Você está na página 1de 5

RELIGIÃO CATÓLICA

Os 7 pecados capitais

Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como
ele é puro. Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o
pecado é a transgressão da Lei. Vocês sabem que ele se manifestou para tirar
os nossos pecados, e nele não há pecado. Todo aquele que nele permanece
não está no pecado. Todo aquele que está no pecado não o viu nem o
conheceu. Filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que pratica a
justiça é justo, assim como ele é justo. 1 João 3:3-7

A primeira epístola do apóstolo João, um dos livros do novo testamento da


Bíblia, tem como objetivo expor a heresia dos falsos mestres e confirmar a fé
dos verdadeiros crentes. Em sua estrutura ele fala sobre os ensinos falsos,
elucida sobre o caminho para a santificação, sobre o amor como meio
essencial para atingir tal santificação e a fé que nos traz conforto e segurança
para seguir o caminho de Deus.

O conceito do pecado

Os versículos acima do capítulo 3 falam especificamente do conceito pecado. A


iniquidade é a prática de ações que são contra a equidade, contra à moral e à
religião. Os 7 pecados capitais são vícios que são praticados por homens e
mulheres que são levados por tentações e males dos prazeres mundanos, e
que infringem o que não é permitido. O caminho da moral e da religião é o
caminho de regras que devem ser seguidas para podermos ir de encontro a
Deus, de modo que não nos afastemos do cumprimento dos Dez
Mandamentos.

A lei de Deus perante o pecado

O termo “capital” deriva do latim caput, que significa líder, chefe ou cabeça. A
enumeração dos 7 pecados capitais pela Igreja Católica teve como objetivo
identificar os principais pecados, os “líderes”, que desencadeavam os demais
descumprimentos da Lei de Deus e que distanciavam homens e mulheres da
salvação e do caminho justo. São os 7 pecados capitais mais comuns
cometidos mais facilmente pelas pessoas e, por serem mais ocasionais, devem
ter uma atenção redobrada. As leis têm como objetivo gerar a ordem, atribuir
direitos e deveres, penas e servir de guia para a convivência. Como viver uma
vida justa uma vez que ela é desregrada, pautada pelo pecado? Foram
identificados 7 pecados capitais.

É fundamental a conscientização do cristão sobre os 7 pecados capitais,


identificar as ações que corrompem o homem, sobre a importância de seguir o
caminho correto e justo para que seja possível viver em uma sociedade

1
igualitária, de amor e fraternidade, onde os valores morais sejam praticados e
disseminados de forma que todos possam encontrar Deus e a vida eterna.

A criação da antiga lei

Os 7 pecados capitais foram formalizados pelo Papa Gregório Magno no


século VI, tomando por base as Epístolas de São Paulo, porém a lista só se
tornou “oficial” na Igreja Católica no Século XII, com a Suma Teológica,
documento publicado pelo teólogo São Tomás de Aquino.

Os 7 pecados capitais são: Luxúria, gula, avareza, ira, orgulho, inveja e


preguiça. Confira sobre cada um deles:

1. Orgulho (ou soberba)


“Salvas os humildes, mas os teus olhos estão sobre os orgulhosos para os
humilhar.” (2 Samuel 22:28)

Esse pecado capital está relacionado a orgulho excessivo, vaidade e


arrogância. Características que levam o ser a se achar superior a todos e
superior a Deus, resultando na falta de reconhecimento da nossa dependência
de Deus e no desprezo aos demais. A soberba é vista, inclusive, como o
motivo de Lúcifer ter caído do céu por não suportar ser inferior a Deus.

2. Gula
A gula é o desejo insaciável, relacionado ao egoísmo humano. O pecado
capital fala a respeito do consumo das coisas em excesso que nos leva a
problemas maiores, não necessariamente relacionados à alimentação, mas a
qualquer outro tipo de consumo demasiado. É uma forma de cobiça, onde o
homem deseja cada vez mais além do que já tem.

Parte da literatura sobre o cristianismo moderno relaciona a gula como


personificação do demônio, Belzebu, um dos sete príncipes do inferno. Descrito
como “Príncipe dos Demônios, Senhor das Moscas e da Pestilência, Mestre da
Ordem”. A mosca aqui, que tem uma analogia interessante. Para algumas
crenças antigas, as moscas eram enviadas por Belzebu para se apossarem
daquele alimento estragado ou de carniça, e enquanto se alimentavam,
poderiam “transmitir através do ar” algumas doenças. Por isso, algumas
pessoas evitavam chegar perto destes insetos, temendo serem contagiados
com alguma doença ou serem tentados a pecarem praticando a gula.

Mas o principal efeito colateral da gula é a falta de empatia com os demais.


Quando a pessoa come de forma gulosa, é considerado uma afronta a essa
metáfora de Cristo e ao ensinamento da temperança e da partilha. Ou seja,
aquele que come muito e bebe muito, de certa forma está tirando o acesso a
tais alimentos de outras pessoas, está agindo de forma gananciosa e egoísta.

2
3. Avareza
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o
outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a
Mamom.” (Mateus 6:24)

Mammon é uma palavra hebraica que tem como tradução literal “dinheiro”. A
avareza é relacionada ao apego não saudável ao dinheiro, às riquezas. Que
leva a falta de partilha com os demais. O amor ao dinheiro e ganância por mais
leva ao confronto do que a Bíblia prega a respeito da generosidade. E a
riqueza não deve ser adorada, apenas Deus. Neste sentido, o pecado da
avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não é Deus, como se
fosse Deus.

Se originalmente a avareza e a ganância ou cobiça referiam-se apenas a posse


do dinheiro, hoje tal pecado compreende um leque mais amplo. Hoje já
podemos falar em ganância por poder, por propriedades, por bens materiais,
por fama e por status social.

4. Luxúria
A Luxúria é o apego excessivo aos prazeres mundanos que leva os homens e
mulheres afrontarem seu lado espiritual e a desrespeitarem Deus e outras
pessoas. A Luxúria ao longo da História foi considerada motivo para que
algumas práticas imorais, abusivas e cruéis fossem feitas, como o adultério,
pedofilia, estupro e incesto.

A pessoa dominada pela luxúria vive para os prazeres, sem exercer domínio
próprio. A luxúria leva à imoralidade sexual, porque a pessoa não controla seus
desejos. A luxúria está também bastante relacionada com a gula, a soberba e a
avareza, pois, através de ambas, o pecador deseja adquirir o prazer.

5. Inveja
A Inveja consiste num sentimento onde a pessoa se sente rancorosa, triste e
as vezes irada e cobiçosa por algo que outra pessoa ganhou ou possui. É
considerada pecado porque uma pessoa invejosa ignora suas próprias
bênçãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio crescimento
espiritual.

O invejoso ignora tudo com que foi abençoado e que possui, para cobiçar o
que é do próximo. O invejoso vive constantemente procurando se sobressair ou
se equiparar ao invejado, e as vezes tenta derrubá-lo de alguma forma. Neste
caso o amor ao próximo é deixado de lado, e as vezes o invejoso até mesmo
culpa a Deus por não possuir aquilo que deseja.

3
Se voltarmos a Bíblia, o primeiro assassinato cometido entre humanos, se deu
com os irmãos Caim e Abel. Caim ficou com inveja do irmão, irou-se e matou
Abel. A Inveja foi o estopim para este horrendo ato, o primeiro assassinato
entre pessoas e o primeiro fratricídio (assassinato entre irmãos).

A inveja na forma de ciúme é proibida nos Dez Mandamentos da Bíblia. Do


latim invidia, que quer dizer “olhar com malícia”.

6. Preguiça
A preguiça é um estado físico ou mental de lentidão, morosidade e falta de
ação. Normalmente a preguiça é associada ao ato de trabalhar, seja nos mais
diversos tipos de trabalho. O preguiçoso foge de suas responsabilidades.

Originalmente a Preguiça era entendida como a falta de desempenho dos


cristãos em orar para Deus, em participar da comunhão, em servir a Deus, etc.
Hoje a Preguiça também é entendida como a falta de disposição não apenas
com Deus, mas para com o outro e para consigo. Pois algumas pessoas
podem ter disposição para certas atividades, mas para outras se mostram
preguiçosas, pois aquilo não lhe atenderia alguma necessidade, deixando
assim, de fazer as boas coisas em função de Deus e do próximo.

7. Ira
Conhecida também por cólera, é o sentimento humano de externar raiva e ódio
por alguma coisa ou alguém. É o forte desejo de causar mal a outro, e um dos
grandes responsáveis pela maior parte dos conflitos humanos no transcorrer
das gerações.

A ira torna a pessoa furiosa e descontrolada com o desejo de destruir aquilo


que provocou sua ira, que é algo que provoca a pessoa. A ira não atenta
apenas contra os outros, mas pode voltar-se contra aquele que deixa o ódio
plantar sementes em seu coração. A Bíblia nos ensina a dominar nossa raiva,
vencendo o mal com o bem. Dessa forma, o castigo e a execução do causador
pertencem a Deus.

O caminho do perdão

A ira não foi deixada por acaso como o último tópico desse texto. A virtude
relacionada à ira é o perdão. Diferentemente dos pecados capitais, o perdão
não é um ato, e sim um processo mental e espiritual de cessar o ressentimento
tóxico. Assim como Deus pode nos perdoar pelos nossos pecados, precisamos
perdoar os pecados do próximo para recebermos tal perdão, conforme
rezamos no Pai Nosso.

O processo de perdão passa pelo reconhecimento dos atos cometidos, pela


confissão e pelo arrependimento de ter cometido os mesmos. Passa

4
fundamentalmente pela tentativa de correção dos erros já cometidos para que
eles não voltem a acontecer. E não importa o quanto a pessoa tenha pecado, o
perdão de Deus pode ser maior do que qualquer pecado, desde que realmente
a pessoa realmente se arrependa, se sinta livre da culpa. Que encontre o
caminho da salvação através da fé.

Você também pode gostar