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3NÓS3

INTERVENÇÕES URBANAS
1979–1982
MARIO RAMIRO (ORG.)

APOIO
Este projeto é selecionado

PRODUÇÃO PUBLICAÇÃO REALIZAÇÃO


PARA
RAFAEL FRANÇA E
HUDINILSON JR.
Mario Ramiro
9 Apresentação
Annateresa Fabris
19 Pretexto para uma intervenção

24 ENSACAMENTO
34 X-GALERIA
39 A DESPEDIDA DA VELHA SENHORA
42 TRÍPTICO
52 INTERDIÇÃO
60 A CATEGORIA BÁSICA DA COMUNICAÇÃO
62 ARTE
66 MATARAZZO (“SUPREMATISMO”)
74 INTERVERSÃO VI
85 CASOS
90 VIDEOPERFORMANCE
92 CONECÇÃO
100 CORTE AA
106 B. 81
113 ARCO 10
119 OUTDOOR / ART-DOOR
124 27.4 / 3 (23 DE MAIO)
130 27.4 / 3 – II (PINACOTECA)
134 ACABOU
Maria Adelaide Pontes
138 Intervenção urbana como sistema 

Erin Aldana
165 Desenhos no mapa da cidade 

Annateresa Fabris
177 Revendo as ações do 3nós3 

185 Cronologia de fatos paralelos

200 English version


229 Bibliografia
233 Outras atividades do 3nós3
235 Sobre os autores
APRESENTAÇÃO
MARIO RAMIRO

As conclusões que este trabalho levará ao investi-


gador do futuro não nos pertencem e o tempo nos
prega mais uma peça, reservando a si o direito da
palavra final, que a nós não será revelada.

Rafael França, Chicago, 1986

Pouco antes de encerrar seu ciclo de atividades, Mario Ramiro, Hudinilson


o 3nós3 projetou um catálogo que iria registrar Jr. e Rafael França. Porto
Alegre, 1980.
toda a produção do grupo. Nele reuniríamos
textos, fotografias e reproduções de jornais e
revistas que documentaram as intervenções
urbanas e outros trabalhos realizados entre
1979 e 1982. Nesses três anos, foram várias as
intervenções feitas na cidade e na mídia que
coincidiram com o advento do grafite e do
punk rock, com o fim da ditadura no Brasil e
com a ascensão da arte urbana. O país fervia
com greves de trabalhadores, imprensa alter-
nativa, movimento estudantil e com o sangue
da juventude que corria nas veias para produ-
zir um fluxo contínuo de manifestações e agi-
tações culturais, políticas e artísticas. A arte
alternativa, independente e marginal, é um
novo capítulo dos estudos da arte contemporâ-
nea no Brasil, e por isso a urgência deste livro.
Ele é resultado daquela concepção gestada
no início dos anos 1980, cujo protótipo, com
fotografias e reproduções em xerox, textos da-
tilografados e desenhos, foi entregue à época
ao editor paulista Massao Ohno1 para uma pri-
meira avaliação dos custos de impressão. Com
a ida de Rafael França em 1982 para os Estados
Unidos por conta de uma bolsa de estudos,
Hudinilson Jr. e eu saímos em busca de recur-
1 Um dos principais editores
sos para custear o projeto. A iniciativa conse-
independentes do Brasil, foi
guiu sensibilizar algumas pessoas, mas não foi
o idealizador da Feira de
suficiente para alavancar o projeto e o protó- Poesia e Arte, realizada no
tipo acabou se perdendo. Dele restou apenas Teatro Municipal, em 1976.
9
um índice de conteúdos, de certa forma man-
tidos na presente publicação, e uma cópia xe-
rográfica integral, que hoje se encontra no
2 Até aquele momento,
acervo do Centro Cultural São Paulo. Com a
Hudinilson Jr. não tinha
morte de Rafael França em Chicago, em 1991, e recebido o devido reconheci-
a minha ida para a Alemanha no mesmo ano mento por seu trabalho. Ele
para uma pós-graduação nas cidades de Düs- faleceu em 2013, quando o
seldorf e Colônia, o projeto ficou parado por interesse por sua obra
começava a despontar no
mais de uma década. Só foi retomado em 2002,
mercado, graças ao trabalho
quando retornei para São Paulo e mais uma da galerista Jaqueline Martins,
vez Hudinilson e eu voltamos a pensar nele. em São Paulo. Em setembro
Para o Hudi, essa edição havia se tornado uma de 2016, Ricardo Resende
obsessão, algo que ele desejava muito mais do publicou um livro sobre a sua
obra, contemplado pelo edital
que um livro sobre a sua própria obra.2 Juntos,
Rumos do Itaú Cultural e
procuramos reativar o projeto do livro em vá-
intitulado Posição amorosa:
rios momentos. Hudinilson Jr.
Em 2002, entramos em contato com Ana 3 Mario Ramiro, “Grupo
Helena Kurt, amiga que havia se tornado uma 3nós3: Le Dehors s’élargit/ Com o interesse cada vez maior de artistas e críticos pela O grupo em São Paulo, 1980.
produtora cultural de renome em São Paulo, The Outside Expands”. produção artivista, isto é, aquela de artistas-ativistas enga-
Parachute – Contemporary
para nos ajudar com a captação de recursos. jados em questões socialmente pulsantes do nosso tempo, o
Art Magazine, n. 116, Québec,
Por vários motivos, a coisa não evoluiu. Hudi- out. 2004, pp. 41–45. trabalho do 3nós3 e de seus pares passou a ser visto como
nilson e eu fizemos uma nova tentativa no ano 4 Eduardo Kac (ed.), “A Radical pioneiro desse movimento. Por outro lado, aquelas manifes-
seguinte, dessa vez inscrevendo o projeto na Intervention: The Brazilian tações se localizam e tiveram seu papel num tempo e espa-
cobiçada Bolsa Vitae de Artes, que nos possi- Contribution to the Interna- ço que já não correspondem à atual expansão do campo das
tional Movement of Electro-
bilitaria digitalizar todo o material gráfico e intervenções como forma de arte. Nessa nova conjuntura, a
nic Art” (dossiê de série de
fotográfico do grupo, deixando com isso o con- artigos). Leonardo, Oakland/
produção dos coletivos brasileiros não está mais focada ape-
teúdo pronto para uma futura impressão. Mas Cambridge (ma), 1998. nas nas relações com o espaço urbano, mas em intervenções
o projeto, como outros, não foi aprovado. Em 5 Andrea Aly Gamero, 3nós3: em contextos específicos, políticos e sociais, em tempos de
2004, depois de ter publicado um artigo sobre Interversões urbanas. singular e inevitável prolongamento nas mídias digitais. Eu
Trabalho de conclusão do
nossa produção na revista canadense Para- e Rafael Leona, artista argentino baseado em São Paulo e
curso de pós-graduação. São
chute,3 teve início uma procura mais sistemá- membro do coletivo Contrafilé, escrevemos certa vez que:
Paulo: História da Arte – Faap,
tica de curadores e pesquisadores brasileiros 2006. Erin Aldana, Interven-
e estrangeiros pela produção do 3nós3. Aque- tions into Urban and Art Na situação atual do mundo das artes podemos ver clara-
le artigo foi um desdobramento de um texto Historical Spaces: The Work mente o espaço que as práticas de intervenção ganharam
publicado pela primeira vez em 1998 na revista of the Artist Group 3nós3 in nos últimos anos, tornando-se, por exemplo, uma categoria
Context, 1979–1982. Tese de
Leonardo, do mit Press, num projeto editorial incluída em editais, salões e manifestações culturais. Essa
doutoramento. Austin:
de Eduardo Kac, artista brasileiro radicado Universidade do Texas, 2008. mudança, que transita de uma zona de clandestinidade a
em Chicago e responsável pela edição de uma Aracéli Cecilia Nichelle. O sua institucionalização, passou por diferentes momentos e
série de ensaios sobre a contribuição brasilei- que está dentro fica/O que está crises no interior dos grupos mobilizados por estas práticas.
ra ao movimento da arte e tecnologia.4 A cres- fora se expande: 3nós3 Tanto no Brasil como na Argentina as razões para essa tran-
coletivo de arte no Brasil.
cente participação do 3nós3 em exposições no sição são de diferentes categorias, mas os movimentos acon-
Dissertação de mestrado.
Brasil e no exterior e as pesquisas acadêmicas Florianópolis: Artes Visuais
teceram com uma direção similar. De qualquer maneira, é
realizadas sobre o grupo contribuíram para – Universidade do Estado de possível considerar que os coletivos atuantes nos anos 1980
uma maior difusão de nosso trabalho.5 Santa Catarina, 2010. e 1990 influenciaram e modificaram a atual configuração das
10 11
práticas artísticas urbanas. É possível afirmar ainda que a dade e a mídia. Analisando as primeiras intervenções que
prática da intervenção parece ter se esgotado em algumas de “favoreciam interpretações de caráter sociológico por visar
suas formas. A própria etiqueta de “obra de arte” talvez tenha alvos consagrados”, ela as diferencia das interversões que
colaborado para esse esgotamento, uma vez que muitas das teriam “como princípio gerador especulações de caráter vi-
intervenções não conseguem, como se pensava num passado sual – ‘contrastes’, ‘agrupamentos’, ‘relações com a forma,
recente, “estranhar” ou “deslocar por um instante” o sujeito o espaço e a cor’”. Seu texto prenuncia questões estéticas
casual que se deparava com elas. Pois no momento em que que irão orientar o discurso da geração seguinte de artistas
ele identifica uma intervenção como obra de arte, a etiqueta e críticos culturais. Um segundo texto da historiadora, ori-
que se adiciona a ela deixa suficiente espaço para o indivíduo ginalmente uma palestra que acompanhou a exposição do
não ser afetado ou se sentir assim. É por isso que acreditamos grupo no Centro Cultural São Paulo em 2012, procura rever
que os modos de intervenção como os conhecíamos já muda- as intervenções sob novas perspectivas, relacionando-as
ram e hoje estão acontecendo com uma outra roupagem.6 com outros movimentos artísticos que marcaram as artes
no século xx e aproximando-as também de certas perspec-
Como um grupo, um coletivo, a produção do 3nós3 não foi tivas teóricas em curso neste início de século xxi.
resultado apenas do esforço e da criatividade de três jovens Adelaide Pontes, pesquisadora do Centro Cultural São
artistas na passagem dos anos 1970 para os 1980. Foi resul- Paulo, foi curadora da primeira retrospectiva da produção
tado da interação com outros artistas, produtores culturais, do grupo em 2012, na exposição Obra e documento – Arte /
jornalistas, críticos, fotógrafos, historiadores, diretores de Ação e 3nós3, que apresentou cerca de duzentas fotografias
museus, amigos, ex-professores e figuras anônimas das ruas. produzidas entre as décadas de 1970 e 1980 pelos dois gru-
As ações coletivas congregavam “agentes culturais” de pos. O projeto curatorial foi um desdobramento de sua pes-
diferentes procedências. Não eram apenas os integrantes quisa acadêmica, cuja análise recaiu sobre o papel da docu-
de um grupo ou coletivo que se responsabilizavam pela pro- mentação nas práticas artísticas do 3nós3 e do Arte / Ação,
dução e pela performance da ação, mas também os grupos fazendo um extenso mapeamento. Neste livro, seu ensaio
a que elas se destinavam e o sujeito casual que se deparava analisa de forma ampla a produção do 3nós3 num am-
com um determinado acontecimento no meio do seu cami- biente de relações com outros artistas e com os meios de
nho diário. Ao superar o culto ideológico do indivíduo comunicação, apresentando diversas referências catalográ-
genial e criativo, os grupos e coletivos também parecem ter ficas do período.
contribuído para um novo despertar para o trabalho coleti- Erin Aldana, historiadora da arte e curadora norte-ame-
vo, que, nos dias de hoje, tornou-se um procedimento fun- ricana especializada em arte moderna e contemporânea da
damental para muitos jovens artistas. 7
América Latina, é autora do primeiro estudo mais abran-
É a partir dessas constatações que este livro apresenta gente das intervenções urbanas em São Paulo nos anos
não apenas a produção artística do 3nós3, ao lado dos regis- 1980. Em sua tese ela considera a produção do 3nós3 como
tros de textos e imagens dos meios de comunicação da um eixo a partir do qual seria possível analisar a produção
época, mas também as análises de pesquisadoras e historia- de outros coletivos em atividade no mesmo período, con-
doras da arte que se debruçaram de forma mais demorada siderando o contexto sociopolítico que conduziu o Brasil
sobre o trabalho do grupo. de uma ditadura militar a um processo de redemocratiza-
Annateresa Fabris, historiadora da arte e nossa profes- 6 Correspondência por ção, numa atmosfera cultural que propiciou o surgimento
sora na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de e-mail entre Rafael Leona e da arte independente ou da arte marginal.9 Aqui, seu arti-
São Paulo, foi a primeira a identificar em nossa produção Mario Ramiro condensada, go enfoca os últimos trabalhos realizados pelo 3nós3, as
os traços de uma manifestação que ainda não havia sido São Paulo, maio 2013. interversões de larga escala que utilizaram grandes faixas
7 Idem.
captada pela crítica de arte no início dos anos 1980. Seu pri- de plástico instaladas em complexos arquitetônicos e seu
8 Arte em São Paulo, n. 22,
meiro texto, publicado pela revista Arte em São Paulo, em 1984.
diálogo com as grandes estruturas urbanas.
1984,8 aborda de forma concisa e abrangente os principais 9 Arte em Revista – Indepen- Além desses textos, o livro traz ainda uma breve crono-
aspectos da produção do grupo, nos seus vínculos com a ci- dentes, n. 8, v. 6, out. 1984. logia da produção brasileira de práticas artísticas urbanas
12 13
anteriores ao 3nós3, assim como daquelas que ocorreram de documentação e registro representava para nós uma prá-
simultaneamente às atividades do grupo e também nos tica econômica, pois no início dos anos 1980 os equipamen-
anos seguintes a nossa atuação. Essa “Cronologia de fatos tos de vídeo e os processos de impressão de alta tiragem
paralelos” procura expor numa linha do tempo o contexto eram caros e de difícil acesso. Daí a necessidade de divul-
de uma arte urbana emergente nos anos 1980, destacan- gar nossas ações para a imprensa, esperando com isso que
do produções que naquela época não foram identificadas jornais e emissoras de rádio e televisão produzissem para
necessariamente como uma nova forma de arte. Essa cro- nós os registros numa escala e alcance para além dos nos-
nologia oferece apontamentos para a compreensão do que sos recursos. Os exemplares impressos dessas publicações
poderíamos chamar de uma vocação performativa e coleti- eram comprados, recortados e montados numa arte final
va da arte urbana no Brasil. 10 Nesse período, a arte postal para, depois, se converterem em edições de artista.
Diversos estudos e projetos do grupo não puderam ser tinha se popularizado entre Essa relação produtiva entre o 3nós3 e a mídia abriu
incluídos aqui. Outros, como a participação do 3nós3 em muitos artistas. Muitas de caminho para a inserção de um texto-intervenção do gru-
projetos com outros coletivos, fundamentais para a com- nossas edições foram po num grande jornal diário de São Paulo. Contrariando o
enviadas para o circuito
preensão da arte urbana e marginal dos anos 1980 – como papel de um veículo informativo, aquele nosso texto-cola-
internacional de Mail Art,
Viajou Sem Passaporte, Gextu, Manga Rosa, d’Magrelas, tit gem não informava absolutamente nada.12 Sua publicação
integrando mostras no
(Taller de Investigaciones Teatrales) e cle (Centro de Livre Brasil e no exterior. no jornal não se deu como notícia sobre uma intervenção,
Expressão) –, ou em projetos no Espaço N.O., em Porto Ale- 11 De Paulo Klein: “Os quatro mas como antinotícia, que era a própria intervenção.
gre, e no Núcleo de Arte Contemporânea de João Pessoa, criadores do após-calypso – Essa condição da mídia como uma das dimensões do
Ou viva o povo na criação”,
são apenas nomeados. Essa produção do 3nós3 é revelado- trabalho nos permite arriscar dizer que as intervenções
texto para a mostra na
ra de seu envolvimento com as primeiras redes de artistas, do 3nós3 antecipam uma forma de arte midiática que irá
estação São Bento do metrô
como a de arte postal,10 e a de novos meios (nas exposições de Hudinilson Jr., Marília se desenvolver sistematicamente no Brasil a partir dos anos
Multimídia internacional, Xerografia e Heliografia), como Grünwaldt, Mario Ramiro e 1980. Embora outros artistas brasileiros tenham, antes de
também de seu engajamento nas manifestações da arte Rafael França, mar. 1979. E nós, se apoderado dos espaços de comunicação de massa –
independente (Evento de Fim de Década, Poucos e Raros, Os criadores do após-colapso como Nelson Leirner, ao ocupar dezenas de outdoors na ci-
(catálogo). Santo André:
Procopiarte). dade de São Paulo no final dos anos 1960, ou Claudio Tozzi, Mil novecentos e oitenta e
Centro Cívico de Santo
Também deixamos de reproduzir nesta edição muitos quando instalou um grande painel com uma zebra nas late- um. Calendário em
André, jun. 1979.
xerografia com fotos dos
textos de jornalistas que acompanharam o grupo em seu 12 3nós3, “A categoria básica rais de um edifício no centro da cidade, no início dos anos
integrantes e datas dos
início, identificando ali as linhas de força de um movimen- da comunicação”. Folha de S. 1970 –, a estratégia do 3nós3 foi fazer suas intervenções exis-
trabalhos realizados e
to que se intensificaria nos anos 1990 e no começo deste Paulo, Caderno de Artes tirem também como um fato midiático. Esse procedimento participações do grupo
Visuais, 18/11/1979, p. 50.
século xxi. Dentre eles, o jornalista Paulo Klein figura como foi, em certa medida, seme­lhante ao de Flávio de Carvalho em exposições e eventos
13 Ver Phillip Auslander,
um dos primeiros agentes culturais daquele momento a se quando, em 1956, desfilou pelo centro paulistano com seu coletivos assinaladas a
“A performatividade da
aproximar do grupo e a ele dedicar vários textos que cons- “traje de verão”, dirigindo-se até os Diários Asso­ciados, o cada mês.
documentação de perfor-
tituem nossa “fortuna crítica” da primeira hora.11 Também mance”. Performatus, n. 7, mais importante conglomerado de mídias da época, para dar
os jornalistas Miguel de Almeida, Antônio Gonçalves Filho nov. 2013; Regina Melim, visibilidade nacional a sua experiência.
e Fernando Cerqueira Lemos – que foi o mediador do traba- “A fotografia como docu- Nesse contexto, o registro fotográfico desem­penha um
mento primário e perfor-
lho de intervenção direta na mídia feito pelo grupo – tive- papel fundamental pois, como já foi assinalado, a fotografia
mance nas artes visuais”.
ram igualmente um papel importante na inserção das inter- Crítica Cultural, n. 2, v. 3, não é apenas documento, um registro achatado e residual de
venções urbanas nos veículos de comunicação de massa, Tubarão, 2008; e Lúcio Agra, uma ação ocorrida num espaço-tempo, mas uma dimensão
ampliando assim a temporalidade de nossa produção. “Performance e documento, em que a ação adquire permanência, “um lugar poético que
A curta permanência das intervenções nos espaços em ou o que chamamos por amplia a noção de obra”, um campo de experiências e parte
esses nomes?”. Revista
que foram instaladas na cidade nos levou a desenvolver constitutiva daquelas ações.13
Brasileira de Estudos da
uma relação de proximidade com a mídia, sem a qual teria Presença, n. 1, v. 4, Porto
Além dos registros fotográficos das ações urbanas, reuni-
sido praticamente impossível tornar conhecidos os nossos Alegre, jan./abr. 2014, mos aqui também uma parte da produção gráfica e alguns
trabalhos. Utilizar os meios de comunicação como veículos pp. 60–69. trabalhos nunca publicados. O primeiro é uma sequência
14 15
fotográfica intitulada A despedida da velha senhora, de 1979. regis­tros de manifestações de arte e cultura ur-
Nela vemos os integrantes do grupo depositar diversos ma- banas publicadas pela imprensa, além de ter
teriais representativos das belas-artes – molduras ornamen- formatado, com sua máquina de escrever elé-
tadas, revistas sobre técnicas artísticas, catálogos de expo- trica, toda a produção de textos, publicações e
sições – num saco de lixo que é levado até a rua e recolhido a biografia do 3nós3. Uma parte significativa
pela limpeza pública. A ação termina com o saco sendo ati- de sua pesquisa e catalogação foi adquirida
rado num caminhão de lixo, que se afasta para longe da câ- pelo Centro Cultural São Paulo,14 que hoje man-
mera, representando o descarte de uma arte do passado. tém uma hemeroteca aberta à consulta pública.
Outra produção é uma fotonovela em que figuram os três Da mesma forma, Rafael França editou, em
integrantes do grupo. Casos, de 1979, inicia com um cover de 1986, um videodocumentário a partir dos regis-
Rrose Sélavy, figura encarnada por Marcel Duchamp numa tros de algumas das nossas intervenções. A edi-
foto de Man Ray de 1921, e reencarnada então por Hudinil- ção, realizada no Art Institute of Chicago no
son Jr. Há também um registro fotográfico inédito de uma período em que desenvolvia ali sua obra con-
videoperformance em que os três integrantes intervêm gra- clusiva como videoartista, procura reproduzir
ficamente sobre um livro de técnicas para o bom desenho. a atmosfera daquelas interversões, numa linha
Infelizmente esse vídeo se perdeu e o que temos hoje são as de edição que ele identificava naquele mo-
imagens do making of da câmera operada por Walter Silvei- mento como sendo a do video vérité. Os vídeos
ra. Sprays, pinturas invisíveis e garranchos sobre os mode- originais foram gravados em vhs por Tadeu
los de desenhos foram gravados para uma edição que tinha Jungle (Conecção), Guto Lacaz (Corte aa) e
como tema, mais uma vez, o ataque às belas-artes. Eduardo Abramovay (27.4/3) e reunidos por Ra-
Esse vídeo foi gravado nas dependências da Escola de fael numa edição final de quarenta minutos.
Comunicações e Artes da usp. Foi nessa escola que surgi- Em maio de 1987, esse vídeo foi apresentado
ram diversos grupos que nos marcaram naquele momento, em sessões diárias no Museu da Imagem e do
como o Viajou Sem Passaporte, d’Magrelas e o Cine-Olho. E Som de São Paulo e incorporado ao seu acervo.
a eca foi também um lugar-chave para a criação e produção Com este livro esperamos contribuir para
de nossos trabalhos. Tivemos a sorte de, naquele momento, uma visão mais abrangente da produção do Reportagem sobre
termos estudado com professores da importância de Walter 3nós3 e de outros coletivos e artistas brasilei- Interversão vi, 1980.

Zanini, Regina Silveira, Annateresa Fabris, Gabriel Borba, ros, fundamentais para o entendimento da arte
Julio Plaza, José Resende, Carmela Gross, Evandro Carlos urbana no Brasil. A todos os envolvidos nesta
Jardim, Ana Mae Barbosa, Donato Ferrari e outros, que produção, em especial à equipe do Rumos Itaú
nos apoiaram incondicionalmente ao longo do período de Cultural, liderada por Sofia Fan, e à Ubu Edi-
formação e também depois. Walter Zanini, o primeiro pro- tora, os nossos agradecimentos pela paciência
fessor dos cursos de artes a se tornar diretor da escola, foi e confiança no trabalho de edição. Este livro é
um grande apoiador do nosso trabalho. Com a assessoria também uma forma de agradecermos a todos
14 Durante a gestão de Martin de seu auxiliar acadêmico, Edival Pessoa, a eca contribuiu que, ao longo de nossa trajetória, acreditaram,
Grossmann, e com Isis
diversas vezes para nossas produções, cedendo transporte, apostaram e confiaram em nosso trabalho.
Baldini à frente da Divisão
de Acervos Documentação e infraestrutura e até os serviços de sua gráfica, que imprimiu
Conservação, o Centro o catálogo do Evento de Fim de Década, de 1979, que será
Cultural São Paulo (ccsp) comentado aqui.
adquiriu em 2008 a É preciso mencionar que a organização do material que
hemeroteca de Hudinilson
deu origem a este livro tem por base a extensa catalogação
Jr., com cerca de 7 mil itens,
que veio complementar uma
e o trabalho de arquivista dedicado feito por Hudinilson Jr.
pesquisa desenvolvida pela Desde meados dos anos 1970, nosso velho amigo passou a
instituição sobre arte na rua. catalogar, com seu talento ímpar e pouco normativo, os
16 17
PRETEXTO PARA UMA
INTERVENÇÃO
ANNATERESA FABRIS

À primeira vista, a operação artístico/crítica do 3nós3 abran- Lista das galerias de arte
ge duas esferas distintas e quase dicotômicas: o circuito programadas para a
intervenção X-Galeria.
artístico e a cidade. Àquela corresponderiam três interven-
ções que datam de 1979: o ensacamento de estátuas, a ope-
ração X-Galeria e o Tríptico. Desta seriam testemunho as
interversões quando o grupo, deixando de lado a polêmica/
diálogo com o milieu artiste, se volta explicitamente para
o espaço urbano, não mais mero contentor de estruturas/
objetos preexistentes ou ponto referencial para uma exposi-
ção, mas verdadeiro destinatário da ação artística que nele
percebe uma relação essencial com o material que lhe con-
ferirá uma fisionomia momentânea.
Se o método operacional é basicamente igual – interfe­rir
num espaço dado –, é também igual o meio no qual essas
ações se desenvolvem – a rua, o que confere às duas atitu­
des, antes distintas, uma mesma lógica e uma mesma com-
preensão do significado do fazer arte. A cidade “usada como
uma folha de desenho”1 está presente tanto nas interven-
ções quanto nas interversões, pois a ação modificadora nela
desenha outras possibilidades de visualização dum espaço
que o hábito, o consumo distraído tornaram perceptiva-
mente “neutro”.
O que o 3nós3 coloca em questão, desde as primeiras
ações de 1979, é a relação da arte com a cidade – ele quer que
o objeto artístico exista preliminarmente, quer que o artista
tenha que intervir no espaço urbano para acrescentar-lhe
uma informação, para criar zonas de cor no cinza indistin-
to de viadutos e avenidas. Num e noutro caso, o âmbito da
operação, frequentemente paródica, é a arte, ideia implíci-
ta tanto na metáfora da “folha de desenho” quanto na dis-
tância que o grupo assume em relação a um procedimento,
aparentemente análogo – a arte sociológica.
Se a arte é o centro de convergência do fazer do grupo, se
se assimila à cidade por um breve lapso de tempo, não se
pode desconhecer a ambiguidade inerente a essa e às outras
atitudes que fazem do espaço urbano o palco de suas ações. 1 3nós3, depoimento a
Arte e cidade, na verdade, não chegam a fundir-se, pois as Annateresa Fabris, 14/7/1982.
18 19
estátuas ensacadas, as telas expostas na calçada, o celofa- va: falta de originalidade, iteratividade da proposta etc.). De
ne e o plástico interferindo nas grandes estruturas viárias, outro, o registro dos eventos pelo repórter da cidade, alheio
longe de dessacralizar a arte, acabam por converter-se ou à problemática artística, que lê a intervenção como um fato
reconverter-se em obras e espaços de fruição estética. Mes- entre outros e coloca aspas em suas intenções estéticas, que
mo que os materiais sejam pobres ou precários (saco de lixo, não reconhece por não constituir o repertório do homem
fita-crepe, celofane, plástico), a estátua torna-se mais está- comum ao qual se dirige.
tua, a tela mais tela, o viaduto ou a avenida um sucedâneo Embora, de um lado, o raio da ação da notícia sobre o
do museu/galeria porque, no transcorrer da intervenção, o leitor se amplie com essa atitude da imprensa, de outro,
tempo se suspende, são propostos valores que, do fluxo da esse procedimento estabelece um paralelo às avessas com
vida, remetem à fixidez da arte, não importando que a pre- a intencionalidade do grupo. Enquanto as primeiras inter-
sença da arte seja temporária. venções favoreciam interpretações de caráter sociológico
Nesse sentido, a ação mais flagrante do 3nós3 é a ope- por visar alvos consagrados, as interversões têm como prin-
ração X-Galeria, que não só sublinha o circuito fechado do cípio gerador especulações de caráter visual – “contrastes”,
mercado de arte, como provoca quase um curto-circuito “agrupamentos”, “relações com a forma, o espaço e a cor”,2
tautológico ao deflagrar reações esperadas, tanto por parte que deveriam ter interessado mais de perto a crítica de arte.
dos atingidos pelo “efeito-boomerang”, quanto por parte da Mas nesse jogo especular negativo, a crítica de arte não se
crítica de arte. “Mandinga”, “descontentamento”, “terroris- interessa tanto pelo 3nós3 justamente no momento em que
mo”, “brincadeira”, “criancice”, uma ou outra concordân- poderia ter debatido sua proposta operacional em termos
cia: as reações dos galeristas. A defesa do sistema: a reação propriamente estéticos.
imediata da crítica, que estabelece um longo currículo Se a relação com o espaço urbano permanece ambí-
de disciplinas que o artista jovem deve dominar antes de gua por resolver-se só em arte, a atuação do grupo mostra,
“ousar” criar, que aconselha mostrar obras “de mérito”, que porém, consciência do novo estatuto da cidade na sociedade
estranha o anonimato dos “guerrilheiros” noturnos... Não contemporânea, a transformação substancial que faz dela
se tenta sequer discutir o porquê do gesto de vedação, não não mais portadora de valores, e sim de notícias, não mais
se tenta compreender se existe uma proposta de trabalho: construção histórica, e sim sistema de informação,3 elemen-
é mais cômodo e mais fácil rechaçar o ato de vez, trans- tos que podem ser percebidos nitidamente nas relações do
formá-lo em mera boutade provocatória e inconsequente, 3nós3 com a imprensa, quer enquanto material de notícia,
dar conselhos paternalistas, provocando uma cadeia de quer enquanto produtor de notícias (ações como A categoria
respostas previsíveis, que confirmam o sabido de sobejo: básica da comunicação e “3nós3/Interversão urbana”,4 por
a sacralidade da arte/mercadoria é um dogma e, como tal, exemplo).
incontestável... A interação necessária com os meios de comunicação
A mobilização da imprensa em torno da operação (como de massa acaba por aproximar a proposta de Mario Ramiro,
já acontecera em escala menor com o ensacamento das Rafael França e Hudinilson Jr. de um dos princípios funda-
estátuas) responde exatamente a um dos desígnios dos mentais da arte sociológica: a criação do “evento-surpresa”,
rapazes do 3nós3, cujas ações necessitam dos meios de aquela conjunção de reflexão e ação que abre o caminho
2 “vi Intervenção”. São Paulo,
comunicação de massa para serem veiculadas, registradas, para um discurso crítico, que produz um acontecimento
Secretaria de Estado da
para existirem numa dimensão que ultrapasse os poucos vivencial, dirigido a um público mais amplo graças à inter- Cultura, 1981.
espectadores que presenciam os eventos em seu desenro- mediação do jornal, da televisão. Sistema de comunicação 3 Ver Giulio Carlo Argan apud
lar e em sua vida efêmera. Da página de arte ao noticiário e não “obra de arte” cristalizada (apesar de “fixar-se” no Ermanno Migliorini, L’arte e
geral: essa trajetória do grupo no âmbito jornalístico, que momento em que adquire vida), o procedimento operacio- la città. Florença: Il Fiorino,
1975, p. 135.
demonstra duas atitudes bem claras por parte da impren- nal do 3nós3 é um “evento-surpresa” em sua manifestação
4 “3nós3/Interversão urbana”,
sa. De um lado, o afastamento dos críticos de arte após o social, não enquanto projeto, pois na base daquelas “man- texto publicado pelo grupo
“escândalo X-Galeria” (serão raras as referências ao trabalho chas de cor” que criam uma nova nota na paisagem urba- na revista Arte em São Paulo,
do 3nós3 após essa data e, amiúde, com conotação pejorati- na uniforme está um longo trabalho de pesquisa, existe um n. 2, out. 1981. [n.e.]
20 21
desenho que se explicita no papel antes de pas-
sar para aquela folha de dimensões incomensu-
ravelmente maiores que é a cidade.
A mensagem sibilina da operação X-Galeria –
“O que está dentro fica / O que está fora se expan-
de” – resume, na realidade, a filosofia de traba-
lho do 3nós3. O “trabalhar fora” não signi­fica,
porém, colocar-se à margem do sistema, e sim
uma tomada de posição crítica perante o circui-
to estabelecido. “Trabalhar fora” para afirmar
a existência da arte fora da moldura, mesmo
que para tanto se criem novas molduras rapi-
damente perecíveis. Mas esse é um movimento
dialético, comum a todas as intervenções que se
voltam para a cidade, e que o 3nós3 não poderia
resolver em sua breve trajetória como grupo.

PUBLICADO ORIGINALMENTE NA REVISTA


ARTE EM SÃO PAULO, N. 22, ABRIL DE 1984.

22 23
ENSACAMENTO
Várias esculturas e monumentos
públicos da região central da cidade
de São Paulo foram parcialmente
cobertos com sacos de lixo azuis e
pretos na madrugada. A operação
teve início à meia-noite no parque
da Independência, no Ipiranga, e se
encerrou às 5h da manhã na praça
Marechal Deodoro. No decorrer
do dia, os jornais da cidade foram
notificados por telefonemas
anônimos sobre as esculturas
ensacadas, o que resultou num
grande número de reportagens
sobre a ação.

Foram ensacadas as seguintes


obras: Monumento à Independência
(Ipiranga), Monumento às
Bandeiras (Ibirapuera),
Monumento a Carlos Gomes (praça
Ramos de Azevedo), Anhanguera
(avenida Paulista), O tempo
(Cemitério do Araçá), Graça I e II
(Galeria Prestes Maia), Rui Barbosa
(praça Ramos de Azevedo), Índio
caçador (avenida Vieira de
Carvalho), O menino e o cata-vento
(largo São Francisco), O engraxate e
o jornaleiro (praça João Mendes),
Giuseppe Verdi (parque do
Anhangabaú), Idílio ou Beijo eterno,
Busto de João Mendes, Busto de
John Kennedy, A menina e o bezerro,
Busto de Afonso Taunay (todos no
largo do Arouche) e Mulher nua
(praça da República), entre outros.

27 DE ABRIL DE 1979

24 25
26
DIÁRIO DA NOITE, 28/4/1979

27
AGRADECIMENTOS
Afonso Roperto, Alan Gilbert Dubner, Alberto Andrada,
Alemão (Ricardo Zimmermann), Alex Flemming,
Alexandre Bresson, Alfredo Damiano, Arnaldo Fiaschi,
Álvaro de Moura Lima, Amélia Pereira, Amilton S.
Almeida, Ana Helena Kurt, Annateresa Fabris, Antônio
Gonçalves Filho, Antônio Maluf, Aparecida e Hudinilson
Urbano, Arte em São Paulo, Assimina Vlachos, Betty
Leirner, Celso Andrade, Central de Out-door, Cid Galvão,
Clarisse Amaral, Clóvis Lourenço Jr., Décio Presser,
Débora Bolsoni, d’Magrelas, Edival Julio de Almeida
Pessoa, Eduardo Abramovay, Eduardo França, Eduardo
Kac, Eliana Neuber, Eliane Laurent, Eliane Prolik, Erin
Aldana, Escola de Comunicações e Artes - Universidade
de São Paulo, Espaço N.O., Fábio Magalhães, Fabio
Malavoglia, Fernanda Teixeira, Fernando C. Lemos,
Fernando Meireles, Filipe Barrocas, Florian Raiss,
Francisco Zorzete, Frederico Morais, Gê Marques, Gextu,
Gigi, Grupo Manga Rosa, Guacira Quinto Malatesta,
Gustavo, Guto Lacaz, Hamilton, Heiko Diekmeier, Hugo
França, Janete Gutierres, Jaqueline Martins, João Musa,
Jorge Bassani, Júlia Berra, Júlia Sottili, Juliano Ferreira,
Julio Plaza, Katia Coelho, Leonor Amarante, Lourenço A.
Deróbio, LS Raghy, Luiz Fernando Ramos, Marcio
Harum, Marcos Lontra Costa, Marcos Magaldi, Maria
Adelaide Pontes, Maria Estela Jordão, Maria Inês de
Camargo, Maria Luiza, Maria Olímpia Vassão, Mario
Cesar Carvalho, Marion Strecker , Marília Balbi, Massao
Ohno, Mauricio Segall, Miguel de Almeida, Miriam
Paglia Costa, Miya Tanaka, Moracy R. De Oliveira, Myê
Peixoto, Newton Goto, Ney Branco de Miranda, Nina
Moraes, Olaia Mello, Olney Krüse, Osvaldo Domene,
Oswaldo Pepe, Paulo Bruscky, Paulo Crozariol, Paulo
Figueiredo, Paulo Klein, Paulo Reis, Poesia e Arte, Rafael
Leona, Raquel Arnaud, Regina Boni, Regina Silveira,
Renato Brancatelli, Renato Vieira, Riberto, Ricardo
Resende, Roberto Sandoval, Rubem A. Jana, Rumos Itaú
Cultural, Sabina de Libman, Sandra Mager, Secretaria
Estadual de Cultura, Sergio Moura, Silvia Ruiz, Sofia Fan,
Suzanna Sassoun, Tata Amaral, Tadeu Jungle, Telmo
Martino, Thereza Andrade, TIT, Vagner Dante Veloni,
Vera Chaves Barcellos, Viajou Sem Passaporte, Vitor
Butkus, Waldemir Benedetti, Walter Silveira, Walter
Zanini, Zhô Bertholini.

E todos aqueles que colaboraram no anonimato com


nossas interversões.

Foto comemorativa de dois


anos do grupo, 1981.
PATROCINADORES © 3nós3, 2017

Plastic Five Indústria e Comércio Ltda., Polibag – Plásticos e Este projeto foi contemplado pelo
derivados Ltda., TIM – acabamento de embalagens plásticas Programa Rumos do Itaú Cultural.
Zoom Escola de Fotografia, Akapol, Tecnovídeo Eng. e Projetos
Ltda., Telefunken Rádio e TV, Duratex S.A., Reducópias S.A. concepção
3nós3
produção e organização
Mario Ramiro
CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS
edição de imagens
pp. 5, 198–99 Renato Brancatelli e Zhô Bertholini / p. 8 Vera Chaves Mario Ramiro e Filipe Barrocas
Barcellos / p. 11 Alex Flemming / pp. 67–71 Myriam Peixoto / coordenação editorial
pp. 77, 82–83 Roberto Keppler / p. 122 Jorge Bassani / pp. 134–35 Neno Miguel Del Castillo
/ p. 236 Eduardo França bibliografia
Maria Adelaide Pontes e 3nós3
Com exceção das imagens especificadas acima, as demais
versão para o inglês
fotografias utilizadas nesse livro foram realizadas por um grupo de
Erin Aldana
amigos e colaboradores do 3nós3 e não têm um registro específico
de sua autoria. Essa documentação foi produzida por: Afonso tradução do texto
Roperto, Alan Dubner, Alberto Andrada, Alberto Neute Filho, Bia “Desenhos no mapa da cidade”
Caldana, Carlos Gordon, Clóvis Loureiro Jr., Hudinilson Jr., Hugo Alexandre Barbosa de Souza
França, Jorge Bassani, Katia Coelho, Mario Dalcendio Jr., Mario
Ramiro, Miya Tanaka, Nina Moraes, Rafael França, Roberto Bilevic, projeto gráfico
Vera Chaves Barcelos, Vera Lucia Albuquerque e Waldemir Benedetti. Elaine Ramos
assistente de design
Todos os esforços foram feitos para reconhecer e contatar os Livia Takemura
detentores de direitos autorais das imagens aqui reproduzidas apoio, digitalização e
e agradecemos toda informação suplementar a respeito. pré-tratamento de imagens
Filipe Barrocas
© Todos os direitos reservados aos autores das imagens.
tratamento de imagens
Carlos Mesquita
Nesta edição, respeitou-se o novo Acordo Ortográfico da
digitação
Língua Portuguesa.
Débora Bolsoni
preparação
Juliano Gouveia dos Santos
revisão
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) Daniela Uemura
(Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil) Isabela Sanches
3nós3: intervenções urbanas – 1979–1982 / [organizador: Mario revisão do inglês
Ramiro; autores: Hudinilson Jr., Mario Ramiro, Rafael França]. Leonardo Oliveira
São Paulo: Ubu, 2017. produção gráfica
240 pp. Aline Valli
ISBN 978 85 92886 56 1

1. Intervenções artísticas.  2. Artistas brasileiros.  3. Arte


brasileira.  i. Ramiro, Mario.  ii. Jr., Hudinilson.  iii. França, Rafael. ubu editora
Largo do Arouche 161 sobreloja 2
cdu 7–051 (81)
01219 011 São Paulo sp
Índices para catálogo sistemático: (11) 3331 2275
1. Arte 7  2. Artistas 7–051  3. Brasil (81) ubueditora.com.br
fontes Tiempos e New Grotesque Square
papel Pólen Bold 90 g/m2
Impressão e acabamento Ipsis

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