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Capítulo I

História do Povo Cigano …


O maior axioma do Povo Cigano diz simplesmente:
"A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua
própria natureza".

A) ORIGEM
Todos os povos trazem no bojo de sua cultura algum mito que pretende explicar as origens do homem e
de toda a natureza. Conforme suas tradições interpretam dessa ou daquela forma os reflexos da grande verdade, a
Bíblia é um exemplo disso.
Em todas as tradições, há um momento onde a criação teve início, ou seja uma inteligência oculta e
suprema idealizou tudo que existe.
Os Ciganos contam em uma de suas lendas que no passado tinham um rei, que guiava sabiamente o povo
numa cidade maravilhosa da Índia, chamada Sind. Ali o povo era muito feliz, até que hordas de muçulmanos
expulsaram os Ciganos, destruindo sua cidade.
Outros pontos também colaboram para que esta hipótese seja reforçada, como a tez morena comum aos
hindus e ciganos, o gosto por roupas vistosas e coloridas, e princípios religiosos como a crença na reencarnação e
na existência de um Deus Pai e Absoluto.
Existe ainda o povo que diz que os ciganos sempre despistaram a sua origem, dizem que foi no noroeste
da Índia (atual Paquistão), e outros ainda dizem que foi no Egito.
Mas a maior prova que o cigano veio da Índia é a similitude entre a língua cigana - Romani ou Romanê -
é o Sânscrito, a antiga língua clássica da Índia.
Dizem ainda, que entre o século X e XIII, os ciganos se subdividiram em dois grupos: um foi para a Ásia
e o outro para a Europa.
Diziam-se peregrinos cristãos vindo do Egito e por isso obtinham licença de autoridades locais para se
instalarem. Porém, quando suas mulheres começavam à ler a sorte, os homens praticavam pequenos “roubos”,
pilhagens e embustes para sobreviver, atraiam a ira dos anfitriões e passavam a ser considerados maldito e as
vezes lhe atribuíam a culpa de pestes e epidemias.
Algumas vezes as autoridades ofereciam dinheiro para que eles saíssem do território, e em outras
iniciavam uma perseguição e os expulsavam. Os "golpes" que aplicam nos "gadjé" são mais um meio de provar
sua superioridade do que um jeito de enriquecer fácil.
A comparação entre os vários dialetos que constituem a língua cigana, chamada romani ou romanes, e
algumas línguas indianas, como o sânscrito, o prácrito, o maharate e o punjabi, só para citar algumas, permitiu que
se estabelecesse com certeza a origem indiana dos Ciganos
Porém de acordo com uma antiga Tradição Cigana, a teoria mais frequente sobre a origem do Povo
Cigano, é que após um período de adaptação neste planeta, os ciganos teriam surgido do interior da Terra e
esperam que um dia possam regressar ao seu lar.
O sistema social implantado na Índia era de Castas e o cigano não se adaptou, já que preserva a sua
liberdade. O que não se sabe ainda é se esses eternos viajantes pertenciam a uma casta inferior dentro da
hierarquia indiana (os parias) ou de uma casta aristocrática e militar, os orgulhosos (rajputs).
Todavia a razão pela qual abandonaram as terras nativas da Índia permanece ainda envolvida em mistério.
Parece que eram originariamente sedentários e que devido ao surgimento de situações adversas, tiveram que viver
como nômades.
Desde então foram obrigados a vagar de uma nação a outra...Mas, como dissemos, trata-se de uma lenda.
As informações mais seguras sobre suas origens foram obtidas através de estudos linguísticos feitos a partir do
século passado.
Depois de vagarem pelas Terras do Oriente, os ciganos invadiram o Ocidente e espalharam-se por todo o
mundo. Essa invasão foi uma das únicas na história da humanidade que foi feita sem guerras, dor ou
derramamento de sangue.
Independente de qual fosse seu status, a partir do êxodo pelo Oriente, os ciganos se dedicaram com
exclusividade a atividades itinerantes: como ferreiros, domadores, criadores e vendedores de cavalo, saltimbancos,
comerciantes de miudeza e o melhor de suas qualidades que era a arte divinatória. Viajavam sempre em grandes
carroças coloridas e criaram nomes poéticos para si mesmos.
Na Moldávia e na Valáquia (atual Romênia), os ciganos foram escravizados durante trezentos anos; na
Albânia e na Grécia pagavam impostos mais altos. Na Alemanha, crianças ciganas eram tiradas dos pais com a
desculpa de que "iriam estudar", enquanto a Polônia, a Dinamarca e a Áustria puniam com severidade quem os
acolhesse.
Nos países baixos inúmeros ciganos foram condenados à forca e seus filhos obrigados a assistir à
execução dos pais para que assim aprendessem a "lição de moral". Apenas no país de Gales eles tiveram espaço
para manter parte das suas tradições e a língua.
Segundo outra lenda, narrada pelo poeta persa Firdausi no século V d.C., um rei persa mandou vir da
Índia dez mil Luros, nome atribuído aos Ciganos, para entreter o seu povo com música.
A Grécia foi um país muito importante, visto que lá eles adquiriram costumes, hábitos e vocábulos da
cultura grega, começaram a ser nômades porque viam muitos viajantes passando e ficavam fascinados com a
sabedoria que adquiriram. Dançavam, cantavam, liam a sorte etc. Na verdade o cigano para ser nômade tinha que
usar a arma da sedução e esperteza para poderem sobreviver.
Na Checoslováquia eram condenados, só por serem ciganos; a sua orelha era cortada antes de qualquer
acusação.
Rotulados injustamente como ladrões, feiticeiros e vagabundos, os ciganos tornaram-se um espelho onde
os homens das grandes cidades e de pequenos corações, expiavam suas raivas, frustrações e sonhos de liberdade
destruídos.
Quase sempre os ciganos eram bem recebidos nos países onde chegavam. Os chefes das tribos
apresentavam-se de forma pomposa, como príncipes, duques e condes (títulos, aliás inexistentes entre os ciganos).
Diziam-se peregrinos cristãos vindos do Egito e, assim obtinham licença das autoridades locais para se instalarem.
Na região de Andaluzia (Espanha), encontraram facilidades e estabeleceram-se. Mesmo assim, durante a
inquisição católica, vários deles foram expulsos pelos tribunais do Santo Ofício.
Pacientemente, este povo diferenciado, continuou sua marcha e até hoje seus estigmas não sararam.
O homem moderno ainda não aprendeu a viver e deixar viver. Diferente continua sendo o sinônimo de
inimigo. Mas a "alma cigana" perfuma o lugar por onde passa.
O Povo Cigano é guardião da LIBERDADE.
A vida é uma grande estrada, a alma é uma pequena carroça e a Divindade é o Carroceiro. Com valores
muito diferente dos nossos, os ciganos estão longe de querer o poder e não fazem a mínima questão de ascender
na escala social.
No passado, os ciganos eram conhecidos como os "senhores da estrada". Andavam de um lugar para
outro, atravessando rios e florestas. Percorriam a Índia inteira, chegando ao Oriente Médio, para depois retornar.
Atravessavam reinos inimigos entre si. Para se ter uma ideia, só o Rajastão era dividido em pelo menos cem
pequenos reinos.
Dispunham de um salvo-conduto especial para atravessar uma determinada região. É que todo mundo
precisava do trabalho deles.
De fato, transportavam mercadorias, serviam de "correio" para as longas distâncias e eram também os
banqueiros dos grandes senhores - podiam comprar ouro e trocá-lo por bens de consumo ou dinheiro. Muitas
vezes, o ouro e os objetos preciosos não eram carregados pelos ciganos nas longas viagens. Preferiam enterrar
tudo em lugares secretos. No momento certo, sabiam qual caixa-forte abrir para fazer os negócios.
Nunca fizeram guerra dizem, entre eles, mas durante uma guerra, no pais onde se encontravam, podiam
ser recrutados para ajudar um determinado exército, mas nunca para o combate. Ficavam na retaguarda, prestando
às tropas todo tipo de serviço necessário. Em caso de derrota, nada sofriam, porque todos reconheciam o seu
valor social.
Outras atividades importantes sempre foram a música, a dança, a acrobacia e o teatro nas cortes dos reis
ou para os soldados.
Hoje, podem encontrar ciganos aos milhões em periferias anônimas, pobres, às vezes miseráveis.
Todavia, dignidade suficiente, não lhes falta, numa sociedade que mudou muito desde os tempos em que
ciganos, eram reis das estradas. Eram os Banjaras (ciganos músicos e dançarinos).

Clãs que influenciaram na história dando-lhes origem, os quais, mais tarde, vieram ser chamados de
ciganos:

 Os Hakkipikki – caçadores do centro sul da Índia;


 Os Gadha Lohar – que trabalham com metais;
 Os Rabari – pastores de ovelhas, cabras e camelos;
 Os Korwas – fabricantes de pulseiras, colares e coroas;
 Os Kalibilias, os Nat e os Bopas – dançarinos, músicos, acrobatas de circo.

Os ciganos viveram e vivem diante de uma realidade complexa e às vezes difícil de decifrar.
Em meio a situações de desagregação social e à perda de identidade, surgem sinais contrapostos de
esperança e de renovação que testemunham uma rebelião contra um destino amargo.
A defesa do direito à diferença; uma diferença que, no caso dos ciganos, pode conter aspectos que para
muitos são difíceis de entender e de compartilhar. É preciso ter consciência de que tais formas de "desvio social"
não são peculiares à cultura Romaní, mas frequentemente, são consequência da secular rejeição oposta a eles pelas
sociedades circunstantes.
Os ciganos constituem talvez o último desafio a um modelo de vida voltada à especulação e ao cimento: o
futuro deles depende da boa vontade dos povos vizinhos.
Eles continuarão a existir na medida em que a sociedade dos gadjê (não ciganos) não ficar indiferente às
suas ansiedades, a seus problemas e às suas aspirações.
Quando se fala dos costumes e tradições Romani é preciso explicar alguns pontos importantes que podem
clarear fatos aqui apresentados. A maioria das tradições aqui expressas se referem aos grupos Rom da velha
Europa.
A população Romani sempre foi composta com diferentes grupos étnicos agrupados durante a grande
migração inicial da Índia.
O povo Romani se formou fora da Índia apesar de vários elementos étnicos terem se iniciado ainda dentro
da Índia.
Em outros lugares, o elemento Romani era muito discreto para manter sua identidade e foi perdido,
enquanto contribuía para o grupo ao qual eles eram absorvidos.
A população Romani tem crescido diferentemente nos diferentes lugares  a tal ponto que um grupo pode
negar a legitimidade de um outro grupo.
Mas todos os grupos mantêm, a um grau maior ou menor, uma barreira entre os que são Rom e os que não
são.
A integração e a assimilação dentro da sociedade gadji tem ameaçado a preservação dos costumes e
tradições Rom.
A habilidade Rom de se adaptar a novos ambientes para sobreviverem tem sido responsável pela perda de
muitos costumes  esquecidos no tempo.
A compreensão destas ameaças pode prevenir maiores perdas dos costumes e tradições de uma cultura
única e antiga.
Uma comparação pode ser feita com o povo Inuit da América do Norte que eram chamados formalmente
como "Esquimós" - um nome externamente aplicado.
O princípio da auto-determinação envolve reconhecimento.
O fato do Povo Cigano não ter, até os dias atuais, uma linguagem escrita, fica quase impossível definir
sua verdadeira origem.
Portanto, tudo o que se disser a respeito de sua origem está largamente baseado em conjecturas,
similaridades ou suposições.
Em sua maioria, os ciganos são artistas (de muitas artes, inclusive a circense); e exímios ferreiros,
fabricando seus próprios utensílios domésticos, suas joias e suas selas.
Rotulados injustamente como ladrões, feiticeiros e vagabundos, os ciganos tornaram-se um espelho onde
os homens das grandes cidades e de pequenos corações expiaram suas raivas, frustrações e sonhos de liberdade
destruídos.
Pacientemente, este povo diferenciado, continuou sua marcha e até hoje seus estigmas não sararam.
A família é a base da organização social dos ciganos, não havendo hierarquia rígida no interior dos
grupos.
Esse povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza pois para o cigano a vida é uma festa e a
natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã.
Onde quer que estejam, os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e,
principalmente por seus hábitos ruidosos.
São um povo cheio de energia e grande dose de passionalidade.
São tão peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de
liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema.

OS CIGANOS NO BRASIL:

Os ciganos entraram em Portugal pela Espanha em 1516 mais precisamente em Alantejo, porque
era um lugar descampado e tinha matagais.
Em Portugal eram impedidos de ler mãos, eram impedidos de exercer a sua ciganidade, falar o
Romani, usar roupas ciganas. Era caso até de morte ou prisão se assim o fizessem. Portugal já não suportava os
ciganos e para se verem livres, os mandaram para o Brasil.
Os primeiros ciganos que chegaram ao Brasil era do grupo Calon, em 1574, chefiados por João
Torres. Veio como degredado com mulher e filhos., eram e4xcelentes mestres em forja, ferreiros que
manufaturavam, armamentos ,tais como, espadas, lanças, punhais,armaduras e todos os tipos de utensílios
domésticos, desde os famosos tachos de cobres até os alambiques.
Por muitos anos eles distraíram a corte no Paço imperial, eram considerados os festeiros da corte,
tinham a incumbência inclusive de participar das cavalhadas (rodeios)., eram exímios cavaleiros.

Na época do Nazismo, foram mortos mais ciganos do que judeus (600.000 ciganos foram mortos
e esterilizados), seus bens foram confiscados. Sobreviveram algumas dezenas de ciganos. Afirma-se que hoje há
cerca de 150.000 ciganos espalhados por todo o Brasil, nômades ou sedentários, isto sem falar naqueles que
negam a sua ciganidade.

COMO OS CIGANOS SÃO CONHECIDOS EM ALGUNS PAÍSES


 GITANOS: na Espanha
 GYPSIES: na Inglaterra
 BOÊMIOS: na Alemanha
 ZÍNGAROS: na Itália
 ROM: na Europa Oriental

B) CLANS ou CLÃS / TRIBOS

Os ciganos, por muitas vezes, não gostam de aceitar a palavra tribo para denominar seus grupos, pois não
possuem chefes equivalentes aos caciques das tribos indígenas, nas mãos de quem está o poder. Os ciganos
preferem e acham mais correto o termo clã para denominar seus grupos ou sub-grupos.

Rom, Manouche ou Sint e Calons, são os principais grupos ciganos.


Os ROM, ou Roma, que falam a língua romani; são divididos em vários sub-grupos, com denominações
próprias, como os Kalderash, Matchuaia (Tchurara), Lovara, são predominantes nos países balcânicos, mas a
partir do Século XIX migraram também para outros países europeus e para as Américas;
1) Os Lovara são tratadores de cavalos, comerciantes de tapetes, sedas e veículos motorizados. O grupo
Rom (Lovara) são bastantes considerados entre todos os ciganos da Europa, porque possuem uma
liderança sábia.
2) Os Matchuaia (Tchurara) são guerreiros.
3) Os Kalderash são artesãos de metais. As tradições são muito fortes no grupo Rom (Kalderash), já que
entre os Manouche ou Sinti e os Calé, são muito comuns os casamentos com os não-ciganos, são
originários da Romênia e da antiga Ioguslávia, o berço dos Matchuaya. Faziam também artesanalmente
utensílios domésticos, alambiques para o fabrico da cachaça, famosos até hoje por serem extremamente
bem feitos e resistentes.
Os ciganos Rom, costumam auto-classificarem-se como ciganos “autênticos”, chamando a todos os outros clãs de
“falsos ciganos”. Mas como se isto não bastasse alguns clãs ciganos ainda se discriminam mutuamente, também,
por outro motivo: os ciganos sedentários muitas vezes olham com desprezo para os ciganos nômades, dizendo:
eles persistem nessa vida “primitiva”, enquanto os nômades acusam os sedentários de terem abandonado as
tradições, e com isto terem deixado de ser ciganos.
O MANOUCHE ou SINTI (Sinti - franceses, Manouche - franceses), Sinti alemães ou Manouche
falam o dialeto Sintó, Sinti italianos, Sinti prussianos da Prússia.

Os CALONS / KALONS (catalães e Andaluzes) , falam a língua caló, “ciganos ibéricos”, que vivem
principalmente em Portugal e na Espanha, onde são mais conhecidos como gitanos, mas que no decorrer dos
tempos se espalharam também por outros países da Europa e foram deportados ou migraram inclusive para o
Brasil.
Os componentes deste grupo fixaram residência especialmente na Espanha e Portugal, onde sofreram
severas perseguições, pois sendo estes países profundamente católicos e conservadores, não podiam admitir os
costumes ciganos, tanto que foram proibidos de falar seu idioma, usar suas vestes típicas e realizar festas e
cerimônias segundo suas tradições. O que os ciganos sofreram na Península Ibérica, lembra de certa maneira o que
os negros sofreram em terras do Brasil.
Os ataques da realeza ao grupo Kalon foram tão rigorosos, que ele foi obrigado a criar dialeto, misturando
seu próprio idioma com o português e o espanhol, em particular em Portugal, onde as proibições não foram
verbais, mas determinadas por decreto do rei D.João V.
Apesar de todos os sofrimentos o Clã Kalon sobrevive até os dias atuais, sendo um dos grupos que mais
fielmente segue as tradições ciganas. Ainda dizem também que os Kalons originaram-se do antigo Egito. os
primeiros ciganos a chegarem no Brasil eram do grupo Kalon e vieram de Portugal em meados do século XVII.
Portugal, necessitando de mestres de forja no Brasil, enviou-os para cá para que fabricassem ferraduras,
armamentos e ferramentas.

DITO PELOS CIGANOS DO CLÃ CALON:

Existem vários clãs ciganos: o Kalom (da Península Ibérica); o Hoharano (da Turquia); o Matchuaiya (da
Iugoslávia); o Moldovan (da Rússia) e o Kalderash (da Romênia).
Mas essa é mais uma das hipotéses sobre a origem do Povo Cigano. Segundo a Tradição os ciganos
vieram do interior da Terra e esperam que um dia possam regressar ao seu lugar de origem. Nada mais podem
revelar sobre isto, pois trata-se de um dos "segredos" mais bem preservados. Fiquem portanto com a imaginação !

Os Ciganos são chamados de "povos das estrelas" e apareceram há mais de 3.000 anos, ao Norte da Índia, na
região de Gujaratna localizada margem direita do Rio Send. No primeiro milênio d.C., deixaram o país e se
dividiram em dois ramos: o Pechen que atingiu a Europa através da Grécia; e o Beni que chegou até a Síria, o
Egito e a Palestina.

C-COSTUMES e CULTURA

Muitos gadjê (não ciganos no plural) não sabem que a vida de cigano é uma vida dura.
Os ciganos cozinham de cócoras; a cama de um cigano é um tapete; ali, na barraca fechada, dormem no
chão pais e filhos, todos juntos. Eles não são mendigos, mas seguem outra doutrina de vida: o Sol, a Lua e a chuva
fazem parte da sua família.
Quando chegam a um lugar e montam suas barracas, vêm sempre os gadjê tirá-los dali, presos a
preconceitos que os seus antepassados transmitem de geração a geração.
Por incrível que pareça, até os dias de hoje, as sociedades não perceberam que o verdadeiro cigano não
faz mal a ninguém, não quer suas terras; quer apenas fazer pousada por algum tempo. Mas eles não aceitam
conviver na mesma localidade.
Espero que, no futuro, esses gadjê tenham mais coração e aprendam que os ciganos são seres humanos
iguais a eles, pois são todos filhos do mesmo Deus, o que criou o Universo, os animais, criou o homem à sua
semelhança e os fez procriarem, aumentando, assim, a raça humana.
As crianças ciganas são iguais a qualquer outra criança. Os velhos ciganos são iguais aos de qualquer
família, pois já viveram bastante, adquirindo, assim, a capacidade de ensinar aos mais novos o segredo da vida.
Cada cidadão tem sua opção de vida e cada um escolhe o que é melhor para sua família.
Se o bisavô, o avô, o pai e o filho cigano querem seguir esse modo de vida, deixe-os em paz. Esse foi seu
passado, é seu presente e será seu futuro. Se esse povo não quer viver entre paredes de tijolos, se gosta de dormir
em cima da mãe terra, sentindo sua energia, esse povo tem o direito de escolher seu modo de vida e de ser feliz
assim.
A cultura dos ciganos, representada por um conjunto de tradições e crenças, está em fase de constante
mudança e, em alguns casos, está se desagregando de maneira irreversível perante a hegemonia da cultura da
sociedade sedentária.
Existem algumas mudanças que permitem prever um caminho em direção a uma tomada de consciência
difundida entre Rom, Sintos e Gitanos.
No plano social e político, no decorrer dos últimos anos, foi-se delineando um amadurecimento, que
resultou no surgimento de formas associativas e de movimentos de âmbito internacional.
Na metade dos anos 60, aconteceu a fundação da União Internacional Romaní, seguida pelo surgimento
de numerosas Organizações Ciganas, que apareceram no decorrer dos últimos 30 anos defendendo a causa da
minoria cigana e tutelando sua cultura.
Algumas delas contam com a participação conjunta de ciganos e gadjê, outras são geridas exclusivamente
por membros das diversas comunidades ciganas.

 A Família:

É uma dos mais importantes fatores da sua cultura, o amor a família está acima de tudo.
As crianças recebem amor, carinho e liberdade. Tem o papel de levar adiante a existência do grupo.
Os homens assumem a chefia do grupo.
As mulheres são reservadoras dos laços culturais e muito respeitadas como mães.
Os velhos são guardiões e transmissores da cultura cigana a qual se devem respeitar, pois são
conhecedores das tradições ciganas. É o maior tesouro do cigano, ao contrário da cultura dos gadje onde o velho
não serve para nada porque não contribuem economicamente.
As mesmas famílias se juntam com o mesmo interesse são chamadas de Kumpania.
Dos 10.000.000 de ciganos no mundo, somente uns 2.000.000 são nômades.
Os ciganos tem suas leis morais muito rígidas: Há panos que separam a cama dos casais, os jovens se
casam cedo, não existe poligamia nem adultério.
Os laços tribais são tão fortes que eles se tratam entre si por parentes, primos e tios. Um cigano mentir a
outro cigano é falta bastante condenável.
Os cargos de chefia de tribo não são hereditários são adquiridos pela sua competência, prestígio e idade.

 Cargos importantes do clã:

O líder de cada grupo cigano, chama-se Barô / kakú Homens escolhidos e marcados. São os chamados
feiticeiros da tribo, e é quem preside a Kris Romanis (Conselho de Sentença ou grande tribunal do povo rom)
com suas próprias leis e códigos de ética e justiça, onde são resolvidas todas as contendas e esclarecidas todas as
dúvidas entre os ciganos liderados pelos mais velhos. O mestre de cura (ou xamã cigano) é um SHUVHAN, é o
bruxo em conhecimento ancestral(é o médico dos ciganos), ele costuma ter marca de nascença, crê nos espíritos e
esses vem da natureza, homem que possui dons de grande para-normalidade. Eles usam ervas, chás e toques
curativos. Estão sempre reunidos nos campos, nas praias, nas feiras e nas praças.
A Phurí-dhiei (Mãe da tribo, vó cigana,) é a dona da sabedoria, tem todos os segredos ocultos, é a
imagem da experiência, é ela que mantem o código de ética dos ciganos ,é consultada antes de qualquer decisão
tomada pela tribo, orienta em assuntos práticos e lidera os rituais ciganos.
A Bibi (Tias) atua mais em questões relativa às mulheres e às crianças, nos assuntos do cotidiano da
tribo..
O cigano só terá verdadeira importância para a tribo quando se casar e tiver filhos.

 O Nascimento:

A mulher estéril é considerada inútil. É um fato que desagrada muito o cigano.


O nascimento de uma criança é muito importante para a tribo, quanto mais filhos tiver mais torna a tribo
poderosa, já que os filhos servirão de defesa dos pais e amparo as mulheres.
A criança não deve nascer dentro da tenda. Se isto acontecer todos os objetos que tiveram contato com
ele, ficará fora de uso, pois ela está marimé ou merimé (sujo).
A mulher grávida não poderá ver pessoas defeituosas, ouvir conversas sobre morte, cemitério, violência
etc.
Só depois do 6º mês é que poderá armar a cama do ciganinho e arrumar as suas coisas, pois antes dá azar.
Quando a criança nasce a Phurí-dhiei, prepara o alimento para a Fada do Destino que virá ver a criança.
Quando nasce a criança, o seu primeiro banho é dado numa bacia de cobre, e dentro é colocado vinho
com água de rio, flores brancas, moedas de ouro e joias - isto é para dar riqueza e sorte para a criança.
Existe também um mistério acerca dos nomes ciganos.
A criança cigana é batizada em uma ou várias religiões, mas o verdadeiro batismo acontece para essa
criança na sua tribo e é feita pela sua própria mãe, com o seguinte ritual:
Na hora da primeira mamada a mãe cigana segreda no ouvido da criança cigana, um nome que só será
conhecido por esta criança no dia do seu casamento e permanecerá em segredo com essa criança, então depois a
criança recebe um segundo nome dito pela sua mãe, ao qual será conhecida por todos na tribo e finalmente recebe
um terceiro nome, que usará para se apresentar aos Gadjes (não ciganos).
Então fica entendido que o cigano a princípio tem 3 nomes:
- O nome secreto só de conhecimento da mãe.
- O nome de batismo que só é do conhecimento da tribo.
- O nome de batismo católico que é conhecido dos gadje.
Costumam dar para batizar os gadje, para ricos comerciantes, influentes; no sentido de obterem dinheiro,
favores, aceitação e proteção na sociedade deles.

 Casamento:

É ponto de honra entre os ciganos, tanto que os solteiros tem uma posição menos privilegiada.
Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento.
Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias.
O pedido de casamento era feito em volta da fogueira, lá se resolviam os dotes e tudo mais.
É bom casar pessoas do mesmo grupo, ou da mesma tribo, porque este se fortalece muito mais, com
notáveis vantagens econômicas.
O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça,
por isso o casamento com os não ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece a pessoa é
excluída do grupo (embora um cigano possa casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá
porém submeter-se às regras e às tradições ciganas).
Uma cigana só não pode casar por 3 motivos:
 Quando o Pai tem uma filha mais velha para casar.
 Quando tem uma filha que arca com o sustento do grupo.
 Quando há incompatibilidade entre as duas famílias.

Não aceitar o casamento por outros motivos que não seja os acima citados, é ferir o código de honra dos
ciganos, e isto trás brigas entre as famílias.
O noivado durará no máximo 4 meses, e com pouca intimidade.
Enquanto se prepara o casamento, a família do noivo conseguirá mais dinheiro para custear a festa que
durará de 3 a 5 dias. Se chama abiéu.
O dote, o traje de casamento e o enxoval será custeado pelo pai do noivo. A importância do dote é
fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos se tende a realizar o casamento através da fuga e
conseqüente regularização.
É pelo casamento que os ciganos entram no mundo dos adultos.
Os noivos não podem Ter nenhum tipo de intimidade antes do casamento.
Os ciganos não aceitam poligamia, se o casamento não der certo pode ser desfeito, e tanto o homem
quanto a mulher poderão se casar outras vezes, e o dote (daró) será dividido.
Antigamente quem presidia o casamento era o chefe da tribo; hoje é o pai do noivo, e será ele ou o
padrinho de casamento que pegará um pedaço de pão e misturará ao sal, repartirá o pão e dará aos noivos dizendo:
“Cana burri tiça olondi, au murrô cadé vurri tinrromê”, que quer dizer: “Quando o pão e o sal perderem o
sabor, vocês não terão mais amor um pelo outro.” No outro pedaço será feito a mesma coisa, só acrescentando
uma moeda de ouro para simbolizar riqueza e sorte.
A grande maioria dos ciganos no Brasil, ainda exigem a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a
virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja
virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indenização para os pais do noivo. No
caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte do casamento ela se veste com uma roupa tradicional colorida e um
lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada.
Alguns ciganos dizem que a prova da lacha (virgindade) é usada como uma forma de preservar as
tradições ciganas, outros afirmam que este ritual é muito importante. Caso não haja uma comprovação da lacha, o
noivo é quem decide se fica ou não com a noiva.
A sogra lhe mostrará a nova roupa e lhe colocará o lenço, e ela passará a morar com os sogros até o
nascimento do 1º filho.
Em algumas tribos os parentes da noiva carregam durante a cerimônia, um lenço vermelho que simboliza
a pureza da noiva, quando for comprovada a virgindade, este mesmo lenço será usado na sua cabeça (dikrô - é um
simbolismo forte entre os ciganos. Significa a aliança da mulher casada em sinal de respeito e fidelidade).
Em outras tribos são feitos os laços de sangue.
Após o casamento são depositados no Darrô, joias, dinheiro, presentes para os noivos.
Durante a festa de casamento, os convidados homens, sentam ao redor de uma mesa no chão e com um
pão grande sem miolo, recebem dos os presentes dos noivos em dinheiro ou em ouro.
Estes são colocados dentro do pão ao mesmo tempo em que os noivos são abençoados.
Em troca recebem lenços e flores artificiais para a mulheres.
Geralmente a noiva é paga aos pais em moedas de ouro, a quantidade é definida pelo pai da noiva.

 Morte:

É um assunto sagrado.
Os mortos para os ciganos continuam vivos, estão investidos de todo o poder para vir ajudá-los em todas
as circunstâncias.
As pessoas morrem para velar pelos seus que ficaram na terra. Por isto é um morto-vivo (mulô).
Se sabe pouco sobre o tema morte entre os ciganos e eles tem muito respeito em falar de morto, porque
falar de morto é traí-lo e pode provocá-lo através do Bibakt, que é um castigo para o cigano.
Os ciganos acham que os antepassados, estejam aonde estiverem, sempre protegem a tribo e suas
tradições.
Se houver falecimento dentro da tchêra, tudo deverá ser queimado, menos fotografias e dinheiro, tudo que
ele ama deverá ser enterrado com ele, suas roupas, chapéus e objetos que estimava muito.
POMANA é o Ritual feito ao morto, pode variar de tribo para tribo, mas geralmente é feito com 6 meses
de falecimento., pois ao completar 6 meses de falecimento e no aniversário do seu falecimento, é feito um ato pela
Phuri-dhiei. Preparam-se as comidas que o falecido mais gostava em vida e todos os parentes se sentam à mesa.
Sobre a cadeira do morto, os seus pertences, que não foram enterrados junto com ele. Ao término do jantar os
pertences e mais a comida serão jogados no rio.
Quando o morto é criança, o luto é mais prolongado.
Os homens não fazem mais barba e as mulheres andam de luto a vida inteira.
No caixão são colocadas moedas de ouro para pagar a travessia da morte.

A Música e a Dança Cigana

A Dança é uma das formas da Encantaria Cigana... as pessoas imaginam que é necessário vários
elementos mágicos, coisas esquisitas, combinações mirabolantes e secretas para se trabalhar a Encantaria, quando
na realidade a Encantaria começa no nosso próprio corpo, na mente, no coração e na alma. a Encantaria começa
numa intensão, num desejo.
Várias são as culturas que trabalham a dança como forma de representação ritualística. Para as ciganas é
sinal de vida de alegria, é uma forma de trocar energia com a mãe Terra, e de trabalhar o equilíbrio dos quatro
elementos. E onde pensamentos são lançados ao fogo, queimam as negatividades, e transmutam as dificuldades,
alimentando a sua chama da vida.
A dança cigana é uma representação muito especial da própria cultura cigana, que se mesclou ao longo de
sua história andarilha e agregou elementos de várias culturas das quais entrou em contato.
Dançamos e cantamos quando estamos alegre, tristes, quando rezamos, quando casamos...
Por muitos séculos, os ciganos demonstraram seus talentos artísticos, cantando e dançando, fazendo o
grande caminho da Rota da migração: Egito, Espanha via França, Hungria, Romênia, Suíça, etc...
Sem dinheiro, os ciganos sempre se apresentavam em festivais, nas ruas e sempre encantavam plateias
com sua alegria e música. Sempre tiveram seu público na Bulgária e em grandes festivais na Espanha.
Os Manuches dançam a música específica dos ciganos do Sul da França e Itália. Combinamos voz,
violões e palmas num estilo particular, como uma Rumba parecida com os ciganos Catalães.
Também dançamos uma variação do Flamenco do Sul da Espanha.
Cada estilo musical abre em cada mulher a verdade da sua feminilidade.
O sentimento da música cigana explode em fogo, ritmo e em várias formas de expressão corporal,
acompanhada de muitos violinos, palmas e violões. Alguns desses ritmos incluem o sapateado flamenco e outros
descalço. Mais uma forma de expressão completa.
Como toda dança, deve ser expressada com a alma, com o coração e com graça, beleza e sensualidade.
Existe também todo um gestual característico e simbólico, representativo de várias informações e elementos da
natureza, as quais tornam ainda mais mágica e sagrada essa dança
É quase impossível resistir a um acorde cigano, seja ele um lamento ou uma celebração. Nos sentimos
completamente "encantados", "enfeitiçados" e envoltos pela sonoridade e nosso corpo acompanha a pulsação de
nosso coração. Nossa alma sente-se preenchida e acarinhada.
Parece que o corpo aquece com a chama da fogueira musical.
A música cigana é uma forma de magia, nos envolve em sua melodia, fazendo com que entremos em
contato com a energia que esta sendo trabalhada. Registrando suas experiências, seus lamentos, dores e amores, os
ciganos põe os violinos para chorar e os violões para pulsar, nos afetando de modo completo e proporcionando um
pulsar acelerado de nossos corações.

CURIOSIDADES DO POVO CIGANO

Existe ideia enganosa de que os ciganos temem as águas do mar, o que é uma perfeita bobagem.
Eles singraram os mares nos tempos das colonizações, inclusive a brasileira, em caravelas e muitos deles
viviam nestas embarcações como prisioneiros condenados colocando a força de seus braços nos remos, que
moviam estes barcos (para um cigano a prisão é a pior coisa em sua vida que possa existir, preferem morrer do
que ficar sem a liberdade que é o que mais prezam).
A verdade é que as águas salgadas não tinham serventia para beber, cozinhar, lavar as roupas etc., então
eles procuravam ficar sempre próximos a locais de água – doce . Segundo seu conceito mágico da natureza os
ciganos reverenciam as águas do mar e as divindades que nelas habitam, pois muitos trabalhos de magia são feitos
nas areias do mar, para os ciganos as águas salgadas têm a função de fazer a limpeza energética de todos os seres
do planeta que nele habitam.
A sexualidade é outro ponto importante entre os ciganos. E, ao contrário do que se imagina, eles têm uma
moral bastante conservadora.
Alguns mitos antigos falam da existência das mães-de-tribo, que tinham um marido e um "acariciador".
Outros falam das gavalies de la noille, as misteriosas noivas do fim de noite, com quem os kakus se
encontravam uma única vez, passando desde então, a ter poderes especiais.
Mas o certo mesmo é que os ciganos se casam cedo, quase sempre seguindo acordos firmados entre as
duas famílias. Não recebem nenhum tipo de iniciação sexual e ter filhos é a principal função do sexo. Descobrir os
seios em público é comum e natural, devido a importância que dão a amamentação, mas nenhuma mulher pode
mostrar as pernas, pois da cintura para baixo todas são merimé (impuras). Vem daí a imposição das saias
compridas e rodadas para as mulheres, que também são proibidas de cortar os cabelos, e nunca sentam à mesma
mesa que os homens.
Ironicamente, como praticantes da magia e das artes divinatórias, são elas que cada vez mais assumem o
controle econômico da família, pois a leitura da sorte é a principal fonte de renda para a maioria das tribos. O
resultado é uma situação contraditória, em que o homem manda, mas é a mulher quem sustenta o grupo.
As crianças ciganas normalmente só frequentam até o 1o. Grau nas escolas dos gadjés (não-ciganos), para
aprenderem apenas a escrever o próprio nome e fazer as quatro operações aritméticas. A maioria das crianças não
vai à escola com receio do preconceito existente em relação a elas. Claro que com o acelerado processo de
aculturação, um bom número de ciganos, disfarçadamente, estão frequentando as universidades e até ocupando
cargos de importância na vida pública do país e já chegaram até à Presidência da República. (Washington Luiz e
Juscelino Kubitshek). Atores: Yul Bryter., Charles Bronson.. entre muitos outros.
Ao contrário de informações errôneas a respeito, de crianças furtadas ou roubadas por ciganos, os
ciganos primam pela maternidade e consideram a criança uma dádiva divina.
Para o Povo Cigano, a Lua Cheia é o maior elo de ligação com o "sagrado" quando são realizados
mensalmente os grandes festivais de consagração, imantação e reverenciamento. As celebrações da Lua Cheia,
acontecem todos os meses em torno das fogueiras acesas, do vinho e das comidas típicas, com danças e todas as
demais atrações que envolve sua magia.
Também para os ciganos tudo na vida é maktub (está escrito nas estrelas), por isso são atentos observadores
do Céu e verdadeiros adoradores dos astros e dos sidéreos. Os ciganos praticam a astrologia da Mãe Terra
respeitando e festejando seus ciclos naturais, através dos quais desenvolvem poderes verdadeiramente mágicos.
O Pentagrama é também o selo dos curandeiros que interpretavam como um convite para o encontro com
os “Senhores do Fogo” …
A maioria dos seus paciente são mulheres, pois em geral os magnetizadores só pode aliviar as pessoas do
sexo oposto. É uma lei inexplicável da natureza. Mas, para conservar as faculdades de curandeiro, será necessário
que mate o macho que há nele quando a paciente for bela e desejável. É a única possibilidade de o curandeiro
vencer.
O mesmo acontece com mulheres curandeiras.
Sabemos que essas coisas faz sorrir os incrédulos. Todavia os menos ignorantes sabem que assim era praticado
pelos antepassados dos ciganos na Índia, China, pois o que os nômades sabem aprenderam em viagens.

D) ALIMENTAÇÃO:

A alimentação dos ciganos diferem de acordo com a região a qual pertença a tribo ou clã, como também
em muitas de suas receitas conhecimentos que foram recolhidos por todos estes séculos nos muitos caminhos por
onde andaram.
Dentre diversos povos, com inúmeras culturas e costumes; por todas estas regiões que passaram com suas
carroças e armaram seus acampamentos, assimilaram de um tudo, a seu bel prazer...
Na culinária cigana são indispensáveis: o cravo, a canela, o louro, o manjericão, o gengibre, os frutos do
mar, as frutas cítricas e as frutas secas, o vinho, o mel, as maçãs, as peras, os damascos, as ameixas e as uvas que
fazem parte inclusive dos segredos de uma cozinha deveras afrodisíaca.
As comidas de acampamento, vêm em 1º lugar com os assados, feitos em espetos de madeiras aromáticas
com talos de eucaliptos, apreciam assados de porco, carneiro, cabrito, galinhas, patos, boi, peixes e inúmeras caças
(dependendo dos países que vão viver).
Há muitos anos atrás os ciganos só consumiam assados nos braseiros, de uns tempos para cá, surgiram
pratos de sua culinária grelhados em forno à carvão, de lenha ou a gás, como também assados ou ensopados em
panelas, sejam elas de ferro ou alumínio, na Europa ainda é muito comum encontrar-se ciganos cozinhando em
tachos e panelas de cobre, principalmente do grupo Kalderash.

E – DIALETOS - ROMANÊS O IDIOMA DO POVO CIGANO

O Romanês, um idioma muito diferente do português e exclusivo deste povo, é um vocabulário que se originou
pela mistura de muitos outros, resultado de suas andanças pelo mundo. É impossível vinculá-lo a um único idioma
ou etnia. Conheça algumas palavras e sua tradução:
PEQUENO DICIONÁRIO ROMANÊS

 Adicar = estar de acordo com (algo); aceitar, convir; enxergar (algo); ver; namorar.
 Aguaruça = extremidade, fim.
 Âmbria = fome.
 Ancu = aviso, prevenção.
 Aranim = rapariga.
 Avelar = ter, possuir.
 Avezar = ter, possuir; (al+vezar) acostumar(-se), habituar(-se).
 Acans: olhos
Aruvinhar: chorar
 Babanin = mulher formosa.
 Bagata = pessoa que tem trato com o diabo; ação ou acontecimento maléfico atribuído a magos ou
bruxos; feitiço, bruxaria.
 Bagunça = falta de ordem; confusão, desorganização; farra ruidosa; baderna, bagunçada.
 Baldroca = engano, troca fraudulenta, trapaça, logro; transferência mútua e simultânea de coisas entre
seus respectivos donos; troca, escambo.
 Balsar = soltar ladridos; latir, ladrar.
 Banza = guitarra portuguesa; viola ou violão.
 Banzé = festa popular com danças ao som de viola; clamor de vozes; algazarra, banzé-de-cuia, gritaria;
confusão, tumulto.
 Baque = felicidade.
 Bardeiro = autoridade em geral, juiz.
 Bari = juiz.
 Berjina= cereja.
 Barraca = guarda-chuva. Por causa da forma e do destino.
 Barroada = espécie de ganido que dá o cão ao encontrar rasto fresco; transação lucrativa.
 Basta/bata = mão.
 Bato = chefe de família, pai.
 Biaba = assalto a mão armada para roubar; pancadaria grossa.
 Bibi = princesa ou grande senhora.
 Bilontra = velhaco, biltre, libertino.
 Biancum = alerta! Sentido!
 Birguela = viola.
 Bocachim / bocanhim = bacamarte, clavina, trabuco.
 Boliche = boliche.
 Borga = folguedo ruidoso e alegre com danças e batuques, esp. no fim de um trabalho no campo; folia,
pândega; vida airada, vadiagem.
 Brejina = cereja.
 Briol = vinho reles; vinho em geral; bêbado, ébrio.
 Bufo = homem avarento, usurário; polícia secreta; delator, informante.
 Buldra = pudendum mulieris.
 Burzeca = esporas.
 Bute = objeto de alto preço.
 Bales: cabelos
Baque: sorte, fortuna, felicidade
Babanim = mulher formosa.
 Baque = felicidade.
 Barraca = guarda-chuva. Por causa da forma e do destino.
 Bato = o pai, o chefe da família.
 Birguela = viola.
 Burzeca = espora.
 Bute = objeto de alto Bato: pai
 Brichindin: chuva
 Calim = a cigana.
 Calô = linguagem especial de que usam os ladrões, o mesmo que calão. O vocábulo existe na gíria
espanhola. De kaló, um dos nomes nacionais dos ciganos e que significa “negro”. De origem indiana:
sânscrito kala, (Adolfo Coelho, Os ciganos de Portugal, 153).
Calom = variante de calô.
 Cambalim = amor, paixão.
 Chavém = criança, pirralho.
 Chavina = moça estranha.
 Chibe = o vocabulário cigano.
 Chuvim = faca, punhal.
 Coconão = mentiroso.
 Crali = chefe dos chefes.
 Cabén: comida
 Cabipe: mentira
 Cadéns: dinheiro
 Calin: cigana
 Calon: cigano
 Churdar: roubar
 Cachucho = anel grosso, de ouro ou com brilhante; pedra preciosa; papelote para enrolar, cachear ou
anelar os cabelos.
 Calcorrear = percorrer a pé, esp um caminho longo; andar muito a pé; andar depressa.
 Calão = dialeto cigano, caló, ‘cigano’; uso de termos baixos e grosseiros.
 Caleço= de calé, quartilho.
 Calim = mulher.
 Calmeirão = preguiçoso; indivíduo corpulento mas molengueiro.
 Caló = língua falada pelos ciganos na Espanha, em Portugal, e no Brasil; calão, cigano, gitano, lusitano-
romani, romani-ibérico, romenho. [É diferente de qualquer outro romani, uma vez que conta com um
vocabulário ativo de cerca de 100 palavras do romani, com estrutura do português e do espanhol].
 Calom = cigano, indivíduo de um povo itinerante.
 Calona = de calão, mulher que exerce a prostituição.
 Cambalim = amor, paixão.
 Cangarina / cangra / gangarina = igreja.
 Canguelo = atitude de acanhamento; timidez; sentimento de ódio; rancor, raiva.
 Cardina = grumos de imundície que aderem à lã ou ao pêlo dos animais; m.q. badalhoca (mistura);
sujidade visível na pele das pessoas; carda, encardido; bebedeira, pileque.
 Carocha = mitra de papelão, ornada com pinturas extravagantes, que os condenados pela Inquisição
levavam na cabeça ao serem conduzidos para o suplício; carapuça de papel que se colocava na cabeça das
crianças como forma de castigo; pequeno fogão usado por funileiros para aquecer os ferros; m.q. cunete
(ato); mulher velha e/ou feiticeira; bruxaria.
 Cate = medida de peso.
 Catraia = meretriz de baixa categoria; boteco em que se vendem bebidas alcoólicas a varejo; baiúca,
taberna.
 Catraio = criança pequena; menino, garoto.
 Chala = absolvição.
 Chalar = fugir, escapulir, pisgar-se.
 Chalupa = galocha; bota ou botina grosseira; indivíduo não muito certo da cabeça; adoidado, amalucado.
 Chara = modo, maneira, costume.
 Chavi / chavem= menino ou menina, criança, pirralho.
 Chavina = moça estranha ao bando de ciganos.
 Chêra = tenda.
 Chibe = o vocabulário cigano.
 Chibalé = pessoa contra quem se luta ou se fala; contendor.
 Chordar = furtar.
 Choarra = ponto de reunião de ladrões ou gatunos.
 Chorro = ladrão, gatuno.
 Churinar = esfaquear.
 Churré = jovem.
 Chuvim = faca, punhal.
 Cigano = cigano.
 Clises = olhos.
 Coconão = mentiroso.
 Copázio = copo muito grande; conteúdo líquido de um copo grande.
 Costilha = o mesmo que costela, armadilha.
 Corrupio = grande pressa ou correria; afã, roda-viva.
 Cosque = casa.
 Crali = chefe dos chefes.
 Dai (ou Bata): mãe
 Dirachin: noite
 Duvêl: Deus, Nosso Senhor, Cristo
 Dica = denúncia. Dar a dica, denunciar.
 Diclom = lenço.
 Diclume = xale, mantilha.
 Duvela = lua.
 Dabo = pai.
 Devi = deusa; por antonomásia, Cáli ou Durga, mulher de Xiva.
 Dica = informação ou indicação boa; plá, pala; denúncia.
 Diclom = lenço.
 Diclume = xale, mantilha.
 Diquinhar = ver.
 Duvela = lua.
 Estardar: prender
 Empandeirado = oprimido; inchado, embuchado, enganado, logrado, despedido, mandado embora;
empachado, enfartado; embaído, ludibriado.
 Endinhar = abonar, afiançar.
 Endrômina = ardil, impostura, artimanha; andrômina.
 Estache = chapéu .
 Estarim = calabouço das estações policiais.
 Estribelho / estaripel / estariben = tribunal.
 Faiante = fadista; impostor.
 Felá = cara, fisionomia.
 Fulheiro = trapaceiro em jogo.
 Fungagá = orquestra ou charanga desafinada; qualquer música desafinada; baile popular.
 Gadjó: não cigano
 Gajin: brasileira, senhora
 Gadanhos = os dedos das mãos.
 Gade = camisa.
 Gajão = pessoa estranha, não-cigano.
 Gandaia = vadiagem.
 Gazim = mulher estranha [aos ciganos].
 Gabinardo = vestuário; corpete de mangas compridas; tipo de gabão.
 Gadanhos = os dedos das mãos.
 Gade = ritual de origem oriental praticado nos casamentos dos ciganos, em que uma sacerdotisa rompe o
hímen da noiva com o dedo e limpa o sangue numa camisa que o noivo mostra aos convidados; vestuário;
camisa (peça de roupa).
 Gajão = indivíduo muito esperto; tratamento respeitoso (equivalente a senhor) dado pelos ciganos a
pessoas estranhas à sua raça.
 Gajo / gaché / gadzó = homem, sujeito, o que anda à boa vida; libertino; espertalhão.
 Gamar = ficar encantado, apaixonar-se, vidrar.
 Gandaiar = revolver o lixo à cata de algum objeto de valor; exercer o ofício de gandaieiro; perder a
seriedade, o comedimento; desmoralizar-se; cair em vida desregrada ou dissoluta; galhofar, bandalhar,
cair na bandalha, cair na gandaia.
 Gangarina = templo cristão, igreja.
 Ganiços = dado de jogar (mais us. no pl.); dedo (mais us no pl.).
 Gazim = mulher extravagante, estranha entre os ciganos.
 Gerema / jeroma = mulher que amamenta ou mulher esposa de ladrão.
 Giraldina = pândega.
 Graia = cavalo.
 Grane, grané, graste = cavalo.
 Grani = égua.
 Grenhi = burro.
 Gris/griso = frio intenso.
 Grossura = alimentação farta; bebedeira; grosseria (caráter e expressão).
 Iaiá = chita.
 Jalar: ir embora
 Jeró = cara, rosto.
 Janhar = chorar; velório dos ciganos, em que os objetos de uso pessoal do morto (suas roupas, o prato em
que comia, a viola, as jóias etc.) eram empilhados junto ao catafalco para serem vistos e associados a
outras lembranças evocadas, entre lamentações, pelos presentes.
 Jerô = cabeça, cara.
 Kachardin: triste
 Kambulin: amor
 Kartina = cigana.
 Kambalim / cambalim = amor, paixão amorosa.
 Lon: sal
 Laxim = bondoso.
 achim = bondoso; pudico.
 Lascar = quebrar ou rachar em lascas; tirar lascas de; abrir, fender-se em lascas.
 Liró = diz-se do que é bom, alegre: fado liró.
 Lodo = ouro ou prata.
 Lolé = sal.
 Luca = carta.
 Lumia = meretriz.
 Marrão: pão
 Mirinhorôn: viúva
 Mangalho = membro viril.
 Mangar = mendigar, pedir, solicitar.
 Manguinhar = esmolar.
 Momeli = luz.
 Maduro = bebida fermentada, feita com mel e água.
 Mancar = descumprir um compromisso.
 Manês = homem.
 Mangalho = membro viril.
 Mangar = escarnecer fingindo seriedade, caçoar. Falar mentira, enganar.
 Mangue = eu.
 Manguinhar= esmolar, pedir, vadiar.
 Manteiga = substância gordurosa e alimentícia que se extrai do leite de vaca.
 Manuche = indivíduo cigano.
 Maralha = grupo (ger. grande) de pessoas; pessoal, multidão; ralé, escumalha.
 Marar = matar; esfaquear. Segundo Dalgado, o vocábulo provavelmente entrou na língua portuguesa
através dos ciganos.
 Marosca = manobra ardilosa; trapaça, tramóia.
 Marrela = pão.
 Marroco = pão dormido, já meio duro.
 Mengar = menear-se, fazer movimentos e gestos licenciosos, eróticos.
 Místico = apetitoso, muito bom, ótimo, excelente; que tem boa aparência; airoso, loução, perfeito;
acordado.
 Moncoso = que segrega ou em que há muito monco; ranhoso; sórdido, vil.
 Naçualão: doente
 Nazar: flor
 Nanai = nada.
 Paguicerdar: pagar
 Panin: água
 Paxivalin: donzela
 Paio = [....] homem estranho, que não pertence à tribo.
 Panhi = água.
 Patuléia = plebe.
 Pirar = fugir.
 Primo = o pai do noivo.
 Achacha = pachoucho.
 Paio = homem estranho à tribo.
 Panhi = água.
 Paivo = paivante ('cigarro').
 Parnau, parné, parne, parni, parneque = dinheiro.
 Parruda = mulher virgem; mulher grosseira; negócio ilícito.
 Patuléia = plebe.
 Patusco = que gosta de patuscadas; que ou aquele que gosta de brincar, de se divertir e divertir os outros;
brincalhão; que ou aquele que é dado a extravagâncias, a
 excentricidades; ridículo.
 Paxaxo = pé largo.
 Pechincha = interesse ou vantagem material considerável; lucro que não se espera e/ou que não se
merece; qualquer coisa cujo preço é muito baixo; barganha.
 Pelego = a pele do carneiro com a lã; essa pele colocada sobre os arreios para tornar o assento do
cavaleiro mais confortável; tapete rústico feito dessa pele; agente disfarçado do governo que procura agir
politicamente nos sindicatos de trabalhadores; indivíduo servil e bajulador; capacho, puxa-saco.
 Piar = beber vinho; beber qualquer líquido alcoólico.
 Pildra/peltra = tarambola ('roda hidráulica'); prisão, cadeia; cama, catre.
 Pileque = estado de bêbedo; bebedeira.
 Pio = embriagado.
 Piranha = dança, música; dança de roda infantil em que um participante, colocado no meio de um grupo,
deve fazer o que os outros mandarem.
 Pirar = retirar-se discretamente, cair fora, dar o pira; empreender fuga; evadir(-se), safar(-se); tornar-se
louco ou meio louco, amalucar(-se).
 Piro = ato de pirar.
 Plaustra = capa.
 Pocachim = clavina, trabuco.
 Polha = franga; galinha; rapariga.
 Prajandi = cigarro.
 Punguista = que pungueia; batedor de carteiras, carteirista, punga, trombadinha.
 Punida = palha.
 Querdapanim = pessoa estranha.
 Querdapanin: português
Quiraz: queijo
Querdapanim = pessoa estranha.
 Querdar = fazer.
 Quêres = pessoas estranhas aos ciganos.
 Raty: sangue
 Remedicinar: casar
 Ron: homem
 Runin: mulher
 Rom = homem cigano.
 Runim = mulher
 Rangar = tomar (algo) por alimento; alimentar-se, comer.
 Rango = alimento servido numa refeição; comida; refeição.
 Raso= frade, padre.
 Rantanhi, retanhi = gazua.
 Rom = homem, designativo de cigano originário dos Bálcãs, entre os próprios ciganos.
 Romani = relativo a ou um complexo de dialetos falados por ciganos de diferentes países e que
genealogicamente pertencem à família indo-européia, ramo indo-irânico, sub-ramo indo-árico, grupo
sânscrito; cigano. Ver caló; vocábulo do romani [cigano; tzigano].
 Roméia = algaravia dos ciganos, segundo Guimarães Rosa.
 Romenho = língua falada pelos ciganos de Portugal, e que não é mais que o espanhol influenciado pelo
português.
 Runim = mulher.
 Rupim = rico.
 Rustir = lesar na partilha de furto ou roubo.
 Sunacai: ouro
Suvinhar: dormir
 Sansoniche = silêncio!
 Sarda = punhal, faca.
 Sinti = subgrupo cigano.
 Soniche = silêncio!
 Sorna = que dissimula os atos ou os sentimentos; fingido, hipócrita, manhoso; que
 aborrece; fastidioso, maçante; que ou aquele que é indolente por astúcia, voluntariamente preguiçoso; que
ou aquele que perdeu a reputação; desacreditado, desqualificado; muita lentidão, demora para se fazer
algo; vagar, lerdeza, pachorra; lentidão voluntária, mas dissimulada; ato de dormir; sono, adormecimento;
soneca ; cama, leito; hora noturna; noite; aguardente de cana; cachaça.
 Tiráques: sapatos
Trup: corpo
Tasca = maltrato por meio de pancadas; sova, surra; casa de pasto reles; baiúca;
 restaurante de segunda classe que serve cafés, lanches e também refeições em mesas.
 Telo = Jumento (mastzoo).
 Tronga = mulher que exerce a prostituição; meretriz, prostituta; mulher muito gorda, malcuidada,
desarrumada; trongalheira; mulher desonesta, de mau proceder.
 Urai: imperador ou rei
Urdar: vestir
Vázes: dedos ou mão
Xacas: ervas
Xinbire: aguardente
Xôres: barbas
 Xavrin = hárpia, feiticeira.
 Xarda ou czarda = dança, música; dança popular húngara, provavelmente de origem cigana, com abertura
lenta e melancólica e um ápice vigoroso e veloz em sua parte principal.
 Xátria = relativo a ou indivíduo dos xátrias, membros hereditários da casta militar, a segunda da
tradicional estratificação social indiana; chatria, chátria, chardó, charodó, quetri [Formada pelos
descendentes dos guerreiros arianos invasores da península da Índia, a casta dos xátrias perdeu seu
significado estritamente militar no decorrer do processo histórico].
 Xeba = belo, bonito.

DIALETOS MAIS USADOS NO COTIDIANO ENTRE OS KALONS

 Pactyl: Casamento
 Pricasa: Má sorte
 Devulessa: Deus
 Acthédevulessa: Fique com Deus
 Duramenda: Cruz Credo! Deus me livre!
 Gadjô: Homem não cigano
 Gadhi: Mulher não cigana
 Gadjê: Pessoas não ciganas
 Sastimaja: Saúde
 Bartalô: Sorte
 Bartali: Sorte
 Bartalê Sorte
 Pand: Fechar
 Vudá: Porta
 Dobrarnô: Homem inteligente
 Dobrarni: Mulher inteligente
 Dobrarnê: Pessoas inteligentes
 Chorrô: Pobreza
 Chorrí: Pobreza
 Chorrê : Pobreza
 Kalón: Cigano
 Kally: Cigana
 Romá: Ciganos
 Chorô: Ladrão
 Chorí: Ladra
 Lovê: Dinheiro
 Chinorrô: Menino
 Chinorrí: Menina
 Chinorrê: Crianças
 Tsara: Casa ou cabana
 Tchurré: Punhal
 Ludy: Flores
 Tartai: Taça
 Chucar: Bonita
 Chungalô: Feio
 Chungalí: Feia
 Chungalê: pessoas feias
 Ilô: Coração
 Mulô: Morte
 Mulí: Morte
 Mulê: Morte
 Ave-lô: Vem, vir ou chegar
 Ave-lí: Vem vir ou chegar
 Ave-lê: Vem vir ou chegar

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