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MANUAL DE PRÁTICAS DO CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

UNIASSELVI
2020
APRESENTAÇÃO

A prática musical é a base para a Educação Musical. Pensando nisso,


convidamos aos tutores, supervisores de disciplinas e acadêmicos, a realizar aulas
práticas, utilizando esse manual, pois entendemos que é por meio da experimentação
que o conhecimento será consolidado no futuro fazer do educador musical.

Esse manual tem como objetivo instigar a formação profissional em meio ao


desenvolvimento das disciplinas, conforme Projeto Pedagógico do Curso,
proporcionando a realização de aulas práticas que incitem a vivência da teoria
conceitual, fortalecendo a relação teoria-prática com a elaboração de relatórios da
prática.

Para tanto, traremos sugestões de diferentes atividades práticas que


permitirão relacionar as aulas teóricas da disciplina com a prática e/ou ilustrar aulas
teóricas. Cada atividade contida neste manual:

 Foi elaborada a partir de fundamentações teóricas;


 Contêm informações introdutórias ao tema da prática;
 Apresenta os materiais utilizados;
 Explica os procedimentos passo-a- passo;
 Possui questões que os levem a refletir sobre os resultados obtidos,
instigando a discussão e construção do relatório prático.

Esse manual é uma importante ferramenta para auxiliar os acadêmicos no


ensino de Música, proporcionando o exercício de conceitos e habilidades necessários ao
trabalho nos diferentes espaços encontrados no mercado de trabalho. Além disso, ele
também instiga a aprender por si mesmo, a resolver problemas, confiar em suas
potencialidades, ter integridade pessoal, iniciativa e capacidade de inovar.

Desejamos a você boas práticas e esperamos que possa perceber a cada leitura
e/ou atividade realizada, a satisfação de consolidar a formação do seu conhecimento,
tanto profissional como pessoal.
ORGANIZAÇÃO DAS PRÁTICAS NO CURSO

METODOLOGIA

A metodologia de ensino adotada no Curso considera o desenvolvimento de


habilidades e competências inerentes ao educador musical para atuar no mercado de
trabalho onde está inserido, a fim de formar sujeitos que pensam utilizando o
conhecimento como instrumento de transformação social.

Em consonância com o egresso que se quer formar procura-se a organização


do curso na forma de como as atividades pedagógicas são elaboradas e de como são
apresentadas aos acadêmicos. Estas atividades chegam até ele de forma virtual por
meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem e, presencialmente, pela mediação do
tutor.

Cada disciplina do curso contribui na formação de habilidades e competências


necessárias. Diante disso, buscou-se fundamentalmente, a preparação para o exercício
profissional, analisando e avaliando quais os conhecimentos e conteúdos
profissionalizantes que são essenciais para se alcançar as competências e,
consequentemente, o perfil do egresso desejado do curso.

Desta forma, o modelo metodológico se desenvolve em atividades presenciais


(síncronas e assíncronas), assim como pela utilização de diferentes práticas na
construção do conhecimento.

DINÂMICA DOS ENCONTROS PRESENCIAIS PARA AS PRÁTICAS

Os encontros presenciais, mediados pelo tutor, são compostos por:


 orientações gerais do conteúdo da disciplina;
 apresentação do vídeo da disciplina;
 indicação e orientação dos materiais e dos recursos disponíveis na
trilha de aprendizagem;
 realização de aula prática.
Os encontros têm como objetivo a realização de atividades coletivas e
individuais (em sala e nos laboratórios), favorecendo a aplicação dos conteúdos do curso
de acordo com os planos de ensino de cada disciplina. Nos encontros presenciais os
acadêmicos fortalecem o senso de pertencimento ao grupo, além de terem a
oportunidade de aprender na interação com o tutor e com os demais acadêmicos. Por
meio dos encontros presenciais, tutores e acadêmicos se relacionam num ambiente de
aprendizagem voltado à percepção e compreensão da diversidade humana
apresentada, tratando-a com respeito e responsabilidade.

Cada disciplina do curso é estruturada em quatro encontros presenciais, assim


organizados:

QUADRO DA DINÂMICA DOS ENCONTROS PRESENCIAIS COM PRÁTICAS

1º ENCONTRO PRESENCIAL – PRÁTICA I


 Apresentação dos objetivos da disciplina e sua importância no contexto teórico-
prático, do vídeo de introdução da disciplina e do Plano de Ensino.
 Apresentação do vídeo da Unidade 1 e orientações para realização das
autoatividades.
 Indicação e orientação dos materiais e dos recursos disponíveis na Trilha de
Aprendizagem da disciplina.
 INTERVALO
 Prática
 Explicação do Relatório de atividades (entrega no 2º encontro).

2º ENCONTRO PRESENCIAL – PRÁTICA II


 Discussão e correção das autoatividades referentes à Unidade 1 e
esclarecimento de eventuais dúvidas.
 Explicações gerais referentes aos conteúdos da Unidade 2 e à realização das
autoatividades.
 Apresentação do vídeo da Unidade 2 e orientação dos materiais e dos recursos
disponíveis na Trilha de Aprendizagem.
 Entrega do Relatório de Atividade Prática 01 para o Tutor (corresponde a
redação) (PESO 1,5.)
 INTERVALO
 Prática
3º ENCONTRO PRESENCIAL
 Discussão e correção das autoatividades referentes à Unidade 2 e
esclarecimento de eventuais dúvidas.
 Explicações gerais referentes aos conteúdos da Unidade 3 e à realização das
autoatividades.
 Apresentação do vídeo da Unidade 3.
 Indicação e orientação dos materiais e dos recursos disponíveis na Trilha de
Aprendizagem.
 Incentivo ao uso e acesso ao AVA.
INTERVALO
 Realização da 2ª avaliação, referente ao estudo da Unidade 2 (PESO 1,5).

4º ENCONTRO PRESENCIAL
 Discussão e correção das autoatividades referentes à Unidade 3 e
esclarecimento de eventuais dúvidas.
 Revisão geral dos conteúdos da disciplina.
 Apresentação dos objetivos da disciplina e sua importância no contexto teórico-
prático, do vídeo de introdução da disciplina e do Plano de Ensino.
 Explicações gerais referentes à disciplina.
INTERVALO
 Realização da 3ª e última avaliação referente a todas as unidades do Caderno
de Estudos (PESO 7).
FONTE: Dados Institucionais
HORÁRIO DOS ENCONTROS PRESENCIAIS

QUADRO – HORÁRIO DOS ENCONTROS PRESENCIAIS

Primeiro Período: 8h às 9h35min


MATUTINO Intervalo: 9h35min às 9h50min
Segundo Período: 9h50min às 11h20min
Primeiro Período: 13h às 14h35min
VESPERTINO Intervalo: 14h35min às 14h50min
Segundo Período: 14h50min às 16h20min
Primeiro Período: 18h40min às 20h15min
NOTURNO Intervalo: 20h15min às 20h30min
Segundo Período: 20h30min às 22h
FONTE: Dados Institucionais.
PRÁTICA DA DISCIPLINA DE DIDÁTICA E METODOLOGIA
DO ENSINO DE MÚSICA

PROPOSTAS PEDAGÓGICAS EM MÚSICA

1. INTRODUÇÃO

Até o século XIX, o ensino de música era voltado para o ensino da técnica
instrumental e de teoria musical, sendo que era um dom destinado para poucas
pessoas. Como resposta à esse ensino tradicional e defendendo que o ensino de
música é para todos, alguns educadores musicais no século XX, criaram
propostas de educação musical, que refletiam suas respostas pessoais aos
contextos (social, histórico e cultural) em que viviam (PENNA, 2012). Essas
propostas valorizam a expressão, a execução e a criação.
No livro da disciplina Didática e Metodologia do Ensino de Música, são
abordadas algumas propostas pedagógicas, as quais é importante conhecer,
para que na educação musical essas atividades possam ser aprofundadas e
ampliadas. Por mais que o(a) professor(a) se identifique com uma proposta, o
ideal é que ela não seja tomada como um método único a ser seguido, mas é
importante conhecer cada proposta e acessar diferentes métodos para tornar
a educação musical mais significativa para o(a) estudante.

2. OBJETIVOS

 Vivenciar atividades de diferentes propostas pedagógicas;


 Refletir sobre as particularidades de cada proposta;
 Ampliar o conhecimento de propostas para a educação musical.
3. MATERIAIS

 Papel para anotação, instrumentos de percussão e atividades que constam


no manual da prática.

4. PROCEDIMENTOS

 Separar a turma em grupos. Cada grupo deve escolher uma das atividades
apresentadas a seguir, cada grupo deverá escolher uma atividade
diferente dos outros grupos. Cada grupo deve estudar a atividade
escolhida, observar se precisa realizar alguma adaptação e deverá propor
a atividade para que os demais grupos realizem ela. As atividades são
descritas a seguir:

 Atividade 1: Dalcroze - Andar, correr, saltitar, galopar, balançar


- Os acadêmicos se espalham pela sala e caminham de acordo com os
ritmos executados por um dos membros do grupo responsável que está
conduzindo a atividade (os ritmos podem ser executados por um
instrumento de percussão). Serão tocados no instrumento de percussão

figuras rítmicas como duas colcheias para o caminhar (♫), quatro

semicolcheias ( ) para correr, colcheia pontuada seguida de


semicolcheia para o saltitar ( ). O galope é realizado com uma figura
rítmica composta de uma semicolcheia seguida de uma colcheia pontuada
( ). O grupo responsável, enquanto toca, cria frases com as diferentes
figuras rítmicas, às quais os acadêmicos devem reagir mudando a forma
de caminhar conforme o combinado para cada figura rítmica. É importante
que os acadêmicos não caminhem em círculo, mas aprendam a utilizar
todo o espaço, mudando as direções e percebendo como devem se
movimentar para não se chocarem entre si. O professor fará variações de
andamento para os exercícios.
Fonte: adaptado de Mariani (2012).

 Atividade 2: Orff- “Um, dois, três...”: o ritmo a partir da palavra

- “Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, para doze faltam
três”.
- Caminhar pelo espaço livremente e repetir o texto até que todos o
dominem. As palavras devem ser pronunciadas com a atenção dirigida às
sílabas, enfatizando-se a acentuação da sílaba tônica.
- Repetir o texto, fala ritmada, observando as pausas:
Um, dois, três (pausa)
Quatro, cinco, seis (pausa)
Sete, oito, nove, para doze faltam três.
- Todos formam um semicírculo, e repetem a parlenda acompanhada por
gestos corporais:

- Um membro do grupo responsável em propor a atividade, marca a


pulsação, com gesto corporal ou com um instrumento de percussão. O
restante dos acadêmicos realiza apenas os gestos corporais e a marcação
da pulsação, omitindo a fala ritmada. Ao silenciar a voz, obtém-se a
produção percussiva corporal, a base da música elementar instrumental.
- Executar em forma de cânone, inicialmente em dois grupos, e depois
ampliar até quatro grupos.
Fonte: adaptado de Bona (2012).

 Atividade 3: Schafer – Aperfeiçoando a escuta


– Passe alguns minutos em silêncio, simplesmente ouvindo os sons ao seu
redor. Registre, em uma folha, os sons que escutar. Compare a sua lista
de sons com as de seus companheiros, cada um lendo em voz alta o que
anotou. Marque as diferenças. Lembre-se de que a escuta é muito
pessoal. Por esse motivo, todos terão listas diferentes, mas o importante é
que todas estarão corretas.
– A lista feita anteriormente servirá de matéria-prima para outros
exercícios. Classifique os sons da lista, escrevendo ao lado de cada som:
a) se os sons foram produzidos na natureza, pelo homem, ou por
máquinas ou equipamentos de qualquer tipo. Se for um som da natureza,
coloque ao lado do som a letra N. Se foi produzido por alguma pessoa,
coloque ao lado do som a letra H, e se foi produzido por máquina, coloque
ao lado do som a letra M.
b) você pode, também, classificar os mesmos sons segundo outros
critérios, como: a altura – sons agudos, médios e graves; a intensidade –
sons fortes, médios e fracos; a duração – sons longos, médios e curtos.
c) pode, ainda, classificá-los como sons contínuos ou descontínuos,
agradáveis ou desagradáveis. Outros critérios podem ser criados, de
acordo com sua imaginação; estimule os demais a criar, eles mesmos,
outras categorias. A cada nova ideia, elabore listas para que o grupo
reagrupe os sons segundo os critérios estabelecidos.
Fonte: adaptado de Fonterrada (2012).

 Atividade 4: Wuytack – Ostinato rítmico corporal

- O grupo responsável pela atividade executa cada ostinato; o restante do


grupo aprende, por imitação.
- O grupo responsável indica um número e os acadêmicos reagem
imediatamente, executando o ostinato.
- Jogo de sobreposição: cada grupo realiza o seu ostinato; o grupo
responsável aponta na direção do grupo, podendo sobrepor dois (1 + 2, 1
+ 3, 2 + 3) ou três ostinatos.
Fonte: adaptado de Boal (2012).

 Atividade 5: França – criação musical


- Cada grupo deverá escolher pelo menos 5 elementos de cada figura
(figuras 1, 2 e 3), para elaborar uma composição musical:
Figura 1

Fonte: França (2008).


Figura 2

Fonte: França (2008).


Figura 3

Fonte: França (2008).

- Cada grupo apresenta sua criação musical para os demais grupos, podendo
utilizar instrumentos de percussão, sons corporais ou vocais.
 Depois de realizar as atividades propostas por cada grupo, cada
acadêmico irá analisar individualmente: Quais elementos musicais
foram trabalhados em cada atividade? Que outros aspectos foram
trabalhados em cada atividade? Quais foram os maiores desafios
encontrados para propor a atividade? Quais foram os desafios
encontrados para realizar cada atividade proposta? Com qual(is)
atividade(s) você mais e identificou? Justifique a sua escolha.
Seria possível utilizar essas atividade na Educação Básica? Justifique
sua resposta.
 Após analisar cada atividade realizada, construa individualmente um
argumento para apoiar a sua resposta das questões apresentadas
no item anterior.
 Registre a sua resposta.

5. REFLEXÃO SOBRE OS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a realização da prática é necessário refletir sobre os


resultados obtidos e discuti-los a partir dos seguintes questionamentos:
Como foi realizar essa proposta? Quais dificuldades ou problemas
enfrentados durante a realização? Como você resolveu as suas
dificuldades? Como você avalia o resultado final do seu trabalho?

6. REFERÊNCIAS

BONA, Melita. Carl Orff: um compositor em cena. In: MATEIRO, Teresa; ILARI,
Beatriz (Org.). Pedagogias em educação musical. Curitiba: Intersaberes,
2012. Cap. 4. p. 125-156.

FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. Raymond Murray Schafer: o


educador musical em um mundo de mudança. MATEIRO, Teresa; ILARI,
Beatriz (Org.). Pedagogias em educação musical. Intersaberes, 2012. Cap. 9
p. 275-303.

FRANÇA, Cecília Cavalieri. Para fazer música. Belo Horizonte: Ufmg, 2008.
MARIANI, Silvana. Émile Jaques-Dalcroze: A música e o movimento. In:
MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz (Org.). Pedagogias em educação
musical. Curitiba: Intersaberes, 2012. Cap. 1. p. 25-53.

PALHEIROS, Graça Boal; BOURSCHEIDT, Luís. Jos Wuytack: a pedagogia


musical ativa. In: MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz (Org.). Pedagogias em
educação musical. Curitiba: Intersaberes, 2012. Cap. 10. p. 305-341.
RELATÓRIO DA PRÁTICA

I- IDENTIFICAÇÃO DO EVENTO
1- Tipo: PRATICA 1º encontro
2- Disciplina:
3- Local:
4- Período:

II- IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES


1-Curso LICENCIATURA EM MÚSICA
2- Turma
3- Nome do acadêmico:
4- Disciplina:
5- Tutor(a) responsável

III – OBJETIVOS (Constituem-se em declarações claras e explícitas por que se deseja estudar o
fenômeno ou assunto, ou seja, o que se pretende alcançar com a realização da atividade
prática.)
IV – MATERIAIS UTILIZADOS (Devem conter uma descrição completa dos materiais a serem
utilizados para o desenvolvimento da atividade, lembrando que os materiais escolhidos
deverão ser acessíveis para o desenvolvimento da prática).

V - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL OU METODOLOGIA (Deve conter uma explicação


completa da aplicação do procedimento experimental e da metodologia, descrevendo como
desenvolver passo a passo a atividade, contextualizando nesse item os materiais utilizados em
cada momento).
VI - RELATÓRIO (Descrição das atividades realizada; Interpretação dos resultados/descrição da
atividade: Neste item, os resultados devem ser descritos de forma clara, objetiva e crítica,
embasados nos conceitos teóricos envolvidos). No Relatório trabalhar as Questões para
reflexão para a construção do conhecimento científico, pois a sua formação não pode ser
pautada apenas como uma atividade individual/intelectual, mas, sim, como um processo
histórico, social e cultural.

VII - Conclusões ou considerações finais: (contemplar, em uma visão crítica, a atividade


realizada e os possíveis resultados obtidos, atentando se estão em conexão com o objetivo
proposto na prática).
VIII - Referências: Todas as obras citadas para a elaboração da introdução e discussão dos
resultados devem ser referenciadas de forma completa nesse item, conforme ABNT
6023/2002.

IX - REGISTROS FOTOGRÁFICOS:

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