail.com, bruno.dalazem@ifsc.edu.br,
carolina.panceri@ifsc.edu.br, willian.girola@gmail.com; 3Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima,
102, 88600-000, São Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, mateuspasa@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis vinifera L., poda mista, poda de inverno, desempenho vitícola

Introdução solúveis (°Brix), acidez total (meq/L) e pH. Os


A poda da videira define o número de gemas do resultados obtidos foram submetidos à análise da
vinhedo e tem como objetivo garantir o equilíbrio variância (Anova) pelo teste F a 5% de
entre o vigor vegetativo e reprodutivo através da probabilidade de erro.
alteração na distribuição de fotoassimilados entre
Resultados e Discussão
fonte (área foliar) e dreno (cachos) (Kliewer &
Os resultados obtidos podem ser observados na
Dokoozlian 2005). O sistema de poda Guyot é uma
tabela 1.
forma de condução vertical que na poda deixa-se
um ramo longo para a produção do ano e um
Tabela 1. Variáveis produtivas e vegetativas da
esporão para a produção de uma nova vara para a
variedade Garganega submetida a dois sistemas de
poda do próximo ano. Ele é classificado como um
poda em guyot na safra 2017.
sistema de poda mista por apresentar uma
Guyot Arco Guyot Bilateral Teste F (p < 0,05)
combinação de esporões e varas. As varas podem Variáveis Vegetativas
ser manejadas de forma unilateral, bilateral ou N° Gemas Poda 31,2 a 23,9 b *
formando um arco (Fregoni, 2006). O objetivo desse N° Gemas Brotadas 19,8 a 15,0 b *
trabalho foi avaliar o efeito dos sistemas de poda N° Gemas Férteis 13,0 a 8,5 b *
guyot arco e guyot bilateral no desempenho Brotação Real (%) 64,1 ns 63,5 ns
agronômico da variedade Garganega produzida em Brotação Efetiva (%) 42,1 ns 35,5 ns
São Joaquim/SC. Variáveis Produtivas
N° cachos 18,0 a 11,2 b *
Material e Métodos Fertilidade Gemas 0,9 ns 0,8 ns
O trabalho foi realizado na Estação Experimental de Produtividade (kg) 0,8 a 0,3 b *
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Produtividade (Ton/ha) 1,8 a 0,8 b *
Peso de Cacho (g) 38,3 ns 30,9 ns
Catarina (EPAGRI), localizada no município de São
Variáveis Qualitativas
Joaquim (28°16'30"S, 49°56'09"W, altitude 1.400m).
pH 2,78 ns 2,73 ns
O vinhedo utilizado foi plantado em 2006, o Sólidos Solúveis (°Brix) 21,0 ns 21,2 ns
espaçamento adotado foi de 3,0 x 1,5 metros entre Acidez Total (meq/L) 190,4 ns 196,7 ns
filas e plantas, o porta-enxerto utilizado foi o 1103P. *= significativo; ns= não significativo.
Os sistemas de poda avaliados foram cordão guyot
bilateral e o guyot arco (Figura 1). Conclusões
Plantas podadas em guyot arco possuem mais
gemas após a poda e consequentemente mais
gemas brotadas e gemas férteis. No momento da
colheita, as plantas podadas em guyot arco
produzem mais cachos e alcançam maiores
produtividades. Os diferentes métodos de poda não
interferem na qualidade da uva produzida.
Figura 1. Variedade Garganega submetida aos
sistemas de poda em guyot arco (A) e guyot Referências bibliográficas
bilateral (B) na safra 2017. Fregoni, M. Viticoltura di qualitá. Verona: Tecniche Nuove, 2006.
826p.
Kliewer, W.M; Dokoozlian, N.K. American Journal of Enology and
As variáveis vegetativas analisadas foram: o n° de Viticulture, 2005, 56, 170-181.
gemas brotadas, brotação real (% - n° de gemas
brotadas/carga de gemas deixada na poda), n° de
gemas férteis, brotação efetiva (% - n° de gemas
férteis/carga de gemas deixada na poda). As
variáveis produtivas avaliadas foram: n° de cachos
por planta, fertilidade de gemas (n° de cachos/n° de
ramos), produtividade (kg/planta), produtividade
estimada (Ton/ha) e peso de cachos (g). As
variáveis qualitativas avaliadas foram: sólidos

87
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da poda em guyot no desempenho agronômico da variedade Barbera em São
Joaquim/SC

Henrique Nedio Demozzi1, Thaís Ribeiro Lima1, Maikely Paim Souza1, Luiz Filipe Farias Oliveira1, Bruno Dalazen
Machado1, Carolina Pretto Panceri1, Alberto F. Brighenti2, Mateus S. Pasa2, Emilio Brighenti2
1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Urupema (PQ); (IC). Bairro Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.
henriquedemozzi@gmail.com, thaisribeiro1996625@hotmail.com, maikelysouza@hotmail.com, luizfilipetecenologia@gmail.com,
bruno.dalazem@ifsc.edu.br, carolina.panceri@ifsc.edu.br, 3Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo
Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, mateuspasa@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis vinifera L., cordão esporonado, poda de inverno, desempenho vitícola.

Introdução Tabela 1. Variáveis produtivas e vegetativas da


Em avaliações anteriores no Estado de Santa variedade Barbera submetida a dois sistemas de
Catarina, o sistema de poda em cordão esporonado poda na safra 2017.
(poda curta) não se mostrou eficiente para Cordão
Variáveis Guyot
determinadas variedades de uvas viníferas; Esporonado
especialmente em relação a produtividade, N° Gemas Poda 58,7 a 27,3 b
equilíbrio vegetativo e qualidade da uva. Entre as N° Gemas Brotadas 48,4 a 22,2 b
várias práticas culturais na viticultura, a poda tem a N° Gemas Férteis 16,3 ns 13,3
máxima influência sobre a produtividade das
N° Cachos 16,8 ns 16,6
plantas. Portanto a escolha de um sistema de poda
particular, que considere as condições de uma Brotação Real (%) 85,8 ns 82,5
região e as características intrínsecas de cada Brotação Efetiva (%) 48,5 a 28,7 b
variedade é um ponto chave para viabilização do N Cachos 13,1 b 19,3 a
cultivo de novas variedades, que proporcionarão Fertilidade Gemas 0,4 b 0,9 a
opções para a diversificação da viticultura Produt. (kg planta-1) 0,7 b 1,0 a
catarinense (Brighenti et al., 2017). O objetivo desse
Produt. (T ha-1) 1,5 b 2,3 a
trabalho foi avaliar o efeito do sistema de poda
guyot no desempenho agronômico da variedade Peso Cacho (g) 53,2 ns 52,8
Barbera produzida em São Joaquim/SC. pH 2,82 ns 2,89
SS (°Brix) 18,8 b 22,0 a
Material e Métodos
ATT (meq/L) 183,5 b 165,1 a
O trabalho foi realizado na Estação Experimental de
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Polifenois Totais (mg/L) 1427,7 b 1868,8 a
Catarina (EPAGRI), localizada no município de São Médias seguidas por letras minúsculas distintas na
Joaquim (28°16'30"S, 49°56'09"W, altitude 1.400m). linha diferem entre si pelo teste Tukey (p ≤ 0,05).
O vinhedo utilizado foi plantado em 2006, o
espaçamento adotado foi de 3,0 x 1,5 metros entre
Conclusões
filas e plantas, o porta-enxerto utilizado foi o 1103P. Plantas podadas em guyot possuem menos gemas
Os sistemas de poda avaliados foram cordão após a poda e consequentemente menos gemas
esporonado e guyot. As variáveis vegetativas brotadas, contudo não há diferença no número de
analisadas foram: o n° de gemas brotadas, brotação gemas férteis. No momento da colheita, as plantas
real (% - n° de gemas brotadas/carga de gemas podadas em guyot produzem mais cachos,
deixada na poda), n° de gemas férteis, brotação possuem maior fertilidade de gemas e alcançam
efetiva (% - n° de gemas férteis/carga de gemas maiores produtividades. A poda em guyot também
deixada na poda). As variáveis produtivas avaliadas favoreceu a qualidade da uva, pois resultou em
foram: n° de cachos por planta, fertilidade de gemas bagas com maiores concentrações de sólidos
(n° de cachos/n° de ramos), produtividade solúveis e polifenois totais, assim como menores
(kg/planta), produtividade estimada (ton/ha) e peso concentrações de acidez total titulável.
de cachos (g). As variáveis qualitativas avaliadas Referências bibliográficas
foram: sólidos solúveis (°Brix), acidez total (meq/L), Brighenti A.F.; Cipriani, R.; Malinovski, L.I.; Vanderlinde, G.;
pH e polifenois totais (mg/L). Allebrandt, R.; Feldberg, N.P.; Silva, A.L. Acta Hortic., 2017,1157,
381-388.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos podem ser observados na
tabela 1.

88
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência da desfolha e da aplicação de ABA na qualidade fenólica de uvas cv.
Primitivo
Renato V. Botelho¹; Ricardo A. Ayub², Sérgio Ruffo Roberto3, Lilian Yukari Yamamoto1, Isabela L. Pessenti²

¹UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste, R. Simeão Varela de Sá, 85040-080 – Guarapuava – PR.
rbotelho@unicentro.br (PQ); ²UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Av. General Carlos Cavalcanti, 84030-900 – Ponta
Grossa – PR. isabelaleticiapesssenti@gmail.com (PG); rayub@uepg.br (PQ). 3 UEL – Universidade Estadual de Londrina, Rodovia
Celso Garcia Cid Km 380, CEP 86.057-970 - Londrina – PR

Palavras Chave: Vitis vinifera L.,antocianinas, polifenóis totais, região de altitude.

Introdução
A desfolha pode proporcionar melhores condições
ao dossel vegetativo da videira, favorecendo o
arejamento e insolação na região dos cachos,
proporcionando melhores condições para sua
maturação. Alguns estudos demonstram que
aplicações exógenas de ABA, antecipam a época
de colheita e aumentam as concentrações de
antocianinas e proantocianidinas na casca das uvas
tratadas, melhorando consideravelmente sua
coloração, originando uvas com uma maturação
mais uniforme e de melhor qualidade. O objetivo
deste trabalho foi verificar o efeito da desfolha e da
aplicação do ácido abscísico na qualidade fenólica
de uvas.
Material e Métodos
O experimento foi instalado na vinícola Villaggio
Grando, Água Doce – SC, em blocos casualizados
com 6 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos
foram os seguintes: 1) testemunha (TEST); 2)
desfolha no início da maturação (DIM); 3) desfolha
Figura 1. Teor de antocianinas (a) e polifenóis totais
21 dias antes colheita (D21); 4) ácido abscísico
(b) da cv. Primitivo na safra 2016/17. UEPG, Ponta
(ABA) 200 mg L-1 (ABA 20); 5) ABA 400 mg L-1
Grossa - PR. Médias seguidas de mesma letra não
(ABA40) e 6) ABA 600 mg L-1 (ABA60). As
se diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05).
aplicações de ABA foram realizadas no início da
maturação dos cachos (fase de pintor). Após a Conclusões
colheita, realizou-se as análises de teor de A aplicação de ABA promoveu aumento no teor de
antocianinas e polifenóis totais. antocianinas e de polifenóis totais, melhorando a
qualidade das uvas cv. Primitivo. A desfolha
Resultados e Discussão
realizada 21 dias antes da colheita aumentou o teor
Para o teor de antocianinas (Fig. 1a) os tratamentos
de polifenóis totais.
ABA20 e ABA60 aumentaram significativamente em
relação à testemunha, mas não se diferiram do Agradecimentos
tratamento ABA 40. Na Fig. 1b, os tratamentos D21 Agradeço à CAPES, LaBFrut/UEPG e ao Grupo de
e ABA20 obtiveram maiores valores em relação ao Fruticultura e Pós Colheita/Unicentro e à vinícola
teor de polifenóis totais. Resultados similares foram Villagio Grando.
obtidos por Koyama et al. (2014) e Yakamoto et al.
(2015), que observaram que as aplicações Referências bibliográficas
exógenas de ácido abscisico incrementam o teor de GARDIN, João Peterson Pereira et al. Ácido abscísico e Etefom:
influência sobre a maturação e qualidade das uvas Cabernet
antocianinas. Gardin et al. (2012) relatam também Sauvignon. Rev. Bras. Frutic., v. 34, n. 2, p.321-327, jun. 2012.
este aumento de concentrações de antocianinas e KOYAMA, Renata et al. Épocas de aplicação e concentrações de
dos polifenóis nas cascas das uvas C. Sauvignon ácido abscísico no incremento da cor da uva ‘Isabel’. Semina:
com a dose 40 g 100L-1 mais ETEFOM, melhorando Ciências Agrárias, v. 35, n. 4, p.1697-1706, 27 ago. 2014.
YAKAMOTO, L. Y.; KOYAMA, R.; ASSIS, A. M. de; BORGES, R.
notadamente sua coloração, acarretando em uvas de S.; OLIVEIRA, I. R. de; ROBERTO, S.R. Color of berry and
com maturação mais uniforme e melhor qualidade. juice of ‘Isabel’ grape treated with abcisic acod in diferente
ripening stages. Pesq. Agropec. Bras., Brasília, v.50, n.12,
p.1160-1167, 2015.

89
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Unidade Demonstrativa e produção de mudas de videira de qualidade no Alto Vale
do Itajaí
Eliane Hörmann1, Gabriela L. Hemkemaier2, Marli C. Oderdenge2, Nathan Formagi1, Cláudio Keske3
1Instituto Federal Catarinense (IC), Estrada do Redentor, 5665, CEP 89163-356, Rio do Sul – SC.
elianehormann13@gmail.com; 2Instituto Federal Catarinense (TM), Estrada do Redentor, 5665, CEP 89163-356 - Rio do
Sul – SC. 3Instituto Federal Catarinense (PQ), Estrada do Redentor, 5665, CEP 89163-356 - Rio do Sul – SC.

Palavras-chave: videiras no Alto Vale do Itajaí, Paulsen, enxertia verde.

Introdução contrário das variedades BRS Violeta e Bordô que


No Alto Vale do Itajaí, e em outras regiões de Santa apresentam menos de 50% de pegamento de
Catarina, está se procurando alternativas que enxerto. As demais variedades obtiveram resultado
viabilizem a permanência do pequeno produtor na razoável em relação ao pegamento de enxerto. Em
propriedade, da forma mais natural possível, ou relação ao desenvolvimento da planta e produção
seja, com o mínimo uso de agrotóxicos. Em Santa de cachos (precoce), a variedade BRS Carmen
Catarina, bem como no Alto Vale, estão sendo obteve destaque. A variedade BRS Vitória é a mais
realizados plantios de diversas frutíferas com suscetível ao ataque de pragas.
objetivo comercial, tanto para fins industriais, quanto
ao mercado in natura. Frutíferas de clima temperado Figura 1. Dia de Campo – enxertia verde das
têm sido plantadas e necessitam de pesquisas para mudas.
seu estabelecimento. A Viticultura tem despertado
interesse de muitos produtores na região,
especialmente uva para mesa e para produção de
suco. Por este motivo, o Instituto Federal
Catarinense Campus Rio do Sul (SC), junto a
Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves (RS)
estão desempenhando este projeto.
Material e Métodos
O experimento está sendo conduzido no Instituto
Federal Catarinense Campus Rio do Sul, SC, desde
novembro de 2015. No espaço, há 16 linhas com 25
plantas cada. Estas linhas são compostas por
portas-enxerto tipo Paulsen que foram enxertados
por profissionais da empresa Embrapa Uva e Vinho,
em novembro de 2016, com dez variedades de
uvas, sendo elas: BRS Ísis, BRS Núbia BRS Vitória, Conclusões
Niágara Rosada, Isabel Precoce, Concord Clone 30, Projeto em andamento. Sem resultados conclusivos.
Bordô, BRS Violeta, BRS Magna e BRS Carmen,
sendo que as variedades tipo BRS complementam Agradecimentos
duas linhas cada. Após a enxertia verde está sendo
À Embrapa, pela oportunidade de parceria no
realizada a manutenção do pomar, tendo o
projeto, ao IFC Rio do Sul pelo financiamento de
monitoramento do possível aparecimento de pragas
bolsas de estudo e assistência técnica, ao
e daninhas e o controle das mesmas. Foi também
orientador Cláudio Keske e todos os colegas que
desempenhado o replantio dos portas-enxerto que
auxiliaram de alguma forma durante a execução do
morreram e a contabilização das plantas sem
trabalho.
pegamento de enxerto, para que, no próximo
período de enxertia verde, estes portas-enxerto
possam ser enxertados. Mudas da cultivar Paulsen
foram formados no IFC para que pudessem ser
utilizados na reposição dos portas-enxerto mortos
em campo.
Resultados e Discussão
O projeto ainda não foi finalizado, todavia é possível
observar alguns resultados. As variedades BRS
Vitória, Niágara Rosada e BRS Carmen foram as
três variedades com melhor desenvolvimento em
relação ao nível de pegamento de enxerto, ao

90
XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Curva de crescimento de frutos de pêssegos cultivados na Região da ‘Zona da Mata
Mineira’
Gener Augusto Penso1*, Carlos Eduardo M. dos Santos2, Claudio Horst Bruckner2
1UFV (PG). Avenida Peter Henry Rolfs S/N, Viçosa, 36570-900, Viçosa – MG. generpenso@gmail.com; 2 UFV (Prof.) Avenida Peter
Henry Rolfs S/N, Viçosa, 36570-900, Viçosa – MG.

Palavras Chave: Prunus persica (L) Bastch, cultivo em clima tropical, baixa necessidade em frio.

Introdução floração, pode ser observado o estágio II de


O estado de Minas Gerais vem apresentando desenvolvimento de fruto das três cultivares, que é
aumento na produção de pêssegos, e atualmente caracterizado pelo baixo acúmulo de massa fresca e
possui as maiores produtividades nacionais, em estagnação do diâmetro de fruto. Essa etapa é
torno de 22 toneladas por ha. O estado se destaca coincidente com o período de formação do embrião
no uso de cultivares precoces, de baixa necessidade e endurecimento do caroço (BRUNA, 2007). Esse
em frio, com cultivo nas regiões Sul do estado e na período de estagnação de crescimento é mais curto
Zona da Mata Mineira, que possuem maior altitude e quando comparado a frutos de cultivares mais
temperaturas mais amenas. O uso dessas tardias ou aquelas cultivados na região sul como
cultivares, aliado a ausência de geadas tardias, apresentado por Bruna (2007) e Pereira et al.
permitem a colheita de frutos em um período de (1987). A partir dos 60 dias após a plena floração
baixa oferta no mercado, possibilitando maior preço ocorreu o estágio III de desenvolvimento de fruto,
de venda. Entretanto, ainda há necessidade de mais com rápido aumento da massa fresca de fruto e
estudos sobre o comportamento de cultivares sob aumento de diâmetro equatorial de fruto, até
essas condições de clima mais ameno, sendo próximo aos 80 dias após a plena floração,
necessários ajustes nas definições de diversas culminando com a maturação de fruto. Todas as
praticas culturais como raleio, poda, adubação. etapas de desenvolvimento de fruto são mais
Nesse sentido esse trabalho tem como objetivo aceleradas quando comparadas a cultivos na região
conhecer a curva de crescimento dos frutos de sul do país.
pêssegos cultivados sob clima ameno na região da
Zona da Mata Mineira.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no pomar experimental
da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, no
ciclo de 2016/17. Foram utilizadas três cultivares de
pêssego, 606-2, Tropic Beauty, Régis, as quais
tinham nove anos de idade, enxertadas sobre
‘Okinawa’, conduzidas em sistema de vaso aberto,
em espaçamento de 4 x 6 m. Foi utilizada irrigação Figura 1 – Massa fresca de fruto e diâmetro equatorial de fruto,
suplementar a cada dois dias, durante os períodos em função dos dias após a floração (DAF). Equações da curva
de baixa precipitação, e realizada a quebra de de massa fresca de fruto dos genótipos: 606-2 f=-
dormência artificial utilizando cianamida hidrogenada 7,905+88,060/(1+exp(-(x-79,746)/0,213))0,008 com R2=0,99; T.
Beauty f=2,392+59,073/(1+exp(-(x-77,084)/0,059)) 0,003, com R2=
na concentração de 0,8%. Foram utilizadas três 0,98; Régis f=-5,239+89,624/(1+exp(-(x-76,759)/0,088))0,0037,
plantas por cultivar (repetições), e a partir de 14 dias com R2=0,99. Equações da curva do diâmetro equatorial de fruto
após a plena floração foram coletados dos genótipos: 606-2 f=-12.7584+1.2225*x+-0.0069*x2+2.0069-
semanalmente cinco frutos por planta até a 005*x3 com R2=0,98; T. Beauty f=-15,9299+1,5996*x+-
maturação completa dos frutos. Na coleta, os frutos 0,0177*x2+9,5049E-005*x3 com R2=0,97; Régis f=-
11,6200+1,3996*x+-0,0102*x2+3,7408E-005*x3 com R2=0,99.
foram identificados, alocados em caixa térmica
contendo gelo e transportadas para o laboratório Conclusões
para análise de massa fresca de fruto (g) e diâmetro Todos os genótipos apresentam três estágios de
equatorial de fruto (mm). Foi adotado o desenvolvimento de fruto. O crescimento de frutos
delineamento inteiramente casualizado, e os dados dos genótipos nas condições de ambiente avaliado é
submetidos a análise de variância e ajuste das mais acelerado.
curvas de regressão pelo software SigmaPlot 12 ®.
Agradecimentos
Resultados e Discussão À Universidade Federal de Viçosa e CNPq pelo fomento à
Os genótipos apresentaram padrão de crescimento pesquisa e financiamento de bolsas de estudo.
do tipo sigmoidal duplo para a massa fresca de
fruto, e crescimento polinomial cúbico para o Referências bibliográficas
BRUNA, E. D. Curva de crescimento de frutos de pêssego em regiões
diâmetro equatorial de fruto (Figura 1). O estágio I subtropicais. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 29, n. 3, p.
de crescimento ocorreu entre 14 a 40 dias após a 685-689, 2007.
PEREIRA, J. F. M.; FELICIANO, A. J.; RASEIRA, M. C. B.; SILVA, J. B.
plena floração, em que observou-se baixo acúmulo Curvas de crescimento, época de raleio e previsão do tamanho final do
de massa fresca (Figura 1). O diâmetro de fruto fruto em três cultivares de pessegueiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
apresentou crescimento mais acentuado durante o Brasília, v. 22, n.9/10, p. 965:974, 1987.
mesmo período. Entre 40 a 50 dias após a plena

91
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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Identificação e caracterização dos estádios de crescimento de frutos de
pessegueiro cultivar Precocinho
Axel Bruno Mariotto¹, Denise Schmidt³, Daniele Cristina Fontana², João Antonio de Cristo¹, Arthur de Carvalho
Moretto¹, Jullie dos Santos²

1Universidade Federal de Santa Maria, UFSM - Campus Frederico Westphalen (IC) Linha sete de setembro s/n°, Interior, CEP: 98.400-
000, Frederico Westphalen – RS. Email: axel_mariotto@hotmail.com; ²Universidade Federal de Santa Maria, UFSM - Campus
Frederico Westphalen. Docente/Pesquisador. Linha sete de setembro s/n°, Interior, CEP: 98.400-000, Frederico Westphalen – RS; ³
Universidade Federal de Santa Maria, UFSM - Campus Frederico Westphalen (PG) Linha sete de setembro s/n°, Interior, CEP:
98.400-000, Frederico Westphalen – RS.

Palavras Chave: Prunnus persica, fruticultura, frutas de caroço.

Introdução
O pessegueiro (Prunnus persica) é uma das
principais culturas de clima temperado do Brasil e
seu cultivo abrange 80% de toda área cultivada com
frutas de caroço, concentrando-se nas regiões Sul e
Sudeste, sendo o Rio Grande do Sul o principal
estado produtor (FACHINELLO, 2011). O
conhecimento dos estádios de crescimento dos
frutos permite aos produtores e pesquisadores
adequar o manejo da cultura de acordo com sua
duração, sendo este diferenciado para cada cultivar.
Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi identificar
e caracterizar os estádios de crescimento de frutos
de pessegueiro cultivar Precocinho no noroeste do
RS.
Material e Métodos Figura 1. Estádios de crescimento dos frutos de
O experimento foi desenvolvido na Universidade pessegueiro, cultivar Precocinho, de acordo com as
Federal de Santa Maria, campus de Frederico diferentes épocas de coleta.
Westphalen/RS. Os frutos de pessegueiro, cultivar
Precocinho, foram coletados em pomar comercial da
cidade de Planalto/RS. Para classificar os estádios Conclusões
de crescimento dos frutos os mesmos foram O período compreendido entre o florescimento até
coletados num intervalo de 15 dias, iniciando a partir colheita dos frutos para a cultivar Precocinho
da floração (30 de julho de 2014) até o período de compreende em torno de 84 dias. O crescimento
colheita (15 de outubro de 2014), totalizando quatro dos frutos segue curva sigmoidal sendo o I estádio
épocas de coleta. Utilizou-se o delineamento nos primeiros 48 DAF, II dos 48 aos 63 DAF e o III
inteiramente casualizado, com quatro épocas, sendo dos 63 aos 84 DAF.
em cada época analisados 180 frutos.Foram
analisados os seguintes parâmetros físicos: altura Referências bibliográficas
ARAÚJO, P. J. Manejo e conservação pós-colheita: fisiologia e
(mm), largura (mm) e massa fresca dos frutos (g tecnologia pós-colheita do pêssego. In: Medeiros, C.A.B. &
fruto-1). Após coleta dos dados, procedeu-se a Raseira, M.C.B. A cultura do pessegueiro. Brasília, Embrapa-
análise de variância e as médias comparadas pelo SPI/Pelotas, Embrapa-CPACT, 1998.p.318-39.
teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro, pelo BARBOSA, W. et al. Época e ciclo de maturação de pêssegos e
programa estatístico Sisvar, então se comparou as nectarinas no estado de São Paulo. Bragantia, v.49, p.221-6,
1990.
médias encontradas com resultados da literatura. FACHINELLO, J. C. et al. Situação e perspectivas da fruticultura
de clima temperado no Brasil. Revista Brasileira de Fruticultura,
Resultados e Discussão v.33, n.1, p.109-120, 2011.
A análise de variância revelou efeito significativo KAYS, S.J. Posthaervest physiology of perishable plant products.
entre as épocas avaliadas, representando o New York, Van Noshard Reinhold, p.532, 1991.
OGNJANOV, V. et al. Anatomical and biochemical studies of fruit
crescimento dos frutos. O intervalo entre a floração development in peach. Scientia Horticulturae, v.64, p.33-48,
e a colheita dos frutos de ‘Precocinho’ compreendeu 1995.
84 dias. Seu crescimento segue uma curva
sigmoidal, definindo-se três estádios: o estádio I nos
primeiros 48 DAF, o estádio II dos 48 aos 63 DAF e
o estádio III dos 63 aos 84 DAF. Estes dados estão
em conformidade com os estudos descritos por
ARAÚJO (1998); OGNJANOV et al., (1995);
BARBOSA et al., (1990); KAYS (1991).

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Sistemas de condução e densidade de plantio para pessegueiro cultivar ‘Chiripá’
Bachelor Louis1, Alison Uberti2, Gian C. Girardi1, Adriana Lugaresi2, Jean do Prado1, Mateus V. dos Santos3,
Lucas de Oliveira Fischer5, Clevison L. Giacobbo4
1UFFS (IC). Rodovia SC 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC. bachelorlouis@gmail.com, 2 UFFS (IC). Bolsista
UFFS/FAPESC. Rodovia SC. 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC. 3 UFFS (PG), Mestrando – Programa de Pós
Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA), Campus Erechim. Rodovia SC 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899,
Chapecó, SC. 4UFFS (PQ). Prof. Dr. Agronomia/PPGTA. Campus Chapecó. Rodovia SC 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899,
Chapecó, SC. 5FAEM/UFPel (IC) R. Gomes Carneiro, 96010-610, Pelotas, RS.

Palavras Chave: Prunus persica, líder central, dimensão de copa.

Introdução deve ocupar todos os espaços possível para


No sul do Brasil, tradicionalmente são utilizados aumentar assim a produção por planta. Para a
sistemas de condução em Taça e densidade de fixação de frutos, observa-se que o sistema de
plantio baixa, menores que 700 plantas.ha-1 de condução em Líder Central obteve maior fixação de
pessegueiro (GIACOBBO, et al. 2003). Atualmente, frutos, diferindo dos demais sistemas testados. No
busca-se adensar o plantio dos pomares comerciais entanto, para a variável número de frutos por planta,
acima de 1000 plantas.ha-1. Em relação a isto, o observa-se que o sistema de condução em Taça
objetivo com este trabalho é avaliar o apresentou-se com maior número de frutos, seguido
comportamento de diferentes sistemas de condução por Líder Central e Y com menor número de frutos.
de pessegueiro na região Oeste de Santa Catarina. Esta diferença encontrada na fixação e número de
frutos está diretamente relacionada a dimensão da
Material e Métodos planta. Como o sistema de condução em Taça
O trabalho foi conduzido a campo em um pomar de obteve maior dimensão de copa, este apresenta
pessegueiro cultivar ‘Chiripá’, localizado a uma maior quantidade de ramos possíveis de produção,
latitude de 27°07’09”S, longitude 52°42’31”O e a mesmo que o percentual de fixação de fruto for
uma altitude de 605 metros, na área experimental da menor, o número de frutos final vai ser maior ao
Universidade Federal Fronteira Sul, campus encontrado nos demais sistemas de condução
Chapecó. O trabalho foi conduzido durante o ciclo (Tabela 1).
produtivo de 2016/17. O delineamento experimental
foi em blocos casualizados, com três repetições. Tabela 1. Diferentes sistemas de cultivo de
Sendo cada repetição formada por cinco plantas. pessegueiro cv. ‘Chiripá’ em relação à dimensão de
Utilizou-se três tratamentos, diferentes sistemas de copa (DC), fixação de frutos (fruit set) e número de
condução, sendo em Líder Central com frutos por planta (NFP). Chapecó, SC, 2017.
espaçamento entre plantas de 0,8m (5m x 0,8m,
Sistema de DC Fruit Set
2.500 plantas.ha-1) ípsilon (Y) com espaçamento NFP
Cultivo1 (m3) (%)
entre planta de 1,5m (5m x 1,5m, 1.333 plantas.ha-1)
e Taça com espaçamento de 3,5m entre plantas Líder 0,86
(5m x 3,5m, 571 plantas.ha-1), entre linhas foi fixado Central b* 43,65 a 47,40 b
em 5m. As variáveis analisadas foram a dimensão Y 1,64 b 33,60 b 38,27 c
de copa, mensurada através das seguintes Taça 6,09 a 35,75 b 82,83 a
fórmulas, sistema de condução em Y: D = CV (%) 26,23 6,15 5,05
1 Líder Central = 2.500 plantas.ha-1, Y = 1.333 plantas.ha-1
(L.H((E1+E2)/2)) e para os sistemas e cultivo em
e Taça = 571 plantas.ha-1. * Letras distintas na coluna,
Taça e Líder Central: D = (L.E.h), sendo D = diferem-se entre si pelo teste de Tukey a 5% de
Dimensão da copa, L = largura da copa no sentido significância.
da linha de plantio, E = largura da copa no sentido
da entrelinha, h = altura da copa, E1 = espessura da Conclusões
copa na direção da entre linha na pernada do lado Conclui-se que o sistema de cultivo em Taça tem
direito, E2 = espessura da copa na direção da maior capacidade de produção de frutos por planta
entrelinha do lado esquerdo. Fixação de frutos (fruit comparada aos demais sistemas, no entanto o Líder
set), foram selecionados dois ramos por planta, Central apresenta maior número de plantas por
onde efetuou-se a contagem do número de flores e hectare, proporcionando assim maior número de
posteriormente, antes do raleio, realizou-se a frutos por área. O sistema de condução em Y
contagem de frutos, sendo realizado a proporção apresenta-se intermediário aos demais sistemas de
entre flores e frutos fixados. Número de frutos por condução.
planta.
Referências bibliográficas
Resultados e Discussão Giacobbo, C. L.; Faria, J. L. C.; Barcellos, R. F.; Gomes, F. R.
Em relação à dimensão de copa, conforme Tabela C., Comportamento do pessegueiro (Prunus persica L. Batsch)
cv. Chimarrita em diferentes sistemas de condução. Rev. Bras.
1, observa-se que o sistema de condução em Taça Frutic. v. 25, n.2, p.242-244. 2003.
foi maior que os demais sistemas, avaliados. A
grande diferença encontrada, está relacionada a
ocupação da área pela planta, pois como neste
sistema o número de plantas é menor, a mesma

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Controle químico de buva na cultura da macieira
Micheli Fochesato Michelon1, Taísa Dal Magro2, Andrea De Rossi Rufato3, Leonardo Bianco de Carvalho4, Júlio
Cesar Orlandi5

1Engenheira Agrônoma (PG), CAV-UDESC, mickefmichelon@hotmail.com; 2Engenheira Agrônoma (PQ), UCS,


taisadm@yahoo.com.br; 3Engenheira Agrônoma (PQ), Embrapa Uva e Vinho, andrea.rufato@embrapa.br; 4Engenheiro Agrônomo
(PQ) UNESP, agrolbcarvalho@gmail.com; 5Engenheiro Agrônomo (PG), CAV-UDESC, julioorlandi23@yahoo.com.br.

Palavras Chave: Conyza spp., Malus domestica, plantas daninhas, fitotoxidez herbicida.

Introdução possuem ação mais lenta (RODRIGUES; ALMEIDA,


Dentre os fatores que influenciam na produtividade 2005).
da macieira, encontram-se as plantas daninhas, que
podem causar grandes perdas de produtividade Tabela 1. Percentual de controle de buva (Conyza
sendo de fundamental importância o seu controle spp.) submetida à aplicação de flumioxazin e
(VARGAS; ROMAN, 2003). Poucos são os saflufenacil isoladamente ou em associação com
herbicidas registrados para a cultura e o uso de glyphosate na cultura da macieira ‘Maxi Gala’.
princípios ativos sem registro é comum, porém, não Vacaria-RS. Safras 2015/16 e 2016/17.
se sabe ao certo os danos que os mesmos podem Controle (%)
causar à cultura. Assim, o presente trabalho teve Tratamentos Safra 2015/16 Safra 2016/17
como objetivo avaliar o controle de plantas de buva 07 DAT³ 28 DAT 07 DAT 28 DAT
em pomar de macieira e as injúrias causadas por Testemunha 0,0 c1 0,0 e 0 c1 0c
herbicidas em macieiras ‘Maxi Gala’, no município Flumioxazin 10,0 bc 63,7 d 26,2 b 50,0 b
de Vacaria-RS, nas safras 2015/16 e 2016/17. Flum. + Gly. 17,5 b 87,5 b 22,5 bc 62,5 b
Saflufenacil 8,7 bc 77,5 c 70,0 a 100,0 a
Material e Métodos Saflu. + Gly. 52,2 a 97,5 a 87,5 a 100,0 a
O experimento constou da aplicação de cinco C.V (%)2 29,32 5,42 24,69 17,40
tratamentos, sendo testemunha não tratada, 1
Médias seguidas de letras distintas, na coluna, diferem estatisticamente
flumioxazin (25g.ha-1), flumioxazin (25g.ha-1) + pelo teste de Tukey (p≤0,05); 2 C.V.= coeficiente de variação. ³ DAT= dias
após tratamento; Flum= Flumioxazin; Gly= Glyphosate; Saflu= Saflufenacil.
glyphosate (2400g.ha-1), saflufenacil (100g.ha-1) e
saflufenacil (100g.ha-1) + glyphosate (2400g.ha-1). As
Nas avaliações realizadas nas macieiras ‘Maxi Gala’
aplicações foram realizadas por meio de
não foram observadas diferenças significativas entre
pulverizador costal pressurizado por CO 2 , volume de
os tratamentos, para todas as variáveis mensuradas
calda de 150L.ha-1 e bicos de pulverização tipo
em ambas as safras avaliadas.
leque (ADI 110.015). As variáveis analisadas foram
o percentual de controle de plantas daninhas aos 07, Conclusões
14, 21 e 28 dias após o tratamento (DAT) e nos As plantas de buva foram eficientemente
frutos de macieira: número de frutos por planta, controladas por saflufenacil aplicado isoladamente
produtividade média, diâmetro e massa dos frutos e ou em associação com glyphosate.
fitotoxidez causada pelos herbicidas. O uso de herbicidas para o controle de buva não
Resultados e Discussão afetou negativamente as características físico-
químicas dos frutos e a produtividade de macieiras
Para as avaliações realizadas na safra 2015/16,
‘Maxi Gala’.
observa-se que o melhor percentual de controle foi
obtido pela associação de saflufenacil + glyphosate Agradecimentos
a partir dos 07 DAT, apresentando percentual de Embrapa Uva e Vinho, Universidade do Estado de
controle ascendente ao longo do período de Santa Catarina e CAPES.
avaliação, até os 28 DAT, onde o percentual de
controle foi de 97,5%. Para a safra 2016/17, tanto o Referências bibliográficas
saflufenacil aplicado isoladamente, quanto em RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. Guia de herbicidas. 5.ed.
associação com glyphosate, apresentaram o melhor Londrina, 592 p, 2005.
percentual de controle, a partir dos 07 DAT, VARGAS, L.; ROMAN, E. S. Controle de plantas daninhas em
pomares. Circular Técnica. Embrapa Uva e Vinho, n 47, 26 p.
atingindo 100% de eficiência aos 28 DAT (Tabela 1). Bento Gonçalves, 2003.
O baixo percentual de controle observado pela
aplicação de flumioxazin, deve-se a baixa eficiência
deste principio ativo no controle de plantas de buva
em estádio de pré-floração. Em contrapartida, a
eficiência do saflufenacil no controle destas plantas
já nos primeiros dias após a aplicação, deve-se ao
fato de este ser um herbicida de contato, já que os
mesmos manifestam os sintomas logo após a
aplicação, possibilitando o controle efetivo das
plantas daninhas em um curto espaço de tempo,
quando comparados aos herbicidas sistêmicos que

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Rendimento de maçãs em sistemas de irrigação e adubação do solo
Juliana Hugen Cechinel2, Marlise Nara Ciotta1, Mateus da Silveira Pasa1, Paulo Roberto Ernani², Gilberto Nava3
1Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, Cx.P. 81, 88600-000, São Joaquim, SC.

marlise@epagri.sc.gov.br; mateuspasa@epagri.sc.gov.br; 3Cav- UDESC (PG). Av Luis de Camoes, 88.520-000, Lages, SC,
jucechinel@yahoo.com.br (PG); paulorobertoernani@udesc.br (PQ)t 3Embrapa Clima Temperado (PQ). Rodovia BR 392, km 78, 9º
Distrito, 96010-971, Pelotas, RS, gilberto.nava@embrapa.br

Palavras Chave: macieira, fertirrigação, produtividade.

Introdução Tabela 1. Componentes do rendimento de macieira,


A região serrana catarinense, especialmente o em função dos tratamentos com irrigação e
município de São Joaquim, destaca-se pela fertirrigação, São Joaquim – SC, safra 2015/16
produção de maçãs. No período de crescimento do Tratamentos Número Massa Produção
fruto, que compreende o final de dezembro até início médio de média
de fevereiro, a ocorrência de estiagens é frutos por dos
relativamente frequente. Isso pode ser um planta frutos
problema, considerando que na região predominam Núm. g t ha-1
os solos Neossolos e Cambissolos, de origem ASC 63b 230b 21,8b
basáltica ácida, jovens, de pouca profundidade e ASC+I 68a 226b 22,7a
com a presença de pedras. Uma restrição hídrica I+F 60b 242a 21,5b
durante a fase de crescimento rápido dos frutos F 62b 252a 22,9a
(início do desenvolvimento) pode resultar em menor ASC (Adubação sólida convencional); ASC+I (Adubação sólida
produtividade (NACHTIGALL, et al. 2014) E convencional + irrigação); I+F (Irrigação + Fertirrigação); F
(Fertirrigaçã). Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não
conforme a severidade, também pode influenciar o diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
calibre dos frutos, o que interfere no rendimento
econômico da produção. O objetivo deste trabalho Mais de 30% da produção foi de frutos com 190 g ou
foi avaliar o rendimento da macieira em função de mais nestes mesmos tratamentos. Enquanto com a
regimes de irrigação e adubação do solo. adubação convencional aproximadamente 24% da
produção atingiu esse calibre.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Estação Tabela 2. Porcentagem de frutos de maçã nos
Experimental da Epagri de São Joaquim, SC, em um diferentes calibres (g) em função dos tratamentos
Cambissolo Húmico, durante a safra 2015/2016 com com irrigação e fertirrigação, São Joaquim – SC,
a cultivar Kinkas. Os tratamentos foram: adubação 2015/16
sólida convencional (ASC) (em cobertura); Massa (g)
adubação sólida convencional + irrigação (ASC+I); Trat.

250
220 a 190 a 160 a
irrigação + fertirrigação (I+F); e fertirrigação (F). As 280
a
190 160 130
≤ 130
parcelas foram compostas por seis plantas, sendo 280
ASC 3,8b 6,2c 14,0b 28,3b 35,4a 12,2b
consideradas as quatro centrais como úteis. O ASC+I 2,9c 5,8c 12,6a 29,1a 36,2a 13,4a
delineamento experimental adotado foi o de blocos I+F 5,4a 8,5a 17,2a 28,0b 30,5b 10,5c
ao acaso, com oito repetições. Foram aplicados 100 F 4,2b 7,9b 14,7b 27,9b 32,7b 12,5b
kg ha-1 de N e 150 kg ha-1 de K 2 O. Nos tratamentos ASC (Adubação sólida convencional); ASC+I (Adubação sólida
com adubação convencional a adubação foi convencional + irrigação); I+F (Irrigação + Fertirrigação); F
(Fertirrigação). Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não
parcelada em três aplicações mensais. A diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
fertirrigação nos tratamentos I+F e F foi parcelada
em seis aplicações quinzenais. Na colheita foi Conclusões
contado o número de frutos/planta, estes foram A irrigação e a fertirrigação promoveram
pesados e classificados por massa (calibre). incrementos nos componentes do rendimento em
maçãs, bem como na produção de frutos com maior
Resultados e Discussão
calibre.
A maior produtividade ocorreu com adubação
convencional+irrigação e na fertirrigação (Tabela 1), Referências bibliográficas
isso devido, em parte, à facilitada disponibilidade Nachtigall, G. R., et al. Irrigação e fertirrigação na cultura da
dos nutrientes e suprimento para a planta quando macieira no Sul do Brasil. 32 p. Bento Gonçalves: Embrapa Uva
estes nutrientes são aplicados em solução via e Vinho, 2014.
Mpelasoka,B.S.; Behboudian, M.H.; Green, S.R. Water
fertirrigação. Mpelasoka, et al (2001) observaram use, yield and fruit quality of lisymeter-grown apple trees:
que plantas submetidas a tratamentos com controle responses to deficit irrigation and to crop load. Irrigation
de irrigação produziram maior quantidade de frutos Science. 2001. New Zealand. 20: 107-113 p.
de maior tamanho comparados a tratamentos com
déficit hídrico. Com a fertirrigação e a
irrigação+fertirrigação houve incremento no número
de frutos de maior calibre (Tabela 2).

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso do tiossulfato de amônio como raleante químico em plena floração em macieira
‘Maxi Gala’
Lucas De Ross Marchioretto1*, Andrea De Rossi Rufato2, Leonardo Oliboni do Amaral1, Júlio Cesar Orlandi1,
Micheli Fochesato Michelon1, Cássia Regina Tem-Pass3
1UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. lucasdeross@hotmail.com; 2EMBRAPA Uva e
Vinho (PQ). BR 285, s/n, 95200-000, Vacaria-RS; 3 EMBRAPA Uva e Vinho (IC). BR 285, s/n, 95200-000, Vacaria-RS

Palavras Chave: Malus domestica Borkh., raleio, cáustico, abscisão floral.

Introdução podem causar queimaduras foliares, que podem


Atualmente no Brasil se utilizam principalmente afetar negativamente a massa fresca dos frutos, por
raleantes hormonais na cultura da macieira. isso doses maiores do raleante não estão
Entretanto, o efeito desses agentes raleantes é relacionados a maior qualidade do fruto, mesmo
altamente dependente de fatores ambientais e de diminuindo a produção de frutas. Doses acima de
fatores intrínsecos da planta, que em anos de alto 3% reduzem a produção das plantas
acúmulo de carboidratos pela planta, podem demasiadamente, o que não torna a prática
dificultar a queda dos frutos em desenvolvimento, economicamente viável. Além disso, doses altas
sendo necessárias muitas vezes realizar raleio causam injúria foliar, diminuindo a capacidade de
manual posterior. Nos principais países produtores realizar fotossíntese e consequentemente
de maçã, pesquisas tem mostrado que a utilização produtividade (Link, 2000; McArtney et al., 2006).
de raleantes cáusticos na floração é extremamente
benéfico na diminuição do número de flores e no Tabela 1. Frutificação efetiva, frutas por área de
aumento do tamanho e massa fresca de frutos; seção de tronco e massa média dos frutos em
Adicionalmente, o efeito raleante do tiossulfato de função de doses de tiossulfato de amônio. Vacaria-
amônio é diretamente proporcional a dose aplicada. RS, 2017.
Desta forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar o Massa
Frutificação EP (nº fr./
efeito raleante do tiossulfato de amônio em plena Dose (%) média dos
efetiva (%) cm AST )
2 1
floração da macieira ‘Maxi Gala’. frutos (g)
0 52 1,01 134
Material e Métodos 1,5 42 0,71 167
O experimento foi conduzido em 2016/2017 num 2,5 28 0,75 166
pomar experimental de cinco anos, com a cultivar 3,5 23 0,44 159
Maxi Gala enxertada sobre M9 localizado na Linear (p≤0,0003) (p≤0,001) (p≤0,0003)
Embrapa Uva e Vinho, localizado no município de Quadrático ns ns (p≤0,0002)
Vacaria-RS. O delineamento experimental adotado C.V.2 27,31 26,87 5,21
foi blocos ao acaso com cinco repetições, onde cada 1Área de seção do tronco. 2Coeficiente de variação. Frutificação
unidade experimental consistiu de três plantas. Os efetiva: y= 15,74-5,47x R2=0.72; Eficiência produtiva: y= 1,04-
tratamentos consistiram de três doses de tiossulfato 0,17x R2= 0.57; Massa de frutos: y=131+31,50x-6.71x2 R2=0.90.
de amônio (1,5, 2,5 e 3,5%) e uma testemunha não
tratada. Os tratamentos forma aplicados quando as Conclusões
plantas encontravam-se em plena floração (70% das O tiossulfato de amônio é efetivo para ralear flores
flores abertas). As variáveis avaliadas foram: de macieira ‘Gala’.
frutificação efetiva, eficiência produtiva e massa de As doses de 1,5 e 2,5% são efetivas na redução do
frutos. Os dados foram submetidos análise de número de frutos e no aumento da massa média de
variância, e em caso de significância, as médias frutos em macieira ‘Maxi Gala’, a níveis almejados.
foram submetidas a análise de regressão utilizando Agradecimentos
o software estatístico Winstat v1.0.
A CAPES pela concessão de bolsa de estudos. A
Resultados e Discussão EMBRAPA Uva e Vinho pela cedência da área
Na variável frutificação efetiva, a dose de 3,5% experimental. Ao CNPQ pelo apoio financeiro.
apresentou raleio excessivo, já a dose de 1,5% não Referências bibliográficas
diferiu da testemunha, e a dose de 2,5% apresentou Link, H. Significance of Flower and Fruit Thinning on Fruit
efeito intermediário, não diferindo da maior e da Quality. Plant Growth Regulation. 2000, v.31, p.17-26.
menor dose. Na variável eficiência produtiva, a dose McArtney, S.; Palmer, J.; Davies, D.; Seymour, S. Effects of Lime
de 2,5% não diferiu da testemunha e da dose de Sulfur and Fish Oil on Pollen Tube Growth, Leaf Photosynthesis
1,5%, enquanto que a dose de 3,5% diminuiu a and Fruit Set in Apple. HortScience. 2006, v.41, n.2 p.357-360.
produção demasiadamente. A massa fresca média
dos frutos foi maior para todas as doses testadas
em comparação com a testemunha e não houve
diferença entre os demais tratamentos (Tabela 1). O
tiossulfato de amônio age no ressecamento do
estigma floral e na taxa de crescimento do tubo
polínico, dessa forma as flores não são fecundadas
e ocorre abscisão. Porém doses maiores também

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da irrigação e fertirrigação na coloração da película, firmeza e sólidos
solúveis totais de maçãs ‘Galaxy’, na região dos Campos de Cima da Serra, RS
Daiane P. Vargas1*, Gilmar Ribeiro Nachtigall2, Fabiano Simões3
1 Graduanda da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Vacaria. Avenida Antônio Ribeiro Branco, 1060 - Parque dos Rodeios,

CEP 95200-000, Vacaria, RS. E-mail: daywargas@hotmail.com; 2 Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de
Fruticultura de Clima Temperado, Caixa Postal 177, CEP 95200-000, Vacaria, RS. E-mail: gilmar.nachtigall@embrapa.br; 3 Professor
da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Vacaria. Avenida Antônio Ribeiro Branco, 1060 - Parque dos Rodeios, CEP 95200-
000, Vacaria, RS. E-mail: fabiano-simoes@uergs.edu.br

Palavras Chave: Malus domestica Borkh., cor da fruta, disponibilidade de água, nutrientes.

Introdução significativa entre os tratamentos com irrigação e


A ocorrência de períodos de estiagem durante o fertirrigação no lado colorido da fruta, porém a
ciclo produtivo da cultura e de anos com baixos irrigação teve maiores valores de “a” no lado oposto
índices pluviométricos tem levado os produtores de da fruta. A irrigação e a fertirrigação não afetaram
maçã da região Sul do Brasil a se interessar pelo negativamente a firmeza da polpa e os teores de
uso da irrigação. Além disso, o uso da irrigação sólidos solúveis dos frutos na colheita, já que não
permite a aplicação de fertilizantes através da água houve diferenças significativas entre tratamentos.
(fertirrigação), técnica que reduz a necessidade de
mão-de-obra e permite uma maior eficiência do uso Tabela 1. Parâmetros de cor da película, firmeza e
dos fertilizantes pelas plantas. A eficiência da teores de sólidos solúveis totais (SST) da polpa no
irrigação e da fertirrigação em macieiras nos lado colorido e no lado oposto de maçãs ‘Galaxy’,
principais países produtores é comprovada por em função dos tratamentos, avaliados na colheita.
diversos resultados de pesquisa como os de Fallahi Safra 2016/17.
et al. (2008) nos EUA, Neilsen et al. (2010) no
Canadá, Mpelasoka et al. (2001) na Nova Zelândia,
entre outros. O objetivo deste trabalho foi avaliar o
efeito da irrigação e fertirrigação na coloração da
película de maçãs ‘Galaxy’.
Material e Métodos
O experimento foi realizado em pomar comercial
implantado em 2013, com a cultivar ‘Galaxy’,
enxertadas sob o porta-enxerto M9, em Monte
Alegre dos Campos/RS. Foi utilizado o delineamento
experimental inteiramente casualizado, com oito
repetições, com quatro tipos de manejo: sequeiro,
irrigado, fertirrigação A e fertirrigação B. A irrigação
foi realizada pelo sistema de gotejamento,
monitorada por tensiometria. A fertirrigação A foi
baseada numa taxa de extração de nutriente de 10, Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
15 e 20 kg/ha de N, P e K, respectivamente, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
enquanto que a fertirrigação B foi baseada numa
taxa de extração de nutriente de 53, 13 e 55 kg/ha Conclusões
de N, P e K, respectivamente. A adubação dos O manejo com irrigação e fertirrigação aumentou a
sistemas sequeiro e irrigado foi feita via solo, intensidade de coloração vermelha em maçãs
seguindo as recomendações da empresa. Na ‘Galaxy’, sem afetar a firmeza e os teores de sólidos
colheita foram coletadas amostras de frutos para solúveis.
avaliação da cor da película através de colorímetro
Agradecimentos
utilizando o sistema L*a*b*, firmeza da polpa através
de penetrômetro e dos teores de sólidos solúveis À Embrapa, Agropecuária SCHIO, SQM Vitas e
(°Brix). Os dados foram submetidos à análise de FAPERGS pelo fomento à pesquisa e financiamento
variância e à análise de médias pelo teste Tukey. de bolsas de estudo.
Referências bibliográficas
Resultados e Discussão Fallahi, E.; Fallahi, B.; Shafii, B. Effects of irrigation systems and
Na avaliação da cor no lado mais colorido da fruta, o rootstocks on water use, tree growth, fruit quality, and mineral
parâmetro L* (luminosidade) não apresentou nutrients in apples during the third and fourth year after planting.
Acta Horticulturae, Seoul, v.772, p.33-39, 2008.
diferença significativa entre os tratamentos de
irrigação e fertirrigação. Para o parâmetro “a”, que Mpelasoka, B. S.; Behboudian, M. H.; Mills, T. M. Effects of
deficit irrigation on fruit maturity and quality of ‘Braeburn’ apple.
corresponde à cor vermelha, observa-se que os Scientia Horticulturae, Amsterdam, v.90, p.279-290, 2001.
tratamentos com irrigação e fertirrigação Neilsen, D.; Neilsen; G. H.; Herbert, L.; Guak, S. Effect of
apresentaram valores significativamente superiores irrigation and crop load management on fruit nutrition and quality
ao tratamento sequeiro. Para o parâmetro “b”, que for Ambrosia/M.9 apple. Acta Horticulturae, Faro, v.868, p.63-72,
corresponde à cor amarela, não houve diferença 2010.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Indução de brotação em videira ‘Niágara Rosada’ com o uso de hidrolato de pau
d’alho no município de São Manuel, SP

Camilo A. P. C. Sánchez1, Giovanni M. A. G. Coser1, Marcela S. C. da Silva1, Ana Paula M. Paiva1, Marco A.
Tecchio2, Mayumi N. Alboléa3
1UNESP (PG). Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-307, Botucatu-SP. E-mail: camiloapcsanchez@outlook.com; 2UNESP
(PQ). Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-307, Botucatu-SP. 3UNESP (IC). Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-
307, Botucatu-SP.

Palavras Chave: Vitis labrusca, quebra de dormência, cianamida hidrogenada.

Introdução Tabela 1. Produção, produtividade e número de


As frutíferas de clima temperado caracterizam-se cachos por planta da videira ‘Niágara Rosada’
pela senescência das folhas no final do ciclo submetida a diferentes produtos para a superação
vegetativo e entrada em dormência no inverno, da dormência. São Manuel, SP, 2016.
permitindo a sua sobrevivência em condições de
baixas temperaturas. Para que estas plantas iniciem
um novo ciclo na primavera, é necessária sua
exposição a um período de frio, variável para cada
espécie e cultivar. Assim, em regiões de clima
subtropical, a utilização de indutores de brotação é
imprescindível para a melhoria na uniformidade da
brotação. Esses compostos são substâncias
sintéticas que causam efeitos fisiológicos próximos
aos hormônios naturais, entre os mais utilizados,
temos a cianamida hidrogenada (PETRI et al.,
1996). O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos
da aplicação de hidrolato de folhas de pau d’alho,
para a indução de brotação de gemas da videira,
após a poda de frutificação. Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem entre si
pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. ns não significativo.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na Fazenda
Experimental de São Manuel (UNESP), no estado
de São Paulo, durante o ciclo 2016/2017. A cultivar
utilizada foi a Niágara Rosada sobre o porta enxerto
IAC 572, com três anos de idade. A poda foi
realizada no dia 15 de agosto de 2016. O
delineamento experimental foi em blocos
casualizados, com sete tratamentos e seis
repetições de uma planta. Imediatamente após a
poda, realizaram-se a aplicação dos tratamentos, os
quais consistiram em cinco doses do hidrolato de Figura 1. Produtividade da videira ‘Niágara Rosada’
pau-d'alho (10; 20; 30; 40 e 50 %), o tratamento em função das doses de hidrolato de pau d’alho.
testemunha e o Dormex® a 5%. As variáveis São Manuel, SP, 2016.
avaliadas foram: número de cachos por planta,
Conclusões
produção (kg planta-1) e produtividade (t ha-1). Os
dados foram submetidos à análise de variância pelo A utilização do hidrolato de pau d’alho aplicado na
teste Tukey, a 5% de probabilidade. dose de 50% obteve maior produtividade e número
de cachos por planta, sendo um produto alternativo
Resultados e Discussão na superação de dormência em videira, por ser um
Houve efeito significativo dos tratamentos apenas produto natural, pode ser utilizado em sistemas
para o número de cachos por planta, com os orgânicos e agroecológicos.
maiores valores obtidos com a utilização de 40 e
Agradecimentos
50% do hidrolato de pau d'alho (Tabela 1), diferindo
de tratamento testemunha. Houve aumento linear na À FAPESP pelo fomento à pesquisa (proc.
produtividade da videira ‘Niágara Rosada’ com as 2015/16440-5) e à EMBRAPA Uva e Vinho pelo
doses de hidrolato de pau d'alho (Figura 1). suporte.
Referências bibliográficas
PETRI, J.L.; PALLADINI, L.A.; SCHUCK, E. Dormência e
indução da brotação de fruteiras de clima temperado.
Florianópolis: EPAGRI, 1996. 110p. (Boletim técnico, 75).

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Competição de porta-enxertos e densidades de plantio da pereira, cv. Rocha
José Masanori Katsurayama1, Adilson José Pereira1, Mateus da Silveira Pasa1
1Epagri
Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, Bairro Jardim Caiçara, 88600-000, São Joaquim.
masanori@epagri.sc.gov.br.

Palavras Chave: Pera Rocha, porta-enxerto de marmeleiro, alta densidade.

Introdução de 4 x 1,2 m. A produção de pera no espaçamento


O mercado brasileiro é abastecido com peras de 4 x 0,8 m não diferiu estatisticamente dos
importadas da Argentina, Chile, Estados Unidos, demais espaçamentos (Tabela 3).
Uruguai e Portugal (Oliveira et al., 2000), que
consomem 1,2 kg/habitante/ano de pera. Vários Tabela 1. Análise de variância.
fatores afetam a expansão e o cultivo econômico Causas da variação G. L. S. Q. Q. M. F
Bloco 3 1110,7 370,24 4,9279
da pereira. As cultivares de pera introduzidas não
Porta-enxerto 2 343,2 171,61 2,2842
apresentam adaptação plena nas condições Espaçamento 2 658,0 329,02 4,3793*
brasileiras, limitando a produtividade. Atualmente, a Porta-
produtividade de pera pode ser incrementada com enxerto*Espaçame 4 606,7 151,67 2,0187
o aumento da densidade de plantio. Neste sistema nto
de condução de pomares, para a formação de Resíduo 24 1803,1 75,13
plantas de porte compacto, recomenda-se a Total 35 4521,8
utilização de cultivares com precocidade de
produção enxertada sobre porta-enxerto de vigor Tabela 2. Produtividade em função dos porta-enxertos
anão a semi-anão. Plantas de menor porte Porta enxertos Produtividade (t ha-1)
favorecem os tratos culturais e permitem o Adams 12,1ns
adensamento das plantas. Segundo Ramos et al. BA-29 18,9
(1990), os marmeleiros são interessantes na GT-32 18,5
diversificação dos porta-enxertos. Recentes Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre
si, pelo teste Duncan, a 5% de probabilidade. ns – não
estudos mostram o aumento da eficiência produtiva significativo.
na cultura da pereira com o uso de porta-enxertos
ananizantes, aumento da densidade de plantio e da Tabela 3. Produtividade em função do espaçamento
recomendação de cultivares adaptadas as Espaçamento Produtividade (t ha-1)
condições climáticas do Sul do Brasil. O objetivo 22,3 a
0,4 m
deste trabalho foi definir a densidade de plantio
0,8 m 15,1 ab
mais adequada para a cultivar Rocha sob três porta
enxertos de marmeleiro. 1,2 m 12,1 b
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre
Material e Métodos si, pelo teste Duncan, a 5% de probabilidade.
Em 2006, implantou-se uma área experimental
com a pera ‘Rocha’, enxertada em três porta-
Conclusões
enxertos de marmeleiros (GT-32, BA-29 e Adams), A performance produtiva da cultivar Rocha foi
e com três densidades de plantio. Os semelhante entre os porta enxertos GT-32, BA-29
espaçamentos utilizados foram de 4 x 1,2m (2083 e Adams.
plantas ha-1), 4 x 0,8m (3125 plantas ha-1) e 4 x A maior produtividade da pera Rocha foi observada
0,4m (6250 plantas ha-1). As plantas foram com 6250 plantas.ha-1 e a menor produtividade
conduzidas em líder central, com tutoramento em com 2083 plantas.ha-1.
espaldeira. O delineamento experimental foi Referências bibliográficas
fatorial, com três porta-enxertos e três densidades Oliveira, E. L.; Barbosa, W. e Maia, M. L. 2000. Análise dos
de plantio, com 4 repetições. A produtividade da mercados brasileiro e mundial de pera. In: 16º Congresso
pera refere ao ciclo vegetativo 2015/16. Os dados Brasileiro de Fruticultura Anais,. Fortaleza: SBF. CD-Rom.
foram submetidos à análise de variância e à Ramos, J. D.; Souza, M. e Pasqual, M. Porta-enxertos para
pereira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.25, n.12, p.1817-
análise de médias pelo teste Duncan, a 5% de 1820. 1990..
probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
Na safra 2015/16, não houve interação entre os
fatores porta-enxerto e espaçamento na
produtividade da pera ‘Rocha’ (Tabela 1). A
produtividade média da pereira Rocha sob os
porta-enxertos Adams, GT-32 e BA-29 foram de
12,1 t ha-1, 18,5 t ha-1 e 18,9 t ha-1,
respectivamente, sem diferença estatística (Tabela
2). Mas, observou-se o efeito do espaçamento na
produtividade, onde a produção foi maior no
espaçamento de 4 x 0,4 m sobre o espaçamento

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação de dois ciclos de produção da pereira japonesa cv. Housui em pomar
com incidência de cancro (Bortryosphaeria spp.)

Fagner S. Javara1*, Ronald Castellari1, Antônio A. da Silva2, Marcio K.Takiguchi3, Jackson Mirellys A. Souza4
1Pirapora Agropecuária S/A (EA). Rua Archias Ganz, 99, 2º andar, sala 6, centro, Curitibanos-SC. fagner@piraporaagro.com.br;
2Pirapora Agropecuária S/A (TM). Rua Archias Ganz, 99, 2º andar, sala 6, centro, Curitibanos-SC; 3Pirapora Agropecuária S/A (DE).
Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 2344, 13º andar, cj, 132, 01402-900, São Paulo- Basil; 4Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP,
Campus de Botucatu, Departamento de Horticultura (PQ). Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, Botucatu-SP.

Palavras Chave: Pyrus pyrifolia, produtividade, doença fúngica, Bortryosfaeria sp.

Introdução segundo ciclo avaliado (33,55 t ha-1), podem estar


O cultivo da pereira japonesa (Pyrus pyrifolia var. relacionados com o maior acúmulo de horas de frio
culta) é uma boa opção para pequenas no ciclo 2016/17 (700 FH), comparado ao ciclo
propriedades, sendo a cultivar Housui uma das 2015/16 (232 HF) (Epagri, 2016), além da poda de
principais cultivadas em Santa Catarina. O Vale do limpeza, a qual evitou o avanço da doença no
Rio do Peixe e o Planalto Central possuem potencial segundo ciclo. A produtividade estimada entre os
para o cultivo da pereira por apresentar condições dois ciclos, considerando um estande de 100% de
edafoclimáticas adequadas. Para ‘Housui’ são plantas normais, foi de 23,37 e 54,30 t ha-1,
necessários em torno de 721 horas ≤ 7,2 °C (Faoro, respectivamente. Considerando estes dados,
2001). Contudo, mesmo em condições favoráveis, observou-se que a estimativa de perda entre as
são recorrentes alguns entraves no cultivo dessa safras foi de 35,88% e 33,90%, respectivamente
pereira, como a incidência de cancro dos ramos, (Tabela 1). É possível que a poda de ramos doentes
causado por Botriosphaeria spp.. Tal doença exige, evita o aumento da incidência da doença no ciclo
como medida de controle, a realização de podas seguinte.
drásticas, com retirada dos ramos atacados, o que
afeta o desempenho produtivo das plantas (Faoro, Tabela 1. Caracterização de pomar de pereira
2009). Face ao exposto, o objetivo do trabalho foi japonesa com incidência de cancro em dois ciclos.
Plantas normais Plantas deficientes Falhas
avaliar dois ciclos de produção da pereira cv. Ciclo
(%) (%) (%)
Housui, com e sem incidência de cancro. 2015/2016 64,12 ± 17,43 18,65 ± 17,20 4,7 ± 1,47
2016/2017 66,10 ± 15,31 15,96 ± 13,81 5,40 ± 2,11
Material e Métodos Média 65,11 17,31 5,05
O experimento foi conduzido na Fazenda Pirapora CV (%) 2,15 10,99 9,80
Agropecuária, no município de Curitibanos-SC, Ciclo
Prod. Real Prod. Estimada
(t ha-1) (t ha-1)
região do Vale do Rio do Peixe, situada entre 700 e
2015/2016 14,23 ± 4,77 23,37 ± 10,87
1200 m de altitude. As temperaturas médias variam 2016/2017 33,55 ± 10,11 54,30 ± 26,00
entre 15,8 e 17,9 °C, a precipitação entre 1.460 e Média 23,89 38,84
1820 mm e número de horas de frio ≤ 7,2°C de 437 CV (%) 57,18 56,32
a 642 horas (Back et al., 2013). As plantas avaliadas Dados seguidos dos respectivos desvios padrão e coeficiente de variação.
estavam no 12º ano de cultivo, com espaçamento
de 6x4 m, em estande com 3,22 mil plantas (416 Conclusões
plantas ha-1). Avaliaram-se dois ciclos produtivos A poda de limpeza dos ramos pode reduzir o
(2015/16 e 2016/17). Para isso, no mês de desenvolvimento da doença no ciclo seguinte.
novembro, em cada ciclo, caracterizaram-se as Agradecimentos
plantas quanto à perda de ramos oriunda da poda
À empresa Pirapora Agropecuária S/A e sua equipe
de limpeza, realizada para o controle do cancro.
de técnica e ao Dr. em Horticultura Jackson Mirellys
Identificaram-se plantas normais (perda de copa
A. Souza, pela parceria e apoio.
menor que ¼), plantas deficientes (perda de copa
igual ou maior que ¼) e as falhas (plantas ausentes Referências bibliográficas
e replantadas que ainda não atingiram o estagio BACK, A.J.; BRUNA, E.D.; DALBÓ, M.A. Mudanças climáticas e
produtivo). Ao final do ciclo produtivo, contabilizou- a produção de uva no Vale do Rio do Peixe-SC. Revista
se a produtividade de frutos por hectare. Também Brasileira de Fruticultura, v. 35, n. 1, p. 159-169, 2013.
foi calculada a estimativa de produtividade por EPAGRI, 2016. Monitoramento do frio. Disponivel em:
<http://ciram.epagri.sc.gov.br/images/monitora_frio/it00516_outu
hectare considerando um estande com 100% de bro2020.pdf>. Acesso em 09 de mai. 2017.
plantas normais. Calcularam-se ainda, para cada FAORO, I. D. Biologia reprodutiva da pereira japonesa (Pyrus
característica, seus respectivos desvios padrão e pyrifolia var. culta) sob o efeito do genótipo e do ambiente. 2009.
coeficiente de variação. 219p. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, SC.
FAORO, I. D. Cultivares e porta-enxertos. In: EPAGRI. Nashi, a
Resultados e Discussão pêra japonesa. Florianópolis: Epagri/JICA, 2001. p. 95-138.
Entre os ciclos 2015/16 e 2016/17 houve aumento
no percentual de plantas normais e plantas falhas e
na produtividade real. Houve redução do percentual
de plantas deficientes (Tabela 1). Tais resultados,
principalmente a maior produtividade real no

100
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito de diferentes coberturas de solo no controle de plantas daninhas e no
crescimento vegetativo inicial de pereiras cv. Housui

Laís Cristina Bonato Mallmann1, Edina Costa Delonzek1, Marcelo Marques Lopes Muller2, Renato Vasconcelos
Botelho2, Cleber Daniel de Goes Maciel2
1Universidade Estadual do Centro-Oeste (PG). Rua Simeão Varela de Sá, Vila Carli, 85040080, Guarapuava, PR.
edinadelonzek@yahoo.com.br; 1Rua Simeão Varela de Sá, Vila Carli, 85040080, Guarapuava, PR. 2Universidade Estadual do Centro-
Oeste (PQ). Rua Simeão Varela de Sá, Vila Carli, 85040080, Guarapuava, PR. edinadelonzek@yahoo.com.br; 1Rua Simeão Varela de
Sá, Vila Carli, 85040080, Guarapuava, PR.

Palavras Chave: Pyrus, manejo do solo, competição.

Introdução Tabela 1. Matéria seca (g m-2) da parte aérea das


A pera é a fruta mais importada pelo Brasil, plantas daninhas determinadas nos ciclos 2015/16 e
constituindo-se em importante oportunidade de 2016/17 nas linhas de plantio da pereira cv. Housui,
mercado para os produtores. O não revolvimento do sob diferentes coberturas (Cruz Machado-PR,
solo e a cobertura da superfície são manejos que 2017).
podem melhorar a qualidade do solo (Bayer, 2004) e
assim favorecer o desenvolvimento das plantas. O
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito das
coberturas de solo no crescimento inicial da pereira
cv. Housui.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em pomar comercial
localizado na região do Palmital do Meio, no Letras distintas na coluna indicam diferença significativa pelo
Município de Cruz Machado-PR. O delineamento teste Student Newman-Keuls ao nível de 5% de probabilidade.
experimental foi em blocos casualizados, com
quatro repetições e sete tratamentos. Em cada Tabela 2. Altura de pereiras cv. Housui nos ciclos
repetição foram consideradas quatro plantas de 2015/16 e 2016/17, sob diferentes coberturas de
pereiras Housui sobre o porta-enxerto Pyrus solo (Cruz Machado-PR, 2017).
calleriana. Os tratamentos consistiram em:
testemunha (solo sem cobertura); cobertura de
azevém + milheto; serragem de Pínus; tela de
sombreamento (sombrite a 70 %) aplicado
diretamente no solo; casca de arroz seca; fibra de
curauá e capina manual durante todo o ciclo da
cultura. Foram realizadas duas coletas para a
massa seca das plantas para cada ciclo (2015/2016)
e (2016/2017), primeiro e segundo ano após a
implantação do pomar de pereira, respectivamente. Letras distintas na coluna indicam diferença significativa pelo
As medições de altura de cada pereira foram teste Student Newman-Keuls ao nível de 5% de probabilidade.
realizadas mensalmente de janeiro de 2016 a * = Não significativo ao nível de 5% de probabilidade.
fevereiro de 2017.
Conclusões
Resultados e Discussão O manejo de cobertura do solo realizado com o uso
Para os resultados da massa seca das plantas de fibra de curauá apresentou total controle das
daninhas, verificou-se que a fibra de curauá plantas daninhas e a cobertura de serragem
proporcionou total controle das plantas daninhas nos interferiu na altura das plantas.
dois ciclos avaliados. No segundo ciclo, a cobertura
com palha de azevém+milheto, sombrite e serragem Agradecimentos
apresentaram uma eficiência um pouco maior no À Capes, pelo financiamento de bolsa de estudo.
controle nas plantas daninhas, enquanto a casca de
Referências bibliográficas
arroz não foi eficiente (Tabela 1). Em relação à BAYER, C. Manejando os solos agrícolas para alta qualidade em
altura das plantas, não houve efeito dos tratamentos ambientes tropicais e subtropicais. In: FERTBIO 2004: REUNIÃO
no primeiro ciclo vegetativo (2015/2016). No entanto, BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE
verificaram-se diferenças após o segundo ciclo PLANTAS, 26., REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE MICORRIZAS,
(2016/2017) (Tabela 2). A cobertura com serragem 10.,
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA DO SOLO, 7.,
de pinus demonstrou que interfere no crescimento REUNIÃO BRASILEIRA DE BIOLOGIA DO SOLO, 5., 2004,
das plantas. Lages. Avaliação das conquistas: base para estratégias
futuras. Lages: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo,
Universidade do Estado
de Santa Catarina, 2004.

101
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
A origem da muda influencia a produção e qualidade do morangueiro
Carine Cocco1, Wagner Alves Andrade1, Fernando Giacomel¹, Antônio Felipe Fagherazzi2, Leo Rufato2

1UCS – Universidade de Caxias do Sul (IC). Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis, CEP 95070-560, Caxias do Sul, RS.
ccocco@ucs.br; 2Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luís de Camões, 2090 – CEP 88520-000, Lages – SC.

Palavras Chave: Fragaria x ananassa, Qualidade, Adaptabilidade.

Introdução Tabela 1. Número de frutos, produção, massa


No Brasil, mudas com raízes nuas consistem na média de frutos e ratio em três cultivares de
principal forma para o estabelecimento do sistema morangueiro, cultivadas a partir de mudas nacionais
de produção do morangueiro (Fragaria x ananassa e importadas.
Duch.). A produção nacional de mudas não é Nacional Importada
Cultivar
Número de frutos
suficiente para suprir a demanda, e a importação de Albion 17,4 bA 15,9 aA
mudas chilenas e argentinas representa Camarosa 30,2 a A 20,0 a B
aproximadamente 15% do total necessário para a San Andreas 21,0 b A 21,3 a A
implantação da cultura no país (Antunes & Peres, Produção (g.planta-1)
2013), sendo uma prática comum, principalmente no Albion 408,0 b A 402,2 ab A
Camarosa 694,0 a A 378,9 b B
Rio Grande do Sul. O suprimento da demanda San Andreas 490,5 b A 555,4 a A
nacional com mudas de qualidade, produzidas no Massa média de frutos (g.fruto-1)
próprio país, é hoje uma necessidade para os novos Albion 23,4 a A 25,2 a A
sistemas de produção do morangueiro, visando Camarosa 23,0 a A 19,0 b B
reduzir a dependência de importação e viabilizar a San Andreas 23,4 a A 26,1 a A
produção de frutas durante todo o ano (Cocco et al, Ratio
Albion 11,1 a A 9,9 a A
2016). Este trabalho teve como objetivo avaliar a Camarosa 8,1 b A 10,5 a A
influência da origem das mudas de morangueiro na San Andreas 11,8 a A 9,1 a B
produção e qualidade de frutos. *Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e
maiúscula na linha, não diferem entre si pelo Teste de
Material e Métodos Tukey, a 5% de probabilidade de erro
O experimento foi conduzido no município de .
Farroupilha/RS, no ano de 2016, em sistema de Tabela 2. Teor de sólidos solúveis e acidez titulável
cultivo semi-hidropônico, sob cobertura plástica. O em três cultivares de morangueiro, cultivadas a
plantio foi realizado em 27 de maio de 2016 em partir de mudas nacionais e importadas.
sacolas de plástico tubular branco, preenchidas com Cultivares Sólidos solúveis Acidez titulável (%
substrato orgânico. Foram avaliadas três cultivares (Brix) de ácido cítrico)
(Albion, San Andreas e Camarosa) e dois locais de Albion 7,4 a 0,69 ab
Camarosa 7,2 a 0,62 b
produção de mudas. As mudas nacionais foram San Andreas 6,32 b 0,76 a
produzidas em um viveiro comercial localizado em Origem das mudas
São Francisco de Paula/RS e as mudas importadas Nacional 7,1 ns 0,69 ns
foram produzidas pelo viveiro Patagonia Agricola Importada 6,9 0,70
S.A., localizado no município de El Maitén, *Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si
Argentina, O experimento foi conduzido em blocos pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro
casualizados, com 4 repetições e 10 plantas em
cada unidade experimental. Avaliou-se o número,
Conclusões
massa fresca e tamanho médio de frutos por planta A origem das mudas tem efeito apenas sobre a
e a qualidade, através do teor de sólidos solúveis, produção, número e massa média de frutos, não
acidez titulável e ratio. As colheitas foram realizadas apresentando influência sobre o teor de sólidos
até 29 de dezembro de 2016. solúveis e acidez titulável.

Resultados e Discussão Agradecimentos


Houve interação significativa entre cultivares e Ao produtor José Pasa por ceder a área
origem das mudas para número, produção, massa experimental e as mudas para o projeto. À UDESC e
média de frutos e ratio. A cultivar Camarosa de à UCS pelo apoio e incentivo à pesquisa.
origem nacional apresentou maior número, Referências bibliográficas
produção e tamanho médio de frutos. O teor de COCCO, C. et al. Carbohydrate content and development of
sólidos solúveis e acidez titulável dos frutos foram strawberry transplants from Rio Grande do Sul and imported.
influenciados apenas pelas cultivares. Albion e Revista Brasileira de Fruticultura, 2016, v. 38, n. 4, e-581.
Camarosa apresentaram maior teor de açúcares, ANTUNES, L.E.C., & PERES, N.A. Strawberry production in
Brazil and South America. International Journal of Fruit Science,
entretanto a cultivar Camarosa obteve o menor valor
2013, v. 13, n.1-2, p.156-161.
de acidez titulável, não diferindo da Albion.

102
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Novos genótipos de morangueiro com potencial de cultivo

Antonio F. Fagherazzi1, Robson Martins2, Katiana Tillwitz2, Fernanda G. Forghieri2, Aike A. Kretzschmar3, Leo
Rufato3
1Discente do curso de Doutorado em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa

Catarina, CAV-UDESC. Av. Luís de Camões, 2090, Bairro Conta Dinheiro, CEP: 88520-000, Lages-SC. E-mail:
antonio.fagherazzi@gmail.com; 2Discente em agronomia do CAV-UDESC; 3Docente de fruticultura do CAV-UDESC.

Palavras Chave: Fragaria x ananassa Duchesne, adaptabiliidade, novo genótipo, potencial de cultivo.

Introdução sólidos solúveis, verificou-se desempenho superior


A produção brasileira de fruta fresca é estimada em de todos genótipos avaliados em relação a
cerca de 45 milhões de toneladas (ABF, 2017) e, testemunha e para firmeza de polpa todos genótipos
desta produção total, estima-se que apenas 0,4% avaliados apresentaram o mesmo desempenho que
seja representada com as principais espécies que a cultivar Albion. A pesquisa demostrou que os
compõem o grupo dos pequenos frutos (amora, genótipos avaliados expressam maior significância
framboesa, mirtilo e morango), sendo o morangueiro em relação ao teor de sólidos solúveis, mesmo que
a principal espécie cultivada e também, a de maior para as demais características produtivas sejam
importância econômica. Em virtude das elevadas igual ou superior a ‘Albion’.
variações edafoclimáticas dos principais polos
produtores de morangueiro, são poucas as Tabela 1. Produção (PR), massa fresca dos frutos
cultivares disponíveis aos produtores brasileiros. De (MF), sólidos solúveis (SS) e firmeza de polpa (FIR)
acordo com Oliveira & Scivittaro (2011), em virtude dos diferentes genótipos avaliados nas condições da
da reduzida quantidade de cultivares disponíveis, é região do Planalto Sul Catarinense. Lages, SC CAV-
importante incentivar os programas nacionais de UDESC, 2017.
melhoramento genético e a introdução de novas PR MF SS FIR
Genótipo
cultivares geradas em outros países. Diante do g planta-1 g fruto-1 °brix g
exposto, o objetivo do presente estudo foi de avaliar Albion 520 20,7 6,4 394
o desempenho de genótipos de morangueiro italiano
Pircinque 744 + 21,3 = 8,4 + 347 =
em comparação a cultivar Albion (testemunha) na
região do Planalto Sul Catarinense. CREA PIR54 534 = 19,1 = 7,7 + 400 =

Material e Métodos CREA PA3 354 = 14,0 - 7,6 + 344 =


O experimento foi realizado no município de Lages, Jonica 636 = 18,3 = 7,8 + 337 =
SC, região do Planalto Sul Catarinense, localizado a
uma altitude de 915 metros. O manejo de cultivo DMS (0,05) 222 4,6 0,7 57
praticado foi convencionaloi em sistema semi- *Desempenhos classificados como superior (+), igual (=) ou
hidropônico. As cultivares Pircinque e Jonica, e as inferior (-) em relação à cultivar Albion pelo teste de Dunnett a
5% de probabilidade de erro.
seleções CREA PIR54 e CREA PA3 foram
comparadas com Albion (testemunha), assim se Conclusões
constituindo os diferentes tratamentos. O Além de apresentar maior produção, a cultivar
delineamento experimental utilizado foi de blocos ao Pircinque mantem elevadas características de
acaso com quatro repetições e cinco tratamentos. qualidade dos frutos.
Ao total do ciclo produtivo foram realizadas 33
colheitas. Para todas as colheitas foram avaliadas Agradecimentos
as variáveis de produção total e massa fresca dos À UDESC, CAPES, CNPq, FAPESC e CREA-FRF
frutos, e para quatro colheitas representativas, foram pelo fomento à pesquisa e financiamento de bolsas
avaliadas as características de firmeza de polpa e de estudo.
teor de sólidos solúveis. Os dados foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) e Referências bibliográficas
quando significativo, as médias dos tratamentos ABF – ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA. Santa Cruz
foram comparados à média da cultivar Albion do Sul, 2017.
OLIVEIRA, Roberto Pedroso; SCIVITTARO, Walkyria Bueno.
(testemunha) pelo teste de Dunnett a 5% de Desempenho produtivo de cultivares de morangueiro. Scientia
probabilidade de erro, por meio do programa Agraria, v. 12, n. 2, 2011.ju
estatístico Assistat 7.7 Beta.
Resultados e Discussão
Para a variável de produção total, verificou-se na
cultivar Pircinque valor 45% superior em relação a
cultivar Albion, diferindo significativamente. Para os
demais genótipos o desempenho foi semelhante. Na
característica da massa fresca dos frutos, a seleção
PA3 foi o único genótipo que obteve desempenho
inferior em relação a ‘Albion’. Demais genótipos
obtiveram semelhante desempenho. No teor de

103
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produção de morangueiro em diferentes sistemas de cultivo
Adrik Francis Richter1*, Antonio Felippe Fagherazzi2, Daniel Suek Zanin2, Aline Melo dos Santos3, Katiana
Vanusa Tilwitz3, Robson Martins3, Aike Anneliese Kretzschmar4
1Discente do curso de Mestrado em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa
Catarina, CAV-UDESC. Av. Luís de Camões, 2090, Bairro Conta Dinheiro, CEP: 88520-000, Lages-SC. E-mail:
adrikrichter@yahoo.com.br; 2Discente do curso de Doutorado em Produção Vegetal do CAV-UDESC; 3Discente em agronomia do
CAV-UDESC; 4Professor de fruticultura do CAV-UDESC.

Palavras Chave: morango, cultivo fora do solo, hidroponia, semi-hidroponia, substrato.

Introdução mostrou maior ou menor adaptabilidade a um dos


É crescente o uso de sistemas hidropônicos ou tipos de sistema de cultivo.
semi-hidropônicos como alternativa de cultivo na
cultura do morangueiro, na qual o solo é substituído Tabela 1. Média das variáveis do número de frutos (NF),
produção total (PR) e massa fresca dos frutos (MF), de 3
pela solução nutritiva, onde estão contidos todos os
cultivares de morangueiro cultivadas sob o efeito de dois
nutrientes essenciais ao desenvolvimento das sistemas de cultivo. Lages, SC, 2017.
plantas, podendo conter ou não substrato, também Sistemas de Cultivo
conhecido como cultivo sem solo. Esta migração de Cultivar Semi
sistema se deve a exigente rotação da cultura no Solo
Hidropônico
Média
solo, aos elevados custos da terra, da produção e -------------------- NF (un planta ) -------------------
-1
das exigências de mercado, sendo que as maiores
Captola 6,5 3,5 5,0 A
vantagens desse sistema se encontram no bom
desenvolvimento das plantas, em menor tempo, Albion 6,5 3,9 5,2 A
com melhor qualidade e com maior retorno San Andreas 8,1 4,4 6,2 A
econômico (Costa, 2001; Carmo JR, 2000). O Média 7,1a 3,9 b -
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de dois C.V % 24,69
sistemas de cultivo de morangueiro (no solo e em --------------------- PR (g planta-1) --------------------
sistema semi-hidropônico) em três cultivares.
Captola 109,6 53,72 81,7 B
Material e Métodos Albion 115,8 61,9 88,8 B
O experimento foi conduzido em ambiente protegido San Andreas 147,2 83,61 115,43 A
nas áreas experimentais do grupo de pesquisa de Média 124,2 a 66,4 b -
fruticultura, no Centro de Ciências Agroveterinárias C.V. % 28,99
da Universidade do Estado de Santa Catarina
------------------ MF (g fruto-1) ----------------------
(CAV/UDESC), no município de Lages-SC durante o
ciclo 2016/2017). O delineamento foi em blocos Captola 16,9 15,4 16,2 B
casualizados (DBC), em esquema bifatorial 2x3, Albion 17,5 15,8 16,7 B
sendo o primeiro fator os sistemas de cultivo, no San Andreas 17,9 19,1 18,5 A
solo e semi-hidropônico e o segundo três cultivares Média 17,4 a 16,8 a -
de morangueiro, Albion, Capitola e San Andreas, C.V % 9,06
que combinados entre si geram um total de nove *Características avaliadas sem letra não foram significativas pelo
tratamentos, com quatro repetições, perfazendo um teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade de erro. Letras
total de 36 parcelas. Durante novembro/2016 a minúsculas na coluna comparam o fator sistema de cultivo e
março/2017 foram realizadas 26 colheitas e avaliado letras maiúsculas na linha comparam o fator cultivar.
as variáveis do número de frutos por planta,
produção total e massa fresca dos frutos. Os dados
Conclusões
foram submetidos à análise de variância, e as O sistema de cultivo no solo proporcionou maior
médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% produção de frutos.
de probabilidade, usando software estatístico A cultivar San Andreas foi a mais produtiva em
Assistat. ambos os sistemas de cultivo.

Resultados e Discussão Agradecimentos


No fator sistema de cultivo o maior número de frutos Ao grupo de fruticultura do CAV-UDESC, a CAPES,
acumulados, bem como a produção acumulada por FAPESC e CNPq, pelo fomento da pesquisa.
plantas foram alcançados no sistema de cultivo no Referências bibliográficas
solo, já para a variável massa dos frutos não houve CARMO Jr, R. R. Produção de alface (Lactuca sativa L.) em
diferença significativa (Tabela 1). Essa diferença de cultivo hidropônico utilizando atmosfera modificada no interior da
produtividade pode estar ligada a possíveis falhas estufa. Dissertação de Mestrado, FEAGRI, UNICAMP,
nutricionais ou de pH da solução nutritiva. No fator Campinas, 2000.
COSTA, E. Avaliação da produção de alface em função dos
cultivar San Andreas foi a que alcançou a maior parâmetros climáticos em casas de vegetação com sistema
produção acumulada e a maior massa dos frutos, hidropônico nos períodos de outono e inverno. Dissertação de
independente do sistema de cultivo (Tabela 1). Não Mestrado (Construções Rurais e Ambiência). Faculdade de
houve interação entre os fatores sistemas de cultivo Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas -
e cultivar, ou seja, nenhuma das cultivares testadas Campinas, SP, 2001. 144p108, 3.

104
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Resposta produtiva de macieiras ‘SCS425 Luiza’ e ‘SCS426 Venice’ no Rio Grande
do Sul
Lenir C. dos S. R. Graciano1; Fernando J. Hawerroth2, Fabiano Simões3, Lindomar V. Aguiar Junior3, Charle K.
B. de Macedo4, Natália, A. de A. Goularte3

1 Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS), bolsista de
iniciação científica FAPERGS/UERGS, curso de bacharelado em Agronomia. carol_ruaro@hotmail.com; 2 Embrapa Uva e Vinho,
Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, fernando.hawerroth@embrapa.br ;3 Universidade do Estado
do Rio Grande do Sul, Campus Vacaria, Vacaria, RS, simoes.f@gmail.com; 4 Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
Lages, SC, ckbmaced@gmail.com

Palavras Chave: Malus domestica, diversificação de cultivares.

Introdução de frutos por planta foi de 14,1 kg por planta para a


As maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ e seus clones são as cultivar SCS425 Luiza, sob o porta-enxerto
cultivares mais produzidas atualmente no Brasil. Marubakaido/M9, significativamente superior ao
Sabe-se que a cultura da maçã requer um período observado nessa cultivar sobre o porta-enxerto M9.
de frio hibernal e a região que melhor supre essa Tal resposta é justificada pelo maior número de
condição é o Sul do país. A introdução das novas frutos por planta em macieiras SCS Luiza sobre
cultivares SCS425 Luiza e SCS426 Venice visa ‘Marubaikaido’/’M9’ em relação a SCS425 Luiza
oferecer outras opções ao setor produtivo e ao sobre ‘M9’. A cultivar SCS426 Venice sobre porta-
mercado consumidor, por terem características enxerto M9 produziu, em média, 12,4 kg de frutos
diferenciadas, como adaptação às condições por planta, não diferindo significativamente da
climáticas, época de colheita distintas, resistência à cultivar SCS425 Luiza, independente do porta-
mancha foliar de Glomerella, boa qualidade visual e enxerto.
gustativa. Assim, objetivou-se com esse trabalho
avaliar a eficiência produtiva das cultivares SCS425 Tabela 1. Avaliação da eficiência produtiva e
Luiza e SCS426 Venice no Rio Grande do Sul. qualitativa de frutos de macieiras ‘Luiza’ e ‘Venice’.
Monte Alegre dos Campos, 2017.
Material e Métodos Recobrimento da coloração
As cultivares SCS426 Venice enxertadas sob M9, e vermelha na epiderme dos frutos
Cultivar/ (%)
SCS425 Luiza enxertada sob Marubakaido/M9 e em Porta-enxerto
<25% 25% a 50% a >75%
porta-enxerto M9, foram avaliadas em pomar 50% 75%
comercial no município de Monte Alegre dos
Campos, RS, durante o ciclo 2016/2017. O pomar SCS425 Luiza/M9 2,9a* 7,5b 30,5b 59,2a
foi implantado em 2012/2013, no espaçamento de SCS425 Luiza/
3,75 x 0, 75 m. As avaliações foram: porcentagem 3,4a 10,5b 36,6ab 49,4a
Marubakaido/M9
de frutos de acordo com o recobrimento da SCS426 Venice/M9 3,1a 28,5a 48,2a 20,2b
coloração vermelha da epiderme, produção por
planta (kg), massa fresca média (g) e números de Média 3,1 15,5 38,4 42,9
frutos por planta. O delineamento experimental foi
Massa
em blocos casualizados, com dez repetições, sendo Cultivar/ Produção
Número
média
cada unidade experimental composta por uma de frutos
Porta-enxerto (kg planta-1) dos
por planta
planta. Os dados foram submetidos à análise de frutos (g)
variância e à análise de médias pelo teste Tukey, a SCS425 Luiza/M9 8,6b 52,7b 164,2a
5% de probabilidade de erro.
SCS425 Luiza/
14,1a 94,9a 158,7a
Resultados e Discussão Marubakaido/M9
A coloração de frutos mostrou-se diferenciada entre SCS426 Venice/M9 12,4ab 95,8a 131,1b
as cultivares avaliadas (Tabela 1). A cultivar
SCS425 Luiza, indiferentemente do porta-enxerto, Média 11,7 81,1 151,3
apresentou maior proporção de frutos com mais de * Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre
75 % de recobrimento de vermelho na epiderme si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
quando comparada a cultivar SCS426 Venice. Para
a cultivar SCS425 Luiza, mais de 49,4% dos frutos Considerações
tiveram mais de 75% de recobrimento de cor A cultivar SCS425 Luiza apresentou maior
vermelha, enquanto que a cultivar SCS426 Venice proporção de frutos coloridos e com maior massa
apresentou apenas 20,2%. O calibre também diferiu média dos frutos em relação a SCS426 Venice.
entre as cultivares. A cultivar SCS425 Luiza Agradecimentos
apresentou maior proporção de frutos nas classes
À Embrapa, FAPERGS, UERGS e IFRS pelo
de maior calibre do que a cultivar SCS426 Venice. A
fomento à pesquisa e financiamento de bolsas de
maior massa média dos frutos foi observada na
estudo.
cultivar SCS425 Luiza em ambos os porta-enxertos
avaliados. Por serem plantas jovens, não atingiram
completamente seu potencial produtivo. A produção

105
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Fitorreguladores no raleio químico de macieiras ‘Fuji Standard’, em São
Joaquim/SC
Carina P. da Silva1, Mateus S. Pasa2, Alberto F. Brighenti2, Marlise N. Ciotta2, Bruno Carra3
1Autônoma (Doutora), Rua José de Souza Borges, 27, 88.600-000, São Joaquim, SC. carpers.rs@gmail.com. 2Epagri – Estação
Experimental de São Joaquim (Pesquisador). Rua João Araújo Lima, 102, 88.600-000, São Joaquim, SC.3UFPel – Programa de Pós-
graduação em Agronomia (Doutorando), Campus Universitário, sn, 96.160-000, Capão do Leão, RS.

Palavras Chave: 6-benziladenina, ácido naftaleno acético, redução de mão-de-obra, tamanho de fruto.

Introdução químico de macieiras ‘Fuji Suprema’. A massa de


As macieiras geralmente fixam número excessivo de fruto foi aumentada pela utilização do raleio químico
frutas do ponto de vista comercial. Se todas elas (Tabela 1). Esse efeito é resultante, em parte, da
permanecerem na planta, estas serão muito redução da carga de frutos no início do ciclo de
pequenas. Além disso, quando o raleio não é crescimento, aumentando a disponibilidade de
realizado para reduzir a carga inicial, a floração no fotoassimilados para os frutos remanescentes. Além
ano seguinte pode ser reduzida, principalmente em disso, o maior tamanho de frutos pode ser devido a
cultivares suscetíveis a alternância de produção, maior divisão celular nos frutos tratados com 6-BA, a
como ‘Fuji’. Logo faz-se necessário o raleio de qual é uma citocinina sintética. Aumento no tamanho
frutos. A utilização de raleantes químicos é uma de frutos em resposta a aplicação de 6-BA foi
alternativa comumente utilizada para reduzir a observada em macieiras ‘McIntosh’/M.7 (Yuan e
necessidade de raleio manual. Dentre as Greene, 2000).
substâncias para tal prática, destacam-se as de
ação hormonal, como a 6-benziladenina (6-BA) e o Tabela 1. Desempenho de macieiras ‘Fuji’ em
ácido naftaleno acético (ANA) (Wertheim, 2000). O resposta a diferentes tratamentos com raleantes
objetivo desse estudo foi de avaliar a eficiência de químicos.
diferentes fitorreguladores no raleio químico de
N° frutos por N° de frutos Produção por Massa de
macieiras ‘Fuji Standard’. Tratamento
inflorescência raleados planta (kg) fruto (g)

Material e Métodos
Testemunha2 1.79 a1 417.7 a 55.3 161.4 b
O experimento foi realizado na Estação
Experimental de São Joaquim (28º17’39”S, Maxcel (75 mg L-1 i.a.) 1.18 b 244.0 b 45.3 170.9 b

49º55’56”W, altitude: 1.415m) na safra 2014/15. Maxcel (100 mg L-1 i.a.) 0.75 c 173.0 b 44.0 177.2 a
Foram utilizadas plantas da cultivar Fuji Standard de Maxcel (125 mg L-1 i.a.) 0.84 c 222.5 b 53.2 187.7 a
22 anos, enxertadas em Marubakaido/M9. Os
tratamentos consistiram na aplicação de Maxcel [75, ANA (10,5 mg L-1) +
1.17 b 164.3 b 40.9 186.9 a
100, 125 mg L-1 i.a. (6-BA)] e Maxcel (100 mg L-1 Maxcel (100 mg L-1 i.a.)
i.a.) + ANA (10,5 mg L-1 i.a.). Os tratamentos com
Maxcel foram aplicados quando os frutos p <0.001 <0.01 0.64 0.03

apresentavam 5-8mm de diâmetro e ANA cinco dias Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de
1

Scott Knott a 5% de probabilidade. A testemunha consistiu em plantas submetidas


2

após a plena floração (PF). O delineamento apenas ao raleio manual.


experimental utilizado foi de casualização por
blocos, com 4 repetições de uma planta. No Conclusões
momento da floração, foram selecionadas A utilização de 6-BA é eficiente no raleio químico de
ramificações com pelo menos 100 inflorescências. macieiras ‘Fuji Standard’, reduzindo a necessidade
Aproximadamente 40 dias após a PF, foram de repasse manual e aumentando o tamanho de
contados os frutos remanescentes e a frutificação frutos.
efetiva expressa como número de frutos por Referências bibliográficas
inflorescência. Os frutos removidos no repasse WERTHEIM, S.J. Plant Growth Reg., 2000, 31,85–100.
manual foram contados. Os frutos colhidos foram PETRI, J.L.; HAWERROTH, F.J.; LEITE, G.B.; COUTO, M. Rev.
pesados e contados, e a massa de fruto calculada. Bras. Frutic., 2013, 170-182.
YUAN, R.; GREENE, D.W. HortScience, 2000, 169-176.
Resultados e Discussão
A frutificação efetiva foi reduzida por todos os
tratamentos em relação ao raleio manual
(testemunha), sendo o efeito mais pronunciado com
as maiores doses de Maxcel (Tabela 1). O número
de frutos raleados foi significativamente reduzido por
todos raleantes químicos testados, enquanto que
não foram observadas diferenças na produção por
planta (Tabela 1). Os resultados obtidos são
semelhantes aos obtidos por Petri et al. (2013), os
quais observaram que a aplicação de 6-BA, em
doses de 80-120 mg L-1) foi eficiente no raleio

106
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Raleio químico tardio da macieira cultivar Fuji Suprema
José Luiz Petri1, André Amarildo Sezerino1, Cristhian Leonardo Fenili2, Gentil Carneiro Gabardo2
1Epagri Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador. petri@epagri.sc.gov.br;
2UDESC-CAV (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, frutificação efetiva, reguladores de crescimento.

Introdução produtividade estimada por hectare somente o


Atualmente na cultura da macieira busca-se obter os tratamento Metamitron 1.152 mg.L-1+ Etefon 240
máximos em produtividade. A polinização é um dos mg.L-1 reduziu significativamente a produção em
numerosos processos que afetam significativamente relação aos demais tratamentos, embora
a produtividade, porém em condições favoráveis a numericamente todos os tratamentos foram
macieira frutifica excessivamente, sendo necessário inferiores a testemunha (Tabela 1). A produtividade
a eliminação de parte dos frutos para a produção de foi adequada a capacidade de produção das plantas,
frutos de qualidade e evitar a alternância de com 42,9 t ha-1 no tratamento Metamitron 1.152
produção. A macieira produz muito mais flores do mg.L-1+ Etefon 240 mg.L-1, sendo o tratamento
que suas necessidades, sendo que em alguns anos testemunha 80,3 t ha-1, o que é excessiva para a
e algumas cultivares como a Fuji fixam muito mais capacidade de produção das plantas. Quanto ao
frutos do que as necessidades, necessitando a massa fresca média dos frutos os tratamentos BA
intervenção para retirar o excesso e produzir frutos 80 mg.L-1 + Metamitron 768 mg.L-1, Metamitron
de tamanho comercial e evitar a alternância de 1.152 mg.L-1 e Metamitron 1.152 mg.L-1+ Etefon 240
produção. Segundo Robinson, et al 2016 podem ser mg.L-1 foram superiores aos demais tratamentos,
eliminados 90% dos frutos, permanecendo somente embora os dois primeiros não tenham diferido em
10% para a produção de frutos de tamanho produtividade dos demais tratamentos.O número de
comercial. O raleio químico normalmente é realizado frutos por inflorescência, após o raleio foi alto,
de 1 a 3 semanas após a floração, com frutos de 5 a variando de 3,9 a 5,1, nos tratamentos de
12 mm de diâmetro. Porém em cultivares com Metamitron 1.152 mg.L-1+ Etefon 240 mg.L-1 e BA
menor respostas aos raleantes químicos é frequente 120120 mg/L, respectivamente.
que se observe excesso de frutos quando os
mesmos estiverem com 15 a 20 mm. O objetivo do Tabela 1. Produção por planta, massa fresca média
trabalho foi verificar o efeito de raleantes químicos dos frutos e produtividade estimada na macieira Fuji
quando aplicados em frutos acima de 15 mm. Suprema com diferentes tratamentos com raleantes
químicos. Caçador, SC, 2017.
Material e Métodos Tratamentos
Produção por planta
Massa (Kg)
Número de
Massa fresca
média dos
Produtivida
de estimada
O experimento foi conduzido na Estação 1. Testemunha 53,5 a
frutos
429,0 a
frutos (g)
125,2 b
(t ha-1)
80,3 a
Experimental da Epagri de Caçador, SC, durante o 2. BA 80 mg.L-1 +
39,8 a 314,2 a 127,6 b 59,8 a
Etefon 240 mg.L-1
ciclo 2016/2017. O delineamento experimental foi 3. BA 80 mg.L-1 +
44,0 a 301,0 a 146,2 a 66,0 a
em blocos ao acaso, com 5 repetições e 7 Metamitron 768 mg.L-1
4. BA 120 mg L-1 46,1 a 384,0 a 120,6 b 69,2 a
tratamentos. Os tratamentos foram: 1.Controle; 2.BA 5. Etefon 240 mg.L-1 44,3 a 351,8 a 125,2 b 66,4 a
80 mg L-1 + Etefon 240 mg L-1; 3.BA 80 mg L-1 + 6. Metamitron 1.152
mg.L-1
51,5 a 373,6 a 138,2 a 77,2 a
Metamitron 768 mg L-1; 4. BA 120 mg L-1; 5. Etefon 7. Metamitron 1.152
mg.L-1 + Etefon 240 28,6 b 196,2 b 145,9 a 42,9 b
240 mg L-1; 6. Metamitron 1.152 mg L-1; 7 mg.L-1
Metamitron 1.152 mg L-1 + Etefon 240 mg L-1, sendo Média Geral 44,0 335,7 132,7 66,0
CV (%) 21,7 10,2 9,6 21,7
aplicados 30 dias após a plena floração. Como fonte
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
de BA foi utilizao Maxcel com 2% de BA, para Etefon pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade
o Ethrel 24% e para Metamitron o Goltix 50%. Em
cada repetição foram consideradas 10
inflorescências com 4 ou mais frutos. Foram Conclusões
avaliados a percentagem de queda de frutos, O raleio químico em frutos acima de 15 mm, da
produção, tamanho dos frutos e produtividade cultivar Fuji Suprema, pode ser utilizado como
estimada por hectare. Os dados foram submetidos à complemento de um programa de raleio da
análise de variância e à análise de médias pelo teste macieira.
Scott-Knott, a 5% de probabilidade de erro.
Referências bibliográficas
Resultados e Discussão Robson, T.L.; Lasko, A.N.; Greene, D.; Regitano, G. e Rufato, A.
Managing fruit abscission in apple. Acta Hort. 1119, pp. 1-13,
Os tratamentos BA 80 mg.L-1 + Metamitron 768 m 2016.
g.L-1, Metamitron 1.152 mg.L-1 e Goltix® 1.152 mg.L-1
+ Etefon 240 mg.L-1 tiveram um percentual de
abscisão de frutos acima de 15 mm de 19,4, 18,1 e
24,9 respectivamente, diferindo significativamente
dos demais tratamentos, o que demonstra uma ação
raleante, que pode ser utilizada como um
complemento em um programa de raleio químico da
macieira. Porém na produção por planta e

107
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Previsão da resposta do raleio químico no cv. Maxi Gala em função do modelo de
crescimento dos frutos
Alberto Fontanella Brighenti1, Mateus da Silveira Pasa1, Katia Casagrandre2, Paula Zelindro Cardoso2, Emilio
Brighenti1, Marlise Nara Ciotta1, Zilmar da Silva Souza1, José Masanori Katsurayama1
1Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC.
albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, mateuspasa@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br, marlise@epagri.sc.gov.br,
zilmar@epagri.sc.gov.br, masanori@epagri.sc.gov.br; 2UNISUL – Faculdade de Agronomia (IC). Av. José Acácio Moreira, 787, 88704-
900, Tubarão, SC. ka.dalcas@gmail.com, paulazelindroc@gmail.com

Palavras Chave: Fruticultura de precisão, benziladenina, metamitron, Malus domestica Borkh.

Introdução N° Frutos Desejado N° Frutos Raleio Mod. Crescimento Frutos N° Frutos Raleio Conv.

A variabilidade e imprevisibilidade do raleio químico 1000 927

tem sido um problema para os produtores de maçã 900


806
800
por mais de 50 anos. Tal fato motivou um intenso 700

N° Frutos Previsto
trabalho para identificar fatores relacionados com a 600
abscisão dos frutos e que fossem facilmente 500

quantificados (Williams; Fallahi, 1999). Dentre tais 400 338 329 324 329 317
fatores, a medida diária do crescimento do fruto é o 300 223
150 150 150 150 150
único método prático para avaliar a resposta 200
100
antecipada do raleio. As medidas de crescimento 0
ainda são úteis para avaliar o potencial de queda 24-out 31-out 7-nov 12-nov 18-nov
Data da Amostragem
dos frutos após a aplicação do raleante (Greene et
al., 2013). A premissa do modelo de previsão se Figura 1. Número de frutos previsto pelo modelo de
baseia na observação de que as frutas destinadas a taxa crescimento de acordo com as diversas
cair desaceleram e param o crescimento muito aplicações dos raleantes.
antes do tempo real de abscisão. Esta redução
ocorre logo após a aplicação do raleante e Tabela 1. Variáveis produtivas da cv. Maxi Gala
geralmente dentro da janela da próxima aplicação submetidas ao raleio químico convencional e ao
(Greene et al., 2013). O objetivo desse estudo foi raleio químico baseado no modelo de crescimento.
avaliar a eficiência do modelo de taxa de Raleio Químico Baseado no
Raleio Químico
crescimento dos frutos para a previsão do raleio Convencional Crescimento dos Frutos
Variáveis
químico em macieiras da cv. Maxi Gala. BA 40 mg L-1 + repasse BA 40 mg L-1 + BA 80 mg L-1
manual + Metamitron 250 mg L-1

Material e Métodos N° Cachos Florais


N° Frutos Potencial
299
1495
288
1440
O trabalho foi desenvolvido na Estação Experimental N° Frutos Desejados 150 150
de São Joaquim - EPAGRI (28°16'30,08”S, N° Frutos Raleados
Manualmente
106 0
49°56'09,34”O, altitude 1.400m). O pomar foi N° de Frutos Colhidos 182 231
implantado em 2006 e a variedade avaliada foi a N° Frutos Raleados + N° Frutos
288 231
Colhidos
Maxi Gala, enxertada sobre M.9 e plantada no N° Frutos Previsto Modelo 329 288
espaçamento de 4 x 1 m. Aos 4 dias após a Diferença Previsto e Real (%) 14% 19%
aplicação dos raleantes os frutos foram medidos Diferença Desejado e Real (%) 92% 54%

com um paquímetro. Depois de 6 dias foram


realizadas novas medidas. Os dados obtidos foram Conclusões
inseridos na planilha desenvolvida por Greene et al. O modelo de previsão da resposta do raleio
(2013). Baseada na taxa de crescimento dos frutos baseado na taxa de crescimento dos frutos se
foi realizada a previsão da eficiência do raleio e se mostrou preciso quando se compara o número de
houve ou não a necessidade de novas aplicações. frutos previstos e número de frutos produzidos pela
Raleio químico “convencional” – Benziladenina (BA) planta. Os resultados do primeiro ano de avaliação
40 mg L-1 (14/10) e repasse manual (8/11). Raleio são promissores e indicam que a aplicação do
químico baseado no modelo da taxa de crescimento modelo pode ser útil na tomada de decisão sobre o
dos frutos – BA 40 mg L-1 (14/10), BA 80 mg L-1 momento adequado de aplicação dos raleantes,
(21/10) e Metamitron 250 mg L-1 (9/11). Foram bem como na repetição ou não dos mesmos.
avaliados o número de frutos previsto pelo modelo,
o número de frutos raleados manualmente e o
Referências bibliográficas
Greene, D.; Lakso, A.; Robinson, T.L.; Schwallier, P.
número de frutos colhidos. HortScience, 2013, 48, 584-587.
Williams, K.M.; Fallahi, E. HortTechnology, 1999, 9, 323-327.
Resultados e Discussão
Os resultados da aplicação do modelo da taxa de
crescimento dos frutos podem ser observados na
Figura 1 e na Tabela 1.

108
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Siberio® na indução da brotação das macieiras ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji Suprema’
Cristhian Leonardo Fenili1, José Luiz Petri2, André Amarildo Sezerino2, Gentil Carneiro Gabardo1
1UDESC-CAV (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.cristhianfenili@hotmail.com;
2Epagri Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, indutores da brotação, quebra da dormência.

Introdução superiores a testemunha em ambas as cultivares,


A aplicação de indutores de brotação para a sendo que na ‘Maxi Gala’ os tratamentos Erger®
superação da dormência na macieira é uma prática 3,0% + Nitroative® 3,0% e Siberio® 3,0% + Assist®
incorporada em no sistema de produção, e 3,5% não diferiram do padrão e na ‘Fuji Suprema’
proporciona uma brotação e floração adequadas nas nenhum tratamento foi inferior ao padrão. A
principais regiões produtoras do Brasil. A frutificação efetiva não diferiu na ‘Maxi Gala’, e foi
recomendação do tratamento padrão de óleo superior no tratamento testemunha na ‘Fuji
mineral em mistura com Cianamida Hidrogenada Suprema’. A produção por planta não diferiu, e a
vem sendo substituída por substâncias alternativas, massa média dos frutos foi menor no tratamento
menos nocivas ao aplicador e meio ambiente. O padrão, na cultivar Maxi Gala. Na ‘Fuji Suprema’, a
objetivo do trabalho foi comparar o efeito de Siberio® massa média não diferiu, independente do
com o tratamento padrão, com Erger® + Nitroative® tratamento.
e com a testemunha na indução da brotação das
macieiras cultivares Maxi Gala e Fuji Suprema. Tabela 1. Efeito de indutores de brotação no início
da brotação, início, plena e fim da floração, em
Material e Métodos macieiras. Caçador/SC, 2017.
Floração
O experimento foi conduzido em pomar Tratamentos C–C3
Início
Brotação Início Plena Final
experimental localizado no município de Maxi Gala
Caçador/SC, durante o ciclo 2016/2017. Utilizaram- 1. Testemunha 27/set 29/set 30/set 10/out 15/out
2. Assist® 3,5% + Dormex® 0,7% 12/set 17/set 20/set 30/set 06/out
se macieiras das cvs Maxi Gala e Fuji Suprema, 3. Erger® 3,0% + Nitroative® 3,0% 14/set 17/set 20/set 30/set 06/out
enxertadas sobre Maruba/M-9, numa densidade de 4. Siberio® 1,5% + Ca(NO3)2 3,0% 17/set 19/set 26/set 07/out 15/out
5. Siberio® 3,0% + Ca(NO3)2 3,0% 17/set 19/set 21/set 30/set 07/out
2.500 plantas.ha-1. O delineamento experimental 6. Siberio® 3,0% + ACT 3,0% 17/set 18/set 20/set 30/set 06/out
utilizado foi em blocos casualizados, com cinco 7. Assist® 3,5% + Siberio® 3,0% 12/set 17/set 20/set 30/set 07/out
Fuji Suprema
repetições, sendo cada unidade composta por uma 1. Testemunha 18/set 03/out 23/set 07/out 14/out
planta. Os tratamentos foram: 1) testemunha; 2) 2. Assist® 3,5% + Dormex® 0,7%
3. Erger® 3,0% + Nitroative® 3,0%
12/set
14/set
18/set
18/set
20/set
20/set
29/set
29/set
05/out
05/out
Assist® 3,5% + Dormex® 0,7% (tratamento padrão); 4. Siberio® 1,5% + Ca(NO3)2 3,0% 14/set 19/set 19/set 29/set 05/out
3) Erger® 3,0% + Nitroative® 3,0%; 4) Siberio® 5. Siberio® 3,0% + Ca(NO3)2 3,0%
6. Siberio® 3,0% + ACT 3,0%
14/set
12/set
19/set
19/set
20/set
20/set
29/set
29/set
03/out
05/out
(produto mineral líquido a base de nitrogênio e cálcio 7. Assist® 3,5% + Siberio® 3,0% 14/set 19/set 20/set 29/set 05/out
com ferro) 1,5% + Nitroative® 3,0%; 5) Siberio® 3,0%
+ Nitoative® 3,0%; 6) Siberio® 3,0% + Ativador Tabela 2. Brotação de gemas axilares e terminais
Siberio® 3,0%; 7) Siberio® 3,0% + Assist® 3,5%. As (%) em macieiras, tratadas com diferentes indutores
variáveis analisadas foram: fenologia, brotação de de brotação, Caçador/SC, 2017.
gemas axilares e terminais, frutificação efetiva, Brotação de gemas (%)
Axilares Terminais
produção e massa média dos frutos. Os resultados Tratamentos
‘Fuji ‘Fuji
‘Maxi Gala’ ‘Maxi Gala’
obtidos foram submetidos à análise da variância, 1. Testemunha
Suprema’
15,4 c 2,8 c
Suprema’
79,7 b 65,4 c
cujas variáveis significativas tiveram as médias 2, Assist® 3,5% + Dormex® 0,7% 76,2 a 36,2 a 95,8 a 98,0 a
3, Erger® 3,0% + Nitroative® 3,0%
comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de 4, Siberio® 1,5% + Nitroative® 3,0%
36,2 b
25,1 c
9,2 c
6,8 c
98,5 a
93,5 a
96,3 a
83,1 b
probabilidade. 5, Siberio® 3,0% + Nitroative® 3,0% 33,4 b 6,7 c 95,2 a 81,2 b
6, Siberio® 3,0% + ACT 3,0% 40,7 b 10,0 c 100,0 a 79,4 b
7, Assist® 3,5% + Siberio® 3,0% 47,3 b 21,3 b 96,5 a 95,4 a
Resultados e Discussão Média Geral
CV (%)
39,2
21,9
13,3
40,2
94,2
9,4
85,5
10,6
O início da brotação foi antecipado em todos os
tratamentos em comparação à testemunha. Na ‘Fuji Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Suprema’ o período de floração foi em média seis
dias menor que a testemunha nos tratamentos com Conclusões
Siberio®. No cultivar Maxi Gala a plena floração do Siberio® em mistura com Assist® ou Nitroative®
tratamento padrão e Siberio 3,0% + Assist® 3,5% foi mostra-se como uma alternativa da indução da
antecipada em 10 dias em comparação ao brotação da macieira.
tratamento controle (Tabela 1). O tratamento padrão
foi superior na indução da brotação de gemas Referências bibliográficas
axilares nas duas cultivares, porém na cultivar Maxi HAWERROTH, F. J.; PETRI, J. L.; LEITE, G. B. Budbreak
Gala o tratamento Siberio® 3,0% + Assist® 3,5% foi induction in apple trees by Erger and Calcium Nitrate aplication.
In: International Symposium on Plant Bioregulators in Fruit
superior a testemunha e aos demais tratamentos Production, Abstract Book. University of Bologna, 11, 2009. 138-
(Tabela 2). Já no cultivar Fuji Suprema apenas o 138.
tratamento Siberio® 1,5% + Nitroative® 3,0% não
diferiu da testemunha em relação ao percentual de
gemas axilares brotadas. No percentual de gemas
terminais brotadas todos os tratamentos foram

109
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Levantamento fitossociológico de plantas espontâneas na fase de brotação em
pomares de macieira na região de São Joaquim, SC
Zilmar da Silva Souza1, Mateus da Silveira Pasa1, Marlise Nara Ciotta1, José Masanori Katsurayama1, Alberto
Fontanella Brighenti1
1Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, Cx.P. 81, 88600-000, São Joaquim, SC.

zilmar@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Plantas daninhas, Malus domestica Borkh, Botânica, espécies, sul do Brasil.

Introdução Tabela 1. Principais plantas espontâneas


A produção de maçãs é uma importante atividade observadas na fase de brotação das plantas de
econômica na Serra Catarinense. A macieira é uma macieira na região de São Joaquim, SC. 2016.
planta decídua com início da brotação no final de Nome Nome % de inci- Dens.
inverno e início de primavera, quando se iniciam as comum científico dência (pl./m2)
Lolium multiflorum
práticas culturais do período vegetativo. Nesta fase Azevém 38,3 40,7
Lam.
fenológica deve ser observada a ocorrência das
Trevo-branco Trifolium repens L. 14,0 14,8
principais plantas espontâneas nos pomares para
decidir pelas melhores estratégias de manejo e Capim-lanudo Holcus lanatus L. 8,9 9,4
controle. O objetivo deste trabalho foi identificar e Erva-de- Stellaria media (L.)
5,5 5,8
quantificar as espécies de plantas espontâneas passarinho Vill.
presentes nos pomares de macieira na região de Veronica persicae
Mentinha 3,8 4,0
São Joaquim, SC, na fase de brotação das plantas. Poir.
Plantago tomentosa
Tanchagem 3,3 3,6
Material e Métodos Lam.
Pastinho-de-
O experimento foi conduzido em 20 pomares de Poa annua L. 2,6 2,8
inverno
macieira na região de São Joaquim, SC, conduzidos Taraxacum officinalis
sob diferentes sistemas de manejo e controle de Dente-de-leão 1,9 2,0
F.G.Wingg
plantas espontâneas. Foram avaliados dez pomares Trevo-azedo Oxalis corniculata L. 1,8 1,9
no município de São Joaquim, três em Bom Jardim
Bowlesia incana Ruiz
da Serra, dois em Painel, Urubici e Urupema e um Erva-salsa
& Pav.
1,8 1,9
pomar em Bom Retiro. O delineamento experimental
foi em blocos ao acaso, com cinco repetições. As Conclusões
amostragens foram realizadas de 01 a 15 de As principais famílias de plantas espontâneas
setembro de 2016, na área de projeção da copa das observadas foram Asteraceae e Poaceae. O
plantas em 1 M2, ao acaso, utilizando o método do azevém (Lolium multiflorum Lam.) e o trevo-branco
quadrado inventário (Braun-blanquet, 1979). Em (Trifolium repens L.) são as principais espécies de
cada amostra foram identificadas e quantificadas as plantas espontâneas presentes nos pomares de
espécies de plantas espontâneas presentes. A partir macieira na região de São Joaquim na fase de
dos resultados obtidos foram calculados o brotação das plantas.
percentual de incidência das plantas espontâneas e
os parâmetros fitossociológicos (Müeller-dombois; Referências bibliográficas
Ellenberg, 1974), utilizando planilhas eletrônicas do Braun-blanquet, V. Fitosociologia, bases para el estúdio de las
Programa Excel. comunidades vegetales. Madrid: Blume, 820p., 1979.
Müeller-dombois, D.; Ellenberg, H.A. Aims and methods of
vegetation ecology. New York: John Wiley, 547p., 1974.
Resultados e Discussão Lorenzi, H. Manual de identificação e controle de plantas
No período avaliado predominou espécies tolerantes daninhas: plantio direto e convencional. Nova Odessa: Instituto
às baixas temperaturas com desenvolvimento e Plantarum, 7 ed., 383p., 2014.
crescimento durante o inverno. Foram observados Lorenzi, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas,
parasitas e tóxicas. Nova Odessa: Instituto plantarum, 4 ed.,
nos 20 pomares avaliados na região de São 640p., 2008.
Joaquim na fase de brotação das plantas, 46 Maciel, C.D.G.; Poletini, J.P.; Oliveira Neto, A.M.; Guerra, N.;
espécies de plantas espontâneas, pertencentes a 15 Justiniano, W. Levantamento fitossociológico de plantas
famílias. Destas, 38 espécies foram identificadas e 8 daninhas em cafezal orgânico. Bragantia, 2010, v.69, p.631-636.
espécies, com menor número de exemplares, ainda Yanagizawa, Y.A.N.P.; Maimoni-rodella, R.C.S. Composição
florística e estrutura da comunidade de plantas do estrato
não identificadas. As principais famílias foram herbáceo em áreas de cultivo de árvores frutíferas. Planta
Asteraceae (10) e Poaceae (6), seguido de Daninha, 1999, v.17, p.459-468.
Brassicaceae (3), Caryophyllaceae (3) e
Plantaginaceae (3).

110
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Plantas daninhas do gênero Bidens presentes em pomares de macieira na região
de São Joaquim, SC
Marcelo Goulart Souza1, Roberta Andressa Pereira2, Zilmar da Silva Souza3
1FURB (IC). Rua Antônio da Veiga, 140, 89030-903, Blumenau, SC. marcelo.souza@delsoftsistemas.com.br, 2FURB (PQ). Rua
Antônio da Veiga, 140, 89030-903, Blumenau, SC, 3Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102,
Cx.P. 81, 88600-000, São Joaquim, SC.

Palavras Chave: Plantas voluntárias, Malus domestica Borkh., botânica, famílias, espécies.

Introdução Tabela 1. Ocorrência de Bidens pilosa L. e Bidens


A cultura da macieira (Malus domestica Borkh.) é a subalternans DC., no período de colheita em seis
principal atividade econômica da região de São pomares de macieira na região de São Joaquim,
Joaquim, SC. O manejo e controle das plantas SC. 2017.
daninhas é uma prática cultural importante realizada Dens.
Pomar Nome científico %
durante o ciclo vegetativo das plantas nos pomares. (pl m-2)
As plantas daninhas podem competir com a cultura Pomar 1 Bidens pilosa L. 97,0 75,5
e dificultar a realização do controle fitossanitário e a Bidens subalternans DC. 3,0 2,4
realização da colheita. Entre as espécies de plantas Pomar 2 Bidens pilosa L. 98,2 55,2
daninhas presentes nos pomares, se destacam as
espécies do gênero Bidens, da família Asteraceae. Bidens subalternans DC. 1,8 1,0
A espécie Bidens pilosa L. é a mais comumente Pomar 3 Bidens pilosa L. 97,7 48,8
encontrada, entretanto existe pelo menos outra Bidens subalternans DC. 2,3 1,2
espécie deste gênero infestando os pomares da
Pomar 4 Bidens pilosa L. 97,4 66,4
região. O objetivo deste trabalho foi identificar e
quantificar as espécies do gênero Bidens presentes Bidens subalternans DC. 2,6 1,8
nos pomares de macieira na região de São Joaquim, Pomar 5 Bidens pilosa L. 100,0 56,8
SC. Bidens subalternans DC. 0,0 0,0
Material e Métodos Pomar 6 Bidens pilosa L. 9,1 5,1
O experimento foi conduzido em seis pomares de Bidens subalternans DC. 90,9 50,6
macieira na região de São Joaquim, SC, manejados
Média Bidens pilosa L. 84,4 51,3
com a utilização de herbicidas na área de projeção
da copa das plantas. As avaliações foram realizadas Bidens subalternans DC. 15,6 9,5
na segunda quinzena de março de 2017, período
que coincide com o final de colheita da cultivar Gala Conclusões
e o início de colheita da cultivar Fuji. O delineamento As espécies de plantas daninhas Bidens pilosa L. e
experimental foi em blocos ao acaso, sendo que os Bidens subalternans DC. da família Asteraceae
tratamentos consistiram dos seis pomares avaliados estão presentes nos pomares de macieira na região
na região, onde foram tomadas 20 amostras de São Joaquim, SC, com predominância da Bidens
(repetições) de 1 M² ao acaso, em cada pomar pilosa L.
avaliado em áreas com a presença destas espécies,
na projeção da copa das plantas, utilizando o Referências bibliográficas
Braun-blanquet, V. Fitosociologia, bases para el estúdio de las
método do quadrado inventário (Braun-blanquet, comunidades vegetales. Madrid: Blume, 820p., 1979.
1979). Em cada amostra foram identificadas e Müeller-dombois, D.; Ellenberg, H.A. Aims and methods of
quantificadas as espécies de plantas do gênero vegetation ecology. New York: John Wiley, 547p., 1974.
Bidens. A partir dos resultados obtidos foram Lorenzi, H. Manual de identificação e controle de plantas
realizados os cálculos de percentagem, densidade e daninhas: plantio direto e convencional. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 7 ed., 383p., 2014.
outros parâmetros fitossociológicos (Müeller- Lorenzi, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas,
dombois, 1974) utilizando um programa parasitas e tóxicas. Nova Odessa: Instituto plantarum 4 ed.,
informatizado gerenciador de planilhas. 640p., 2008.

Resultados e Discussão
No período de colheita dos pomares foi observado a
presença de duas espécies, a Bidens pilosa L. e a
Bidens subalternans DC. Os resultados indicam a
ocorrência desuniforme destas espécies, sendo que
Bidens pilosa L. predominou em cinco pomares, ao
passo que o número de plantas de Bidens
subalternans DC. foi maior em um pomar avaliado.

111
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Indução de brotação de macieiras ‘Maxi Gala’ em São Joaquim/SC

Talita D. Bosetti1, Juliano D. Schmitz2, Carina P. da Silva3, Alberto F. Brighenti4, Mateus da S. Pasa4
1IFC – Instituto Federal Catarinense (Estudante). Rodovia SC 283, km 17, CEP 89703-720, Concórdia, SC, Brasil.

talitabosetti@hotmail.com; 2IFC – Instituto Federal Catarinense (Professor). Rodovia SC 283, km 17, CEP 89703-720, Concórdia, SC,
Brasil; 3Autônoma, Rua José de Souza Borges, 27, 88.600-000, São Joaquim, SC.; 4Epagri – Estação Experimental de São Joaquim
(Pesquisador). Rua João Araújo Lima, 102, 88.600-000, São Joaquim, SC.

Palavras Chave: Malus domestica; dormência; cianamida hidrogenada; Erger®.

Introdução de frio hibernal dessas gemas em comparação as


As principais áreas de cultivo de macieira (Malus axilares (Naor et al., 2003). O fruit set não foi
domestica Borkh.) no sul do Brasil são consideradas influenciado pelos tratamentos utilizados (Tabela 1),
marginais para a espécie, uma vez que o acúmulo não corroborando com Hawerroth et al. (2010), que
de frio hibernal não é suficiente para a superação da verificaram redução no fruit set de macieiras
dormência. A desuniformidade de brotação e tratadas com indutores de brotação (Hawerroth et al.,
floração são sintomas verificados nestas condições 2010).
de cultivo. Desta forma, visando sanar o problema, a
utilização de indutores de brotação é uma prática Tabela 1. Brotação axilar (BA) e terminal (BT),
comum nos pomares. Todavia, o emprego destes índice de heterogeneidade de brotação axilar (IHBA)
produtos em regiões de altitude, como em São e fruit set (FS) de macieiras ‘Maxi Gala’ tratadas
Joaquim, SC, tem sido questionada ao longo dos com diferentes indutores de brotação, safra
anos. O objetivo do presente estudo foi avaliar o 2015/2016.
efeito de diferentes indutores de brotação no BA BT IHBA
Tratamento FS
desempenho de macieiras ‘Maxi Gala’ na região de (%) (%) (%)
São Joaquim, SC. Controle 35,6 c 90,6ns 43,1 a 1,5ns
Erger+NCa2% 68,4 ab 91,8 22,0 b 0,8
Material e Métodos Erger+NCa3% 72,5 a 92,4 19,0 b 1,3
O estudo foi desenvolvido na Estação Experimental Erger1%+ OM2% 58,1 b 86,1 24,0 b 1,1
de São Joaquim/SC na safra 2015/2016. Foram Erger1%+OM3% 62,0 ab 94,0 23,5 b 1,4
utilizadas macieiras ‘Maxi Gala’, com 10 anos de CH0.25%+OM3% 64,2 ab 97,9 30,1 b 1,1
idade, enxertadas em ‘M.9’. O delineamento P >0,001 0,082 0,004 0,18
experimental foi de casualização por blocos, com *Letras diferentes na coluna, diferem significativamente pelo teste de Duncan
cinco repetições. Os tratamentos consistiram de (p<0,05). ns = não significativo.
Erger®, combinado com nitrato de cálcio (NCa) ou
óleo mineral (OM), em diferentes concentrações; e Conclusões
cianamida hidrogenada (CH) combinada com OM. A A utilização de Erger® combinado com nitrato de
aplicação foi realizada quando as gemas estavam cálcio ou óleo mineral e cianamida hidrogenada
entre os estádios A (gema dormente) e B (gema combinada com óleo mineral, nas diferentes
inchada; ponta prateada). As variáveis resposta concentrações testadas, promovem aumento da
avaliadas foram: brotação terminal, axilar, fruit set e brotação axilar e não influenciam na brotação de
o índice de heterogeneidade de brotação axilar. Este gemas terminais.
índice foi calculado através do coeficinte de variação A combinação Erger® com nitrato de cálcio (2% e
(CV) de cada tratamento através da fórmula: [CV= 3%) e Erger® (1%) com óleo mineral (3%) promove
(Dp/média das gemas axilares brotadas)*100]; brotação axilar semelhante a cianamida
sendo Dp (desvio padrão) das gemas sobre seis hidrogenada + óleo mineral.
ramos de um ano de idade.
Referências bibliográficas
Resultados e Discussão Hawerroth, F.J.; Petri, J.L.; Leite, G.B. e Herter, F.G. Rev. Bras.
Os tratamentos testados promoveram maior Frutic., 2010, 32:343-350.
brotação das gemas axilares quando comparados Iuchi, V.L.; Iuchi, T.; Brighenti, E. e Ditrich, R. Rev. Bras. Frutic.,
2002, 24:168-174.
ao controle (Tabela 1). Neste contexto, as plantas Naor, A.; Flaishman, M.; Stern, R.; Moshe, A. e Erez, A. J. A.
controle, sem aplicação de indutores, apresentaram Soc. Hort. Sci. 2003, 128:636-641.
maior heterogeneidade de brotação das gemas
axilares (Tabela 1). Essa resposta provavelmente
tenha sido devido ao baixo acúmulo de frio hibernal
(559 h) e, portanto, os indutores tenham sido
decisivos nesta condição ambiental. Em
contrapartida, Iuchi et al. (2002) concluíram que
macieiras adultas cultivadas em São Joaquim em
altitudes superiores a 1.360m não necessitam de
aplicação de indutores de brotação. A brotação das
gemas terminais não foi influenciada pelos
tratamentos estudados, não diferindo do controle
(Tabela 1), provavelmente pela menor necessidade

112
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desempenho de macieiras ‘Fuji Suprema’ tratadas com indutores de brotação em
São Joaquim/SC
Juliano D. Schmitz1, Talita D. Bosetti2, Carina P. da Silva3, Alberto F. Brighenti4, Mateus da S. Pasa4

1IFC – Instituto Federal Catarinense (Professor). Rodovia SC 283, km 17, CEP 89703-720, Concórdia, SC, Brasil. juliano.schmitz@ifc-
concordia.edu.br;2IFC – Instituto Federal Catarinense (Estudante). Rodovia SC 283, km 17, CEP 89703-720, Concórdia, SC, Brasil;
3Autônoma, Rua José de Souza Borges, 27, 88.600-000, São Joaquim, SC.; 4Epagri – Estação Experimental de São Joaquim
(Pesquisador). Rua João Araújo Lima, 102, 88.600-000, São Joaquim, SC.

Palavras Chave: Malus domestica; Dormência; cianamida hidrogenada; Erger®

Introdução com baixo acúmulo de frio hibernal 559 h. O fruit set


A macieira (Malus domestica Borkh.), quando foi significativamente reduzido pelos tratamentos
cultivada em regiões marginais, em que o Erger® + NCa (2 e 3%), não diferindo de CH (0,25%)
requerimento de frio não é atendido, como no sul do + OM (3%). O fruit set pode estar negativamente
Brasil, possui problemas de adaptação que resultam relacionado com a intensidade de brotação, muito
na desuniformidade de brotação e floração. A provavelmente pela maior competição da nova
aplicação de indutores de brotação para superar o ramificação com o desenvolvimento dos frutos.
baixo acúmulo de frio é uma prática comum em
pomares de macieira na região sul do Brasil. No Tabela 1. Brotação axilar (BA) e terminal (BT),
entanto, a sua necessidade em áreas com maior índice de heterogeneidade de brotação axilar (IHBA)
acúmulo de frio, como em São Joaquim/SC, tem e fruit set (FS) de macieiras 'Fuji Suprema' tratadas
sido questionada ao longo dos anos. O objetivo do com diferentes indutores de brotação, safra
presente estudo foi avaliar o efeito de diferentes 2015/2016.
indutores de brotação no desempenho de macieiras BA BT IHBA
Tratamento FS
‘Fuji Suprema’ na região de São Joaquim, SC. (%) (%) (%)
Controle 47,8 b 82,0ns 57,7 a 2,0 a
Material e Métodos Erger +
O estudo foi desenvolvido na Estação Experimental NCa 2% 76,9 a 91,6 23,6 b 1,1 b
de São Joaquim/SC na safra 2015/2016. Foram Erger +
utilizadas macieiras ‘Fuji Suprema’, com 10 anos de NCa 3% 77,5 a 84,5 15,7 b 0,6 b
idade, enxertadas em ‘M.9’. O delineamento Erger 1% +
experimental foi de casualização por blocos, com OM 2% 74,8 a 88,3 19,4 b 1,9 a
cinco repetições. Os tratamentos consistiram de Erger 1% +
Erger®, combinado com nitrato de cálcio (NCa) ou OM 3% 73,8 a 93,6 21,5 b 2,1 a
óleo mineral (OM), em diferentes concentrações; e CH 0.25%
cianamida hidrogenada (CH) combinada com OM. A + OM 3% 81,9 a 87,1 14,3 b 1,3 ab
aplicação foi realizada quando as gemas estavam p >0,001 0,788 >0,001 0,003
entre os estádios A (gema dormente) e B (gema *Letras diferentes na coluna, diferem significativamente pelo teste de Duncan
inchada; ponta prateada). As variáveis resposta (p<0,05). ns = não significativo.
avaliadas foram: brotação terminal, axilar, fruit set e
o índice de heterogeneidade de brotação axilar. Este Conclusões
índice foi calculado através do coeficinte de variação A brotação axilar aumenta consideravelmente com o
(CV) de cada tratamento através da fórmula: [CV= uso dos indutores testados, ao passo que não
(Dp/média das gemas axilares brotadas)*100]; afetam a brotação das gemas terminais.
sendo Dp (desvio padrão) das gemas sobre seis O fruit set é reduzido com a utilização de indutores
ramos de um ano de idade. de brotação nas seguintes combinações: Erger® +
NCa (2 e 3%) e CH (0,25%) + OM (3%).
Resultados e Discussão
Todos os tratamentos testados promoveram maior Referências bibliográficas
brotação das gemas axilares quando comparados Iuchi, V.L.; Iuchi, T.; Brighenti, E. e Ditrich, R. Rev. Bras. Frutic.,
ao controle, porém não diferiram estatisticamente 2002, 24:168-174.
Petri, J.L.; Leite, G.B.; Couto, M.; Gabardo, G.C. e Hawerroth,
entre si (Tabela 1). Resultados similares foram F.J. Acta Hort., 2014, 1042:159-166.
encontrados por Petri et al. (2014). Em contrapartida,
Iuchi et al. (2002) concluíram que macieiras adultas
cultivadas em São Joaquim em altitudes superiores
a 1.360m não necessitam de aplicação de indutores
de brotação. A brotação das gemas terminais não foi
influenciada pelos tratamentos estudados (Tabela 1),
provavelmente pela menor necessidade de frio
hibernal dessas gemas em comparação com as
gemas axilares. A alta heterogeneidade de brotação
indica uma má qualidade da brotação axilar e no
presente estudo, todos os tratamentos induziram
uma brotação mais homogênea (Tabela 1), mesmo

113
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desfolha da videira melhora o índice de fertilidade da variedade Cabernet
Sauvignon cultivada em regiões de elevada altitude de Santa Catarina
Lucas Comachio1*, Douglas André Wurz2, Betina Pereira de Bem2, Ricardo Allebrandt2, José Luiz Marcon Filho2,
Alberto Fontanella Brighenti3, Adrielen Canossa2, Maytê Cechetto1, Aike Anneliese Kretzschmar4
1UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. comachiolucas@gmail.com;
2UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 3Epagri – Estação
Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São Joaquim, SC; 4UDESC – Centro de Ciências
Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: desfolha, produtividade, região de altitude, estágio fenológico, poda verde.

Introdução Tabela 1. Influência da época de desfolha no


Nas regiões de elevadas altitudes de Santa número de cachos e número de ramos da videira
Catarina, encontram-se condições edafoclimáticas, Cabernet Sauvignon cultivada em regiões de
de elevada disponibilidade hídrica (Bem et al., 2016) elevada altitude durante as safras 2015 e 2016.
e solos com altos teores de matéria orgânica que Número de Cachos Número de Ramos
Época de Desfolha (cachos planta-1) (ramos planta-1)
promovem o excessivo crescimento vegetativo em
2015 2016 2015 2016
detrimento do desempenho produtivo das videiras. Plena Florada 26 ns 18 a 31 a 26 a
Portanto é necessário buscar alternativas de manejo Baga Chumbinho 28 22 a 33 a 28 a
da videira que propiciem um aumento da fertilidade Baga Ervilha 30 28 b 34 a 29 a
de gemas e, consequentemente, uma maior Virada de Cor 31 33 b 32 a 35 b
produtividade dos vinhedos. Nesse contexto, o 15 dias após Virada de Cor 27 22 a 34 a 40 b
objetivo desse trabalho é verificar a influência de Sem Desfolha 30 19 a 32 a 26 a

diferentes épocas de desfolha no índice fertilidade e CV (%) 11,3 12,5 10,2 11,7

produtividade da videira Cabernet Sauvignon *Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre
si pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade de erro.
cultivada em regiões de elevada altitude de Santa
Catarina.
Tabela 2. Influência da época de desfolha no índice
Material e Métodos de fertilidade e produtividade da videira Cabernet
O presente estudo foi realizado nas safras 2015 e Sauvignon cultivada em regiões de elevada altitude
2016, em um vinhedo comercial de Cabernet durante as safras 2015 e 2016.
Índice de Fertilidade
Sauvignon (coordenadas 28º 17' 39" S e 49º 55' 56" Época de Desfolha (cachos ramo -1)
Produtividade (T ha-1)
O, a 1.230m de altitude), situado no munícipio de 2015 2016 2015 2016
São Joaquim – Santa Catarina. Os tratamentos Plena Florada 0,82 ns 0,77 b 2,4 a 2,6 a
consistiram na realização da desfolha, expondo a Baga Chumbinho 0,87 0,72 b 3,0 b 4,2 b
região dos cachos em cinco diferentes estágios Baga Ervilha 0,90 1,10 d 3,7 c 4,9 c
fenológicos: plena florada, baga chumbinho, baga Virada de Cor 1,00 0,90 c 5,0 d 5,6 c
ervilha, virada de cor, 15 dias após a virada de cor e 15 dias após Virada de Cor 0,75 0,60 a 3,0 b 3,2 a
0,61 a
plantas sem desfolha (testemunha). A produtividade Sem Desfolha 0,87 3,4 c 2,9 a
CV (%) 9,8 9,2 10,7 12,7
estimada (t ha-1) foi obtida através da multiplicação
*Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre
da produção por planta pela densidade de plantio si pelo teste Scott Knott a 5% de probabilidade de erro.
(2222 plantas ha-1). O índice de fertilidade foi obtido
pela relação entre o número de cachos por planta e Conclusões
número de ramos por plantas, determinados no A produtividade da ‘Cabernet Sauvignon’ é superior
momento da colheita. O delineamento experimental em plantas desfolhadas nos estádios fenológicos
utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro blocos baga ervilha e virada de cor. Quando realizada no
e cinco plantas por blocos. As variáveis foram estádio fenológico plena florada resulta em redução
submetidos à análise de variância (ANOVA) e da produtividade. A desfolha realizada nos estádios
quando detectadas efeitos de tratamento, procedeu- fenológicos baga ervilha e virada de cor propiciam
se o Teste Scott Knott a 5% de probabilidade de incremento do índice de fertilidade no ano
erro. subsequente a realização do manejo da desfolha da
videira Cabernet Sauvignon em regiões de elevada
Resultados e Discussão altitude de Santa Catarina.
A retirada das folhas nas regiões dos cachos
promovem uma maior exposição das gemas à Referências bibliográficas
radiação solar afetando a fertilidade das gemas e, Bem, B.P., Bogo, A., Everhart, S.E., Casa, R.T. , Gonaçalves,
consequentemente, contribuindo para o aumento do M.J., Marcon Filho, J.L., Rufato, L., Silva, F.N., Allebrandt, R.
Effect os four training systems on the temporal dynamics of
número de cachos por ramo (Tabela 1), além de downy mildew in two grapevine cultivars in southern Brazil.
promover incremento de produtividade (Tabela 2). Tropical Plant Pathology, 2016, v.41, p.370-379.

114
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desempenho de macieiras ‘Imperial Gala’ em diferentes porta-enxertos, na região
de São Joaquim/SC
Bruno Carra1, Mateus S. Pasa2, Alberto F. Brighenti2, Carina P. da Silva3, Marlise Nara Ciotta2, Zilmar S. Souza2,
José Masanori Katsurayama2
1UFPel – Programa de Pós-graduação em Agronomia (Doutorando), Campus Universitário, sn, 96.160-000, Capão do Leão, RS.
brunocarra@hotmail.com. 2Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (Pesquisador). Rua João Araújo Lima, 102, 88.600-000,
São Joaquim, SC. 3Autônoma (Doutora), Rua José de Souza Borges, 27, 88.600-000, São Joaquim, SC.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh., série CG, série JM, produtividade.

Introdução Tabela 1. Desempenho de macieiras ‘Imperial Gala’


Em função das características dos solos da região em diferentes porta-enxertos.1
Produção por Produtividade
de São Joaquim (pedregosos, rasos e com Porta-enxerto -1 ASTT (cm-2)
planta (kg) (ton ha )
afloramento de rochas), o porta-enxerto
Marubakaido/M.9 24.3 a 36.0 a 72.9 a
‘Marubakaido’, devido a sua boa adaptação, ainda é JM.2 24.7 a 36.6 a 59.5 b
o mais utilizado, mas em médias densidades de CG.008 27.8 a 41.2 a 39.5 c
plantio. Recentemente, a combinação desse porta- CG.814 20.6 a 30.5 a 35.4 c
enxerto com o filtro de M9, tem possibilitado o maior CG.210 22.7 a 33.7 a 42.6 c
CG.56 19.2 a 28.5 a 32.1 c
adensamento de plantio. No entanto, outras
JM.7 13.7 b 20.3 b 25.4 d
alternativas de porta-enxerto devem ser estudadas. CG.969 8.8 b 13.1 b 14.3 e
Dentre os porta-enxertos atualmente disponíveis, os CG.24 8.2 b 12.2 b 13.9 e
da série americana CG apresentam algumas p <0.001 <0.001 <0.001
1
Médias seguidas de mesma letra, nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de
características de grande interesse como resistência Scott Knott a 5% de probabilidade. ASTT: área da seção transversal do tronco.
ao pulgão lanígero, tolerância a doença do replantio,
menor vigor, entre outras (Fazio et al., 2013). Além Embora nenhum porta-enxerto tenha apresentado
disso, os porta-enxertos da série JM também maior produtividade do que as plantas enxertadas
apresentam algumas características de interesse na combinação ‘Marubakaido/M.9’, os porta-
para a região de São Joaquim. O objetivo desse enxertos que apresentaram produtividade similar a
estudo foi avaliar o desempenho de macieiras tal combinação são menos vigorosos. Isso mostra
‘Imperial Gala’ em diferentes porta-enxertos, na que esses porta-enxertos possuem potencial para
região de São Joaquim/SC. incrementar a produtividade da cultivar estudada,
uma vez que, o menor vigor conferido permite o
Material e Métodos aumento da densidade de plantio. Com base nos
O experimento foi realizado na Estação resultados obtidos, e nas observações a campo, os
Experimental de São Joaquim (28º17’39”S, porta-enxertos com maior potencial para a região de
49º55’56”W, altitude: 1.415m) na safra 2014/15. O São Joaquim são o CG.814 e CG.210. Embora
pomar de ‘Imperial Gala’ foi implantado em 2010, apresentem bom desempenho, CG.008 e CG.56
em espaçamento de 1,5 x 4,5m (1482 plantas ha-1). têm mostrado índice de rebrote similar a
As plantas foram conduzidas em líder central. Os Marubakaido/M.9, o que pode limitar a utilização.
tratamentos consistiram em diferentes porta-
enxertos: Marubakaido/M9, CG.008, CG.814, Conclusões
CG.210, CG.56, CG.969, CG.24, JM.2 e JM.7. O Macieiras ‘Imperial Gala’ são mais produtivas
delineamento experimental utilizado foi de quando enxertadas em ‘Marubakaido/ M.9’, ‘JM.2’,
casualização por blocos, com quatro repetições de ‘CG.008’, ‘CG.814’, ‘CG.210’ e ‘CG.56’. Os porta-
cinco plantas cada. No momento da colheita todos enxertos ‘CG.008’, ‘CG.814’, ‘CG.210’ e ‘CG.56’
os frutos de cada planta foram pesados e a reduzem o vigor da cultivar copa, porém, sem
produtividade estimada com base no número de reduzir a produtividade.
plantas por hectare. A área da seção transversal do
tronco (ASTT) foi calculada através da seguinte
Referências bibliográficas
Fazio, G.; Aldwinckle, H.S; Robinson, T.L. New York Fruit Quart.,
fórmula: ASTT= pi.r2, em que pi = 3,1416 e r (raio)= 2013, 25-28.
d/2, em que d= diâmetro de tronco. O diâmetro de
tronco foi mensurado com auxílio de um paquímetro
digital no final do ciclo de crescimento. A análise de
variância foi realizada pelo teste F e, quando este foi
significativo, os dados foram submetidos à
comparação de médias pelo teste de Scott-Knott ao
nível de 5% de probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
As maiores produções por planta e produtividades
foram obtidas com porta-enxertos Marubakaido/M.9,
CG.008, CG.814, CG.210, CG.56 e JM.2. A maior
ASTT foi observada com Marubakaido/M.9 e menor
com CG.969 e CG.24 (Tabela 1).

115
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produção e qualidade de uva Vênus sob cobertura em função da irrigação
Anderson R. Webler1, Toshio Nishijima2, Arthur de Carvalho Moretto3, João Antônio de Cristo3, Leonardo
Antônio Thiesen1, Marcos Vinicius Marques Pinheiro4

1Universidade Federal de Santa Maria - Campus Frederico Westphalen (PG). Linha 7 de setembro, BR 468, Km 40, 98400-00,

Frederico Westphalen-RS. anderson.webler@gmail.com; 2Universidade Federal de Santa Maria (PQ), Av. Roraima, 1000, Prédio 42,
Campus UFSM, Camobi, 97105-900, Santa Maria-RS. 3Universidade Federal de Santa Maria – Campus de Frederico Westphalen (IC),
Linha 7 de setembro, BR 468, Km 40, 98400-00, Frederico Westphalen-RS. 4Universidade Federal de Santa Maria – Campus de
Frederico Westphalen (PQ), Linha 7 de setembro, BR 468, Km 40, 98400-00, Frederico Westphalen-RS.

Palavras Chave: Vitis vinífera, evapotranspiração, cultivo protegido, sólidos solúveis totais,

Introdução
O uso de irrigação e cobertura plástica são pouco
comuns em cultivos de videira. Apesar de ter chuvas
constantes, a irrigação permite suprir a necessidade
das plantas em pequenos períodos de estiagem,
garantindo elevada produção. Já o uso de cobertura
plástica permite diminuir a incidência de doenças,
bem como gerar um microclima capaz de influenciar
a qualidade da produção (Chavarria et al, 2011).
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a Figura 1. Produção de uvas, cultivar Vênus, em
influência de níveis de irrigação na produção e função dos níveis de irrigação.
qualidade de uvas da cultivar Vênus sob cobertura.
A análise de variância não mostrou diferença
Material e Métodos significativa para o pH das frutas, entre os
O presente trabalho foi realizado na área tratamentos. Os valores de SST foram decrescentes
experimental do setor de fruticultura do Colégio com o aumento dos níveis de irrigação, variando de
Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria, 17,6 a 15,3, para os tratamentos sem irrigação e
em Santa Maria - RS, clima Cfa - sub-tropical úmido com 100% da ETc, respectivamente (Figura 2).
(Alvares et al., 2013). Foram utilizadas plantas de
videira da cultivar Vênus, com oito anos de idade,
conduzidas no sistema semi-latada, espaçamento
de 2,5x1,5m, com cobertura de filme plástico de 150
micras, colocado acima do dossel das plantas na
forma de túnel alto. O experimento foi conduzido no
delineamento blocos ao acaso, com três blocos e
seis repetições. Os tratamentos consistiram de cinco
níveis de irrigação suplementar, 0%, 50%, 75%,
100% e 125% da reposição da Evapotranspiração
da cultura (ETc), calculada pela relação do
coeficiente de cultura (Kc) com a Evapotranspiração Figura 2. Teor de Sólido Solúveis Totais em uvas,
de referência (Eto) estimada pelo método de variedade Vênus, função dos níveis da irrigação.
Penman-Monteith (Allen et al., 1998), utilizando os
dados da estação climatológica do INMET de Santa Conclusões
Maria - RS. A colheita foi realizada na segunda Houve incremento na produção de uvas conforme
semana do mês de janeiro de 2013. Foi avaliada a aumentaram os níveis de irrigação. Não houve
produção através da determinação da massa fresca interferência dos níveis de irrigação no pH, no
de uvas por planta, assim como os fatores entanto, os níveis mais elevados desta reduziram os
qualitativos: sólidos solúveis totais (SST) através de teores de sólidos solúveis totais das uvas.
refratômetro e pH, através de pHmetro. Os dados
foram submetidos à análise de variância e à Referências bibliográficas
regressão. Allen, R. G., Pereira, L. S., Raes, D., Smith, M. Crop
evapotranspiration - Guidelines for computing crop water
Resultados e Discussão requirements. FAO. Irrigation and Drainage. Paper; 56. Rome,
1998. FAO.
A produção de uvas por planta foi afetada pelo uso Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., De Moraes, G.,
da irrigação suplementar, de modo que o tratamento Leonardo, J., Sparovek, G. Köppen's climate classification map
com irrigação de 125% da ETc apresentou a maior for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 2013, v.22, n.6, p.711-728.
produção, com média de 9906 g planta-1, e sem Chavarria, G.; Santos, H. P. Dos; Zanus, M. C.; Marodin, G. A.
irrigação com 5837 g planta-1, com diferença de B.; Zorzan, C.. Cobertura Plástica sobre o vinhedo e suas
influências nas características físico-químicas do mosto e do
4069 g planta-1 (Figura 1). vinho. Revista. Brasileira de Fruticultura, 2011, v. 33, n. 3, p.
809-815.

116
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Sistema de condução utilizado na produção de pêssegos com a cultivar Della
Nonna nas condições edafoclimáticas de Chapecó

Mateus V. dos Santos¹*, Alison Uberti², Adriana Lugaresi², Jean do Prado³, Bachelor Louis³, Gian C. Girardi³,
Clevison L. Giacobbo⁴

¹UFFS (PG), Mestrando – Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA), Campus
Erechim. Rodovia SC 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC. vdsmateus@gmail.com, ²UFFS (IC). Bolsista
UFFS/FAPESC. Rodovia SC. 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC. ³ UFFS (IC). Rodovia SC. 484, Km
02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC. ⁴UFFS (PQ). Prof. Dr. Agronomia/PPGTA. Campus Chapecó. Rodovia SC
484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC.

Palavras Chave: Prunus persica, condução de plantas, pessegueiro.

Introdução foi verificado que houve influência quanto ao


A persicultura possui grande importância para a sistema adotado, sendo que nas plantas conduzidas
fruticultura de clima temperado e, em Líder Central, se observou maior produtividade
consequentemente, para a fruticultura brasileira (19,69 ton.ha ) em comparação aos outros sistemas
-1

(ZANETTE; BIASI, 2004). Essencialmente, os (Tabela 1).


sistemas alternativos de condução em pessegueiro,
podem ser alcançadas as facilidades de Tabela 1. Diferentes sistemas de cultivo de
operacionalização de práticas como poda, raleio e pessegueiro cv. “Della Nonna”, avaliado ao tamanho
colheita, aumento da eficiência dos tratamentos médio de fruto (TMF), número de frutos por planta
fitossanitários, dentre outros. (EMBRAPA, 2003). (NFP) e produtividade estimada. Chapecó,SC, 2017.
Considerando que o sistema de condução é um dos Sistema TMF Produtividade
NFP
fatores condicionantes na produção frutícola e tendo de Cultivo (cm³) (ton.ha-1)
em vista que pode causar modificações no Líder 3,18 66,47c*
ns
19,69 a*
desenvolvimento da planta e de frutos, o objetivo do Central
trabalho foi avaliar a cultivar “Della Nonna” na Y 3,33 100,67 b 12,45 b
produção de pêssegos, conduzidos em Líder Taça 3,33 182,87 a 8,63 c
Central, Y e Taça. CV (%) 7,76 7,94 6,34
*Letras distintas na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey a
Material e Métodos 5% de significância. Não significativo.
ns

O experimento foi realizado no pomar, área de


fruticultura na área experimental da UFFS, campus Conclusões
Chapecó, SC. A coleta de dados ocorreu no ano de O sistema conduzido em Líder Central apresenta
2016, sendo o pomar implantado em 2014. A cultivar maior produtividade dentre os sistemas avaliados. A
de pessegueiro utilizado no referido estudo foi a condução em Taça (baixa densidade) apresenta
"Della Nonna”. O espaçamento de plantio e o maior produção por planta, no entanto, menor
sistema de condução é de 5 x 0,8m em Líder produtividade. O sistema conduzido em Y é
Central, 5 x 1,5m em ípsilon (Y) e 5 x 3,5m em intermediário em comparação aos demais sistemas
Taça. Respectivamente representando 2.500, 1.333 de cultivo avaliados.
e 571 plantas.ha-1. O delineamento experimental
utilizado foi em blocos casualizados, com três Referências bibliográficas
EMBRAPA. Sistema de Produção de Pêssego de Mesa na
repetições. Cada bloco aloca os três tipos de Região da Serra Gaúcha. Bento Gonçalves, ISSN 1678-8761,
condução, com três blocos, sendo cada repetição Versão Eletrônica, 2003.
representada por cinco plantas. Foram avaliados o ZANETTE, F.; BIASI, L. A. Introdução à fruteiras de caroço In:
tamanho médio de fruto (TMF), número de frutos por MONTEIRO, L. B.; MAY-DEMIO, L.L.; SERRAT, B.M.; MOTTA,
planta (NFP) e a produtividade estimada (ton.ha-1). A.C.; CUQUEL, F.L. ed. Fruteiras de caroço: uma visão
ecológica. Curitiba: UFPR, 2004. p. 1-4.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de
variância e as médias comparadas entre si pelo
teste Tukey, a 5% de significância.
Resultados e Discussão
A relação com o tamanho médio de frutos nos três
sistemas de condução avaliados, não apresentaram
diferenças significativas. Já para o número médio de
frutas por planta, houve diferenças significativas,
sendo que o sistema de condução do tipo Taça
apresentou maior número de frutas (182,87),
seguidos do sistema ‘Y’ (100,67) e Líder Central
(66,47). Vale ressaltar que a diferença foi de 275%
entre o sistema com maior número de frutos por
planta em comparação ao menor. Na produtividade,

117
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Incidência de queimadura de sol em macieiras submetidas à aplicação de
carbonato de cálcio

Mariuccia Schlichting De Martin1, José Luiz Petri1, André Amarildo Sezerino1, Gentil Carneiro Gabardo2,
Cristhian Leonardo Fenili3
1Epagri Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador.
mariucciamartin@epagri.sc.gov.br; 2UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC./ UNIARP
(PQ) Rua Victor Baptista Adami, 800 - Centro, Caçador - SC; 3UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-
000, Lages-SC.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, distúrbio fisiológico, coloração de frutos, Deccoshield®.

Introdução apresentaram baixa ocorrência de queimadura de


A queimadura de sol em maçãs é um distúrbio sol (inferior a 1,5% em todos os tratamentos), não
fisiológico associado à radiação solar excessiva nos diferindo estatisticamente. Com exceção apenas do
frutos e as altas temperaturas. Dentre alguns dos CaCO 3 2% aplicado uma única vez, todos os
requisitos para que os frutos obtenham um padrão tratamentos proporcionaram menor incidência total
adequado para o mercado consumidor, está a alta de maçãs ‘Fuji’ com queimadura de sol em
incidência de coloração vermelha associada à comparação à testemunha (Tabela 1). A aplicação
ausência de queimadura de sol. Diversos produtos de CaCO 3 3% e 4% proporcionou menor incidência
que visam à cobertura do fruto têm sido avaliados de queimadura em comparação à testemunha e à
na redução desse distúrbio (Aly et al., 2010). O aplicação de CaCO 3 1%.
carbonato de cálcio (CaCO 3 ) em formulação líquida
é uma alternativa que apresenta potencial para ser Tabela 1. Análise de incidência total, de dano leve e
utilizada na cultura da macieira. O objetivo deste de dano severo de queimadura de sol em macieiras
trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de CaCO 3 ‘Fuji’ e ‘Elenise’ submetidas a diferentes doses e
em formulação líquida sobre a incidência de número de aplicações de CaCO 3 líquido. Caçador,
queimadura de sol e qualidade visual de maçãs ‘Fuji SC, 2017.
Suprema’, ‘Elenise’ e M-10/09. Tratamento
Incidência de Queimadura (%)
Leve Severa Total
Material e Métodos ‘Fuji Suprema’
O experimento foi conduzido na Estação Testemunha
*
20,91 a 23,44 a 44,36 a
Experimental da Epagri de Caçador, SC, durante o CaCO3 4% uma aplicação 8,89 b 8,08 b 16,97 b
**
CaCO3 2% duas aplicações 10,17 ab 11,55 b 21,71 b
ciclo 2016/2017. O delineamento experimental foi ***
CaCO3 2% uma aplicação 13,97 ab 16,11 ab 30,09 ab
em blocos ao acaso, com seis repetições. Para as ****
CaCO3 1% quatro aplicações 10,86 ab 8,03 b 18,89 b
aplicações de CaCO 3 líquido foi utilizado o produto
CV (%) 24,9 22,5 10,6
comercial Deccoshield®. Para ‘Fuji Suprema’ foram ‘Elenise’
avaliadas diferentes dosagens e número de Testemunha 10,86 a 4,96
ns
15,83 a
aplicações (Tabela 1). Para as cultivares ‘Elenise’ e CaCO3 4% uma aplicação 5,16 c 3,49 8,65 bc
M-10/09, foram avaliadas diferentes doses do CaCO3 3% uma aplicação 5,52 bc 2,36 7,88 c
produto, aplicadas em 10/02/2017. Após a colheita, CaCO3 2% uma aplicação 10,28 ab 4,54 14,82 ab
os frutos foram passados em escovas para limpeza, CaCO3 1% uma aplicação 10,21 ab 6,53 16,74 a
simulando as condições de packing house. Em CV (%) 17,7 26,0 16,7
seguida, os mesmos foram avaliados em relação à Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si pelo
incidência de queimadura de sol ausente, leve e teste de Tukey (p<0,05). ns: não significativo (p>0,05).
*Aplicação em 11/01/2017.
severa (Figura 1), resíduo visível de CaCO 3 e **Aplicações em 11/01/2017 e 02/02/2017.
percentual de cor vermelha nos frutos. Os dados ***Aplicação em 11/01/2017.
****Aplicações em 21/12/2016, 11/01/2017, 02/02/2017 e 22/02/2017.
foram submetidos à análise de variância e as
médias comparadas pelo teste Tukey (p<0,05). Conclusões
A aplicação de CaCO 3 líquido 4% em única
aplicação, 2% em duas aplicações e 1% em quatro
aplicações é efetiva no controle de queimadura de
sol em maçãs ‘Fuji Suprema’. A aplicação única de
CaCO 3 líquido 3% e 4% é efetiva na redução da
incidência de queimadura de sol em maçãs
‘Elenise’. O CaCO 3 líquido permanece nos frutos
AUS E NT E L E V E S E V E R A mesmo após as chuvas, todavia, não compromete a
Figura 1. Queimadura de sol em maçãs ‘Fuji Suprema’. coloração e não deixa resíduos após o
beneficiamento de maçãs ‘Fuji’ Suprema’ e ‘Elenise’.
Resultados e Discussão
Referências bibliográficas
Para as três cultivares avaliadas, a presença de Aly, M., El-Megeed, N.A., Awad, R.M. Reflective Particle Films
resíduo nos frutos foi inferior a 1%, não diferindo Affected on, Sunburn, Yield, Mineral Composition and Fruit
entre tratamentos. A coloração dos frutos não foi Maturity of ‘Anna’ Apple (Malus domestica)Trees. Res J Agric
afetada pela aplicação do produto. Maçãs M-10/09 Biol Sci, 2010, v.6, n.1, p.84-92.

118
XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência da Metalose de cálcio em pêssegos da cv. Bolinha

Diego B. Duarte1*, Maximiliano Dini2, Silvia Scariotto3, Maria do Carmo Bassols Raseira4

1UFPel/FAEM (IC). Campus Capão do Leão, 96010-900, Pelotas-RS. diegobduarte@gmail.com; 1UFPel/PPGA – Embrapa Clima
Temperado (PG). Rodovia 392, Km 78, Monte Bonito, 96010-971, Pelotas-RS. maxidini@hotmail.com. 3INRA-PACA Domaine Saint-
Maurice (PQ). 67, Allée des Chênes, CS60094, 84143, Avignon-França. silvia.scariotto@inra.fr. 4Embrapa Clima Temperado (PQ).
Rodovia 392, Km 78, Monte Bonito, 96010-971, Pelotas-RS. maria.bassols@embrapa.br.

Palavras Chave: Prunus persica (L.) Batsch, pós-colheita, qualidade de frutos, Monilinia fructicola (Wint.) Honey.

Introdução Resultados e Discussão


Dentre as frutas de clima temperado, cultivadas Houve diferença significativa na firmeza da polpa
comercialmente, o pessegueiro (Prunus persica) dos frutos da cv. Bolinha quando estes foram
destaca-se como sendo uma das mais sensíveis ao tratados com Metalose de cálcio (Tabela 1). Houve
manuseio e armazenamento, devido à fina epiderme um acréscimo de 1,28 libras na firmeza nos frutos
que envolve a parte comestível. Seus frutos são provenientes de plantas em que foram realizadas
climatéricos, com isso apresentam uma curta vida aplicações de cálcio, o que pode ser uma forma de
útil na pós-colheita, o que dificulta sua aumentar a firmeza dos frutos e melhorar a sua
comercialização em mercados distantes (Darezzo, qualidade final. Em relação à incidência e
1998). Aliado a isso, a falta de tecnologias severidade à podridão-parda, não existiram
adequadas de conservação para esses tipos de diferenças significativas entre os frutos com e sem
frutos tem ocasionado perdas enormes aos aplicação de MCa. Isto pode ser devido à cv.
fruticultores, seguido de prejuízo ao consumidor, Bolinha já possuir boa resistência em relação à
devido à escassez do produto e má qualidade dos doença. Sua resistência se deve, principalmente, à
mesmos, quando chegam aos locais de venda. Para compactação das células da epiderme e espessura
a indústria de frutas em calda, a firmeza da polpa da cutícula, principal barreira ao patógeno (Feliciano
também é muito importante, para garantir um bom et al., 1987). O tratamento deve ser testado em
produto final. O cálcio tem importante papel na genótipos mais suscetíveis.
conservação pós-colheita, pois forma pontes entre
os ácidos pécticos ou entre outros polissacarídeos Tabela 1. Dados de firmeza da polpa e de incidência
dificultando o acesso e a ação de enzimas e severidade da podridão-parda, em frutos com e
pectolíticas produzidas pelo fruto e que causam sem aplicação de Metalose de cálcio (MCa).
amaciamento, e dificulta também aquelas Variáveis Com MCa Sem MCa
produzidas pelos fungos e bactérias que causam
deterioração da polpa (Yamamoto et al., 2011). Este Firmeza (lb) 10,43* 9,15
trabalho teve como objetivo avaliar a influência da Incidência de lesão (%) 94,12 70,00
aplicação de Metalose de cálcio na firmeza dos Lesão (mm) 25,04ns 19,10
frutos da cv. Bolinha, assim como sobre a
resistência à podridão-parda. Incidência de esporulação (%) 11,76 20,00
Esporulação (mm) 1,79ns 4,43
Material e Métodos
*Médias estatisticamente diferentes pelo teste t (p≤0,05);
Para o experimento, foram utilizadas dez plantas da nsMédias sem diferenças significativas pelo teste t (p≤0,05).
cv. Bolinha do banco de germoplasma da Embrapa
Clima Temperado, Pelotas-RS. Foram realizadas Conclusões
três aplicações de Matalose de cálcio (MCa) Frutos tratados com Metalose de cálcio
(concentração de 1,5% do produto comercial), em apresentaram maior firmeza. Não houve diferença
cinco plantas, com intervalos de três semanas cada. quanto à incidência e severidade à podridão-parda.
As avaliações foram realizadas em frutos no estádio
de maturação comercial, colhidos pela manhã. Agradecimentos
Foram utilizados 20 frutos, sendo 10 de plantas À Embrapa Clima Temperado.
tratadas com MCa e 10, sem aplicação de MCa. A
firmeza, medida em lb, foi mensurada com Referências bibliográficas
Darezzo, H. M. Conservação pós-colheita de pêssegos ‘Aurora-1’
penetrômetro na região equatorial de cada fruto, em e ‘Biuti’ acondicionados em diferentes embalagens e
ambos os lados. Para testar a resistência à armazenados sob condições de ambiente e refrigeração. 1998.
podridão-parda, foram inoculados 20 frutos de p. 129. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Faculdade de
plantas com e 20 de plantas sem aplicação de MCa, Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista,
com uma suspensão de 2,5x104 conídios mL-1 de Jaboticabal, 1998.
Feliciano, A.; Feliciano, A.J.; Ogawa, J.M. Monilinia fructicola
Monilinia fructicola. Após 72 horas da incubação em resistance in peach cultivar Bolinha. Phytopathology, St. Paul,
Fitotron a 23°C±1°C, 75% umidade relativa e 12 v.77, p.776-780, 1987.
horas de fotoperíodo, foram avaliadas a incidência e Yamamoto, E. L.; Ferreira, R. M.; Fernandes, P. L. O.;
severidade da doença. As médias foram Albuquerque, L. B.; Alves, E. O. Função do cálcio na degradação
da parede celular vegetal. Revista Verde, Mossoró, v.6, n.2,
comparadas pelo teste t de Student, a 5% de
p.49-55, 2011.
probabilidade de erro.

119
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Pulverizações com boro aumentam os teores de cálcio na epiderme dos frutos

Flávia Denise Coldebella1*, Milton C. Coldebella1, Paulo Roberto Ernani2, Jaqueline M. Gerber1, Camyla Kuhnen3
1
UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (PG). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.
cesar_coldebella@yahoo.com.br; 2UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (PQ). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. 3UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (IC). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.
Palavras Chave: Malus domestica Borkh, nutrição de frutíferas, distúrbios fisiológicos.

Introdução
A ocorrência de distúrbios fisiológicos durante o
armazenamento de maçãs é um dos principais
fatores de perdas pós-colheita. Baixas
concentrações de cálcio (Ca) geralmente estão
associadas a incidência de distúrbios como o bitter
pit (Amarante, et al., 2006), sendo que a
amostragem da casca apresenta melhor capacidade
de predição do distúrbio (Amarante, et al., 2009).
Wojcik, et al., (1999) reporta que aplicações com
boro (B) aumentam a concentração de Ca nos
tecidos, podendo assim, diminuir a ocorrência de
distúrbios durante o armazenamento. O objetivo
deste estudo foi avaliar o efeito da pulverização com
H 3 BO 3 , nos teores de B e Ca na epiderme de
maçãs ‘Imperial Gala’.
Figura 1. Teores de boro (B) e cálcio (Ca) na
Material e Métodos epiderme, em maçãs ‘Imperial Gala’ submetidas
O experimento foi conduzido em pomar comercial, aplicações com doses crescentes de H 3 BO 3 em
com macieiras ‘Imperial Gala’ no município de pré-colheita.
Vacaria – RS, durante o ciclo 2015/2016. O
delineamento experimental foi em blocos ao acaso, Conclusões
com 4 repetições. Os tratamentos consistiram em A pulverização com H 3 BO 3 promove aumento nos
duas pulverizações com H 3 BO 3 , espaçadas teores de Ca encontrados na epiderme dos frutos.
equidistantemente até a data de colheita, nas doses
0,0; 0,15; 0,30 e 0,45%. No momento da colheita Agradecimentos
comercial, uma fina camada da epiderme, apenas A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
da porção distal, foi retirada dos frutos. Esta porção Nível Superior (CAPES), a Universidade do Estado
foi triturada, homogeneizada e encaminhada para de Santa Catarina (UDESC) e a empresa Frutival.
análise de boro (B) e cálcio (Ca). Os dados foram
submetidos a análise por regressão linear. Referências bibliográficas
AMARANTE, C.V.T. do; CHAVES, D.V.; ERNANI, P.R. Análise
Resultados e Discussão multivariada de atributos nutricionais associados ao "bitter pit" em
maçãs 'Gala'. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.41, p.841-
A aplicação com doses crescentes de H 3 BO 3, em 846, 2006.
pré-colheita, resultou no aumento dos teores de B AMARANTE, C.V.T.; ERNANI, P.R.; STEFFENS, C.A. Predição
encontrados na epiderme dos frutos. Ao mesmo de "bitter pit" em maçãs 'Gala' por meio da infiltração dos frutos
tempo, o Ca também mostrou incremento no tecido com magnésio. Revista Brasileira de Fruticultura, v.31, p. 962-
968, 2009.
avaliado, seguindo o mesmo comportamento BROWN, P.H.; HU, H. Phloem Mobility of boron is Species
encontrado para o B. O aumento foi de 45% para o Dependent: Evidence for Phloem Mobility in Sorbitol-rich Species.
B e de 14% para o Ca encontrado nos frutos Annals of Botany, v.77, p.497–505, 1996.
submetidos a pulverizações com a maior dose em WOJCIK, P.; CIESLINSKI, G. & MIKA, A. Apple yield and fruit
quality as influenced by boron applications. Journal of Plant
relação aos frutos que não receberam nenhuma Nutrition, v.22, p.1365-1377, 1999.
aplicação. A maior concentração de Ca em função
da aplicação com B pode ser resultado do efeito
sinérgico entre estes nutrientes (Wójcik, et al.,
1999). O B forma complexos B-sorbitol, que é
translocado das folhas em direção aos frutos
(Brown, et al., 1995), podendo assim, transportar
simultaneamente o Ca, aumentando sua
concentração nos frutos.

120
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação de cultivares de framboeseira no Oeste Catarinense

Adriana Lugaresi1*, Alison Uberti1, Jean do Prado2, Gian Carlos Girardi2, Alice Silva Santana2, Bachelor Louis2,
Maike Lovatto2, Clevison Luiz Giacobbo3
1
UFFS (IC). Bolsista UFFS/FAPESC. Rodovia SC. 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC, adrianalugaresi@yahoo.com.br;
UFFS (IC). Rodovia SC. 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC; 3UFFS (PQ). Prof. Dr. Agronomia/PPGTA. Campus
2

Chapecó. Rodovia SC 484, Km 02, Fronteira Sul, 89815899, Chapecó, SC.

Palavras Chave: Rubus ideaus L., qualidade de frutas, desempenho.

Introdução Tabela 1. Análise do desempenho das cultivares


As pequenas frutas tem despertado interesse dos Heritage e Fall Gold no Oeste Catarinense, em
consumidores pelo seu valor nutricional, além de relação a massa fresca média de frutas (MFMF),
possuir propriedades nutracêuticas, possibilitando sólidos solúveis (SS) e tamanho médio de frutas
uma alternativa de geração de renda aos produtores (TMF). Chapecó, SC, 2017.
rurais (RASEIRA et al., 2004). A framboeseira TMF
Cultivar MFMF (g) SS (°Brix)
(Rubus ideaus L.) é uma cultura de baixo custo de (cm3)
investimento para implantação, tem alto retorno Heritage 1,62 b* 7,35 a 1,98 ns
econômico em um curto espaço de tempo, podendo Fall Golld 1,90 a 6,82 b 2,00
ainda ser adicionado um valor agregado quando
CV (%) 9,58 5,35 14,07
utilizadas em outros produtos. Com o melhoramento
*Letras distintas na coluna, diferem estatisticamente entre
genético, busca-se encontrar seleções de espécies
si pelo teste de Tukey a 5% de significância. ns não
que se adequem de acordo com o clima de cada significativo.
região de cultivo (TEZOTTO-ULIANA; KLUGE,
2013). O objetivo com este trabalho foi avaliar o Conclusões
comportamento de duas cultivares de framboeseira As duas cultivares apresentaram, embora diferindo
no Oeste Catarinense. em algumas variáveis, bons resultados nas
condições do Oeste Catarinense, sendo uma opção
Material e Métodos para diversificação de cultivos e geração de renda.
O experimento foi conduzido na área experimental
da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Agradecimentos
Chapecó, no ciclo produtivo de 2016/17. O À FAPESC pelo fomento à pesquisa e UFFS pelo
delineamento experimental foi inteiramente financiamento de bolsas de estudo.
casualizado, com 10 repetições, cada uma
composta por uma planta. Avaliou-se diferentes Referências bibliográficas
cultivares de framboeseira, sendo as cultivares RASEIRA, M. C. B. et al.. Aspectos técnicos da cultura da
framboeseira. Pelotas: Embrapa, 24p., 2004. (Documentos 120).
Heritag e Fall Gold. As variáveis analisadas foram TEZOTTO-ULIANA, J. V.; KLUGE, R. A. Framboesa: cultura
massa fresca média de fruta (g), teor de sólidos alternativa para pequenas propriedades rurais em regiões
solúveis (°Brix) avaliado com auxílio de um subtropicais. Piracicaba: ESALQ - Divisão de Biblioteca, 33 p.,
refratômetro digital e tamanho médio da fruta (cm3,), 2013. (Série Produtor Rural, nº 55)
avaliado através de deslocamento de água, sendo
adicionados um volume conhecido em uma proveta
de 50 ml (+1ml) e após adicionado as frutas, a
diferença de volume foi então dividido pelo número
de frutas adicionadas. Os dados foram submetidos
à análise de variância, e quando significativos as
médias foram comparadas entre si pelo teste Tukey,
a 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
Com relação ao massa fresca média das frutas a
cultivar ‘Fall Gold’ apresentou-se significativamente
superior (17,28%) a massa fresca média da cultivar
Heritage, sendo um bom indicativo de valor
comercial na hora da venda do produto. Já a cultivar
Heritage se destacou no teor de sólidos solúveis,
com uma média de 7,35 ºBrix, sendo superior a cv.
Fall Gold. Por tanto, se for utilizada para o consumo
in natura, a cv. Heritage é mais indicada para esta
finalidade. Quando avaliou-se o tamanho médio de
frutas não verificou-se diferenças entre as duas
cultivares (Tabela 1).

121
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Anatomia foliar de plantas de macieira tratadas com reguladores de crescimento
Miriam Petrykowski1, Gentil Carneiro Gabardo2, Mariuccia Schlichting De Martin3, José Luiz Petri3, André
Amarildo Sezerino3, Cristhian Leonardo Fenili4
1
UNIARP (IC) Rua Victor Baptista Adami, 800 – Centro, Caçador-SC, 89500-000. agronomia_miriamp@hotmail.com; 2UDESC (PG),
Lages-SC / UNIARP (PQ), Caçador – SC; 3Epagri Estação Experimental de Caçador (PQ), Caçador-SC. 4UDESC (PG); Lages-SC.

Palavras Chave: Prohexadione de Cálcio, Trinexapac-etil, densidade estomática.

Introdução
Na cultura da macieira, o uso de reguladores de
crescimento, além de controlar o vigor das plantas e
melhorar a qualidade dos frutos pela maior
exposição à luz, também pode melhorar o manejo
sanitário. Alterações anatômicas em ramos e frutos
de plantas tratadas com reguladores de crescimento
são frequentemente relatadas. No entanto, há
pouca informação relacionada às alterações nas
estruturas foliares. O objetivo deste estudo foi
avaliar o efeito da aplicação dos redutores de
crescimento Prohexadione de Cálcio (PCa) e
Trinexapac-etil (TE), sobre o número e tamanho de
estômatos presentes na face abaxial das folhas.
Material e Métodos
O ensaio foi desenvolvido em pomar experimental
localizado no município de Caçador, SC, com a
cultivar de macieira ‘Castel Gala’, durante o ciclo
produtivo de 2016/2017. O experimento foi Figura 1. Vista da face abaxial (aumento 40x
conduzido em delineamento experimental de blocos 1,85mm2) de folhas de macieiras ‘Castel Gala’: A)
causualizados, com 8 tratamentos e 5 repetições. TE 400 mg L-1 na plena floração; B) TE 200 mg L-1
Cada repetição foi composta de uma planta. Os ramos com 10 cm; C) TE 400 mg L-1 ramos com 30
tratamentos testados foram: TE 400 mg L-1 na plena cm; D) Testemunha; E) TE 200 mg L-1 ramos 30 cm;
floração; TE 200 mg L-1 ramos com 10 cm; TE 400 F) TE 200 mg L-1 em plena floração; G) TE 400 mg
mg L-1 ramos com 30 cm; Testemunha; TE 200 mg L-1 ramos com 10 cm; H) PCa 330 mg L-1 ramos
L-1 ramos 30 cm; TE 200 mg L-1 em plena floração; com 30 cm. Caçador-SC, 2017.
TE 400 mg L-1 ramos com 10 cm; PCa 330 mg L-1
ramos com 30 cm. As variáveis analisadas foram a Tabela 1: Número médio de estômatos e área
densidade estomática e a área média de estômatos média de estômatos em uma área de 1,85mm2 na
(imagens obtidas pela técnica de impressão de face abaxial das folhas de macieiras ‘Castel Gala’
epiderme). Os dados foram submetidos a análise de submetidas a diferentes tratamentos com redutores
variância e as médias comparadas pelo teste de de crescimento, Caçador-SC, 2017.
Scott-Knott a 5% de probabilidade. Tratamentos NME AME (µm-2)
Testemunha 19.5 b 9046.3 a
Resultados e Discussão Trinexpac-etil 200 mg L-1 em plena floração
Trinexpac-etil 400 mg L-1 na plena floração
21.8 a
19.4 b
10279.0 a
9804.0 a
A aplicação de PCa 120g no momento em que a Trinexpac-etil 200 mg L-1 ramos com 10cm 16.6 b 8436.5 b
maioria dos ramos encontrava-se com 30 cm Trinexpac-etil 400 mg L-1 ramos com 10 cm 22.8 a 7133.8 b
Trinexpac-etil 200 mg L-1 ramos 30 cm 23.0 a 7685.0 b
aumentou a densidade dos estômatos da face Trinexpac-etil 400 mg L-1 ramos com 30 cm 20.6 a 7230.4 b
abaxial das folhas de macieiras, em comparação às Prohexadione Cálcio 330 mg L-1 ramos com 30 cm 21.5 a 10834.4 a
plantas não tratadas (testemunha). As plantas Média 20.7 8806.2
CV (%) 15,2 18,5
tratadas com TE apresentaram grande variabilidade NME) Número médio de estômatos; AME) Área média dos estômatos. Medias seguidas de
entre as doses e épocas testadas, apresentando mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-knott a 5% de probabilidade

influência tanto na densidade quanto na área dos (P≤0,05).

estômatos (Tabela 1 e Figura 1).


Conclusões
A aplicação dos reguladores de crescimento
Prohexadione de Cálcio e Trinexapac-etil podem
promover alterações na densidade e tamanho dos
estômatos em folhas de macieira.

122
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência do anelamento de tronco nos aspectos produtivos e qualitativos da
variedade ‘Cabernet Franc’
Bruno Dalazen Machado1, Alberto Fontanella Brighenti2, Carolina Pretto Panceri1, Emilio Brighenti2, Maikely
Paim Souza1, Luiz Filipe Farias Oliveira1, Edson Andrade Lima Junior1, Henrique Nedio Demozzi1
1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina - Câmpus Urupema (PQ); (IC). Bairro Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.
bruno.dalazem@ifsc.edu.br, carolina.panceri@ifsc.edu.br, maikelysouza@hotmail.com, luizfilipetecenologia@gmail.com,
edson.ifsc@gmail.com, henriquedemozzi@hotmail.com; 2Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima,
102, 88600-000, São Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis vinífera; hormônios de crescimento; capacidade produtiva; carboidratos.

Introdução Resultados e Discussão


O anelamento insere-se num conjunto de práticas Tabela 1. Peso de cacho (g), Produção planta-1
que visam a manipulação do crescimento e a gestão (Kg), diâmetro de baga (mm), para as diferentes
da capacidade produtiva de fruteiras, agindo na intensidades de corte de tronco e épocas de
interrupção da translocação da seiva no floema, execução, na variedade ‘Cabernet Franc’ na safra
aumentando o armazenamento de carboidratos na agrícola 2016/17.
porção do ramo logo acima do corte, assim como, Peso Produção Diâmetro
Intensidade de corte
hormônios de crescimento produzidos pelo cacho (g) planta-1 (Kg) baga (mm)
meristema e folhas jovens (Miller; Toworkoski, Anel. Simples Primavera 80,8 c 2,3 a 11,9 b
Anel. Duplo Primavera 124,4 a 1,6 a 12,8 b
2003). O equilíbrio entre giberelinas, auxinas e Anel. Simples Verão 140,2 a 2,2 a 13,9 a
citocininas pode estar controlando a indução floral. Anel. Duplo Verão 131,1 a 2,4 a 14,4 a
O anelamento interfere no transporte polar da Controle 89,3 bc 1,4 a 12,2 b
CV (%) 18,6 34,2 3,8
auxina ácido idolacético (AIA). Portanto, a
interrupção do floema pelo anelamento, ocasiona a Médias seguidas por letras minúsculas distintas na coluna
diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade de
interrupção do fluxo de AIA para as raízes (Bangerth erro.
et al., 2000). O objetivo desse trabalho, foi avaliar o
efeito do anelamento nos atributos produtivos e Tabela 1. Sólidos Solúveis (Brix), Acidez (meq L-1),
qualitativos da variedade ‘Cabernet Franc’. pH, para as diferentes intensidades de corte de
tronco e épocas de execução, na variedade
Material e Métodos
‘Cabernet Franc’ na safra agrícola 2016/17.
O trabalho foi realizado em um vinhedo comercial
situado em São Joaquim – Santa Catarina Sólidos Acidez pH
Intensidade de corte
Solúveis meq L-1
(28º17'39" S e 49º55'56" O, a 1.230m de altitude). A Anel. Simples Primavera 21,8 a 130,3 b 3,05 a
variedade avaliada foi a Cabernet Franc, conduzida Anel. Duplo Primavera 19,3 b 142,7 ab 3,05 a
em espaldeira, enxertada sobre o prota enxerto Anel. Simples Verão 18,7 b 166,7 a 3,00 a
Anel. Duplo Verão 19,4 b 148,0 ab 3,03 a
1103P e plantada no espaçamento de 3,0 x 1,5 m Controle 22,1 a 133,3 b 3,05 a
em um vinhedo implantado em 2004. Os CV (%) 4,2 8,6 1,0
tratamentos consistiram de diferentes intensidades Médias seguidas por letras minúsculas distintas na coluna
de corte de tronco, sendo: a) controle; b) diferem entre si pelo teste Duncan a 5% de probabilidade de erro.
anelamento simples executado na primavera; c)
anelamento duplo executado na primavera; d)
Conclusões
anelamento simples executado no verão; e) - Os anelamentos simples e duplo, executados no
anelamento duplo executado no verão. O verão, aumentam o diâmetro de bagas, aumentando
anelamento foi executado a uma altura de 20 cm do o peso de cacho.
nível do solo e o segundo corte a 10 cm acima da - O maior diâmetro de bagas no anelamento simples
primeira secção. Os aspectos produtivos e e duplo, executados no verão, promoveram menor
qualitativos avaliados foram: peso de cacho (g), acúmulo de sólidos solúveis e menor concentração
comprimento de cacho (cm), diâmetro de baga de ácidos nas bagas.
(mm), Brix, Acidez (meq L-1), pH e produção por Referências bibliográficas
planta (Kg planta-1). O delineamento adotado foi de Bangerth, F.; Li, C. J.; Gruber, J. Plant Growth Regulation., 2000,
blocos ao acaso, com três repetições (parcelas). 32, 205-217.
Cada parcela foi constituída por cinco plantas, Miller, S.S.; Tworkoski. PGRSA Quarterly., 2003, 31, 18-46.
sendo as duas plantas centrais foram utilizadas nas
avaliações. Os dados foram submetidos à análise
da variância (ANOVA) e ao teste Duncan a 5% de
probabilidade de erro.

123
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produtos alternativos na indução de brotação das gemas de macieira cvs. ‘Imperial
Gala’ e ‘Fuji Suprema’
Luan Mazzochi1, Carine Cocco1, Fernando José Hawerroth2

1
UCS – Universidade de Caxias do Sul (IC). Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130, Petrópolis, 95070-560, Caxias do Sul,
RS.luanmazzochi1@gmail.com, ccocco@ucs.br;2Embrapa Uva e Vinho, 95700-000, Bento Gonçalves – RS, Brazil. E-mail:
fernando.hawerroth@ embrapa.br

Palavras Chave: Malus domestica; dormência; homogeneidade de brotação.

Introdução Syncron® apresentaram os maiores percentuais de


A macieira é uma planta de clima temperado que brotação de gemas.
entra em dormência no inverno e necessita de horas
de frio acumuladas para uma nova brotação das Tabela 1. Porcentagem de gemas brotadas e
gemas (IUCHI, 2006). Nas condições climáticas frutificação efetiva para a cultivar ‘Imperial Gala’.
encontradas no Brasil é necessário aplicar indutores
Gemas brotadas (%)
de brotação nas gemas dormentes, sendo o mais Tratamentos FE (%)
utilizado a cianamida hidrogenada (CH), que é BGT BGAI BGAS
altamente tóxica e prejudicial à saúde humana Testemunha 93,20 b 48,47 b 70,11 b 20,89 a
(PETRI et al. 2006). O objetivo deste trabalho foi ®
avaliar o desempenho dos indutores de brotação Dormex 0,5% +
98,55 a 78,59 a 92,78 a 6,13 a
OM 3,5%
Erger® e Syncron® como alternativa ao uso de CH Erger® 1,5% +
(Dormex®), na superação da dormência das gemas 98,75 a 66,90 a 89,49 ab 24,18 a
OM 3,5%
da macieira. Erger® 3% +
97,30 a 71,15 a 86,94 ab 16,17 a
NCa 3%
Material e Métodos Syncron® 2% +
98,03 a 63,18 ab 72,19 b 7,74 a
O experimento foi conduzido no município de Bom OM 3,5%

Jesus, RS, em um pomar de macieiras das *Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade de erro
cultivares ‘Imperial Gala’ e ‘Fuji Suprema’. Foram
aplicados cinco tratamentos para indução de
Tabela 2. Porcentagem de gemas brotadas e
brotação: Testemunha (T1), Dormex®0,5% + Óleo
Mineral (OM)3,5% (T2), Erger®1,5% + OM3,5% Gemas brotadas (%)
(T3), Erger®3% + Nitrato de Cálcio (NCa)3% (T4) e Tratamentos FE (%)
BGT BGAI BGAS
Syncron®2% + OM3,5% (T5), aplicados em
01/09/2016. O delineamento experimental utilizado Testemunha 95,26 a 40,84 b 31,48 a 76,96 a
foi em blocos casualizados, com seis repetições por Dormex® 0,5% +
96,78 a 62,57 a 70,36 a 51,65 a
OM 3,5%
tratamento. Avaliou-se a brotação das gemas
Erger® 1,5% +
terminais (BGT), das gemas axilares no terço 94,60 a 44,05 b 50,52 ab 115,52 a
OM 3,5%
inferior (BGAI) e no terço superior da planta Erger® 3% +
94,28 a 52,45 ab 55,73 a 44,56 a
(BGAS), e a frutificação efetiva (FE). Os resultados NCa 3%
foram submetidos à análise de variância e as Syncron® 2% +
95,50 a 49,60 ab 51,32 a 76,47 a
OM 3,5%
médias comparadas entre si pelo teste de Tukey a
5%. frutificação efetiva para a cultivar ‘Fuji Suprema’.
*Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si pelo teste
Resultados e Discussão de Tukey a 5% de probabilidade de erro
A brotação de gemas terminais na cultivar ‘Imperial Conclusões
Gala’ foi menor na testemunha, diferindo dos O Erger® em associação com OM ou com NCa são
demais tratamentos (Tabela 1). A brotação das alternativas eficazes à cianamida hidrogenada na
gemas axilares no terço inferior da planta foi superação da dormência. A aplicação de Syncron®
superior com a aplicação de Dormex®, não diferindo apresentou resultados inferiores ao Dormex®, para
dos tratamentos com Erger® e Syncron®. Para as as condições do experimento, sendo necessário
gemas axilares, localizadas no terço superior da estudos complementares com compostos baseados
planta, T2, T3 e T4 apresentaram desempenho em Ácido Glutâmico.
similar na superação da dormência. Já a frutificação
efetiva não diferiu entre os tratamentos aplicados. Agradecimentos
Para a cultivar ‘Fuji Suprema’ (Tabela 2), não houve À EMBRAPA e à UCS pelo apoio e incentivo da
variação entre os tratamentos, na indução de pesquisa na fruticultura de clima temperado.
brotação das gemas terminais bem como na
frutificação efetiva. No terço superior da planta, a Referências bibliográficas
maior porcentagem de brotação de gemas axilares Iuchi, V. L. Botânica e fisiologia. In: EPAGRI. A cultura da
macieira. Florianópolis, SC: Pallotti, 2006, p.59-104.
foi obtida no tratamento com Dormex® não diferindo Petri, J. L.; Palladini, L. A.; Pola, A. C. Dormência e indução a
dos demais indutores. No terço inferior da planta, brotação em macieira. In: EPAGRI. A cultura da macieira.
Dormex® e os tratamentos com Erger® + NCa e Florianópolis, SC: Pallotti, 2006, p.261-298.

124
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Arranjo de plantas de morango, cultivar San Andreas, em cultivo semi hidropônico
Janice Valmorbida1, Anderson F. Wamser1, Janaína P. dos Santos1, Walter F. Becker1
1Epagri Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador.
janicevalmorbida@epagri.sc.gov.br.

Palavras Chave: solução nutritiva, espaçamento, produtividade, estacas gotejadoras

Introdução Tabela 1. Produção, número e massa de frutos


O morango (Fragaria ananassa Duch.) vem comercial e percentagem de frutos comercial em
despertando o interesse de um número cada vez relação ao total em função dos arranjos de plantas
maior de produtores rurais, principalmente na de morango cultivado em “slabs”. Média de 57
agricultura familiar. O produtor visualiza na cultura a colheitas. Caçador (SC), primeiro ano cultivo
possibilidade de empregar mão de obra familiar, (2016/17).
áreas menores, facilidade de comercialização nos Produção Número de
mercados locais, além da possibilidade de cultivo Tratamento Comercial frutos
praticamente o ano inteiro. Aliado a isso, a técnica (g/pla) comercial
de cultivo sem solo em bancadas favorece o Losangular 893,84ns 66,15ns
trabalho diário com a cultura, facilitando os tratos Linear 849,21 64,09
culturais, diminuindo incidência de pragas e Retangular 847,35 63,31
doenças, permitindo o trabalho mesmo em dias Trapezoidal 846,12 61,42
chuvosos, quando em estufas fechadas. O Triangular 845,41 59,94
espaçamento e arranjo de plantas em morango é Média 856,39 62,98
um fator pouco estudado no cultivo em substratos. Porcentagem
Os diferentes tipos de arranjo adotados, assim como Massa de
de frutos
outros arranjos possíveis de plantas, podem frutos
comercial/total
interferir na ecofisiologia da cultura e, comercial (g)
(%)
consequentemente, na produção de frutos. O Losangular 13,61ns 93,35ns
objetivo desse trabalho foi testar diferentes arranjos Linear 13,29 93,34
de plantas cultivadas em “slabs”, no primeiro ano de Retangular 13,41 93,89
cultivo. Trapezoidal 13,82 91,24
Material e Métodos Triangular 14,08 93,97
O experimento foi conduzido em ambiente Média 13,64 93,76
protegido, em bancada simples com sacos de
cultivo (slab), preenchidos com substrato comercial.
Conclusões
Cada “slab” se utilizou dois gotejadores online com Diferentes arranjos de plantas não influem na
vazão 4 L/H. Em cada irrigação foi realizada a produção de frutos de morango, no primeiro ano de
fertirrigação utilizando solução nutritiva com cultivo.
condutividade elétrica (CE) de 1,4-1,5 mS/cm. O Agradecimentos
tratamento foi a combinação de cinco arranjos de A Fapesc pelo apoio financeiro. À empresa Ferticel
plantas (linear, retangular, triangular, trapezoidal e pela doação do substrato.
losangular). O delineamento experimental foi em
blocos casualizados com quatro repetições, com 8
plantas por saco de cultivo. As variáveis avaliadas
foram produção, número e massa de frutos
comercial, referentes ao primeiro ano de cultivo. Os
dados foram submetidos à análise de variância.
Resultados e Discussão
Os resultados (Tabela 1) analisados no primeiro ano
de cultivo demonstram que não houve diferença
estatística nos arranjos estudados, em nenhuma
das variáveis analisadas. A elevada percentagem de
frutos comerciais demonstram a qualidade dos
frutos em todos os arranjos avaliados.Entretanto,
enfatiza-se que o morango pode ser cultivado por
dois ou mais ciclos no mesmo “slab”, sendo
necessária a avaliação por mais um ciclo de cultivo
para confirmar os resultados obtidos.

125
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito do raleio de flores na frutificação e produção da macieira cv. Monalisa
Everlan Fagundes1*, Aike A. Kretzschmar2, José L. Petri3, André Amarildo Sezerino3, Janaína Pereira dos
Santos3
1UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC; 2UDESC (PQ). Avenida Luis de Camões, 2090,

Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC; 3Epagri Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso,
89500-000, Caçador. everlanf@gmail.com.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, porcentagem de flores, desfolha.

Introdução suportado pelas reservas de carboidratos


A floração é o momento em que a planta utiliza as armazenados.
reservas acumuladas durante o crescimento
vegetativo, principalmente as acumuladas no Tabela 1. Produção (kg planta-1 e frutos planta-1),
período pós-colheita. A área foliar é um parâmetro massa fresca dos frutos (g fruto-1) e frutificação
importante para o desenvolvimento dos frutos, efetiva (%) em plantas de macieira ‘Monalisa’ com
incluindo o processo de divisão celular e frutificação diferentes porcentagens de flores raleadas por
efetiva ao produzir carboidratos para o crescimento, cacho floral ou desfolha dos cachos florais de
manutenção ou remobilização de reservas (Petri et esporões (DCFE) no ciclo produtivo de 2016/2017.
al., 2011). Porém, em determinadas condições de Caçador, SC. 2017.
clima, a floração vem acompanhada pela brotação, Produção Massa fresca Frutificação
Tratamentos
dos frutos (g) efetiva
o que pode levar a uma maior competição por kg planta-1
-1
frutos planta
carboidratos entre o crescimento vegetativo e a Testemunha 2,55 b 19,7 b 130,0 ns 2,33 b
floração. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do 20% 2,52 b 21,2 b 123,3 2,80 b
raleio de flores e a desfolha do cacho floral de 40% 2,14 b 16,2 b 131,0 2,33 b
esporões na frutificação e produção da macieira cv. 60% 1,28 c 9,7 c 140,0 2,02 b
Monalisa visando identificar possíveis efeitos de 80% 1,17 c 8,5 c 138,3 1,51 b
competição por carboidratos entre crescimento Esporões 3,38 a 27,2 a 141,6 7,75 a
vegetativo e a floração. CV(%) 50,2 50,7 11,4 55,5
Médias seguidas por letras diferentes na coluna
Material e Métodos diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de
O experimento foi conduzido na Estação probabilidade. ns: não significativo (P>0,05).
Experimental da Epagri de Caçador, SC, durante o
ciclo 2016/2017, em macieiras da cv. Monalisa. O
delineamento foi em blocos ao acaso, com seis
tratamentos e seis repetições. Avaliou-se o efeito do
raleio de flores no cacho floral em diferentes
porcentagens, 20, 40, 60 e 80% no estádio de balão
rosado e a desfolha do cacho floral de esporões
(DCFE). Foram avaliadas: a frutificação (%), número
de frutos por planta; a produção (kg.planta-1), a
massa fresca média (g) e o número de sementes
dos frutos. Os dados foram submetidos à análise de
variância e à análise de médias pelo teste Scott- Figura 1. Planta testemunha (A) e frutificação nos
Knott, a 5% de probabilidade de erro. cachos florais desfolhados nos esporões (B), no dia
18/10/2016, no ciclo produtivo de 2016/2017.
Resultados e Discussão Caçador, SC, 2017.
A redução da porcentagem de flores por cacho floral
não foi eficaz no aumento da frutificação efetiva e na Conclusões
produção da macieira ‘Monalisa’. A desfolha dos A redução da porcentagem de flores por cacho floral
cachos florais de esporões aumentou a frutificação e não é eficaz no aumento da frutificação efetiva e da
o número de frutos por planta sem que houvesse produção na macieira ‘Monalisa’. A desfolha do
redução da massa fresca média dos frutos (Figura cacho floral aumenta a sua frutificação efetiva.
1). Porém, se observou redução no número de
sementes por fruto (3,9) em comparação à Agradecimentos
testemunha (5,1). A desfolha durante a floração À EPAGRI e à CAPES pelo fomento à pesquisa e
(Figura 2) pode reduzir a competição por financiamento de bolsas de estudo.
assimilados entre flores e folhas e, dessa forma,
aumentar a fixação de frutos. Relacionado a isso, a Referências bibliográficas
melhor alocação dos recursos às flores pode Petri, J. L.; Leite, G. B.; Fioravanço, J. C.; Hawerroth, F. J.;
Couto, M. Estudo da biologia floral de macieira cultivar Gala e
favorecer as mesmas, as quais podem apresentar Fuji. In: NACHTIGALL, G. R. Inovações Técnológicas para o
maior frutificação efetiva. Segundo Petri et al., Setor da Maça – INOVAMAÇA. Bento Gonçalves, RS: Embrapa
(2011) o crescimento vegetativo pode ser um Uva e Vinho, 2011. p. 237-256.
competidor por assimilados com a floração, pois
todo o crescimento inicial de ramos e flores é

126
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da carga de gemas no desempenho produtivo da variedade Syrah cultivada
em regiões de elevada altitude do sul do Brasil
Washington Araújo Trigueiro Junior1, Maikely Paim Souza1, Luiz Filipe Farias Oliveira1, Bruno Dalazen
Machado1, Carolina Pretto Panceri1, Alberto F. Brighenti2, Mateus S. Pasa2, Emilio Brighenti2

1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Urupema (PQ); (IC). Bairro Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.
waolju3@gmail.com, maikelysouza@hotmail.com, luizfilipetecenologia@gmail.com, bruno.dalazem@ifsc.edu.br,
carolina.panceri@ifsc.edu.br; 3Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São
Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, mateuspasa@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis vinifera L., poda de inverno, desempenho vitícola, maturação tecnológica

Introdução Resultados e Discussão


A importância da poda equilibrada da videira tem O número de gemas brotadas e de gemas férteis
sido reconhecida há mais de um século (Ravaz, aumentou significativamente à medida que se
1911). O número de gemas deixadas na poda pode mantinham mais gemas nas plantas. Contudo a
influenciar a época de brotação da videira, sendo brotação real (%) e a brotação efetiva (%) foram
que um maior número de gemas pode retardar a superiores nas plantas podadas com 25 gemas
brotação da videira (Howell & Wolpert, 1978). O (100% e 73% respectivamente) quando comparadas
número de gemas por planta pode ter um efeito a com as plantas podadas com 100 gemas (75% e
longo prazo, por exemplo, maior carga de gemas 35% respectivamente). Plantas podadas com 100
pode resultar em ramos menos frutíferos nas safras gemas produziram mais cachos (72,4) que as
posteriores. O número de gemas pode afetar as plantas podadas com 65 gemas (52,9), 45 gemas
taxas de crescimentos dos ramos, atrasar a (40,3) e 25 gemas (26,7) por planta.
ocorrência do estádio fenológico de floração, afetar
a maturação da uva e, consequentemente, alterar a Tabela 1. Variáveis vegetativas, produtivas e
composição do vinho (Dixon, 2009). O objetivo qualitativas da variedade Syrah submetida a
deste trabalho foi determinar a carga de gemas diferentes cargas de gemas na safra 2017.
ideal para a variedade Syrah em regiões de elevada Variáveis
Carga de Gemas
altitude do sul do Brasil. 25 45 65 100
N° Gemas Brotadas 45 b 45 b 54 ab 74 a
Material e Métodos N° Gemas Férteis 20 b 27 ab 25 ab 34 a
O trabalho foi realizado na Estação Experimental de Brotação Real (%) 167 a 112 b 85 bc 75 c
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Brotação Efetiva (%) 73 a 64 ab 41 bc 35 c
Catarina (EPAGRI), localizada no município de São N° Cachos 26,7 c 40,3 bc 52,9 b 72,4 a
Joaquim (28°16'30"S, 49°56'09"W, altitude 1.400m). Fertilidade Gemas 0,7 c 0,9 bc 1,2 ab 1,3 a
O vinhedo utilizado foi plantado em 2006, o Produtividade (kg/planta) 1,3 b 1,9 b 2,3 b 4,1 a
espaçamento adotado foi de 3,0 x 1,5 metros entre Produtividade (Ton/ha) 3,2 b 4,3 b 5,2 b 9,0 a

filas e plantas, o porta-enxerto utilizado foi o 1103P. Peso Cacho (g) 53,4 ns 47,6 44,4 54,8
pH 2,98 ns 3,00 3,06 3,07
Durante a poda de inverno as plantas foram
Sólidos Solúveis (°Brix) 18,4 ns 18,9 18,6 18,8
submetidas a quatro diferentes cargas de gemas,
Acidez Total (meq/L) 130,0 ns 125,4 131,0 117,9
sendo 100, 65, 45 e 25 gemas por planta. As
variáveis vegetativas analisadas foram: o n° de Médias seguidas por letras minúsculas distintas na
gemas brotadas, brotação real (% - n° de gemas linha diferem entre si pelo teste Tukey (p ≤ 0,05).
brotadas/carga de gemas deixada na poda), n° de Conclusões
gemas férteis, brotação efetiva (% - n° de gemas - Plantas podadas com 100 gemas são mais
férteis/carga de gemas deixada na poda). As produtivas em comparação aos demais tratamentos;
variáveis produtivas avaliadas foram: n° de cachos - A maturação da uva não é influenciada pelas
por planta, fertilidade de gemas (n° de cachos/n° de diferentes cargas de gemas;
ramos), produtividade (kg planta-1), produtividade - Recomenda-se para a variedade Syrah, nas
estimada (Ton ha-1) e peso de cachos (g). As condições de elevada altitude, manter maior carga
variáveis qualitativas avaliadas foram: sólidos de gemas nas plantas, a fim de aumentar a
solúveis (°Brix), acidez total (meq/L) e pH. O produtividade do vinhedo.
delineamento experimental adotado foi de blocos ao
acaso, com três repetições e duas plantas por Referências bibliográficas
parcela. Os dados foram submetidos a análise de Dixon, R.A. The influence of vine vigor and crop load on
variância a posteriormente ao teste de médias, Sauvignon blanc vine growth and fruit composition in
Marlborough, New Zealand. Dissertação mestrado, Lincoln
usando Tuncan a 5% de probabilidade de erro. University, 2009.
Howell, G.S.; Wolpert, J.A. 1978. Am. J. Enol. Vitic. 1978, 29,
229-232.
Ravaz, L. Annales d’Ecole Nationale d’Agriculture de Montpellier.
1911, 11, 216–244.

127
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito de diferentes sistemas de poda no desempenho vitícola da variedade
Chardonnay em São Joaquim/SC
Edson Andrade Lima Junior1, Maikely Paim Souza1, Luiz Filipe Farias Oliveira1, Bruno Dalazen Machado1,
Carolina Pretto Panceri1, Alberto F. Brighenti2, Mateus S. Pasa2, Emilio Brighenti2

1
IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Urupema (PQ); (IC). Bairro Senadinho, 88625-000, Urupema, SC.
edson.ifsc@gmail.com, maikelysouza@hotmail.com, luizfilipetecenologia@gmail.com, bruno.dalazem@ifsc.edu.br,
carolina.panceri@ifsc.edu.br; 3Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São
Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, mateuspasa@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Vitis vinifera L., cordão esporonado, guyot

Introdução Resultados e Discussão


A poda é uma prática cultural não natural e, todavia, Plantas podadas em cordão esporonado, possuem
é a técnica mais importante e mais eficiente nas maior número de brotadas e gemas férteis. As
mãos dos viticultores para disciplinar e direcionar a plantas podadas em sistema guyot, produzem mais
produção, tanto nas características quantitativas cachos, apresentam maior fertilidade de gemas,
quanto nas qualitativas (Fregoni, 2006). O sistema maior produtividade e maior concentração de
Guyot é uma forma de condução vertical que na polifenóis nas bagas (Tabela 1).
poda deixa-se um ramo longo para a produção do
ano e um esporão para a produção de uma nova Tabela 1. Variáveis produtivas e vegetativas da
vara para a poda do próximo ano. Ele é classificado variedade Chardonnay submetida a dois sistemas
como um sistema de poda mista por apresentar de poda na safra 2017.
uma combinação de esporões e varas. Essa técnica Cordão
Variáveis Guyot
de poda é muito antiga, sendo teorizada Esporonado
primeiramente por um viticultor francês na segunda N° Gemas Poda 40,2 a 28,3 b
metade do século XIX (Fregoni, 1998). O cordão N° Gemas Brotadas 31,4 a 22,4 b
esporonado é um sistema que permite facilmente a N° Gemas Férteis 21,3 a 15,2 b
mecanização da prática da poda. Consiste em
Brotação Real (%) 80,1 a 79,3 a
manter na planta um ramo permanente na horizontal
que suportará esporões de 2 a 4 gemas para a Brotação Efetiva (%) 54,6 a 53,6 a
produção do ano, geralmente a uma distância de 15 N° cachos 27,4 b 31,2 a
a 30 cm por esporão. O objetivo desse trabalho foi Fertilidade Gemas 1,1 b 1,5 a
avaliar o efeito de dois sistemas de poda no Produtividade (kg) 0,76 b 1,12 a
desempenho vitícola da variedade Chardonnay Produtividade (Ton/ha) 1,73 b 2,47 a
produzida em São Joaquim/SC.
Peso de Cacho (g) 27,1 a 35,2 a
Material e Métodos pH 2,92 ns 2,90
O trabalho foi realizado na Estação Experimental de SS (°Brix) 19,0 ns 18,7
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa ATT (meq/L) 130,5 ns 124,9
Catarina (EPAGRI), localizada no município de São
Polifenois Totais (mg/L) 293,48 b 337,95 a
Joaquim (28°16'30"S, 49°56'09"W, altitude 1.400m).
O vinhedo utilizado foi plantado em 2006, o Médias seguidas por letras minúsculas distintas na
espaçamento adotado foi de 3,0 x 1,5 metros entre linha diferem entre si pelo teste Tukey (p ≤ 0,05).
filas e plantas, o porta-enxerto utilizado foi o 1103P. Conclusões
Os sistemas de poda avaliados foram cordão - Para a variedade Chardonnay, nas condições
esporando e guyot. As variáveis vegetativas climáticas de de São Joaquim/SC, recomenda-se o
analisadas foram: o n° de gemas brotadas, brotação sistema de poda guyot, por proporcionar maior
real (% - n° de gemas brotadas/carga de gemas fertilidade de gemas e aumento de produtividade do
deixada na poda), n° de gemas férteis, brotação vinhedo;
efetiva (% - n° de gemas férteis/carga de gemas - Os diferentes sistemas de poda não interferem na
deixada na poda). As variáveis produtivas avaliadas maturação tecnológica da uva.
foram: n° de cachos por planta, fertilidade de gemas
(n° de cachos/n° de ramos), produtividade (kg Referências bibliográficas
planta-1), produtividade estimada (ton ha-1) e peso Fregoni, M. Viticoltura di qualitá. Verona: Tecniche Nuove, 2006.
de cachos (g). As variáveis qualitativas avaliadas 826p.
foram: sólidos solúveis (°Brix), acidez total (meq/L),
pH e polifenois totais (mg/L). O delineamento
experimental adotado foi de blocos ao acaso, com
três repetições e duas plantas por parcela. Os
dados foram submetidos a análise de variância e
posteriormente o teste de médias, usando Tuncan a
5% de probabilidade de erro.

128
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Comportamento vegetativo e produtivo de genótipos de amoreira-preta (Rubus spp.)

Vagner S. P. Abê1*, Luciano Picolotto2, Claudemar H. Herpich3, Giuliano Rigo3, Sebastião T. D. Santos3, Luis E.
C. Antunes3

¹ Universidade Federal de Santa Catarina-Campus Curitibanos (IC), acadêmico. Rodovia Ulysses Gaboardi, Km 3, Cx.P. 101,89520-
000, Curitibanos – SC. abe.vagner@gmail.com, ² Universidade Federal de Santa Catarina Campus Curitibanos (PQ), Rodovia Ulysses
Gaboardi, Km 3, Cx.P. 101,89520-000, Curitibanos – SC. Rodovia Ulysses Gaboardi, Km 3, Cx.P. 101,89520-000, Curitibanos – SC.3
Pesquisador Embrapa Clima Temperado (PQ). Rodovia BR 392, Km 78 Cx.P 403, 96001-970, Pelotas – RS.

Palavras Chave: amoreira-preta, produtividade.

Introdução na ‘Tupy’ (7,0g) por Ferreira et al. (2016) no ciclo de


A amoreira-preta (Rubus spp.) é uma espécie de 2011. Os mesmos autores destacam ainda a
exploração recente no Brasil (ANTUNES & influencia dos sistemas de condução na massa
TREVISAN, 2010) e seu cultivo vem crescendo nos fresca dos frutos. Em relação ao diâmetro de fruto
últimos anos (ANTUNES et al., 2014). Este aumento não houve diferenças significativas.
da demanda é atribuído a vários fatores, de Tabela 1. Diferenciação na produtividade em
econômicos a sociais, que também ocorre devido às relação aos diferentes cultivares de amoreira-preta.
suas qualidades fitoquímicas, que podem trazer UFSC/Campus de Curitibanos/SC, 2017.
benefícios à saúde, a partir da busca por uma
alimentação mais saudável. Além disso, trata-se de
uma cultura com características, que a tornam uma
opção viável para a pequena propriedade
(ANTUNES et al., 2014). Devido a estes fatos,
também por se buscar alternativas de culturas com
bom potencial produtivo e adaptabilidade, e por
existir poucas informações sobre a cultura, o
objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho
vegetoprodutivo de diferentes genótipos de amoreira
preta na região de Curitibanos – SC.
Material e Métodos Letras diferentes na tabela diferem entre si, pelo teste de Tukey,
A implantação do experimento a campo ocorreu em a 5% de probabilidade. ns-não significativo.
agosto de 2015 na área experimental da
UFSC/Campus Curitibanos-SC. Implantaram-se Conclusões
para testes cinco genótipos de Amoreira preta: o Na fase inicial de desenvolvimento das plantas
Black 145, Black 178, Tupy, Xavante e Xingu. existe diferença produtiva, com destaque para a
Utilizou-se para o plantio em linha o espaçamento Black 145, 178 e Xingu. O desenvolvimento
de 0,6m X 3,5 m. As variáveis avaliadas nesse vegetativo na condição experimental é variável
experimento foram: a produção planta-1 (g), conforme o genótipo avaliado.
comprimento de haste (cm), massa fresca de frutos
(g) e diâmetro de fruto (mm). O delineamento Referências bibliográficas
ANTUNES. L.E.C et al. Fenologia e produção de cultivares de
experimental utilizado foi em blocos casualizados amoreira-preta em sistema agroecológico. Ciência Rural, v.40,
com três repetições e cinco plantas por parcela. Os n.9, p.1929-1933, 2010.
resultados obtidos foram submetidos à análise de ANTUNES, L.E.C. et al. Produção de amoreira-preta no Brasil.
variância, e as variáveis submetidas ao teste de Revista Brasileira de Fruticultura, v.36, n.1, p.100-111, 2014.
Tukey a 5% de probabilidade de erro. FERREIRA, et al. Produção de amoreira-preta sob diferentes
sistemas de condução. Ciência Rural, v.46, n.3, p. 421-427,
2016.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos para a produção indicam que
os genótipos Black 145, 178 e a cultivar Xingu
obtiveram o melhor desempenho diferindo de ‘Tupy’
e ‘Xavante’ (Tabela 1). A produção da Black ‘145’,
da ‘178’ e da ‘Xingu’ foi similar a observada na
‘Tupy’, segundo resultados dos trabalhos de
Antunes e Trevisan (2010) e Ferreira et al. (2016).
Destaca-se segundo esses últimos autores que a
produção pode ter influencia do sistema de
condução ou aumentar, segundo Antunes e
Trevisan (2010), com o passar dos anos. No
comprimento de haste o genótipo Black178 obteve o
melhor desempenho (Tabela 1). Quanto à massa
fresca do fruto a Black 145, 178 e ‘Tupy’ se
destacaram com 7,21g, 6,72g e 6,40g,
respectivamente. Valores similares aos observados

129
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Atividade antioxidante e compostos fenólicos de frutos de macieiras cobertas com
diferentes telas antigranizo

João Claudio Vilvert1, Milton C. Coldebella2, Cassandro V. T. Amarante3, Cristiano A. Steffens3, Érica de S.
Santos1
1UDESC (IC). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. jcvilvert@gmail.com; 2UDESC (PG). Avenida
Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. 3UDESC (PQ). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-
000, Lages-SC.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, sombreamento, compostos bioativos, quantidade de luz.

Introdução independente da sua coloração, reduziu a atividade


O consumo de maçãs aumenta a cada ano, sendo antioxidante total da casca dos frutos. A redução foi
que seu valor nutritivo e efeitos terapêuticos são de 22,7; 26,1 e 27,2% quando utilizada tela branca,
alguns dos fatores responsáveis pela alta demanda preta e vermelha, respectivamente (Tabela 1).
deste fruto. Inúmeros estudos comprovam a Segundo Vieira et al. (2011) ocorre forte relação
capacidade da maçã de reduzir danos oxidativos entre CFT e AAT na epiderme de maçãs cultivadas
causados por radicais livres às células do organismo no Sul do Brasil. O maior acúmulo de CFT na casca
humano (Panzella et al., 2013). A produção desses de frutos de macieiras não protegidas pode ter
frutos no Brasil é feita principalmente na região Sul, ocasionado a maior AAT para estes frutos.
onde ocorrem frequentes chuvas de granizo que, Independente da tela utilizada, não houveram
consequentemente, exigem a cobertura dos diferenças nos CFT e na AAT na polpa dos frutos.
pomares com telas. Entretanto, estas telas causam
redução na luz solar incidente às macieiras, Tabela 1. Compostos fenólicos totais (mg AG 100 g-
podendo ocasionar impactos negativos na coloração
1 MF) e atividade antioxidante total (µM Trolox 100 g-
1 MF) determinada pelo método DPPH, nos tecidos
e qualidade dos frutos (Amarante et al., 2009;
Jakopic et al., 2009). O objetivo deste trabalho foi de casca e polpa, na colheita de maçãs ‘Maxi Gala’.
avaliar o efeito da cobertura de macieiras ‘Maxi Vacaria – RS.
Gala’ com diferentes telas antigranizo sobre o Tela de CFT AAT
acúmulo de compostos fenólicos totais, e sobre a cobertura Casca Polpa Casca Polpa
atividade antioxidante total em frutos de maçãs.
Sem tela 735,6 a 20,9 ns 12095,0 a 316,4 ns
Material e Métodos Branca 571,1 ab 16,1 9349,1 b 230,1
Este estudo foi conduzido em pomar comercial Preta 538,4 b 20,8 8932,8 b 296,0
localizado em Vacaria-RS, utilizando-se macieiras
‘Maxi Gala’ não cobertas (controle), cobertas com Vermelha 527,5 b 20,0 8810,1 b 267,1
tela antigranizo nas cores branca e preta, ambas Média 593,1 19,4 9796,8 277,4
com malha de 4,0 x 7,0 mm, e na cor vermelha com
C.V. (%) 14,0 11,7 10,8 14,9
malha de 2,1 x 5,3 mm. O delineamento ns: não significativo. *Médias seguidas das mesmas letras, nas
experimental foi em blocos ao acaso, com quatro colunas, não diferem entre si pelo teste Tukey (p<0,05).
repetições, cada repetição correspondendo a uma
planta. No momento da maturação comercial, foram Conclusões
colhidos 20 frutos por planta, com tamanho A cobertura de macieiras ‘Maxi Gala’ com telas
uniforme, da porção mediana de cada planta, e antigranizo reduz o acúmulo nos compostos
estes frutos foram avaliados quanto ao conteúdo de fenólicos totais e, consequentemente, a atividade
compostos fenólicos totais (CFT) e à atividade antioxidante total, da casca dos frutos.
antioxidante total (AAT) pelo método DPPH, nas
porções casca e polpa. Os dados foram submetidos Agradecimentos
à análise de variância e as médias comparadas pelo A UDESC e ao CNPq pelo fomento à pesquisa e
teste Tukey, a 5% de probabilidade de erro. financiamento de bolsas de estudo.

Resultados e Discussão Referências bibliográficas


Amarante, C.V.T. do et al. Disponibilidade de luz em macieiras
O emprego da cobertura sobre as macieiras reduziu ‘Fuji’ cobertas com telas antigranizo e seus efeitos sobre a
os CFT na epiderme dos frutos, especialmente fotossíntese, o rendimento e a qualidade dos frutos. Revista
quando utilizadas as telas vermelha e preta. A Brasileira de Fruticultura, 2009, v.31, n.3, p.664-670.
redução na concentração dos CFT foi de 22,4; 26,8 Jakopic, J.; Stampar, F.; Veberic, R. The influence of exposure to
light on the phenolic content of ‘Fuji’ apple. Scientia Horticulturae,
e 28,3% nos frutos de áreas cobertas com tela 2009, v.123, n.2, p.234-239.
branca, preta e vermelha, respectivamente, em Panzella, L. et al. A reappraisal of traditional apple cultivars from
relação aos frutos de áreas descobertas (Tabela 1). Southern Italy as a rich source of phenols with superior
A utilização de telas para cobertura reduz a antioxidant activity. Food Chemistry, 2013, v.140, n.4, p.672–679,
disponibilidade de luz incidente sobre os frutos 2013.
Vieira, F. G. K. et al. Phenolic compounds and antioxidant activity
(Amarante, et al., 2009), o que resulta no menor of the apple flesh and peel of eleven cultivars grown in Brazil.
acumulo de CFT, especialmente antocianinas Scientia Horticulturae, 2011, v.128, n.3, p.261- 266.
(Jakopic, et al., 2009). A cobertura com telas,

130
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Exigência térmica de pessegueiro ‘BRS Kampai’ sobre diferentes porta-enxertos
clonais

Alan Kenedy Perufo¹, Rafael Henrique Pertille¹, André Luiz Varago², Marcos Robson Sachet2, Jonatan Basso¹,
Idemir Citadin³
1
UTFPR – Câmpus Pato Branco, (IC), Via do Conhecimento Km 1, 85.503-390, Pato Branco, PR. e-mail: perufo@alunos.utfpr.edu.br;
2
UTFPR – Câmpus Pato Branco, (PG), Via do Conhecimento Km 1, 85.503-390, Pato Branco, PR; 3UTFPR – Câmpus Pato Branco,
(PQ), Via do Conhecimento Km 1, 85.503-390, Pato Branco, PR.

Palavras Chave: Prunus persica, soma térmica, porta-enxertos, ‘BRS Kampai’.

Introdução Resultados e Discussão


O conhecimento da exigência térmica de cultivares O porta-enxerto Clone 15 foi o que induziu maior
de pessegueiro (Prunus persica (L.) Batsch) é exigência térmica à cultivar-copa ‘BRS Kampai’,
importante para definir o manejo do pomar, como a com mais de 620 graus-dias da floração até a plena
poda, quebra de dormência e tratos fitossanitários e, colheita. O porta-enxerto Clone 15 não diferiu na
também para a adaptação desta em diferentes exigência térmica de Tsukuba-1, este que por sua
regiões (SOUZA et al., 2011). É conhecida a vez não diferiu dos demais, como demonstrado na
influência que o porta-enxerto exerce sobre diversas Tabela 1.
características de cultivares copas de pessegueiro,
como vigor de planta, produtividade, tolerância a Tabela 1. Média de soma térmica de pessegueiro
solos encharcados, deficiências ou toxidades ‘BRS Kampai’ sobre cinco diferentes porta-enxertos.
nutricionais, resistência a doenças e infestações de
nematoides, além da fenologia (LORETI, 2008). Tratamentos Graus-dias
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a
Clone 15 621,303 a
exigência térmica, da fase de plena floração a plena
colheita, da cultivar de pessegueiro ‘BRS Kampai’ Tsukuba-1 589,940 ab
sobre diferentes porta-enxertos clonais obtidos por
estaquia herbácea. Capdeboscq 556,778 b
Material e Métodos Okinawa 555,660 b
O experimento foi conduzido na Área Experimental Ishtara 543,258 b
da Universidade Tecnológica do Paraná, no
munícipio de Pato Branco - PR. A cultivar de CV= 5,48%
pessegueiro ‘BRS Kampai’ foi enxertada sobre cinco Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste
porta-enxertos clonais obtidos por estaquia de Tukey à 5% de probabilidade de erro.
herbácea. Os porta-enxertos empregados foram Conclusões
Clone 15 (P. persica), Capdeboscq (P. persica),
O porta-enxerto interfere na exigência térmica da
Okinawa (P. persica), Tsukuba-1 (P. persica) e
cultivar copa ‘BRS Kampai’. O porta-enxerto Clone
Ishtara (P. cerasifera x P. salicina X P. cerasifera x
15 foi o mais exigente em graus-dias para colheita.
P. persica). As mudas foram transplantadas em
campo em julho de 2014, no delineamento Agradecimentos
experimental blocos ao acaso, com seis repetições. A UTFPR- Campus Pato Branco, a UMIPTT e a
No ciclo de produção 2016/2017, foram avaliadas as Embrapa Clima Temperado.
exigências térmicas das plantas entre a plena
floração e plena colheita, utilizando a equação Referências bibliográficas
GD=∑ Tmed-Tb, onde GD= graus-dias, Tmed= LORETI, F. Porta-Enxertos para a cultura do pêssegueiro do
terceiro milênio. Rev. Bras. Frutic, 2008, vol.30, n.1, p.274-284.
temperatura média e Tb= temperatura basal, SOUZA, A, P., LEONEL, d S., SILVA, A.C. Basal temperature
admitindo-se esta como 12 ºC. As médias foram and thermal sum in phenological phases of nectarine and peach
submetidas à análise de variância (P=0,05) e, cultivars. Pesq. agropec. Bras, 2011, vol.46, n.12, p.1588-1596.
apresentando diferença entre duas médias, foram
submetidas ao teste de Tukey a 5% de
probabilidade de erro.

131
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência do frio na germinação em sementes de Poncirus trifoliata
Léo Omar Duarte Marques¹, Paulo Celso de Mello Farias², Odair José da Veiga³, Tâmara Foster Acosta¹, Josiane
Duarte de Carvalho4, Alan Yago Barbosa de Lima5
1Programa de Pós Graduação em Agronomia, Universidade Federal de Pelotas (PG). Campus Universitário Capão do Leão – Caixa
Postal 354, Capão do Leão, RS , 96010-900, leodmq@hotmail.com.² Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de
Pelotas (PQ). Campus Universitário Capão do Leão – Caixa Postal 354, Capão do Leão, RS, 96010-900. ³Curso de Engenharia
agrícola, Universidade Federal de Pelotas (IC). Rua Benjamin Constant, 989, Campus COTADA – Porto, Pelotas – RS. 4 Curso de
Zootecnia, Universidade Federal de pelotas, (IC). Campus Universitário Capão do Leão – Caixa Postal 354, Capão do Leão, RS,
96010-900. 5Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas (IC). Campus Universitário Capão do Leão –
Caixa Postal 354, Capão do Leão, RS, 96010-900.

Palavras Chave: porta-enxerto, temperatura, citros, desempenho.

Introdução processo germinativo, bem como antes mesmo da


Poncirus trifoliata é um dos porta-enxertos mais semeadura quando as sementes são submetidas a
utilizados no mundo, sua utilização tem destaque em condições de baixas temperaturas.
países como Brasil, Argentina, Uruguai e Nova
Zelândia (PASSOS et al., 2012). Franzon et al. Tabela 1. Percentual de germinação de sementes
(2010) descreve que a multiplicação de plantas por de Poncirus trifoliata submetidas a diferentes
sementes é um método amplamente utilizado na tratamentos térmicos. Universidade Federal de
produção de porta-enxerto cítricos. Tratamentos Pelotas, Pelotas-RS, 2017.
térmicos utilizando o frio para melhorar o Tratamento térmico Germinação (%)
desempenho da germinação têm se demostrado
eficientes em muitas espécies frutíferas
Sem frio 54,45 a
(ALBUQUERQUE et al., 2014). O objetivo deste
trabalho foi avaliar a influência do frio na germinação
de sementes de Poncirus trifoliata. Com frio 12,76 b

Material e Métodos C. V. (%) 29,29


Frutos maduros de Poncirus trifoliata foram Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente
coletados no pomar didático do Centro Agropecuário entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5%.
da Palma, da Universidade Federal de Pelotas Conclusões
(UFPel) em abril de 2016. Os frutos foram levados
O tratamento térmico com uso do frio afetou
para o Laboratório de Agronomia da UFPel,
negativamente a germinação das sementes de
localizado no campus Capão do Leão, RS. Os
Poncirus trifoliata.
mesmos foram despolpados sob água corrente em
uma peneira, as sementes limpas foram submetidas Agradecimentos
a secagem a temperatura ambiente por um período À CAPES pela confiança depositada através da
de quatro dias. Posteriormente foram divididas em concessão de bolsas de estudo.
duas parcelas, sendo uma submetida a um
tratamento térmico em câmara fria a 2,5°C por um Referências bibliográficas
período de sete dias e a outra mantida em ALBUQUERQUE, I. et al. Germinação de sementes de goiabeira
condições de temperatura ambiente pelo mesmo serrana in vitro sob influência do meio de cultura e do
tempo. Após o período do tratamento térmico, armazenamento. Congrega URCAMP, Bagé RS, 9 p., out. 2014.
FRANZON, R. C.; CARPENEDO, S.; SILVA, J. C. S. Produção
sementes referentes às duas parcelas foram postas de mudas: principais técnicas utilizadas na propagação de
para germinar em bandejas de poliestireno fruteiras. Documentos / Embrapa Cerrados, Planaltina DF, 56
expandido preenchidas com substrato comercial. O p., mar. 2010.
experimento foi instalado em delineamento OLIVEIRA, R. P. ; RADMANN, E. B.; SCIVITTARO, W.B. Mudas
de citros: maximização da germinação do porta-enxerto
inteiramente casualizado, com quatro repetições de Trifoliata. Comunicado Técnico Embrapa Clima
45 sementes para cada tratamento. Os dados Temperado, Pelotas RS, 4 p., dez. 2002.
obtidos foram submetidos à análise de variância e PASSOS, O. S. et al. Caracterização de híbridos de Poncirus
as diferenças entre médias comparadas pelo teste trifoliata e de outros porta-enxertos de citros no estado da
de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o Bahia. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal SP, v. 28,
n. 3, p.410-413, dez. 2006.
programa Assistat 7.7.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos indicam uma redução no
porcentual de germinação das sementes que foram
submetidas ao tratamento térmico que fez utilização
do frio. Oliveira et al (2002) descreve a dificuldade
de germinação de Poncirus trifoliata em
temperaturas abaixo de 15°C, apontando o frio
como uma causa dos baixos índices germinativos
de sementes. O presente trabalho levanta a
hipótese de o frio ser prejudicial não só durante o

132
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Aplicações sequenciais de indutores de brotação em macieiras
Gentil Carneiro Gabardo1, José Luiz Petri2, André Amarildo Sezerino2, Cristhian Leonardo Fenili3
1UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC./ UNIARP (PQ) Rua Victor Baptista Adami, 800
- Centro, Caçador – SC, ge.gabardo@gmail.com, 2Epagri Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom
Sucesso, 89500-000, Caçador-SC. 3UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.

Palavras Chave: Quebra de dormência, Cianamida Hidrogenada, Malus domestica Bork.

Introdução ‘Fuji Suprema’ todos os tratamentos com dupla


Nas condições climáticas do Sul do brasil, aplicação de indutores de brotação foram superiores
normalmente, as plantas de macieira apresentam ao tratamento padrão. A brotação de gemas
grande irregularidade de brotação e floração. Isso terminais foi superior em todos os tratamentos com
ocorre devido ao acumulo de frio insuficiente, o qual indutores de brotação, sendo que na ‘Maxi Gala’,
é indispensável para a superação da dormência. A apenas o tratamento Padrão aplicado em 25/08 + (OM
aplicação de indutores de brotação é uma medida 3.5%) 9DA foi inferior aos demais tratamentos com
recomendada que visa a uniformização da brotação indutores.
e da floração, e consequentemente facilitar as
atividades de raleio e a colheita de frutos. Também Tabela 1: Brotação de gemas axilares e terminais
é possível antecipar a floração e consequentemente (%) em plantas de macieira, cultivares Maxi Gala e
a colheita dos frutos. Em algumas situações pode Fuji Suprema, tratadas com diferentes indutores de
haver grande variabilidade na resposta das plantas a brotação. No ciclo 2016/2017, Caçador, SC, 2017.
Brotação de gemas (%)
aplicação dos indutores, podendo ocorrer brotação Tratamentos
Axilares Terminais
‘Maxi ‘Fuji ‘Maxi ‘Fuji
insuficiente, sendo necessária nova intervenção. O Gala’ Suprema’ Gala’ Suprema’
objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da aplicação 1. Testemunha
2. Padrão (OM 3.5% + CH 0.7%) 09/08
8.6 c
54.3 b
17.2 c
58.0 b
73.7 c
97.2 a
74.3 b
98.7 a
sequencial dos indutores de brotação (CH- 3. Padrão 09/08 + Padrão 2DA 78.3 a 77.0 a 100.0 a 100.0 a
4. Padrão 09/08 + Padrão 9DA 67.1 b 78.1 a 100.0 a 98.4 a
cianamida hidrogenada + OM-óleo mineral), em 5. Padrão 09/08 + OM 3.5% 2DA 75.5 a 79.8 a 100.0 a 99.1 a
duas épocas (antecipada e recomendada) na 6. Padrão 09/08 + OM 3.5% 9DA
7. Padrão 09/08 + CH 1.0% 2DA
58.6 b
68.1 b
73.5 a
83.1 a
100.0 a
99.4 a
97.3 a
98.8 a
superação da dormência de plantas de macieira. 8. Padrão 09/08 + CH 1.0% 9DA
9. Padrão 25/08 + Padrão 2DA
73.5 a
75.3 a
75.3 a
81.7 a
100.0 a
99.6 a
99.6 a
95.5 a
10. Padrão 25/08 + Padrão 9DA 61.1 b 80.4 a 99.4 a 100.0 a
Material e Métodos 11. Padrão 25/08 + OM 3.5% 9DA
Média Geral
58.9 b
61,5
75.8 a
70.9
91.7 b
96,5
95.7 a
96.1
O experimento foi conduzido na Estação CV (%) 14,4 10.3 6,5 7.3

Experimental da Epagri de Caçador, SC, durante o


Médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott
ciclo 2016/2017, nas macieiras ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji Knott a 5% de probabilidade. ns: não significativo(p>0,05); DA– dias após;
Suprema’. O delineamento experimental foi em DAQD – dias após a quebra de dormência.
blocos ao acaso, com onze tratamentos e cinco
repetições. Os tratamentos foram: 1. Testemunha; A produção por planta foi comprometida na ‘Maxi
2. Padrão (OM 3.5% + CH 0.7%) aplicado em 09/08; Gala’, não obtendo dados representativos. Na ‘Fuji
3. Padrão aplicado em 09/08 + Padrão 2DA (dias Suprema’, a produção por planta não diferiu da
após); 4. Padrão aplicado em 09/08 + Padrão 9DA; testemunha nos tratamentos 6, 10 e 11, e foi menor
5. Padrão aplicado em 09/08 + (OM 3.5%) 2DA; 6. nos demais. A massa fresca média dos frutos nos
Padrão aplicado em 09/08 + (OM 3.5%) 9DA; 7. tratamentos 6, 9, 10 e 11 foi reduzida nas duas
Padrão aplicado em 09/08 + (CH 1.0%) 2DA; 8. cultivares, sendo que na ‘Fuji Suprema’ também não
Padrão aplicado em 09/08 + (CH 1.0%) 9DA; 9. diferiram da testemunha e do tratamento 3.
Padrão aplicado em 25/08 + Padrão 4DA; 10.
Padrão aplicado em 25/08 + Padrão 9DA; 11. Conclusões
Padrão aplicado em 25/08 + (OM 3.5%) 9DA. As A dupla aplicação de indutores de brotação promove
concentrações de CH e OM aqui apresentadas, são maior uniformidade de brotação de gemas na
equivalentes a doses dos produtos comerciais macieira ‘Fuji Suprema’.
Dormex® (52%CH) e Assist® (75,6%OM). Foram
avaliados a fenologia, brotação de gemas axilares e
terminais (%) e a produção (kg, frutos planta-1). Os
dados foram submetidos à análise de variância e à
análise de médias pelo teste Scott-Knott, a 5% de
probabilidade de erro.

Resultados e Discussão
Os tratamentos com indutores de brotação
promoveram a antecipação da brotação e da
floração. Na ‘Fuji Suprema’ antecipou em até 21 e
14 dias respectivamente e na ‘Maxi Gala’ em até 23
e 21 dias, respectivamente. A brotação das gemas
axilares foi superior nas plantas tratadas com
indutores de brotação em comparação com o
tratamento testemunha (Tabelas 1). No entanto para

133
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Desempenho produtivo e crescimento de duas cultivares de macieira nas
condições da região sul do Rio Grande do Sul
Everton Sozo de Abreu1, Bruno Carra1, Tuane Araldi da Silva1, Cristiano Geremias Hellwig2, Flávio Gilberto
Herter3

1
UFPel – Universidade Federal de Pelotas. Doutorando em Agronomia (PG). Pelotas, RS. sozodeabreu@hotmail.com; 2UFPel –
Universidade Federal de Pelotas. Graduando em Agronomia (IC). Pelotas, RS; 3UFPel – Universidade Federal de Pelotas. Professor
Doutor (PQ). Pelotas, RS.

Palavras Chave: Malus domestica, baixo requerimento em frio, ‘Eva’, ‘Castel Gala’.

Introdução líder não houve diferença significativa. A maior


A macieira é uma frutífera de grande importância produtividade na cultivar ‘Eva’ pode ser explicada
econômica no Brasil, porém seu cultivo ocorre devido ao hábito de crescimento ‘semi-spur’ desta
principalmente nas regiões mais frias dos estados cultivar, o que acarreta em maior número de
da região sul onde se utiliza cultivares de médio a estruturas produtivas (Hauagge and Tsuneta, 1999),
alto requerimento em frio (Fachinello et al., 2011). A enquanto ‘Castel Gala’ possui hábito de crescimento
adoção de cultivares com baixo requerimento em mais vigoroso, comparado a ‘Eva’.
frio pode possibilitar o cultivo desta frutífera em
regiões de clima mais ameno, onde a colheita pode Tabela 1. Frutificação efetiva (FE), massa média de
ser realizada antes das grandes regiões produtoras, frutos (MMF), produtividade estimada (P), altura de
trazendo vantagens na comercialização destes planta (AP), número de ramos no líder (NRL) e
produtos (Pommer and Barbosa, 2009). Desse diâmetro médio de copa de macieiras ‘Eva’ e ‘Castel
modo, é de grande importância avaliar o Gala’ cultivadas em Capão do Leão – RS, no ciclo
desempenho destas cultivares em regiões com 2016/2017. Pelotas-RS, 2017.
clima ameno, para inferir a capacidade de FE (%) MMF (g) P (ton ha-1)
adaptação às condições climáticas destas regiões. Eva 106,90* 112,48* 15,86*
O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento e C. Gala 44,59 136,42 9,67
o desempenho produtivo das cultivares ‘Eva’ e
‘Castel Gala’ na região sul do Estado do Rio Grande CV (%) 26,60 6,43 13,93
do Sul. AP (m) NRL DMC (cm)
Eva 2,90ns 23,25ns 94,25*
Material e Métodos
Local: Centro Agropecuário da Palma, em Capão do C. Gala 3,00 23,25 125,00
Leão-RS - Universidade Federal de Pelotas. CV (%) 3,71 20,77 12,69
Período: ciclo 2016/2017. * diferença significativa a 5% de probabilidade segundo o teste t
Material vegetal: cultivares ‘Eva’ e ‘Castel Gala’, de Student.
porta-enxerto ‘Marubakaido’ com filtro ‘M-9’, 2.222 Conclusões
plantas ha-1, implantadas no ano de 2012.
Nas condições do estudo, a cultivar ‘Eva’ apresenta
Avalições: foram utilizados 10 frutos de cada planta.
desempenho produtivo superior a cultivar ‘Castel
Durante a floração, foi avaliado o número de flores e
Gala’.
posteriormente o número de frutos para estimativa
da frutificação efetiva. Após o raleio foi determinado Agradecimentos
o número de frutos que juntamente com a massa A Capes pelo fomento à pesquisa e financiamento
dos frutos colhidos foram utilizados para estimar a de bolsas de estudo e ao PPGA-UFPel pelo apoio
massa média e a produtividade. Em janeiro de para a realização deste estudo.
2017, após a colheita, foram avaliadas as variáveis
altura de planta, número de ramos no líder e Referências bibliográficas
diâmetro de copa. Fachinello, J. C., Pasa, M. S., Schmitz, J. D. and Betemps, D. L.
Situação e perspectivas da fruticultura de clima temperado no
Delineamento experimental: blocos casualizados
Brasil. Revista Brasileira de Fruticultura, 2011, v.33, n.spel,
com quatro repetições, onde cada planta consistiu p.109-120.
uma unidade experimental. Os resultados foram Hauagge, R. and Tsuneta, M. IAPAR 75 - ‘Eva’, IAPAR 76 -
analisados estatisticamente utilizando o teste t de ‘Anabela’ e IAPAR 77 - ‘Carícia’ - Novas cultivares de macieira
com baixa necessidade em frio. Revista Braileira de Fruticultura,
Student a 5% de probabilidade.
1999, v.21, n.3, p.239-242.
Pommer, C. V. and Barbosa, W. The impact of breeding on fruit
Resultados e Discussão production in warm climates of Brazil. Revista Brasileira de
Na tabela 1, são apresentados os dados de Fruticultura, 2009, v.31, n.2, 612-634.
produção e crescimento das duas cultivares.
Observa-se que ‘Eva’ apresentou maior frutificação
efetiva e produtividade, e valores inferiores para a
massa média de frutos e diâmetro de copa, quando
comparada a cultivar ‘Castel Gala’. Para as
variáveis altura de planta e número de ramos no

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Sobrevivência de pereiras japonesas enxertadas sobre marmeleiro ‘BA 29’
Ivan Dagoberto Faoro1, André Amarildo Sezerino1, Luigi de Paris Bombonati2, Eder Rigo2
1EpagriEstação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador. ivanfaoro@uol.com.br,
Estação Experimental de Caçador, rua Abílio Franco, 1500, birro Bom Sucesso, 89500-000, Caçador-SC; 2Uniarp, rua Victor B. Adami,
Caçador, SC.

Palavras Chave: Pyrus spp., porta-enxertos, marmelo.

Introdução Tabela 1. Percentagem média de plantas


A pereira japonesa apresenta problemas de sobreviventes de três cultivares de pereira japonesa
incompatibilidade quando enxertada sobre o enxertadas sobre o marmeleiro ‘BA 29’ após o
marmeleiro (Faoro, 2001), mas a literatura plantio.
raramente quantifica algum sintoma decorrente Cultivar Plantas sobreviventes (%)/Ano1
desse problema. Esse trabalho teve como objetivo Plantio Ano 1 Ano 2 Ano 3
avaliar a sobrevivência de plantas dos cvs. Kikusui, Kikusui 100 92 a 92 a 84 a
Housui e Syuugioku quando enxertados sobre o Housui 100 88 a 80 a 72 a
marmeleiro de Provence cv. BA29, desde a fase de Syuugyoku 100 70 b 66 b 66 a
produção de mudas até três anos após o plantio. CV (%)* - 10,4 11,7 14,5
Plantio deu-se em 30/10/2013. As avalições ocorreram em
Material e Métodos 09/10/2014 (Ano 1), 01/09/2015 (Ano 2) e em 16/04/2016 (Ano
3).
O experimento foi conduzido na Estação (1): nas colunas, valores seguidos pela mesma letra não diferem
Experimental da Epagri de Caçador, SC, durante o entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
ciclo 2014/2015. Os cvs. Housui, Kikusui e (*):dados transformados em raiz.
Syuugioku foram enxertados em marmeleiro BA 29
e enviveirados em 08/2012. Em 22/08/2013 as Tabela 2. Número e percentagem média de plantas
mudas foram arrancadas e deixados em câmara fria sobreviventes de três cultivares de pereira japonesa
até o plantio, em 30/10/2013, na Estação enxertadas sobre o marmeleiro ‘BA 29’ após o
Experimental de Caçador, com espaçamento de plantio.
4,0m x 1,0m. O delineamento foi inteiramente Cultivar Plantas vivas
casualizado, com 10 repetições, tendo cada parcela nº %
cinco plantas. Foi avaliada a sobrevivência das
Kikusui 4,4 a 92,0 a
plantas.
Housui 4,2 a 85,0 a
Syuugyoku 3,8 b 75,5 b
Resultados e Discussão CV (%) 19,8 18,6
No primeiro e no segundo ano após o plantio, a (1): nas colunas, valores seguidos pela mesma letra não diferem
sobrevivência das plantas foi maior nos cvs. Kikusui entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
e Housui, em relação ao ‘Syuugioku’. No terceiro (*):dados transformados em raiz.
ano, devido ao aumento das plantas mortas nesses
dois primeiros cultivares, não houve diferença Conclusões
significativa entre os três cultivares avaliados Os cvs. Kikusui, Housui e Syuugioku apresentam
(Tabela 1). A análise conjunta da sobrevivência das problemas de incompatibilidade com o portaenxerto
plantas, nos três anos, não mostrou interação entre marmeleiro ‘BA 29’. São sintomas o baixo vigor e a
o fator ano e a sobrevivência de plantas. A morte de plantas, principalmente um ano após o
percentagem média de plantas sobreviventes dos plantio. Maior quantidade de plantas mortas é
cvs. Kikusui (92%) e Housui (85%) foi registrada com a cv. Syuugioku.
significativamente maior que do cv. Syuugioku
(72,5%), indicando possível influência genética entre Agradecimentos
os genótipos testados (Tabela 2). A maior À Fapesc, Finep e Embrapa Uva e Vinho pela ajuda
percentagem da morte de plantas ocorre um ano parcial financeira no desenvolvimento dessa
após o plantio, embora, nos anos seguintes, pesquisa.
algumas plantas de todos os cultivares continuaram
morrendo. A morte de plantas ocorreu pela quebra Referências bibliográficas
FAORO, I.D. Cultivares e porta-enxertos. In: EPAGRI, Nashi, a
na região da enxertia devido à má união entre o pera japonesa. Florianópolis: Epagri/Jica, 2001. p.95-138.
porta-enxerto e o cultivar copa. É possível que tal
situação tenha induzindo as plantas à piores
condições nutricionais, debilitando-as na reação
natural à patogenicidade de alguns fungos,
principalmente à Botryosphaeria spp, patógeno da
doença seca dos ramos, o qual infectou e causou a
morte de muitas plantas.

135
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Performance produtivo e vegetativo da ‘Fuji Suprema’ enxertada sobre ‘M.9’ e
‘G.213’ em área de replantio
Henrique Stockhausen1, Brayan F. de Oliveira1, Cassia Regina Tem-Pass2, Tiago Afonso de Macedo1, Leo
Rufato1, Aike A. Kretzschmar1, Andrea De Rossi2

1Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, CAV/UDESC. Avenida Luis de Camões, 2090,
Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. henrique.stock@hotmail.com. 2Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, EMBRAPA. BR
285 – Km 115, 95200-000, Vacaria-RS.

Palavras Chave: série G, maçã, Malus domestica Borkh, produtividade, ângulo de ramo.

Introdução abertura natural dos ramos da ‘Fuji Suprema’


O cultivo da macieira é uma atividade de relevante enxertada sobre ‘G.213’ quando comparado com
importância na região Sul. Em menos de quatro ‘M.9’ (Tabela 2).
décadas o Brasil deixou de ser importador e passou
a autossuficiência. Estão inseridos nesta atividade Tabela 1. Área da seção transversal do caule
pequenos, médios e grandes produtores, com uma (ASTC) e número de ramos por planta da ‘Fuji
grande diversidade de níveis tecnológicos. A Suprema’ enxertada sobre dois porta-enxertos.
disponibilidade de porta-enxertos para macieira no Vacaria, 2017.
Brasil é limitada, à praticamente três opções, Porta- ASTC (cm2) N° Ramos por planta
Marubakaido, Marubakaido com interenxerto de M.9 enxerto 2014 2015 2016 2014 2015 2016
e M.9. Nos últimos anos vem sendo testados os M.9 1,31* 3,99* 6,17* 7,42* 9,85* 13,02*
porta-enxertos americanos da série G, Geneva®. G.213 1,04 4,40 8,52 0,68 12,35 18,22
Estes foram desenvolvidos para serem resistentes CV.(%) 11,02 12,01 9,62 19,49 6,68 6,60
simultaneamente ao pulgão lanígero, podridão do *Significativo pelo teste F a 5% de probabilidade de erro.
colo e fogo bacteriano, com uma gama de vigor
conferido às cultivares copa e com qualidade de Tabela 2. Ângulo de abertura natural do ramo e
frutas semelhante e/ou melhor que ‘M.9’. Partindo produtividade por hectare da ‘Fuji Suprema’
deste pressuposto objetivou-se avaliar o enxertada sobre dois porta-enxertos. Vacaria, 2017.
desenvolvimento vegetativo e produtivo da ‘Fuji Ângulo do ramo Produtividade
Suprema’ enxertada sobre ‘M.9’ e ‘G.213’ em área Porta-enxerto (°) (ton ha-1)
de replantio no município de Vacaria, RS. 2015 2016 2016 2017
Material e Métodos M.9 50,37* 46,00* 5,19ns 4,94*
O experimento foi implantado no ano de 2014, em G.213 56,47 51,4 6,26 27,41
uma área de replantio de macieiras. Utilizou-se a cv. CV.(%) 9,63 3,95 28,61 16,08
Fuji Suprema enxertada sobre os porta-enxertos M.9 *Significativo pelo teste F a 5% de probabilidade de erro. ns - não
e G.213, com espaçamento de 0.9 m entre plantas e significativo.
4 m entre filas, totalizando 2.777 plantas por
hectare. O delineamento experimental foi de blocos
Conclusões
ao acaso, com dois tratamentos, dez repetições e 5 Quando enxertada sobre G.213, a cultivar Fuji
plantas por parcela. Foi avaliado a área da seção Suprema resulta mais vigorosa e mais produtiva do
transversal do caule, o número de ramos emitidos que quando enxertada sobre ‘M.9’. O porta-enxerto
do tronco, o ângulo de abertura natural dos ramos G.213 confere a ‘Fuji Suprema’ maior capacidade de
em relação ao tronco principal e a produtividade por emissão de ramos a partir do tronco e maior
hectare. Os dados foram submetidos ao teste F a 5 abertura natural dos ramos quando comparado com
% de probabilidade de erro. a plantas da mesma cultivar enxertadas sobre ‘M.9’.

Resultados e Discussão Agradecimentos


No momento do plantio, em 2014, as plantas de ‘Fuji Os autores agradecem à empresa Rasip
Suprema’ enxertada sobre M.9 estavam com maior Agropastoril S/A pela disponibilidade da área para
área da seção transversal do caule (ASTC) e tinham realização do experimento e às instituições CAV-
em média 6,7 ramos antecipados a mais que G.213 UDESC, Embrapa, Capes, Fapesc e CNPq, pelo
(Tabela 1). No entanto, nos anos seguintes é fomentando a pesquisa.
possível observar que o porta-enxerto G.213
proporcionou a cv. Fuji Suprema uma maior ASTC e
passou, em número de ramos, o ‘M.9’ (Tabela 1).
Apesar do porta-enxerto M.9 ter sido plantado com
maior número de ramos antecipados, o mesmo não
conseguiu proporcionar maiores produtividade a
cultivar Fuji Suprema que o ‘G.213’, na safra 2016.
Na safra de 2017, a ‘Fuji Suprema’ enxertada sobre
‘G.213’ produziu 27,4 toneladas por hectare, isso
corresponde a 81,9% a mais em relação ao porta-
enxerto M.9 (Tabela 2). É possível observar maior

136
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Erger® na indução de brotação de macieiras ‘Fuji Kiku’ em Vacaria, RS
Lisiane V. de Oliveira1, Fernando J. Hawerroth2, Fabiano Simões3, Charle K. B. de Macedo4, Danyelle de S.
Mauta4, Fernanda P. Magrin4

1 Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS), bolsista de

iniciação científica Fapergs/UERGS, curso de bacharelado em Agronomia, lisi_viaceli@hotmail.com; 2 Embrapa Uva e Vinho, Estação
Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, fernando.hawerroth@embrapa.br; 3 Universidade do Estado do Rio
Grande do Sul, Campus Vacaria, Vacaria, RS, simoes.f@gmail.com; 4 Universidade do Estado de Santa Catarina, Campus Lages,
Lages, SC, ckbmaced@gmail.com, danyellemauta@hotmail.com, fpmagrin@gmail.com

Palavras Chave: Malus domestica, brotação de gemas.

Introdução combinação com Dormex® 0,5% e com Erger® 3%,


Sabe-se da fundamental importância da adequada além do tratamento Erger® 3% + nitrato de cálcio
brotação das plantas após o período de dormência, 3%. Já aos 73 dias, a combinação de Nitroactive®
para que estas expressem toda sua capacidade 3% + Erger® 1% foi o único tratamento que não
produtiva. Nas condições do sul do Brasil, o frio nem diferiu significativamente das plantas não tratadas.
sempre satisfaz as necessidades fisiológicas para a Analisando a resposta de brotação entre as porções
superação da dormência das plantas, ocasionando da copa, a maior brotação de gemas axilares foi
irregularidades na brotação. A cianamida verificada na porção superior da copa em ambas as
hidrogenada é comumente utilizada, porém em épocas de avaliação realizadas. Ao final do período
função de sua elevada toxicidade, procuram-se de avaliação não foram verificadas diferenças
alternativas que apresentem eficiência similar e significativas entre tratamentos quanto a brotação
menor toxicidade ao ser humano e ao meio de gemas terminais em macieiras ‘Fuji Kiku’.
ambiente. Neste sentido, o Erger®, composto a base
de nitrogênio orgânico e inorgânico, insere-se como
alternativa, porém torna-se uma alternativa. Tabela 1. Brotação de gemas axilares em macieiras
Contudo, é necessário a definição de concentrações ‘Fuji Kiku’ em função de aplicação de diferentes
e combinações de produtos que proporcionem indutores de brotação. Vacaria, RS, 2017.
melhores resultados na indução de brotação e Indutor de Brotação
Brotação de gemas axilares
aos 25 dias após a aplicação
Brotação de gemas axilares aos
73 dias após a aplicação
capacidade produtiva da macieira nas condições
Porção Porção Porção Porção
climáticas do Sul do Brasil. O objetivo deste trabalho inferior superior
Média
inferior superior
Média

foi avaliar combinações de Erger® sobre a brotação 1) Testemunha


2) Óleo Mineral 3,5%;
1,9
31,6
6,5
55,0
4,2d
43,3ab
21,3
55,2
29,0
60,7
25,2d
58,0ab
de macieiras ‘Fuji Kiku, em Vacaria, RS. 3) Óleo Mineral 3,5% + 26,2 45,9 36,0bc 39,3 54,2 46,8bc
Erger® 1,5%
4) Óleo Mineral 3,5% + 43,1 50,4 46,7ab 55,6 55,8 55,7ab
Material e Métodos Erger® 3,0%
5) Óleo Mineral 3,5% + 52,0 59,0 55,5a 58,9 68,1 63,5a
O experimento foi conduzido em pomar comercial, Dormex® 0,5%
em Vacaria-RS, com a cultivar ‘Fuji Kiku’, sob o 6) Nitrato de cálcio 3% 43,4 53,3 48,3ab 44,3 58,5 51,4abc
+ Erger® 3%;
portaenxerto M9. O delineamento experimental foi 7) Nitroactive 3% + 15,0 33,7 24,4c 28,5 42,9 35,7cd
em blocos casualizados, com quatro repetições Erger® 1%
Média 30,5B 43,4A 43,3B 52,8A
compostas de duas plantas por repetição, seguindo Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e médias seguidas de letra
esquema fatorial (7x2), sendo sete níveis para o maiúscula na linha, não diferem significativamente pelo teste
probabilidade de erro.
Tukey a 5% de

fator indutor de brotação e duas porções da copa


(superior e inferior). Os níveis do fator indutor de Conclusões
brotação avaliados foram: 1) Testemunha (sem O uso de Erger® a 3% em combinação com óleo
tratamento); 2) Óleo Mineral 3,5%; 3) Óleo Mineral mineral ou nitrato de cálcio 3% mostra efetivo na
3,5% + Erger® 1,5%; 4) Óleo Mineral 3,5% + Erger® indução de brotação de gemas de macieiras ‘Fuji
3,0%; 5) Óleo Mineral 3,5% + Dormex® 0,5%; 6) Kiku’.
Nitrato de cálcio 3% + Erger® 3%; 7) Nitroactive 3%
+ Erger® 1%. Foram avaliados: porcentagem de Agradecimentos
brotação de gemas axilares e terminais, aos 25 e 73 À Embrapa, Fapergs, UERGS e IFRS pelo fomento
dias após a aplicação dos indutores de brotação. Os à pesquisa e financiamento de bolsas de estudo.
dados foram submetidos à análise de variância e à
análise de médias pelo teste Tukey, a 5% de
probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
Aos 25 dias após a aplicação dos tratamentos, a
brotação de gemas axilares mostrou-se superior à
testemunha em todos os indutores de brotação
avaliados. Contudo, os maiores percentuais de
brotação de gemas axilares foram obtidos no
tratamento óleo mineral 3,5%, isoladamente e em

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Atributos físicos de frutos de genótipos de nogueira-pecã (Carya illinoensis)
cultivados em Dois Vizinhos, PR

Grazieli Mattei1, Alexandre Meurer1, Josiane A. Mariani2, Cláudia R. Barbieri2, Ramiro Faria Franco3, Carlos R.
Martins4, Gilmar A. Nava5

1Acadêmicos de Agronomia da UTFPR-DV. Email: grazimattei@hotmail.com; 2Mestrandas do Programa de Pós-Graduação em


Agroecossistemas da UTFPR-DV. 3Eng. Florestal, Msc., professor da UTFPR-DV; 4Eng. Agr. Dr., pesquisador da Embrapa Clima
Temperado; 5Eng. Agr. Dr., professor da UTFPR-DV - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos. Estrada
para Boa Esperança, km 04, 85660-000, Dois Vizinhos, PR.

Palavras Chave: Nozes, genótipos, atributos de frutos.

Introdução genótipo 4 apresentou a maior relação (frutos mais


A nogueira-pecã é originária dos Estados Unidos e alongados), ao passo que o genótipo 3 apresentou a
do México. No Brasil, ela chegou por volta de 1910 e menor. A força máxima de ruptura ou quebra da noz
adaptou-se bem em diferentes tipos de clima, é um aspecto comercial de grande relevância na
podendo ser cultivada da região Sul até o estado de aceitação dos frutos pelos consumidores ou para
Minas Gerais (Poletto et al., 2015). É uma espécie processamento, que preferem, na sua maioria,
que se ajusta em sistemas agroflorestais, provendo nozes menos firmes ou duras, por facilitar o
frutos e madeira de boa qualidade, sendo possível descascamento das mesmas. Assim, os genótipos
agregar outras culturas em consórcio com outras que apresentaram facilidade de descascamento
culturas implantadas no sistema (Filippin, 2012). As foram o 2, 5, 6 e 9, enquanto os genótipos 1, 7 e 12
nozes, comestíveis, apresentam alto percentual de exigiram mais força para o seu processamento.
proteínas e óleos (Moore, 2011). O objetivo desse
trabalho foi avaliar alguns atributos físicos de frutos Tabela 1. Atributos físicos de frutos de distintos
de doze genótipos de nogueira-pecã. genótipos de nogueira-pecã. Dois Vizinhos, PR,
2017.
Material e Métodos Massa C D Rel. Força
Genót.
As avaliações foram realizadas com frutos da safra (g) (mm) (mm) C/D (N)
2016, oriundos de nogueiras de propriedade 1 8,63 f * 43,76 e 23,65 e 1,85 c 370,6 a
2 6,97 g 35,30 h 22,51 f 1,57 e 154,0 c
particular e da sede da UTFPR, no interior do 3 9,16 c 37,57 g 25,88 c 1,45 f 239,9 b
município de Dois Vizinhos, sob clima Cfa - 4 12,05 b 57,63 a 23,90 e 2,41 a 221,5 b
subtropical (Alvares et, 2013). A origem das mudas 5 12,24 a 48,08 c 27,57 a 1,74 d 179,2 c
e a idade das plantas são: genótipos 1 e 2 (Ponta 6 11,00 c 53,20 b 26,64 b 2,00 b 204,4 c
Grossa/45 anos); 3, 4, 5 e 6 (Rio Grande do Sul/30 7 6,13 h 42,39 f 21,49 g 1,97 b 317,8 a
8 5,98 h 36,95 g 20,63 h 1,79 d 264,0 b
anos; 7, 8 e 9 (Cascavel/17 anos); 10, 11 e 12 9 4,99 i 32,96 i 21,71 g 1,52 e 195,4 c
(desconhecida/20 anos). Avaliou-se as seguintes 10 8,53 f 44,45 e 22,31 f 1,99 b 240,2 b
variáveis nos frutos: massa fresca (g), pela 11 8,69 f 40,75 f 23,80 e 1,71 d 250,9 b
pesagem das amostras com balança semi-analítica; 12 10,09 d 45,80 d 24,60 d 1,86 d 287,6 a
Média 8,70 43,24 23,75 1,82 249,79
comprimento (C) e diâmetro (D), em mm, obtidos
CV (%) 1,36 4,26 4,12 4,80 33,09
com paquímetro digital; relação C/D, pela divisão *Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem
direta entre os valores correspondentes e; força estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).
máxima (N) de ruptura da casca, através de ensaio
de compressão paralela (fruto na posição horizontal) Conclusão
com máquina universal de carga. O delineamento Nas condições edafoclimáticas de cultivo de Dois
experimental foi inteiramente casualizado com Vizinhos, PR, existe grande variabilidade entre os
quatro repetições de 10 frutos. Aos dados aplicou-se genótipos. Os genótipos 4, 5 e 6 reuniram o maior
Anova e teste de agrupamento de médias de Scott & número de atributos físicos que podem conferir
Knott (p≤0,05). qualidade superior aos frutos.
Resultados e Discussão Referências Bibliográficas
Constatou-se grande variabilidade nos atributos Alvares, C.A., Stape, J.L., Sentelhas, P.C., Gonçalves, J.L. de
M., Sparovek. G. Köppen’s climate classification map for Brazil.
físicos dos frutos entre os distintos genótipos. O
Meteorologische Zeitschrift, 2013, v.22, n.6, p.711–728.
genótipo que obteve a maior massa fresca foi o 1, Filippin, I.L. Viabilidade econômica do cultivo de nogueira-pecã
sendo que o genótipo 9 foi o que produziu os frutos em áreas de reserva legal e de preservação permanente.
menores. Para comprimento (C), o genótipo 4 foi o Dissertação (Mestrado). 74 f. Pelotas: Universidade Federal de
que apresentou a maior dimensão e o 9 o que Pelotas, 2012.
Poletto, T., Muniz, M.F.B., Poletto, I., Baggiotto, C. Métodos de
produziu frutos mais curtos. Para diâmetro (D), o superação de dormência da semente de nogueira-pecã (Carya
genótipo 5 foi o que apresentou a maior dimensão e illinoinensis). Revista Árvore, 2015, v.39, n.6, p.1111-1118.
o genótipo 8 o que produziu frutos de menor Moore, L.M. Pecan. National Plant Data Center. Baton Rouge,
diâmetro. As variáveis C e D, que interferem Louisiana. Disponível em:
diretamente na massa dos frutos, demonstram http://plants.usda.gov/plantguide/pdf/cs_cail2.pdf. Acesso em: 10
Abril 2017.
superioridade dos genótipos 4, 5, e 6. A relação C/D
expressa o formato do fruto e, nesse aspecto, o

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25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Floração e frutificação de macieiras ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji Suprema’ sob sistema de
cultivo protegido
Danyelle de S. Mauta1*, Fernando J. Hawerroth2, Cassandro V. T. do Amarante 3, Charle K. B. de Macedo1,
Fernanda P. Magrin1, Giovanni M. A. G. Coser4
1UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. danyellemauta@hotmail.com; 2 Embrapa Uva e
Vinho- Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado (PQ). 3 UDESC (PQ). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. 4UNESP (PG). Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-307, Botucatu-SP.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh., brotação, tela antigranizo.

Introdução Tabela 1. Média de cachos florais com frutos, frutos


As telas antigranizo exercem influência sobre a por planta e frutos /cacho floral de macieiras ‘Maxi
temperatura, velocidade do vento e umidade relativa Gala’ e ‘Fuji Suprema’.
do ar no interior do pomar (AMARANTE, 2012), N° de cachos Número de Frutos
Tela
podendo interferir na época de florescimento das florais com frutos por /cacho
Antigranizo
frutos planta floral
cultivares de macieiras, as quais são influenciadas
pelas condições ambientais. Nesse contexto, o Amarela 14,94ab 19,63ab 1,27a
objetivo deste trabalho foi avaliar o florescimento e Preta 15,44ab 18,94ab 1,06a
frutificação de macieiras ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji
Pérola 17,88a 19,13ab 1,07a
Suprema’ sob condições de cultivo protegido.
Azul 17,75a 23,00a 1,27a
Material e Métodos
Vermelha 12,00ab 14,81ab 1,21a
O experimento foi conduzido em pomar comercial
de macieiras ‘Maxi Gala’ e ‘Fuji Suprema’ sob Mista 11,75ab 14,56ab 1,39a
condições de cultivo protegido, localizado no Pleno sol 7,75b 9,31b 1,17a
município de Monte Alegre dos Campos-RS, durante
o ciclo produtivo 2016/2017. O delineamento Cultivar
experimental foi inteiramente casualizado, em Gala 14,48a 16,55a 1,13b
esquema fatorial 2 x 7 (cultivar x cores de tela) com Fuji 12,80a 17,71a 1,34a
4 repetições, sendo cada repetição composta por
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não
duas plantas. Os tratamentos são compostos por diferem estatisticamente pelo teste de Tukey.
seis cores de tela antigranizo (amarela, preta,
pérola, azul, vermelha e mista) e mais uma área a Conclusões
pleno sol (controle). Em outubro de 2016 foram O uso de telas antigranizo de diferentes cores afeta
avaliados: o número de frutos por planta, número a floração e frutificação de macieiras Maxi Gala’ e
cachos florais com frutos e a relação de frutos por ‘Fuji Suprema’ nas condições de Monte Alegre dos
cacho floral. Os dados foram submetidos à análise Campos, RS, no ciclo produtivo 2016/2017.
de variância e comparados pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade de erro. Referências bibliográficas
Amarante, C.V.T.; Miqueloto, A.; Steffens, C.A. Cultivo de
Resultados e Discussão macieira em ambiente protegido. In: CHAVARRIA, E.; SANTOS,
Na tabela 1 é apresentada a média de cachos florais H.P.(Eds.), Fruticultura em ambiente protegido. Brasília, DF:
Embrapa, 2012. p.75-104
com frutos, frutos por planta e a relação frutos por
cacho floral. Quanto ao número de cachos florais
com frutos, pode-se observar que as telas de
coloração pérola e azul apresentaram resultados
superiores à área de pleno sol. Porém, para o
número de frutos por planta as telas: amarela, preta,
pérola, vermelha e mista tiveram o comportamento
igual ao da área controle (pleno sol), contudo a tela
azul apresentou melhor resultado para esta variável,
mostrando-se superior. Na relação frutos por cacho
floral os resultados não apresentaram diferenças
significativas entre si. Ainda para esta variável, nota-
se que a cultivar Fuji Suprema apresentou diferença
significativa quando comparada com a cultivar Maxi
Gala. Para as outras variáveis analisadas as duas
cultivares não diferiram entre si.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
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Taxa de crescimento dos frutos e a previsão do raleio químico da cv. Fuji Suprema
Katia Casagrandre1, Alberto Fontanella Brighenti2, Mateus da Silveira Pasa2, Paula Zelindro Cardoso1, Emilio
Brighenti2, Marlise Nara Ciotta2, José Masanori Katsurayama2
1UNISUL – Faculdade de Agronomia (IC). Av. José Acácio Moreira, 787, 88704-900, Tubarão, SC. ka.dalcas@gmail.com,
paulazelindroc@gmail.com; 2Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000, São
Joaquim, SC. albertobrighenti@epagri.sc.gov.br, mateuspasa@epagri.sc.gov.br, brighent@epagri.sc.gov.br, marlise@epagri.sc.gov.br,
masanori@epagri.sc.gov.br

Palavras Chave: Fruticultura de precisão, benziladenina, metamitron, Malus domestica Borkh.

Introdução N° Frutos Desejado N° Frutos Raleio Mod. Crescimento Frutos N° Frutos Raleio Conv.

Um dos principais entraves do setor produtivo de 350


316 315
maçãs é a escassez e custo de mão-de-obra, 300 285 294 284

principalmente na atividade de raleio. O raleio 250

N° Frutos Previsto
químico apresenta-se como uma alternativa viável, 214
200
porque é uma operação rápida e reduz 150 150 150 150 150
consideravelmente a utilização de mão de obra 150

(Giovanaz et al., 2016). Contudo, o sucesso do 100 85 76


raleio químico é altamente influenciado pelas 50
condições ambientais. Para minimizar os efeitos
0
ambientais, foi desenvolvido um modelo de previsão 24-out 31-out 7-nov 12-nov 18-nov

da resposta do raleio baseado na taxa de Data da Amostragem

crescimento dos frutos (Greene et al., 2013). O Figura 1. Número de frutos previsto pelo modelo de
objetivo desse estudo foi avaliar a eficiência do taxa crescimento de acordo com as diversas
modelo de taxa de crescimento dos frutos para a aplicações dos raleantes.
previsão do raleio químico em macieiras da cv. Fuji
Suprema.
Tabela 1. Variáveis produtivas da cv. Fuji Suprema
Material e Métodos submetidas ao raleio químico convencional e ao
O trabalho foi desenvolvido em São Joaquim, nos raleio químico baseado no modelo de crescimento.
Raleio Químico Raleio Químico Baseado no
pomares da Estação Experimental de São Joaquim - Convencional Crescimento dos Frutos
Variáveis
EPAGRI (28°16'30,08”S, 49°56'09,34”O, altitude BA 40 mg L-1 + repasse BA 40 mg L-1 + BA 80 mg L-1
manual + Metamitron 250 mg L-1
1.400m). O pomar foi implantado em 2006, a N° Cachos Florais 210 178
variedade avaliada foi a Fuji Suprema, enxertada N° Frutos Potencial 1050 890
sobre M.9 e plantada no espaçamento de 1 x 4 m. N° Frutos Desejados 150 150

Aos 4 dias após a aplicação dos raleantes os frutos N° Frutps Raleados


Manualmente
73 0
foram medidos com um paquímetro. Depois de 6 N° de Frutos Colhidos 223 122
dias foram realizadas novas medidas. Os dados N° Frutos Raleados + N° Frutos
296 122
Colhidos
obtidos foram inseridos na planilha desenvolvida por N° Frutos Previsto Modelo 284 76
Greene et al. (2013). Baseado na taxa de Diferença Previsto e Real (%) 4% 37%
crescimento dos frutos foi determinada a previsão Diferença Desejado e Real (%) 97% 19%

da eficiência do raleio e se houve ou não a


necessidade de novas aplicações. Raleio químico Conclusões
“convencional” – Benziladenina (BA) 80 mg L-1 A utilização do modelo de previsão da resposta do
(14/10) e repasse manual (8/11). Raleio químico raleio baseado na taxa de crescimento dos frutos
baseado no modelo da taxa de crescimento dos pode fornecer aos fruticultores informações precisas
frutos – BA 80 mg L-1 (14/10), BA 160 mg L-1 (21/10) e em tempo real sobre a eficiência do raleio químico.
e Metamitron 250 mg L-1 (9/11). Foram avaliados o Esse modelo ainda apresentou uma precisão
número de frutos previsto pelo modelo, o número de considerável, e quando aplicado, o número de frutos
frutos raleados manualmente e o número de frutos produzidos (122) foi muito próximo do número de
colhidos. frutos desejados (150).

Resultados e Discussão Referências bibliográficas


Giovanaz, M.A.; Amaral, P.A.; Pasa, M.S.; Lima, A.P.F.; Weber,
Os resultados da aplicação do modelo da taxa de D.; Fachinello, J.C. Rev. Ceres,2016, 63, 329-333.
crescimento dos frutos podem ser observados na Greene, D.; Lakso, A.; Robinson, T.L.; Schwallier, P.
Figura 1 e na Tabela 1. HortScience, 2013, 48, 584-587.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Raleio químico de floração em macieiras cultivar Maxi Gala
Leonardo Oliboni do Amaral1, Andrea de R. Rufato2, Lucas de R. Marchioretto1, Júlio C. Orlandi1, Micheli F.
Michelon1, Cassia R. Tem Pass3
1Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado (PG). Br 285, Km 115, 95.200-000, Vacaria, RS.
loamaral@ucs.br; 2Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado (PQ). Br 285, Km 115, 95.200-
000, Vacaria, RS; 3Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado (IC). Br 285, Km 115, 95.200-000,
Vacaria, RS

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, raleio químico, plena floração.

Introdução reduziu de forma mais significativa a variável em


O raleio de frutos é uma prática de extrema questão. Já o tratamento com Calda Sulfocálcica
importância para equilibrar o desenvolvimento (3%) proporcionou maiores médias de número de
vegetativo-reprodutivo na maioria das frutíferas de sementes nos frutos, indicando um maior índice de
clima temperado, sobretudo na cultura da macieira, fertilização dos óvulos, a mesma variável foi
onde busca-se alta produtividade com qualidade. reduzida com os tratamentos de Promalina (2ml.L-1)
Segundo Costa et al. (2006), entre os métodos e ANA (10ppm), sendo que além da redução do
disponíveis, o raleio químico apresenta vantagens número de sementes, o uso de Promalina ocasionou
por ser uma operação rápida e que permite reduzir também a redução no peso médio dos frutos.
significativamente os custos de produção com mão
de obra, quando comparado ao raleio manual. O Tabela 1. Dados de frutificação efetiva, número de
raleio pode ser realizado em diferentes estádios da sementes e peso médio de frutos de macieiras Maxi
planta, neste contexto, estudos têm demonstrado Gala submetidas a diferentes tratamentos em plena
que aplicações realizadas em floração podem floração.
aumentar o tamanho dos frutos e Peso
Frutificação Número de
consequentemente a produtividade (BYERS, 2002). Tratamentos médio de
efetiva sementes
frutos
O objetivo deste trabalho foi avaliar à campo, a
eficácia de seis tratamentos aplicados em plena (%) (n°) (g)
floração de macieiras cv. Maxi Gala. Promalina (2ml.L-1) 0,884a 5,39a 88a

Material e Métodos Orobor® (2%) 2,382ab 6,18b 104ab


O experimento foi conduzido em um pomar Calda Sulfocálcica
comercial, no município de Vacaria, RS, na safra (2%) + Óleo Vegetal 4,024bc 6,35b 106ab
2016/2017, em maçãs da cultivar Maxi Gala. O (2%)
delineamento experimental foi em blocos ao acaso, Maxcel® (40ppm) 2,764bc 6,21b 142b
com cinco repetições, sendo a unidade experimental
formada por uma planta. Os tratamentos consistiram Calda Sulfocálcica 2,932bc 6,97c 124ab
(3%)
na aplicação em estágio de plena floração, de cinco
substâncias, nas seguintes concentrações: Orobor® ANA (10ppm) 2,308b 5,51a 116ab
(2%), Calda Sulfocálcica (3%), Calda Sulfocálcica Testemunha 4,816c 6,24b 120ab
(2%) + Óleo Vegetal (2%), Promalina (2ml.L-1), CV (%) 30,96 19,72 30,79
Maxcel® (40ppm) e ANA (10ppm), além de uma Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
parcela como testemunha sem aplicação de pelo teste DMS, (p<0,05).
nenhum princípio ativo. Foram avaliadas a
frutificação efetiva (Fruit Set), número de sementes Conclusões
por fruto e peso médio de frutos. Foram amostrados O uso de Promalina (2ml.L-1) em plena floração
aleatoriamente 50 e 20 frutos por planta para reduz a frutificação efetiva, o número de sementes e
determinação do peso médio e número de sementes o peso médio de frutos em relação às parcelas não
por fruto, respectivamente. Para determinação da tratadas.
frutificação efetiva, foram marcadas três
ramificações principais por planta, sendo realizada a Agradecimentos
contagem do número de cachopas florais e À Embrapa e empresa Rasip pela disponibilização
posteriormente o número de frutos. Buscando da área para execução do experimento.
atender as pressuposições da ANOVA, os dados
Referências bibliográficas
foram transformados por raiz quadrada e Byers, R.E. Influence of temperature ad darkness on apple fruit
submetidos à análise de variância pelo teste F abscission and chemical thinning. Journal of Tree Fruit
(p≤0,05) e em caso de significância, as médias Production. 2002, v.3, n.1, p. 41-53.
foram comparadas pelo teste DMS (p≤0,05). Costa, G.; Dal Cin, V.; Ramina A. Physiological, molecular and
practical aspects of fruit abscission. Acta Horticulturae. 2006, v.
Resultados e Discussão 727, p.301-310.
Todas as substâncias aplicadas reduziram a
frutificação efetiva quando comparado à
testemunha, a qual apresentou a maior média.
Observou-se que o uso de Promalina (2ml.L-1)

141
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação de cultivares de figo em Pato Branco, Paraná
Lucas Sartor Mayer1*, Vacilania Pacheco1, Moeses Andrigo Danner2
1UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná (IC). Via do Conhecimento, Km 1, 85503-390, Pato Branco-PR.
lucassmayer100@gmail.com; 2UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná (PQ). Via do Conhecimento, Km 1, 85503-390,
Pato Branco-PR.

Palavras Chave: Ficus carica L., produtividade, tamanho de frutos, adaptação.

Introdução Valinhos. A porcentagem de descarte de frutos foi


A figueira (Ficus carica L.), originária do Oriente muito elevada, em todas as cultivares superando
Médio, é uma fruteira de clima temperado, mas com 50% do total, com maior para a cultivar Negronne,
baixa necessidade de frio, o que a torna com ampla provavelmente por ser a primeira a ter frutos
adaptação a diversas condições edafoclimáticas. A maduros (final de janeiro). Os danos aos frutos
região Sudoeste do Paraná obteve produção de 451 foram causados principalmente por pássaros.
toneladas de figos, mas o município de Pato Branco
contribuiu com apenas 12 toneladas (IBGE, 2014).
Assim, são necessários testes de cultivares de
figueira e demonstração aos agricultores regionais
para aumentar esta produção. O objetivo do
presente trabalho foi comparar a produção das
cultivares Roxo de Valinhos, Negronne, Pingo de
Mel e Roxão, em Pato Branco, Paraná.
Material e Métodos
Figura 1. Frutos das cultivares de figos avaliadas.
O experimento foi conduzido na área experimental *Da esquerda para direita: Roxo de Valinhos, Roxão, Pingo de
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Mel e Negronne.
(UTFPR) - Câmpus Pato Branco, durante o ciclo
produtivo 2016/2017. O pomar foi implantado em Tabela 1. Produção de quatro cultivares de figueira
2007, com espaçamento de 1,5 x 2,5 m. O (Ficus carica L.), em Pato Branco, Paraná.
delineamento experimental utilizado foi o
inteiramente ao acaso, com cinco repetições
(plantas) de quatro cultivares (Roxo de Valinhos,
Pingo de Mel, Roxão e Negronne) conduzidas com
vinte e quatro ramos produtivos. A poda foi realizada
em 24 de agosto de 2016. O controle de doenças foi
realizado com aplicações de Hidróxido de Cobre
53,7% (Supera®), a cada 20 dias. As variáveis de
produção avaliadas foram: número de frutos
maduros, porcentagem de frutos
danificados/descartados, massa fresca média dos
frutos, diâmetro médio de fruto, produção por planta,
produtividade estimada acumulada e número de Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
colheitas. As colheitas foram realizadas pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).
semanalmente, quando os frutos perderam a Conclusões
consistência firme e adquiriram a coloração
As cultivares Roxo de Valinhos e Roxão podem ser
arroxeada. Os dados foram analisados quanto às
recomendadas para cultivo em Pato Branco, devido
pressuposições de normalidade e homogeneidade
elevada produção de figos.
de variância e, submetidos à análise de variância e
teste de Scott-Knott, para comparação múltipla de Agradecimentos
médias. À Fundação Araucária e à UTFPR pelo fomento à
pesquisa e financiamento de bolsas de estudo.
Resultados e Discussão
A produtividade foi muito superior para as cultivars Referências bibliográficas
Roxo de Valinhos e Roxão, superando 13 e 15 t ha- Fronza, D.; Brackmann, A.; Carlesso, R.; Anese, R.O.; Both, V.;
1, respectivamente. Enquanto as cultivares Pingo de Pavanello, E.P. e Hamann, J. Produtividade e qualidade de figos
Roxo de Valinhos submetidos à fertirrigação e ao
Mel e Negronne tiveram produção pouco superior à armazenamento refrigerado. Revista Ceres. 2010, v.57, n.4,
4 t ha-1. A menor produção destas duas cultivares se p.494-499.
devem ao menor porte das plantas, menor número Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Valor da
de frutos produzidos por planta, menor tamanho dos produção Lavoura permanente. 2017.
frutos e/ou menor número de colheitas. Fronza et al.
(2010) relataram valores de tamanho de frutos da
cultivar Roxo de Valinhos próximos aos encontrados
neste estudo. O mesmo pode ser válido para a
cultivar Roxão, que é muito parecida com a Roxo de

142
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso de proexadiona cálcica e trinexapaque-etílico no controle do desenvolvimento
vegetativo de macieiras ‘Cripps Pink’

Charle K. B. de Macedo1*, Fernando José Hawerroth2, Cassandro V. T. do Amarante1, Fernanda P. Magrin1,


Maurício B. de Vargas3, Giovanni M. A. G. Coser4
1Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages, SC, ckbmaced@gmail.com; 2Embrapa Uva e Vinho, Estação
Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS; 3Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e Instituto
Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS), bolsista de iniciação científica CNPq/Embrapa, curso de bacharelado em
Agronomia. 4Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), Botucatu, SP.

Palavras Chave: regulador de crescimento, vigor, frutificação, poda.

Introdução Resultados e Discussão


As condições edafoclimáticas do Sul do Brasil A aplicação dos fitorreguladores foi efetiva, pois em
propiciam um crescimento vegetativo excessivo em ambas as porções avaliadas houve aumento na
macieiras, por essa razão, a utilização de porta- porcentagem de ramos na classe com menor
enxertos de menor vigor, a realização de poda e crescimento (<20 cm), não influenciou a classe
anelamento bem como o manejo de adubação são intermediária (≥20 cm e <40 cm) e reduziu o
práticas essenciais para manter o equilíbrio entre crescimento nas classes com maior crescimento
crescimento e frutificação. No entanto, essas (≥40 cm e <60 cm; ≥60 cm). Os efeitos observados
práticas requerem grande quantidade de mão de na redução do crescimento dos ramos com
obra e são onerosas. Portanto a utilização de aplicação dos fitorreguladores foram semelhantes
produtos comerciais que inibem a síntese de entre as porções avaliadas.
giberelinas é uma alternativa. Com essa finalidade
encontram-se produtos como proexadiona cálcica Tabela 1. Efeito da aplicação de proexadiona
(PCa) e trinexapaque-etílico (ETP). O objetivo desse cálcica e trinexapaque-etílico no crescimento de
trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de PCa e ramos avaliados em diferentes porções das plantas
ETP em em três épocas na macieira ‘Cripps Pink’. de macieiras ‘Cripps Pink’, cultivadas sob tela
antigranizo no ciclo 2015/2016. Vacaria, RS.
Material e Métodos Porção inferior da planta
O experimento foi realizado em pomar comercial 1
Comprimento dos ramos distribuidos em classes %
localizado no município de Vacaria, RS, durante o Tratamentos <20 cm ≥20 cm e <40 cm ≥40 cm e <60 cm ≥60 cm
T1) Testemunha 36,7B 38,6ns 16,8A 7,9A
ciclo 2015/2016. Foram utilizadas macieiras da T2) PCa 330 mg L-1 (3 Apl.) 69,3A 26,9 4,0B 0,0B
cultivar Cripps Pink, enxertadas sobre M9, e com -1
T3) ETP 330 mg L (3 Apl.) 54,5AB 34,6 10,6AB 0,4B
espaçamento de 3,5 m x 0,6 m, conduzidas em líder CV (%) 14,5 13,6 27,6 55,8
central. A área é coberta com tela anti-granizo na Porção mediana da planta

coloração preta, com 18% de sombreamento. O T1) Testemunha 42,8B


T2) PCa 330 mg L-1 (3 Apl.) 70,8A
39,1ns
26,6
11,6A
1,9B
6,6A
0,7B
delineamento experimental utilizado foi em blocos -1
T3) ETP 330 mg L (3 Apl.) 58,6AB 30,3 9,8AB 1,3B
casualizados, com quatro repetições e nove CV (%) 16,8 16,9 41,5 76,5
tratamentos. Cada unidade experimental foi Porção superior da planta

composta por duas plantas. Os tratamentos foram: T1) Testemunha 38,1B


T2) PCa 330 mg L-1 (3 Apl.) 71,4A
30,9ns 22,1A 8,9A
24,2 4,4B 0,0B
T1) Testemunha (sem aplicação); T2) PCa 330 mg -1
T3) ETP 330 mg L (3 Apl.) 65,9AB 25,9 7,6B 0,5B
L-1; T3) ETP 330 mg L-1. Como fonte de proexadiona CV (%) 18,6 22,2 39,7 63,5
cálcica foi utilizado o produto comercial Viviful® e 1Variável transformada pela equação arc.sen√(x/100); ns não
como fonte de trinexapaque-etílico foi utilizado o significativo pelo teste F a 5% de probabilidade de erro; Médias
seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si, pelo
Moddus® com 27,5 e 25% de ingrediente ativo, teste de Tukey (p<0,05).
respectivamente. As aplicações foram realizadas
com pulverizador costal motorizado, com volume de Conclusões
calda de 1000 L ha-1. A primeira aplicação foi A aplicação de proexadiona cálcica e trinexapaque-
realizada quando as brotações apresentavam etílico foram eficientes na redução do crescimento
crescimento de 5cm aproximadamente, a segunda e dos ramos de macieiras ‘Cripps Pink’ enxertadas
a terceira foram realizadas aos 33, 63 após a sobre M9.
primeira aplicação, respectivamente. Em cada
época foi realizado 1/3 da dose total. Com auxílio de
uma trena foi determinado o comprimento dos
ramos do ano, e avaliados por porções na planta. A
primeira porção foi considerada da inserção dos
primeiros ramos da planta para ápice totalizando
verticalmente 1,15m, a segunda logo após a
primeira com 0,8m e a terceira e última porção a
região da copa da planta com 1,10m.

143
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso de fitorregulador para redução do crescimento vegetativo de macieiras ‘Fuji’

Fernanda P. Magrin1*, Fernando J. Hawerroth2, Cassandro V. T. do Amarante1, Charle K. B. de Macedo1, Mauricio


B. de Vargas3, Lenir C. dos S. R. Graciano3
1Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages, SC, fpmagrin@gmail.com; cassandro.amarante@udesc.br;
ckbmaced@gmail.com; 2Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS,
fernando.hawerroth@embrapa.br; 3Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e Instituto Federal de Educação do Rio
Grande do Sul (IFRS), bolsista de iniciação científica, mauriciov761@gmail.com; carol_ruaro@hotmail.com

Palavras Chave: Malus domestica Borkh., regulador de crescimento, poda, redução de vigor.

Introdução maior porcentagem de ramos nessa categoria.


A cultura da macieira tem grande importância Como objetivou-se a redução do crescimento dos
socieconômica para a região Sul do Brasil. ramos, isso não foi verificado nos tratamentos
Entretanto, os custos produtivos são elevados em citados acima, os quais apresentaram o maior
função das diversas intervenções fitossanitárias e crescimento dos ramos. Dessa forma, o tratamento
fitotécnicas necessárias ao longo de cada ciclo. com trinexapac-etílico - 200 mg L-1 de i.a, em 3
Ainda, as grandes extensões de pomares atrasam a aplicações, apresentou a menor porcentagem de
realização de atividades no momento adequado em ramos com mais de 60 cm, ou seja, menor
função da necessidade constante do emprego de crescimento de ramos, mas não diferiu dos demais
mão de obra, como no caso da poda. Para auxiliar tratamentos, com exceção de trinexapac-etílico -
nessa problemática, podem ser utilizados 200 mg L-1 de i.a, com 1 e 2 aplicações. Em relação
reguladores de crescimento nas plantas a fim de a porcentagem de ramos com paralisação de
reduzir o crescimento destas, diminuindo o vigor e crescimento não foi verificada diferença significativa.
por conseguinte a necessidade de intensa mão de Considerando a elevada proporção de ramos nas
obra. O objetivo deste trabalho foi avaliar a classes de maior comprimento, e o padrão de
aplicação do fitorregulador trinexapac-etílico quanto crescimento da cultivar Fuji, pode-se indicar a
a redução de crescimento das plantas da cultivar necessidade de aplicações adicionais, no sentido de
Fuji. aumentar o período efetivo de controle de
crescimento.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido em pomar comercial Tabela 1. Distribuição do tamanho dos ramos e
de macieira, localizado em Vacaria, RS, durante o porcentagem de ramos com paralisação de
ciclo produtivo 2014/2015, utilizando a cultivar Fuji crescimento. Vacaria, RS, 2014/2015.
enxertada sob Marubakaido com interenxerto de M9. Distribuição do tamanho dos ramos (1) Porcentagem
Tratamentos de ramos com
O delineamento experimental foi em blocos ao <20 cm 20-40 cm 40-60 cm >60 cm paralisação (1)
acaso, com 3 repetições e 7 tratamentos. Em cada 1) Testemunha (sem aplicação) 20,697ns 38,083ns 21,893ns 19,327ab 42,671ns
repetição foram consideradas duas plantas. Os 2) Trinexapac-etílico - 200 mg L-1 de i.a
15,305 36,840 17,992 29,863a 48,626
tratamentos consistiram de: 1) testemunha (sem (1AP)
3) Trinexapac-etílico - 200 mg L-1 de i.a
aplicação); 2) trinexapac-etílico - 200 mg L-1 de (1/2 1AP + 1/2 30DAP)
20,436 31,071 19,283 29,210a 42,649

ingrediente ativo (i.a) (na primeira aplicação); 3) 4) Trinexapac-etílico - 200 mg L-1 de i.a
(1/3 1AP + 1/3 30DAP + 1/3 60DAP)
29,682 39,723 23,320 7,276b 34,507

trinexapac-etílico - 200 mg L-1 de i.a (1/2 na primeira 5) Trinexapac-etílico - 400 mg L-1 de i.a
23,262 33,694 22,003 21,041ab 38,124
aplicação + 1/2 30 dias após a primeira aplicação (1AP)
6) Trinexapac-etílico - 400 mg L-1 de i.a
(DAP)); 4) trinexapac-etílico - 200 mg L-1 de i.a (1/3
29,912 38,034 18,613 13,441ab 28,262
(1/2 1AP + 1/2 30DAP)
7) Trinexapac-etílico - 400 mg L-1 de i.a
na primeira aplicação + 1/3 30DAP + 1/3 60DAP); 5) (1/3 1AP + 1/3 30DAP + 1/3 60DAP)
18,422 38,235 21,238 22,105ab 38,588

trinexapac-etílico - 400 mg L-1 de i.a (na primeira CV (%) 15,821 15,122 12,420 20,868 14,558

aplicação); 6) trinexapac-etílico - 400 mg L-1 de i.a AP – aplicação; DAP – dias após a primeira aplicação; ns não
significativo; (1) Variável transformada pela equação
(1/2 na primeira aplicação + 1/2 30DAP); 7) arc.sen√(x/100); Médias seguidas por letras diferentes na coluna
trinexapac-etílico - 400 mg L-1 de i.a (1/3 na primeira diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
aplicação + 1/3 30DAP + 1/3 60DAP). Como fonte
de trinexapac-etílico foi utilizado o produto comercial Considerações
Moddus®, contendo 25% de i.a. Foi avaliada a Nas condições de realização desse estudo, a
distribuição do tamanho dos ramos (<20 cm, 20-40 utilização de trinexapac-etílico, indiferentemente da
cm, 40-60 cm e >60 cm), com auxílio de fita métrica concentração e forma de parcelamento, não alterou
e a porcentagem de ramos com paralisação do a proporção de ramos nas classes de menor
crescimento. Os dados foram submetidos à análise comprimento.
de variância e à análise de médias pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
Na distribuição do tamanho dos ramos, até 60 cm
não houve diferença significativa entre os
tratamentos testados. Já, nos ramos com mais de
60 cm, os tratamentos com trinexapac-etílico - 200
mg L-1 de i.a, sendo 1 e 2 aplicações, apresentaram

144
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso de Siberio® na indução de brotação de macieiras ‘Baigent’ na região de
Vacaria-RS
Mauricio B. de Vargas1, Fernando J. Hawerroth2, Danyelle de S. Mauta3, Natália, A. de A. Goularte4, Diana C. L.
Freitas3, Filipe M. Culau5

1Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS), bolsista de
iniciação científica CNPq/Embrapa, curso de bacharelado em Agronomia, mauriciov761@gmail.com; 2Embrapa Uva e Vinho, Estação
Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Vacaria, RS, fernando.hawerroth@embrapa.br; 3Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC), Lages, SC, danyelle.mauta@gmail.com; 4Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (UERGS), Campus
Vacaria, Vacaria, RS, goularten@yahoo.com.br; 5Universidade do Estado do Tocantins (UNITINS), Palmas, TO.

Palavras Chave: Malus domestica, indutor de brotação.

Introdução Tabela 1. Análise da brotação de gemas axilares em


A macieira ‘Gala’ e suas mutações somáticas são resposta a aplicação de Siberio® para indução de
plantas que necessitam de uma grande quantidade brotação de macieiras ‘Baigent’.
e qualidade de frio em seu período de dormência Indutor de
brotação
Porcentagem de brotação
de gemas aos 27 dias
Porcentagem de brotação
de gemas aos 76 dias
para desenvolver plenamente seu potencial PI1 PS2 Média PI1 PS2 Média
1. Testemunha
produtivo. A região sul do Brasil não atende (sem aplicação)
15,1 31,7 23,4b 22,3 39,5 30,9b
totalmente esta condição, sendo necessária a 2. Nitrato de Cálcio
17,2 27,5 22,4b 22,6 32,9 27,7b
5%
utilização de indutores de brotação. Estes são uma 3. Nitrato de
ferramenta para uniformizar o ciclo produtivo da Cálcio 5% + 30,1 50,9 40,5a 33,8 55,0 44,4a
Siberio® 1,5%
cultura, facilitando o manejo. É necessária a 4. Nitrato de
introdução de novas opções que agreguem menor Cálcio 5% +
Siberio® 3,0%
49,6 50,7 50,2a 53,4 51,8 52,6a

toxicidade tanto para humanos quanto para o meio 5. Nitrato de


ambiente com eficiência semelhante aos indutores Cálcio 5% +
Siberio® 4,5%
45,1 63,7 54,4a 45,2 64,2 54,7a

de brotação atualmente utilizados. O objetivo deste Média 31,4b 44,9a 35,5b 48,7a
trabalho foi avaliar a eficiência de Siberio® como 1Porção Inferior; 2Porção Superior. Médias seguidas por letras
indutor de brotação em macieiras ‘Baigent’. diferentes na coluna diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%
de probabilidade.
Material e Métodos
O experimento foi realizado com macieiras ‘Baigent’ Tabela 2. Análise da brotação de gemas terminais
sob porta enxerto M9 em pomar comercial na região em resposta a aplicação de Siberio® para indução
de Vacaria, RS, durante o ciclo produtivo 2016/2017. de brotação de macieiras ‘Baigent’.
O delineamento conduzido em blocos casualizados, Indutor de Porcentagem de brotação Porcentagem de brotação
brotação de gemas aos 27 dias de gemas aos 76 dias
com quatro repetições de duas plantas. A aplicação PI3 PS4 Média PI3 PS4 Média
foi realizada em 01/09/2016, sendo os seguintes 1. Testemunha
73,6 51,7 62,6b 85,9 84,8 85,3b
tratamentos: 1. Testemunha (sem aplicação); 2. (sem aplicação)

Nitrato de cálcio 5%; 3. Nitrato de cálcio 5% + 2. Nitrato de


80,5 68,7 74,6ab 85,4 84,7 85,0b
Siberio® 1,5%; 4. Nitrato de cálcio 5% + Siberio® Cálcio 5%

3,0%; e 5. Nitrato de cálcio 5% + Siberio® 4,5%. As 3. Nitrato de


Cálcio 5% + 80,0 59,4 69,7ab 88,6 95,2 91,9ab
plantas foram divididas em porção inferior e superior Siberio® 1,5%
onde avaliou-se separadamente em cada uma 4. Nitrato de
Cálcio 5% + 88,5 60,5 74,5ab 93,7 98,7 96,2a
delas: brotações de gemas axilares (%), brotação de Siberio® 3,0%
5. Nitrato de
gemas terminais (%), total de cachos florais por Cálcio 5% + 88,3 70,1 79,2a 93,1 91,1 92,1ab
planta, total de frutos por planta e frutos por cacho Siberio® 4,5%

floral. Média 82,2a 62,1b 89,3a 90,9a

Resultados e Discussão 1Porção Inferior; 2Porção


Superior. Médias seguidas por letras
diferentes na coluna diferem entre si, pelo teste Tukey, a 5% de
Aos 27 e 76 dias após a aplicação, as combinações probabilidade de erro.
de nitrato de cálcio e Siberio® em todas as
concentrações foram efetivas na indução de Conclusões
brotação de gemas axilares da porção superior e As combinações de nitrato de cálcio e Siberio® são
inferior das plantas avaliadas. Em relação a efetivas na indução de brotação de macieiras
brotações terminais, aos 27 dias o tratamento com ‘Baigent”.
nitrato de cálcio 5% + Siberio® 4,5% foi mais efetivo
diferindo da testemunha. Entretanto, aos 76 dias, o Agradecimentos
tratamento nitrato de cálcio 5% + Siberio® 3,0% À Embrapa, CNPq, UERGS e IFRS pelo fomento à
apresentou melhor resultado e entre porções pesquisa e financiamento de bolsas de estudo.
superior e inferior não houve diferença significativa.
A quantidade de cachos florais por planta, frutos por
planta e frutos por cacho floral, não diferiram entre
os tratamentos, porém a parte superior obteve maior
eficiência em relação a inferior.

145
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Formação de mudas de macieira pré-formadas com a aplicação de benziladenina

Cássia Regina Tem-Pass1, Júlio César Orlandi2, Andrea De Rossi Rufato3, Léo Rufato4, Chaiara C. da S. Castro5,
Guilherme de Lima Teixeira6, Micheli Fochesato Michelon7, Lucas Marchioreto8
156 Embrapa uva e vinho – Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado de Vacaria (IC), BR 285, Km 115 - Caixa Postal
1513, 95200-000 Vacaria, RS, cassiaregina.tempass@gmail.com. 2 7 8UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro,
88520-000, Lages-SC. 3EMBRAPA – Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado de Vacaria (PQ), BR 285, Km 115 -
Caixa Postal 1513, 95200-000 Vacaria, RS. 4UDESC (PQ). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.

Palavras Chave:’Maxi Gala’ , Marubakaido com filtro, sistemas de condução.

Introdução maiores a indução de gemas laterais pode ser


O desenvolvimento da fruticultura no sul do Brasil é aumentada, impactando diretamente na menor
uma realidade que vem se consolidando ao longo do estatura de plantas observadas nestas doses. Com
tempo, pois o aprimoramento das técnicas de cultivo relação ao diâmetro de tronco não se observa
torna possível o alcance de produtividades diferença estatística entre as doses de
satisfatórias nas culturas de interesse. A cultura da benziladenina, bem como entre o número de
macieira é um exemplo da utilização de tecnologias aplicações. Para a variável metro de ramos lineares
que implantadas de forma produtiva trazem formados, verifica-se que independente do número
resultados positivos e com capacidades de de aplicações realizadas todas as doses diferiram
potencialização. E é visando essas potencializações da testemunha. A benziladenina quando aplicada
como produtividade, adensamento e estrutura de sobre as mudas de macieira “Maxi Gala”, induz a
planta, que estudos com fitorreguladores como formação de ramificações laterais, sendo que
benziladenina, são realizados anualmente. O independente do número de aplicações, o efeito
presente trabalho tem por objetivo estabelecer um observado nas variáveis vegetativas não diferiu
protocolo de pré-formação de mudas de macieira cv. entre doses e número de aplicações.
Maxi Gala com o uso de benziladenina.
Tabela 1. Altura da muda, diâmetro do caule e
Material e Métodos metros lineares de brotações formadas em mudas
O experimento foi conduzido no viveiro comercial da de macieira ‘Maxi Gala’, produzidas com a aplicação
empresa Rasip®, no município de Esmeralda-RS, de benziladenina. Esmeralda, RS 2015.
durante o ciclo 2016/2017. O delineamento Metros
experimental utilizado foi em blocos casualizados Altura da Diâmetro lineares de
Nº Dose muda do caule brotações
com três repetições, onde cada unidade amostral foi Aplicações (mg L-1 ) (cm) (mm) (m)
constituída de dez plantas. Os tratamentos 0 205,22 a 13,16 a 1,87 b
consistiram de quatro doses de benziladenina (0, 250 205,11 a 13,46 a 3,28 a
250, 500 e 750 mg L-1), com cinco ou sete 5
500 207,00 a 12,58 a 4,11 a
aplicações sequenciais. Os tratamentos foram 750 161,33 b 11,85 a 3,41 a
realizados com a cultivar “Maxi Gala” sobre o 0 212,66 a 13,16 a 2,02 b
portaenxerto Marubakaido com filtro. O início das 7
250 202,77 a 13,38 a 4,21 a
aplicações deu-se quando as mudas atingiram 50 500 190,11 b 11,95 a 3,94 a
cm de altura, onde direcionou-se a aplicação da 750 176,70 b 12,13 a 3,97 a
CV % 7,11 9,46 25,37
benziladenina somente no ponto de dominância
*Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
apical da planta. O intervalo entre as aplicações foi pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
de 14 dias. Para as aplicações utilizou-se um
pulverizador costal de CO 2, com pressão e vazão Conclusões
constante, munido de bico cone cheio. As variáveis Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir
analisadas foram altura de planta (cm), diâmetro do que cinco aplicações de benziladenina, com a dose
caule (mm), e metros lineares de brotações de 250 mgL-1, foram suficientes para a obtenção de
formadas. Os resultados obtidos foram submetidos mudas pré-formadas. Estas apresentam
à análise de variância com o teste de comparação características desejáveis na implantação de um
de médias Scott-Knott, a 5% de probabilidade de pomar padronizado e com precocidade na produção.
erro.
Agradecimentos
Resultados e Discussão À Embrapa, ao CNPq e a UDESC pelo fomento à
Com relação à altura de plantas, observa-se que pesquisa e financiamento de bolsas de estudo.
quando foram realizadas cinco aplicações
sequenciais de benziladenina, a dose de 750 mgL-1
diferiu estatisticamente das demais doses, o que
também ocorreu para sete aplicações sequenciais
nas doses 500 e 750 mg L-1. Pode-se afirmar que a
benziladenina interfere diretamente na dinâmica de
brotação de gemas laterais do caule das mudas,
podendo ocorrer a competição entre as variáveis
vegetativas altura e brotação lateral, pois com doses

146
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
O pré resfriamento em ar ou em água não apresenta benefício sobre a manutenção
da qualidade de maçãs ‘Fuji’ frigoconservadas
Fabiana Geherke¹, Crizane Hackbarth², Mayara C. Stanger³, Cristina Soethe4, Cristiano André Steffens5,
Cassandro V. T. do Amarante6

¹Universidade do Estado de Santa Catarina, (IC). Av. Luís de Camões, 2090 – Conta Dinheiro, Lages – SC, 88520-000.
faabiana.g@hotmail.com; ²Universidade do Estado de Santa Catarina, (PG). Luís de Camões, 2090 – Conta Dinheiro, Lages – SC,
88520-000; ³Universidade do Estado de Santa Catarina, (PQ). Luís de Camões, 2090 – Conta Dinheiro, Lages – SC, 88520-000.
4Universidade do Estado de Santa Catarina, (PG). Luís de Camões, 2090 – Conta Dinheiro, Lages – SC, 88520-000; 5Universidade do
Estado de Santa Catarina, (PQ), Luís de Camões, 2090 – Conta Dinheiro, Lages – SC, 88520-000. 6Universidade do Estado de Santa
Catarina, (PQ), Luís de Camões, 2090 – Conta Dinheiro, Lages – SC, 88520-000.

Palavras Chave: Temperatura, Conservação Pós-colheita, Etileno.

Introdução Tabela 1. Firmeza da polpa, atributos de textura e


A conservação pós-colheita de frutos depende sólidos solúveis em maçãs ‘Fuji’, submetidas a
principalmente da diminuição da temperatura, já que diferentes manejos de pré-resfriamento (PR), após 5
esta afeta a taxa respiratória e a produção de meses de armazenamento refrigerado e mais sete
etileno. O pré-resfriamento tem como função a dias em condições ambiente.
rápida remoção do calor de campo dos produtos Força para Força para Sólidos
Firmeza
Manejo Pós- ruptura da penetraçã solúvei
recém colhidos, prática adotada por algumas colheita
de polpa
epiderme o da polpa s (°Brix)
empresas do setor. O objetivo deste trabalho foi (N)
(N) (N)
avaliar o efeito do pré-resfriamento em água e em ar s/PR
58,7 11,2 2,5 13,2
sobre a manutenção da qualidade de maçãs ‘Fuji’. (testemunha)
PR em ar 60,8 11,5 2,5 13,4
Material e Métodos PR em água
58,2 11,6 2,4 12,7
Os tratamentos avaliados foram: sem pré- 15˚C
resfriamento (testemunha); pré-resfriamento em ar PR em água
54,1** 11,3 2,3 12,5**
10˚C
na câmara de armazenamento; pré-resfriamento em PR em água
água até 15°C; pré-resfriamento em água até 10°C; 50,1** 10,9** 2,2** 12,4**
5˚C
e pré-resfriamento em água até 5°C. As maçãs ‘Fuji’ Média 56,4 11,3 2,4 12,8
foram armazenadas a 0,5°C±0,5°C/UR de 92±5% CV (%) 3,6 2,5 4,3 2,3
durante cinco meses e meio. Os frutos foram Médias seguidas por ** diferem da testemunha pelo teste de
Dunnett (p<0,05).ns: não significativo pelo teste de Dunnett
analisados quanto à firmeza de polpa, atributos de (p<0,05).
textura (forças para penetração da polpa e ruptura
da casca), taxa respiratória, cor da epiderme, acidez Conclusões
titulável, teor de sólidos solúveis e incidência de O pré-resfriamento não apresenta benefícios na
podridões. O delineamento experimental utilizado foi manutenção da qualidade de maçãs ‘Fuji’. O pré-
o inteiramente casualizado com quatro repetições de resfriamento até 10°C e 5°C aumenta a taxa
30 frutos. Os dados foram submetidos à análise de respiratória, reduz os sólidos solúveis e a firmeza de
variância (ANOVA), e as médias dos tratamentos polpa.
foram comparadas com o controle pelo teste de
Dunnett (p<0,05).
Resultados e Discussão
Maçãs ‘Fuji’ pré-resfriadas em água até 5°C
apresentaram os menores valores de firmeza de
polpa e força para penetração da polpa, na saída da
câmara. Após sete dias, em condições ambiente o
pré-resfriamento em água até 5°C e 10°C reduziram
a firmeza de polpa, a força para ruptura da epiderme
e o teor de sólidos solúveis dos frutos comparados
ao controle. Nos demais atributos avaliados não
foram observados diferenças entre tratamentos.

147
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência da exposição de maçã ‘Gala’ a espectros luminosos após a
armazenagem

Evandro Holz1, Denise Schmidt2, Stela Maris Kulczynski2, Gabrieli Cristina Vitalli de Azevedo1, Iuri Naibo1,
Leonardo Antonio Thiesen3

1UniversidadeFederal de Santa Maria, campus Frederico Westphalen (IC), Linha 7 de Setembro, s/n - BR 386 Km 40, CEP 98400-000
- Frederico Westphalen – RS, evandro_holz29@hotmail.com; ²Universidade Federal de Santa Maria, campus Frederico Westphalen,
Docente/Pesquisador, Linha 7 de Setembro, s/n - BR 386 Km 40, CEP 98400-000 - Frederico Westphalen – RS; 3Universidade Federal
de Santa Maria, campus Frederico Westphalen (PG), Linha 7 de Setembro, s/n - BR 386 Km 40, CEP 98400-000 - Frederico
Westphalen – RS.

Palavras Chave: Pós-colheita, LED, Malus domestica.

Introdução Tukey a 5% de probabilidade de erro, através do


A maçã (Malus domestica) é um pseudofruto muito programa Assistat.
produzido na região sul do Brasil, e amplamente Resultados e Discussão
consumido no território nacional. Porém, um dos
De acordo com a análise de variância realizada, os
inconvenientes desta fruta é sua sazonalidade,
tratamentos não foram significativos. Contudo, na
tornando-se necessário um armazenamento
comparação de médias entre tratamentos foram
prolongado. Durante este período não são
verificadas algumas variações. A amostra inicial
recomendados fungicidas, sendo o
referente aos sólidos solúveis totais foi de 13,27
armazenamento refrigerado o método mais
ºBrix.
eficiente para prolongar sua vida útil. Contudo, com
o avanço das tecnologias, busca-se aprimorar as
técnicas de manejo, tornando a utilização de
lâmpadas Led alternativa promissora. Com isso,
objetivou-se avaliar a influência de diferentes
qualidades espectrais na manutenção das
características pós-armazenagem da maçã cultivar
Gala.
Material e Métodos
O experimento foi desenvolvido na Universidade
Federal de Santa Maria, Campus Frederico
Westphalen/RS entre os dias 17 e 25 de abril de
2017. Os frutos de maçã cultivar Gala (categoria
um e calibre 100) foram adquiridos no comércio
local, sem a presença de lesões. Os frutos foram
desinfestados superficialmente com álcool 70% e
hipoclorito de sódio durante 1 minuto, e lavados
com água destilada e autoclavada. O experimento Figura 1. Redução de altura, largura, massa fresca
foi conduzido em delineamento experimental (%) e sólidos solúveis totais (ºBrix) de frutos de
inteiramente casualizado, com seis tratamentos, maçã Gala, submetidos aos espectros luminosos:
constituídos por uma bandeja plástica, contendo (1- azul, 2- azul+vermelho, 3- vermelho, 4- branco,
seis frutos, e cada fruto uma unidade experimental. 5- fluorescente, 6- escuro). Frederico Westphalen,
Os tratamentos consistiram de diferentes RS, UFSM, 2017.
qualidades espectrais (azul, azul + vermelha, Conclusões
vermelha, branca, fluorescente e escuro). Os frutos
Os espectros azul+vermelho e vermelho
foram acondicionados sob suportes plásticos (PVC)
apresentam tendência de manter as características
e papel umedecido, permanecendo em bancada
de tamanho e massa fresca. Já o espectro azul
recebendo os tratamentos durante oito dias à uma
contribui para a redução da massa fresca e dos
temperatura controlada de 25ºC e fotoperíodo de
sólidos solúveis totais de frutos de maçã Gala.
16 horas. As avaliações foram realizadas no início
do experimento e no final, realizando a mensuração
de altura e largura (cm fruto-1), massa fresca (g
fruto-1), sendo então calculada a redução de massa
e tamanho (largura e altura), e expressos em
porcentagem. Para sólidos solúveis totais (ºBrix)
realizou-se a medida de uma amostra fixa no início
do experimento e no final realizou-se as avaliações
por tratamento. Os dados coletados foram
submetidos à análise de variância e quando
significativo, comparou-se as médias pelo teste de

148
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Possibilidade de economia de energia em função do aumento da temperatura de
armazenamento de maçãs ‘Royal Gala’ em ultra baixo oxigênio

Vagner Ludwig1*, Fabio R. Thewes2, Erani E. Schultz2, Sarah E. Forgiarini1, Flavio R. Thewes1, Matheus G.
Ristow1, Rovani M. Rossato1, Auri Brackmann3
1Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (IC). 2UFSM (PG), 3UFSM (PQ), Av. Roraima, n° 1.000, Prédio 77, Sala 26, C.P. 591,
97.105-900, Santa Maria, RS.

Palavras Chave: Malus domestica, etileno, firmeza de polpa, qualidade

Introdução etileno ativa enzimas que degradam a parede


O armazenamento de maçãs ‘Royal Gala’ em celular, ocasionando a perda de firmeza de polpa
temperatura maior do que a atualmente utilizada durante o armazenamento. A firmeza da polpa dos
(1,0 ºC), é uma alternativa para a redução do frutos armazenados em ULO foi maior do que
consumo de energia elétrica. Estudos indicam a aqueles mantidos em AC, nas duas temperaturas, o
possibilidade de aumento da temperatura no que deve estar relacionado com a menor atividade
armazenamento de outras cultivares de maçãs. da enzima ACC oxidase e produção de etileno.
Segundo McCormick et al. (2012), a utilização de AC

técnicas auxiliares ao armazenamento, como a ULO Aa

Produção de etileno (µL C2H4 kg-1 h-1)

ACC oxidase (nL C2H4 g-1 h-1)


50 300
Aa
aplicação de 1-metilciclopropano (1-MCP) 45 250 Aa
40
juntamente com atmosfera controlada estática (AC), 35 200
Ba

possibilitou um aumento da temperatura de 2,5 ºC, 30


150 Bb
Ba Ab
obtendo economia de energia de 26% e 35% para 25
20 100
as cultivares ‘Jonagold’ e ‘Gala’, respectivamente. 15
Aa
50
Recentemente surgiu uma nova técnica que 10
5 0
submete os frutos a condições de ultra baixo 0 1,0 1,5
oxigênio (ULO) durante o armazenamento. O 1,0 1,5
100
objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade dos frutos 80
Ab
Aa Aa
Firmeza de Polpa (Newton)

Aa
com aumento da temperatura de armazenamento, Ab 80 Aa Aa Ab

Frutos Sadios (%)


60
em ultra baixo oxigênio. 60
40
Material e Métodos 40

O experimento foi realizado com maçã ‘Galaxy’ 20 20


proveniente de pomar comercial de Vacaria, RS. Os 0 0
tratamentos foram: atmosfera controlada 1,2 kPa de 1,0 1,5 1,0 1,5
O 2 e 2,0 kPa de CO 2 e ultra baixo oxigênio 0,8 kPa Temperatura °C Temperratura °C
de O 2 e 1,2 kPa de CO 2 . Os frutos foram
armazenados nas temperaturas de 1,0 e 1,5 °C. O Figura 1: Produção de etileno, frutos sadios, ACC
delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, oxidase e firmeza de polpa de maçãs ‘Galaxy’
em esquema fatorial (2x2). As análises foram armazenados em AC e ULO, em duas temperaturas
realizadas após nove meses mais sete dias a 20°C. (1,0 e 1,5 °C) durante nove meses mais sete dias de
vida de prateleira. *Barras com letras iguais,
Resultados e Discussão minúscula entre as condições de atmosfera,
A atividade da enzima ACC oxidase foi reduzida maiúscula entre a temperatura, não diferem pelo
quando os frutos foram mantidos na temperatura de teste de Tukey com 5% de probabilidade.
1,5 °C na condição de AC. Os frutos armazenados
Conclusões
em ULO apresentaram maior atividade da enzima
ACC oxidase, comparado a AC na temperatura de Maçãs ‘Galaxy’ podem ser armazenadas na
1,0°C, no entanto na produção de etileno não houve temperatura de 1,5 ºC e, se mantidas em ULO,
diferença. O armazenamento em ULO reduziu a apresentam maior porcentagem de frutos sadios e
produção de etileno dos frutos mantidos na firmeza de polpa.
temperatura de 1,5 ºC, comparado com a AC. Não Agradecimentos
houve interação entre as temperaturas na Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
porcentagem de frutos sadios. A maior Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio
porcentagem de frutos sadios foi observada na financeiro. E a agropecuária Schio pela cedência
temperatura de 1,5 ºC em comparação com 1,0 ºC. dos frutos.
A condição de ULO manteve maior porcentagem de
frutos sadios comparado com AC, na temperatura Referências bibliográficas
de 1,5 ºC. Entre as condições de armazenamento, a McCormick, R.; Neuwald, D. A.; Streif, J. Commercial Apple CA
maior firmeza de polpa foi observada nos frutos Storage Temperature Regimes with 1-MCP (SmartFreshTM):
armazenados em ULO, independente da Benefits and Risks. Acta Horticulturae, 2012, v.934, p.263-270,
2012.
temperatura, provavelmente, devido à menor Prassana, V, Prabha, T.N., Tharanathan, R. N. Fruit ripening
atividade da enzima ACC oxidase e menor produção phenomena- an overview. Critical Review of Food Scienc and
de etileno. De acordo com Prassana et al. (2007), o Nutrition, 2007, 47, 1-19.

149
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Condições de oxigênio extremamente baixo para armazenamento de maçãs ‘Royal
Gala’

Magno R. P. Berghetti1, Vagner Ludwig1, Lucas M. Wendt1, Flavio R. Thewes1, Matheus G. Ristow1, Erani E.
Schultz2, Fabio R. Thewes2, Auri Brackmann3
1UFSM, Universidade Federal de Santa Maria: acadêmico de graduação (IC), 2acadêmico de Pós-graduação (PG),3professor
Universitário/Pesquisador (PQ), Av. Roraima, n° 1.000, Prédio 77, Sala 26, Cx.P. 591, 97.105-900, Santa Maria, RS. e-mail do autor:
magno.pasquetti@gmail.com

Palavras Chave: desordens fisiológicas, etileno, metabolismo anaeróbico, Malus domestica

Introdução
A produção de maçã se concentra em um intervalo
curto do ano, principalmente entre os meses de
janeiro a abril, e para que haja fornecimento da fruta
em um maior período do ano, torna-se importante o
uso de técnicas eficazes de armazenamento
(BRACKMANN et al., 2008). Dentre as técnicas
utilizadas está o oxigênio extremamente baixo, que
consiste em armazenar os frutos em concentrações
abaixo de 1,0%, sendo mantidas acima do ponto de
compensação anaeróbica, o que irá possibilitar
menor perda de açúcares e de ácidos no processo
de respiração (WEBER et al., 2013). Diante disso o
objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do
armazenamento de maçãs ‘Royal Gala’ em
condições extremamente baixas de oxigênio, na
manutenção da qualidade pós-colheita dos frutos.
Material e Métodos
O trabalho foi conduzido no ano de 2014, onde os
frutos foram armazenados em minicâmaras de
atmosfera controlada (AC) fechadas
hermeticamente, sob uma temperatura de 1,0 ±
0,1ºC e umidade relativa de 95%. As condições
avaliadas foram: [1] 1,2 kPa O 2 + 2,0 kPa CO 2 ; [2]
0,7 kPa O 2 + 1,5 kPa CO 2 [3] 0,5 kPa O 2 + 1,2 kPa
CO 2 [4] 0,4 kPa O 2 + 1,2 kPa CO 2 e [5] 0,25 kPa O 2 Figura 1- Análise de componentes principais (ACP),
+ 0,0 kPa CO 2 . Os frutos foram armazenados por tratamentos (A) em correlação às variáveis (B).
um período de nove meses mais sete dias a 20°C, Conclusões
simulando o período de prateleira, e, após esse Os níveis extremamente baixos de oxigênio de 0,4
período, foram efetuadas análises laboratoriais. Os kPa e 0,5 kPa O 2 + 1,2 kPa CO 2 foram eficientes
dados obtidos para cada variável avaliada foram em manter firmeza de maçãs ‘Royal Gala’. Estas
submetidos à análise de componentes principais condições apresentaram um padrão de qualidade
(ACP). bastante próximo entre si, com exceção do
Resultados e Discussão tratamento com 0,25 kPa O 2 + 0,0 kPa CO 2 , que
Na análise multivariada pode-se observar que os aumentou, principalmente, a rachadura de polpa e
produtos da fermentação, polpa farinácea e polpa farinácea.
rachadura de polpa, estão correlacionados à menor
concentração de oxigênio (Figura 1), assim pode-se Agradecimentos
deduzir que o metabolismo anaeróbico foi Ao CNPq pela concessão da bolsa de iniciação
responsável pela ocorrência desse resultado. científica.
Os tratamentos com 0,7, 0,5 e 0,4 kPa O 2
apresentaram maior correlação com a firmeza de Referências bibliográficas
polpa, indicando que o baixo oxigênio com 1,2 kPa BRACKMANN, A. et al. Manutenção da qualidade pós-colheita
CO 2 reduz a produção de etileno, que por sua vez de maçãs ‘Royal Gala’ e ‘Galaxy’ sob armazenamento em
pode estar relacionado à baixa expressão ou atmosfera controlada. Cienc Rural, 2008, v.38, n.9, p.2478-2484.
WEBER, A. et al. Atmosfera controlada para o armazenamento
atividade das enzimas responsáveis pela da maçã ‘Maxi Gala’. Cienc Agron, 2013, v. 44, n 2, p. 294-301.
degradação da parede celular.

150
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito de fitorreguladores na qualidade de maçãs 'Brookfield' armazenadas em
atmosfera controlada

Matheus Gustavo Ristow1, Magno Roberto Pasquetti Berghetti1, Lucas Mallman Wendt1, Vagner Ludwig1, Sarah
Forgiarini1, Rovani Marcos Rossato1, Fabio Rodrigo Thewes2, Auri Brackmann3
1UFSM, Universidade Federal de Santa Maria (IC), 2UFSM (PG),3UFSM (PQ), Av. Roraima, n° 1.000, Prédio 77, Sala 26, Cx.P. 591,

97.105-900, Santa Maria, RS. e-mail do autor: matheusristow@gmail.com

Palavras Chave: Malus domestica, qualidade, ANA, AVG, armazenamento

Introdução maças ‘Brookfield’ tratadas com diferentes produtos


Durante o período de armazenamento de algumas e avaliadas após oito meses de armazenamento em
cultivares de maçãs, ocorre perda de firmeza e atmosfera controlada mais sete dias de vida de
polpa farinácea (Brackmann et al., 2005). Algumas prateleira a 20°C.
das formas existentes no mercado para diminuir tais Etileno Índice de cor Polpa Firmeza
problemas são a aplicação de fitorreguladores no Tratamentos interno vermelha farinácea de polpa
pomar, uso de 1-metilciclopropeno (1-MCP) ou (µL L-1) (0 - 3) (%) (N)
absorção de etileno das câmaras, para inibir a ação
do etileno produzido pelos frutos, e a utilização de Controle 42,1a 2,60a 23,3a* 59,7b
atmosfera controlada durante o período de
AVG 2,89bc 2,33a 9,17b 70,3a
armazenamento (Brackmann et al., 2015). Com
isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da ANA 3,95b 2,34a 31,0a 54,2c
aplicação de produtos em pré e pós-colheita na
qualidade de maçãs 'Brookfield' armazenadas sob 1-MCP 0,82c 2,52a 23,3a 65,4a
atmosfera controlada. ABS 0,70c 2,54a 18,7ab 69,1a
Material e Métodos CV (%) 18,2 6,72 15,8 3,84
O experimento foi realizado com maçãs 'Brookfield' * Médias seguidas por letras iguais nas colunas não diferem pelo
provenientes de um pomar de Vacaria-RS. Utilizou- teste (p<0.05).
se o delineamento experimental inteiramente
casualizado com quatro repetições. Os tratamentos Conclusões
aplicados foram: [1] controle (aplicação de água); [2]
Aminoetoxivinilglicina (AVG): 0,83 kg ha-1 aplicado Para uma maior qualidade de armazenamento em
30 dias antes da colheita, utilizando o produto atmosfera controlada e vida de prateleira das maçãs
comercial Retain®; [3] ácido naftaleno acético (ANA ‘Brookfield’, o tratamento com AVG é o mais eficaz.
): 40g ha-1 aplicado sete dias antes da colheita; [4] 1-
metilciclopropeno (1-MCP): 0,625μL L-1 aplicado Agradecimentos
antes do armazenamento, utilizando o produto Ao CNPQ/Capes, pelo financiamento de bolsas de
comercial Smartfresh® e [5] absorção de etileno com estudo e incentivo à pesquisa.
permanganato de potássio dentro das câmaras
(ABS). Todos os tratamentos foram conservados em
Referências bibliográficas
atmosfera controlada com 1,0 kPa O 2 + 2,0 kPa
CO 2 . As análises físico-químicas dos frutos foram Brackmann, A. et al. Consequência da umidade relativa durante
realizadas após oito meses de armazenamento mais o armazenamento refrigerado e em atmosfera controlada na
qualidade da maçã 'Gala'. Ciência Rural, 2005, v. 35. n. 5, p
sete dias a 20ºC, o que configura o tempo de vida 1197-1200.
de prateleira dos frutos. Brackmann, A. et al. Effect of growth regulators application on
the quality maintenance of 'Brookfield' apples. Bragantia, 2015, v.
Resultados e Discussão 74, n. 4, p. 453-45.
Verificou-se que os tratamentos com 1-MCP, AVG e
com absorção de etileno da câmara apresentaram
menor produção de etileno interno, bem como a
maior firmeza de polpa (Tabela 1). Os
fitorreguladores não apresentaram efeito sobre a cor
vermelha dos frutos, sendo que nenhum dos
tratamentos apresentou diferença nesse parâmetro.
Frutos tratados com ANA apresentaram menor
firmeza de polpa e alta incidência de polpa
farinácea. Entretanto, o tratamento com AVG obteve
menor porcentagem de frutos com polpa farinácea,
estatisticamente semelhante à absorção de etileno.
Tabela 1. Etileno interno, coloração vermelha da
epiderme, polpa farinácea e firmeza de polpa de

151
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Ácido naftaleno acético: aplicação isolada e combinada com outros
fitorreguladores sobre a qualidade de maçãs ‘Brookfield’
Lucas Mallmann Wendt1*, Fabio Rodrigo Thewes2, Erani Eliseu Schultz2, Matheus Gustavo Ristow1, Sarah
Forgiarini1, Flavio Roberto Thewes1, Vagner Ludwig1, Auri Brackmann3
1
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (IC), 2UFSM (PG),3UFSM (PQ), Av. Roraima, n° 1.000, Prédio 77, Sala 26, Cx.P. 591,
97.105-900, Santa Maria, RS. e-mail do autor: wendtlucas@ymail.com

Palavras Chave: Malus domestica, firmeza de polpa, armazenamento, produção de Etileno, atmosfera controlada.

Introdução de etileno (Figura 1B). Quando os frutos foram


A maçã ‘Brookfield’ é mutante da cultivar Royal pulverizados com ANA, este causou uma maior
Gala, a qual apresenta uma janela curta de colheita. redução na firmeza de polpa, em comparação à
Uma tecnologia difundida nos pomares é a combinação com AVG ou Ethephon. A maior
utilização de fitorreguladores, usados para adiantar produção de etileno aos seis dias a 20ºC foi
ou retardar a maturação. Um dos fitorreguladores verificada nos frutos do tratamento controle, não
usados é a aminoetoxivinilglicina (AVG), utilizado diferindo dos frutos tratados com ANA + Ethephon.
para controlar a queda pré-colheita e retardar a O tratamento com ANA+AVG reduziu drasticamente
maturação (Byers et al., 2005), devido à inibição da a produção de etileno.
síntese de etileno. Ácido naftaleno acético (ANA), é
uma auxina sintética, que reduz a queda pré-
colheita, porém, acelera a maturação dos frutos,
acarretando um menor potencial de armazenamento
pelo aumento na produção do etileno (Brackmann et
al., 2015). A aplicação de Ethephon, um liberador de
etileno, possibilita adiantar a colheita, devido ao
rápido amadurecimento e aumento da cor vermelha
(Steffens et al., 2006). O objetivo do presente
estudo foi avaliar o efeito do ANA e sua combinação
com AVG e Ethephon sobre a firmeza de polpa e a
produção de etileno na pós-colheita de maçãs
‘Brookfield’. Figura 1. Firmeza de Polpa (A) e produção de
etileno (B) de maçãs 'Brookfield' armazenadas
Material e Métodos durante 8 meses, mais sete dias a 20 °C. Santa
O experimento foi realizado com maçãs ‘Brookfield’ Maria, Brasil. Médias seguidas pela mesma letra, no
provenientes de um pomar comercial de Vacaria mesmo parâmetro, não diferem pelo teste de Tukey
(RS). Os tratamentos avaliados foram: [1] Controle: (p <0,05).
apenas aplicação de água; [2] ANA: 40g ha-1
aplicado sete dias antes da colheita (DAC); [3] ANA Conclusões
+ Ethephon (2,0 L ha-1 de Ethrel® 24% do i. a.), A combinação de ANA + AVG é o tratamento mais
aplicado 10 DAC; [4] ANA + AVG (0,83 kg ha-1 de eficiente em manter maior firmeza de polpa após o
Retain® 15%i.a.) aplicado 30 DAC. Cada tratamento armazenamento, resultado da menor produção de
foi composto por 4 repetições de 25 frutos, que etileno.
foram colocadas em minicâmaras de atmosfera Agradecimentos
controlada (AC), com 1,2 kPa O 2 + 2,0 kPa CO 2 , Ao CNPq pelo apoio financeiro e à empresa
para todos os tratamentos, sob temperatura de 1,5 Agropecuária Schio pelo fornecimento das maçãs.
±0,1°C e umidade relativa de 94% ±1,0%, durante
todo o período de armazenamento. Após oito meses Referências bibliográficas
de armazenamento mais sete dias de exposição a Brackmann, A. et al. Aminoethoxyvinylglycine: isolated and
20 ºC, visando simular o tempo de comercialização combined with other growth regulators on quality of ‘Brookfield’
apples after storage. Scientia Agricola, 2015, v.72, n.3, p.221-
dos frutos, foi avaliada a firmeza de polpa. A 228.
produção de etileno foi avaliada durante os sete Byers, R.E.; Carbaugh, D.H.; Combs, L.D. Ethylene inhibitors
dias de exposição a 20ºC. Os dados foram delay fruit drop, maturity, and increase fruit size of ‘Arlet’ apples.
submetidos à análise de variância e as médias HortScience, 2005, v.40, p.2061-2065.
Steffens, C.A.; Guarienti, A.J.W.; Storck, L.; Brackmann, A.
comparadas pelo teste de Tukey com 5% de Maturação da maçã 'Gala' com a aplicação pré-colheita de
probabilidade de erro (p<0,05) aminoetoxivinilglicina e ethephon. Ciência Rural, 2006, v.36,
p.434440.
Resultados e Discussão
A aplicação de ANA+AVG manteve a firmeza de
polpa dos frutos maior em comparação aos demais
tratamentos (Figura 1A). A maior firmeza de polpa
neste tratamento está relacionada à baixa produção

152
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Condições de oxigênio extremamente baixo em atmosfera controlada na
conservação da qualidade de maçãs ‘Royal Gala’

Flavio Roberto Thewes1*, Auri Brackmann1, Fabio Rodrigo Thewes1, Erani Eliseu Schultz1, Magno Roberto
Berguetti Pasquetti1, Lucas Mallmann Wendt1, Rovani Marcos Rossato1, Sarah Edler Forgiarini1
1Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Av. Roraima, 1000, Camobi, 97105-000, Santa Maria-RS. flaviorthe@hotmail.com

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, etanol, degenerescência, metabolismo anaeróbico.

Introdução 25.0
a
Etileno 1400 Etanol a
Uma das técnicas de armazenamento de maçãs 20.0
1200

mais utilizadas em nível comercial é a atmosfera

µL C2H4 kg-1 h-1


1000
b
controlada (AC). Nessa técnica, para a maçã do 15.0
800

µL L-1
grupo ‘Gala’, o nível de O 2 utilizado é de 1,2 a 1,5 10.0
c
600

kPa e o nível de CO 2 de 2.0 a 3,0 kPa. Nos últimos 5.0


400

anos, com o desenvolvimento de novas técnicas de d d d


200
b b b
b b

atmosfera controlada, o oxigênio está sendo 0.0 0

reduzido a níveis extremamente baixos (<0,5 kPa),


especialmente quando os frutos são armazenados 60.0 Degenerescência a 100.0 Frutos sadios
em atmosfera controlada dinâmica (Thewes et al., 50.0
de polpa 90.0
b
a
b
2017). Entretanto, na literatura, há poucos estudos 80.0
70.0
b
b
40.0
sobre a redução dos níveis de O 2 de forma estática % 60.0

%
sem monitoramento do limite mínimo de O 2 que os 30.0 50.0
40.0
c
b
frutos toleram. Assim, o presente estudo objetivou 20.0
c
b
30.0

avaliar o efeito da redução das pressões parciais de 10.0 c


c
20.0
10.0
O 2 a níveis extremamente baixos, de forma estática, 0.0 0.0
sobre a qualidade de maçãs ‘Royal Gala’ após oito
meses de armazenamento mais sete dias de vida de
prateleira. Figura 1- Produção de etileno, concentração de
etanol, degenerescência de polpa e frutos sadios de
Material e Métodos maçãs ‘Royal Gala’ armazenadas em diferentes
O experimento foi realizado com maçãs ‘Royal Gala’ condições de O 2 . Colunas seguidas da mesma letra
provenientes de pomar comercial de Vacaria, RS. não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5%
Os frutos foram armazenados em diferentes de probabilidade de erro.
condições de AC e oxigênio extremamente baixo. As
condições foram (O 2 + CO 2 ): [1] 1,2+2,0; [2] Conclusões
0,8+1,5; [3] 0,7+1,5; [4] 0,4+1,0; [5] 0,4+0,0 e [6] A melhor condição de oxigênio extremamente baixo
0,15+0,0. Os frutos foram armazenados durante oito é 0,4 kPa com 1,0 kPa de CO 2 , pela baixa
meses na temperatura de 1,0°C. As avaliações incidência de degenerescência de polpa e maior
foram realizadas após oito meses de porcentagem de frutos sadios. Não é recomendável
armazenamento mais sete dias de vida de prateleira. armazenar numa condição de O 2 estática de 0,15
O delineamento experimental utilizado foi o kPa com 0,0 kPa de CO 2 em função da alta
inteiramente casualisado, com quatro repetições, produção de etanol e ocorrência de distúrbios
sendo cada unidade experimental compostas por 30 fisiológicos.
frutos.
Agradecimentos
Resultados e Discussão Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
A produção de etileno foi drasticamente reduzida Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio
com a redução da pressão parcial de O 2 (Figura 1), financeiro e à empresa agropecuária Schio pelo
sendo que não houve diferença entre as condições fornecimento dos frutos.
de 0,4+1,0; 0,4+0,0 e 0,15+0,0. A produção de Referências bibliográficas
etanol foi maior nos frutos armazenados na menor Thewes, F.R., Brackmann, A., Anese, R.O., Ludwig, V., Schultz,
pressão parcial de O 2 . Essa alta produção de etanol E.E., Santos, L.F., Wendt, L.M. Effect of dynamic controlled
pode ter causado danos na membrana celular, atmosphere monitored by respiratory quotient and 1-
resultando em maior incidência de degenerescência methylcyclopropene on the metabolism and quality of ‘Galaxy’
apple harvested at three maturity stages. Food Chemistry. 2017,
de polpa. A maior incidência de degenerescência de n.222, p.84-93.
polpa nos frutos armazenados em 0,15+0,0 resultou
em menor proporção de frutos sadios (Figura 1). O
armazenamento dos frutos em 0,4+1,0 resultou em
maior proporção de frutos sadios.

153
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Pulverizações com boro aumentam as perdas pós-armazenamento em maçãs

Milton C. Coldebella1*, Paulo Roberto Ernani2, Flávia D. Coldebella1, Jaqueline M. Gerber1, Camyla Kuhnen3
1
UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (PG). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.
cesar_coldebella@yahoo.com.br; 2UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (PQ). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. 3UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina (IC). Avenida Luís de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, nutrição de frutíferas, distúrbios fisiológicos, podridão.

Introdução armazenados por longo período. Além disso, a


No geral, os solos sul brasileiros apresentam menor firmeza de polpa oferece maior facilidade na
adequada disponibilidade de boro (B) em função do entrada e estabelecimento de patógenos nestes
material de origem e dos altos teores de matéria frutos. A incidência de escurecimento de polpa não
orgânica, não sendo necessária sua aplicação via foi significativa com o aumento das doses de B
solo (Sá, et al, 2014). No entanto, quando sua aplicadas.
aplicação é realizada via foliar, em pré-colheita, o B
tem mostrado resultados interessantes no aumento Tabela 1. Ocorrência de frutos com desordens fisiológicas
da coloração vermelha e na antecipação da ou podridões, após oito meses de armazenamento mais
maturação (Ernani, et al., 2010). Contudo, o sete dias de vida de prateleira, em maçãs ‘Imperial Gala’
potencial de armazenamento pode ser reduzido em submetidas a quatro aplicações com diferentes doses de
função da maior atividade metabólica destes frutos B em pré-colheita.
(Brackmann, et al., 2016). O objetivo deste estudo Doses de Polpa Escurecimento Podridão
farinácea de polpa (%) (%)
foi avaliar a incidência de distúrbios senescentes e H BO3 (%)
3
(%)
podridões pós-armazenamento em maçãs
0 18,8 12,5 1,3
submetidas a aplicações com diferentes doses de B
na pré-colheita. 0,15 32,5 11,3 13,8
0,30 40,0 25,0 25,0
Material e Métodos
0,45 25,0 10,0 11,3
O experimento foi conduzido em pomar comercial,
com macieiras ‘Imperial Gala’ no município de Linear (1) ns ns *
Vacaria – RS, durante o ciclo 2015/2016. O Quadrático(2) * ns **
delineamento experimental foi em blocos ao acaso, C.V (%) 13,9 12,1 12,0
com 4 repetições. Os tratamentos consistiram em
(1)
Efeito linear e (2)quadrático das doses de H 3 BO 3 , analisados
por meio de contrastes ortogonais polinomiais. ns não significativo.
quatro aplicações, espaçadas equidistantemente até *, **significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente.
a data de colheita, com H 3 BO 3 nas doses 0,0; 0,15;
0,30 e 0,45%. Os frutos foram colhidos no momento Conclusões
da colheita comercial e armazenados em condição O aumento das doses com B resulta em aumento
de atmosfera controlada (O 2 : 1,9 kPa e CO 2 : 2,8 nas perdas pós-armazenamento em decorrência da
kPa), a 0,0 ± 0,1 ºC e UR de 95%, com aplicação de maior incidência de polpa farinácea e podridões.
1-MCP (1µL L-1). Após oito meses de
armazenamento mais sete dias em condição Agradecimentos
ambiente (21°C ± 5ºC), simulando o período de À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
prateleira, os frutos foram avaliados quanto à Nível Superior (CAPES), à Universidade do Estado
ocorrência de frutos com polpa farinácea, de Santa Catarina (UDESC) e à empresa Frutival.
escurecimento de polpa e podridões. Os dados
Referências bibliográficas
foram submetidos à comparação por contrastes BRACKMANN, A.; et al. Preharvest boron application and its relation
ortogonais polinomiais. with the quality of ‘Galaxy’ apples after harvest and controlled
atmosphere storage. Ciência Rural, 2016, v.46, p.585-589.
Resultados e Discussão ERNANI, P.R.; et al. Pulverizações com boro em pré-colheita antecipam
A aplicação com doses crescentes de B resultaram o amadurecimento de maçãs. In: Congresso Brasileiro de Fruticultura,
em aumento da incidência de polpa farinácea e de 2010, Natal. Anais. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fruticultura,
2010. CD-ROM.
podridões nos frutos após o armazenamento. O SÁ, A. et al. Influência de formas de aplicação de boro na qualidade e
aumento no distúrbio e de podridões foi, no rendimento de maçãs (Malus domestica). Revista Brasileira de
respectivamente, duas e vinte vezes maior nos Fruticultura, 2014, v. 36, p. 487-494.
frutos que receberam pulverizações com a dose de
0,30% em relação a frutos que não receberam
aplicação. A menor firmeza de polpa e a maior
produção de etileno no momento da colheita em
maçãs submetidas a pulverizações com B
(Brackmann, et al., 2016) podem ter favorecido o
aparecimento de distúrbios senescentes,
principalmente pelo fato destes frutos estarem

154
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Monitoramento do limite mínimo de O 2 pela produção de CO 2 dos frutos para o
armazenamento em atmosfera controlada dinâmica

Fabio Rodrigo Thewes1*, Auri Brackmann1, Rogerio de Oliveira Anese2, Magno Roberto Berguetti Pasquetti1,
Matheus Gustavo Ristow1, Flavio Roberto Thewes1, Rovani Marcos Rossato1, Sarah Edler Forgiarini1
1Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Av. Roraima, 1000, Camobi, 97105-000, Santa Maria-RS. fthewes@yahoo.com.br;
2Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Câmpus Urupema. Est. Senadinho, s/n, Centro, 89625-000, Urupema-SC.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, variação do O 2 , quociente respiratório.

Introdução 0.6
RQ
QR 1.3 - 2014
(a)
Nos últimos anos (±10 anos) o armazenamento de 0.5
QR 1.3 - 2015
RQ
RQ
QR 1.3 - 2016

maçãs em atmosfera controlada dinâmica (ACD)


vem sendo implementado em nível comercial. Essa 0.4
técnica de armazenamento é baseada no

LMO pela ACD - DC


monitoramento constante do limite mínimo de O 2 0.3
(LMO) que os frutos toleram durante o

Resíduo (Si – Oi)


armazenamento. Atualmente, há no mercado três
0.25
0.15
0.05
0.2
técnicas de monitoramento do LMO durante o 0.25
-0.05
-0.15

armazenamento: baseadas no etanol (Veltman et


2014 -0.25
0.20 2015 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6

RMSE
0.15 2016
0.1 pO2 (kPa)
al., 2003), na fluorescência de clorofilas (Prange et
0.10
0.05
0.00

al., 2007) e no quociente respiratório (ACD – QR) 1.01 1.1 1.15 1.2 1.25
AMF
0
(Weber et al., 2015). Todas essas essas ténicas de 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
LOL by DCA - RQ
monitoramento do LMO necessitam de algum 0.6
QR 1.5 - 2014
RQ
(b)
equipamento adicional na câmara frigorífica QR 1.5 - 2015
RQ
RQ
QR 1.5 - 2016
comercial, o que se torna um empecilho para 0.5

adoção da ACD em nível comercial. A partir desse


problema, o presente estudo objetivou desenvolver 0.4
LMO pela ACD - DC

um método de monitoramento do LMO a partir da


produção de CO 2 dos frutos, a fim de facilitar a

Resíduo (Si – Oi)


0.3 0.25
0.15
0.05

adoção da ACD em nível comercial. -0.05


-0.15
0.2 -0.25
0.20 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6

Material e Métodos
2014
0.15 2015 pO2 (kPa)
RMSE 2016
0.10

Os experimentos foram realizados com maçãs 0.1 0.05


0.00

‘Galaxy’ provenientes de pomares comerciais de


1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
AMF

Vacaria, RS. Os frutos foram aramzenados em ACD 0


0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
monitorada por dois métodos numa mesma câmara, LMO pela ACD - QR

pela ACD – QR (com dois níveis de QR: 1,3 e 1,5) e Figura 1- Limite mínimo de O 2 (LMO) pelo método
outro pela ACD monitorada pela produção de CO 2 de ACD – DC × ACD – QR. AMF: fator de
dos frutos (ACD – DC) com dois níveis de metabolismo anaeróbico.
metabolismo aneróbico (AMF 1,15 e 1,3). Os frutos
foram armazenados durante nove meses, sendo o Conclusões
LMO determinado duas vezes por semana pelos O monitoramento do LMO, para o armazenamento
dois métodos. A avaliação do método ACD – DC em em ACD, pode ser realizado de maneira precisa
comparação ao ACD – QR foi realizada pelas apenas pela produção de CO 2 dos frutos, o que
estatíticas RMSE: raíz quadrada média do erro, pode facilitar a adoção da ACD em nível comercial.
BIAS index e dw (índice de concordância). Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Resultados e Discussão Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio
Na figura 1 é demostrada a variação do LMO financeiro e à empresa agropecuária Schio pelo
durante o armazenamento de maçãs ‘Galaxy’ em fornecimento dos frutos.
dois níveis de QR (1,3 e 1,5) e a sua comparação
com o LMO estimado pelo método de ACD baseado Referências bibliográficas
Prange, R.K., Delong, J.M., Harrison, P., Mclean, S., Scrutton, J.,
na produção de CO 2 . O monitoramento do LMO por Cullen, J. Method and apparatus for monitoring a condition in
ambos os métodos foi muito similar, com RMSE chlorophyll containing matter. U.S. Patent, n.WO/2002/006795,
variando de 0,03 até 0,08 kPa de O 2 . Desta 2007.
maneira, o controle dinâmico do O 2 durante o Veltman, R.H., Verschoor, J.A., Ruijsch van Dugteren, J.H.
Dynamic control system (DCS) for apples (Malus domestica
armazenamento pode ser realizado de maneira Borkh. cv. ‘Elstar’): optimal quality through storage based on
precisa apenas pela medição da produção de CO 2 . products response. Postharvest Biol. Technol., 2003, n.27, p.79-
86.
Weber, A., Brackmann, A., Both, V., Pavanello, E.P., Anese,
R.O., Thewes, F.R. Respiratory quotient: innovative method for
monitoring ‘Royal Gala’ apple storage in dynamic controlled
atmosphere. Scientia Agric. 2015, n.72, p.28-33.

155
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso de ácido giberélico em pêssegos ‘Chiripá Vermelho’ e ‘Eragil’
Júnior Marcher1; Alberto Ramos Luz2

1Tecnólogo em Horticultura (IC); 2Dr. Tecnólogo em Fruticultura (PQ). 1,2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Sul, Câmpus Bento Gonçalves. E-mail: jmarchet13@hotmail.com

Palavras Chave: Ácido giberélico, sólidos solúveis, firmeza de polpa, pós-colheita.

Introdução Resultados e Discussão


O Brasil é o décimo segundo maior produtor mundial A aplicação de GA 3 pré-colheita não influenciou a
de pêssegos, com aproximadamente 21 mil concentração de SS de pêssegos ‘Eragil’, por outro
hectares plantados. A maturação dos frutos é lado, reduziu a concentração de SS no período de
regulada principalmente pela taxa respiratória e pelo prateleira de pêssegos ‘Chiripá Vermelho’ (dados
hormônio vegetal etileno. Quaisquer práticas que não apresentados). A aplicação de GA 3 pré-colheita
alterem o comportamento destes alterará a se mostrou eficiente para manter a firmeza de polpa
maturação dos frutos. As giberelinas são conhecidas por mais tempo em período de prateleira dos
por terem efeito antagônico ao etileno, com isso, a pêssegos ‘Chiripá Vermelho’ e ‘Eragil’.
aplicação de ácido giberélico pré-colheita em
pessegueiros pode afetar a maturação de pêssegos.
Obejtivou-se verificar o efeito da aplicação pré-
colheita de ácido giberélico (GA 3 ) na maturação pós
colheita de pêssegos ‘Eragil’ e ‘Chiripá Vermelho’.
Material e Métodos
O trabalho foi conduzido em pomares comerciais de
pêssegos ‘Eragil’ e ‘Chiripá Vermelho’, enxertados
sobre ‘Capdebocsq’, e localizados no município de
Farroupilha, RS. Os tratamentos foram aplicados em
doses crescentes de ácido giberélico (0, 30, 60 e 90
mg L-1) aplicados em duas épocas (24 e 15 dias Figura 1. Firmeza de polpa de pêssegos ‘Eragil e
antes da colheita). Utilizou-se volume de calda ‘Chiripá Vermelho’ aos quatro dias de prateleira
equivalente a 1000 L ha-1. Foram coletadas (24ºC±2) submetidos à aplicação pré-colheita de
amostras de 30 frutos por planta, os quais foram ácido giberélico.
acondicionados em temperatura ambiente (24ºC±2)
para avaliar firmeza de polpa e concentração de Conclusões
sólidos solúveis (SS) aos 0, 2, 4, 6 e 8 dias após a A aplicação de GA3 pré colheita não influencia a
colheita. Os teores de SS foram determinados por concentração de SS de pêssegos ‘Eragil’, mas reduz
refratometria, utilizando-se o suco extraído dos a concentração de SS no período de prateleira de
pêssegos. A firmeza de polpa foi determinada na pêssegos ‘Chiripá Vermelho’.
região equatorial dos frutos, em dois lados opostos, A aplicação de GA3 pré-colheita se mostra eficiente
com o auxílio de penetrômetro manual equipado para manter elevada a firmeza de polpa por mais
com ponteira de 8 mm de diâmetro. O delineamento tempo no período de prateleira dos pêssegos
utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema Chiripá Vermelho e Eragil.
fatorial 4x2. Os dados foram submetidos à ANOVA e
quando significativos à análise de regressão e Agradecimentos
comparação de médias pelo teste de Tukey Aos professores do curso superior de
(p>0,05). Tecnologia em Horticultura e ao IFRS Campus
Bento Gonçalves.

Tabela 1 – Firmeza de polpa de pêssegos ‘Eragil’ submetidos a diferentes doses de GA 3 aos 15 e 24 dias
antes da colheita (DAC), em Farroupilha, RS, 2016.

Médias seguidas de mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, para cada avaliação, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).

156
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso da radiação UV-C como alternativa no controle da Monilinia fructicola na pós-
colheita de pêssegos ‘Kampai’
Fabiane Rezemini¹*, Caroline Farias Barreto², Cristiano Geremias Hellwig1, Roseli de Mello Farias2, Marcelo
Barbosa Malgarim3

¹UFPel – Universidade Federal de Pelotas (IC). Av. Eliseu Maciel, s/n, 96050-500. Capão Leão, RS. fabiane.rezemini@hotmail.com,
cristiano.hellwig@hotmail.com; 2UFPel – Universidade Federal de Pelotas (PG). Av.Eliseu Maciel, s/n, 96050-500. Capão Leão, RS.
carol_fariasb@hotmail.com, roselifarias@bol.com.br; 3UFPel – Universidade Federal de Pelotas (PQ). Av. Eliseu Maciel, s/n, 96050-
500. Capão Leão, RS. malgarim@yahoo.com

Palavras Chave: Prunus persica, podridão parda, podridões pós-colheita.

Introdução Tabela 1. Avaliação dos sintomas de podridão parda


A podridão parda causada pelo fungo Monilinia em pêssegos ‘Kampai’ sob diferentes tratamentos
fructicola, é a principal doença na cultura do de UV-C e dias de armazenamento a 20 °C.
pessegueiro no Brasil (MAY-DE-MIO et al., 2014), e Frutos com Diâmetro das
pode se tornar um entrave na comercialização. O Tratamentos podridão (%) lesões (mm)
controle da podridão geralmente ocorre por Controle 51,11 ns 38,22 ns
fungicidas na fase de pré-colheita (PAVANELLO et Dose 3 KJ m -2 40,00 36,88
al., 2015). No entanto, alguns métodos alternativos
podem ser utilizados na fase de pós-colheita, como Dose 6 KJ m -2 42,22 42,88
o uso da radiação UV-C (200-280 nm). Neste Dias de armazenamento
contexto, o presente estudo teve como objetivo 2 dias 4,44 b 5,77 b
avaliar o efeito de diferentes doses de radiação UV- 6 dias 64,44 a 53,44 a
C na qualidade dos frutos e na ocorrência de 9 dias 66,66 a 58,77 a
podridão parda na pós-colheita de pêssegos Médias seguidas por letras distintas, na coluna, diferem entre si
‘Kampai’. pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. ns: não
significativo a 5% de probabilidade de erro.
Material e Métodos
Os frutos, provenientes da safra 2015/2016, foram
avaliados no laboratório de análises da área de
Fruticultura de Clima Temperado da Universidade
Federal de Pelotas. O delineamento experimental foi
em blocos casualizados em esquema fatorial 3 x 3 (
3 doses de radiação - dose zero, dose 3 kJ m-2 e
dose 6 kJ m-2 - e 3 períodos de armazenamento- 2
dias, 6 dias e 9 dias) com três repetições de cinco
frutos. Os frutos foram avaliados após a aplicação
da radiação UV-C e mantidos em temperatura
ambiente de 20ºC. Avaliou-se: frutos com podridão
(%), diâmetro das lesões (mm), coloração da Conclusões
epiderme (°Hue), perda de massa dos frutos (%),
O uso da radiação UV-C, nas doses de 3 kJ m-2 e 6
teor de sólidos solúveis e índice de maturação
kJ m-2, não influencia o número de pêssegos
através do espectrofotômetro portátil DA meter®.
‘Kampai’ com sintomas de podridão parda e
Resultados e Discussão diâmetro das lesões, mas pode reduzir o avanço da
O uso da radiação UV-C não apresentou diferenças maturação pós-colheita em relação ao controle.
estatísticas para o número de frutos que Referências bibliográficas
apresentaram sintomas de podridão parda e para o May-De-Mio, L.L.; Garrido, L. R.; Ueno, B.; Fajardo, T. V. M.
diâmetro das lesões (Tabela 1). A perda de massa Pêssegos. 357-366. In: Raseira, M. C. B.; Pereira, J. F. M.;
em relação às doses não foi significativa, Carvalho, e F. L. C. Pessegueiro. Embrapa, p. 357-366, 2014.
apresentando valores aproximados de 21%. O Pavanello, E. P.; Brackmann, A.; Thewes, F. R.; Both, V.;
Santos, J. R. A.; Schorrm M. R. W. Eficiência de fungicidas no
índice de maturação também não apresentou controle da podridão parda do pessegueiro e sua relação com
diferença significativa, ficando na média de 0,30. parâmetros fisiológicos dos frutos. Semina: Ciências Agrárias,
Sobre os sólidos solúveis a dose de radiação 6 kJ Londrina. 2015. P. 67-76.
m-2 apresentou o menor valor em relação aos
demais (10,92º Brix). Em relação à coloração da
epiderme, as doses de radiação apresentaram
redução em comparação ao controle, indicando
possível retardo na maturação pós-colheita dos
mesmos (Tabela 2).

157
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Caracterização físico-química de diferentes genótipos de amoreira-preta

Claudemar H. Herpich1*, Luciano Picolotto2, Sebastião T. D. Santos3, Vagner S. P. Abê3, Guliano Rigo3, Luis E.
C. Antunes4

¹Universidade Federal de Santa Catarina-Campus Curitibanos (IC), bolsista PIBIC. Rodovia Ulysses Gaboardi, Km 3, Cx.P. 101,89520-
000, Curitibanos – SC. claudemar.herpich@grad.ufsc.br, ²Universidade Federal de Santa Catarina Campus Curitibanos (PQ), Rodovia
Ulysses Gaboardi, Km 3, Cx.P. 101,89520-000, Curitibanos – SC; 3Universidade Federal de Santa Catarina Campus Curitibanos (IC).
Rodovia Ulysses Gaboardi, Km 3, Cx.P. 101,89520-000, Curitibanos – SC.4 Pesquisador Embrapa Clima Temperado (PQ). Rodovia
BR 392, Km 78 Cx.P 403, 96001-970, Pelotas – RS.

Palavras Chave: Rubus sp; acidez titulável; qualidade; sólidos solúveis.

Introdução
A amoreira-preta é uma planta de hábito arbustivo
que pertence ao gênero Rubus. O cultivo desta
espécie vem crescendo nos últimos anos. Este
aumento da demanda é atribuído a vários fatores,
de econômicos a sociais, além das suas qualidades
fitoquímicas, as quais podem trazer benefícios à
saúde a partir da busca por uma alimentação mais
saudável. Além disso, trata-se de uma cultura com
características que a torna uma opção viável para a
pequena propriedade (ANTUNES et al., 2014). Por
ser uma cultura relativamente nova no Brasil, a
amora-preta carece de informações em toda a
cadeia produtiva, especialmente em regiões não Figura 1. Acidez titulável (AT) e sólidos solúveis (SS) em
tradicionais de produção. Neste sentido o objetivo do frutos de diferentes cultivares de amoreira-preta.
trabalho foi a caracterização genótipos de amoreira- UFSC/Campus de Curitibanos/SC, 2017. Letras
preta na região de Curitibanos/SC. diferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade.
Material e Métodos
O experimento foi implantado a campo em agosto
de 2015 em área experimental da UFSC/Campus
Curitibanos/SC, com cinco genótipos diferentes:
Tupy, Xavante, Xingu, Black 145 e Black 178. Sendo
todos colhidos no mesmo momento, com bagas
totalmente pretas em um período de dois a três dias
cada colheita. O espaçamento de plantio utilizado foi
0,6 x 3,5 m. As variáveis avaliadas foram: acidez
titulável (AT em % de ácido cítrico), sólidos solúveis
(SS, em °Brix), relação SS/AT e pH do suco. O
delineamento experimental foi em blocos
casualizados com três repetições e cinco plantas por
parcela. Os resultados foram submetidos à análise
da variância, e variáveis com efeito significativo Figura 2. Relação SS/AT em frutos de diferentes
foram submetidas ao teste de Tukey a 5% de cultivares de amoreira-preta. UFSC/Campus de
probabilidade de erro. Curitibanos/SC,2017. Letras diferentes diferem entre
si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
Conclusões
Para os SS verificou-se diferenças significativas A qualidade físico-química dos frutos é variável nos
entre os genótipos, sendo os valores mais elevados diferentes genótipos imediatamente após a colheita.
observados nos genótipos Xavante, Xingu e Black Amoras do genótipo Black 145 tendem a apresentar
178 em comparação ao Black 145 (Figura 1). menor teor de SS, maior AT e menor pH em
Segundo Hirsch et al., (2012) a variação do teor de comparação aos genótipos Black 178, Xingu e
SS pode ser explicado pelas diferentes Xavante.
características de cada cultivar. Na variável AT o
maior valor ocorreu na Black 145, diferindo dos Agradecimentos
demais genótipos (Figura 1). Quanto à relação Ao CNPQ pelo fomento à pesquisa e financiamento
SS/AT, os genótipos Tupy, Xavante, Xingu e Black de bolsas de estudo.
178 apresentaram maiores valores
comparativamente à Black 145 (figura 2). Para o pH Referências bibliográficas
do suco não observou-se diferenças significativas, ANTUNES, L.E.C. et al. Produção de amoreira-preta no Brasil.
Revista Brasileira de Fruticultura, v.36, n.1, p.100-111, 2014.
exceto Black 145 onde os valores foram menores HIRSCH,G.E. et al. Caracterização físico-química de variedades
(Figura 2). de amora-preta da região sul do Brasil. Ciência Rural, v.42, n.5,
p.342-947, 2012.

158
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Fitorreguladores na qualidade de maçãs ‘Galaxy’ armazenadas em atmosfera
controlada
Rovani M. Rossato¹, Fabio R. Thewes2, Erani E. Schultz2, Magno R. P. Berghetti1, Vagner Ludwig1, Lucas M.
Wendt¹, Matheus G. Ristow¹, Auri Brackmann3
1Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (IC), 2UFSM (PG),3UFSM (PQ), Av. Roraima, n° 1.000, Prédio 77, Sala 26, Cx.P. 591,

97.105-900, Santa Maria, RS. e-mail do autor: rovanirossato@yahoo.com.br

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, polpa farinácea, firmeza da polpa, produção de etileno.

Introdução Frutos de plantas pulverizadas com AVG e


A maçã ‘Galaxy’ é uma mutante da ‘Gala’ bastante AVG+ANA mantiveram maior firmeza da polpa, o
cultivada no Brasil. Essa cultivar apresenta uma que está diretamente relacionado com a baixa
rápida maturação, dificultando a colheita no ponto de incidência de polpa farinácea e baixa produção de
maturação ideal, acarretando em perda de etileno nesses frutos.
qualidade dos frutos, além de aumentar a
suscetibilidade à queda pré-colheita de frutos. Uma
alternativa para contornar esse problema é a
pulverização com fitorreguladores, que retardam a
maturação dos frutos. O uso de fitorreguladores,
como aminoetoxivinilglicina (AVG), que inibe a
biossíntese do etileno e o ácido naftaleno acético
(ANA), uma auxina sintética, que auxilia no controle
da queda de frutos é comum na produção de
maçãs, porém, esses fitorreguladores podem
influenciar a qualidade dos frutos durante o
armazenamento em atmosfera controlada (AC)
(Brackmann et al., 2014). Portanto, o objetivo do
trabalho foi avaliar o efeito de fitorreguladores na
qualidade de maçã ‘Galaxy’ após o armazenamento
em AC.
Material e Métodos
O trabalho foi conduzido em blocos ao acaso. Os
fitorreguladores aplicados foram: AVG Retain®, dose
125 g ha-1; ANA (Fruitone®), dose 20 g ha-1 e ácido
2-cloro-etil-fosfônico (Ethephon - ETH), Ethrel®, Figura 1. Produção de etileno na saída da câmara
dose 0,67 L ha-1. O volume de calda aplicado foi de (a) e após seis dias (b), polpa farinácea (c) e firmeza
1.000 L ha-1. Foram avaliados cinco tratamentos: [1] da polpa (d) em maçã ‘Galaxy’ após nove meses de
controle (aplicação de água); [2] ANA (aplicado 10 armazenamento em AC mais sete dias a 20 °C. *
dias antes da colheita DAC); [3] AVG (30 DAC); [4] Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem
AVG+ANA (30 e 10 DAC); [5] AVG+ETH (30 e 10 pelo teste de Skott Knott a 5% de probabilidade de
DAC). Os frutos foram armazenados em AC com erro.
1,2 kPa O 2 + 2,0 kPa CO 2 , na temperatura de 1,5
°C (±0,1°C) e umidade relativa de 94% (±1,0%). Conclusões
Cada tratamento foi formado por quatro repetições Os tratamentos com AVG ou AVG+ANA são os mais
de 25 frutos cada. Após nove meses de eficientes na manutenção da qualidade dos frutos
armazenamento em AC mais sete dias a 20 °C, após nove meses de armazenamento em atmosfera
foram avaliados a produção de etileno, firmeza da controlada mais sete dias a 20 °C.
polpa e polpa farinácea. Os dados foram
submetidos à análise de variância e as médias Agradecimentos
foram comparadas pelo teste de Scott-Knott com À Fapergs, pela concessão da bolsa de iniciação
5% de probabilidade de erro. científica e à Empresa Agropecuária Schio pelo
fornecimento dos frutos.
Resultados e Discussão
Os frutos das plantas tratadas com AVG, Referências bibliográfica
independente da combinação com outro Brackmann, A. et al. Aminoethoxyvinylglycine: isolated and
combined with other growth regulators on quality of ‘Brookfield’
fitorregulador, apresentaram baixa produção de apples after storage. Scientia Agricola, 2015, v.72, n.3, p.221-
etileno na saída da câmara e após seis dias a 20 °C 228.
(Figura 1). Os frutos pulverizados com AVG e
AVG+ANA apresentaram menor incidência de polpa
farinácea.

159
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Compostos voláteis em maçã ‘Fuji Suprema’ em função do atraso na instalação da
atmosfera controlada ou atmosfera controlada dinâmica
Vanderlei Both1, Rovani M. Rossato3, Erani E. Schultz2, Magno R. P. Berghetti3, Vagner Ludwig3, Lucas M.
Wendt3, Matheus G. Ristow3, Auri Brackmann1, Sarah E. Forgiarini3
1Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (Docente, PQ), 2UFSM (PG), 3UFSM (IC), Av. Roraima, 1000, Prédio 44, Sala 5328,

97.105-900, Santa Maria-RS. E-mail do autor: vanderleiboth@yahoo.com.br

Palavras Chave: Malus domestica, aroma, armazenamento, quociente respiratório, fluorescência de clorofila.

Introdução 4000
(a)
Ésteres totais
A
400
(b)
Álcoois totais
A
a A a
A atmosfera controlada (AC) diminui o metabolismo a
dos frutos pela redução da concentração de 3000 A 300 B A A
Ab

µg L-1
B b a ab B
oxigênio e aumento do CO 2 , porém com a
ab
b
B A
concentrações estáticas. Na atmosfera controlada 2000
b A 200
b
A c
dinâmica (ACD), a concentração de oxigênio é b A
variável, podendo ser ajustada ao limite mínimo 1000
A d
100
exigido pelos frutos (BRACKMANN, 2015). O c
armazenamento em ACD, por utilizar concentrações 0 0
Imediato Atraso Imediato Atraso
extremamente baixas de O 2 , pode influenciar a
qualidade das maçãs, principalmente o aroma. 600 Aldeídos totais 80 Ácidos totais
Dessa forma, o atraso da instalação da atmosfera,
(c) (d)
500 A A A
a a AA a
deixando os frutos por um determinado período em A a ab 60 A
condição de O 2 ambiente, pode ser uma estratégia 400 a a
A B
µg L-1

visando manter uma alta produção de compostos do a A


300 b 40
b
aroma. Assim, este trabalho objetiva investigar o 200 A
efeito do armazenamento em AC ou ACD, bem 20 AA A
b b b AA
como o atraso na instalação da atmosfera, sobre a 100 b bb
produção de compostos voláteis da maçã ‘Fuji 0 0
Suprema’. Imediato Atraso Imediato Atraso
AC100
80 ACD-FC
60 ACD-QR 1.5 ACD-QR 2.0
Material e Métodos
Maçãs ‘Fuji Suprema’ foram armazenadas Figura 1. Compostos voláteis da maçã ‘Fuji
imediatamente após a colheita ou com atraso de 30 Suprema’ armazenadas em AC e ACD com
dias nas seguintes condições: [1] AC com 1,0 kPa instalação imediata (1º grupo) ou com atraso (2º
O 2 + <0,5 kPa CO 2 ; [2] ACD- fluorescência de grupo). Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas não
diferem entre si nos tratamentos e letras maiúsculas iguais não
clorofila (FC) + 0,8 kPa CO 2 ; [3] ACD- quociente diferem entre si nas condições de instalação, pelo teste de Tukey
respiratório (QR) 1,5 + 0,8 kPa CO 2 e [4] ACD-QR a 5% de probabilidade de erro.
2,0 + 0,8 kPa CO 2 , com temperatura de -0,5ºC.
Após nove meses de armazenamento mais sete Conclusões
dias na condição ambiente, foram realizadas A produção de ésteres, importantes para o aroma da
avaliações dos compostos voláteis. Utilizou-se o maçã, foi maior em ACD-QR 2,0, com um
suco das frutas, de onde foram adsorvidos os incremento no atraso na instalação, podendo ser
compostos voláteis pelo método de HS-SPME, com uma estratégia importante para o armazenamento
o auxílio de uma fibra para cromatografia. A dessa cultivar. O armazenamento em ACD-FC reduz
identificação e quantificação foram realizadas com significativamente a produção de voláteis.
um cromatógrafo gasoso, utilizando-se como padrão
interno o 3-octanol. Agradecimentos
À Capes, CNPq e FIPE Júnior pelo apoio financeiro
Resultados e Discussão e à Empresa Schio Agropecuária pelo fornecimento
A produção de ésteres foi maior em ACD-QR 2,0, dos frutos.
independente do momento de instalação da
atmosfera, com menor concentração em ACD-FC Referências bibliográficas
(Figura 1). O atraso na instalação resultou em BRACKMANN, A., 2015. Control apparatus for controlled
atmosphere cells for storing perishable items. U.S. Patent, n.
aumento da concentração de ésteres apenas em AC US2015/0257401A1.
e QR 2,0. Com relação aos álcoois, houve menor
concentração em ACD-FC na instalação imediata e
em ACD-FC e ACD-QR 1,5 com atraso. Na
instalação imediata não houve diferença entre
tratamentos para os aldeídos, com menor produção
em AC e ACD-QR 2,0 com atraso na instalação. A
produção de ácidos voláteis foi maior em AC,
independente do momento da instalação.

160
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Avaliação não destrutiva de qualidade de pêssegos ‘Maciel’ tratados termicamente
e armazenados sob refrigeração

Suélen B. de Andrade¹, Andressa V. Schiavon¹, Angelica Bender¹, Carolina Goulart¹, Marcelo B. Malgarim²

¹UFPel –. Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Fruticultura de Clima Temperado (PG). Campus Universitário, S/N – CEP
96160-000. Capão do Leão, RS – Brasil. suelenb.andrade@gmail.com; ²UFPel - Programa de Pós-Graduação em Agronomia –
Fruticultura de Clima Temperado (PQ). Campus Universitário, S/N – CEP 96160-000. Capão do Leão, RS – Brasil

Palavras Chave: Prunus persica (L) Batsh, espectroscopia Vis/NIR, condicionamento térmico.

Introdução semelhante à COND 2. O uso de análise não


As avaliações de firmeza, teor de sólidos solúveis, destrutiva pode ser utilizado para avalição de frutos,
acidez titulável e matéria seca, comumente são necessitando que mais testes sejam realizados para
realizadas de forma destrutiva limitando o número adequação do mesmo às condições de cada local.
de amostras e produzindo resíduo. Porém, já é
possível otimizar este processo através de técnicas Tabela 1. Valores médios de sólidos solúveis, firmeza
não destrutivas baseada em espectroscopia com o de polpa e acidez titulável em pêssegos ‘Maciel’ tratados
termicamente e armazenados sob refrigeração. Pelotas,
uso de equipamentos como Nir Case (Betemps et
RS, 2014.
al,2011). O condicionamento térmico consiste em COND 1 COND 2 COND 3 COND 4
expor as frutas a temperaturas moderadas (15 a 25 ARMAZENAMENTO (DIAS)
SÓLIDOS SOLÚVEIS (ºBRIX)
°C) ou elevadas (37 a 53 °C), por curtos períodos, 20 16,01bA 16,19AA 16,91aA 15,62bA
antes de refrigerá-los (Kluge et al., 2006), com o 30 18,75aA 17,43aAB 16,50aB 17,56aAB
intuito de prolonger sua vida pós-colheita e diminuir FIRMEZA DE POLPA (N)
os danos causados pelo frio. O objetivo desse 20 6,1bA 6,77bA 6,73bA 5,70bA
estudo foi avaliar, de forma não destrutiva, a 30 11,94aA 9,78aAB 8,77aB 9,33aB
qualidade de frutos tratados termicamente e ACIDEZ TITULÁVEL (MEQ 100ML-1)
armazenados sob refrigeração. 20 3,96ND 3,63 3,12 3,86
30 5,11 4,92 3,74 3,65
Material e Métodos As médias seguidas da mesma letra maiúscula não diferem
O experimento foi realizado em 2013, nas entre si na linha e as médias seguidas da mesma letra minúscula
dependências da FAEM/UFPel em Pelotas/RS - não diferem entre si na coluna, pelo Teste de Tukey a 5% de
Brasil. O condicionamento térmico foi realizado probabilidade.
colocando-se os pêssegos em câmaras tipo B.O.D.
com 75% UR. Os seguintes tratamentos foram
efetuados: COND 1 – Pêssegos sem tratamento
Conclusões
(controle); COND 2 – Pêssegos expostos a 40 ºC De acordo com as variáveis analisadas, a não
durante uma hora; COND 3 – Pêssegos expostos a utilização do tratamento térmico é mais adequada
20 ºC durante 24 horas; COND 4 - Pêssegos para manutenção da qualidade pós-colheita de
expostos a 20 ºC durante 48 horas. Após, os frutos pêssegos ‘Maciel’ sob refrigeração.
foram armazenados em câmara fria a 1,0±0,5ºC e Agradecimentos
85-90% UR por 20 ou 30 dias. O delineamento
À FAPERGS e à CAPES pelo auxílio financeiro e ao
experimental foi inteiramente casualizado com
professor José Carlos Fachinello (in memoriam) que
quatro repetições contendo 15 frutos cada, seguindo
muito contribuiu para a realização desse trabalho.
esquema fatorial 4x2 (tratamentos x períodos). As
análises foram realizadas imediatamente após a Referências bibliográficas
saída da câmara, sendo sólidos solúveis (°Brix), Betemps, D.L.; Fachinello, J.C.; Galarça, S.P. Espectroscopia do
firmeza de polpa (N) e acidez titulável (meq L-1) as visível e infravermelho próximo (Vis/Nir) na avaliação da
variáveis avaliadas obtidas pelo equipamento Nir qualidade de mangas ‘Tommy Atkins’. Revista Brasileira de
Fruticultura. Volume Especial, p. 306-313, 2011.
Case da Sacmi, que utiliza a espectroscopia
KLUGE, R. A. et al. Efeitos de tratamentos térmicos aplicados
Vis/NIR. Os resultados obtidos foram submetidos à sobre frutas cítricas armazenadas sob refrigeração. Ciência
análise da variância e aqueles significativos foram Rural, v. 36, n. 5, p. 1388–1396, 2006.
testados pelo teste de Tukey (p <0,05).
Resultados e Discussão
Para a variável acidez titulável, os valores médios
encontrados não apresentaram diferença (Tabela 1).
O teor médio de sólidos solúveis aumentou com o
período de armazenamento em COND 1 e COND 4.
O maior valor médio dessa variável foi encontrado
aos 30 dias em COND 1. O efeito do tratamento
térmico, com relação à firmeza de polpa, só pode
ser notado nos frutos armazenados por 30 dias, em
que COND 1 revelou maior valor médio, sendo

161
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Características físico-químicas de seis acessos de araticum de três municípios do
Sudoeste do Paraná
Natália Biavati dos Santos1, Helena Benícia Warzocha1, Luana Gabriela Johansson1, Marcelo Dotto2, Robson
Ferreira Brandão3
1FAED- Faculdade Educacional de Dois Vizinhos (IC). Avenida Presidente Kennedy, 2601, 85660-000, Dois Vizinhos, PR.
nataliabiavati@outlook.com, lenawarzocha@hotmail.com, lugabrielaj@gmail.com. 2FAED- Faculdade Educacional de Dois Vizinhos
(PQ). Avenida Presidente Kennedy, 2601, 85660-000, Dois Vizinhos - PR. 3EMATER – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e
Extensão Rural, Nova Prata Do Iguaçu, PR.

Palavras Chave: Annona crassiflora, pós-colheita, comercialização.

Introdução Tabela 1. Peso (g), diâmetro (cm), teor de sólidos


Araticum (Annona crassiflora), pertence à família solúveis (SS; °Brix) e numero de sementes de seis
das Anonáceas, fruto este de plantas nativas do acessos de araticum produzidos no sudoeste do
Brasil, sendo muito apreciados in natura, sucos, Paraná. Dois Vizinhos 2017.
doces, sorvetes, geléias, entre outros. Além do
grande potencial de uso devido suas características
palatáveis, esta espécie pode também ser utilizada
em áreas de preservação permanente (APP). Ainda
que a planta apresente potencial para ser explorada
economicamente, são necessárias pesquisas a
respeito da qualidade dos frutos (Chaves et al.,
1999), uma vez que ainda são escassos os estudos
sobre o araticum. O objetivo deste trabalho foi
avaliar características físico-químicas de seis
acessos de araticum no sudoeste do Paraná.
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste
Material e Métodos Tukey (p <0,05).
O trabalho foi conduzido na União de Ensino Do Conclusões
Sudoeste do Paraná – UNISEP, Campus Dois
Os acessos 1 e 2, coletados na cidade de Boa
Vizinhos – PR. As avaliações realizadas foram: peso
Esperança do Iguaçu – PR, apresentam maior
de frutos (g), diâmetro de frutos (cm), teor de sólidos
diâmetro e peso médio de frutos. O acesso 4,
solúveis (SS; em °Brix) e, número de sementes por
coletado na cidade de Realeza – PR, apresenta teor
frutos. Os frutos foram colhidos em três municípios
de SS maior do que o acesso 1.
do sudoeste do Paraná, sendo eles: Boa Esperança
do Iguaçu (ACESSOS 1 e 2), Realeza (ACESSOS 3 Agradecimentos
e 4) e Dois Vizinhos (ACESSOS 5 e 6). Foram À Unisep pelo espaço disponibilizado.
utilizadas quatro repetições com cinco frutos por
repetição. Os dados foram submetidos à ANOVA e Referências bibliográficas
as médias comparadas pelo teste de Tukey (p Chaves, L.J.; Naves, R.V. O Cerrado do Brasil: uma fonte
<0,05). Para tanto foi utilizado o programa estatístico potencial de recursos genéticos. In: ENCONTRO SOBRE
ASSISTAT. TEMAS DE GENÉTICA E MELHORAMENTO, 15., 1998,
Piracicaba. Anais... Piracicaba: ESALQ, 1998. p. 74-86.
Naves, R.V. Espécies frutíferas nativas dos cerrados de Goiás:
Resultados e Discussão caracterização e influências do clima e dos solos. 1999. 206f.
O maior peso de frutos ocorreu para os acessos 1 e Tese (Doutorado em Agronomia: Produção Vegetal) – Escola de
2, respectivamente (Tabela 1). Porém, o acesso 2 Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1999.
não diferiu dos acessos 3 e 5. O acesso 4 obteve
menor diâmetro em comparação ao acesso 1. O
teor de SS foi maior para o acesso 4 em
comparação ao acesso 5, não diferindo, contudo,
dos demais tratamentos. Para o número de
sementes, o maior número foi verificado no acesso
1, sendo superior aos acessos 4, 5 e 6. Com isso,
salientamos a importância de trabalhos que
caracterizem plantas com potencial para
melhoramento genético, visando avanços no
processo produtivo da espécie.

162
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Aplicação pré e pós-colheita de ácido salicílico na conservação de pêssegos
‘Chimarrita’, sob armazenamento refrigerado

Carolina Goulart1, Suélen Braga de Andrade1, Andressa Vighi Schiavon1, Angelica Bender1, Marcelo Barbosa
Malgarim2

1UFPel – Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, (PG). Campus Universitário Capão do Leão, RS –

CEP 96190-990. carolina.goulart@yahoo.com.br; 2UFPel – Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel,
(PQ). – Campus Universitário Capão do Leão, RS – CEP 96190-990.

Palavras Chave: Prunus persica (L.) Batsch, conservação, espectroscopia Vis/NIR.

Introdução elevados, diferindo de T1 e T3. Com exceção


O pêssego é uma fruta climatérica, altamente apenas dos tratamentos 5 e 6, a firmeza de polpa foi
perecível na pós-colheita. Para tentar prolongar a mais elevada aos 10 em comparação aos 30 dias de
vida de prateleiras de pêssegos pode‐se dispor da armazenamento. Para AT, quando comparados os
utilização do ácido salicílico, um regulador de tratamentos após 10 dias de armazenagem, o
crescimento vegetal (Taiz; Zeiger, 2009). O presente controle apresentou os maiores valores. Quando
trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da verificado entre os períodos houve um decréscimo
aplicação de ácido salicílico na pré e pós-colheita de de AT em todos os tratamentos nos 30 dias. A MS
pêssegos armazenados em sistema refrigerado. foi influenciada pelo armazenamento, reduzindo aos
30 dias.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no LabAgro/ UFPel/ Tabela 1. Valores médios de sólidos solúveis,
FAEM, com pêssegos ‘Chimarrita’. A pulverização firmeza de polpa, acidez titulável e matéria seca,
pré-colheita de Ácido Salicílico (AS), deu-se 30 dias durante dois períodos de armazenamento mais dois
antes da colheita, com 0,5 mL L-1 de espalhante dias de simulação de comercialização. Pelotas –RS.
adesivo. Na pós-colheita borrifou-se uma solução
(AS + água destilada + álcool etílico 5 mL L-1), após
secagem ao ar. Os tratamentos foram os seguintes:
T1 – controle (solução de água destilada + álcool
etílico), T2 – 1 mM de AS, T3 - 1,5 mM de AS e T4 –
2 mM, em pré-colheita; T5 - 0,5 mM de AS, T6 – 1
mM de AS, T7 - 1,5 mM de AS, em pós-colheita. As
frutas tratadas foram armazenadas em câmara fria a
1,0 ± 0,5°C e 85-90% UR. As análises foram
realizadas nos períodos:10 dias de armazenamento
refrigerado (AR) + 2 dias a temperatura ambiente As médias seguidas da mesma letra maiúscula não diferem
(20ºC), para simulação do tempo de entre si na coluna e as médias seguidas da mesma letra
comercialização (STC) (10+2); e aos 30 dias de AR minúscula não diferem entre si na linha, pelo Teste de Tukey a
5%.
+ 2 dias de STC (30+2). Os valores de sólidos
solúveis (SS), acidez titulável (AT), firmeza de polpa Conclusões
(FP) e matéria seca (MS) foram obtidos pelo Conclui-se que aplicação de 1 mM de AS, na pré-
equipamento Nir Case da Sacmi, que utiliza a colheita, proporciona maior teor de sólidos solúveis
espectroscopia Vis/NIR, devidamente calibrado para e que as doses de AS 1 mM e 1,5 mM, na pós-
a cultivar, sendo que as unidades foram expressas, colheita, auxiliam na manutenção da firmeza de
respectivamente, em ºBrix, meq 100mL-1, Newtons e polpa de pêssegos ‘Chimarrita’ durante o
porcentagem. O delineamento foi inteiramente armazenamento.
casualizado com 4 repetições e 15 pêssegos por
unidade experimental, seguindo um esquema Agradecimentos
fatorial (7 tratamentos X 2 períodos de À UFPel e CAPES, pelo fomento à pesquisa e
armazenamento). Os resultados obtidos foram financiamento de bolsas de estudo.
submetidos à análise da variância (ANOVA) e
posteriormente ao teste de médias de Tukey Referências bibliográficas
(p<0,05). Taiz, L. and E. Zeiger. 2009. Fisiologia vegetal. 4.ed. Porto
Alegre: Artmed. 819p.
Resultados e Discussão
Conforme a tabela 1, observou-se que para a
variável SS o T2 diferiu do controle e dos demais
tratamentos, com o maior teor de SS nos períodos
de armazenamento. O teor de SS do T2 foi superior
nos 30 dias de armazenagem em comparação aos
10 dias. Para a FP, no período de 10 dias, o T7
obteve o maior valor, diferindo de T2, T3 e T5. No
período de 30 dias o T6 manteve os valores mais

163
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Determinação do ponto de colheita e avaliação da qualidade de pêssegos ‘Maciel’
submetidos ao armazenamento refrigerado através de métodos não destrutivos
Andressa Vighi Schiavon1, Suélen B. de Andrade1, Carolina Goulart1, Angelica Bender1, Marcelo B. Malgarim2
1UFPel – Universidade Federal de Pelotas (PG), Campus Universitário Capão do Leão, Cx. P. 354, 96010-900, Pelotas, RS.

andressa.vighi@gmail.com, 2UFPel – Universidade Federal de Pelotas (PQ), Campus Universitário Capão do Leão, Cx. P. 354, 96010-
900, Pelotas, RS.

Palavras Chave: Prunus pérsica (L.) Batsch, ponto de colheita, qualidade, espectroscopia VIS/NIR, conservação.

Introdução Resultados e Discussão


A correta determinação do estádio de maturação é O índice DA 3 apresentou maior teor de sólidos
essencial para que a colheita seja efetuada no solúveis, menor acidez titulável e maior matéria seca
momento mais adequado, buscando assim ampliar diferindo estatisticamente das demais classes de
a vida pós‐colheita e manter a qualidade físico- DA, devido as frutas que compõe a classe DA 3
química dos frutos. Atualmente, técnicas não estarem em estádio de maturação mais avançado. A
destrutivas de avaliação de frutas estão sendo classe DA 1 é composta por frutas que
pesquisadas e, dentre estas, a espectroscopia na apresentaram índice DA maior que 1,5, portanto,
região do visível (VIS) e do infravermelho (NIR) possuem um maior teor de clorofila, resultando em
apresenta-se como uma promissora e rápida menor teor de sólidos solúveis e maior acidez
tecnologia de avaliação das características internas titulável. Segundo Chitarra & Chitarra (2005), à
de várias espécies de frutas. O índice de maturação medida que a fruta amadurece, parte dos sólidos é
é calculado com base na diferença de absorbância transformada em açúcares simples, como glicose,
(DA) entre dois comprimentos de onda próximos do frutose e sacarose, gerando aumento nos teores de
pico de absorção da clorofila-a. A região do sólidos solúveis. A variável matéria seca não
infravermelho próximo (NIR) é capaz de detectar e apresentou diferença estatística entre DA 1 e DA 2.
medir simultaneamente diferentes composições
químicas de materiais biológicos com base na Tabela 1. Valores médios de sólidos solúveis,
absorção da radiação do infravermelho pelas acidez titulável e matéria seca em pêssegos ‘Maciel’
ligações existentes entre os átomos (COZZOLINO colhidos em diferentes pontos de colheita e
et al., 2004). O objetivo deste trabalho foi identificar, armazenados durante 20 dias em câmara fria, mais
através de métodos não destrutivos, o ponto de dois dias de simulação de comercialização.
colheita que favoreça a conservação de pêssegos Sólidos Acidez Matéria
‘Maciel’ através do armazenamento refrigerado. solúveis titulável seca (%)
(ºBrix) (meq 100mL-1)
Material e Métodos
O experimento foi realizado na safra 2013/2014 nas DA 1 13,28 c 9,9 a 18,71 b
dependências do LabAgro/Fruticultura da UFPel. DA 2 14,79 b 6,35 b 18,91 b
Frutos da cultivar Maciel com diferentes estádios de
maturação, foram avaliadas através da utilização do DA 3 17,43 a 4,84 c 21,59 a
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre
espectrofotômetro portátil DA meter®, que gera um si, pelo teste de Tukey (p≤0,05). DA 1: índice DA meter® superior
índice que se correlaciona positivamente com a a 1,5; DA 2: intervalo compreendido entre 1,5 e 0,75 de índice
clorofila, e agrupadas em três pontos de colheita: DA meter® e DA 3: índice DA meter® inferior a 0,75.
DA 1 corresponde ao índice DA superior a 1,5; DA 2
intervalo compreendido entre 1,5 e 0,75 de índice Conclusões
DA e DA 3 corresponde DA inferior a 0,75. Após De acordo com as variáveis analisadas, o DA 3
identificação dos pontos de colheita os pêssegos apresentou-se como o ponto de colheita mais
foram armazenados em câmara fria a 1±0,5ºC e 85- indicado para a cultivar Maciel.
90% UR, durante 20 dias. Ao final deste período os
Agradecimentos
frutos foram mantidos por mais 2 dias a temperatura
ambiente (20ºC), para simulação do tempo de À FAPERGS e ao CNPq pelo auxílio financeiro e ao
comercialização (20+2). Realizaram-se as seguintes professor José Carlos Fachinello (in memorium) por
avaliações: teor de sólidos solúveis, acidez titulável todas as contribuições para realização deste
e matéria seca, obtidos pelo equipamento Nir Case trabalho.
da Sacmi, que utiliza a espectroscopia Vis/NIR, Referências bibliográficas
devidamente calibrado para a referida cultivar. Chitarra, M.I.F.; Chitarra, A.B. Pós-colheita de frutos e hortaliças:
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado fisiologia e manuseio. 2005, Lavras: ESAL-FAEPE, V.2 785 p.
com quatro repetições e 15 pêssegos por unidade Cozzolino, D.; Kwiatkowski, M. J.; Parker, M.; Cynkar, W. U.;
experimental. Os resultados obtidos foram Dambergs, R. G.; Gishen, M., Prediction of phenolic compounds
in red wine fermentations by visible and near infrared
submetidos à análise da variância e, quando spectroscopy. Analytica Chimica Acta, 2004, v.1, p.73−80.
significativos, as médias foram comparadas pelo
teste de Tukey (p<0,05).

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Qualidade de figos ‘Roxo de Valinhos’ e ‘Roxão’ em Pato Branco, Paraná

Vacilania Pacheco1*, Lucas Sartor Mayer1, Moeses Andrigo Danner2


1UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná (PG). Via do Conhecimento, Km 1, 85503-390, Pato Branco-PR.

vacy_vp@hotmail.com; 2UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná (PQ). Via do Conhecimento, Km 1, 85503-390, Pato
Branco-PR.

Palavras Chave: Ficus carica, variedades, qualidade dos frutos, cor de frutos.

Introdução
As variedades de figueira Roxo de Valinhos e Roxão
produzem frutos de tamanho grande, coloração
roxo-avermelhada quando maduros, ótimo sabor e
boa aceitação para consumo in natura (Simão,
1998). O presente trabalho teve como objetivo
comparar a qualidade dos frutos entre as variedades
de figueira Roxo de Valinhos e Roxão, produzidos
em Pato Branco, Paraná.

Material e Métodos
O experimento foi conduzido na área experimental
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Figura 1. Coloração de figos ‘Roxo de Valinhos’ e
(UTFPR) - Câmpus Pato Branco, durante o ciclo ‘Roxão’.
produtivo 2016/2017. O pomar foi implantado em
2007, em espaçamento de 1,5 x 2,5 m. O Tabela 1. Qualidade físico-química de figos ‘Roxo
delineamento experimental utilizado foi o de Valinhos’ e ‘Roxão’, em Pato Branco, Paraná.
inteiramente ao acaso, com cinco repetições
(plantas) de duas variedades de figueira (Roxo de
Valinhos e Roxão) conduzidas com vinte e quatro
ramos produtivos. Aplicações de Hidróxido de Cobre
53,7% (Supera®) foram realizadas a cada 20 dias
com o objetivo de prevenir e controlar a ferrugem.
As variáveis de qualidade avaliadas foram: peso
médio de fruto, sólidos solúveis, acidez titulável, pH,
firmeza e cor. Os dados foram analisados quanto às
pressuposições de normalidade e homogeneidade e
submetidos à análise de variância.

Resultados e Discussão ns: não significativo (p>0,05).


Não houve diferenças significativas em todas as
variáveis analisadas entre as variedades, Conclusões
demonstrando semelhança na qualidade de frutos As variedades de figueira Roxo de Valinhos e Roxão
de ‘Roxo de Valinhos’ e ‘Roxão’ (Tabela 1). Os apresentam figos com qualidade físico-química
valores de sólidos solúveis são compatíveis com o semelhante, em Pato Branco, Paraná.
observado por Turk (1989), que caracteriza o figo Agradecimentos
brasileiro como tendo sólidos solúveis por volta de
À Fundação Araucária e à UTFPR pelo fomento à
11,08 ºBrix. Com relação à acidez titulável e a
pesquisa e financiamento de bolsas de estudo.
massa fresca dos frutos, tais valores se encontram
dentro da normalidade de acordo com registros de Referências bibliográficas
Mazaro et al. (2005) e Simão (1998), que também Almeida, M. E. M. e Martin, Z. J. A industrialização do figo.
obtiveram valores semelhantes (0,3-0,35 % e 60 e Informe Agropecuário, Belo Horizonte,1997, v.18, n.188, p.14-21.
90 g). Já os valores de pH estão abaixo dos citados Bostan, S. Z.; Islam, A. and Aygün, A. A study on pomolocical
por Almeida e Martin (1997) para figos produzidos characteristics of local fig cultivars in northern Turkey. Acta
Horticulturae, 1999, n.480, p.71-73.
no país (5,5 e 6,0). Entretanto, Bostan et al. (1999), Mazaro, S. M.; Gouvêa, A.; Citadin, I. e Danner, M. A.
relatam pH de 4,2 e 5,9 em figos produzidos na Ensacamento de figos cv. Roxo de Valinhos. Scientia Agraria,
Turquia, onde consideram-se os frutos de alta 2005, v.6, n.1-2, p.59-63.
qualidade. Para a análise de cor, as variáveis Santini, A. T.; Souza, B. S.; Souza, P. S.; Oliveira, M. D. e
luminosidade (L*), croma e ângulo hue, indicaram Borges, S. S. Conservação pós-colheita do figo maduro sob
armazenamento refrigerado. 7a Jornada Científica e Tecnológica
valores semelhantes aos encontrados por Santini do IFSULDEMINAS. 2015, 6 p.
(2015) (L:31,71-35,70; C:21,57-25,49; H:46,07- Simão, S. Tratado de Fruticultura. Piracicaba: FEALQ.
48,70). Verifica-se assim, que os figos apresentaram 1998.760p.
coloração avermelhada escura. Turk, R. Effects of harvest time pre colling on fruit quality and
cold storage. Ficus carica L, cv. Bursa syahjiu. Acta
Horticulturae, The Hague, 1989, v.258, p.279-285.

165
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Qualidade de pêssegos ‘Chimarrita’ condicionados termicamente e avaliados de
forma não destrutiva após frigoconservação
Angelica Bender¹, Suélen B. de Andrade¹, Andressa V. Schiavon¹, Carolina Goulart¹, Marcelo B. Malgarim²

¹UFPel –. Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Fruticultura de Clima Temperado (PG). Campus Universitário, S/N – CEP
96160-000. Capão do Leão, RS – Brasil. suelenb.andrade@gmail.com; ²UFPel – Programa de Pós-Graduação em Agronomia –
Fruticultura de Clima Temperado (PQ). Campus Universitário, S/N – CEP 96160-000. Capão do Leão, RS – Brasil

Palavras Chave: Prunus persica (L) Batsh, refrigeração, espectroscopia.

Introdução solúveis, o teor diminuiu com o aumento do tempo


O condicionamento térmico consiste em expor as de armazenamento.
frutas a temperaturas moderadas ou elevadas, por
curtos períodos, antes de refrigerá-los (Kluge et al., Tabela 1. Valores médios de sólidos solúveis,
2007). Frutas condicionadas necessitam de firmeza de polpa, acidez titulável e matéria seca em
avaliações físico-químicas ao longo do período de pêssegos ‘Chimarrita’ tratados termicamente e
armazenamento para garantir a qualidade destas armazenados sob refrigeração. Pelotas, RS, 2014.
até o momento do consumo. Atualmente, estão ARMAZENAMENTO (DIAS)
sendo pesquisadas técnicas não destrutivas de SÓLIDOS SOLÚVEIS (ºBRIX)
avaliação de frutas, e dentre estas, a espectroscopia 20 13,85a
na região do visível (VIS) e do infravermelho (NIR) 30 12,84b
apresenta-se como uma promissora e rápida FIRMEZA DE POLPA (N)
tecnologia de avaliação das características internas 20 3,47a
de várias espécies de frutas (Cozzolino et al., 2004). 30 3,1b
Objetivou-se no presente trabalho avaliar, de forma ACIDEZ TITULÁVEL (MEQ 100ML-1)
não destrutiva, a qualidade de frutos tratados 20 5,5a
termicamente e armazenados sob refrigeração. 30 5,22b
MATÉRIA SECA (%)
Material e Métodos 20 14,56a
O experimento foi realizado em 2013, nas 30 13,28b
dependências da FAEM/UFPel em Pelotas/RS - Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre
Brasil. O condicionamento térmico foi realizado si, pelo teste de Tukey (p≤0,05).
acondicionando os pêssegos da cultivar Chimarrita
em câmaras tipo B.O.D. com 75% UR. Os seguintes
Conclusões
tratamentos foram efetuados: T1 – Pêssegos sem De acordo com os parâmetros avaliados de forma
tratamento (controle); T2 – Pêssegos expostos a não destrutiva, os tratamentos aplicados pareceram
40ºC durante uma hora; T3 – Pêssegos expostos a não possuir efeito sobre os pêssegos ‘Chimarrita’
20ºC durante 24 horas; T4 - Pêssegos expostos a armazenados sob refrigeração.
20ºC durante 48 horas. Após, os frutos foram Agradecimentos
armazenados em câmara fria a 1±0,5ºC e 85-90%
À FAPERGS e à CAPES pelo auxílio financeiro e ao
UR por até 30 dias. O delineamento experimental foi
professor José Carlos Fachinello (in memoriam) que
inteiramente casualizado com quatro repetições
muito contribuiu para a realização desse trabalho.
contendo 15 frutos cada, seguindo esquema fatorial
4x2 (tratamentos x períodos). As análises foram Referências bibliográficas
realizadas aos 20 e 30 dias após a saída da câmara Cozzolino, D.; Kwiatkowski, M. J.; Parker, M.; Cynkar, W. U.;
sendo sólidos solúveis (°Brix), firmeza de polpa (N), Dambergs, R. G.; Gishen, M., Prediction of phenolic compounds
acidez titulável (meq.L-1) e matéria seca (%) as in red wine fermentations by visible and near infrared
spectroscopy. Analytica Chimica Acta, 2004, v.1, p.73−80.
variáveis avaliadas obtidas pelo equipamento Nir
Kluge, R. A. et al. Danos De Frio E Qualidade De Frutas Cítricas
Case da Sacmi, que utiliza a espectroscopia Tratadas Termicamente E Armazenadas Sob Refrigeração 1.
Vis/NIR. Os resultados obtidos foram submetidos à Revista Brasileira de Fruticultura, v. 6, n. 2, p. 233–238, 2007.
análise da variância e aqueles significativos foram
testados pelo teste de Tukey (p≤0,05).
Resultados e Discussão
O fator de tratamento condicionamento térmico não
foi significativo estatisticamente e não apresentou
interação com o fator períodos de armazenamento.
Para as variáveis firmeza de polpa e acidez titulável
os resultados apresentados foram aqueles
esperados conforme o aumento do período de
armazenamento, ou seja, os valores médios dessas
variáveis diminuíram com o passar do tempo em
frigoconservação. Já para a variável sólidos

166
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Qualidade de ameixas ‘Laetitia’ expostas ao vapor de etanol durante o
armazenamento refrigerado
Francielle R. Nunes1*, Cristiano A. Steffens2 Cristina Soethe1, Angélica S. Heinzen1, Jessica M. Anami1, Cristhian
L. Fenili1, Cassandro V.T. Amarante2
1Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC (PG), 2UDESC (PQ), Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-

000, Lages-SC. fran_rnd@hotmail.com

Palavras Chave: Prunus salicina L, pós-colheita, escurecimento de polpa.

Introdução da cor vermelha pode estar associado à menor taxa


Ameixas ‘Laetitia’ desenvolvem escurecimento de de produção de etileno, verificado nos tratamentos
polpa durante o armazenamento refrigerado e a com a aplicação de etanol. Para a firmeza de polpa
severidade do distúrbio está associada a fatores os tratamentos com 4 e 8 mL de etanol por kg de
como ponto de colheita, tempo de armazenamento, fruto resultaram em maiores valores em relação ao
estresse oxidativo, entre outros. A ocorrência deste controle. Os frutos tratados com 6 mL de etanol por
distúrbio e o rápido amadurecimento dos frutos kg de fruto apresentaram maior severidade de
durante o armazenamento caracterizam os escurecimento de polpa em relação ao controle. A
principais desafios para pós-colheita de ameixas. utilização de vapor de etanol pode se mostrar
Segundo Argenta et al. (2003), as ameixas ‘Laetitia’ eficiente no retardo do amadurecimento dos frutos,
desenvolvem escurecimento de polpa durante o porém esse tipo de tratamento pode causar estresse
armazenamento, principalmente quando a duração no fruto.
do armazenamento é superior a trinta dias. A
presença do etileno altera a qualidade dos frutos, Tabela 1. Análise de variância, Cor da casca (h°) na
região mais e menos vermelha, taxa de produção de
causando rápida perda na firmeza de polpa, redução
etileno, severidade de escurecimento de polpa (L) e
na acidez e aumento no escurecimento de polpa firmeza de polpa de ameixas “Laetitia”, após 35 dias de
(Alves et al., 2009). Tratamento com etanol pode ser armazenamento sob diferentes doses de etanol (mL/kg
uma alternativa para o controle do escurecimento de de fruto) e mais três dias em condições ambiente.
polpa e retardo do amadurecimento dos frutos. O Quadrado médio
objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da
Fontes de
aplicação de doses de etanol em armazenamento variação
Etileno
hº+v hº -v L Firmeza (N)
refrigerado sobre a manutenção da qualidade de (ƞmol kg-1s-1)
ameixas ‘Laetitia’.
Tratamento 101,63* 182,34* 10,04* 11,30* 10.1*
Material e Métodos Resíduo 12.81 40.41 1.46 2.94 0.95
O experimento foi conduzido na Universidade do
Estado de Santa Catarina – UDESC, Lages, SC, no CV (%) 11.91 8.76 73.29 3.71 7.63
ano de 2017. O delineamento experimental foi Tratamento h+v h-v Etileno L polpa Firmeza
inteiramente casualizado, com 4 repetições. Em
cada repetição foram utilizados 20 frutos. Os Controle 24,3 b 63,6 b 4,5 a 47,9 a 10.1 b
tratamentos consistiram de 4 doses de etanol: 2 2 mL etanol 32,8 a 74,0 ab 0,9 b 46,2 ab 12.6 ab
mL/kg de fruto, 4 mL/kg de fruto, 6 mL/kg de fruto, 8
4 mL etanol 34,7 a 80,7 a 1,2 b 46,1 ab 12.9 a
mL/kg de fruto e o controle. Os frutos ficaram
expostos às doses de etanol em atmosfera 6 mL etanol 33,5 a 76,3 ab 0,7 b 43,4 b 12.5 ab
refrigerada (0,5±0,5°C e 95±2% UR) por 35 dias. Na 8 mL etanol 24,8 b 68,1 ab 0,8 b 47,0 ab 14.9 a
saída do armazenamento seguido por mais três dias
* Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Médias
em condição ambiente, os frutos foram avaliados seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si, pelo
quanto à cor da epiderme em termos de valores de teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
ângulo ‘hue’ (hº) na região equatorial, nos lados
menos (hº-v) e mais vermelho (hº+v) dos frutos, taxa Conclusões
de produção de etileno, severidade de A utilização de vapor de etanol durante o
escurecimento de polpa (L) e firmeza de polpa. Os armazenamento pode se mostrar eficiente no
dados foram submetidos à análise de variância e à retardo do amadurecimento de ameixas‘Laetitia’.
análise de médias pelo teste Tukey, a 5% de
probabilidade de erro. Agradecimentos
À CAPES pelo financiamento de bolsas de estudo.
Resultados e Discussão
Referências bibliográficas
A menor evolução da coloração da epiderme, na ALVES, E.O. et al. Manejo do etileno durante o armazenamento
porção mais vermelha do fruto, foi verificada nas de ameixas ‘Laetitia’ em atmosfera controlada. Ciência Rural,
doses 2, 4 e 6 mL de etanol por kg de fruto (Tabela Santa Maria, v.39, n.9, p.2445- 245, 2009.
1). A dose de 4 mL de etanol por kg de frutos ARGENTA, L.C. et al. Ripening and quality of ‘Laetitia’ plums
following harvest and cold storage as affected by inhibition of
resultou em menor evolução da coloração da ethylene action. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.38,
epiderme na porção menos vermelha do fruto, em n.10, p.1139-1148, 2003.
comparação ao controle. Esse retardo da evolução

167
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Potencial de conservação de frutos da seleção avançada de macieira M-10/09

Karyne Souza Betinelli1, Mariuccia Schlichting De Martin2, Luiz Carlos Argenta2, Marcelo Couto2, Marcus
Vinícius Kvitschal2, Frederico Denardi3
1Epagri Estação Experimental de Caçador (PG). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador.
karyne.betinelli@gmail.com; 2Epagri Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000,
Caçador. 3 Pesquisador da Epagri aposentado

Palavras Chave: Malus x domestica Borkh, firmeza de polpa, pós-colheita, armazenamento, atmosfera controlada.

Introdução Resultados e Discussão


Novas cultivares de maçã têm sido desenvolvidas A firmeza de polpa da seleção M-10/09 foi maior em
no intuito de estender a janela de colheita, bem comparação à da cultivar ‘Fuji Suprema’ durante
como reduzir a aplicação de agroquímicos e todo o período avaliado, para ambas as condições
aumentar a diversificação da oferta para o mercado de armazenagem (Figura 2). Maçãs ‘Fuji Suprema’
consumidor brasileiro. Novas seleções avançadas obtiveram maior índice de podridões tanto aos seis
de macieira, como é o caso da M-10/09, têm quanto aos oito meses de armazenagem em AA.
mostrado grande potencial para melhoria da cadeia Após seis meses em AA, maçãs M-10/09
produtiva da maçã no Sul do Brasil. Todavia, é de apresentaram maior acidez titulável em comparação
suma importância o estudo do potencial de a maçãs ‘Fuji Suprema’ (dados não apresentados).
armazenamento dos frutos de cada cultivar, uma Os teores de sólidos solúveis de maçãs M-10/09
vez que esse é um dos pontos mais críticos para o permaneceram acima de 14 °Brix em todas as
sucesso da comercialização de maçãs. Esse avaliações, sendo mais elevados em comparação
trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de aos da ‘Fuji Suprema’. Para a seleção M-10/09, não
conservação de maçãs da seleção avançada M- houve incidência de escaldadura superficial, “bitter
10/09 armazenadas em atmosfera do ar (AA) e em pit”, degenerescência senescente e sintomas de
atmosfera controlada (AC). dano por CO 2 .
Material e Métodos
Frutos da seleção avançada M-10/09 (Figura 1) e da
cultivar Fuji Suprema foram coletados em
25/03/2014 e 19/03/2014, respectivamente, em um
pomar comercial localizado em Fraiburgo, SC. A
‘Fuji Suprema’ foi utilizada como padrão de
comparação, por se tratar de uma cultivar
amplamente estudada e conhecida. Os frutos de
ambos os genótipos foram armazenados por até oito
meses em AA (0,5±0,5 °C e UR de 85%) ou em AC
(1,6 kPa O 2 e 0,8 kPa CO 2 a 0,7±0,5 °C e UR de
93%). A maturação e a qualidade dos frutos foram
analisadas a cada dois meses de armazenagem,
após sete dias em condição ambiente (23±0,3 °C).
O delineamento experimental foi o inteiramente
casualizado, com 40 repetições. Para comparação
entre os genótipos, dentro de cada condição e
período de armazenamento, os dados foram
submetidos à análise de variância (p<0,05).
Figura 2. Firmeza de polpa e índice de podridão de
maçãs ‘Fuji Suprema’ e M-10/09 colhidas na safra
2013/2014, no município de Fraiburgo, SC, e
armazenadas em atmosfera do ar (AA) ou em
atmosfera controlada (AC) por diferentes períodos.
As barras verticais inseridas no gráfico representam as
diferenças mínimas significativas entre genótipos, para cada
período de armazenagem (p<0,05). O índice de podridões foi
obtido de acordo com a seguinte escala de severidade: 1-
ausência de podridão, 2- podridão inicial e 3- podridão severa.

Conclusões
A seleção avançada M-10/09 apresenta alto
potencial de conservação pós-colheita em atmosfera
do ar e em atmosfera controlada após períodos
prolongados de armazenamento.
Figura 1. Fruto da seleção avançada de macieira M-10/09.

168
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Conservação da qualidade de maçãs ‘Fuji’ em atmosfera com concentração de
oxigênio ultrabaixa
Luiz C. Argenta1, Karyne S. Betinelli2, Cassandro V.T. do Amarante3, Cristiano A. Steffens3

1EPAGRI – Estação Experimental de Caçador (PQ), Rua Abílio Franco, 1500, Caçador, SC. argenta@epagri.sc.gov.br, 2EPAGRI –
Estação Experimental de Caçador (PG). Rua Abílio Franco, 1500, Caçador, SC. 3UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina
(PQ), Avenida Luiz de Camões, 2090, Lages, SC.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh; armazenagem; atmosfera controlada.

Introdução
O desenvolvimento de técnicas que permitem Resultados e Discussão
identificar a concentração mínima de O 2 tolerada A armazenagem de maçãs clones de ‘Fuji’ em
pelas maçãs por medidas fisiológicas de estresse ao atmosfera com O 2 de 0,4% (ACD) aumentou a
baixo O 2 , de forma automatizada e industrial, tem conservação da qualidade de maçãs clones de ‘Fuji’
permitido armazenar maçãs sob atmosfera com em relação à armazenagem em atmosfera com
concentrações de O 2 inferior a 1%, em nível 1,5% de O 2 (AC). Isso foi evidenciado,
comercial. Medidas de alterações da emissão de especialmente pela maior conservação da textura e
fluorescência (Prange et al., 2002), de metabólitos da acidez, e pela prevenção do desenvolvimento do
da fermentação (Veltman et al., 2003) e do distúrbio escaldadura superficial. A perda de firmeza
Quociente Respiratório (Gasser et al., 2008; Weber da polpa nas maçãs clone de ‘Fuji’ tratadas com 1-
et al., 2015) são as medidas de estresse fisiológico MCP e armazenadas sob AC foi ligeiramente inferior
que permitem identificar a concentração mínima de àquela de maçãs clone de ‘Fuji’ não tratadas com 1-
O 2 tolerada pelas maçãs ao longo da MCP e armazenadas sob ACD. A taxa respiratória e
armazenagem. O presente estudo foi desenvolvido a perda de acidez em clones de ‘Fuji’ foram mínimos
para identificar as alterações da qualidade de maçãs quando os frutos foram tratados com 1-MCP e
clones de ‘Fuji’ armazenadas sob atmosfera armazenados sob ACD, indicando que há efeito
controlada (AC) com concentrações ultrabaixas de aditivo dessas duas tecnologias para essas
O 2 , ajustadas dinamicamente de acordo com a variáveis. Por outro lado, o controle da produção de
emissão de fluorescência (ACD), em relação etileno, a conservação da firmeza da polpa e a
àquelas de maçãs armazenadas sob AC inibição do desenvolvimento de escaldadura
convencional, quando tratadas e não tratadas com o superficial foram máximas nas maçãs tratadas com
inibidor da ação do etileno 1-metilciclopropeno (1- 1-MCP, independentemente da concentração de O 2
MCP). da atmosfera, indicando não haver efeitos aditivos
dessas duas tecnologias para essas variáveis. Já a
Material e Métodos associação de ACD e 1-MCP aumentou os riscos de
Amostras de maçãs clones de ‘Fuji’, colhidas em dano por CO 2 . Dados médios de todos os anos e
pomares comerciais de Vacaria-RS e São Joaquim- tempos pós-armazenagem indicaram não haver
SC foram refrigeradas em 36 h após a colheita e efeito significativo dos tratamentos ACD e 1-MCP
metade delas tratada com 1-MCP em 5 dias após a sobre a incidência de podridões.
colheita. Maçãs tratadas e não tratadas com 1-MCP
foram armazenadas a 0,7 oC sob AC convencional Conclusões
(AC: 1,5% de O 2 e <0,5% de CO 2 ) e AC dinâmica A conservação da qualidade de maçãs clones de
(ACD) com O 2 variável de 0% a 0,4% e < 0,5% de ‘Fuji’ em atmosfera com concentração de O 2 de
CO 2 . O O 2 da atmosfera foi reduzido pela injeção de 0,4% (ACD) é maior que aquela em atmosfera com
N 2 até ≈3%, entre o 28º e 30º dia após a colheita, e concentração de O 2 de 1,5% de O 2 (AC).
pelo consumo respiratório das maçãs até o ponto
que ocorreu aumento da emissão de fluorescência Agradecimentos
(≈0%), entre o 35º e 38º dia após a colheita. A À FINEP e à FAPESC, pelo suporte financeiro, às
seguir, o O 2 da atmosfera foi aumentado para 0,4% Empresas RAR-Rasip Agro Pastoril S/A e Schio
pela injeção de ar e mantido nessa concentração Agropecuária, pelas maçãs e estrutura de
por 7 meses. As maçãs foram mantidas por 2 e 30 armazenagem, e ao Cleiton A. de Souza, Suelen V.
dias a 1 °C sob atmosfera do ar, depois da Bitencourt e André Barp, pela colaboração na
armazenagem sob AC e ACD, mais 7 dias a 22 °C, execução dos experimentos.
antes de serem analisados quanto à qualidade
físico-química e severidade de distúrbios fisiológicos Referências bibliográficas
Gasser, F., Eppler, T., Naunheim, W., Gabioud, S. e Hoehn, E.
e podridões. O delineamento experimental foi o 2008. Acta Hort. 796:69-76.
inteiramente casualizado, com 4 repetições de 50 Prange, R.K., DeLong, J.M., Leyte, J.C. e Harrison, P.A. 2002.
frutos por tratamento (AC, AC+1-MCP, ACD, Postharvest Biol.Technol. 24:201-205.
ACD+1-MCP), ano, e tempo pós-armazenagem. Os Veltman, R.H., Verschoor, J.A. e Ruijsch van Dugteren, J.H.
dados foram submetidos à ANOVA e as médias 2003. Postharvest Biol. Technol. 27:79-86.
Weber, A., Brackmann, A.; Both, A., Pavanello, E. Anese, R. e
comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Thewes, F. 2015. Scientia Agricola. 72: 28-33.

169
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Diferentes métodos para reduzir a perda de massa na pós-colheita de araticum
Luana Gabriela Johansson1, Helena Benicia Warzocha1, Natalia Biavati dos Santos1, Marcelo Dotto2, Robson
Ferreira Brandão3

1
FAED- Faculdade Educacional de Dois Vizinhos (IC). Avenida Presidente Kennedy, 2601, 85660-000, Dois Vizinhos, PR.
lugabrielaj@gmail.com; lenawarzocha@hotmail.com, nataliabiavati@outlook.com, 2FAED- Faculdade Educacional de Dois Vizinhos
(PQ). Avenida Presidente Kennedy, 2601, 85660-000, Dois Vizinhos - PR. 3EMATER – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e
Extensão Rural, Nova Prata Do Iguaçu, PR.

Palavras Chave: Annona crassiflora, comercialização, embalagens.

Introdução Tabela 1. Diferentes métodos de armazenagem


O araticum é uma fruta nativa muito apreciada em para reduzir a perda de massa pós-colheita do
todas as regiões do Brasil, sendo uma fruta com alto araticum. Dois Vizinhos 2017
potencial e qualidade nutricional. Sua importância
nessas regiões está vinculada ao uso expressivo Perda de
Tratamentos Peso final(g)
dos frutos pela população local, tanto sob a forma massa (g)
de sucos, licores, doces, geleias, tortas e iogurtes, Temperatura
74,08ns 24,92 a
como pelo consumo in natura e seu aproveitamento ambiente
pela medicina popular no combate a diarreias, Abertas em
afecções parasitárias do couro cabeludo, dentre 96,87 5,98 b
geladeira
outras (Fonseca & Muniz, 1992, Silva et al., 2001). Bandejas 15
Contudo um problema com esta fruta é a questão da 93,43 3,03 cd
micras a 5 °C
conservação pós-colheita da mesma. Desta forma, o Bandejas 30
objetivo deste trabalho foi buscar métodos de 83,03 1,98 d
micras a 5 °C
conservação pós-colheita para frutos de araticum. Bandejas
96,62 4,17 c
Material e Métodos fechada a 5 °C
O trabalho foi conduzido na União de Ensino Do CV (%) 15,95 10,09
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste
Sudoeste do Paraná – UNISEP, Campus Dois Tukey (p <0,05).
Vizinhos – PR. As avaliações realizadas foram:
frutos acondicionados em temperatura ambiente, Conclusões
frutos em bandejas abertas em geladeira a 5°C, O uso de filme plástico de 15 e 30 micras em
acondicionados em bandeja com filme plástico 15 geladeira a 5 oC reduz a perda de massa de frutos
micras em geladeira a 5 °C, bandeja com papel de Araticum.
filme plástico 30 micras em geladeira a 5°C, e em
bandejas de plástico com tampa fechada em Agradecimentos
geladeira a 5 °C. O delineamento foi de blocos ao À UNISEP pela disponibilidade do uso do laboratório
acaso, com 4 repetições e 20 frutos por repetição. para a realização do experimento.
Os frutos foram colhidos em Boa Esperança do
Iguaçu - PR e os dados foram analisados pelo Referências bibliográficas
programa estatístico ASSISTAT. Os frutos foram Fonseca, A.G. & I.A.F. Muniz. 1992. Informações sobre a cultura
de espécies frutíferas nativas da região do cerrado. Informe
avaliados após 7 dias de armazenamento e Agropecuário, 16: 12-17.
avaliados imediatamente após a saída da geladeira. Silva, D.B. da, J.A. da Silva, N.T.V. Junqueira & L.R.M. Andrade.
2001. Frutas do Cerrado. Embrapa Informação Tecnológica,
Resultados e Discussão Brasília. 179 p.
A maior perda de massa ocorreu para os frutos
acondicionados em temperatura ambiente, seguido
dos frutos em bandejas acondicionados em
geladeira. Dentre todos os tratamentos, o
armazenamento em geladeira com filme plástico de
30 micra foi o que proporcionou menor perda de
massa aos frutos, não diferindo, contudo, do
armazenamento em geladeira com filme plástico de
15 micra.

170
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso do vapor de etanol como complemento à refrigeração no armazenamento de
peras ‘Rocha’
Érica de S. Santos1, Cristiano A. Steffens2, Angélica S. Heinzen3, Cristina Soethe3, Cassandro Vidal Talamini do
Amarante
1Universidade do Estado de Santa Catarina – CAV (IC). Avenida Luiz de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.
ericadesouzasantos@gmail.com; 2Universidade do Estado de Santa Catarina – CAV (PQ). Avenida Luiz de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC; 3Universidade do Estado de Santa Catarina – CAV (PG). Avenida Luiz de Camões, 2090, Conta
Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.

Palavras Chave: pós-colheita, etileno, amadurecimento, Pyrus communis L., qualidade.

Introdução etilacetato, com consequente alteração de sabor dos


Peras ‘Rocha’ mantidas por períodos prolongados frutos (dados não apresentados).
de armazenamento refrigerado, visando à ampliação
do período de oferta dos frutos desta cultivar, pode Tabela 1. Taxas de produção de etileno e respiratória e
apresentar comprometimento da sua capacidade de cor da epiderme em peras ‘Rocha’ armazenadas sob
0,5±0,1°C e 96±2% durante cinco meses e avaliadas
amadurecimento após o armazenamento, não
após sete dias em condições ambiente.
desenvolvendo textura adequada para o consumo
(Martin et al., 2015). O presente experimento teve
como objetivo avaliar o efeito de doses de etanol
sobre a qualidade de peras ‘Rocha’ armazenadas
sob refrigeração.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido utilizando frutos
produzidos no município de Vacaria-RS, na safra
2015/2016, utilizando-se peras ‘Rocha’, as quais *Médias seguidas das mesmas letras, nas colunas, não diferem
foram submetidas aos seguintes tratamentos: entre si pelo teste Tukey (p<0,05).
controle (sem etanol), 2, 4 e 6 mL de etanol por kg
de fruto, aplicados durante as primeiras 24 horas de Tabela 2. Firmeza de polpa, sólidos solúveis e acidez
armazenamento, e 2 mL de etanol por kg de fruto titulável de peras ‘Rocha’ armazenadas sob 0,5±0,1°C e
aplicados durante todo o armazenamento 96±2% e avaliadas após sete dias em condições
refrigerado. O delineamento experimental foi em ambiente.
blocos ao acaso, com quatro repetições. Os frutos
foram armazenados durante cinco meses à
0,5±0,1°C e 96±2% de UR. Após o armazenamento,
os frutos permaneceram durante sete dias em
condições ambiente (20±2°C e 60±5% de UR) e
então foram avaliados. As análises realizadas foram
taxa respiratória e produção de etileno, cor da
epiderme, firmeza de polpa, teor de sólidos solúveis
(SS), acidez titulável (AT), podridão e conteúdo de *Médias seguidas das mesmas letras, nas colunas, não diferem
etanol, acetaldeído e etilacetato na polpa. Além entre si pelo teste Tukey (p<0,05).
disso, foram realizadas análises sensoriais com o
objetivo de detectar a presença ou ausência de Conclusões
sabor de etanol nos frutos. A utilização de etanol durante o armazenamento
refrigerado mantém a capacidade das peras ‘Rocha’
Resultados e Discussão produzirem etileno, proporcionando maior redução
A taxa respiratória e a produção de etileno foi da firmeza de polpa, especialmente nas doses (mL
superior nos frutos tratados com 4 e 6 mL de etanol kg de fruto-1) de etanol de 4 e 6 mL aplicado nas
por kg de fruto durante as primeiras 24 horas e 2 mL primeiras 24 horas de armazenamento, sem
de etanol durante todo o período de armazenamento alteração significativa de sabor. A dose de 2 mL de
(Tabela 1). O controle apresentou frutos menos etanol aplicado durante todo o armazenamento
amarelecidos que os demais tratamentos. Quanto proporciona frutos com elevado conteúdo de etanol,
ao SS e AT, observou-se que, de maneira geral, o acetaldeído e etilacetato, ocasionando alteração de
etanol manteve maiores valores. As doses de 4 e 6 sabor.
mL de etanol aplicados por 24 horas e 2 mL de
etanol aplicado durante todo o armazenamento Referências bibliográficas
proporcionaram frutos com firmeza de polpa mais Calvo, G.; Sozzi, G.O. Effectiveness of 1-MCP treatments on
próxima à adequada para o consumo, segundo ‘Bartlett’ pears as influenced by the cooling method and the bin
material. Postharvest Biol Technol, 2009, 51, 49-55.
Calvo e Sozzi (2009). Os frutos tratados com 2 mL Martin, M. S.; Steffens, C. A.; Amarante, C. V. T.; Brackmann, A.;
de etanol durante todo o armazenamento Linke Junior, W. Qualidade de peras ‘Rocha’ armazenadas em
apresentaram altos valores de etanol, acetaldeído e atmosfera controlada. Rev. Bras. Frutic. 2015, 37, 73-82.

171
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
A produção catarinense das principais frutas de clima temperado na safra 2015/16

Rogério Goulart Junior1*, Janice M. W. Reiter1, Marcia Mondardo1, Henrique B. Petry2


1Epagri - Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (PQ). Rod. Admar Gonzaga, n° 1.486, CEP 88.034-001, Florianópolis,
SC. E-mail: rogeriojunior@epagri.sc.gov.br; 2Epagri - Estação Experimental de Urussanga (PQ). Rodovia SC 446, km 19
Bairro da Estação, C.P. 49 88840-000 Urussanga, SC.

Palavras Chave: economia agrícola, produção agrícola, fruticultura, socioeconomia, Santa Catarina.

Introdução 0,8% da área colhida. A uva de mesa participou com


Em Santa Catarina, as principais lavouras apenas 0,04% da produção total do setor. Na cultura
permanentes de frutas representam mais de 55 mil de frutas de caroço, a produção de
hectares colhidos por 14 mil fruticultores e com pêssego/nectarina participou com 1,2% da produção
quantidade produzida de 1,4 milhão de toneladas na frutícola estadual, em 2,4% da área em produção.
safra 2015/16 (Epagri/Cepa, 2017). No estudo, as Já a produção de ameixa representou 0,8% da
principais frutas de clima temperado catarinenses, produção de frutas com participação de 1,9% da
determinadas a partir da quantidade produzida, área total em produção levantada na pesquisa.
foram: maçãs (Fuji, Gala e outras); uvas (comum,
de mesa e viníferas); pêssego/nectarina; ameixa; e Tabela 1. Produção das principais frutas de clima
pera. O objetivo do estudo foi verificar o volume temperado na safra 2015/16
produzido das principais frutas de clima temperado Área total
em Santa Catarina, na safra 2015/16, e o fruta
Número de
produtores
média por
produtor Área colhida
Quantidade Produtividade
produzida média
comparativo com a safra anterior, como forma de (unid.) (ha/produtor) (ha) (t) (kg/ha)

contribuir para o planejamento agrícola e econômico Maçãs 2.977 5,56 16.255,8 524.128,1 32.243
do setor frutícola do estado. Maçã Gala 2,67 7.805,9 242.515,1 32.319
Maçã Fuji 2,79 7.959,5 269.855,2 35.417

Material e Métodos
Maçã (Outras) 0,17 490,4 11.757,9 24.074
Uvas 2.819 1,42 3.517,9 29.205,6 8.302
O trabalho contou com pesquisa descritiva a partir Uva vinífera
Uva de mesa
1,02
0,29
465,5
81,5
1.995,7
608,8
4.287
7.475
de pesquisa documental e levantamento de dados Uva comum 1,24 2.971,0 26.601,1 8.954

da safra 2015/16 executado por meio de coleta e Pêssego/nectarina


Ameixa
695
515
2,04
2,20
1.332,6
1.045,3
16.476,4
11.222,5
12.364
10.736
tabulação das informações municipais mediante a Pera 97 4,37 400,3 4.838,2 12.086

aplicação de questionário semiestruturado, entre Principais frutas


agosto e setembro de 2016, referentes às principais temperadas 3,12 42.325,6 1.139.204,5 26.915
Fonte: Epagri/Cepa, 2017.
produções comerciais de frutas do estado
catarinense. O levantamento contou com críticas de Conclusões
consistência regional, nas unidades de gestão Como consequência de efeitos climáticos adversos
técnicas (UGTs) da Epagri, nos 295 municípios que ocorreram na safra 2015/16, a produção de
catarinenses e tratamento estatístico, análise crítica maçãs foi 15,4% inferior ao volume da safra
estadual final e validação dos dados no Epagri/Cepa anterior. As frutas mais afetadas foram as uvas,
(BUSSAB & MORETTIN, 2003; MINGOTI et al., com diminuição de 45,4% na produção, seguida da
2014). produção de ameixa, com redução 39%, e o
pêssego e nectarina com quantidade colhida 31%
Resultados e Discussão menor que o volume da safra de 2014/15.
Nos resultados da pesquisa, na safra 2015/16 as
frutas de clima temperado, quando comparadas com Agradecimentos
as de clima tropical, participaram com mais de 81% À FAPESC pelo fomento à pesquisa.
da produção frutícola estadual, em 76,6% da área
colhida. A maleicultura, com 2.977 produtores, Referências bibliográficas
colheu mais de 524 mil toneladas, o que BUSSAB, W.O. & MORETTIN, P.A. Estatística Básica. 5ª
representou 37,6% da produção total da fruticultura edição. São Paulo: Saraiva, 2003;
catarinense. A maçã Gala representou 17,4% da EPAGRI/CEPA. Levantamento de dados da fruticultura
produção estadual de frutas em 14,1% da área em catarinense -2015/16 (versão preliminar). Florianópolis:
Epagri/Cepa, 2017;
produção de frutas na safra 2015-16. A maçã Fuji
MINGOTI, R. et al. Metodologia de análise crítica de dados
representou 19,4% da produção total em 14,4% de estatísticos históricos sobre produção agropecuária. Campinas:
área colhida. As maçãs ‘Outras’ participam com Embrapa Gestão Territorial, 2014 (Boletim de Pesquisa e
0,8% da produção. A produção de pera representou Desenvolvimento / Embrapa Gestão Territorial, ISSN 2317-
0,3% do total estadual frutícola, contribuindo em 8779).
0,7% da área colhida de frutas na safra 2015-16. A
viticultura, com uvas americanas e híbridas
(comuns) e europeias (mesa e viníferas), participou
com 2,1% da produção estadual, com 2.819
produtores. A uva comum representou 1,9% da
produção de frutas estadual, em 5,4% da área em
produção total de frutas no estado. A uva vinífera
contribuiu com 0,1% da produção no estado, em

172
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Caracterização do enoturismo na região dos Vinhos de Altitude de Santa Catarina

Douglas André Wurz1*, Ricardo Allebrandt1, Betina Pereira de Bem1, Adrielen Canossa1, Juliana Reinehr1, Bruno
Bonin1, Marcus Outemane2, Ana Cristina da Silva2, Leo Rufato3
1UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. douglaswurz@hotmail.com;
2UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 3UDESC – Centro de Ciências
Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: Desenvolvimento regional, turismo, vinhos finos, vitivinicultura.

Introdução Quadro 1. Atividades desenvolvidas com


As regiões de altitude catarinense são aquelas que enoturismo pelas empresas na região dos vinhos de
apresentam vinhedos localizados, no mínimo, a 900 altitude de Santa Catarina.
m acima do nível do mar. No estado, três regiões Atividades desenvolvidas com
Empresa
produtoras se destacam na elaboração de vinhos enoturismo
finos: Meio-Oeste, Vale do Rio do Peixe e Planalto Visita ao vinhedo e
1
Sul Catarinense (formado por São Joaquim, vinícola/Degustações/Restaurante
Urupema, Urubici, Painel e Campo Belo do Sul)
(LOSSO; PEREIRA, 2014). O enoturismo representa Visita a
2
uma oportunidade de suma importância para o vinícola/Degustações/Pousada/Restaurante
desenvolvimento vitivinícola na região dos vinhos de
Visita ao vinhedo e
altitude, pois através dele toda a região se 3
vinícola/Degustações/Restaurante
desenvolve. Além de visitas as vinícolas, o
4 *
enoturismo impulsiona as vendas de vinhos, a
gastronomia, o comércio e investimentos em 5 Visita a vinícola/Degustações/Restaurante
infraestrutura em toda a região (Wurz et al., 2016).
Tem-se como objetivo desse trabalho realizar um 6 Degustações/Restaurante
levantamento da atual situação do enoturismo, bem Visita a vinícola, vinhedo e
como definir os entraves desta atividade para a 7
museu/Degustações
região dos vinhos de altitude de Santa Catarina.
8 *
Material e Métodos 9 *
A metodologia utilizada para a realização do trabalho 10 Visita a vinícola/Degustações
foi um estudo de caso sobre um conjunto de Visita a vinícola/Degustações
11
vinícolas inseridas na região dos vinhos de altitude
de Santa Catarina. Os questionários foram enviados 12 -
via e-mail, e das empresas selecionadas, quinze 13 Visita a vinícola/Degustações
vinícolas retornaram o questionário respondido 14 Visita Vinhedo/Vinícola/Degustação
juntamente com autorização de publicação dos
resultados obtidos. 15 Visita ao vinhedo e vinícola/Degustações
* Empresas que não atuam com o enoturismo.
Resultados e Discussão
O enoturismo é uma realidade nas regiões de
altitude de Santa Catarina, com alto potencial de
desenvolvimento. As principais atividades que vem
sendo desenvolvidas pelas empresas são: visitas a
vinícola e vinhedos, e degustações de vinhos e
espumantes.
Conclusões
Investimentos em infraestrutura e mão de obra
qualificada são os principais entraves para o
desenvolvimento da atividade.
Referências bibliográficas
Losso, F.B., Pereira, R.M.F. A vitivinicultura de altitude em Santa
Catarina (Brasil): espaços privilegiados para o turismo. Revista
Figura 1. Principais entraves identificados pelas Turismo & Sociedade, 2014, v.7, n.3, p.418-445.
empresas (%) que interferem no desenvolvimento Wurz, D.A., Marcon Filho, J.L., Allebrandt, R., De Bem, B.P.,
do enoturismo na região de altitude de Santa Outemane, M., Kretzschmar, A.A., Rufato, L. Diagnóstico do
Catarina. enoturismo na região dos vinhos de altitude de Santa Catarina.
Revista Brasileira de Viticultura e Enologia, 2016, v.8, p.132-138.

173
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Potencial do enoturismo na região dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do
Sul

Raphael Nunes Rodrigues1*, Ricardo Allebrandt2, Betina Pereira de Bem2, Adrielen Canossa2, Juliana Reinehr2,
Bruno Bonin2, Marcus Outemane1, Douglas André Wurz2, Leo Rufato3
1UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (IC). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC. raphanunes13@hotmail.com;
2UDESC – Centro de Ciências Agroveterinárias (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC; 3UDESC – Centro de
Ciências Agroveterinárias (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC.

Palavras Chave: Desenvolvimento regional, turismo, vinhos finos, viticultura.

Introdução para investir no enoturismo. Questionados sobre os


A região dos Campos de Cima da Serra possui pontos que precisam ser melhorados para
altitude que varia entre 900 a 1.100 metros que consolidação do enoturismo, todas as empresas
associada a demais fatores naturais, como solos citaram a mão-de-obra qualificada, seguido pela
profundos e a abertura de paisagem, exercem um infraestrutura e união entre empresas, que foram
efeito marcante na diferenciação dos vinhos. O citadas por quatro empresas. Além disso, três
enoturismo representa uma oportunidade de suma empresas citaram o marketing como um dos
importância para o desenvolvimento vitivinícola de entraves para o desenvolvimento da atividade
uma região, pois através dele toda a região se (Figura 1). Ressalta-se que para duas empresas, a
desenvolve. Além de visitas as vinícolas, o baixa oferta de bons hotéis e restaurantes tornam-se
enoturismo impulsiona as vendas de vinhos, a um fator negativo para a consolidação da atividade
gastronomia, o comércio e investimentos em na região dos Campos de Cima da Serra.
infraestrutura em toda a região (Wurz et al., 2016).
Tem-se como objetivo desse trabalho realizar um
levantamento da atual situação do enoturismo, bem
como definir os entraves desta atividade para a
região dos Campos de Cima da Serra do Rio
Grande do Sul.
Material e Métodos
O estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa
qualitativa, dentro de uma perspectiva descritiva. A
metodologia utilizada para a realização do trabalho
foi um estudo de caso sobre um conjunto de
vinícolas inseridas na região dos Campos de Cima
da Serra do Rio Grande do Sul. Os questionários
Figura 1. Principais entraves identificados pelas
foram enviados via e-mail, e das empresas
empresas (%) que interferem no desenvolvimento
selecionadas, cinco vinícolas retornaram o
do enoturismo na região dos Campos de Cima da
questionário respondido juntamente com
Serra do Rio Grande do Sul.
autorização de publicação dos resultados obtidos.
Resultados e Discussão Conclusões
Por ser uma nova região vitícola, o enoturismo está
Por ser uma região nova, com quatro empresas
pouco desenvolvido na região dos Campos de Cima
atuam na área a menos de 15 anos, observa-se
da Serra do Rio Grande do Sul, sendo os
baixo desenvolvimento do enoturismo, pois apenas
investimentos em infraestrutura e mão de obra
uma das empresas atua nesse segmento. No
qualificada são os principais entraves para o
entanto, três das empresas mostraram interesse em
desenvolvimento da atividade. O enoturismo
atuar no enoturismo, e apenas uma empresa não
apresenta-se como atividade de grande potencial
pretende investir nessa área de atuação. Portanto,
para região e para as empresas, no entanto, a união
verifica-se boas perspectivas quanto ao
entre empresas, e o incentivo público/privado: em
desenvolvimento dessa atividade na região dos
vias de acesso, rede hoteleira e restaurantes são
Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, o
fundamentais para a consolidação do enoturismo
que pode ser comprovado pelo fato que todas as
nessas regiões.
empresas acreditam que a região dos Campos de
Cima da Serra possuem potencial para o Referências bibliográficas
enoturismo, sendo esta atividade um importante Wurz, D.A., Marcon Filho, J.L., Allebrandt, R., De Bem, B.P.,
fator de crescimento para as empresas. Quatro Outemane, M., Kretzschmar, A.A., Rufato, L. Diagnóstico do
empresas citam a falta de infraestrutura a principal enoturismo na região dos vinhos de altitude de Santa Catarina.
questão para não atuarem com o enoturismo, Revista Brasileira de Viticultura e Enologia, 2016, v.8, p.132-138.
enquanto uma empresa citou a falta de mão-de-obra
qualificada como principal motivo para não atuar no
enoturismo. Ressalta-se também que para quatro
empresas entrevistadas há falta de incentivo público

174
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Produção de maçã ‘Fuji’ em resposta à adubação fosfatada
Marlise Nara Ciotta1, Mateus da Silveira Pasa1, Alberto Fontanella Brighenti1, Juliana Cechinel2, Gilberto Nava3
1Epagri – Estação Experimental de São Joaquim (PQ). Rua João Araújo Lima, 102, Cx.P. 81, 88600-000, São Joaquim, SC.

marlise@epagri.sc.gov.br; mateuspasa@epagri.sc.gov.br; albertobrighenti@epagri.sc.gov.br; 3Cav- UDESC (PG). Av Luis de Camoes,


88.520-000, Lages, SC, jucechinel@yahoo.com.br3; Embrapa Clima Temperado (PQ). Rodovia BR 392, km 78, 9º Distrito, 96010-971,
Pelotas, RS, gilberto.nava@embrapa.br

Palavras Chave: macieira, nutrição de plantas, P foliar.

Introdução pelas espécies de plantas de cobertura dos


A adubação com fósforo (P) em pomares de pomares.
macieira tem recebido menor importância em
relação às adubações com outros macronutrientes. Tabela 1. Teores de P total nas folhas, número de
Isto se deve, em parte, a menor demanda da cultura frutos por planta, massa média dos frutos e
pelo P, quando comparada às de N e de K. Após a produção em macieiras submetidas à aplicação de
implantação do pomar a adubação fosfatada é doses de fertilizante fosfatado na safra 2016/2017.
realizada sobre a superfície do solo e sem Massa
Teor de P Frutos por
incorporação. Este P aplicado pode ser adsorvido Dose dos Produção
folha planta
com alta energia de ligação na superfície da fração frutos
(kg P 2 O 5
mineral do solo (Brunetto et al., 2015) e isso afeta a ha-1)
(g kg-1) (número) (g) (Mg ha-1)
disponibilidade do nutriente à planta. Com o
acúmulo de P disponível em camadas do solo se 0 1,90 ns 208 ns 141 ns 58,0 ns
espera que parte do nutriente, se aproxime da 40 1,90 168 149 49,5
superfície externa das raízes e caso absorvido pode 80 169 143 47,9
1,96
incrementar os seus teores no interior da planta, que
120 1,91 202 141 56,6
pode ser diagnosticado pelo teor total nas folhas
completas, até incrementando componentes de 160 2,00 175 142 48,9
produção, como o número e a massa de frutos, o CV% 2,3 10,3 2,2 9,1
que pode se refletir na produtividade (DAR et al., *ns: não significativo.
2015). Entretanto, são escassas as informações de
respostas da adubação fosfatada em macieiras no Conclusões
Brasil. O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta A aplicação de fósforo no solo não afetou o teor de
à adubação fosfatada da macieira 'Fuji' quando fósforo nas folhas e tampouco os componentes de
cultivada em solo da região Sul do Brasil. produção e rendimento de frutos.
A ausência de resposta da macieira à adubação
Material e Métodos fosfatada indica que em solos com médio a alto teor
O experimento foi conduzido em um pomar de matéria orgânica e que tenham sido corrigidos
comercial na safra 2016/17, no município de São com fósforo na implantação do pomar, a adubação
Joaquim (SC). O pomar foi implantado em 2004 com fosfatada de reposição não precisa ser anual.
a cultivar ‘Fuji’ sobre o porta-enxerto
Marubakaido/M9. Os tratamentos consistiram de Referências bibliográficas
doses crescentes de P (0, 40, 80 120 e 160 kg ha-1 BRUNETTO, G.; NAVA, G. AMBROSINI, V.G.; COMIN, J.J.;
de P 2 O 5 ). As doses foram aplicadas na forma de KAMINSKI, J. The pear tree response to phosphorus and
potassium fertilization. Revista Brasileira de Fruticultura,
superfosfato triplo, sobre a superfície do solo, sem Jaboticabal, v. n. p., 2015.
incorporação por seis anos consecutivos junto à DAR., M. A.; WANI, J. A.; RAINA, S. K.; BHAT, M. Y.; MALIK, M.
linha de plantio. O delineamento experimental foi o A. Relationship of leaf nutrient content with fruit yield and quality
de blocos ao acaso com cinco repetições. Em of pear. Journal of environmental of Biology, Lucknow, v.36,
p.649-653, 2015.
meados do mês de janeiro foram coletadas TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C. A.; BOHNEN, H.;
amostras de folha, as quais foram secas, moídas e VOLKWEISS, S. J. Análises de solo, plantas e outros
analisadas quanto ao teor de P, seguindo materiais. Porto Alegre: UFRGS, 2 ed., 1995, 174 p.
metodologia descrita em Tedesco et al (1995). Na
colheita, foram contados os números de frutos por
planta, os mesmos foram pesados e foi calculada a
produção por planta e por área.
Resultados e Discussão
A adubação fosfatada, na safra 2016/2017, não
afetou o número de frutos por planta, a massa de
frutos e tampouco a produtividade de frutos da
macieira (Tabela 1). A baixa resposta das frutíferas
em geral ao P pode ser atribuída à característica
perene, à camada de exploração do solo pela
profundidade de raízes ou mesmo à ciclagem de P

175
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da calagem e adubação fosfatada sobre os teores de macronutrientes em
folhas de goiabeira serrana

Patrícia da Silva Paulino1, Letícia Moro2, Álvaro Luiz Mafra3, Nathalia Della Vechia4, Walter Santos Borges
Junior4
1UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC; 2Secretaria de Estado da Educação de Santa

Catarina (FM).BR 282 km 244, S/N, Itararé, 89570-000, São José do Cerrito-SC, leticia_moro@hotmail.com; 3UDESC (PQ). Avenida
Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC; 4UDESC (IC). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-
000, Lages-SC.

Palavras Chave: Acca sellowiana, análise foliar, calcário, fósforo.

Introdução maior teor de K foi constatado no tratamento com 25


No Brasil, a goiabeira serrana ainda se encontra em % da dose de calcário e sem aplicação de P; e o
processo de domesticação e, com isso, maior teor de Mg foi observado no tratamento com
necessitando desenvolver sistemas de produção 100 % da dose de calcário e 180 kg ha-1 de
que permitam seu cultivo em escala comercial. Os adubação fosfatada, apresentando média de 2,81 g
solos da região serrana de Santa Catarina possuem kg-1.
teores naturais de fósforo muito baixos e acidez alta,
com isso o crescimento desta frutífera pode estar Figura 1. Teores de N (a), P (b), K (c) e Mg (d) nas
sendo limitado. O objetivo deste trabalho foi avaliar folhas de goiabeira serrana em função de doses
teores de macronutrientes nas folhas de goiabeira crescentes de calcário e P aplicadas ao solo.
serrana, em crescimento inicial, em função da
calagem e adubação fosfatada. a) b)

Material e Métodos
O experimento foi realizado em casa de vegetação,
no município de Lages/SC, sendo utilizadas mudas
de goiabeira serrana (Acca sellowiana) da variedade
Alcântara. O delineamento experimental utilizado foi
inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x4,
com quatro doses de calcário dolomítico (0, 25, 50 e
100 % da dose recomendada para atingir pH 6,0) e
quatro doses de adubação fosfatada (0, 60, 120,
180 kg ha-1 de P 2 O 5 ), com cinco repetições. As c) d)
plantas foram colhidas aos 12 meses após o
transplante e foram determinados os teores de N, P,
K, Ca e Mg nas folhas conforme metodologia de
TEDESCO et al. (1995). Os dados foram
submetidos à análise de regressão pelo programa
estatístico Statistical Analysis System SAS 9.0.
Resultados e Discussão
Houve interação das doses de calcário e adubação
fosfatada para as variáveis N, P, K e Mg nas folhas
de goiabeira serrana.
Conclusões
Tabela 1. Equações de regressão para os A correção da acidez do solo e a adubação
elementos avaliados no tecido vegetal em função de fosfatada proporcionam alterações nos teores de
doses de calcário (x) e P (y) aplicadas no solo. macronutrientes nas folhas de mudas de goiaba
Elemento Equação de Regressão R²
serrana.
Ca Teor médio (0,21 g kg-1)ns -
z=1,208**+0,03198x**-
Mg
0,00232y**+0,000048xy**-0,00021x²**
0,77 Agradecimentos
N z=2,31**-0,1657**+0,00021xy**-0,00099x²** 0,41 À UDESC, Epagri, e FAPESC pelo fomento à
P
z=4,431**-
0,45 pesquisa e financiamento de bolsas de estudo.
0,0461x**+0,00049y**+0,00031x²**
K
z=6,74**+0,0739x**-0,051y**-
0,32 Referências bibliográficas
0,000527x²+0,0002367y²** Tedesco, M.J.; Gianello, C.; Bissani, C.; Bohnen, H. e Volkweiss,
S.J. Análise de solo, plantas e outros materiais. 2.ed. Porto
O maior teor de N nas folhas foi observado no Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 174p.
tratamento sem aplicação de calcário e com 60 kg (Boletim Técnico, 5)
ha-1 de adubação fosfatada com média igual a 25,2
g kg-1; o maior teor de P foi verificado no tratamento
sem adição de calcário e com 180 kg ha-1 de
adubação fosfatada, com média igual a 5,8 g kg-1; o

176
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Composição mineral de frutos de maça ‘Fuji Suprema’ afetada pela adição anual de
fósforo ao solo
Jaqueline Muniz Gerber1, Milton César Coldebella1, Sulian Junkes Dal Molin1, Paulo Roberto Ernani2, Marlise
Nara Ciotta3
1Universidade do Estado de Santa Catarina (PG). Av. Luiz de Camões, 2090, Conta Dinheiro, Lages, SC. gerber.jaqueline@gmail.com.
2Universidade do Estado de Santa Catarina (PQ). Av. Luiz de Camões, 2090, Conta Dinheiro, Lages, SC. 3Epagri – Estação
Experimental de São Joaquim (PQ), Rua João Araújo Lima, 102, São Joaquim, SC.

Palavras Chave: Qualidade de armazenamento, distúrbios fisiológicos, bitter pit.

Introdução valores encontram-se dentro do considerado como


Na nutrição de pomares de macieira, ideal para evitar a presença de distúrbios
independentemente da região mundial de produção, fisiológicos, que segundo Amarante et al. (2012), é
a adubação com fósforo (P) tem recebido menos acima de 40 mg kg-1 para Ca e Mg, e inferiores a
atenção que adubações com nitrogênio (N) e 950 mg kg-1 e 500 mg kg-1 para K e N
respectivamente.
potássio (K) (Neilsen et al., 2008). A nutrição
desses pomares influencia os teores minerais nos
Tabela 1. Teores minerais nos frutos em função da
frutos, os quais desempenham papéis importantes
adição de P no solo em macieiras ‘Fuji Suprema’ no
relacionados com a qualidade, com a conservação e
ocorrência de distúrbios fisiológicos. O objetivo do momento da colheita.
trabalho foi avaliar o efeito da adição de P ao solo Doses de P 2 O 5
P Ca Mg K N
na composição mineral de frutos de maçã ‘Fuji (kg ha-1)
Suprema’ cultivada na região de São Joaquim. mg kg-1
Material e Métodos 0 70 54 21 862 222
O experimento foi conduzido em um pomar 40 81 59 21 1015 154
comercial no município de São Joaquim – SC, na
estação de crescimento 2015/2016. Utilizou-se a 80 97 64 23 819 262
cultivar ‘Fuji Suprema’ sobre o porta-enxerto 120 91 60 21 901 206
Marubakaido/M9, num sistema de plantio de alta 160 98 61 20 745 263
densidade, sobre um Cambissolo Húmico que no
momento da implantação apresentava pH em água Linear * ns ns ns ns
de 6,4; 4,3 mg dm-3 de P; 11,5 cmol c dm-3 de Ca; 4,3 *
Quadrática ns ns ns ns
cmol c dm-3 de Mg; 48 g dm-3 de matéria orgânica e
470 g dm-3 de argila. Os tratamentos consistiram de Conclusões
doses crescentes de P 2 O 5 (0, 40, 80, 120 e 160 kg Somente os teores de P nos frutos foram afetados
ha-1) aplicadas anualmente ao solo, na forma de pela adição de P ao solo. Apesar de não ser
superfosfato triplo, em pós-colheita, sobre a afetados pela adição de P ao solo, os teores de Ca,
superfície do solo e sem incorporação. Na época de Mg, K e N, encontram-se dentro do considerado
colheita, foram coletadas amostras contendo 20 ideal para uma boa conservação dos frutos.
frutos por parcela. Nestas, foram determinados os
teores de P, N, K, Ca e Mg. Os dados das variáveis Referências bibliográficas
foram submetidos às análises de variância (ANOVA) Amarante, C. V. T. do et al. Composição mineral de maçãs 'Gala'
e de regressão (P ≤ 0,05) para determinar os efeitos e 'Fuji' produzidas no Sul do Brasil. Pesquisa Agropecuária
das doses de P. Brasileira, Brasília, v. 47, n. 4, p. 550–560, 2012.
Neilsen, G. H. et al. Annual Bloom-time phosphorus fertigation
affects soil phosphorus, apple tree phosphorus nutrition, yield,
Resultados e Discussão and fruit quality. HortScience, v. 43, n. 3, p. 885–890, 2008.
Houve aumento linear nos teores de P nos frutos em
função das doses de P aplicadas (Tabela 1). Os
teores de P nos frutos aumentaram de 70 mg kg-1
na dose zero para 98 mg kg- 1 na máxima dose (160
kg ha-1 de P 2 O 5 ). Neilsen et al. (2008) observaram
que frutos das cultivares ‘Fuji’ e ‘Silken’ com teores
de P menores do que 100 mg kg-1 apresentaram
maior ocorrência de pingo-de-mel e menor potencial
de armazenamento pós-colheita. Assim, o teor
médio de P encontrado, de 88 mg kg-1, ficou pouco
abaixo do nível crítico já citado. Os teores de Ca,
Mg, K e N não foram afeados pela adição de P ao
solo na safra avaliada (Tabela 1). Os teores médios
de Ca, Mg, K e N foram de 60 mg kg-1, 21 mg kg-1,
868 mg kg-1 e 221 mg kg-1 respectivamente. Esses

177
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Teores minerais em maçãs das cultivares Fuji e Gala na safra 2016/2017
Gabriela Zanchettin1, Vera Lucia Scapin2, Ricardo Sachini3, Leandro Hahn3, Bianca Schveitzer3

1
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina (IC) Campus Trindade, Florianópolis, SC. gabizanchettin@hotmail.com; 2UNIARP –
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (IC). Campus Caçador, Rua Victor Baptista Adami, 800, Centro, Caçador, SC. 3EPAGRI –
Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1.500, Cx.P. 591, 89.500-000, Caçador, SC.

Palavras Chave: Malus domestica, cálcio, nutrição mineral, distúrbio fisiológico.

Introdução de K e Mg superiores a 950 mg.kg-1 e 500 mg.kg-1,


Perda de qualidade e aumento dos riscos de respectivamente, predispõem a ocorrência de
distúrbios fisiológicos pós-colheita prejudicam tanto distúrbios fisiológicos, já que minimizam a absorção
a produção quanto a comercialização de maçãs. e transporte de Ca. Apesar disso, na safra
Essas alterações estão relacionadas aos teores dos 2016/2017, os teores de Ca estiveram acima do
minerais dos frutos, especialmente nitrogênio (N), recomendado e da média histórica.
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio
(Mg), e das relações N/Ca, K/Ca e K+Mg/Ca. Sendo Tabela 1. Concentração média (mg.kg-1) e desvios
assim, a análise mineral tem extrema importância dos macronutrientes em polpa de maçãs ‘Gala’ e
para estimar a capacidade de conservação dos ‘Fuji’ na safra 2016/2017.
‘Gala’
frutos em pós-colheita. Este trabalho objetivou
Região N P K Ca Mg
avaliar teores minerais e suas relações na polpa de Fraiburgo 370 ± 47 202 ± 54 1093 ± 205 47 ± 6 55 ± 9
maçãs ‘Fuji’ e ‘Gala’ na safra de 2016/2017 em São São Joaquim 368 ± 53 180 ± 49 1048 ± 203 48 ± 8 53 ± 8
Joaquim e em Fraiburgo/SC. Media 1991 a 419 ± 84 116 ± 26 1028 ± 134 47 ± 12 52 ± 10
20071
Material e Métodos ‘Fuji’
Frutos de ‘Gala’ provenientes de 136 e 94 pomares Fraiburgo 396 ± 42 204 ± 55 1027 ± 182 46 ± 7 49 ± 7
comerciais de maçãs de produtores de Fraiburgo e São Joaquim 381 ± 48 225 ± 49 1185 ± 244 43 ± 5 50 ± 10
Media 1991 a 373 ± 63 116 ±17 1.043 ± 41 ± 10 46 ± 8
São Joaquim, respectivamente e, de maçãs ‘Fuji 20071 151
provenientes de 117 e 72 pomares’ de produtores Valores
de Fraiburgo e São Joaquim, respectivamente, recomendados <500 >100 <950 >40 <40

foram amostrados para análise dos teores de N, P,


K, Ca e Mg no Laboratório de Ensaio Químico da Tabela 2. Relações médias e desvios dos
Estação Experimental de Caçador, de acordo com macronutrientes em polpa de maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’
metodologia de Schveitzer & Suzuki (2013). na safra 2016/2017.
Adicionalmente, determinou-se as relações N/Ca, N/Ca K/Ca (K+Mg)/Ca
Região
K/Ca e K+Mg/Ca. Em cada amostra, analisou-se 12 ‘Gala’ ‘Fuji’ ‘Gala’ ‘Fuji’ ‘Gala’ ‘Fuji’
frutos. Fraiburgo 8±2 9±2 24 ± 4 23 ± 5 25 ± 4 23 ± 5
São Joaquim 8±2 9±2 22 ± 5 28 ± 5 23 ± 5 29 ± 5
Resultados e Discussão Valores
recomendados < 14 < 20 < 30
Na safra 2016/2017, não foram verificadas grandes
diferenças nos teores minerais da polpa dos frutos
de São Joaquim e Fraiburgo (Tabela 1) e nas Conclusões
relações minerais (Tabela 2), bem como entre as Na safra 2016/2017, os teores de N, P e Ca, e as
maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’. Maçãs ‘Gala’ e ‘Fuji’ relações N/Ca e K+Mg/Ca em frutos de maçãs Gala’
apresentaram adequado suprimento de N, P e Ca e ‘Fuji’ analisadas, estão dentro dos valores
nos frutos e relações de N/Ca e K+Mg/Ca dentro do recomendados pela literatura científica. Desta
recomendado pela literatura científica. Esses teores forma, os frutos apresentam menor predisposição
e relações minerais adequados diminuem a para a ocorrência de distúrbios fisiológicos durante
possibilidade de ocorrência de distúrbios fisiológicos a armazenagem e comercialização.
durante a armazenagem e comercialização dos
frutos. Maçãs com teores de N inferiores a 500
Referências bibliográficas
Amarante, C. V. T. et al. Pesq Agrop Bras, 2012, 47, 550-560,
mg.kg-1 e valores da relação N/Ca menor que 14 2012.
apresentam menores riscos de ocorrência de bitter Schveitzer, B.; Suzuki, A. Doc. 241, Epagri, 2013.
pit (Amarante et al. 2012). No entanto, os teores de
K apresentaram-se acima da recomendação, o que
também foi verificado nas safras de 2014/2015 e
2015/2016. Os altos teores de K na polpa
aumentaram, consequentemente, a relação K/Ca
para ambas as regiões e cultivares. Apesar dos
altos teores de Mg e K, a relação K+Mg/Ca
manteve-se abaixo do recomendado (30), devido
aos altos teores de Ca na polpa. Maçãs com teores

178
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da irrigação no desenvolvimento vegetativo de macieiras cvs. ‘Galaxy’ e ‘Fuji
Suprema’ na região dos Campos de Cima da Serra do RS

Brenda Ferreira1*, Gilmar Ribeiro Nachtigall2, Fabiano Simões3


1Graduanda da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Vacaria. Avenida Antônio Ribeiro Branco, 1060 - Parque dos Rodeios,

CEP 95200-000, Vacaria, RS. E-mail: bffferreira26@gmail.com; 2 Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de
Fruticultura de Clima Temperado, Caixa Postal 177, CEP 95200-000, Vacaria, RS. E-mail: gilmar.nachtigall@embrapa.br; 3 Professor
da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Vacaria. Avenida Antônio Ribeiro Branco, 1060 - Parque dos Rodeios, CEP 95200-
000, Vacaria, RS. E-mail: fabiano-simoes@uergs.edu.br

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, crescimento, disponibilidade de agua, manejo.

Introdução irrigado, apresentaram número de ramos do ano por


O cultivo da macieira na região sul do Brasil tem plantas, para os três tamanhos avaliados, superiores
sido efetuado, em geral, sem o uso da irrigação. ao sistema sequeiro. A irrigação por gotejamento
Entretanto, têm ocorrido períodos frequentes de aumenta o crescimento das plantas em pomares
déficit hídrico durante o ciclo, afetando, jovens de macieira na região dos Campos de Cima
principalmente o crescimento inicial das plantas. No da serra do RS.
Brasil, em função das características climáticas
predominantes até a última década, a irrigação e/ou Tabela 1. Diâmetro do tronco, comprimento médio
fertirrigação não eram técnicas incorporadas aos de ramos do ano, e número de ramos do ano por
sistemas de produção de maçãs. Para as condições planta, em três tamanhos (< 30 cm, de 30 a 60 cm e
brasileiras, os primeiros resultados de pesquisa com > 60 cm) de macieiras ‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’, em
irrigação na cultura da macieira mostraram que a função dos tratamentos, avaliados no período de
irrigação e a fertirrigação, quando da ocorrência de dormência. Safra 2016/17.
déficit hídrico no solo, afetam positivamente a
produtividade, aumentando a produção de frutas de
maior calibre, e a qualidade da fruta, incrementando
a coloração da película da fruta (Cargnino et al.,
2012; Nachtigall et al., 2012). O objetivo deste
trabalho foi avaliar o efeito da irrigação sobre o
crescimento das plantas de duas cultivares de
macieira na região dos Campos de Cima da Serra
do RS.
Material e Métodos
O experimento foi realizado em pomar comercial
implantado em 2013, com as cultivares ‘Galaxy’ e
‘Fuji Suprema’, enxertadas sob o porta-enxerto M9,
em Monte Alegre dos Campos/RS. Foi utilizado o Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
delineamento experimental inteiramente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
casualizado, com oito repetições, com dois tipos de
manejo: sequeiro e irrigado. No sistema sequeiro foi
utilizado o manejo convencional utilizado pela Conclusões
empresa. A irrigação foi realizada pelo sistema de A irrigação por gotejamento aumenta o crescimento
gotejamento, monitorada por tensiometria. A das plantas em pomares jovens de macieiras
adubação dos sistemas sequeiro e irrigado foi feita ‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’.
via solo, seguindo as recomendações da empresa.
No período de dormência foram avaliados o
Agradecimentos
diâmetro do tronco a 30 cm do solo, através de À Embrapa, Agropecuária SCHIO e FAPERGS pelo
paquímetro digital, o comprimento médio dos ramos fomento à pesquisa e financiamento de bolsas de
do ano, através de trena, os quais foram estudo.
estratificados em três tamanhos (< 30 cm, de 30 a Referências bibliográficas
60 cm e > 60 cm). Os dados foram submetidos à Cargnino, C.; de Sá, A. A.; Lima, C.M.; Saraiva, M.D.; Nachtigall,
análise de variância e à análise de médias pelo teste G.R.; Ernani, P. Crescimento de frutos de macieira Maxigala
Tukey. submetida a tratamentos de irrigação e fertirrigação. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 22., 2012,
Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: Embrapa Uva e
Resultados e Discussão Vinho. 2012. CD_ROM. 4p.
Para a condição de manejo irrigado, a cv. ‘Galaxy’ Nachtigall, G.R.; Cargnino, C.; Nava, G. Efeito da irrigação e
apresentou comprimento médio de ramos do ano fertirrigação na produtividade e qualidade de macieiras Royal
significativamente superior ao sistema sequeiro, já a Gala. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E
NUTRIÇÃO DE PLANTAS – FERTBIO2012, 3O., 2012, Maceió,
cv. ‘Fuji Suprema’ apresentou diâmetro do tronco AL. Anais... Maceió: SBCS, 2012. CD_ROM. 3p.
significativamente superior ao sistema sequeiro,
logo para cv. ‘Galaxy’ para este parâmetro não
houve diferença. As duas cultivares, no sistema

179
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Aplicação exógena de ácido salicílico em Physalis peruviana L.

Alexandre Claus1, Adenise Bottcher2, Juliana O. Nicolao3, Mainara E. Gabriel3, Tanieli P. Kanigoski3, Andressa
Gilioli1
1IFC – Instituto Federal Catarinense – Concórdia/SC. Professor(a) do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT); 2Mestranda do
Programa de Tecnologias de Bioprodutos Agroindustriais pela UPPR – Palotina/PR; 3Acadêmicas de graduação do IFC –
Concórdia/SC do curso de Agronomia, Rodovia SC 283 – Km 17 – CEP: 89703-720 – Concórdia/SC – (49) 3441-4800,
juli_nicolao@hotmail.com.

Palavras Chave: Estresse térmico, hormônio vegetal, indução de resistência, massa do fruto.

Introdução Figura 1- Massa do fruto (g) de Physalis peruviana


A Physalis peruviana L. possui grande valor em função aplicação exógena de ácido salicílico.
nutricional e econômico, sendo classificada como
fruta fina, enquadrando-se no ranking de pequenas
frutas (FISCHER & ALMANZA, 1993). Pertence a
família das solanáceas, esta que sofre muito o
ataque de fitopatógenos. Nos últimos anos vem se
estudando a aplicação exógena de substâncias tidas
como indutoras de mecanismos de resistência a
patógenos, como no caso do ácido salicílico (AS),
classificado como hormônio vegetal. Este hormônio
está envolvido na defesa das plantas, agindo como
mensageiro químico capaz de induzir a produção de * Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F.
pelo menos, 5 grupos de proteínas relacionadas à
patogenicidade, como a chiquinase e a β-1,3 Ahmad et al., (2015) constatou em sua pesquisa
glucanase. Conforme Ahmad et al., (2015), em seu aumento na atividade de superóxido dismutase,
trabalho com aplicação do AS em plantas de milho, aumento do teor de clorofila e do sistema
relatou a provável indução a atividades de antioxidante. Já Sánchez et al., (2000), descreveu
superóxido dismutase, melhorando teores de que o AS promove aumento na produção de
clorofila, sistema de defesa antioxidante, também quinonas, que se acumulam nas paredes celulares
maior presença de nutrientes na raiz e parte aérea promovendo o aumento da resistência à penetração
de plantas. Poucos estudos relatam o uso do AS em em tecidos por patógenos. Sendo assim, acredita-se
plantas, principalmente os que relatam além de que a variação na massa do fruto esteja relacionada
mecanismos de defesa da planta, o seu efeito na a proteção de tecidos, diminuindo assim perdas por
produção. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi transpiração e também ao aumento de algumas
avaliar os efeitos da aplicação exógena de AS em atividades metabólicas benéficas, como acúmulo de
plantas na produção de Physalis peruviana L. clorofila, beneficiando o desenvolvimento da planta,
em condições estressantes, como foi induzido neste
Material e Métodos trabalho.
O experimento foi conduzido em casa de vegetação
no Instituto Federal Catarinense localizado em Conclusão
Concórdia-SC, o delineamento foi em blocos A dose de 2,0mM.L-1 foi a concentração mais
casualizados com cinco tratamentos e cinco adequada para o uso. A utilização de AS pode ser
repetições totalizando 25 plantas de Physalis uma alternativa na indução de mecanismos de
peruviana L. Os tratamentos foram realizados defesa a agentes estressantes, mantendo a
utilizando diferentes doses de AS, 0mM, 1,0mM, produção.
2,0mM, 3,0mM e 4,0mM.L-1. As plantas foram
cultivadas em vasos de 5 litros, onde as mesmas
Referências bibliográficas
Ahmad, I., S.M.A. Basra, S. Hussain, S.A. Hussain, Hafeez-ur-
passaram por condições de estresse térmico com a Rehman, A. Rehman and A. Ali. Priming with ascorbic acid,
elevação da temperatura para aproximadamente salicylic acid and hydrogen peroxide improves seedling growth of
38°C no período reprodutivo, por cerca de três horas spring maize at suboptimal temperature. Journal of
diárias. As doses de AS foram pulverizadas uma vez Environmental & Agricultural Sciences. 2015, 3:14-22.
Fischer, G.; Almanza, P. J. Nuevas tecnologías en el cultivo de la
por semana durante 16 semanas. Foi avaliada a
uchuva Physalis peruviana L. Revista Agrodesarrollo, [S.l.],
massa de frutos. Os dados foram submetidos à 1993, v. 4, n. 1-2, p. 294.
análise de variância e regressão através do software Sánchez, E.; Soto, J.M.; Garcia, P.C.; López-Lefebre, l.R.;
SISVAR. Rivero, R.M.; Ruiz, J.M.; Romero, l. Phenolic compounds and
oxidative metabolism in green bean plants under nitrogen
toxicity.Australian Journal of Plant Physiology, Collingwood,
Resultados e Discussão 2000, v.27, n.10, p.973-978.
Conforme Figura 1, a aplicação proporcionou
aumento quadrático da massa do fruto, alcançando
a máxima massa do fruto na dose estimada de
2,0mM.L-1, com o aumento desta dose, nota-se um
decréscimo na massa de frutos, constatando um
possível efeito negativo em atividades metabólicas.

180
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Uso de húmus líquido no cultivo orgânico de amoreira-preta

Rafaela Schmidt Souza1, Maurício Gonçalves Bilharva1, Rudinei De Marco1, Priscila da Silva Lúcio1, Carlos
Roberto Martins2
1UFPel. (PG.), Campus Universitário s/n. Capão do Leão - RS, Brasil - 96010-610, souzarafaela15@yahoo.com.br;
mauriciobilharva@gmail.com; rudineidemarco@hotmail.com; priscilasilluc@gmail.com. 2Embrapa Clima Temperado. (PQ), Rodovia
BR-392, Km 78, 9º Distrito, Monte Bonito. Caixa Postal 403, CEP: 96010-971 - Pelotas, RS carlos.r.martins@embrapa.br

Palavras Chave: Rubus spp., adubação orgânica, cv. Tupy.

Introdução Tabela 1. As médias de produtividade, SST,


A amora-preta é uma cultura crescente na região diâmetro e comprimento obtido de frutas de amora-
Sul do Brasil, devido principalmente ao seu elevado preta cv. Tupy em sistema de produção orgânico.
potencial para a diversificação de espécies dentro Pelotas-RS, 2017.
da propriedade rural, pelo baixo custo de Produtividade SST Diâmetro Comprimento
implantação e a necessidade reduzida de utilização (g/pl.) (Brix°) (mm) (mm)
de agrotóxicos, tornando uma alternativa viável de
produção para o sistema de produção orgânica 135,27a 8,07a 14,46a 20,98a
(Antunes, 2002; Martins, 2015). Entre os adubos 201,35a 8,47a 14,72a 21,89a
orgânicos utilizados nos cultivos de amora em
sistema orgânico, tem-se o húmus de minhoca 141,25a 8,40a 15,27a 22,03a
como insumo básico, também conhecido como 208,03a 8,30a 13,28a 20,62a
vermicomposto que quando depositado no solo atua
de forma benéfica e auxilia no desenvolvimento das *As médias seguidas pela mesma letra não diferem
plantas (Schiedeck et al., 2014). O húmus pode ser estatisticamente entre si. Foi aplicado o teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade.
incorporado no solo tanto na forma sólida como
líquida, porém a primeira opção demanda uma
maior quantidade e também poderá trazer sementes
de plantas indesejadas. Assim, surge como Conclusões
alternativa de aplicação à forma líquida, mas ainda O húmus líquido como fonte de adubação orgânica
existem poucas informações. O objetivo deste no cultivo de amora-preta não evidência efeito na
trabalho foi avaliar a utilização de concentrações de produtividade na primeira safra.
húmus líquido no cultivo da amoreira – preta.
Agradecimentos
Material e Métodos À Capes, pela concessão da bolsa de iniciação
O experimento foi conduzido na propriedade rural científica; à UFPel e à Embrapa, pela estrutura de
localizada no município de São Lourenço do Sul-RS, apoio para realização das análises; e ao agricultor,
no ano de 2016. Foram realizadas pulverizações na pela disponibilidade da área para realização do
cobertura das plantas na linha de cultivo, com experimento.
húmus de minhoca, os tratamentos constituídos de
húmus líquido nas concentrações: 0%; 7,5%;15% e Referências bibliográficas
30%. O delineamento experimental foi em blocos ao Antunes, L.E. C. Amora-preta e nova opção de cultivo no Brasil.
Ciência Rural, 2002, v.32, p.151-158.
acaso, com três repetições, contendo cinco plantas Martins, W. A. Fenologia, exigências térmicas, produção, custo e
por tratamento. As plantas foram implantadas em rentabilidade da amora-preta cv. “Tupy”. Tese (Doutorado) no
novembro de 2013, sendo a cultivar da amora-preta Programa de Pós-Graduação em Agronomia na Universidade
Tupy, e o espaçamento utilizado de 2,30m x 0,75 m. Federal da Grande Dourados.113 f. Dourados-MS,2015.
Foram avaliados a produtividade, teor de sólidos Schiedeck, G.; Scwengber, J. E.; Schiavon, G. A.; Gonçalves, M.
M. Minhocultura: produção de húmus. 2 ed. Rev. Ampl. Brasília-
solúveis (SST), comprimento e diâmetro das frutas. DF. Embrapa (ABC da Agricultura família, 38r), 2014, 56p.
Os dados foram submetidos à análise de variância e
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade de erro no programa de Assistat.

Resultados e Discussão
Não foram constatadas alterações nos parâmetros
avaliados na primeira safra, independente da
concentração utilizada de húmus líquido (Tabela 1).
Além da concentração, as frequências de aplicações
poderão evidenciar ao longo das safras de cultivo da
amoreira-preta resultados satisfatórios, entretanto
carece de maiores estudos para aferir sobre sua
aplicabilidade no cultivo de amora-preta.

181
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Teores minerais em frutos de maçãs ‘Fuji’ com aplicações do fertilizante Kamab-26®
em pré-colheita
Leandro J. de O. von Hausen1, Leandro Hahn2, José L. Petri3
1Fbvonhausen Consultoria no Agronegócio LDTA, Consultor Técnico – Sócio Proprietário, Rua Dezessete 211, Loteamento Recife,
56320791, Petrolina-PE, E-mail: leandrohausen@yahoo.com.br; 2Epagri – Estação Experimental de Caçador (PQ) e Uniarp –
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, E-mail: leandrohahn@epagri.sc.gov.br. 3Epagri – Estação Experimental de Caçador (PQ), E-
mail: petri@epagri.sc.gov.br; Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, 89500-000, Caçador-SC.

Palavras Chave: Malus domestica, Cálcio, Distúrbios fisiológicos, nutrição mineral

Introdução de 7 (T1), 14 (T2) e 21 dias (T3), aumentaram os


O cálcio tem merecido considerável atenção nos teores de Ca na polpa em comparação à aplicação
últimos anos, haja vista sua relação com desordens de CaCl 2 . Por fim, os tratamentos T1 e T2
fisiológicas e devido a outros efeitos favoráveis, diminuíram as relações K/Ca e (K+Mg)/Ca na polpa
particularmente em frutos, onde ele pode reduzir a em relação ao uso de CaCl 2 , estando estas relações
respiração, atrasar o amadurecimento, estender o abaixo dos valores recomendados pela literatura
período de armazenamento, incrementar a firmeza científica. Apesar dos resultados positivos com a
da polpa, aumentar o conteúdo de vitamina C e aplicação dos tratamentos com Kamab-26®, eles
diminuir o apodrecimento durante o armazenamento não apresentaram diferença para o tratamento
(SHARPLES & JOHNSON, 1977). A maior parte do controle, sem aplicação de Ca em pré-colheita.
cálcio presente no fruto por ocasião da colheita, é
absorvido na fase da divisão celular. Tabela 1. Teores minerais em polpa de maçãs ‘Fuji
Posteriormente, porém, a concentração de cálcio do Kiku’ com aplicações foliares em pró-colheita na
fruto diminui devido ao efeito de diluição atingindo o safra 2016/2017. Vacaria, RS.
N P K Ca Mg (K+Mg)/
valor mínimo 100 a 110 dias após a plena floração Trat.
--- mg kg-1 ---
N/Ca K/Ca
Ca
(BRACKMANN & RIBEIRO, 1992). BRACKMANN et T1 430,3 ab 186,6 964,5 51,4 a 42,1 8,4 18,9 b 19,7 b
T2 437,2 ab 171,4 923,8 50,2 a 48,2 8,8 18,6 b 19,6 b
al., 2010, recomendam nove aplicações de CaCl 2 T3 445,4 ab 161,5 1032,8 51,5 a 46,4 8,7 20,0 ab 20,9 ab
para evitar distúrbios fisiológicos em frutos da T4
T5
415,1 ab
459,2 a
124,5 1108,0 40,7 b
225,4 1124,7 45,0 ab
45,8
48,7
10,2
10,3
27,1 ab
25,4 ab
28,3 ab
26,5 ab
macieira. O objetivo do trabalho foi avaliar teores CaCl 2 388,9 b 221,4 1231,3 40,6 b 41,7 9,6 30,4 a 31,5 a
Controle 407,9 ab 193,1 968,3 47,2 ab 47,0 8,8 20,8 b 21,8 b
minerais na polpa de frutos de maçãs ‘Fuji’ com CV (%) 6,3 134,4 16,3 7,2 17,2 10,9 19,7 19,6
aplicações de Kamab-26® em pré-colheita. Valores
<500 >100 <950 >40 <40 <14 <20 <30
recom.1
Letras iguais na coluna não diferem estatisticamente pelo teste
Material e Métodos de Tukey (P<0,05). 1Valores recomendados por Schveitzer &
O experimento foi realizado em pomar comercial de Hahn (2016).
maçãs ‘Fuji Kiku’ (porta enxerto M9), em Vacaria-RS
na safra 2016/17. Os tratamentos foram constituídos Conclusões
pela aplicação foliar do fertilizante Kamab-26®, A aplicação de Kamab-26® com início 45 dias antes
composto por Ca (7,15%), N (10%), K (5%), Mg da colheita, em intervalos de 7 e 14 dias aumenta o
(1,2%) e B (0,1%) e aminoácidos. O produto foi teor de Ca e diminui as relações K/Ca e K+Mg/Ca
aplicado 45 dias antes da colheita, em intervalos de na polpa da fruta de maçãs ‘Fuji Kiku’ em relação à
7 (T1), 14 (T2) e 21 dias (T3), totalizando, 5, 3 e 1 aplicação de CaCl 2 . Esses resultados indicam que o
aplicação, respectivamente. No T4 o produto foi Kamab-26® pode ser uma alternativa ao uso do
aplicado em intervalo de 15 dias e 5 dias antes CaCl 2 como fonte de Ca em pré-colheita, podendo
colheita (2 aplicações) e no T5 o intervalo foi de 7 aumentar o potencial de conservação de
dias (5 aplicações). Nos tratamentos T1 a T4 a dose conservação dos frutos em pós-colheita.
utilizada foi de 3 L ha-1 e em T5 utilizou-se 4 L ha-1.
Constituiu-se ainda um tratamento com 5 aplicações Agradecimentos
em intervalo de 15 dias de CaCl 2, 3 L ha-1. Um Epagri – Estação Experimental de Caçador-SC.
tratamento sem aplicação de fertilizante foliar, foi Proterra Engenharia Agronômica Ltda, Vacaria-RS.
mantido como controle. O delineamento
Referências bibliográficas
experimental foi de blocos casualizados com quatro
Brackmann, A. & Ribeiro, N.D. Cienc Rural, 1992, 22, 247.
repetições. Na colheita, avaliou-se os teores de Brackmann, A. et al. Cienc Rural, 2010, 40, 1435-1438.
minerais da polpa fresca dos frutos, conforme Sharples, R.O., Johnson, D.S. Ann Appl Biol, 1997, 85, 450.
metodologia de Schveitzer & Suzuki (2013). Schveitzer, B.; Suzuki, A. Doc. 241, Epagri, 2013.
Adicionalmente, determinou-se as relações N/Ca, Schveitzer, B.; Hahn, L. Informativo. 03, Epagri, 2016.
K/Ca e (K+Mg)/Ca.
Resultados e Discussão
A aplicação de Kamab-26®, 4 L ha-1, no intervalo de
7 dias (T5) aumentou o teor de N na polpa em
relação ao tratamento CaCl 2 .Apesar disso, estes
teores não ultrapassaram os valores recomendados
pela literatura científica. Além disso, os tratamentos
com aplicação Kamab-26®, 3 L ha-1, em intervalos

182
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Efeito da irrigação e fertirrigação na coloração da película de maçãs ‘Fuji Suprema’,
na região dos Campos de Cima da Serra, RS
Yan Pinter das Chagas1*, Gilmar Ribeiro Nachtigall2
1Universidadede Caxias do Sul – CAMVA.(IC), Av. Dom Frei Candido Maria Bamp, 2800, CEP 95200-000, Vacaria, RS. E-mail:
yanpinter@hotmail.com; 2 Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, (PQ), Caixa Postal 177,
CEP 95200-000, Vacaria, RS. E-mail: gilmar.nachtigall@embrapa.br.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, cor da fruta, disponibilidade de agua, nutrientes.

Introdução irrigação e fertirrigação apresentaram valores


As variações climáticas verificadas nos últimos anos significativamente inferiores ao tratamento sequeiro.
têm constituído um motivo de preocupações para os A cor vermelha é o parâmetro de maior importância
produtores de maçã no sul do Brasil, principalmente na avaliação de cor de fundo da epiderme de
a irregularidade e má distribuição das chuvas, que maçãs. No lado menos colorido da fruta, a avaliação
podem afetar a qualidade e produtividade de na colheita não apresentou diferenças significativas
macieiras. Os solos da Região dos Campos de entre tratamentos, enquanto que na segunda
Cima da Serra do Rio Grande do Sul cultivados com avaliação, teve a mesma tendência do lado colorido.
macieira são classificados predominantemente
como Latossolos, com textura argilosa, que em Tabela 1. Parâmetros de cor da película no lado
condições de déficit hídrico perde umidade com colorido e no lado oposto de maçãs ‘Fuji Suprema’,
facilidade (Hoffmman e Nachtigall, 2004). em função dos tratamentos, avaliados na colheita e
Resultados iniciais mostraram que a irrigação e a após 30 dias de armazenamento de câmara fria
fertirrigação, na ocorrência de déficit hídrico no solo, convencional e 07 dias de prateleira na temperatura
afetam positivamente a produtividade e a qualidade ambiente. Safra 2016/17.
da fruta (Cargnino et al., 2012; Nachtigall et al.,
2012). O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito
da irrigação e fertirrigação na coloração da película
de maçãs ‘Fuji Suprema’.
Material e Métodos
O experimento foi realizado em pomar comercial
implantado em 2013, com a cultivar ‘Fuji Suprema’,
enxertadas sob o porta-enxerto M9, em Monte
Alegre dos Campos/RS. Foi utilizado o delineamento
experimental inteiramente casualizado, com oito
repetições, com quatro tipos de manejo: sequeiro,
irrigado, fertirrigação A e fertirrigação B. A irrigação
foi realizada pelo sistema de gotejamento,
monitorada por tensiometria. A fertirrigação A foi Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
baseada numa taxa de extração de nutriente de 10, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
15 e 20 kg/ha de N, P e K, respectivamente,
enquanto que a fertirrigação B foi baseada numa Conclusões
taxa de extração de nutriente de 53, 13 e 55 kg/ha No manejo com irrigação e fertirrigação houve
de N, P e K, respectivamente. A adubação dos acréscimo na coloração vermelha dos frutos de
sistemas sequeiro e irrigado foi feita via solo, macieiras ‘Fuji Suprema’.
seguindo as recomendações da empresa. Na
colheita e após 30 dias de armazenamento de Agradecimentos
câmara fria convencional e 07 dias de prateleira na À Embrapa, Agropecuária SCHIO, SQM Vitas e
temperatura ambiente foram coletadas amostras de CNPq pelo fomento à pesquisa e financiamento de
frutos para avaliação da cor da película através de bolsas de estudo.
colorímetro utilizando o sistema L*a*b*. Os dados Referências bibliográficas
foram submetidos à análise de variância e à análise Cargnino, C.; de Sá, A. A.; Lima, C.M.; Saraiva, M.D.; Nachtigall,
de médias pelo teste Tukey. G.R.; Ernani, P. Crescimento de frutos de macieira Maxigala
submetida a tratamentos de irrigação e fertirrigação. In:
Resultados e Discussão CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 22., 2012,
Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves: Embrapa Uva e
Na avaliação da cor no lado mais colorido da fruta, o Vinho. 2012. CD_ROM. 4p.
parâmetro L* (luminosidade) foi maior nas frutas do
Hoffmann, A., Bernardi, J. Fatores edafoclimáticas. In: Nachtigall,
manejo sequeiro, sendo similar para os tratamentos G.R. (Ed.) Maçã: Produção. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e
de irrigação e fertirrigação. Para o parâmetro “a”, Vinho, Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 25-31 p.
que corresponde à cor vermelha, observa-se que os Nachtigall, G.R.; Cargnino, C.; Nava, G. Efeito da irrigação e
tratamentos com irrigação e fertirrigação fertirrigação na produtividade e qualidade de macieiras Royal
apresentaram valores significativamente superiores Gala. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E
ao tratamento sequeiro. Para o parâmetro “b”, que NUTRIÇÃO DE PLANTAS – FERTBIO2012, 3O., 2012, Maceió,
AL. Anais... Maceió: SBCS, 2012. CD_ROM. 3p.
corresponde à cor amarela, os tratamentos com

183
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Doses de gesso agrícola no desenvolvimento de mirtileiro cv. Brightwell
Beatriz da Silva Vanolli1, Leticia Sviech1, Carine Rusin², Renato V. Botelho³, Marcelo M. L. Müller³
1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste, acadêmico de graduação (IC), Rua Simeão Camargo Varela de Sá, 03 – Vila
Carli – PR. bia.vanolli@hotmail.com; ²UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste, acadêmico de graduação (PG), Rua
Simeão Camargo Varela de Sá, 03 – Vila Carli – PR; ³UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste, acadêmico de
graduação (PQ), Rua Simeão Camargo Varela de Sá, 03 – Vila Carli – PR.

Palavras Chave: Gessagem, teor de clorofila, Vaccinum ashei, Blueberry.

Introdução (2005), constataram que a aplicação de gesso


O plantio de mirtileiro tem crescido promoveu o aumento da produção de matéria verde,
significativamente na última década com perspectiva matéria seca e altura de plantas do capim-tanzânia.
de aumento de produção (STRIK, 2006) com amplo
apelo à sua utilização devido à sua composição
nutricional (FACHINELLO, 2008). As melhores
condições de cultivo ocorrem em solos ácidos, com
pH em água entre 4 e 5,5, arenosos, franco-
arenosos ou argilosos não muito profundos e de
baixa fertilidade, não compactados e bem drenados
(FREIRE, 2007). Como forma de correção de solo, o
gesso agrícola, sulfato de cálcio diidratado
(CaSO 4 .2H 2 O), é 145 vezes mais solúvel que o
calcário quando aplicado em superfície. Desta
forma, movimenta-se mais rapidamente para as
camadas subsuperficiais do solo, causando
aumento nos teores de Ca e S e redução a
toxicidade do Al3+ e, assim, favorecendo o
crescimento radicular das plantas em profundidade
no solo (BLUM, 2008). O gesso pode alterar
atributos físicos como densidade do solo e
porosidade (COSTA et. al., 2007) O objetivo foi Figura 1. Doses de gesso agrícola no
caracterizar os efeitos do uso do gesso agrícola desenvolvimento de mirtileiro.
sobre o desenvolvimento da parte aérea de mirtileiro
cv. Brightwell. Tabela 1. Parâmetros de crescimento em mirtileiros
Material e Métodos submetidos a diferentes doses de gesso agrícola.
Doses de Diâmetro Compr.(cm)/ Alt de
O experimento foi realizado em casa de vegetação,
Gesso IFC** de caule n.º de plantas
com mudas de mirtileiro cv. Brightwell obtidas por
kg.ha-1 (mm) ramos (cm)
estaquia, e mantidas em vasos com irrigação
intermitente. O delineamento experimental foi 0 48,96ns 7,33ns 30,36ns 59,2ns
inteiramente casualizado com 4 tratamentos, cinco 2000 49,28 6,89 33,53 58,2
repetições e parcela experimental constituída por 4000 50,84 7,54 34,2 59,6
uma planta. Os tratamentos utilizados foram as 8000 54,08 8,01 35,02 65,8
seguintes doses de gesso agrícola equivalente por CV (%) 2,19* 9,68* 8,62* 11,5*
hectare: 1) zero, 2) 2000 kg ha-1, 3) 4000 kg ha-1, 4) *Dados transformados por log10; **Índice de clorofila Falker.
8000 kg ha-1. Os vasos foram preenchidos com solo
Conclusões
ácido (pH 5) de subsuperfície misturados com as
respectivas doses de gesso dos tratamentos, A utilização de diferentes doses de gesso agrícola
seguindo-se o plantio das mudas de raiz nua com não influenciou no desenvolvimento das mudas de
aproximadamente 20cm. 30 dias após o plantio, mirtilo neste primeiro ano de trabalho.
foram avaliadas quinzenalmente altura da planta, Agradecimentos
diâmetro do tronco, número e comprimento das AoCNPq pela concessão de Bolsa de Iniciação
ramificações e índice de clorofila foliar Falker. Os Científica ao primeiro autor.
dados foram submetidos à análise de variância com
o software SISVAR 5.6. Referências bibliográficas
Blum, S.C., Ponta Grossa, Universidade Estadual de Ponta
Resultados e Discussão Grossa. 2008, 76p. (Dissertação de Mestrado).
No presente trabalho não foram observadas Costa, M, J, Acta Scientiarum Agronomy, 2007. V.29, p.701-708.
diferenças estatísticas para as variáveis de Custódio, D. P., de Oliveira, C. D. 2005. Ciência Animal
desenvolvimento da planta avaliadas decorrentes Brasileira, 6(1), 27-34.
Fachinello, José Carlos. Mirtilo. Rev. Bras. Frutic. 2008, 30, n. 2.
das doses de gesso, embora a maioria dos Freire, C.J.S. In: Sistema de produção de mirtilo. 2007.
tratamentos com gesso, apresentaram valores Strik, B. North America. Acta Horticulturae, 2006, 715, p.173-184.
superiores à testemunha para todas as variáveis
avaliadas. Em culturas anuais, Custódio et al.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Conteúdo mineral de farinhas de resíduos da vinificação de uvas tintas
Leticia Sviech1, Beatriz da S. Vanolli1, Gabriela D. Bennemann3, Renato V. Botelho4

1Unicentro - Universidade Estadual do Centro Oeste, Guarapuava-PR (IC). Rua Inacio Karpinski 1861 CEP 45050-000.
lesviech@gmail.com; 3Unicentro – Universidade Estadual do Centro Oeste, Guarapuava-Pr (PG); 4Unicentro – Universidade Estadual
do Centro Oeste, Guarapuava-PR (PG).

Palavras Chave: Minerais, Resíduos Agroindustriais, resíduos orgânicos.

Introdução foram superiores nas farinhas FBU das cvs. Bordo,


A indústria vitivinícola, assim como muitas outras, Tannat, Ancellotta e Seibel. Já Nas FCUs de
pode gerar um grande volume de resíduos Cabernet Sauvignon, Seibel e Pinot Noir a
orgânicos sólidos, os quais normalmente são concentração de ferro foi maior que FBUs, sendo
descartados. No entanto, esses resíduos possuem que as outras cvs. não apresentaram diferença. Por
uma composição muito rica em compostos fim, o mineral cálcio apresentou a maior
bioativos, e poderiam ser melhor aproveitados, concentração nas FBUs de Bordo, Tanat e Seibel.
como por exemplo para alimentação humana ou Sendo que as demais cultivares não apresentaram
animal (BARROS, 2011). O bagaço da uva oriunda diferença estatística.
da vitinicultura é basicamente composto por cascas,
sementes e ainda resíduos de polpa (ZOCCA et al.,
2007). Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi
comparar o conteúdo de minerais entre farinhas de
bagaços e farinhas de cascas de uvas.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado na Universidade Estadual do
Centro Oeste, em Guarapuava no Paraná, com o
objetivo de comparar a composição mineral entre as
farinhas de bagaço de uva (casca + sementes)
(FBU) e farinhas processadas apenas a partir das
cascas de uva (FCU). Na safra 2014-2015 foram
utilizadas as seguintes variedades: Pinot Noir,
Malbec, Tannat, Ancellotta, Merlot, Cabernet
Sauvignon e Cabernet Franc da vinícola Villagio
Grando, e ainda as variedades Seibel e Bordo da
vinícola Belmont. Na safra 2015-2016 avaliaram-se
as variedades Cabernet Sauvignon e Merlot da
vinícola Abreu & Garcia. Todas as farinhas foram
obtidas medicante secagem em estufa a 45°C, até
atingir a umidade de < 14%. Em seguida, as cascas
e sementes foram trituradas em moinho rotor tipo
ciclone/Willey, modelo MA1340, até a obtenção da
farinha de resíduos de uvas. Este material foi
submetido à tamisação em peneiras com aberturas
de malhas de 28 Tyler. Foram realizadas análises do
conteúdo de minerais após a digestão ácido
nítricoperclórica, os minerais, cobre (Cu), ferro (Fe), Figura 1. Conteúdo de cobre (a), manganês (b),
e manganês (Mn), foram determinados por magnésio (c), ferro (d) e cálcio (e) em farinhas de
espectrofotometria de absorção molecular, cálcio bagaço e de cascas de uvas. Guarapuava, 2016.
(Ca) e magnésio (Mg), por espectrofotometria de 1. Malbec; 2. Merlot; 3. Bordô; 4. Tanat; 5. Ancellotta; 6.
absorção atômica. Cabernet Sauvignon; 7. Seibel; 8. Pinot Noir; 9. Cabernet Franc.
*Letras maiúsculas diferentes representam valores
estatisticamente diferentes para os tipos de farinhas, e letras
Resultados e Discussão minúsculas diferentes representam valores estatisticamente
Os teores minerais das farinhas variou de acordo diferentes para as variedades estudadas, de acordo com o Teste
com a cultivar avaliada e a composição da farinha. de SNK a 5% de probabilidade.
O maior teor de cobre foi obtida na farinha da cv.
Seibel, diferenciando inclusive entre a FCU e FBU. Conclusões
Em geral, na casca apresentou maior quantidade de Há diferenças na quantidade dos minerais Cu, Fe,
Cu, provavelmente devido a aplicações de Mn, Ca e Mg entre as farinhas FBU e FCU e as
agroquímicos como proteção de doenças a base de cultivares.
cobre. Para manganês observou-se maiores Referências bibliográficas
quantidades na FCU nas cvs. Tanat e Seibel na FBU BARROS, Z. M. P. Cascas de frutas tropicais como fonte de
nas cvs. Cabernet Sauvignon e Pinot Noir. As antioxidantes para enriquecimento de suco pronto. 2011. 85.
demais cvs. mantiveram teores de Mn semelhantes ZOCCA, F.;et al. Food Chemistry, London, v. 102, n. 1, p. 59-65,
para ambas as farinhas. Os teores de magnésio 2007.

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Rendimento na extração da pectina de frutos de sete capotes
Jonas Goldoni¹, Clevison Luiz Giacobbo²
1Mestrando, UFFS – Programa de Pós graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, Erechim-RS. Rodovia SC 484, Km 02, 89.815-

899, Chapecó, SC. jonas.goldoni@uffs.edu.br; ² Prof. Dr. Agronomia/PPGCTA (Ciência e Tecnologia Ambiental). Campus Chapecó –
UFFS, Rod. SC 484 km 02, Bairro Fronteira Sul, 89801-001, Chapecó, SC. Rodovia SC 484, Km 02, 89.815-899, Chapecó, SC.

Palavras-Chave: Fruticultura, Campomanesia guazumifolia spp, Myrtaceae, capoteira, Frutíferas nativas.

Introdução ocorreu a adição de etanol (1:2 v/v), sendo agitado


Popularmente conhecida como sete capotes, por 10 minutos e posteriormente mantido em
capoteira, sete cascas, araçazeiro grande ou araçá repouso por uma hora. Já precipitada, a pectina foi
do mato a Campomanesia guazumifolia (Cambess.) separada por filtração a vácuo em papel filtro
O. Berg. é uma espécie arbórea da família qualitativo. Finalmente a amostra foi seca em estufa
myrtaceae. Seu fruto é do tipo baga com coloração à 45ºC por 12 horas e pesada. O rendimento foi
verde amarelada, que apresentam um grande expresso em %, em relação a massa seca de
número de sementes. Tal espécie ocorre em quase pectina por 100 g de amostra.
todas as formações vegetais do centro-oeste ao sul Resultados e Discussão
do país. Seu fruto é apreciado in natura e utilizado
O rendimento obtido na extração de pectina com
para confecção de doces (Lorenzi, 2008). Assim
base nas condições reacionais adotadas foi de
como nas demais regiões do país, as frutas nativas
5,28% ±0,49. Em escala industrial, os subprodutos
da região do sul apresentam um potencial de
mais utilizados na extração apresentam rendimento
mercado interessante. A diversidade destes novos
médio de pectina em massa seca entre 15%
sabores aliada a crescente busca pela melhoria na
(bagaço de maça) à 35% (albedo cítrico) (Canteri et
qualidade de vida fazem crescer o interesse por
al., 2012). Apesar de baixo, o teor de pectina
estes. Tais frutos apresentam grande potencial
encontrado nos frutos de sete capotes se mostra
como fontes de vitaminas e minerais, e ainda,
adequado para confecção de geleias e doces, sem
podem apresentam alguns compostos químicos
necessidade de complementação (Torrezan, 1998).
importantes para uma vida saudável e tantos outros
ainda inexplorados (Raseira et al., 2004). Presentes Conclusões
na parede celular, as pectinas respondem por cerca O rendimento de pectina extraído da massa seca
de um terço do peso em massa seca das células. dos frutos de sete capotes apresentou um valor
Devido a suas propriedades geleificantes, são reduzido, se comparado às principais fontes desta
utilizadas desde a antiguidade na produção de matéria-prima. Entretanto, o estudo de constituintes
geleias de frutas e industrialmente como agente físico-químicos de frutos da flora nativa é importante
espessante e estabilizante. Ainda, apesar de para a disseminação do conhecimento. A rica
ocorrerem naturalmente em grande parte dos biodiversidade da flora esconde um potencial por
tecidos vegetais, as fontes para extração comercial vezes inexplorado, podendo apresentar diversas
de pectina são limitadas em sua maioria a aplicações alimentícias e farmacológicas.
subprodutos da cadeia produtiva de citros e maça,
sendo sua qualidade e consistência dependente da Referências bibliográficas
variedade, maturação e condições de cultivo do fruto Canteri, M. H. G et al. Pectina: da Matéria-prima 92 ao Produto
(Tromp et al., 2003). O objetivo com este trabalho foi final. Polímeros. v. 22 n.2, p. 149-157, 2012.
verificar o rendimento na extração de pectina em Lorenzi, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo
de plantas arbóreas do Brasil, vol. 1, 5º edição. Instituto
frutos de sete capotes. Plantarum, Nova Odessa, 2008.
Raseira, M. et al. Espécies frutíferas nativas do Sul do Brasil.
Material e Métodos Embrapa Clima Temperado. Documentos, 2004.
A extração da pectina do fruto se deu conforme a Silva, I. et al. Optimization of extraction of high-ester pectin from
metodologia adotada por Silva et al., (2008), com passion fruit peel (Passiflora edulis flavicarpa) with citric acid by
using response surface methodology. Bioresource Technology, v.
algumas modificações. Os frutos foram coletados
99, n. 13, p. 5561-5566, 2008.
em uma propriedade rural no município de Torrezan, R. Manual para a produção de geléias de frutas em
Guatambu-SC e as análises realizadas nos escala industrial. EMBRAPA-CTAA. Documentos, 1998.
laboratórios da UFFS campus Chapecó. Uma Tromp, R. H. Kruit, C. G; Eijk, M. V; Rolin, C. On the
amostra de farinha do fruto seco (obtida após a mecachanism of stabilization of acidified milk drinks by pectin.
Food Hydrocolloids, v.18, p.565-572, 2003.
despolpa, a desidratação e a trituração) foi inserida
em cartucho de papel filtro e levada à extração sob
refluxo em sistema de condensação soxhlet à 97ºC,
obedecendo a proporção soluto/solvente de 1:50.
Como solvente foi utilizada solução 0,086% de ácido
cítrico em tempo reacional de 60 minutos. Após, o
extrato foi filtrado, resfriado à 4ºC e centrifugado por
30 minutos a 6000 rpm. Separado o sobrenadante,

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
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Efeito do raleio químico na produtividade da macieira cv. Fuji

Ana Maria Alves de Souza Ribeiro1*, Andrea de Rossi Rufato2, Bruna Bernades de Castro1, Leo Rufato1, Cassia
Regina Tempass2
1Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Centro de Ciências Agroveterinárias CAV/Programa de Pós-Graduação em

Produção Vegetal, Av. Luiz de Camões, 2090 Conta Dinheiro, 88520-000, Lages - Santa Catarina, anamaria.acre@gmail.com
2Embrapa Uva e Vinho/Fruticultura, BR 285 Km 04 caixa postal 1513 Vacaria-RS

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, maçã, raleante químico, tiossulfato de amônia

Introdução produto (Figura 1). De forma geral, verificou-se que


O raleio de frutos é uma das práticas agrícolas mais com o aumento da concentração de tiossulfato de
importantes para a cultura da macieira. Uma amônia houve uma redução da produtividade da
macieira produz entre quatro e cinco frutos a cada macieira cv. Fuji, sendo que a menor produtividade
inflorescência e o ideal é que o produtor mantenha foi observada na concentração de 3,5% do
apenas um ou dois destes. Muitas vezes é preciso ingrediente ativo do raleante químico tiossulfato de
retirar de 500 a 600 frutos por planta, o que é amônia (ATS). Contudo, o experimento deve ser
bastante trabalhoso e exige muita mão de obra repetido em outras safras, para se verificar se essa
(ROYO, 2010). Segundo Petri et al. (2013), com o redução foi causada pelo raleante ou por outros
raleio químico, esse processo é acelerado e bem fatores.
mais econômico porque dispensa boa parte do 18
trabalho manual. Existem diferentes tipos de 16
raleantes químicos e esses produtos são divididos Produtividade (t ha-1)
14
de acordo com o seu modo de ação, são eles: os 12
cáusticos, hormonais e inibidores de fotossíntese.
10
Em relação aos raleantes cáusticos, o tiossulfato de
amônia (ATS) é bastante utilizado nos Estados 8
Unidos possuindo como mecanismo de ação a 6
inibição da formação do tubo polínico (FALLAHI, 4
2010). Neste sentido, o objetivo desse trabalho foi 2 y= 11,8729 + 4,9963*x - 1,7377*x²
avaliar a influência do raleio químico dos frutos com R²= 0,6999
0
o ATS na produtividade da macieira cultivar Fuji. 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
Material e Métodos % de Tiossulfato de amônia (ATS)
O experimento foi implantado em 2011 e conduzido Figura 1. Produtividade em função de diferentes
na Estação Experimental de Fruticultura de Clima porcentagens do ingrediente ativo do raleante
Temperado (EFCT), pertencente à Embrapa Uva e químico tiossulfato de amônia (ATS).
Vinho, localizada no município de Vacaria, Rio
Grande do Sul, na safra 2015/16. O delineamento
utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), com 5 Conclusões
repetições, cujos tratamentos foram constituídos de Com base nas avaliações realizadas conclui-se que
diferentes porcentagens do ingrediente ativo do o tiossulfato de amônia na concentração de 1,5%
raleante químico tiossulfato de amônia (ATS), com apresentou melhores resultados para produtividade,
aplicação no período de plena floração, ressaltando porém sem diferir estatisticamente da testemunha e
que em todos os tratamentos foram aplicados 0,03% da concentração de 2,5% de tiossulfato de amônia.
de espalhante adesivo (Breakthru): T1-
Testemunha: sem aplicação do raleante químico Agradecimentos
tiossulfato de amônia (ATS), T2- Aplicação de 1,5 % À Embrapa Uva e Vinho e a CAPES pelo fomento à
de ATS, T3- Aplicação de 2,5 % de ATS, T4- pesquisa e financiamento da bolsa de estudo.
Aplicação de 3,5 % de ATS. Os dados obtidos foram
submetidos ao teste de Shapiro-Wilk para
Referências bibliográficas
FALLAHI, E.; GREENE, D.W. The Impact of Blossom and
verificação da normalidade. Em seguida, quando Postbloom Thinners on Fruit Set and Fruit Quality in Apples and
houve significância pelo teste f, as médias dos Stone Fruits. Acta Horticulturae, v.884, p.179-187 2010.
tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey PETRI, J. L.; HAWERROTH, F. J.; LEITE, G. B.; COUTO, M.
ao nível de 5% de significância sob o uso do Raleio Químico em Macieiras ‘Fuji Suprema’ E ‘Lisgala’. Revista
Brasileira de Fruticultura. v. 35, n. 1, p. 170-182, 2013.
programa WinStat. ROYO, J. Raleio químico melhora a qualidade da maçã. Online.
Disponível:<http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/
Resultados e Discussão Materia.asp?id=22016&secao=Pacotes%20Tecnol%F3gicos&c2
Houve diferenças significativas entre as aplicações =Ma%E7%E3> Acesso em: 12 fev. 2017.
das diferentes porcentagens do ingrediente ativo do
raleante químico tiossulfato de amônia (ATS), sendo
a maior produtividade alcançada no tratamento de
1,5% de tiossulfato de amônia, mas sem diferir
estatisticamente do tratamento com 0 e 2,5% de tal

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XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência do cultivo protegido na qualidade da uva ‘Cabernet Sauvignon’
conduzido em latada
Silvana Dallazem1, Jefferson Dantas de Souza, Eliane Rute de Andrade1, Sandra Denise Camargo Mendes1,
Vinicius Caliari1
1Epagri Estação Experimental de Videira (PQ). Rua João Zardo, 1660, Campo Experimental, 89560-000, Videira.
mendes@epagri.sc.gov.br;

Palavras Chave: cultivo protegido, polifenóis totais, caracterização físico-química, cor.

Introdução variações significativas. De acordo com os


O cultivo protegido com o uso de cobertura plástica resultados obtidos, observa-se que ao longo do
na viticultura catarinense foi difundido inicialmente período de março a abril deste estudo, ocorreram
em vinhedos conduzidos em manjedoura pela poucas variações em relação à coloração da uva
facilidade na instalação das lonas plásticas. ‘Cabernet Sauvignon’ entre os tratamentos (Tabela
Contudo, tradicionalmente, mais de 95% dos 2). As amostras apresentaram expressiva atividade
vinhedos catarinenses são conduzidos em latada. antioxidante 140,33%, resultado que se
Este cultivo protegido em viticultura tem como correlacionou com o conteúdo fenólico. De modo
objetivo, principalmente, evitar os efeitos danosos geral, houve poucas variações durante o período de
de granizo, ventos, chuvas e ataque de pássaros. colheita de março a abril.
Assim, o uso de cobertura plástica provoca
alterações no microclima. Neste trabalho avaliamos Tabela 1. Parâmetros físico-químicos
o uso de cultivo protegido na influência na qualidade Brix a 20°C Acidez Total pH
da uva ‘Cabernet Sauvignon’ associada com Tratamentos Média ± dp Média ± dp Média ± dp
atributos como antocianinas totais, coloração e a a
1 17,79± 0,31 0,78±0,06 3,28±0,04a
polifenóis totais.
2 17,76± 0,51a 0,77±0,05a 3,27±0,04a
Material e Métodos 3 17,73±0,65
a
0,75±0,03a 3,28±0,05a
O vinhedo foi de ‘Cabernet Sauvignon’ foi conduzido 4 17,66±0,41
a
0,76±0,04a 3,29±0,04a
em latada (cultivo protegido) com espaçamento de Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
3,0m x 1,5m, na Estação Experimental de Videira - pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Epagri, SC. Os tratamentos foram: 1- Cobertura
plástica antes da brotação; 2- Cobertura plástica Tabela 2. Influência dos tratamentos na maturação
antes da floração; 3- Cobertura plástica antes da Polifenois Totais Antocianinas Teor de Cor
maturação da uva e, 4- Sem cobertura plástica. O Tratamentos Média ± dp Média ± dp Média ± dp
delineamento experimental foi inteiramente 1 172,52± 4,63a 744,43 ±6,79 a
0,92±0,04a
casualizado com 4 tratamentos, com quatro 2 268,15± 1,53a
643,15 ±7,57 ab
0,89±0,08a
repetições. Dos respectivos tratamentos foram 3 216,63± 11,08a 713,82 ± 8,79a 0,85±0,03a
coletados 3 cachos, a cada 15 dias, sendo que para 4 242,56± 3,55ab 614,04 ± 13,93ac 0,87±0,05a
o extrato foram separados 100 g de cascas em 40 1 205,86 ± 6,14ac 673,03± 8,77ad 0,83±0,03a
mL de metanol 50%, deixado em repouso por 24 a
2 242,89 ± 12,87 544,69 ± 11,52ae 0,88±0,05a
horas a 30 °C, após 24 horas foram adicionados
3 285,66 ± 8,02a 588,31± 3,87a 0,85±0,02a
mais 40 mL de metanol 50 e foram mantidos a - 4 208,89 ± 9,74 a 533,92 ±15,56af 0,79±0,01a
15°C. No final do processo os extratos obtidos foram Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem entre si,
armazenados a 4°C até a realização das analises. pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Nos mostos (200g) e os extratos foram realizadas o
processamento de amostras em quadriplicatas das Conclusões
seguintes determinações: potencial hidrogeônico Os componentes da uva ‘Cabernet Sauvignon
(pH), acidez titulável (AT-g 100g-1), sólidos solúveis conduzidos em latada sofreram poucas variações
totais (SST- Brix° a 20°C), Teor de cor, antocianinas em função do tempo de maturação. Observou-se
totais (mg L-1), atividade antioxidante (DPPH- TEAC) que entre março e abril, as concentrações de
e polifenois totais(mg L-1) no período março a abril Antocianinas totais apresentaram diferença
de 2009. Os dados foram submetidos à análise de significativa somente entre os tratamentos.
variância e à análise de médias pelo teste de Tukey,
a 5% de probabilidade de erro. Agradecimentos
À Epagri, Fapesc
Resultados e Discussão
Referências bibliográficas
A uva ‘Cabernet Sauvignon’ em latada (cultivo Kukoski, E. M.; Asuero, A G.; Troncoso, A. M.; Mancini-Filho, J.;
protegido) caracterizou-se por boa produtividade na Fett, Roseane. Aplicacion de diversos métodos químicos para
safra de 2009/2010 com 11,2 t ha-1; 13,5 t ha-1; 10,7 determinar actividad antioxidant en pulpa de frutos. Ciênc.
t ha-1 e 6,2 t ha-1. O teor de SST (Brix a 20°C), a Tecnol. Aliment., 2005. 25. 726. Gollücke ,A. P. B.; Catharino, R.
acidez total (AT) expressa em ácido tartárico (g em R.; de Souza, J. C. ; Eberlin, M. N.; Tavares, D. de Q. Evolution
of major phenolic components and radical scavenging activity of
100g-1 e pH durante os meses de abril a março grape juices through concentration process and storage. Food
estão apresentados na (Tabela 1) ocorrendo poucas Chem. 2009.112. 86.

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Avaliação dos teores minerais em peras da cultivar Santa Maria
Bianca Schveitzer1, Gabriela Zanchettin2, Ricardo Sachini1, Vera Lucia Scapin1, André A. Sezerino1, Mariuccia
Schlichting De Martin1
1EPAGRI – Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1.500, Cx.P. 591, 89.500-000, Caçador, SC.
biancashcveitzer@epagri.sc.gov.br 2; UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina (IC) Campus Trindade, Florianópolis, SC.

Palavras Chave: Pyrus communis, nutrientes, distúrbio fisiológico, cálcio.

Introdução região mediana e proximal, sendo que a última


A composição mineral de peras está diretamente apresentou os maiores teores de Ca. Os valores de
associada ao amadurecimento, perda de qualidade N não diferiram na casca, contudo, apresentaram
e aumento no risco de ocorrência de doenças e aumento gradativo da região proximal para região
distúrbios fisiológicos durante o armazenamento. distal na polpa dos frutos. Os valores de Mg não
Todavia, existem poucos estudos que avaliem qual variaram em ambos os tecidos. Os teores de K
a concentração dos principais nutrientes nas foram maiores na região proximal da casca dos
diferentes regiões dos frutos, sobretudo de minerais frutos. A relação K/Ca da polpa, estabelecida por
que estão associados à ocorrência de Martin et al. (2017) como principal indicador mineral
escurecimento de polpa, como o K e o Ca (Martin et do aparecimento do escurecimento da polpa em
al., 2017). Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi peras ‘Rocha’, foi maior na parte distal quando
determinar o gradiente mineral de Ca, Mg, K, N e P comparadas às demais regiões do fruto.
nas diferentes regiões de frutos da cultivar de pera
Santa Maria. Tabela 1. Concentrações totais de N, P, K, Ca e Mg
(mg kg-1), e relações N/Ca, K/Ca e (K+Mg)/Ca nas
Material e Métodos regiões proximal, mediana e distal no tecido da
Peras ‘Santa Maria’ foram colhidas durante a casca e da polpa de peras ‘Santa Maria’. Caçador,
colheita comercial, no dia 02/02/2017, em um pomar SC, 2017.
experimental localizado no município de Caçador, Região do Atributo Mineral
fruto
SC. Os frutos foram cortados em fatias longitudinais N P K Ca Mg N/Ca K/Ca K+Mg/Ca
Casca
de 10 mm de espessura (cunha), separando os Proximal 1162,6 ns
568,6 ns
1818,8 a 141,2 a 95,2 ns 8,4 c 12,8 ab 13,4 ab
tecidos de casca e polpa por região do fruto Mediana 1186,2 579,8 975,0 b 99,2 b 98,8 12,2 b 10,1 b 11,0 b
(proximal, mediana e distal) (Figura 1). Os tecidos Distal 1238,6 600,6 1041,6 b 65,8 c 96,4 19,2 a 16,2 a 17,6 a
de polpa e casca foram analisados separadamente CV (%) 4,7 14,1 18,4 7,0 17,0 12,5 18,5 18,3
Polpa
quanto aos teores totais de N, P, K, Ca e Mg. As Proximal 332,8 c 552,8 c 957,2 ns 49,8 a 47,2 ns 6,8 c 19,2 b 20,4 b
determinações foram feitas de acordo com o Mediana 436,4 b 811,2 a 947,0 35,8 b 46,6 12,0 b 26,6 b 28,0 b
descrito por Schveitzer e Suzuki (2013). O Distal 501,6 a 670,2 b 925,2 21,2 c 54,2 23,8 a 43,6 a 46,2 a
CV (%) 5,4 5,7 11,5 9,9 17,4 14,6 15,2 14,6
delineamento experimental foi o inteiramente Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre
casualisado, composto por cinco repetições, com 20 si pelo teste de Tukey (p≤0,05). ns: não significativo (p>0,05).
frutos cada repetição. Os dados foram submetidos à
análise de variância e as médias comparadas pelo Conclusões
teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Existe um gradiente de concentração de Ca total em
peras ‘Santa’Maria’, sendo que a região distal do
tecido da polpa e da casca dos frutos apresentam as
menores concentrações de Ca, bem como as
maiores relações K/Mg, N/Ca e K+Mg/Ca.
Referências bibliográficas
Schveitzer, B., Suzuki, A. Métodos de análises químicas de
polpa fresca de maçã. Doc. 241, Epagri, 2013.
Martin M.S., Steffens, C.A., Amarante, C.V.T, Rodrigues, M.F.,
Heinzen, A.S, Brackmann, A. Escurecimento da polpa em pera
‘Rocha’ influenciado pela composição mineral do fruto e
condições de atmosfera controlada. Bragantia, 2017, v.76, n.2.

Figura 1. Secção longitudinal do fruto, com


separação das regiões (proximal, mediana e distal)
para análise das concentrações minerais.
Resultados e Discussão
Em ambos os tecidos analisados, as concentrações
de Ca foram menores na região distal, seguidos pela

189
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Teores minerais em cachos das uvas ‘Merlot’ e ‘Cabernet Sauvignon’
Ricardo Sachini1, Everlan Fagundes2, Gabriela Zanchettin3, Vera Lucia Scapin1, Mariuccia Schlichting De
Martin1, Bianca Schveitzer1, José Luiz Petri1
1EPAGRI – Estação Experimental de Caçador (PQ). Rua Abílio Franco, 1.500, Cx.P. 591, 89.500-000, Caçador, SC.
ricardosachini@epagri.sc.gov.br 2UDESC. Avenida Luís de Camões, 2090, 88520-000, Lages-SC. 3UFSC – Universidade Federal de
Santa Catarina (IC) Campus Trindade, Florianópolis, SC.

Palavras Chave: Vitis vinífera, teor mineral, fósforo, nitrogênio.

Introdução Todavia, seria necessário repetir estes experimentos


As cultivares Merlot e Cabernet Sauvignon são para poder comprovar se estas diferenças são
cultivadas na região sul do Brasil, especialmente pontuais ou reais, e ainda, se seriam características
para a produção de vinhos. Os teores minerais são do cacho de uva. As concentrações de P, Ca, Mg e
de grande importância para determinação da K e as relações nutricionais não apresentaram
qualidade e valor nutricional de frutos. Para uvas diferença entre as regiões do cacho. Na cultivar
viníferas, se desconhece como os teores minerais Cabernet Sauvignon, os teores de P apresentaram
variam entre as diferentes regiões do cacho. Sendo maiores valores na região proximal do cacho
assim, o objetivo deste trabalho foi determinar o (Tabela 1). As concentrações de N, Ca, Mg e K e as
gradiente mineral de Ca, Mg, K, N e P nas diferentes relações não apresentaram diferença entre as
regiões do cacho de uva das cultivares Merlot e regiões distal e proximal dos cachos (Tabela 1).
Cabernet Sauvignon, nos tecidos da casca e da Tabela 1. Teores de N, P, K, Ca e Mg (mg kg-1), e relações
polpa. N/Ca, K/Ca e (K+Mg)/Ca, nas regiões proximal e distal de
cachos, no tecido da polpa de uvas ‘Merlot’ e ‘Cabernet
Material e Métodos Sauvignon’. Caçador, SC, 2017.
Uvas ‘Merlot’ e ‘Cabernet Sauvignon’ foram colhidas Mineral Proximal Distal Significância CV%
nos dias 01/03/2017 e 13/03/2017, respectivamente, Merlot
em um pomar comercial localizado no município de
Videira, SC. Foram analisadas as bagas N (mg/kg) 1061,4 823,0 * 15,5
separadamente das cascas, e o cacho ainda foi P (mg/kg) 598,8 521,8 ns 19,8
dividido por região do fruto (proximal e distal; Figura K (mg/kg) 1735,0 1672,4 ns 9,35
1). Os tecidos de polpa e casca foram analisados Ca
separadamente quanto aos teores totais de N, P, K, (mg/kg) 131,2 114,2 ns 28,6
Ca e Mg. As determinações foram feitas de acordo Mg
com o descrito por Schveitzer e Suzuki (2013). O (mg/kg) 120,0 106,0 ns 25,7
delineamento experimental foi o inteiramente N/Ca 8,2 7,8 ns 30,5
casualisado, composto por cinco repetições, com 10 K/Ca 13,6 15,8 ns 21,5
cachos cada repetição. Para comparação, os dados K+Mg/Ca 14,6 16,6 ns 21,8
foram submetidos à ANOVA.
Cabernet Sauvignon
N (mg/kg) 959,2 773,4 ns 32,8
P (mg/kg) 157,0 65,8 * 55,7
K (mg/kg) 2013,4 1749,2 ns 17,0
Ca
(mg/kg) 99,8 77,2 ns 23,2
Mg
(mg/kg) 115,0 90,2 ns 20,2
N/Ca 9,4 10,0 ns 26,6
K/Ca 21,0 23,8 ns 33,2
K+Mg/Ca 22,0 25,2 ns 33,7
ns: não significativo. *Significativo a 0,05 de probabilidade.

Conclusões
Para uvas ‘Merlot’, os teores de N tendem a ser
Figura 1. Secção longitudinal do cacho, com separação das mais elevados na polpa de bagas localizadas na
regiões (proximal e distal) para análise das concentrações
minerais. região proximal dos cachos. Para ‘Cabernet
Sauvignon’, o teor de P tende a ser mais baixo na
Resultados e Discussão polpa das bagas localizadas na região distal dos
As concentrações de N, P, Ca, Mg e K e as relações cachos. Para os demais nutrientes, em ambas as
nutricionais analisadas na casca, em ambas as cultivares e tecidos avaliados, não existe uma
cultivares, não apresentaram diferenças variação nutricional ao longo do cacho.
significativas entre as regiões distal e proximal dos
cachos (dados não apresentados). Na cultivar Referências bibliográficas
Schveitzer, B.; Suzuki. A. Métodos de análises químicas de
Merlot, os teores de N foram mais elevados na polpa polpa fresca de maçã. Epagri. 2013, Doc. 241.
das bagas da região proximal do cacho (Tabela 1).

190
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

ERRATA
Atmosfera controlada dinâmica permite utilizar temperatura mais elevada sem
aplicação de 1-MCP para o armazenamento de maçã ‘Galaxy’
Rogerio de Oliveira Anese, Auri Brackmann, Fabio Rodrigo Thewes, Erani Eliseu Schultz, Magno Roberto
Pasquetti Berghetti, Vagner Ludwig, Lucas Mallmann Wendt

1. Na Ficha Catalográfica na página II onde lê-se “218p.” leia-se 220p.;

2. No SUMÁRIO na página XXII inclua-se e leia-se:

“ERRATA”...........................................................................................................................................191

“192. Atmosfera controlada dinâmica permite utilizar temperatura mais


elevada sem aplicação de 1-MCP para o armazenamento de maçã
Rogerio de Oliveira Anese, Auri Brackmann, Fabio Rodrigo Thewes, Erani Eliseu Schultz, Magno Roberto
Pasquetti Berghetti, Vagner Ludwig, Lucas Mallmann Wendt”..................................................................192

ANAIS XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO-CAÇADOR, SC, v.II (resumos)

Pág. 192-jul/2017

191
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Atmosfera controlada dinâmica permite utilizar temperatura mais elevada sem
aplicação de 1-MCP para o armazenamento de maçã ‘Galaxy’
Rogerio de Oliveira Anese1*, Auri Brackmann2, Fabio Rodrigo Thewes2, Erani Eliseu Schultz2, Magno Roberto
Pasquetti Berghetti2, Vagner Ludwig2, Lucas Mallmann Wendt2
1
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Câmpus Urupema. Est. Senadinho, s/n, Centro, 89625-000, Urupema-SC.
rogerio.anese@ifsc.edu.br; 2Universidade Federal de Santa Catarina (UFSM). Av. Roraima, 1000, Camobi, 97105-000, Santa Maria-
RS.

Palavras Chave: Malus domestica Borkh, 1-metilciclopropeno, fluorescência de clorofilas, quociente respiratório.

Introdução maçãs armazenadas em ACD-FC e ACD-QR nas


A utilização de temperaturas mais elevadas do que temperaturas de 2,0 e 2,5°C.
a atualmente recomendada (1,0 a 1,5°C) no
armazenamento da maçã ‘Gala’ poderão reduzir o Tabela 1. Firmeza da polpa e polpa farinácea de
consumo de energia elétrica pelo sistema de maçã ‘Galaxy’ armazenada em atmosfera
refrigeração e ventilação da câmara frigorífica. A controlada dinâmica em três temperaturas, sem e
maçã mantém a qualidade em temperaturas mais com 1-MCP, após 9 meses de armazenamento mais
elevadas durante o armazenamento em atmosfera sete dias a 20°C.
controlada (AC) com aplicação do 1-
metilciclopropeno (1-MCP) (Kittermann et al., 2015).
Recentemente surgiram novas técnicas de
armazenamento, como a atmosfera controlada
dinâmica (ACD) monitoradas com fluorescência de
clorofilas (ACD-FC) ou com o quociente respiratório
(ACD-QR), as quais utilizam pressões parciais de
O2 mais baixas do que a AC convencional. O
objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da
temperatura mais elevada (2,0 e 2,5°C) em maçã
‘Galaxy’ armazenada em ACD com e sem aplicação
de 1-MCP.
Material e Métodos
O experimento foi realizado com maçã ‘Galaxy’
proveniente de pomar comercial de Vacaria, RS, no
ano de 2015. Os tratamentos foram condições de
atmosfera controlada (1,2 kPa de O2 e 2,0 kPa de
CO2), atmosfera controlada dinâmica com
fluorescência de clorofilas (ACD-FC -
HarvestWatchTM) e com quociente respiratório
(ACD-QR1,3) com 1,2 kPa de CO2. Os frutos dos
tratamentos foram armazenados nas temperaturas
de 1,5, 2,0 e 2,5 °C, sem e com aplicação de 1-MCP
em arranjo trifatorial. As análises foram realizadas
após 9 meses e mais 7 dias a 20°C.
Resultados e Discussão * AC: 1,2 kPa O2 + 2,0 kPa CO2; ** Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na
linha e minúscula da coluna, não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de
A ACD-QR, nas condições sem 1-MCP, manteve erro.
maior firmeza dos frutos em todas as temperaturas.
O distúrbio fisiológico polpa farinácea foi reduzido Conclusões
com a aplicação do 1-MCP somente em AC na Maçãs ‘Galaxy’ podem ser armazenadas em
temperatura de 2,0°C e em ACD-FC na temperatura temperaturas de 2,0 e 2,5°C sem aplicação de 1-
de 1,5°C. Em ACD-FC nas temperaturas de 2,0 e MCP em atmosfera controlada dinâmica
2,5°C e em ACD-QR nas três temperaturas o 1- monitoradas com fluorescência de clorofilas ou
MCP não apresentou efeito na redução da polpa quociente respiratório.
farinácea. Os frutos em temperatura mais elevada
(2,0 e 2,5°C) armazenados em ACD-FC ou ACD-QR Agradecimentos
sem 1-MCP, mantiveram a firmeza da polpa elevada Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro.
e também baixa incidência de polpa farinácea. O 1-
MCP manteve a firmeza da polpa somente nos Referências bibliográficas
frutos armazenados em AC nas três temperaturas e Kittemann, D., McCormick, R.J., and Neuwald, D. A. Effect of
em ACD-FC na temperatura de 1,5°C (Tabela 1). high temperature and 1-MCP application or dynamic controlled
Este composto não manteve maior firmeza em atmosphere on energy savings during apple storage. E. J. Hortic.
Sci, 2015, n.80, p.33-38.

192
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

ERRATA 2
Sobrevivência de patógenos após dormência na brotação da macieira indica risco
potencial como inóculo primário de doenças

Jhulia Gelain, Natasha Akemi Hamada, Louise Larissa May De Mio

1. Na Ficha Catalográfica na página II onde lê-se “218p.” leia-se 222p.;

2. No SUMÁRIO na página XXII inclua-se e leia-se:

“ERRATA 2”.......................................................................................................................................193

“Sobrevivência de patógenos após dormência na brotação da macieira


indica risco potencial como inóculo primário de doenças”
Jhulia Gelain, Natasha Akemi Hamada, Louise Larissa May De Mio........................................................194

ANAIS XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO-CAÇADOR, SC, v.II (resumos)

Pág. 194-jul/2017

193
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Sobrevivência de patógenos após dormência na brotação da macieira indica risco
potencial como inóculo primário de doenças
Jhulia Gelain1, Natasha Akemi Hamada², Louise Larissa May De Mio3
1
UFPR – Universidade Federal do Paraná (PG): Setor de Ciências Agrárias, Rua dos Funcionários, 1540, Curitiba, PR.
jhulia.gelain@ufpr.br. ² IFPR – Instituto Federal do Paraná (PQ): Av. Bento Munhoz da Rocha Neto, PRT 280, Palmas – PR. 3UFPR –
Universidade Federal do Paraná (PQ): Setor de Ciências Agrárias, Rua dos Funcionários, 1540, Curitiba, PR.

Palavras Chave: tratamento de inverno; maçã; ramos.


Dormência A Dormência B
Introdução 100
Brotação 100
Brotação
a
90 90
No período de queda de folhas e frutos de culturas 80 80
70 a 70
perenes decíduas como a macieira, os micro-

% Incidência

% Incidência
a a a
60 60 a
a a
50 50 b a

organismos têm que suportar longos períodos na 40


30
a
a
40
30
a

ausência de tecido suscetível; nesse período os 20


10
20
10
a a b a a b b
patógenos se mantêm no pomar na fase de 0 0

sobrevivência, que permite sua perpetuação nessas


situações adversas. É o caso de Colletotrichum spp.
Dormência C Dormência D
(CRUSIUS et al., 2002) e Neonectria ditissima 100
Brotação 100
Brotação
a
a a
(ZELLER, 1926), dentre outros. Há poucos 90
80
a
a
a
90
80
70 70
trabalhos a respeito da presença de patógenos em
% Incidência

% Incidência
a
60 a 60
50 50 a
ramos de macieira na dormência em áreas 40
b
a
a b
40 b
a b a
30 30
produtoras, bem como pouco se conhece a respeito 20
10 b
20
10
b

b
da sobrevivência de patógenos após tratamento de 0 0

inverno. Este trabalho objetivou quantificar


patógenos em ramos brindilas de macieira da
cultivar Gala para verificar a eficiência de Figura 1. Incidência de gêneros de fungos em
tratamentos de inverno e quais patógenos ramos brindilas de macieira ‘Gala’, coletadas nos
sobrevivem em ramos, como potencial de inóculo períodos de dormência e brotação nos municípios
primário das doenças. de Campo Largo-PR (a), Porto Amazonas-PR (b),
Palmas-PR 01 (c), Palmas-PR 02 (d), incubados em
Material e Métodos câmara úmida por 30 dias. Médias de cada
As coletas foram realizadas em Campo Largo-PR, patógeno com a mesma letra não diferem pelo teste
Porto Amazonas-PR e duas propriedades Skott-Knott a 5% de propabilidade (P<0,05).
comerciais em Palmas-PR, durante a dormência
(antes da realização do tratamento de inverno) e Conclusões
após a brotação (após os tratamentos de inverno). Os ramos são fonte de inóculo primário de doenças
Foram coletados ramos de ano, do tipo brindilas, nos pomares de macieira.
assintomáticos, 10 cm de comprimento, sendo 12 Os tratamentos de inverno são insuficientes para
ramos da parte superior e 12 da parte inferior do controle de fitopatógenos importantes para a
dossel, retirados de 10 plantas escolhidas ao acaso cultura.
nos pomares. Os ramos foram deixados, sem
desinfestação, em câmara úmida por 30 dias a Agradecimentos
25°C, com fotoperíodo de 12 horas. A avaliação foi À Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
feita utilizando lupa (Zeiss®) e microscópio de luz EMBRAPA, à Universidade Federal do Paraná –
(Olympus®), identificando os patógenos a nível de UFPR e à Coordenação de Aperfeiçoamento de
gênero pelas características morfológicas de suas Pessoal de Nível Superior – CAPES.
estruturas de reprodução (conídios, ascósporos, Referências bibliográficas
picnídios ou peritécios). Crusius, L. U.; Forcelini, C. A.; Sanhueza, R. M. V. e Fernandes,
J. M. C.. Epidemiology of apple leaf spot. Fitopatol. Bras. 2002.
Resultados e Discussão v. 27, n. 1, 65-70.
Os ramos são fonte de inóculo primário de N. Zeller, S. M. European canker of pomaceous fruit trees. 1926.
ditissima, Botryosphaeria sp., Alternaria sp. e Oregon Agricultural College Station Bulletin 222, 1–52.
Fusarium sp. O patógeno Neonectria ditissima,
presente apenas nas áreas de Palmas – PR,
sobreviveu em ramos tipo brindilas de macieira
mesmo após os tratamentos de inverno, sendo
potencial fonte de inóculo para a infecção durante a
brotação. Houve elevada incidência dos gêneros
Botryosphaeria, Alternaria e Fusarium na brotação,
que demonstra falha no controle e grande potencial
de causar epidemias na região de Palmas – PR.

194
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

ERRATA 3
Estabelecimento in vitro de amora ‘Xavante’ em diferentes tempos de imersão em
hipoclorito de sódio

Ana Luiza Arruda, Fernanda Grimaldi, Gabriela Maciel Paiano, Eduarda Corrêa de Liz, Aike Anneliese
Kretzchmar, Leo Rufato

1. Na Ficha Catalográfica na página II onde lê-se “218p.” leia-se 225p.;

2. No SUMÁRIO inclua-se a página XXIII e leia-se:

“ERRATA 3”.......................................................................................................................................195

“Estabelecimento in vitro de amora ‘Xavante’ em diferentes tempos de


imersão em hipoclorito de sódio”
Ana Luiza Arruda, Fernanda Grimaldi, Gabriela Maciel Paiano, Eduarda Corrêa de Liz, Aike Anneliese
Kretzchmar, Leo Rufato..............................................................................................................................196

ANAIS XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO-CAÇADOR, SC, v.II (resumos)

Pág. 196-jul/2017

195
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Estabelecimento in vitro de amora ‘Xavante’ em diferentes tempos de imersão em
hipoclorito de sódio
Ana Luiza Arruda1*, Fernanda Grimaldi², Gabriela Maciel Paiano³, Eduarda Corrêa de Liz³, Aike Anneliese
Kretzchmar², Leo Rufato²

1
Universidade do Estado de Santa Catarina (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC.
analuiza1arruda@hotmail.com; ²Universidade do Estado de Santa Catarina (PQ). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro,
88520-000, Lages-SC; ³Universidade do Estado de Santa Catarina (IC) Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000,
Lages-SC.

Palavras Chave: micropropagação, desinfestação, Rubus sp., pequenas frutas

Introdução Segundo George (1993) e Alfenas et al. (2004), a


A produção de pequenas frutas tem gerado um concentração e o tempo de exposição aos
interesse muito grande no Brasil por parte dos desinfetantes dependem do material vegetal e da
consumidores, processadores de frutas, planta, pois possuem resultados variados quanto à
comerciantes e produtores familiares e de médio e sensibilidade dos tecidos.
grande porte. (HOFFMANN, 2003). A amora preta é
uma das espécies frutíferas mais promissoras no Tabela 1. Médias de contaminações fúngicas,
país, apresentando boas perspectivas de cultivo e bacterianas, oxidação e sobrevivência de explantes
comercialização. Nos últimos anos tem se de amora “Xavante” sob diferentes tempos de
observado crescimento na área cultivada, imersão em hipoclorito de sódio (2,5%).
Variáveis
principalmente na Região Sul do Brasil, e em
algumas regiões dos estados de São Paulo e Minas Tempo Contaminação Contaminação Oxidação Sobrevivência
Gerais. (ANTUNES et al., 2014). Pode ser de Fúngica Bacteriana
Imersão
propagada vegetativamente através da cultura de
tecidos, técnica que para as espécies frutíferas tem 15 min 2,87 a 0,25 ns 0,125 ns 2,12 b
sido utilizada com êxito técnico e econômico, pela 20 min 1,25 b 0,125 0,25 3,75 a
sua rapidez e eficiência de produção. (ERIG;
CV (%) 14,25 15,83 15,83 12,55
SCHUCH, 2005). O objetivo deste trabalho foi
avaliar a desinfestação de explantes de amora preta Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si ao
“Xavante” em diferentes tempos de imersão em nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não
hipoclorito de sódio (2,5%). significativo

Material e Métodos Conclusões


O experimento foi realizado no Laboratório de É indicado que se realize a desinfestação dos
Micropropagação Vegetal da Universidade do explantes durante 20 minutos de imersão dos
Estado de Santa Catarina em Lages/SC. Foram mesmos em hipoclorito de sódio (2,5%).
avaliados dois tempos de imersão dos segmentos
nodais em hipoclorito de sódio (2,5%) durante a Agradecimentos
desinfestação: 15 e 20 minutos. O delineamento À CAPES pelo incentivo à pesquisa e financiamento
utilizado foi o inteiramente ao acaso constituindo de bolsas de estudo.
dois tratamentos e oito repetições com cinco Referências bibliográficas
explantes cada. Após o estabelecimento in vitro, os ALFENAS, A.C.; ZUZA, E.A.V.; MAFIA, R.G.; ASSIS, T.F.
explantes foram colocados no escuro por um Clonagem e doenças do eucalipto. Viçosa, MG: Universidade
período de sete dias e posteriormente foram Federal de Viçosa, 2004. 442p.
avaliados quanto à contaminação fúngica, ANTUNES, L. E. C. et al. Produção de amoreira-preta no Brasil.
Revista Brasileira de Fruticultura, 36(1):100-111, 2014.
bacteriana, oxidação e sobrevivência. Os dados ERIG, A.C., SCHUCH, M.W. Micropropagação fotoautotrófica e
obtidos foram submetidos à análise de variância e uso da luz natural. Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.4, p. 961-
as médias comparadas pelo teste de Tukey à 5% de 965, 2005.
probabilidade de erro. HOFFMANN, A. Apresentação. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO
SOBRE PEQUENAS FRUTAS, 1., 2003, Vacaria. Anais... Bento
Resultados e Discussão Gonçalves. Embrapa Uva e Vinho, 2003. p. 6.
GEORGE, E. F. Plant propagation by tissue culture: the
Não ocorreram diferenças estatísticas entre os technology. Edington: Exegetics Limited, 1993, 574 p.
tratamentos para as variáveis contaminação
bacteriana e oxidação. Entretanto, a imersão em
hipoclorito de sódio (2,5%) durante 20 minutos,
resultou em uma maior sobrevivência dos explantes
e em uma menor taxa de contaminação fúngica,
com médias de 3,75 e 1,25 respectivamente.

196
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

ERRATA 4
Indução da brotação de videiras ‘Cabernet Sauvignon’ com uso de Erger ®
associado ao nitrato de cálcio em Flores da Cunha, RS

Giovanni M. A. G. Coser, Fernando J. Hawerroth, Marco A. Tecchio, Danyelle de S. Mauta, Charle K. B. de


Macedo, Lisiane V. de Oliveira

1. Na Ficha Catalográfica na página II onde lê-se “218p.” leia-se 227p.;

2. No SUMÁRIO na página XXIII inclua-se e leia-se:

“ERRATA 4”.......................................................................................................................................197

“Indução da brotação de videiras ‘Cabernet Sauvignon’ com uso de


Erger® associado ao nitrato de cálcio em Flores da Cunha, RS”
Giovanni M. A. G. Coser, Fernando J. Hawerroth, Marco A. Tecchio, Danyelle de S. Mauta, Charle K. B.
de Macedo, Lisiane V. de Oliveira............................................................................................................198

ANAIS XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO-CAÇADOR, SC, v.II (resumos)

Pág. 198-jul/2017

197
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Indução da brotação de videiras ‘Cabernet Sauvignon’ com uso de Erger ®
associado ao nitrato de cálcio em Flores da Cunha, RS
Giovanni M. A. G. Coser1, Fernando J. Hawerroth2, Marco A. Tecchio3, Danyelle de S. Mauta4, Charle K. B. de
Macedo4, Lisiane V. de Oliveira5

1
UNESP (PG). Rua José Barbosa de Barros, nº 1780, 18.610-307, Botucatu-SP. E-mail: gigilli@live.com. 2EMBRAPA Estação
Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Cx.P. 177, CEP 95200-000. Vacaria, RS. 3UNESP (PQ). Rua José Barbosa de
Barros, nº 1780, 18.610-307. 4 UDESC (PG). Avenida Luis de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages-SC. 5UERGS (IC). Av.
Antônio Ribeiro Branco, 1060 - Parque dos Rodeios, CEP: 95200-000. Vacaria, RS.

Palavras Chave: Vitis vinífera, indutores de brotação, superação da dormência.

Introdução necessidade de acúmulo de frio das videiras cv.


A cadeia produtiva de frutíferas de clima temperado Cabernet Sauvignon por não terem apresentados
ainda possui gargalos quanto ao tipo e quantidade diferenças significativas entre os tratamentos para a
de produtos utilizados no manejo fitotécnico. O brotação em 7 e 15 dias após a poda e aplicação
retorno da brotação dessas plantas para um novo dos indutores de brotação.
ciclo é dependente, em muitas regiões do Brasil e
do mundo, de produtos que auxiliem na Tabela 1. Produção, produtividade e número de
uniformidade e frutificação efetiva. No setor cachos por planta em videiras ‘Cabernet Sauvignon’
vitivinícola, muitos produtos foram testados, porém submetidas a doses de indutores de brotação.
sem sucesso devido à competição por resultados de Tratamento
Dose Produção Produtiv. N cachos
produção e/ou pelo caráter financeiro. Resultados (%) (Kg planta-1) (t ha-1) planta-1
promissores com o uso de Erger associado ao
Nitrato de Cálcio foram relatados em macieiras Testemunha 0 7,0 27,9 48,3 ab
‘Gala’ e ‘Fuji’ (HAWERROTH et al., 2010). Na Dormex ®
5 3,8 15,3 31,3 b
literatura é inexistente trabalhos que utilizam estes
produtos em videiras da cultivar Cabernet Nitrato de 4+0 7,0 28,0 50,8 ab
Sauvignon. cálcio + Erger®

Material e Métodos Nitrato de 4+2,5 7,5 29,9 62,0 a


cálcio + Erger®
O experimento foi conduzido em um pomar
comercial em Flores da Cunha, RS, no ciclo Nitrato de 4+5 4,6 18,4 37,3 ab
2016/2017. A cv. Cabernet Sauvignon sobre o cálcio + Erger®
porta-enxerto Paulsen 1103, podada dia 09 de
setembro, recebeu os tratamentos imediatamente Nitrato de
4+7,5 6,0 24,0 50,5 ab
cálcio + Erger®
após a poda. O delineamento experimental utilizado
foi em blocos casualizados, com seis tratamentos, CV (%) 32,63 32,63 23,71
quatro repetições e a parcela experimental
DMS 4,48 17,92 25,42
constituída por 1 planta. Os tratamentos foram: 1)
Testemunha (sem aplicação); 2) Dormex® (5%); 3) Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem entre si
pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. ns não significativo.
Erger® 0% + Nitrato de cálcio 4%; 4) Erger® 2,5% +
Nitrato de cálcio 4%; 5) Erger® 5% + Nitrato de Conclusões
cálcio 4%; 6) Erger® 7,5% + Nitrato de cálcio 4%. A aplicação de Erger na dosagem 2,5% associado
Foram avaliados o número de cachos, produção (kg ao Nitrato de Cálcio 4% em videiras da cv. Cabernet
planta-1), produtividade (t ha-1) e porcentagem de Sauvignon apresentou os maiores valores para
brotação aos 7 e 15 dias após a poda e aplicação. número de cachos por planta, sendo o único
Os dados foram submetidos à análise de variância, tratamento diferente do tratamento com o Dormex®.
pelo teste de Tukey a 5%.
Agradecimentos
Resultados e Discussão À EMBRAPA Uva e Vinho pelo suporte.
Não houve diferença significativa para os valores de
produção e produtividade. Contudo, houve efeito Referências bibliográficas
significativo dos tratamentos apenas para o número HAWERROTH, F. J; PETRI, J. L.; LEITE, G. B.; HERTER, F. G.
de cachos por planta, com o maior valor pelo Brotação de gemas em macieiras ‘Imperial Gala’ e ‘ Fuji
Suprema’ pelo uso de Erger® e nitrato de calico. Revista
tratamento 4) Nitrato de cálcio 4% + Erger® 2,5%, Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 32, n. 2, p. 343-350,
não diferindo dos demais tratamentos, excetuando o 2010.
tratamento 2) Dormex® que apresentou os menores
valores (Tabela 1). Devido aos fatores climáticos
que ocorreram no período de outono e inverno de
2016, representados por baixas temperaturas,
podem ter colaborado para o suprimento da

198
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

ERRATA 5
Influência na qualidade do óleo de semente de uva: secagem da semente de uva

Vinícius Caliari, Maria Rita C. Nogueira, Fabiana Soares, Mayara I. Constantini, Alessandra Sovrani

1. Na Ficha Catalográfica na página II onde lê-se “218p.” leia-se 229p.;

2. No SUMÁRIO na página XXIII inclua-se e leia-se:

“ERRATA 5”.......................................................................................................................................199

“Influência na qualidade do óleo de semente de uva: secagem da semente


de uva”
Vinícius Caliari, Maria Rita C. Nogueira, Fabiana Soares, Mayara I. Constantini, Alessandra
Sovrani.......................................................................................................................................................200

ANAIS XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO-CAÇADOR, SC, v.II (resumos)

Pág. 200-jul/2017

199
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência na qualidade do óleo de semente de uva: secagem da semente de uva
Vinícius Caliari1*2, Maria Rita C. Nogueira2, Fabiana Soares2, Mayara I. Constantini3, Alessandra Sovrani4
1
Epagri Estação Experimental de Videira (PQ). Rua João Zardo 1660, Campo Experimental 89560-000, Videira SC
caliari@epagri.sc.gov.br; 2UNOESC - PPGC&B Programa de Pós Graduação Mestrado em Ciência e Biotecnologia (PQ) Rua Paese
198 Universitário 89560-000;3UNOESC - PGC&B (PG); 4UNOESC - PGC&B (IC)

Palavras Chave: Secagem/tratamento térmico, óleo semente de uva, agregar valor.

Introdução ocorre o processo de secagem. Quanto à acidez da


A vitivinicultura vem se tornando uma atividade semente, ouve uma diminuição de 0,84% na safra
importante para o crescimento de pequenas de 2017. E principalmente na avaliação de acidez
propriedades. Em Santa Catarina a maior produção do óleo de semente de uva, pode-se observar a
de vinhos está concentrada no município de diferença entre ocorrer ou não o processo de
Pinheiro Preto (EPAGRI/CEPA, 2016). As sementes secagem/tratamento térmico. Na safra de 2016
de uva contêm de 7 a 20% de óleo, um composto obtivemos o resultado de 1,98 mg de KOH/g, este
valioso devido ao rico conteúdo de ácidos graxos. valor, faz com que o óleo seja considerado
Sua extração pode representar uma boa opção para impróprio para consumo. Já na safra de 2017,
agregar valor a este produto, que por muitas vezes obtivemos um resultado satisfatório de 0,045 mg
é descartado. As condições de estocagem e KOH/g, que classifica este óleo com boa qualidade
processamento das sementes, afetam diretamente a e dentro dos parâmetros estabelecidos pela
qualidade dos seus produtos finais. Por isso, a ANVISA.
etapa de secagem após a vinificação e antes da Tabela 1. Análise de rendimento, acidez da semente e
extração do óleo, é essencial, pois a falta desse acidez do óleo da semente, das safras de 2016/2017 sem
processo pode ocasionar a oxidação e as processo de secagem e com processo de secagem
propriedades físico-químicas do óleo (Bruni et al., respectivamente.
2014). O objetivo deste trabalho foi avaliar o
processo de secagem das sementes de uva,
verificando a influência desta operação no conteúdo
de óleo extraído.
Material e Métodos
As sementes de uva possuem teor de água de
O experimento foi conduzido nos laboratórios da aproximadamente 42% em base úmida, o que torna
UNOESC de Videira, SC, durante as safras de altamente perecível. A secagem deste resíduo em
2016/ 2017. Foram utilizadas amostras de sementes condições adequadas pode aumentar a vida útil e
de uva separadas dos bagaços da vinificação da
facilitar a etapa de extração de óleo que nela está
variedade Isabel (Vitis labrusca). Os bagaços foram
contida (Garcia-Perez et al.,2010). Filho et al,
fornecidos por uma vinícola da região do Alto Vale
(2013), observaram que a temperatura de secagem
do Rio do Peixe de Videira, SC. No processo de influenciou no conteúdo de óleo de semente de uva
limpeza das sementes, houve lavagem com água de subproduto de vitivinícola, obtendo um conteúdo
corrente para remoção das impurezas presentes. As de 10% de óleo nas sementes secas e 12% nas
sementes provenientes da safra de 2017 foram sementes in natura.
submetidas ao processo de secagem/tratamento
térmico em estufa com circulação de ar a 80ºC por Conclusões
10 min para inativação enzimática. As sementes da O processo de secagem/tratamento térmico é eficiente
safra de 2016 não passaram por essa etapa. As para a qualidade do óleo de semente de uva. Quando a
sementes inteiras, limpas e secas foram conduzidas qualidade do óleo alcança os parâmetros exigidos pelas
a extração do óleo, que se fez prensa hidráulica, legislações, é possível gerar um reaproveitamento desta
onde as sementes foram submetidas a um aumento matéria prima.
gradativo de pressão de 5,6 GPa. O óleo extraído Agradecimentos
foi coletado em béquer e acondicionado em frasco À FINEP, EPAGRI e UNOESC pelo fomento à pesquisa.
âmbar, mantido em temperatura ambiente de
aproximadamente 22ºC. Após, o óleo foi Referências bibliográficas
encaminhado para as análises que foram avaliadas Bruni, G.P. et al. Secagem convectiva de sementes de uva:
em triplicata. influência no conteúdo de óleo extraído. In: XX Congresso
Brasileiro de Engenharia Química, Florianópolis. 2014.
Resultados e Discussão EPAGRI/CEPA: Síntese anual da agricultura de Santa Catarina,
2015-2016.
De forma geral, constatou-se que todos os valores Filho, C.A.B. et al. Influência da temperatura de secagem no
encontrados nas análises, demonstram que a rendimento de óleo de semente de uva separadas dos
qualidade do óleo é alterada devido as diferentes subprodutos da vinificação. In: V SALÃO INTERNACIONAL DE
ENSINO PESQUISA E EXTENÇÃO, 2013.
condições do processo de secagem realizado nas Garcia-Perez, et al. Extraction kinetics modeling of antioxidants
sementes. Na avaliação de rendimento, pode-se from grape stalk (Vitis vinifera var. Bobal): influence of drying
observar um aumento de 0,85%, ou seja, temos conditions. Journal of Food Engineering, v.101, n.1, p. 49-58,
uma maior quantidade de óleo extraído quando 2010.

200
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

ERRATA 6
Porta-enxertos e sistemas de condução na produção e qualidade físico-química da
uva IAC 21-14 ‘Madalena’

Francisco J. Domingues Neto, Silvia R. Cunha, Adilson Pimentel Junior, Daniel Callili, Mara F. Moura, Marco A.
Tecchio

1. Na Ficha Catalográfica na página II onde lê-se “218p.” leia-se 231p.;

2. No SUMÁRIO na página XXIII inclua-se e leia-se:

“ERRATA 6”.......................................................................................................................................201

“Porta-enxertos e sistemas de condução na produção e qualidade físico-


química da uva IAC 21-14 ‘Madalena’”
Francisco J. Domingues Neto, Silvia R. Cunha, Adilson Pimentel Junior, Daniel Callili, Mara F. Moura,
Marco A. Tecchio.......................................................................................................................................202

ANAIS XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO-CAÇADOR, SC, v.II (resumos)

Pág. 202-jul/2017

201
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Porta-enxertos e sistemas de condução na produção e qualidade físico-química da
uva IAC 21-14 ‘Madalena’
Francisco J. Domingues Neto1, Silvia R. Cunha1*, Adilson Pimentel Junior1, Daniel Callili2, Mara F. Moura3, Marco
A. Tecchio4
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agronômicas (PG). Rua Dr. José Barbosa de Barros, 1780, Jardim
Paraíso, 18610-307, Botucatu, SP. silvia.agro@mxb.com.br; 2Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências
Agronômicas (IC). Rua Dr. José Barbosa de Barros, 1780, Jardim Paraíso, 18610-307, Botucatu, SP; 3Centro de Frutas, Instituto
Agronômico de Campinas (PQ). Avenida Luis Pereira dos Santos, 1500, Jardim Corrupira, 13214-820, Jundiaí-SP; 4Universidade
Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agronômicas (PQ). Rua Dr. José Barbosa de Barros, 1780, Jardim Paraíso, 18610-
307, Botucatu, SP.

Palavras Chave: Vitis sp., espaldeira, uva para vinho, viticultura.

Introdução solúveis (SS), acidez titulável (AT) e relação SS/AT


A produção de uvas de qualidade destinadas à (Tabela 2). Verificou-se que as videiras enxertadas
elaboração de vinhos está estreitamente no porta-enxerto ‘Ripária do Traviú’ e conduzidas
relacionada a diversos fatores, entre os quais, em espaldeira alta apresentaram o maior valor de
destacam-se a cultivar copa e o porta-enxerto e a SS e menor AT, enquanto que o uso do porta-
interação entre eles (Gardin et al., 2012). Além enxerto ‘IAC 766’ e da espaldeira alta proporcionou
desses fatores, a produção de uvas de qualidade menor teor de SS e maior AT. Quanto a relação
destinadas ao processamento está relacionada ao SS/AT, verificou-se o maior valor em frutos colhidos
sistema de condução. Um dos sistemas de a partir de plantas enxertadas em ‘Ripária do Traviú’
condução mais utilizados pelos viticultores é o de no sistema de espaldeira alta, enquanto que o
espaldeira. Nesse sistema, tem-se o dossel menor valor desta relação foi obtido também em
vegetativo no sentido vertical e os ramos são atados espaldeira alta, porém sobre o porta-enxerto ‘IAC
verticalmente aos fios desse sistema. No entanto, 766’.
são escassos os resultados quanto à interação
Tabela 1. Número de cachos por planta, produção,
entre porta-enxertos e sistemas de condução, produtividade, massa fresca (MF) de cacho e baga e pH
tornando-se necessário sua avaliação. Objetivou-se da uva IAC 21-14 ‘Madalena’ enxertada em diferentes
com esse trabalho avaliar o efeito de porta-enxertos porta-enxertos e sistemas de condução, Jundiaí-SP,
e sistemas de condução na produção e qualidade 2016.
físico-química da uva IAC 21-14 ‘Madalena’.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na área experimental do
Centro de Frutas do Instituto Agronômico de
Campinas (IAC), em Jundiaí, SP, no ciclo produtivo
2015/2016 da videira IAC 21-14 ‘Madalena’. O Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não
delineamento experimental foi em blocos diferem pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
casualizados em esquema fatorial 2 x 2, sendo 2
Tabela 2. Sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT) e
porta-enxertos (‘IAC 766’ e ‘Ripária do Traviú’) e 2
relação SS/AT do mosto da uva IAC 21-14 ‘Madalena’
sistemas de condução (espaldeira baixa e enxertada em diferentes porta-enxertos e sistemas de
espaldeira alta) com 5 repetições de 3 plantas cada. condução, Jundiaí-SP, 2016.
Na ocasião da colheita foram avaliadas as seguintes
variáveis: número de cachos por planta,
produtividade por área e por planta e massa fresca
do cacho e baga. Quanto às características físico-
químicas do mosto avaliaram-se o teor de sólidos Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e
solúveis (SS), acidez titulável (AT), relação SS/AT e maiúscula na linha não diferem pelo teste Tukey a 5% de
probabilidade.
pH. Os dados foram submetidos à análise de
variância e as médias comparadas pelo teste Tukey Conclusões
(P≤ 0,05). Para a videira IAC 21-14 ‘Madalena’, recomenda-se
Resultados e Discussão o uso do porta-enxerto ‘Ripária do Traviú’ no
Não houve interação significativa entre os porta- sistema de condução de espaldeira alta.
enxertos com os sistemas de condução para o Agradecimentos
número de cachos por planta, produção, Ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e à FAPESP
produtividade, massa fresca de cacho e baga e pH. pelo fomento à pesquisa (Processo nº 2015/16440-5).
Quando verificado o efeito isolado dos porta-
enxertos e dos sistemas de condução não houve Referências bibliográficas
diferença significativa (Tabela 1). Houve interação Gardin, J.P.P., Schumacher, R.L., Bettoni, J.C., Petri, J.L.,
Souza, E.L. Ácido abscísico e etefom: influência sobre a
significativa entre os porta-enxertos com os maturação e qualidade das uvas ‘Cabernet Sauvignon’. Revista
sistemas de condução para o teor de sólidos Brasileira de Fruticultura, 2012, v.34, n.2, p.321-327.

202
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

ERRATA 7
Fenologia e demanda energética da videira ‘Regent’ cultivada em Urussanga, SC

Vanessa Miranda, Tiago Camponogara Tomazetti, Márcia Denise Rossarolla, Emílio Della Bruna, Stevan
Grutzmann Arcari, Aparecido Lima da Silva

1. Na Ficha Catalográfica na página II onde lê-se “218p.” leia-se 233p.;

2. No SUMÁRIO na página XXIII inclua-se e leia-se:

“ERRATA 7”.......................................................................................................................................203

“Fenologia e demanda energética da videira ‘Regent’ cultivada em


Urussanga, SC”
Vanessa Miranda, Tiago Camponogara Tomazetti, Márcia Denise Rossarolla, Emílio Della Bruna, Stevan
Grutzmann Arcari, Aparecido Lima da Silva...............................................................................................204

ANAIS XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO-CAÇADOR, SC, v.II (resumos)

Pág. 204-jul/2017

203
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Fenologia e demanda energética da videira ‘Regent’ cultivada em Urussanga, SC
Vanessa Miranda1, Tiago Camponogara Tomazetti2, Márcia Denise Rossarolla2, Emílio Della Bruna3, Stevan
Grutzmann Arcari3, Aparecido Lima da Silva4
1
Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências Agrárias (UFSC – CCA) (IC), Avenida Admar Gonzaga, 1.346, 88034-
000, Itacorubi, Florianópolis, SC, vanessa.miran94@gmail.com; ²UFSC – CCA, Recursos Genéticos Vegetais (PG); 3Epagri – Estação
Experimental de Urussanga (PQ), Rodovia SC 446, km 16, Urussanga, SC; 4UFSC – CCA, Recursos Genéticos Vegetais (PQ).

Palavras Chave: Vitis vinifera L., fruticultura, vitivinicultura, soma térmica, graus dia.

Introdução
A vitivinicultura é um setor em crescimento no
mercado nacional, destacando-se os estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina como principais
produtores no segmento de vinhos finos. Nestas
regiões, o principal gargalo no cultivo de videiras
europeias (Vitis vinifera) é a incidência de míldio
(Plasmopara viticola). Este patógeno provoca uma
redução na produção e na qualidade da safra,
forçando a aplicação constante de fungicidas que
ocasionam efeitos colaterais em toda a cadeia
produtiva. Pesquisas têm buscado a introdução de
variedades de videira resistentes ao míldio no
mercado vitivinícola catarinense. Neste escopo, o
presente trabalho foi realizado com o objetivo de Figura 1. Cachos da variedade Regent (véraison)
avaliar o ciclo fenológico da variedade Regent no cultivada em Urussanga, SC, ciclo 2016/17
município de Urussanga – SC.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na Unidade de
Pesquisa da Estação Experimental da Epagri de
Urussanga, SC (28º 31' 4'' S, 49º 19' 15'' O, 49 m de
altitude), durante o ciclo 2016/17. O vinhedo
experimental contém 50 plantas da variedade
Regent (Figura 1), enxertadas sobre ‘Paulsen
1103’, conduzidas em sistema espaldeira, com Figura 2. Somatório térmico em graus-dia (°C dia)
espaçamento de 3 m entre filas e 1 m entre plantas.
para as fases fenológicas avaliadas na variedade
Foi realizada poda curta no dia 6 de setembro de
Regent, em Urussanga, SC, ciclo 2016/17.
2016, deixando duas a três gemas por esporão.
Foram realizados tratamentos fitossanitários Conclusões
somente para antracnose. A avaliação das fases A videira ‘Regent’ cultivada em Urussanga, SC,
fenológicas ocorreu semanalmente, considerando a durante o ciclo 2016/17, apresentou a exigência
mudança de fase quando mais de 75% das plantas térmica de 1165 °C dia da brotação a colheita,
se enquadravam na descrição. A estimativa do completando o ciclo em 110 dias. Durante este
requerimento térmico, expresso em graus-dia período não foi observada a presença de míldio no
(°C dia), foi realizada conforme metodologia vinhedo, dispensando o controle químico. A ‘Regent’
proposta utilizando três temperaturas cardinais apresenta boa adaptabilidade agronômica e
(Tomazetti et al., 2015). fenológica no ambiente de Urussanga, SC.
Resultados e Discussão Agradecimentos
Para o ciclo completo (entre brotação e maturação) Os autores agradecem à UFSC, Epagri e FAPESC
o acúmulo térmico da variedade Regent, foi de 1165 pelo auxílio durante a execução desse trabalho.
°C dia (Figura 2). A brotação iniciou em 21/09 e
foram necessários o acúmulo de 129 °C dia para Referências bibliográficas
alcançar a floração em 11/10; a partir desta data Tomazetti, T. C.; Rossarolla, M. D.; Zeist, A. R.; Giacobbo, C. L.;
Welter, L. J.; Alberto, C. M. Fenologia e acúmulo térmico em
foram necessários mais 692°C dia para atingir o videiras viníferas na região da Fronteira Oeste do Rio Grande do
véraison, que iniciou em 12/12; a maturação foi Sul. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 2015, v. 50, n. 11, p.
alcançada em 09/01, após o acúmulo de mais 344 1033-1041.
C dia. Assim, o ciclo completo da variedade Regent
durou 110 dias. Durante o acompanhamento do
experimento, não foram detectados focos de míldio
no vinhedo.

204
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC

ERRATA 8
Influência do uso de cobertura plástica na produção e qualidade de videiras de
mesa

Leonardo A. Thiesen, Denise Schmidt, Anderson R. Webler, Gabrieli C. V. de Azevedo, Diéssica L. Junges,
Marcos V. M. Pinheiro

1. Na Ficha Catalográfica na página II onde lê-se “218p.” leia-se 235p.;

2. No SUMÁRIO na página XXIII inclua-se e leia-se:

“ERRATA 8”.......................................................................................................................................205

“Influência do uso de cobertura plástica na produção e qualidade de


videiras de mesa”
Leonardo A. Thiesen, Denise Schmidt, Anderson R. Webler, Gabrieli C. V. de Azevedo, Diéssica L.
Junges, Marcos V. M. Pinheiro...................................................................................................................206

ANAIS XV ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO-CAÇADOR, SC, v.II (resumos)

Pág. 206-jul/2017

205
XV ENCONTRO NACIONAL DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
25 a 27 DE JULHO DE 2017 – FRAIBURGO, SC
Influência do uso de cobertura plástica na produção e qualidade de videiras de
mesa
Leonardo A. Thiesen1*, Denise Schmidt2, Anderson R. Webler1, Gabrieli C. V. de Azevedo3, Diéssica L. Junges3,
Marcos V. M. Pinheiro2
1
Universidade Federal de Santa Maria - Campus Frederico Westphalen (PG). Linha 7 de setembro, BR 468, Km 40, 98400-00,
Frederico Westphalen-RS. thiesen07@hotmail.com; 2Universidade Federal de Santa Maria - Campus Frederico Westphalen (PQ).
Linha 7 de setembro, BR 468, Km 40, 98400-00, Frederico Westphalen-RS; 3Universidade Federal de Santa Maria - Campus Frederico
Westphalen (IC). Linha 7 de setembro, BR 468, Km 40, 98400-00, Frederico Westphalen-RS.

Palavras Chave: Vitis vinífera, Cultivo protegido, Sólidos Solúveis Totais, Produção.

Introdução
A videira (Vitis vinífera) é uma importante cultura na
região sul do Brasil. O uso de novas tecnologias
visa primordialmente melhorias de qualidade e
produtividade. O uso de cobertura plástica surgiu
como alternativa para minimizar as adversidades
climáticas e garantir maior sanidade e qualidade nas
características físico-químicas das bagas (Chavarria
et al., 2009). Porém, poucas pesquisas mostram a Figura 1. Produção de uva (g planta-1) em função do uso
influencia deste fator nas características produtivas. de cobertura plástica. *As médias seguidas pela mesma letra
Deste modo, o objetivo do trabalho foi avaliar a não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade
influência do uso de cobertura plástica na produção de erro.
e qualidade de três variedades de videira.
O teor de SST foi superior nas variedades Niágara
Material e Métodos Branca e Niágara Rosada com o uso de cobertura,
O trabalho foi conduzido na área experimental do enquanto que para a Vênus não ocorreu diferença
setor de fruticultura do Colégio Politécnico da estatística, porém a mesma apresentou maior ºBrix
Universidade Federal de Santa Maria, em Santa em relação às demais no ambiente sem cobertura
Maria - RS, sendo o clima da região classificado plástica (Figura 2). O pH foi elevado em ambiente
como Cfa, pela classificação de Köppen (Alvares et sem cobertura para as duas variedades de Niágara.
al., 2013). As plantas de videira apresentavam oito A variedade Vênus apresentou menor pH em
anos de idade, conduzidas em sistema semi-latada, ambiente sem cobertura.
com espaçamento de 2,5 x 1,5 metros. O
experimento foi conduzido em esquema fatorial 2x3,
sendo duas formas de cobertura (com e sem
cobertura plástica) e três variedades de videira de
mesa (Niágara Branca, Niágara Rosada e Vênus).
O delineamento experimental utilizado foi de blocos
ao acaso, com seis repetições. A cobertura plástica
consistiu de filme plástico de 150 micras, colocado
acima do dossel das plantas na forma de túnel alto.
A colheita foi realizada na segunda semana do mês
de janeiro de 2013. Foram determinados a produção
de uva e os fatores qualitativos (sólidos solúveis Figura 2. Valores médios de SST (ºBrix) e pH de
totais (SST/ºBrix) e pH). Os SST foram uvas em função da variedade e uso de cobertura
determinados através de refratômetro portátil e o pH plástica. *Médias seguidas pela mesma letra minúscula para
através de pHmêtro. Os dados foram submetidos à cobertura e maiúscula para variedades não diferem entre si, pelo
análise de variância e comparação múltipla de teste de Tukey, a 5 % de probabilidade.
médias pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade
de erro. Conclusões
O uso de cobertura plástica diminui a produção de
Resultados e Discussão uvas. O uso de cobertura plástica aumenta os teores
A análise da variância da variável produção de SST e reduz o pH nas variedades Niágara Branca e
demonstrou diferença significativa apenas para o Niágara Rosada.
fator cobertura, indicando resposta semelhante Referências bibliográficas
entre as variedades testadas. Para as variáveis Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., De Moraes, G.,
qualitativas observou-se interação entre os dois Leonardo, J., Sparovek, G. Köppen's climate classification map for
fatores avaliados. A produção média de uvas por Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 2013, v.22, n.6, p.711-728.
planta foi superior sem uso de cobertura plástica, Chavarria, G., Santos, H.P. dos, Mandelli, F., Marodin, G.A.B.,
Bergamaschi, H., Cardoso, L.S. Potencial produtivo de videiras
com diferença de produção de 2,58 kg em relação cultivadas sob cobertura de plástico. Pesquisa Agropecuária
às plantas com uso de cobertura (Figura 1). Brasileira, 2009, v.44, p.141-147.
206

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