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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: RELAÇÃO DE GÊNERO E SAÚDE – CHF 991
GRADUANDO: JONSON CÉSAR DE FREITAS
PROF.ª: ACÁCIA

RESENHA CRITICA

PINTO, Céli Regina Jardim. Feminismo, história e poder. Rev. Sociol. Polit.,  Curitiba ,  v.
18, n. 36, p. 15-23,  June  2010 .

O referido artigo proposto pela autora aborda a questão da história do feminismo e


também o seu crescimento a partir dos séculos XIX e XX. De um modo geral, autora traz em
seu contexto duas situações que se entrelaçam, mostrando num primeiro momento a
evolução histórica do feminismo e em seguida a sua busca pelo poder. Para isso, o trabalho
foi dividido especificamente em duas partes, todas explanadas em conformidade com as
experiencias e fundamentações vivenciadas ao longo da história do assunto em pauta.

Num primeiro momento, a autora logo de cara afirma que, o movimento feminista
percorreu caminhos próprios, produzindo não só uma reflexão crítica de sí, como também
agiu na construção da sua teoria própria, àquela época, impulsionada por mulheres de
classe média com conhecimentos em áreas afins de Humanas, Crítica Literária e de
Psicanálise.

No que concerne a historia das mulheres pelo reconhecimento, a autora nos remete
as lutas dos movimentos feminismo que ocorreram no fim do sex. XIX e começo do sec. XX,
principalmente na Inglaterra e no Brasil e também aos entraves provocados pela igreja
católica. Prossegue afirmando que a cultura de inferiorização da mulher que foram
deixadas pelos os governos absolutistas naquela época, foram motivos de lutas pelas
mulheres para terem direito de serem reconhecidas como pessoas.

Ainda sobre a evolução histórica do feminismo, nesse trabalho a autora também


rememorou o período da década de 60 e os vários movimentos feministas libertários
presentes na Europa, Estados Unidos e Brasil. A autora afirma que nessa época além do
movimento feminista surgir com toda a força, as mulheres, pela primeira vez, passaram a
discutir de forma direta sobre a questão das relações de poder entre homens e mulheres.
Ela enfatiza que a busca dessa nova reconfiguração social, levou os movimentos feministas
a lutarem não somente pelo espaço que lhe cambem, como também, pelo fim da
dominação do homem afim de dar a mulher liberdade e autonomia para decidir sobre sua
própria vida e seu próprio corpo.

Por fim, nessa primeira parte ao reportar sobre o movimento feminista no Brasil, o
artigo trás que no país o seu surgimento se deu nos anos 70 sob forte pressão e repudio
militar, só vindo, no entanto, a ter notoriedade depois da redemocratização dos anos 1980,
quando vários grupos e coletivos passaram a lutar pelos direitos das mulheres, tendo como
consequência os direitos adquiridos e elencados na Constituição de 1988.

Já na segunda parte do artigo a questão especifica a qual é abordada pela autora é


“mulher e poder” no cenário brasileiro. Aqui, a autora além de tratar da questão da
posição da mulher no espaço político, também busca embasamento para propor questões
para reflexão sobre este binômio. De acordo com a autora, a presença de mulheres
feministas ou não, na política, se torna muito revelador diante de sua posição ocupada no
espaço público da sociedade. Ademais, acrescenta que naqueles países onde a história do
movimento feminismo foi grande, o número de mulheres na disputa eleitoral e nos cargos
legislativos, executivos e judiciários também foram bastante expressivo, mas que todavia,
não foi motivo garantidor para que as mulheres fossem eleitas com plataformas feministas
ou que sejam feministas.

Sobre tal assunto, de um modo geral a autora nos passa a ideia de que a ausência
maciça de mulheres na política que tenha vivido a questão do feminismo ou mesmo que
possuam tal pensamento, contribuiu para a inibição das práticas dos ideais femininos no
cenário político e social de um pais, já que outras pessoas sem tais atributos não iria
representar tais ideais tão bem. A respeito disso prossegue o artigo enfatizando o
pensamento de Anne Phillips, que diz que a idéia do feminismo pode sobreviver mesmo
sem a presença de mulheres e de defensores do feminismo, mas que tal situação é rara e
limitada.

Dito posto, a autora leva o leitor a discussão sobre a ausência da mulher na arena
política brasileira e a questão de sua relação com o poder, a partir de três perspectivas. A
primeira delas diz respeito à posição relativa da mulher na estrutura de dominação, a
segunda fala sobre à pretensão de poder da mulher na sociedade moderna e, já a terceira
versa sobre a questão do empoderamento das mulheres a partir da reconstrução de sua
identificação.

, a autora traz diversas situações que trata do binômio: mulher e poder na história
do cenário social e político brasileiro, enfatizando assim a formação de uma hierarquia na
sociedade que culminou nas desigualdade de um modo geral entre as classes, as raça e os
gêneros. A essa respeito a autora demonstra que nada mudou, pois mesmo com a entrada
de personas, de grupos que forjaram lugar no espaço público, desafiando justamente esta
ordem hierárquica, ainda continua sendo freada de todas as maneiras.

Já na parte final desse artigo, a autora além de relacionar a questão do poder com
as ideias de Foucault, também cita a questão da representatividade tomando base a ideia
da filósofa norte-americana Judith Butler e a reflexão de Young. A primeira diz que a
representatividade da mulher na política conservadora e institucional deve ser rompido e
transformado, já a segunda identifica as três formas por meio das quais a representação se
concretiza: interesse, opinião e perspectiva.

Finalizando, percebe-se que a autora possui conhecimentos sólidos acerca do


assunto tratado, pois empenha-se em apresentar de forma clara e detalhada a história do
feminismo mundial e brasileiro e suas relações de luta em busca do reconhecimento,
sobretudo através do poder. É uma leitura que não precisa de muitos conhecimentos
prévios, pois a autora costura a história do feminismo com as várias reflexões de autores
diversos, levando o leitor a compreensão daquilo que se busca no artigo.

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