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Teoria Política Classica – estudo dirigido

Material de disciplina
QUADROS, Doacir. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016.
Videoaulas 1 a 6
Rotas de Aprendizagem 1 a 6

Neste breve resumo, destacamos a importancia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao
contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteudo programatico da sua disciplina
nesta fase e lhe proporcionarao maior fixaçao de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema
avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de
Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compoem o referencial teorico que
ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível.

Bons estudos!

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Sumário

Tema: Poder, política e sociedade: definiçoes basicas .................................................................................................... 3


Tema: Teorias das formas de governo ............................................................................................................................. 4
Tema: O pensamento político de Maquiavel .................................................................................................................... 9
Tema: O estado de natureza e ausencia da sociedade política ..................................................................................... 13
Tema: Contrato, um artefato racional para garantir a sobrevivencia .......................................................................... 14

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Tema: Poder, política e sociedade: definições básicas

“Atualmente, ha uma vasta literatura que procura esclarecer de modo simples e pratico o que e
o poder. Política: quem manda, por que manda, como manda, escrito por Joao Ubaldo Ribeiro
(1985), e um desses livros. Esse autor procurou desfazer alguns equívocos e preconceitos sobre
o que sao a política e o poder, ao tratar de assuntos como Estado, naçao, democracia, ditaduras,
sistemas eleitorais, partidos políticos etc. sem se ater aos jargoes científicos e especializados.
Ribeiro (1985) definiu o termo política de maneira simples e esclarecedora ao indica-lo como
portador de duas características que lhe sao singulares” QUADROS, 2016. Tendo como base os
conteudos abordados na disciplina, cite e explique quais seriam as duas características
singulares, na visao de Joao Ubaldo Ribeiro, do termo “política”.Segundo Joao Ubaldo Ribeiro, as
duas características singulares da “política” seriam a existencia de um interesse e de uma
decisao. Ou seja: a política envolve sempre algum objetivo ou vontade – influenciar o
comportamento de alguem, por exemplo – e um resultado final, uma decisao – ter tido sucesso
ou fracasso no objetivo ou vontade visados. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“O termo política [...] permite investigarmos quem tem poder, quais sao as formas para se chegar
ao poder e quais sao as maneiras disponíveis para exerce-lo. Quando investigadas, as relaçoes
de poder revelam que e possível encontrar em toda e qualquer sociedade algumas fontes, ou
recursos, uteis para se exercer o poder” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos
abordados na disciplina, explique como podemos afirmar que alguem possui poder em uma
dada relaçao. Podemos afirmar que um indivíduo possui poder em uma dada relaçao social
quando ele consegue, com sucesso, levar outro indivíduo a adotar determinada conduta ou a
tomar uma decisao que seja de seu interesse. Nesse caso, e possível falar em uma relaçao de
poder, em que o ultimo esta submetido ao poder do primeiro. QUADROS, D. O Estado na Teoria
Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Voce ja observou que e muito comum considerarmos como poderosas as pessoas que possuem
um ou mais recursos ou fontes de poder? [...] Essa percepçao tambem vale para as pessoas
potencialmente poderosas que ocupam postos ou cargos importantes dentro das hierarquias
estabelecidas internamente nas instituiçoes sociais presentes em toda e qualquer sociedade. No
estudo da política, a analise de tais instituiçoes e estruturas hierarquicas coloca o poder em
evidencia” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique
por que se pode caracterizar as pessoas que ocupam cargos em instituiçoes sociais importantes
– como a Igreja, a escola ou o governo – como potencialmente poderosas. Pessoas que ocupam
cargos dentro da hierarquia interna de instituiçoes sociais importantes como Igreja, escola e
governo podem ser consideradas potencialmente poderosas porque sao virtualmente capazes
de influenciar o comportamento de seus fieis, alunos ou governados. Referencia: QUADROS, D.
O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Comentamos que o termo Estado refere-se a organizaçao política da sociedade, sendo que todo
Estado tem um governo. A instituiçao governo e composta por pessoas designadas para
governar o Estado, as quais sao poderosas porque tem em maos a funçao de administra -lo”
QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, cite qual a funçao do
governo no ambito político, tal como definida pelo cientista político David Easton. Segundo o
cientista político David Easton, a funçao do governo no ambito político e a de receber inputs
sociais (as demandas) para, posteriormente, gerar outputs (as decisoes). O governo administra
o Estado a partir do recolhimento das demandas e interesses provenientes dos grupos sociais
que formam o todo social e processa as informaçoes e as analisa para tomar as decisoes.
Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016.

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“Queiramos ou nao, estamos submetidos a um processo político que penetra em todas as nossas
atitudes, em toda a nossa maneira de ser ou de agir”. Fonte: RIBEIRO, J. U. Política: quem manda,
por que manda, como manda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 21. Tendo como base os
conteudos abordados na disciplina, explique por que se pode caracterizar o processo político
como tendo um carater estritamente publico. O processo político e publico no sentido de que
serve como instrumento para se formularem decisoes de interesse geral, comuns, que terao um
impacto sobre o comportamento de todas as pessoas que fazem parte daquela sociedade.
Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016,
capítulo 1.

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“O tema classe recebe uma atençao especial no livro Política [...]. Esse argumento de Aristoteles
se fundamenta na tese de que, em uma comunidade na qual ha um numero maior de pessoas na
composiçao da classe media, existe maior estabilidade para o governo nas tomadas de decisao”
QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique por que, para
Aristoteles, a classe media e fundamental para a estabilidade no governo nas tomadas de
decisao. A estabilidade, segundo Aristoteles, decorre do perfil do cidadao que compoe a classe
media, que nao e nem rico nem pobre economicamente. Alem disso, e um cidadao bem
informado, que orienta as açoes pela razao, e nao pela emoçao, valorizando o bem-estar. Essas
características tornariam, portanto, a classe media menos predisposta a açoes políticas
violentas, como revoluçoes e revoltas. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

Tema: Teorias das formas de governo

“Atualmente, usamos diversos criterios para melhor compreender o Estado e suas atividades
[...]. Podemos, por exemplo, classificar os Estados de acordo com o poderio economico, o

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poderio militar e o tipo de estrutura estatal que apresentam. [...] Tambem e possível classificar
os Estados com base no sistema de governo que rege o relacionamento entre os Poderes
Executivo e Legislativo” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na
disciplina, cite e defina quais sao os dois sistemas de governo mais utilizados pelos Estados
democraticos na atualidade. Os dois sistemas de governo mais utilizados sao o presidencialismo
e o parlamentarismo. No presidencialismo, o presidente e eleito pelo voto direto do povo e
concentra em si os cargos de chefe de Estado e de governo. No parlamentarismo, os cargos de
chefe de Estado e de governo sao ocupados por pessoas diferentes, sendo que o chefe de
governo e escolhido pelo parlamento, e nao pelo voto popular. Referencia: QUADROS, D. O
Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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Outra possibilidade de classificaçao dos Estados e analisa-los de acordo com o regime político,
enfatizando a maneira como o poder do Estado e exercido pelo governante e como este governa
o povo” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, cite quais sao
os dois tipos possíveis de regime político, explicando a diferença entre os dois. Sao duas as
formas possíveis de regime político: o democratico e o nao democratico (ou autocratico). O que
os diferencia e que o primeiro garante aos seus cidadaos os principais direitos de liberdade,
protege as eleiçoes livres e competitivas entre diferentes partidos, aplica o sufragio universal e
segue o princípio da regra da maioria nas decisoes, alem de garantir o reconhecimento e a
proteçao dos interesses defendidos pelas minorias derrotadas. Referencia: QUADROS, D. O
Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Ambos [Platao e Aristoteles] reconheceram quais eram as formas de governo possíveis para se
exercer e se organizar o poder no interior do Estado. Esses dois pensadores gregos classificaram
as formas de governo existentes em suas respectivas epocas de modo descritivo, isso porque
conheceram diferentes Estados e, a partir da visualizaçao empírica de como os governos eram
organizados e exercidos nas cidades helenicas, construíram suas respectivas tipologias dos
Estados” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique por
que as teorias de Platao e de Aristoteles sao, alem de descritivas, tambem prescritivas. As teorias
de Platao e Aristoteles, alem de descreverem como os governos eram organizados e exercidos
nas cidades helenicas, tambem prescreveram em seus escritos a melhor forma de governo a ser
adotada, ou seja, exprimiram uma preferencia por determinada forma de governo. Referencia:
QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Platao, no livro A Republica, desenvolve sua teoria e sua classificaçao sobre as formas de
governo com base na observaçao historica. Ele usa como modelos as formas como os governos
se organizaram nas cidades gregas e sua tipologia dos Estados apresenta um determinismo
inafastavel” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique
por que a teoria das formas de governo de Platao pode ser caracteriza como pessimista. A teoria
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das formas de governo de Platao pode ser caracterizada como “pessimista” porque, para o
filosofo grego, todas as cidades da Grecia antiga eram governadas por formas de governo
“corrompidas ou imperfeitas”, uma vez que eram guiadas pelos vícios de seus governantes. O
governo perfeito, portanto, seria apenas ideal, nao sendo visualizado empiricamente em
nenhuma cidade. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba:
Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“O que resta entao [...], segundo Platao, sao as formas mas para se governar. Os criterios usados
por ele para descreve-las sao: quem governa; a paixao dominante; o motivo da corrupçao; e a
molestia do Estado” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina,
cite quais sao as quatro formas de governo corrompidas ou imperfeitas, segundo Platao, e qual
a paixao dominante em cada uma delas. A partir dos criterios adotados pelo filosofo grego
Platao, quatro formas de governo corrompidas ou imperfeitas podem ser identificadas: a
timocracia, em que a paixao dominante e o desejo pela honra; a oligarquia, com o desejo pela
riqueza; a democracia, com a paixao pela liberdade; e a tirania, em que a paixao dominante e a
violencia. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes,
2016, capítulo 1.

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“Em A Republica, salta-nos aos olhos o tratamento que Platao da a democracia – uma ma forma
de governo. Atualmente, em varios países, ha um consenso universal no sentido de tornar a
democracia uma forma de governo hegemonica na organizaçao dos Estados” QUADROS, 2016.
Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, cite e explique os dois pontos que
fazem com que Platao considere a democracia como uma forma corrompida de governo. E
preciso atentar para dois pontos, a fim de compreender a avaliaçao que Platao faz da forma de
governo democratico: primeiramente, que sua classificaçao adota o ponto de vista do
governante, tendo como principal preocupaçao a unidade do poder dele. Assim, a democracia,
ao propiciar maior liberdade aos governados, ameaça a ordem social e o interesse governante;
em segundo lugar, a democracia e tida como um governo em que o povo ocupa o poder e dispoe
de excessiva liberdade, sem limitaçoes, o que pode levar a decisoes irresponsaveis. Referencia:
QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Democracia e uma palavra cunhada ha, ao menos, 2500 anos pelos gregos antigos. Como
geralmente acontece com termos de longa historia, diferentes significados foram sendo
acrescentados aquilo que os gregos concebiam originalmente como governo do povo. Quando
atualmente, nas primeiras decadas do seculo XXI, nos referimos a um regime político como
democratico, sao todos esses diferentes significados, muitas vezes abertamente contraditorios,
que vem a tona”. Fonte: MEDEIROS, P. Uma introduçao a teoria da democracia. Curitiba:
Intersaberes, 2016, p. 19. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique por
que a visao negativa sobre a democracia – visao muito comum a epoca de Platao – foi se
alterando com o tempo, principalmente depois do seculo XV. A mudança pode ser explicada pela
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transformaçao na maneira como a democracia era definida: a epoca de Platao, por exemplo,
pensava-se na forma democratica como o exercício direto do poder político pelo povo. Nos
seculos recentes, a democracia passou a ser praticada e concebida como uma forma de governo
em que o povo exerce, de maneira indireta, o poder, elegendo representantes que irao governar
em nome dos interesses da populaçao. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Aristoteles, discípulo de Platao, apresenta, no livro Política, dois criterios para a avaliaçao dos
diferentes tipos de governo e para a classificaçao das formas de governo. Antes de examinarmos
a tipologia aristotelica, e importante sabermos como o filosofo sugere que ocorreu a origem do
Estado e com qual objetivo este surgiu” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos
abordados na disciplina, explique como ocorreu, para Aristoteles, o surgimento do Estado. Para
Aristoteles, o ser humano possui a necessidade natural de cooperar com os seus semelhantes
para conseguir a proteçao e os meios necessarios para sua subsistencia; e um ser político,
portanto. Assim sendo, organizou-se inicialmente tendo como matriz a família. Da uniao entre
varias famílias surgiram entao os povoados e, posteriormente, as cidades e o Estado. O
nascimento do Estado e, portanto, uma decorrencia da necessidade natural dos seres humanos
de viverem em grupos organizados. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“A classificaçao dos Estados conforme Aristoteles se baseia em dois criterios: quem governa e
como governa [...]. Devemos dar especial atençao para o segundo criterio, porque e a partir dele
que Aristoteles define quais sao as boas e as mas formas de governo” QUADROS, 2016. Tendo
como base os conteudos abordados na disciplina, cite e explique quais sao as formas de governo,
segundo a teoria de Aristoteles.A classificaçao de Aristoteles se baseia em dois criterios: o
numero daqueles que governam – se um, poucos ou muitos – e a maneira como governam – se
em prol da comunidade ou em interesse proprio. A partir disso, seis formas de governo podem
ser identificadas: a monarquia e o governo de “um”, feito de acordo com o interesse da cidade;
a aristocracia, o bom governo de “poucos”; o governo constitucional (ou politia), o governo de
“muitos” que persegue o bem comum. Suas versoes corrompidas (pela busca do interesse
proprio do governante) sao, respectivamente, a tirania, a oligarquia e a democracia. Referencia:
QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Mas, para Aristoteles, qual e a melhor forma de governo? Para o filosofo, e a constitucional, ou
politia, tambem chamada por ele de governo misto” QUADROS, 2016. Tendo como base os
conteudos abordados na disciplina, explique em que consiste o chamado governo misto, que
Aristoteles elencava como a melhor forma de governo. No governo constitucional, ou misto, as
açoes do governante procuram atender aos interesses de todos. Para tanto, ele precisa
harmonizar os interesses de ricos e pobres, atenuando o conflito existente entre essas duas
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forças presentes em qualquer sociedade. Tal forma de governo, que mescla os interesses de
ricos e pobres, seria, portanto, a ideal para garantir estabilidade e paz ao Estado. Referencia:
QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Na filosofia política e na teoria política contemporanea, a corrupçao e vista como uma pratica
frequente dos governantes e se mostra como uma pratica generalizada na vida publica. Assim e
porque, de acordo com a filosofia política, a origem da corrupçao esta na propria natureza
humana, quando ha a degradaçao dos costumes e a violaçao das leis” QUADROS, 2016. Tendo
como base os conteudos abordados na disciplina, explique como Aristoteles define o fenomeno
da corrupçao. Para Aristoteles, a corrupçao acontece quando os homens deixam de agir e
defender os interesses publicos e passam a se orientar pelos desejos pessoais. A corrupçao,
nesse sentido, e enfatizada nos costumes dos cidadaos, os quais fazem prevalecer seus proprios
anseios em detrimento dos interesses da sociedade em geral. Referencia: QUADROS, D. O Estado
na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

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“Rousseau procura esboçar a criaçao do melhor governo possível, de modo que este seja apto a
formar um povo mais virtuoso e mais esclarecido. Conforme o pensador suíço, para atingir tal
objetivo, o governo deve manter-se o mais proximo possível da lei” QUADROS, 2016. Tendo
como base os conteudos abordados na disciplina, explique o que as leis, segundo Rousseau,
devem expressar para que se crie um governo virtuoso. Na perspectiva de Rousseau, as leis
devem expressar a vontade geral, ou seja, a vontade popular. Para isso, e imprescindível que o
povo, alem de estar sujeito as leis, seja ele proprio autor destas, de modo que elas simplesmente
concretizem os registros das vontades da sociedade. Referencia: QUADROS, D. O Estado na
Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 3.

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Rousseau e um dos autores classicos da teoria política, tendo tratado, em obras como “Discurso
sobre a origem da desigualdade”, a respeito do surgimento e das consequencias da propriedade
privada para as sociedades humanas: “E somente o trabalho que, dando ao cultivador um direito
sobre o produto da terra que ele trabalhou, da-lhe consequentemente direito a gleba, pelo
menos ate a colheita e, desta forma, de ano a ano – o que, tornando-se uma posse contínua,
transforma-se facilmente em propriedade. [...] As coisas teriam continuado sempre nesse
estado se os talentos fossem iguais [...] mas a proporçao que em nada se apoiava logo se rompeu;
o mais forte trabalhava mais, o mais esperto tirava melhor partido do seu trabalho [...]. Assim, a
desigualdade natural insensivelmente se desenvolve com a desigualdade de combinaçao, e as
diferenças entre os homens tornam-se mais sensíveis”. Fonte: ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a
origem da desigualdade. Sao Paulo: Ridendo Castigat Mores, 2015, p. 209-210. Tendo como base
os conteudos abordados na disciplina, explique qual a relaçao, estabelecida por Rousseau, entre
o surgimento da propriedade privada e a instalaçao do “estado de guerra” entre os indivíduos.
O argumento de Rousseau e de que, com o surgimento da propriedade privada, o homem e
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tomado por sentimentos perversos (ostentaçao, inveja, ambiçao), que se manifestam tambem
na busca por lucro. Esses sentimentos se tornam os inconvenientes que os homens passam a
experimentar no estado de natureza, tornando-se obstaculos a autoconservaçao, ja que
conduzem os homens a um estado de eterna competiçao e conflito, o “estado de guerra”.
Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016,
capítulo 3.

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Um tema merecedor de destaque nos escritos de Maquiavel – e recuperado pela Ciencia Política
contemporanea – e a enfase dada ao Estado como objeto de estudo. Em seus escritos, o pensador
florentino tambem propoe, como ja haviam feito Aristoteles e Platao, uma tipologia das formas
possíveis de organizaçao do poder de Estado, quer dizer, uma teoria das formas de governo
QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique como a
teoria das formas de governo apresentada por Maquiavel inova em relaçao as teorias dos
pensadores gregos, como Platao e Aristoteles. Em Platao, encontram-se quatro formas possíveis
para organizar o Estado, enquanto Aristoteles elenca seis formas, tres boas e tres ruins. A
inovaçao que Maquiavel sinaliza, em sua propria teoria, e a de reduzir as formas de governo a
apenas duas: o principado e a republica. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 2.

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“Na segunda metade do seculo XX, o argumento de que a classe media e a soluçao para a
estabilidade do governo ganhou força no meio academico e intelectual e ocupou espaço no
debate acerca da consolidaçao da democracia como regime político mais propício para os países
adotarem”. QUADROS, 2016, p. 33. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina,
explique como autores como Dahl e Lipset enfatizam, a exemplo de Aristoteles, a ligaçao entre
a existencia de uma classe media consolidada e a estabilidade da forma de governo. Lipset e
Dahl sugerem que a democracia so seria possível em países que se
desenvolveram/modernizaram internamente de modo a ampliar o poder de consumo e de
renda de seus cidadaos, alem de investirem em areas como educaçao e urbanizaçao. Em países
com o predomínio da classe baixa, ao contrario, a tendencia seria a de instabilidade política e a
de governos liderados por figuras autoritarias. Isso porque a existencia de uma classe media,
bem informada e participativa, amenizaria os conflitos sociais, abrindo a possibilidade de
resolve-los pela via pacífica e eleitoral. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 1.

Tema: O pensamento político de Maquiavel

“Maquiavel – nome proprio universalmente conhecido, que devia forneceu a língua um


substantivo, "maquiavelismo", e um adjetivo, "maquiavelico" – evoca uma epoca, o
Renascimento; uma naçao, a Italia; uma cidade, Florença; e, enfim, o proprio homem, o bom
funcionario florentino que, na maior ingenuidade, na total ignorancia do estranho futuro, trazia
o nome de Maquiavel, destinado a mais ruidosa e equívoca reputaçao”. Fonte: CHEVALLIER, J.-J.
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As Grandes obras políticas: de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1999, p. 17.
Atualmente, os livros “O Príncipe” e “Comentarios sobre a Primeira Decada de Tito Lívio”,
escritos por Nicolau Maquiavel no seculo XVI, sao considerados obras classicas e precursoras
da Ciencia Política por pelo menos tres razoes. Tendo como base os conteudos abordados na
disciplina, cite e explique pelo menos uma dessas razoes. As razoes sao as seguintes:
primeiramente, essas obras de Maquiavel propoem tipologias, generalizaçoes e leis relativas
aos fenomenos políticos, apoiando-se em fatos reais; em segundo lugar, Maquiavel afasta-se da
visao jurídica sobre o Estado e se volta para o ponto de vista comportamental, com enfase no
comportamento do governante; por ultimo, Maquiavel faz uso de tecnicas e formas de analise
hoje utilizadas pela ciencia política, como coleta de dados, observaçao direta e pesquisa de
campo. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes,
2016, capítulo 2.

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Assim como Aristoteles e Platao, Maquiavel tambem legitima a existencia do Estado com base
em uma descriçao dos traços fundamentais da natureza humana. A teoria política desenvolvida
pelo pensador florentino e, portanto, tambem uma teoria acerca das características gerais dos
seres humanos QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina,
explique como a natureza humana e descrita na obra O Príncipe, de Maquiavel.Para Maquiavel,
o perfil do ser humano e constituído por uma natureza perfida e nao sociavel, egoísta e
individualista. Por conta dessas características, o conflito e a realidade natural em que os
homens convivem, sendo, portanto, necessario, para a manutençao da ordem, um Estado que
governe pela coerçao e que se coloque como onipotente perante o homem comum. Referencia:
QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 2.

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“A tradiçao de pensamento indicada pela expressao Razao de Estado compreende todo o curso
historico da Europa moderna e das areas a ela culturalmente ligadas (a America
particularmente). Nela se pode distinguir algumas linhas particularmente significativas. O
ponto de partida se situa no limiar da Idade Moderna e e constituído pelas instituiçoes geniais
e inspiradoras de Maquiavel, com quem começa a emergir, em seus contornos mais gerais, o
conceito de Razao de Estado, mas nao ainda a sua exata formulaçao verbal”. Fonte: BOBBIO, N.;
MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionario de política. Brasília: UNB, 2004, p. 1067. Tendo como
base os conteudos abordados na disciplina, explique por que se pode dizer que Maquiavel faz
parte da tradiçao de pensamento ligada a noçao de “Razao de Estado”. De acordo ao pensamento
de Maquiavel, para evitar que o homem se autodestrua, sao necessarias leis impostas pelo
Estado, as quais permitam fazer a contençao dos vícios e da animosidade característica da
natureza humana. A segurança interna do Estado e a ordem publica exigem que o governante
centralize o poder em suas maos e que aja de acordo a Razao de Estado, quer dizer, priorizando
a segurança deste, com livre arbítrio para nao seguir as leis jurídicas, morais e políticas vigentes.
Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016,
capítulo 2.

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Maquiavel e reconhecido como um pensador que defende a necessidade de o Estado governar


pela coerçao, colocando-se como onipotente perante o homem comum. Chevallier (1982), ao
analisar o pensamento de Maquiavel, afirma: “E o pensamento de um homem que, tendo tratado
com outros homens, esta desiludido; que sabe, alias, distinguir perfeitamente o bem e o mal, e
que ate preferiria o bem, mas que recusa fechar os olhos ante o que julga ser necessidade do
Estado, ante o que julga serem as sujeiçoes da condiçao humana”. Fonte: CHEVALLIER, J.-J. As
grandes obras políticas: de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1982, p. 36-37. Tendo
como base os conteudos abordados na disciplina, explique como Maquiavel justifica a
necessidade por um Estado absoluto. O homem, por ser perfido e interesseiro, tera o conflito
como uma realidade natural na convivencia com seus semelhantes. E nessa descriçao sobre a
natureza humana que se assenta a justificativa de Maquiavel para um Estado que governe pela
coerçao e que se coloque como onipotente perante o homem comum. Referencia: QUADROS, D.
O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 2.

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Em “O príncipe”, de Maquiavel, podemos encontrar uma elaboraçao teorica bastante refinada


acerca das bases que dao sustentaçao a um governante e dos condicionantes do sucesso ou
fracasso de um dado regime de poder. A respeito dessas bases de sustentaçao ao príncipe, o
autor florentino dizia: “Um príncipe deve alicerçar o seu poderio; de outra maneira, arruinar-
se-a sem remedio. Os principais alicerces de todos os Estados, tanto os novos como os antigos
e os mistos, sao as boas leis e as boas armas”. Tratando ainda da relaçao entre esses dois tipos
de “alicerces”, acrescentava Maquiavel: “Deveis pois saber que ha duas maneiras de combater:
uma, com a lei, outra, com a força. A primeira e propria do homem; a segunda, dos animais.
Como, porem, a primeira muitas vezes nao seja suficiente, convem recorrer a segunda. Fonte:
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Sao Paulo: Cultrix, 1998, p. 87 e p. III, respectivamente. Tendo como
base os conteudos abordados na disciplina, explique por que, segundo Maquiavel, as boas leis
precisam ser complementadas pelas boas armas para a manutençao do poder pelo príncipe.
Para Maquiavel, as leis nao sao suficientes porque as decisoes políticas nao tem relaçao alguma
com as normas jurídicas, nem com a distinçao entre legal e ilegal. As decisoes políticas, na
verdade, relacionam-se com a emergencia e a oportunidade, que devem, portanto, ditar a açao
do governante, e nao a legalidade. A fim de nao se limitar as leis e preciso, contudo, contar com
as “boas armas”, o apoio popular. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica.
Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 2.

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Em sua famosa obra “O Príncipe”, Maquiavel aponta uma serie de direcionamentos que devem
ser levados em conta pelo governante, a fim de que este se mantenha no poder e preserve a
ordem no Estado. Esses direcionamentos de Maquiavel para a “açao do príncipe” consistem,
segundo Quadros, em ao menos tres aspectos: boas leis; boas armas; e arte de governar.
QUADROS, 2016, p. 61. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique como
Maquiavel define a arte de governar, necessaria para que o príncipe permaneça no poder. Alem
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das boas leis e das boas armas ou exercito, e preciso que o príncipe possua a arte de governar,
que consiste nas qualidades pessoais ou virtu necessarias para a manutençao do poder.
Qualidades como energia, vigor, resoluçao e adaptabilidade as circunstancias compoem essa
arte de governar, ou seja, de superar os obstaculos colocados pela fortuna (pelo acaso ou
contingencia). Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba:
Intersaberes, 2016, capítulo 2.

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Maquiavel, como estrategista dos jogos de poder, atribuía grande importancia a “virtu” do
príncipe, mas nao deixava de ressaltar tambem outro aspecto fundamental para a manutençao
do poder pelo governante: a “fortuna”. Sobre a “virtu” e a “fortuna”, escrevia o pensador
florentino: “E como o fato de tornar-se príncipe um homem comum pressupoe valor ou boa
sorte, parece que uma ou outra destas duas coisas mitigam, em parte, muitas das dificuldades.
Todavia, aqueles que tiveram a boa sorte em grau menor que o do valor mantiveram-se melhor
nas posiçoes conquistadas”. Fonte: MAQUIAVEL, N. O príncipe. Sao Paulo: Cultrix, 1998, p. 57.
Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique como Maquiavel relaciona
virtu e fortuna. A noçao de “fortuna”, em Maquiavel, refere-se aos efeitos das contingencias e do
acaso sobre o destino político do príncipe. Quando essas contingencias ou acasos oferecem
oportunidades a ele (“boa sorte”), podem entao explicar o sucesso momentaneo deste em
chegar ao poder. Porem, a fortuna nao e suficiente para o governante manter-se no topo, sendo
necessario tambem que possua as qualidades intrínsecas (virtu) exigidas para tal. Quando o
príncipe carrega em si a virtu, ele pode superar as dificuldades imprevisíveis e os obstaculos
impostos pela fortuna. QUADROS, 2016, capítulo 2.

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“Sobre algumas das especificidades do livro Comentarios Sobre a Primeira Decada de Tito Lívio,
destaca-se a cidade de Roma como modelo de republica livre, na qual, segundo o filosofo,
desenvolveu-se a forma de governo mista, em que a plebe e o senado gozavam da mais perfeita
liberdade [...]. Ao ler o texto de Maquiavel, o leitor pode inferir que o autor e favoravel a
republica como forma de governo ideal para organizar o Estado” QUADROS, 2016. Tendo como
base os conteudos abordados na disciplina, explique por que, apesar de republicano, Maquiavel
defendia o carater complementar entre as formas de governo da “republica” e do “principado”.
Para Maquiavel, a forma de governo deve se ajustar ao carater do povo ou do Estado: se
corrompido pelo conflito e pelas disputas políticas, faz-se necessario o principado, como
maneira de restabelecer a ordem; se, ao contrario, a ordem ja impera, entao e possível promover
a liberdade cívica por meio da republica. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 2.

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Um tema bastante atual trabalhado, de maneira pioneira, por Maquiavel, e o da possibilidade de


uma moralidade universal, a qual inclusive o príncipe estaria submetido. Negando essa
possibilidade, Maquiavel defende, ao contrario, que o governante deve agir segundo
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imperativos distintos daqueles dos indivíduos comuns. De acordo com Chevallier, interprete da
obra do autor florentino, Maquiavel ressaltou, ainda no seculo XVI, o problema que passaríamos
a presenciar cada vez mais na relaçao entre o agir político e os valores morais. Fonte:
CHEVALLIER, J.-J. As grandes obras políticas: de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir,
1982, p. 36. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique por que Maquiavel
combate a possibilidade de uma moralidade universal, que poderia ser aplicada tanto ao
príncipe quanto aos cidadaos comuns. Segundo Maquiavel, o príncipe possui responsabilidades
diferentes daquelas do cidadao comum. Acima de tudo, o príncipe deve ter como prioridade
maxima a segurança interna e externa do Estado, tendo muitas vezes, para isso, de ir contra as
leis jurídicas e as regras costumeiras da moralidade universal. O governante, dada essa missao
específica (a da manutençao da ordem interna e externa do Estado), pode agir segundo uma
moral diferente das dos demais. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica.
Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 2.

Tema: O estado de natureza e ausência da sociedade política

“No estado de natureza encontramos os argumentos para a efetivaçao do contrato social que
levara, em Hobbes, a criaçao do Estado-Leviata. No capítulo XIII do Leviata estao os principais
argumentos para que o homem saia desse estado e passe para a sociedade civil ou política. Os
argumentos hobbesianos se sustentam em algumas condiçoes objetivas e subjetivas que o
homem desfruta no estado de natureza para conseguir sua autopreservaçao”. QUADROS, 2016,
p. 88. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, cite e explique quais sao, segundo
Hobbes, as condiçoes objetivas e subjetivas a que os homens estao submetidos no estado de
natureza. A caracterizaçao que Hobbes faz do estado de natureza separa algumas condiçoes
objetivas e outras subjetivas desse estado. Do lado das condiçoes objetivas, ha a igualdade de
que os homens desfrutam e tambem a escassez de bens, o que pode levar a um estado de
desconfiança mutua, de concorrencia e de violencia. Do lado das condiçoes subjetivas, pesam as
paixoes e vícios dos homens, principalmente a vontade de buscar ser superior aos demais, o
que leva tambem a um estado de guerra permanente. Referencia: QUADROS, D. O Estado na
Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 3.

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“Portanto, por melhor que possa ser a constituiçao do governo, este sempre tende a sucumbir
ao vício que provem de sua propria essencia. Como proceder para evitar a degeneraçao do
governo e conserva-lo por mais tempo? Segundo Rousseau, o governo representaria o cerebro
do corpo social, ao passo que a vontade geral ou soberania popular seria seu coraçao; para o
filosofo, o cerebro da sociedade civil pode parar, mas seu coraçao nao” QUADROS, 2016. Tendo
como base os conteudos abordados na disciplina, cite e explique qual o meio possível, segundo
Rousseau, para evitar que o governo se “degenere”, quer dizer, deixe de seguir a vontade geral.
Para conservar a vontade geral como norteadora da atividade dos governantes deve-se fazer
uso, segundo Rousseau, de assembleias em que todos os cidadaos participem para fazer a
fiscalizaçao do governo. Essa participaçao nas assembleias permite a vontade geral prevalecer
sobre os interesses particulares, evitando a apatia política e o individualismo do cidadao,

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características que contribuem para a degeneraçao do governo. Referencia: QUADROS, D. O
Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 3.

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Segundo Ives Michaud, estudioso do pensamento de Locke, para o filosofo ingles “[...] o estado
de natureza nao e uma origem historica, mas a razao do governo civil, a explicaçao da forma que
ele toma. Nao e surpreendente que se descubra, afinal, que o governo civil e a forma
institucionalizada do estado de natureza”. Fonte: MICHAUD, I. Locke. Rio de Janeiro: J. Zahar,
1986, p. 37. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique como Locke
descreve a condiçao humana sob o estado de natureza.Para Locke, no estado de natureza, os
indivíduos desfrutam de um estado de perfeita liberdade, agindo e dispondo de sua pessoa da
forma que entendam ser necessario para sua autopreservaçao. Desfrutam tambem da
igualdade, que se define como a situaçao em que todos sao dotados das mesmas faculdades e
capacidades intelectuais e físicas para atingir seus objetivos pessoais. Alem da liberdade e da
igualdade, os indivíduos tambem desfrutam, no estado de natureza, de suas posses, entendidas
como o direito que ele tem sobre alguma coisa, a qual nao lhe pode ser tirada sem seu
consentimento, conforme a lei da natureza. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 3.

Tema: Contrato, um artefato racional para garantir a sobrevivência

“A teoria racional do Estado que os pensadores políticos contratualistas elaboraram, parte de


dois momentos sobre a existencia do homem, denominados por eles de estado de natureza e
estado civil ou político” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na
disciplina, explique em que consiste, para os autores contratualistas, a diferenciaçao entre
estado de natureza e estado civil ou político. Para os contratualistas, o estado de natureza
consiste em um estado apolítico no qual o homem tem como objetivo maximo a
autopreservaçao. Sem a existencia de um poder central, de um Estado, todos estao entregues ao
proprio livre-arbítrio para agir em prol dessa autopreservaçao, sendo livres e iguais em
condiçao. Por outro lado, o estado civil ou político nasce justamente de uma tentativa de limitar
a liberdade e a insegurança do estado de natureza, por meio de um contrato entre os indivíduos
que funda um poder central, o Estado. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 3.

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“Para sair do estado de natureza, o homem deve, segundo Hobbes, consultar a propria razao, a
qual o orienta a seguir os meios adequados para chegar aos fins pretendidos. Para a teoria
contratualista, o fim maior a ser atingido pelo homem e a autopreservaçao. Desse modo, ele
racionalmente entendera que deve procurar a paz para conservar sua vida” QUADROS, 2016.
Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique qual e, segundo Hobbes, a
funçao principal do Estado-Leviata e quais características ele deve ter para executar tal funçao.
Segundo Hobbes, a funçao principal do Estado-Leviata e dar totais garantias a autopreservaçao
dos homens, retirando-os do estado de natureza e da guerra de todos contra todos. Para isso,
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esse Estado deve ser um poder irrevogavel, indivisível e absoluto. E indivisível porque deve
estar nas maos de uma unica pessoa, detentora de um mandato irrevogavel sem limites de
tempo, e e um poder absoluto porque essa pessoa pode exerce-lo sem limites. Referencia:
QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 3.

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“Os argumentos que Hobbes desenvolve no livro Leviata para justificar o Estado o caracterizam
como um pensador conservador [...]. Entre os excessos de liberdade e autoridade, o filosofo
ingles elege a manutençao da autoridade como sendo mais viavel para a autopreservaçao do
homem. Perceba que a síntese do argumento hobbesiano e que a sociedade so pode sustentar-
se na oposiçao[...] entre autoridade e sudito, isto e, quem manda versus quem obedece”
QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina, explique por que o
argumento de Hobbes em defesa do Estado-Leviata opoem-se ao da teoria constitucionalista.
Ao defender um governo absoluto, Hobbes se mostra avesso a teoria constitucionalista, pois
esta defende a criaçao de limites jurídicos a fim de evitar o abuso do poder por parte do
governante, justamente o que a ideia de poder absoluto, característica do Leviata, rechaça.
Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016,
capítulo 3.

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“A tese central de Montesquieu [na obra O Espírito das Leis] sobre essa separaçao [de poderes]
sustenta que a melhor forma de evitar o abuso de poder por parte do governante e fragmentar
e distribuir tal poder entre diferentes pessoas, as quais passarao a comandar os diferentes
orgaos que formam o Estado e deverao fiscalizar-se mutuamente” QUADROS, 2016. Tendo
como base os conteudos abordados na disciplina, explique por que a concepçao de um Estado-
Leviata, em Hobbes, opoem-se a visao de Montesquieu sobre a divisao de poderes. Hobbes
opoem-se a uma divisao de poderes, pois sua concepçao de um Estado-Leviata, capaz de dar fim
ao estado de natureza, requer um poder que seja absoluto, irrevogavel e tambem indivisível,
quer dizer, que seja localizado sob o controle exclusivo de um homem ou de uma assembleia,
que terao totais poderes para autorizar atos e decisoes. Referencia: QUADROS, D. O Estado na
Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 3.

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“Os pensadores John Locke e Jean-Jacques Rousseau fizeram parte, entre os seculos XVI e XVIII,
de um movimento de intelectuais conhecido como constitucionalismo. Especificamente sobre
esse movimento, o filosofo político Bobbio (1997b, p. 24) afirma: ‘O estado moderno, liberal e
democratico, surgiu da reaçao contra o estado absoluto [...]. Na tradiçao do pensamento político
ingles, que ofereceu a maior contribuiçao para a soluçao deste problema, da -se o nome
específico de constitucionalismo ao conjunto de movimentos que lutam contra o abuso do
poder estatal’” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina,
explique como, segundo o constitucionalismo de Locke, pode se impedir o abuso de poder pelo
Estado. Para um autor constitucionalista como John Locke, o poder do Estado deve ser limitado
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pelo reconhecimento e garantia, por parte do governante, da existencia de direitos naturais
inviolaveis dos indivíduos. A constituiçao seria, assim, a garantia de limitaçao ao poder de
Estado. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba: Intersaberes,
2016, capítulo 3.

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“Em Locke, a passagem do estado de natureza para o estado civil ou político se faz a partir do
estabelecimento de um contrato, pelo qual os homens aderem ao livre-arbítrio em favor da
formaçao da sociedade política, que sera composta de um corpo político compreendendo o
Legislativo, o Executivo e o Judiciario. Esse corpo político tem como funçao garantir o
cumprimento da lei da natureza, preservando, assim, as posses de todos os membros que
aderiram ao contrato” QUADROS, 2016. Tendo como base os conteudos abordados na disciplina,
explique qual a principal diferença entre a concepçao liberal de Estado, em Locke, e a concepçao
de Estado em Hobbes. O poder político de Estado que surge a partir do contrato, em Locke, e
“limitado” – e nao absoluto, como em Hobbes. O poder supremo, segundo o liberal Locke, e
exercido pelo Legislativo, que concentra os representantes escolhidos pela comunidade. O
governo que exerce o poder Executivo deve estar, portanto, subordinado as leis elaboradas por
esses representantes no Parlamento. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política
Classica. Curitiba: Intersaberes, 2016, capítulo 3.

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“O pensamento político de Locke sobre a origem e a justificativa do Estado recebe varias


interpretaçoes na teoria política e na filosofia política contemporanea. [...] Os argumentos de
Locke em favor de um Estado que limite ao mínimo suas açoes sobre a sociedade civil podem
ser encontradas nas teorias do globalismo e do liberalismo” QUADROS, 2016. Tendo como base
os conteudos abordados na disciplina, explique qual a funçao do Estado na perspectiva do
globalismo, influenciada pelo pensamento de Locke. No globalismo, perspectiva encontrada nas
Relaçoes Internacionais, o Estado e definido como mero mantenedor da ordem civil, garantindo,
sem interferir, que as relaçoes de trocas economicas se desenvolvam internamente, alcançando
o nível externo. Referencia: QUADROS, D. O Estado na Teoria Política Classica. Curitiba:
Intersaberes, 2016, capítulo 3.

Referências complementares

CHEVALLIER, J.-J. As Grandes obras políticas: de BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G.
Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, Dicionario de política. Brasília: UNB, 2004
1999
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Sao Paulo: Cultrix,
RIBEIRO, J. U. Política: quem manda, por que 1998
manda, como manda. Rio de Janeiro: Nova
MICHAUD, I. Locke. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1986
Fronteira, 1985
MEDEIROS, P. Uma introduçao a teoria da
democracia. Curitiba: Intersaberes, 2016
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