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Comentários às alterações contábeis na Lei das S.A.

Comentários à Lei nº 11.638/07, que altera a Lei nº 6.404/76


(Lei das Sociedades por Ações)

Ricardo J. Ferreira
www.editoraferreira.com.br

Ao apagar das luzes do processo legislativo de 2007, mais precisamente no dia 28 de


dezembro desse ano, foi publicada a Lei nº 11.638/07, que, entre outras coisas, altera os
artigos 176 a 179, 181 a 184, 187, 188, 197, 199, 226 e 248 da Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976 e revoga as alíneas c e d do § 1o do art. 182 e o § 2o do art. 187 da mesma
lei.
Estes nossos comentários têm por objetivo atualizar os livros Contabilidade Básica – 4ª edição
e Contabilidade Avançada e Intermediária – 2ª edição, ambos de nossa autoria e publicados
pela Editora Ferreira, bem como orientar os estudantes e profissionais de Contabilidade quanto
aos efeitos das mudanças.
Em linhas gerais as alterações provocadas pela nova lei são de natureza mais teórica e não
devem causar grandes transtornos a quem já conhecia a disciplina em tela. São modificações
que envolvem tanto a Contabilidade Geral quanto a Avançada, sendo, em alguns casos, difícil
ou mesmo impossível determinar o que faz parte de uma, de outra ou de ambas, já que a
divisão da Contabilidade em áreas tem finalidade meramente didática.
Nos primeiros anos após essas alterações, acreditamos ser importante que os estudantes de
Contabilidade (em especial os mais experientes) mantenham o conhecimento da legislação que
foi revogada. Em circunstâncias semelhantes (quando da edição da Lei nº 10.303/01, por
exemplo), tivemos a oportunidade de presenciar questões envolvendo as duas legislações, a
atual e a revogada, cabendo ao concursando identificar qual aplicar de acordo com as datas
citadas no enunciado da questão. Eis um exemplo disso em prova para auditor-fiscal da
Receita (questões extraídas de nosso livro Contabilidade Avançada e Intermediária – 2ª
edição, Editora Ferreira, págs. 237 e 238):
(AFRF/2003/Esaf) Para responder às questões de nºs 57 e 58 considere a
situação descrita a seguir.
A Cia. Boreal, empresa agrícola atuante nesse mercado há 22 anos, no início
de 1997 participa como acionista na constituição da Cia. Beneficiadora de
Cereais, cujo capital social é totalmente integralizado e formado por
1.200.000 ações distribuídas, de acordo com os limites legais, em ações
ordinárias e preferenciais com valores nominais de R$ 10,00 cada uma. No
início de 2003 a diretoria da Cia. Boreal, obedecendo a seu planejamento
estratégico para expansão, decide fazer uma proposta de aquisição para o
controle acionário da Cia. Transportadora Carga Pesada que, no momento,
passa por problemas de gestão, apesar de ter sido constituída em janeiro de
2002, dentro dos limites máximos de classes de ações permitidos pela
legislação da época. Com capital social representado por 900.000 ações
ordinárias e preferenciais com valor unitário de R$ 10,00/ação, seus
acionistas estão dispostos a negociar a venda do controle acionário pelo
valor nominal das ações desde que essa operação seja realizada à vista.
57- Com base nas informações acima, indique o valor mínimo que a Cia. Boreal
deveria pagar para tornar- se a controladora da empresa transportadora.
a) R$ 4.500.000
b) R$ 3.000.010
c) R$ 3.000.000
d) R$ 2.250.010
e) R$ 1.500.000

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Capital da Transportadora
Ações ordinárias com direito a voto 450.000
Ações preferenciais sem direito a voto 450.000
Total 900.000
Valor das ações ordinárias com direito a voto: 450.000 x 10,00 = 4.500.000,00. O
controle seria obtido com 50% + 1 ação com direito a voto: 225.001 ações
ordinárias → 225.001 x 10,00 = 2.225.010,00.
Gabarito oficial: D
58- Para possuir a preponderância nas deliberações sociais de modo
permanente e com segurança na Cia. Beneficiadora de Cereais, a Cia.
Boreal deve possuir pelo menos:
a) 50% do capital total da investida.
b) 40% das ações totais da investida.
c) 33,3% do patrimônio líquido da investida.
d) 25% das ações ordinárias da investida.
e) 16,7% do capital votante da investida.
A Cia. Beneficiadora de Cereais foi constituída no início de 1997, quando a Lei nº
6.404/76 admitia que até 2/3 das ações fossem preferenciais sem direito a voto
(art. 15, § 2º, antes da nova redação dada pela Lei nº 10.303/2001. Somente com
a edição desta lei, o percentual máximo de ações preferenciais sem direito a voto
passou a ser de 50% do total). Desse modo, se apenas 1/3 das ações da
Beneficiadora fossem ordinárias com direito a voto (400.000 ações), o controle
seria possível com a aquisição de 200.001 ações ordinárias, que representariam
16,7% do capital total (200.001 / 1.200.000 = 0,167 ou 16,7%), e não 16,7% do
capital votante. Em virtude dessa falha, a questão deveria ter sido anulada.
Gabarito oficial: E
1. Introdução
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários, as alterações promovidas por intermédio da Lei nº
11.638/07 têm por objetivo adequar a Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações),
principalmente na parte em que ela dispõe sobre matéria contábil, à nova realidade da
economia brasileira, tendo em vista o processo de globalização dos mercados, bem como a
evolução havida, em âmbito mundial, dos princípios fundamentais de contabilidade.
Assim, as alterações legislativas ora comentadas buscam criar condições para harmonizar as
práticas contábeis adotadas no Brasil e as demonstrações contábeis correspondentes com as
práticas e demonstrações exigidas nos principais mercados financeiros mundiais.
Os International Accounting Standards (IAS) são normas internacionais de contabilidade
(pronunciamentos) emitidas pelo International Accounting Standars Committee (IASC), criado
em 1973 por 10 países: Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Irlanda, Japão,
México, Países baixos e Reino Unido, com a finalidade de formular um novo padrão de normas
contábeis internacionais que possa ser universalmente aceito.

Em 2001, como órgão do IASC, foi criado o IASB (International Accounting standards Board),
que assumiu as responsabilidades técnicas do IASC, inclusive a edição de pronunciamentos.
Após a criação do IASB, os novos pronunciamentos editados passaram a ser denominados IFRS
(International Financial Reporting Standard). Apesar disso, ainda existem diversos IAS em vigor.

Atualmente, cerca de 100 país, inclusive o Brasil, exigem que suas empresas adotem
procedimentos contábeis com base nas determinações do IASB, que pode ser definido como
um conselho internacional de normas contábeis cuja aplicação tende a se tornar universal.
Entre outras coisas, essa padronização de regras com o mercado internacional facilita a análise
das demonstrações por investidores estrangeiros interessados em aplicar recursos em nosso
país.

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2. Demonstração do Fluxo de Caixa


Com as novas alterações, a demonstração dos fluxos de caixa torna-se obrigatória para as
companhias abertas, assim como para as fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço,
igual ou superior a R$ 2 milhões. A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do
balanço, inferior a R$ 2 milhões não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração
dos fluxos de caixa.
A Lei nº 11.638/07 substitui a demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR, que
passa a ser facultativa) pela demonstração dos fluxos de caixa (DFC), acompanhando uma
tendência internacional e em atendimento aos interesses dos analistas de mercado e
investidores institucionais. A DFC evidencia, por meio dos fluxos de recebimentos e
pagamentos, as modificações ocorridas nas disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da
companhia em um determinado período.
Apesar de ser uma demonstração mais completa quanto ao volume de informações, pesaram
conta a DOAR o fato de ela apresentar estrutura e conceitos de difícil entendimento por não-
contabilistas. A DFC adota linguagem de mais fácil assimilação pelo público interessado nas
informações contábeis, principalmente quando elaborada pelo método direto, em que a
demonstração é estruturada a partir do movimento direto das entradas e saídas de
disponibilidades (no método indireto a DFC é elaborada a partir do lucro ou prejuízo do
exercício, que sofre ajustes similares aos da Doar).
Conforme a Lei nº 11.638/07, a demonstração dos fluxos de caixa deve indicar, pelo menos,
as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa,
segregando essas alterações em, no mínimo, três fluxos: 1) das operações, 2) dos
financiamentos e 3) dos investimentos. Tudo isso já era observado antes da nova lei. A
diferença é que agora a DFC passa a ser obrigatória.
A estrutura dessa demonstração já foi amplamente divulgada em livros de Contabilidade
Avançada e não deve sofrer mudanças significativas no curto prazo. Portanto, quem já a
conhece não precisa se preocupar.
3. Demonstração do Valor Adicionado
Para as companhias abertas, a Lei nº 11.638/07 também tornou obrigatória a demonstração
do valor adicionado (DVA). As companhias fechadas estão dispensadas de elaborar essa
demonstração.
Nos termos dessa mesma lei a demonstração do valor adicionado deve indicar, no mínimo, o
valor da riqueza gerada pela companhia (o que ela agregou à economia em termos de bens e
serviços), a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a sua geração, tais
como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza
não distribuída.
A Lei nº 11.638/07 não fixa um modelo de DVA, mas isso já havia sido feito pelas entidades
reguladoras. Por isso, de forma similar à DFC, a estrutura da DVA permanece sendo a que
consta dos livros de Contabilidade Avançada e não deve sofrer mudanças significativas no
curto prazo.
4. Demonstrações Obrigatórias na Nova Legislação
Com a nova legislação, eis as demonstrações obrigatórias:
1 - balanço patrimonial;
2 - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ou, se companhia aberta, por exigência
da CVM, demonstração das mutações do patrimônio líquido;
3 - demonstração do resultado do exercício;
4 - demonstração dos fluxos de caixa, exceto no caso de companhia fechada com patrimônio
líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2 milhões; e
5 - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
A Lei nº 11.638/07 permite que a DFC e a DVA sejam divulgadas em seu primeiro ano de
vigência sem a indicação dos valores correspondentes ao exercício anterior (demonstrações
comparativas).

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5. Escrituração
Com a nova redação dada ao § 2º do art. 177 da Lei nº 6.404/76, as disposições da lei
tributária ou de legislação especial sobre atividade que constitui o objeto da companhia que
conduzam à utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou à elaboração de outras
demonstrações não elidem a obrigação de elaborar, para todos os fins da Lei das Sociedades
por Ações, demonstrações financeiras em consonância com o disposto no caput do artigo
citado. Tais disposições da lei tributária ou de legislação especial deverão ser alternativamente
observadas pelo contabilista mediante registro:
1 - em livros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil; ou
2 - no caso da elaboração das demonstrações para fins tributários, na escrituração mercantil,
desde que sejam efetuados em seguida lançamentos contábeis adicionais que assegurem a
preparação e a divulgação de demonstrações financeiras com observância da Lei das S.A.,
devendo essas demonstrações ser auditadas por auditor independente registrado na
Comissão de Valores Mobiliários.
Essa exigência decorre do fato de, na prática, disposições normativas editadas por entidades,
agências e órgãos reguladores (e que em muitos casos estão em desacordo com princípios
contábeis) serem aplicadas, por determinação deles, na escrituração mercantil e não em
registros auxiliares, ao contrário do que determinava o texto original do art. 177 da Lei
6.404/76.
Na tentativa de corrigir essa distorção e de preservar o interesse de entidades, agências e
órgãos reguladores sem que haja perda de qualidade da informação a ser disponibilizada para
os demais usuários, a nova lei permite que a companhia adote em sua escrituração mercantil
todas as disposições da lei tributária ou especial, desde que efetue, quando houver
divergências, ajustes nessa escrituração, mediante lançamentos complementares, de forma a
produzir demonstrações contábeis adequadas aos Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Tendo em vista garantir um mínimo de qualidade para essas demonstrações, a Lei nº
11.638/07 condiciona a utilização desta última alternativa ao exame das demonstrações
contábeis por auditor independente registrado na CVM.
De qualquer forma, os lançamentos de ajuste efetuados exclusivamente para harmonização de
normas contábeis e as demonstrações e apurações com eles elaboradas não poderão ser base
de incidência de impostos e contribuições nem ter quaisquer outros efeitos tributários.
6. Normas Expedidas pela Comissão de Valores Mobiliárias – CVM
Conforme a nova lei, as normas expedidas pela CVM, de observância obrigatória pelas
companhias abertas, deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de
contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários.
Muito embora não estejam sujeitas ao controle da CVM, as companhias fechadas poderão
optar por observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão de
Valores Mobiliários para as companhias abertas, o que implica adotar padrões contábeis
internacionais.
7. Ativo Permanente
Em virtude da nova lei, o ativo permanente passa a ser dividido em:
1 - Investimentos.
2 - Imobilizado.
3 - Intangível.
4 - diferido.
Esta ordem observa o grau decrescente de liquidez.
7.1. Investimentos
No que tange a investimentos permanentes, a principal novidade são os critérios para
avaliação de participações pelo método da equivalência patrimonial. Com a Lei nº 11.638/07
passam a ser avaliados pelo valor de patrimônio líquido os investimentos:

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1 - em coligadas sobre cuja administração a investidora tenha influência significativa, ou de


que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante;
2 - em controladas;
3 - em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle
comum;
A nova lei não mais exige a relevância do investimento para fins de equivalência patrimonial,
bem como, na hipótese de coligadas, fixa em 20% do capital votante o percentual mínimo
para fins de aplicação desse método.
De resto, foram mantidos os demais critérios previstos no art. 248 da Lei das S.A. para fins de
avaliação pelo valor de patrimônio líquido.
7.2. Imobilizado
De acordo com a nova sistemática do permanente, no ativo imobilizado devem constar os
direitos que tenham por objeto bens corpóreos (materiais) destinados à manutenção das
atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses
bens. Vale dizer, o ativo imobilizado, que na legislação anterior era composto por bens
corpóreos e incorpóreos, passa a apresentar apenas bens corpóreos.
Estas são algumas das redações propostas para o imobilizado (em projetos que originaram a
Lei nº 11.638/07) que não foram convertidas em lei:
"Art.179............................................
II -
c) imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa
ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações
de arrendamento mercantil financeiro ou de concessão ou exploração de
serviços públicos; bem como os juros pagos ou creditados a acionistas
ou terceiros, em fase pré-operacional, vinculados à aquisição ou
produção desses bens;

"Art.179............................................
II -
c) imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa
ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações
de arrendamento mercantil financeiro ou de concessão ou exploração de
serviços públicos quando houver transferência dos benefícios, riscos e
controle desses bens; assim como os juros pagos ou creditados a
acionistas ou terceiros, em fase pré-operacional, vinculado aquisição ou
produção desses bens;

"Art.179.............................................
IV - imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa
ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações
de concessão ou exploração de serviços públicos, quando houver
transferência dos benefícios, riscos e controle desses bens;”
Finalmente, eis o texto aprovado, que passou a integrar a Lei nº 6.404/76:
"Art.179............................................
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens
corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de

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operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle


desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638/07)
Podemos constatar que o inciso aprovado ficou com seu texto bastante desfigurado. No fim
das contas, essa redação transformou o acessório “inclusive os decorrentes de operações que
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens” (isso estava
originalmente vinculado à concessão ou exploração de serviços públicos, que sequer são bens
corpóreos) em protagonista do texto. Assim, o legislador deixou espaço para as mais diversas
interpretações do que significa dizer “transferir à companhia os benefícios, riscos e controle
desses bens”.
Antes da aprovação da nova lei, foi excluída do texto do inciso relativo ao imobilizado a
menção ao lesing financeiro (locação + opção de compra), cujos bens correspondentes
passariam a ser contabilizados nesse subgrupo, caso a redação original tivesse sido aprovada.
O relator optou por eliminar a referência ao reconhecimento dos bens decorrentes de
operações de arrendamento mercantil financeiro na contabilização como ativo imobilizado da
companhia arrendatária. Seu objetivo é, segundo ele, eliminar o risco de uma “oneração
tributária indevida sobre as empresas”, uma vez que atualmente o valor do arrendamento
financeiro é registrado como despesa operacional dedutível para fins tributários, e não como
parte do ativo imobilizado.
7.3. Intangível
Nos termos da Lei nº 11.638/07, no intangível devem ser classificados os direitos que tenham
por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa
finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que agora passa a contar apenas com
bens corpóreos de uso permanente. Ao intangível cabem os bens incorpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou exercidos com essa finalidade, como, por
exemplo, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do
Poder Público, marcas e patentes, bem como o fundo de comércio adquirido.
Os direitos classificados no intangível devem ser avaliados pelo custo incorrido na aquisição
deduzido do saldo da respectiva conta de amortização, feita em função do prazo legal ou
contratual de uso dos direitos ou em razão da sua vida útil econômica, deles o que for menor.
7.4. Diferido
Com a nova legislação, no ativo permanente diferido passam a ser registradas apenas:
1 - as despesas pré-operacionais; e
2 - os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado
de mais de um exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos
ou acréscimo na eficiência operacional.
Gastos com reestruturação são os relacionados à criação ou extinção de departamentos,
gerências, cargos etc. Duas são as condições para que os gastos dessa natureza integrem o
diferido: 1) devem contribuir para o aumento do resultado de dois ou mais exercícios e 2) não
podem configurar apenas uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional. Ou
seja, a reestruturação deve estar principalmente focada no aumento da receita, e não na
demissão de pessoal. Na nova lei, ficaram de fora do diferido os custos, as despesas e outros
encargos de reorganização (fusão, cisão, incorporação), ou modernização da companhia.
7.5. Revisão Periódica dos Valores do Imobilizado, Intangível e Diferido
A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores
registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam:
1 - registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper
os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não
poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou
2 - revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica
estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

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Portanto, torna-se obrigatória a revisão periódica dos itens registrados no ativo imobilizado, no
intangível e no diferido, devendo-se verificar se os valores registrados nesses subgrupos serão
recuperados por meio de suas operações futuras (geração de caixa futura). Caberá o registro
de provisão para perdas quando não houver possibilidade de recuperação total ou parcial
desses valores. No que tange aos mesmos subgrupos, aplica-se também a revisão da sua vida
útil econômica estimada, com vistas ao ajuste dos prazos e dos critérios de depreciação,
amortização e exaustão.
8. Patrimônio Líquido
Pela nova lei, o patrimônio líquido passa a ser dividido em:
1 - capital social;
2 - reservas de capital;
3 - ajustes de avaliação patrimonial;
4 - reservas de lucro;
5 - ações em tesouraria; e
6 - prejuízos acumulados.
8.1. Extinção de Reservas de Capital
Antes classificadas como reserva de capital, com a nova lei as doações e subvenções para
investimentos agora podem integrar o resultado, como receitas. No entanto, a Lei nº
11.638/07 estabelece que a assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de
administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido
decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá
(faculdade) ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (pensamos que também
da base de cálculo dos juros sobre o capital próprio). É claro que as empresas vão preferir a
classificação como reserva. Prevista no art. 195-A e classificada como reserva de lucros, no
patrimônio líquido, essa reserva de incentivos fiscais é uma inovação da lei citada.
Em relação ao prêmio recebido na emissão de debêntures, que também deixa de ser reserva
de capital com a nova lei, o tratamento contábil adequado, segundo a CVM, é classificá-lo
como um resultado não realizado (prêmio a apropriar) para ser apropriado como receita,
segundo o princípio da competência, na mesma base em que são apropriados os juros
(despesas) das debêntures.
Na alienação, com prêmio, de debêntures emitidas pela companhia:
D - Caixa
C - Debêntures a Resgatar
C - Prêmio a Apropriar
Passivo
Debêntures a Resgatar
Prêmio a Apropriar
8.2. Extinção da Reserva de Reavaliação
A Lei nº 11.638/07 extinguiu a reserva de reavaliação, que estava prevista no art. 182, § 3º,
da Lei das S.A. Os saldos atualmente existentes nas reservas de reavaliação deverão ser
mantidos até a sua efetiva realização ou estornados até o final de 2008.
Por contrariar o princípio do registro pelo valor original, a reserva de reavaliação sempre foi
contestada no Brasil, além de não ser um procedimento aceitável nos principais mercados
mundiais. Entre outras impropriedades, ela impossibilitava a comparação de demonstrações
contábeis e foi utilizada com desvio de finalidade, como compensação de prejuízos, justificativa
para aumento de tarifas, complemento de correção monetária de balanço, instrumento de
planejamento tributário.
8.3. Ajustes de Avaliação Patrimonial
A nova lei substitui a faculdade da reavaliação de bens pela obrigação de se ajustar o valor dos
ativos e passivos a preços de mercado. Um dos casos em que essa regra se aplica é quando
houver operação de incorporação, fusão ou cisão vinculadas a uma efetiva alienação de

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controle que tenha sido realizada entre partes independentes (isso exclui sociedades que
façam parte de um mesmo grupo econômico). Em tal hipótese os ativos e passivos da
sociedade a ser incorporada ou decorrente da fusão ou cisão devem ser ajustados aos valores
de mercado. A contrapartida desses ajustes será registrada numa conta de patrimônio líquido
denominada Ajustes de Avaliação Patrimonial, que pode ter saldo devedor (negativo) ou credor
(positivo).
Nos termos da nova lei, serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial (uma
espécie de reavaliação positiva ou negativa, que se aplica tanto a elementos do ativo quanto
do passivo), enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do
ativo (§ 5º do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3º do art. 226 da Lei das Sociedades
por Ações) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado.
Resultante da fusão do texto original do projeto de lei que gerou a Lei nº 11.638/07 com
emendas parlamentares, a redação do dispositivo que deu origem à norma que cuida do ajuste
de avaliação patrimonial é confusa, parecendo querer dizer, salvo melhor juízo, que tal ajuste
se aplica a variações positivas ou negativas de ativos e passivos nas seguintes hipóteses:
Art. 177........................................
...................................................
§ 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se
refere o § 3º deste artigo deverão ser elaboradas em consonância com
os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais
mercados de valores mobiliários.
...................................................

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os


seguintes critérios:
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e
em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no
realizável a longo prazo:
a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar de
aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e
...................................................

Art. 226........................................
...................................................
§ 3º Nas operações referidas no caput deste artigo, realizadas entre
partes independentes e vinculadas à efetiva transferência de controle,
os ativos e passivos da sociedade a ser incorporada ou decorrente de
fusão ou cisão serão contabilizados pelo seu valor de mercado.
Na primeira hipótese (art. 177, § 5º), aparentemente os ajustes decorreriam da exigência de
normas da CVM editadas com vistas à observância dos padrões internacionais.
Em conclusão, cabe à CVM regulamentar o assunto, de forma a indicar a quais hipóteses
rigorosamente os ajustes se aplicam e como eles serão processados.
8.4. Lucros Acumulados
Como forma de coibir a retenção injustificada de lucros, os quais devem ser destinados à
formação de reservas e à distribuição de dividendos de acordo com os fundamentos contidos
nos artigos 193 a 203 da Lei nº 6.404/76, a nova legislação elimina do balanço a conta Lucros
Acumulados. Todavia, isso não significa que ela deixará de existir. Uma conta com essa
mesma denominação (lucros acumulados) ou designação semelhante, de uso temporário e
cujo saldo seja encerrado antes do balanço, poderá ser utilizada para servir de contrapartida
às destinações do lucro e às reversões das reservas de lucro. Esta é a nosso ver uma
modificação legislativa redundante, até porque não foram eliminadas da Lei das S.A. outras
menções a “lucros acumulados”, como por exemplo as que constam do art. 186.

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9. Avaliação de Instrumentos Financeiros


Eis a nova redação do inciso I do art. 183 da Lei nº 6.404/76:
“Art. 183 – no balanço, os elementos do ativo serão avaliados
segundo os seguintes critérios:
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e
em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no
realizável a longo prazo:
a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar
de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado
conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável
de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e
os direitos e títulos de crédito;”
Como instrumentos financeiros podem ser considerados os valores mobiliários (ações,
debêntures), bem como os derivativos – instrumentos financeiros cujo valor deriva ou depende
do preço ou desempenho de mercado de determinado bem básico, taxa de referência ou índice.
Integram o mercado de derivativos os mercados futuros, a termo, de opções e de swaps, pois
têm seus preços derivados do mercado à vista. Já os direitos e títulos de crédito a que se refere
o inciso I são as contas a receber representadas por duplicatas, notas promissórias ou títulos
similares.
Em razão da nova lei esses ativos passam a ser avaliados pelo seu valor de mercado ou
equivalente, desde que representem aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para
venda, vale dizer, vinculados à especulação financeira. Isso não é comum no caso de
duplicatas e notas promissórias relacionadas às atividades da companhia, de forma que a elas
se aplica o valor de emissão, ajustado ao valor provável de realização (provisão para
devedores duvidosos), quando este for inferior (inciso I, “b”).
Para esses efeitos, considera-se valor de mercado dos instrumentos financeiros, o valor que se
pode obter em um mercado ativo (bolsa de valores, de mercadorias e futuros), decorrente de
transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um
mercado ativo para um determinado instrumento financeiro:
1 - o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento
financeiro de natureza, prazo e risco similares;
2 - o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de
natureza, prazo e risco similares; ou
3 - o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de
instrumentos financeiros.
Aqui está a redação revogada do inciso I do art. 183:
“Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo
os seguintes critérios:
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não
classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor
do mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas
as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização, e
será admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do
mercado, para registro de correção monetária, variação cambial ou juros
acrescidos;”
Quanto ao estoque de mercadorias, produtos etc., é importante observar que não houve
mudanças nos critérios de avaliação, uma vez que eles estão previstos no inciso II do art. 183,
que não foi alterado.

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Comentários às alterações contábeis na Lei das S.A.

10. Ajuste a Valor Presente de Ativo e Passivo de Longo Prazo


Segundo a Lei das Sociedades por Ações, artigos 183, VIII, e 184, III, na sua nova redação, os
elementos do ativo e do passivo exigível decorrentes de operações de longo prazo serão
ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Com
isso a lei busca resolver a questão dos juros embutidos nos preços das operações a prazo, eis
que as empresas tendem a dar a estas tratamento igual ao das operações à vista, deixando de
reconhecer despesas e receitas financeiras incluídas nas operações e apurando resultados
distorcidos. Com a Lei nº 11.638/07, todos os elementos integrantes do ativo e do passivo
exigível, quando decorrentes de operações de longo prazo, devem ser ajustados ao seu valor
presente, mediante descontos que considerem os juros embutidos. Se houver efeitos
relevantes, serão também ajustados os ativos e passivos decorrentes de operações de curto
prazo. Esses tratamentos permitem a homogeneização das operações e possibilitam a
comparação de demonstrações, independentemente de as empresas operarem à vista ou a
prazo.
Exemplo: a companhia possui, em seu passivo exigível a longo prazo, dívida por empréstimo
no valor de R$ 12 mil, para pagamento em 3 anos, com juros embutidos de 20%. Assim, o
valor presente da dívida seria de:
Valor Presente = Valor Nominal/(1 + Taxa Unitária de Juros)
Valor Presente = R$ 12.000,00/1,2 = R$ 10.000,00
Passivo – Longo Prazo
Empréstimos a Pagar 12.000,00
(– ) Ajuste a Valor Presente (2.000,00)
Valor Presente 10.000,00
A CVM deve editar norma para regular este assunto, esclarecendo inclusive a forma de
contabilização do ajuste a valor presente (para obter mais detalhes sobre o tema, veja o já
revogado Parecer de Orientação CVM nº 27/94).
11. Participações nos Lucros
O inciso VI do art. 187 da Lei nº 6.404/76 passa a ter a seguinte redação:
“VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores,
mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se
caracterizem como despesa;”
Com isso a nova lei reforça a necessidade de essas participações serem informadas no
resultado mesmo na hipótese de se revestirem da forma de instrumentos financeiros. No
entanto, por uma falha grosseira, a nova redação não menciona a participação dos titulares de
partes beneficiárias, que continua prevista na Lei nº 6.404/76 em relação às companhias
fechadas.
Na parte final do inciso VI, mencionam-se participações de fundos de previdência privada:
“instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem
como despesa”. Ora, se não forem despesa não deverão figurar na demonstração do resultado.
É provável que o legislador tenha tentado dizer que tais participações devem ser calculadas em
razão do lucro, em vez de um valor fixo anual que independa do resultado. Neste último caso é
mais adequada a classificação como despesa operacional.
12. Reserva de Lucros a Realizar
“Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório,
calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela
realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por
proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição
de reserva de lucros a realizar.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do
lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores:

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Comentários às alterações contábeis na Lei das S.A.

I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248);


e
II - o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou
contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de
realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte.
(Redação dada pela Lei nº 11.638/07)
§ 2º A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para
pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art.
202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a
realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados em
dinheiro.”
Esta era a redação anterior do inciso II do § 1º do art. 197:
“II - o lucro, ganho ou rendimento em operações cujo prazo de
realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte.”
Com a nova redação, passa-se a computar na apuração dos lucros a realizar o lucro,
rendimento ou ganho líquidos (deduzidos prejuízos, gastos ou despesas necessárias). No
conceito de lucros a realizar foram incluídos os resultados positivos na contabilização de ativo
e passivo de longo prazo pelo valor de mercado. Em todos os casos, continua a prevalecer a
regra de realização financeira após o término do exercício social seguinte, o que exclui os
resultados positivos líquidos de curto prazo.
13. Limite do Saldo das Reservas de Lucro
Pelo nova redação do art. 199 da Lei nº 6.404/76, o saldo das reservas de lucros, exceto as
para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital
social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre a aplicação do excesso na
integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.
Essa regra já existia na legislação anterior. A novidade é a exclusão da recém criada reserva
de incentivos fiscais para efeitos do cálculo do limite das reservas de lucro em relação ao
capital social.
Esse cálculo pode ser resumido da seguinte forma:
(R. Legal + R. Estatutárias + R. de Retenção de Lucros) ≤ capital social
Ficam de fora da apuração do excesso as reservas para contingências, de incentivos fiscais e
de lucros a realizar.
14. Sociedades de Grande Porte
A Lei nº 11.638/07 estendeu às sociedades de grande porte as disposições relativas à
elaboração e publicação de demonstrações contábeis aplicáveis às companhias abertas,
entendendo que aquelas empresas, pela sua importância no cenário econômico e social,
devem ter o mesmo nível de abertura de informações que as companhias abertas. De acordo
com a CVM, a falta de divulgação de informações por parte dessas empresas representa,
muitas vezes, obstáculo à expansão e à melhoria da qualidade das informações pelas
companhias abertas, constituindo fator de inibição ao processo de abertura de capital das
empresas.
Considera-se de grande porte, para esses efeitos, a sociedade ou conjunto de sociedades sob
controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240 milhões ou
receita bruta anual superior a R$ 300 milhões.

Um forte abraço e muito sucesso.


Ricardo Ferreira

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