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1. Física. I. Johnson, Kenneth W. II. Azevedo, André Soares de. III. Azevedo, José
Paulo Soares de. IV. Título.
Volume 1
1 Introdução e Conceitos Matemáticos
6 Trabalho e Energia
8 Cinemática da Rotação
9 Dinâmica da Rotação
11 Fluidos
12 Temperatura e Calor
13 A Transferência de Calor
15 Termodinâmica
16 Ondas e Som
Apêndices
Índice
Volume 2
18 Forças Elétricas e Campos Elétricos
20 Circuitos Elétricos
22 Indução Eletromagnética
24 Ondas Eletromagnéticas
Apêndices
Índice
Volume 3
28 Relatividade Especial
29 Partículas e Ondas
30 A Natureza do Átomo
Apêndices
Índice
Objetivos
Entendimento Conceitual Estudantes frequentemente consideram a física uma
coleção de equações que podem ser usadas cegamente para resolver problemas. No entanto,
uma boa técnica de resolução de problemas não começa com equações. Ela parte de uma firme
compreensão dos conceitos físicos e de como eles se conjugam para fornecer uma descrição
coerente do fenômeno natural. Ajudar estudantes a desenvolver um entendimento conceitual
dos princípios físicos é o objetivo principal deste texto. Os recursos do texto que foram traba-
lhados para alcançar este objetivo são:
• Exemplos Conceituais
• Seções de Conceitos & Cálculos
• Material para ser trabalhado em casa: Foco nos Conceitos
• Perguntas do tipo Verifique Seu Entendimento
• Concept Simulations (um recurso on-line)
Relevância Como é sempre mais fácil aprender algo novo se esse assunto puder estar rela-
cionado com o dia a dia, queremos mostrar aos estudantes que os princípios físicos aparecem
repetidas vezes em nossas vidas. Para enfatizar esse objetivo, incluímos uma grande variedade
de aplicações dos princípios físicos. Muitas dessas aplicações são de natureza biomédica (por
exemplo, a endoscopia de cápsula sem fio). Outras tratam de tecnologia moderna (por exem-
plo, filmes 3-D). E ainda há as que se concentram em coisas que tomamos como óbvias em
nossas vidas (por exemplo, encanamentos domésticos). Para chamar a atenção para essas apli-
cações, usamos o identificador A Física de.
ORGANIZAÇÃO E COBERTURA
O texto inclui 32 capítulos e está organizado de maneira bastante usual, de acordo com
a seguinte sequência: Mecânica, Física Térmica, Movimento Ondulatório, Eletricidade e Mag-
netismo, Luz e Óptica e Física Moderna. O texto em português está disponível em três volumes:
O volume 1 inclui os capítulos 1-17 (Mecânica, Física Térmica e Movimento Ondulatório), o
volume 2 inclui os Capítulos 18-27 (Eletricidade e Magnetismo, Luz e Óptica), e o volume 3
inclui os Capítulos 28-32 (Física Moderna).
1
Sem o pré-/correquisito usual de um curso universitário de Cálculo Diferencial e Integral. (N.T.)
2
Do grego synergia (cooperação): associação simultânea de vários fatores que contribuem para uma ação coorde-
nada. (N.T.)
Analisando Problemas com Múltiplos Conceitos Um dos principais objetivos do ensino de física é ajudar os estudantes
a desenvolver sua capacidade de resolver problemas que são mais instigantes do que os problemas típicos simples de um único passo.
Nesses problemas mais sofisticados ou “com conceitos múltiplos”, os estudantes têm de combinar dois ou mais conceitos físicos an-
tes de chegar a uma solução. Esse é um desafio, porque eles primeiro têm de identificar os conceitos físicos envolvidos, associar a
cada conceito uma equação matemática
apropriada e finalmente reunir as equa-
ções para produzir uma solução algébri- Análise de Problemas com Múltiplos Conceitos
ca unificada. A fim de reduzir um sistema Exemplo 4 A Física de um Motor de Propulsão Iônica
complexo a uma soma de partes mais A sonda espacial Deep Space 1 foi lançada em 24 de outubro de 1998 e usou um tipo de motor chamado de motor de propulsão
1
iônica. Um motor de propulsão iônica gera apenas uma força (ou propulsão) fraca, mas que pode funcionar por longos períodos
simples, cada exemplo de Conceito Múl- de tempo usando apenas pequenas quantidades de combustível. Suponha que a sonda, que tem uma massa de 474 kg, esteja via-
jando com uma velocidade inicial de 275 m/s. Nenhuma força atua sobre ela além da propulsão de 5,60 10 N do seu motor.
tiplo é composto por quatro seções: Ra-
2
Esta força externa possui direção paralela ao deslocamento de módulo 2,42 10 m e mesmo sentido (veja a Figura 6.6).
9
ciocínio, Dados Conhecidos e Incógnitas, Determine a velocidade escalar final da sonda, supondo que sua massa permaneça praticamente constante.
Raciocínio Se pudermos determinar a energia cinética final da sonda espacial, podemos determinar sua velocidade final, já que
Cada variável conhecida recebe uma a energia cinética está relacionada com a massa e a velocidade, de acordo com a Equação 6.2 a massa da sonda é conhecida. Usa-
remos o teorema do trabalho–energia (W ECf – EC0), junto com a definição de trabalho, para determinarmos a energia cinéti-
descrição verbal, um símbolo algébrico e ca final.
um valor numérico. Atribuir símbolos Dados Conhecidos e Incógnitas A lista a seguir resume os dados para este problema:
Solução Como as bolas estão em equilíbrio, a força resultante que atua sobre cada uma delas de-
ve ser nula. Portanto, tomando a direção vertical para cima como positiva, temos
Figura 11.41 Os dois banhistas
estão sentados em bolas de praia
de diâmetros diferentes que estão
submersas imediatamente abaixo
da superfície livre da água.
O princípio de Arquimedes especifica que o módulo do empuxo é o peso da água deslocada pela
bola. Usando a definição de massa específica dada pela Equação 11.1, a massa da água deslocada
ém V, em que 1,00 103 kg/m3 é a massa específica da água (veja a Tabela 11.1) e V é o
volume deslocado. Como toda a bola está submersa, V r3, supondo que a bola permaneça es-
férica. O peso da água deslocada é mg ( r3)g. Com este valor para a força de flutuação (ou
empuxo), a equação de forças passa a ser
Pai
Filha
Foco nos Conceitos Esse recurso está localizado no final de cada capítulo. Consiste es-
sencialmente em perguntas de múltipla escolha que tratam de conceitos importantes. Também
são incluídos alguns problemas que são concebidos para evitar complexidade matemática a
fim de testar conhecimentos conceituais básicos.
Exemplos Conceituais Exemplos conceituais aparecem em todos os capítulos. São pensados como modelos explícitos de
como usar os princípios físicos para analisar uma situação antes de tentar resolver numericamente um problema que lida com
essa situação. As perguntas de Foco nos Conceitos fornecem o equivalente dos exemplos conceituais nos trabalhos a serem resol-
vidos em casa. Como a maioria das perguntas de Foco nos Conceitos utiliza um formato de múltipla escolha, a maioria dos exem-
plos conceituais também apare-
ce nesse formato. No entanto,
um pequeno número de exem- Exemplo Conceitual 7 Desaceleração Versus Aceleração Negativa
plos trata de questões importan-
Um carro está se movendo ao longo de uma estrada reta e está desacelerando. Quais das afirmações
tes de uma forma que não é a seguir descrevem corretamente a aceleração do carro? (a) Ela tem que ser positiva. (b) Ela tem
compatível com uma apresenta- que ser negativa. (c) Ela poderia ser positiva ou negativa.
ção de múltipla escolha. Raciocínio O termo “desacelerando” significa que o vetor aceleração aponta no sentido contrário ao
sentido do vetor velocidade e indica que o carro está se deslocando mais lentamente. Uma possibili-
dade é que o vetor velocidade do carro aponte para a direita, no sentido positivo, como mostrado na
Figura 2.10a. O termo “desacelerando” implica, então, que o vetor aceleração do carro aponta para a
esquerda, que é o sentido negativo. Outra possibilidade é que o carro esteja se movendo para a esquer-
Feedback para respostas da, como na Figura 2.10b. Neste caso, como o vetor velocidade aponta para a esquerda, o vetor ace-
corretas e incorretas. leração apontaria no sentido contrário, ou seja, para a direita, que é o sentido positivo.
As respostas (a) e (b) estão incorretas. O termo “desacelerando” significa apenas que o vetor
aceleração aponta no sentido contrário ao do vetor velocidade. Ele não especifica se o vetor velo-
cidade do carro aponta no sentido positivo ou negativo. Portanto, não é possível saber se a acelera- Figura 2.10 Quando um carro
ção é positiva ou negativa. desacelera ao longo de uma
A maioria dos exemplos está estrada reta, o vetor aceleração
estruturada de forma a levar A resposta (c) está correta. Como mostrado na Figura 2.10, o vetor aceleração do carro poderia aponta no sentido contrário ao do
apontar no sentido positivo ou negativo, de modo que a aceleração poderia ser positiva ou negativa, vetor velocidade, como discutido
naturalmente aos problemas a dependendo do sentido em que o carro esteja se movendo. no Exemplo Conceitual 7.
serem resolvidos em casa que se
Trabalho a Ser Resolvido em Casa Associado: Problemas 14 e 73
encontram ao final dos capítulos.
Esses problemas contêm
referências cruzadas explícitas para
o exemplo conceitual.
Esta resposta significa que o patinador se afasta no sentido positivo, que agora significa o sentido para a esquer-
da. Portanto, o princípio de conservação da quantidade de movimento conduz à mesma conclusão para o pati-
nador. Ele se afasta para a esquerda, não importando a escolha arbitrária do sentido positivo.
internas que o patinador e a patinadora exercem um sobre o outro enquanto estão em contato pos-
suem o mesmo módulo e a mesma direção, mas sentidos contrários, de acordo com a lei da ação e
reação de Newton. O patinador, tendo a maior massa, está sujeito a uma aceleração menor de acor-
do com a segunda lei de Newton. Logo, ele adquire uma velocidade de recuo menor.
Solução A quantidade de movimento total dos patinadores antes de se empurrarem é nula, já que
eles estão em repouso. A conservação da quantidade de movimento exige que a quantidade de movi-
mento total permaneça nula depois que os patinadores se separaram, como indicado na Figura 7.9b:
O sinal de menos indica que o patinador se move para a esquerda no desenho. Depois que os pati-
nadores se separam, a quantidade de movimento total do sistema permanece nula, pois a quantida-
de de movimento é uma grandeza vetorial, e as quantidades de movimento do patinador e da pati-
nadora possuem módulos e direções iguais, mas sentidos contrários.
IMC
(kg/m2) Avaliação
Se, por exemplo, seu peso e sua altura forem iguais a 180 lb e 71 in, respectivamente, seu índice de
massa corporal é igual a 25 kg/m2. O IMC pode ser usado para avaliar aproximadamente se o seu
peso está normal para a sua altura (veja a Tabela 1.3).
Material para Ser Trabalhado em Casa O material para ser trabalhado em casa (de-
ver de casa) é composto pelas perguntas Foco nos Conceitos e pelos Problemas que se encon-
tram no final de cada capítulo. Aproximadamente 250 novos problemas foram acrescentados
nesta edição. Os problemas são ordenados de acordo com o grau de dificuldade, com os mais
difíceis marcados com um asterisco duplo (**), e os de dificuldade intermediária com um úni-
co asterisco (*). Os problemas mais fáceis não recebem marcação.
*38. O desenho mostra uma câmara hidráulica com uma mola (rigi-
dez 1600 N/m) presa ao pistão de entrada e uma pedra com massa
igual a 40,0 kg em repouso sobre o êmbolo de saída. O pistão e o
êmbolo estão praticamente na mesma altura, e cada um possui massa
desprezível. De quanto a mola é comprimida a partir da sua posição
indeformada?
Resumos dos Conceitos Resumos no final dos capítulos apresentam uma versão con-
densada, mas completa, do material organizado seção por seção e incluem as equações impor-
tantes. Os resumos ganharam um novo projeto gráfico em um formato mais aberto.
Apesar de nossos melhores esforços para produzir um livro livre de erros, sem dúvida há erros que
permanecem. Eles são de nossa inteira responsabilidade. Esperamos que este texto possibilite que o
aprendizado e o ensino de física fiquem mais fáceis e mais agradáveis.
O acesso aos materiais suplementares é gratuito, bastando que o leitor se cadastre em: http://gen-io.
grupogen.com.br.
28
Esses pesquisadores estão fi
xando uma unidade de rastrea
mento por Sistema de Posicio
namento Global (GPS) em uma
harpia de sete meses de idade
no Equador. A unidade vai per
baseado na superfície da Terra da Figura 28.1 não é exatamente um sistema de referência iner-
cial, pois ele está sujeito a acelerações centrípetas quando a Terra gira em torno do seu próprio
eixo e completa voltas ao redor do Sol. Entretanto, na maioria das situações os efeitos dessas
acelerações são pequenos e podemos desprezá-los. Da mesma forma que o referencial na su-
perfície da Terra pode ser considerado um referencial inercial, o mesmo se pode dizer em re-
lação ao sistema de referência preso ao avião, pois o avião se move com velocidade constante
em relação à Terra. A próxima seção discute por que os referenciais inerciais são importantes
na teoria da relatividade.
Não é muito difícil aceitar o postulado da relatividade. Por exemplo, na Figura 28.1 cada
observador, usando seu próprio referencial inercial, pode fazer medições sobre o movimento do
ônibus espacial. O postulado da relatividade afirma que os dois observadores constatarão que
suas medições estão consistentes com as leis do movimento de Newton. Analogamente, os dois
observadores concluem que o comportamento dos equipamentos eletrônicos a bordo do ônibus
espacial é descrito pelas leis do eletromagnetismo. De acordo com o postulado da relatividade,
qualquer referencial inercial é tão adequado quanto qualquer outro para expressar as leis
da física. No que diz respeito aos referenciais inerciais, a natureza não tem preferências.
Como as leis da física são as mesmas em todos os referenciais inerciais, nenhum experi-
mento é capaz de distinguir entre um referencial inercial em repouso de um referencial que
esteja se movendo com velocidade constante. Quando você está sentado a bordo do avião da
Figura 28.1, por exemplo, é igualmente válido dizer que você está em repouso e a Terra está
se movendo quanto dizer o contrário. Não é possível destacar um referencial inercial particular
como estando em “repouso absoluto”. Como consequência, não faz sentido falarmos de “ve-
locidade absoluta” de um corpo, ou seja, sua velocidade medida em relação a um referencial
em “repouso absoluto”. Assim, por exemplo, a Terra se move em relação ao Sol, que por sua
vez se move em relação ao centro da nossa galáxia. E a galáxia se move em relação a outras
galáxias, e assim por diante. De acordo com Einstein, apenas o vetor velocidade relativa entre
objetos, e não seus vetores velocidades absolutas, pode ser medido e possui significado físico.
Se, por um lado, o postulado da relatividade parece plausível, o postulado da velocidade de
propagação da luz desafia o senso comum. A Figura 28.2, por exemplo, ilustra um homem em
pé na traseira de uma caminhonete que está se movendo com uma velocidade constante de 15 m/s
em relação ao solo. Suponha agora que você esteja parado no meio-fio e o homem da caminho-
nete acenda uma lanterna e aponte na sua direção. O homem da caminhonete observa que a
velocidade de propagação da luz é c. Qual a velocidade da luz medida por você? Você poderia
tentar adivinhar dizendo que a velocidade de propagação da luz é c 1 15 m/s. Entretanto, essa
adivinhação é inconsistente com o postulado da velocidade da luz, que afirma que todos os ob-
servadores em sistemas de referência inerciais medem exatamente a mesma velocidade de pro-
pagação da luz c — nada a mais nem a menos. Portanto, a velocidade da luz medida por você
também deve ser igual a c, o mesmo valor medido pelo homem na caminhonete. De acordo com
o postulado da velocidade da luz, o fato de a lanterna estar se movendo em relação a você não
tem absolutamente nenhuma influência sobre a velocidade da luz que chega até você. Essa pro-
priedade da luz, embora surpreendente, foi comprovada por vários experimentos.
Já que ondas, como as ondas na água e as ondas sonoras, exigem um meio para se propaga-
rem, era natural para os cientistas antes de Einstein supor que as ondas luminosas também pre-
cisassem de um meio para se propagarem. Esse meio hipotético era chamado de éter luminífero
que se supunha que ocupasse todo o espaço. Além disso, acreditava-se que a luz se propagasse
com velocidade c apenas quando medida em relação ao éter. De acordo com essa visão, um ob-
servador se movendo em relação ao éter mediria uma velocidade de propagação da luz que se-
ria menor ou maior do que c, dependendo de se o observador se movesse no mesmo sentido ou
no sentido contrário à propagação da luz, respectivamente. Durante os anos entre 1883 e 1887,
no entanto, os cientistas americanos A. A. Michelson e E. W. Morley conduziram uma série de
experimentos famosos cujos resultados não eram consistentes com a teoria do éter. Seus resul-
tados indicaram que a velocidade de propagação da luz é na verdade a mesma em todos refe-
renciais inerciais e não depende do movimento do observador. Esses experimentos, e outros,
levaram finalmente à derrubada da teoria do éter e à aceitação da teoria da relatividade especial.
As outras seções deste capítulo reexaminam, do ponto de vista da relatividade especial, vá-
rios conceitos fundamentais que foram discutidos em capítulos anteriores do ponto de vista da
física clássica. Esses conceitos são tempo, comprimento, quantidade de movimento, energia
cinética e a soma de vetores velocidades. Veremos que cada conceito é modificado pela rela-
tividade especial de uma forma que depende da velocidade escalar v de um objeto em movi-
mento em relação à velocidade c de propagação da luz no vácuo. A Figura 28.3 ilustra que
quando o objeto se move lentamente (v é muito menor do que c [v ,, c]), a modificação é
muito pequena podendo ser ignorada, e a versão clássica de cada conceito fornece uma descri-
ção precisa da realidade. Entretanto, quando o objeto se move tão rapidamente que v é uma
fração apreciável da velocidade de propagação da luz [v é aproximadamente igual a c (v c)],
os efeitos da relatividade especial têm que ser considerados. O painel da direita na Figura 28.3 Figura 28.3 Albert Einstein
(1879-1955), o autor da teoria da
lista as várias equações que contêm as modificações impostas pela relatividade especial. Cada
relatividade especial, é um dos
uma dessas equações será discutida em outras seções deste capítulo. cientistas mais famosos do século
É importante estarmos atentos para o fato de que as modificações impostas pela relatividade vinte. Essa figura enfatiza que o
especial não significam que os conceitos clássicos de tempo, comprimento, quantidade de movi- quociente v/c entre a velocidade
mento, energia cinética e soma de vetores velocidades, da maneira desenvolvida por Newton e escalar v de um objeto em
outros cientistas, estejam errados. Eles são apenas limitados a quando as velocidades são muito movimento e a velocidade c da luz
pequenas em comparação com a velocidade de propagação da luz. A visão relativista dos concei- no vácuo é o que determina a
tos, por outro lado, se aplica a todas as velocidades entre zero e a velocidade de propagação da luz. magnitude dos efeitos da
relatividade especial. (© The
Granger Collection, Nova York)
Como a distância 2s também é igual à velocidade da luz multiplicada pelo intervalo de tempo
Dt, concluímos que 2s 5 c Dt. Portanto,
Elevando ao quadrado esse resultado e explicitando Dt obtivemos
Entretanto, 2D/c 5 Dt0, em que Dt0 é o intervalo de tempo entre “tiques” sucessivos do relógio
da espaçonave medido pelo astronauta. Com essa substituição, a equação que fornece Dt pode
ser expressa como
As definições dos símbolos nessa fórmula são dadas a seguir:
Dt0 5 intervalo de tempo apropriado, que é o intervalo de tempo entre dois eventos quando
medido por um observador que está em repouso em relação aos eventos e que os enxer-
ga como ocorrendo no mesmo local
Dt 5 intervalo de tempo dilatado, que é o intervalo de tempo medido por um observador que
está em movimento em relação aos eventos e que os enxerga como ocorrendo em locais
diferentes
v 5 velocidade escalar relativa entre os dois observadores
c 5 velocidade de propagação da luz no vácuo
Para uma velocidade v menor do que c, o termo na Equação 28.1 é menor do que
1 e o intervalo de tempo dilatado Dt é maior do que Dt0. O Exemplo 1 ilustra a extensão desse
efeito de dilatação do tempo.
Do ponto de vista do observador na superfície da Terra, o astronauta está usando um relógio que
funciona mais lentamente, já que o observador na Terra mede um intervalo de tempo entre “tiques”
que é maior (2,6 s) do que o intervalo de tempo medido pelo astronauta (1,0 s).
■
A física do Sistema de Posicionamento Global e a relatividade especial. As espaçonaves atuais não che-
gam nem perto de voar com a velocidade da espaçonave do Exemplo 1. No entanto, existem
circunstâncias nas quais a dilatação do tempo pode causar erros apreciáveis se ela não for le-
vada em conta. O Sistema de Posicionamento Global (GPS), por exemplo, usa relógios atômi-
cos extremamente precisos e estáveis a bordo de 24 satélites que orbitam em torno da Terra
com velocidades da ordem de 4000 m/s. Esses relógios possibilitam medir o tempo que as
ondas eletromagnéticas levam para se propagarem de um satélite até um receptor GPS fixo na
Terra. A partir da velocidade de propagação da luz e dos tempos medidos para os sinais de três
ou mais satélites, é possível determinar a localização do receptor (veja a Seção 5.5 no Volume 1).
A estabilidade dos relógios tem que ser melhor do que uma parte em 1013 para garantir a
precisão de posicionamento exigida do GPS. Usando a Equação 28.1 e a velocidade dos saté-
lites de GPS, podemos calcular a diferença entre o intervalo de tempo dilatado e o intervalo de
tempo apropriado e comparar o resultado com a estabilidade dos relógios do GPS:
Esse resultado é aproximadamente mil vezes maior do que a estabilidade do relógio do sistema
de GPS (igual a uma parte em 1013). Assim, se não fosse levada em consideração, a dilatação
do tempo causaria um erro na posição medida de um receptor GPS fixo na superfície da Terra
grosso modo equivalente ao erro provocado por uma degradação de mil vezes na estabilidade
dos relógios atômicos.
■■ Viagens Espaciais
Um dos aspectos intrigantes da dilatação do tempo ocorre juntamente com viagens espaciais.
Como distâncias enormes estão envolvidas, até mesmo viajar para a estrela mais próxima
fora do nosso sistema solar levaria muito tempo. Entretanto, como mostrado no exemplo a
seguir, o tempo de viagem seria consideravelmente menor para os astronautas do que se po-
deria imaginar.
à velocidade mais lenta v 5 0,95c. Assim, uma pessoa na Terra mede o intervalo de tempo dilatado
sendo Dt 5 (4,3 anos)/0,95 5 4,5 anos. Esse valor pode ser usado com a equação da dilatação do
tempo para determinar o intervalo de tempo apropriado Dt0.
Solução Usando a equação da dilatação do tempo, descobrimos que o intervalo de tempo apro-
priado pelo qual os passageiros julgam seu próprio envelhecimento é
Assim, as pessoas a bordo do foguete terão envelhecido apenas 1,4 ano ao chegarem a Alfa Cen-
tauro, e não os 4,5 anos que um observador que permaneceu na Terra calculou.
■
*J. C. Hafele & R. E. Keating, “Around-the-World Atomic Clocks: Observed Relativistic Time Gains”, Science, vol.
177, 14 de julho de 1972, p. 168.
Figura 28.6 (a) Quando medida por um observador na Terra, a distância até Alfa Centauro é L0, e
o tempo necessário para fazer uma viagem é Dt. (b) De acordo com o passageiro na espaçonave, a
Terra e Alfa Centauro se movem com uma velocidade v em relação à nave. O passageiro mede a
distância e o tempo de viagem como L e Dt0, respectivamente, os dois valores sendo menores do que
os do item a.
1
Pitcher em inglês. (N.T.)
como L, o tempo como Dt0, e a velocidade relativa como v 5 L/Dt0. Como a velocidade rela-
tiva calculada pelo passageiro é igual àquela calculada pelo observador baseado na Terra,
conclui-se que v 5 L/Dt0 5 L0/Dt. Usando esse resultado e a equação da dilatação do tempo,
Equação 28.1, obtivemos a seguinte relação entre L e L0:
Contração do
(28.2)
comprimento
O comprimento L0 é chamado de comprimento apropriado; ele é o comprimento (ou a distân-
cia) entre dois pontos quando medido por um observador em repouso em relação a eles. Como
v é menor do que c, o termo é menor do que 1, e L é menor do que L0. É impor-
tante observar que essa contração de comprimentos acontece apenas ao longo da direção do
movimento. As dimensões perpendiculares à direção do movimento não são encurtadas, como
discutido no exemplo a seguir.
5. Suponha que você esteja em pé em um cruzamento ferroviário, observando um trem passar. Tanto
você quanto um passageiro no trem estão olhando o relógio no trem. Quem mede o intervalo de
tempo apropriado, e quem mede o comprimento apropriado de um vagão? (a) Você mede o inter-
valo de tempo apropriado, e o passageiro mede o comprimento apropriado. (b) Você mede tanto
o intervalo de tempo apropriado quanto o comprimento apropriado. (c) O passageiro mede tanto
o intervalo de tempo apropriado quanto o comprimento apropriado. (d) Você mede o comprimen-
to apropriado, e o passageiro mede o intervalo de tempo apropriado.
6. Quais das seguintes grandezas dois observadores sempre medirão como iguais, independentemen-
te da velocidade relativa entre os observadores? (a) O intervalo de tempo entre dois eventos
(b) O comprimento de um objeto (c) A velocidade de propagação da luz no vácuo (d) A velo-
cidade relativa entre os observadores
7. O desenho a seguir mostra um objeto que tem a forma de um quadra-
do quando está em repouso no sistema de referência inercial R. Quan-
do o objeto se move em relação a esse sistema de referência, o vetor
velocidade do objeto está no plano do quadrado e é paralelo à diago-
nal AC. Como a velocidade do movimento é uma fração apreciável
da velocidade de propagação da luz no vácuo, ocorre uma contração
perceptível do comprimento. Um observador no sistema de referência
R vê o objeto como um quadrado?
(Dica: Considere o que acontece para cada uma das diagonais AC
e BD.)
diferem quando velocidade v aumenta, a Figura 28.7 apresenta um gráfico do quociente entre
os módulos das quantidades de movimento (relativística/não relativística) em função de v. De
acordo com a Equação 28.3, essa razão é exatamente O gráfico mostra que para
as velocidades atingidas por objetos comuns, como automóveis e aviões, as quantidades de
movimento relativísticas e não relativísticas são praticamente iguais porque seu quociente é
praticamente igual a 1. Assim, a velocidades muito menores do que a velocidade de propaga-
ção da luz, é indiferente usar a quantidade de movimento não relativística ou a quantidade de
movimento relativística para descrever colisões. Por outro lado, quando a velocidade do obje-
to é comparável à velocidade de propagação da luz, a quantidade de movimento relativística é
significativamente maior do que a quantidade de movimento não relativística e deve ser usada
nos cálculos. O Exemplo 5 trata da quantidade de movimento relativística de um elétron se
movendo a uma velocidade próxima à velocidade de propagação da luz.
■
HABILIDADES MATEMÁTICAS Pode não ser possível usar a sua calculadora para obter as res-
postas no Exemplo 5 por causa do termo nas equações pertinentes. A potencial dificuldade é
que a sua calculadora pode não deixar você entrar um número como 0,999 999 999 7, porque ela não
consegue aceitar dez casas decimais. Como o valor de v é praticamente igual a c e 1, uma manei-
ra de lidar com essa situação é observar que
v2(3
1 1
4 10 4
10
10 )
B
0.999
, 999 999 7 c
2 1
c
Nessa resposta, a velocidade v é fornecida com dez algarismos significativos. No entanto, a resposta
é dada com apenas algarismo significativo! Isso acontece porque a subtração provoca uma perda de
algarismos significativos como mostrado a seguir:
Modelando o Problema
E0 mc 2
t
P P
O tempo que a lâmpada permaneceria acesa é
Expressando em anos (1 ano 5 3,2 3 107 s), esse tempo é equivalente a
1 ano
(5.5
, 1013 s) 1.7
, 10 6 anos ou 1,7 milhão de anos!
3.2
, 10 7 s
Quando um objeto é acelerado a partir do repouso até uma velocidade v, ele adquire energia
cinética além da energia de repouso. A energia total E é a soma da energia de repouso E0 com
a energia cinética EC, ou E 5 E0 1 EC. Portanto, a energia cinética é a diferença entre a ener-
gia total do objeto e a energia de repouso. Usando as Equações 28.4 e 28.5, podemos escrever
a energia cinética como
Suponha que v é muito menor do que c — digamos v 5 0,01c. Nesse caso, o segundo termo
na expansão tem o valor 5 5,0 3 1025, enquanto o terceiro termo tem um valor mui-
to menor 5 3,8 3 10 . Os termos adicionais são ainda menores, então se v ,, c,
29
que é a forma familiar da energia cinética. Entretanto, a Equação 28.6 fornece a energia ciné-
tica correta para todas as velocidades e deve ser usada para velocidades próximas à velocidade
de propagação da luz, como no Exemplo 7.
*A expansão binomial afirma que (12 x)n 5 1 2 nx 1 n(n 2 1) x2/2 1 ··· . No nosso caso, x 5 v2/c2 e n 5 21/2.
(28.5)
Como 1 eV 5 1,602 3 10219 J, a energia de repouso do elétron é
1 eV
,
(8.187 10 14
J) 19
,
5.11 10 5 eV ou 0.511
, MeV
,
1.602 10 J
(b) A energia total de um elétron se deslocando com uma velocidade v 5 0,9995c é
(28.4)
(c) A energia cinética é a diferença entre a energia total e a energia de repouso:
(28.6)
Para fins de comparação, se a energia cinética do elétron tivesse sido calculada a partir de
teria sido obtido um valor de apenas 0,255 MeV.
■
Como massa e energia são equivalentes, qualquer variação em uma dessas grandezas é
acompanhada por uma variação na outra. A vida na Terra, por exemplo, é dependente da ener-
gia eletromagnética (luz) do Sol. Como essa energia está saindo do Sol (veja a Figura 28.10),
há uma diminuição da massa do Sol. O Exemplo 8 ilustra como podemos determinar essa di-
minuição de massa.
Mais de 4 bilhões de quilogramas são perdidos pelo Sol a cada segundo.
Embora esse valor seja uma quantidade enorme de massa, ela representa apenas uma fração minús-
cula da massa total do Sol:
■
Qualquer variação DE0 na energia de repouso de um sistema provoca uma variação na mas-
sa do sistema de acordo com DE0 5 (Dm)c2. Não importa se a variação de energia se deve a
uma variação da energia eletromagnética, da energia potencial, da energia térmica ou de qual-
quer outra forma de energia. Embora qualquer variação de energia dê origem a uma variação
de massa, na maioria dos casos a variação de massa é muito pequena para ser detectada. Assim,
por exemplo, quando 4186 J de energia térmica é usada para elevar a temperatura de 1 kg de
água em 1 C°, a massa varia de apenas Dm 5 DE0/c2 5 (4186 J)/(3,00 3 108 m/s)2 5 4,7 3
10214 kg. O Exemplo Conceitual 9 fornece outro caso de como uma variação de energia de um
objeto leva a uma variação equivalente da sua massa.
Também é possível transformar a própria matéria em outras formas de energia. Por exem-
plo, o pósitron (veja a Seção 31.4) tem a mesma massa que o elétron, mas uma carga elétrica
contrária. Se essas duas partículas de matéria colidirem, elas serão inteiramente aniquiladas e
será produzida uma explosão de ondas eletromagnéticas de alta energia. Dessa forma, a maté-
ria é transformada em ondas eletromagnéticas, cuja energia é igual à energia total das duas
partículas que colidiram. A técnica de diagnóstico médico conhecida como tomografia por
emissão de pósitrons (PET) depende da energia eletromagnética produzida quando um pósitron
e um elétron são aniquilados (veja a Seção 32.6).
A transformação de ondas eletromagnéticas em matéria também acontece. Em um experi-
mento, uma onda eletromagnética de energia extremamente elevada, conhecida como raio ga-
ma (veja a Seção 31.4), passa próximo ao núcleo de um átomo. Se o raio gama tiver energia
suficiente, ele pode criar um elétron e um pósitron. O raio gama desaparece e as duas partícu-
las de matéria aparecem no seu lugar. Exceto pelo fato de adquirir certa quantidade de movi-
mento, o núcleo próximo permanece inalterado. O processo no qual o raio gama é transforma-
do nas duas partículas é conhecido como produção de par.
p 2c 2
E2 1 m 2c 4 (2)
E2 Usando essa expressão para substituir v/c na Equação
Multiplicando os termos no lado esquerdo da Equação 2 obtivemos 28.4 obtivemos
(3)
(28.7)
um sentido de movimento para a direita. Suponha que alguém na caminhonete atire uma bola
de beisebol em direção ao observador com uma velocidade vBC 5 18,0 m/s em relação à ca-
minhonete. Poderíamos concluir que o observador no solo veria a bola se aproximando com
uma velocidade vBS 5 vBC 1 vCS 5 8,0 m/s 1 15 m/s 5 123 m/s. Esses símbolos são seme-
lhantes aos que foram usados na Seção 3.4 e têm os seguintes significados:
v BS
velocidade da Bola de beisebol em relação ao Solo 23 m /s
v BC
velocidade da Bola de beisebol em relação à Caminhonete 8.0
, m /s
v velocidade da Caminhonete em relação ao Solo 15.0
, m /s
CS
Embora o resultado obtido para a velocidade da bola de beisebol em relação ao solo (vBS 5
123 m/s) pareça razoável, medições cuidadosas mostrariam que ela não está absolutamente
correta. De acordo com a relatividade especial, a equação vBS 5 vBC 1 vCS não é válida pela
seguinte razão: se a velocidade da caminhonete tivesse um valor suficientemente próximo da
velocidade de propagação da luz no vácuo, a equação preveria que o observador na Terra po-
deria ver a bola de beisebol se movendo mais rápido do que a velocidade da luz. Isso não é
possível, já que nenhum objeto com uma massa finita consegue se mover mais rápido do que
a velocidade da luz no vácuo.
No caso em que a caminhonete e a bola estão se movendo ao longo da mesma linha reta, a
teoria da relatividade especial revela que as velocidades algébricas estão relacionadas de acor-
do com
Os índices nessa equação foram escolhidos para a situação específica mostrada na Figura 28.12.
Para a situação geral, as velocidades relativas estão relacionadas pela seguinte fórmula da so-
ma de velocidades:
em que todas as velocidades são consideradas constantes e os símbolos têm os seguintes sig-
nificados:
v AB
velocidade do objeto A em relação ao objeto B
v AC
velocidade do objeto A em relação ao objeto C
A ordem dos índices na Equação 28.8 obedece à mesma convenção adotada na Seção 3.4 no
volume 1. Para um movimento ao longo de uma linha reta, as velocidades podem ter valores
positivos ou negativos, dependendo de se elas estiverem no sentido positivo ou negativo dessa
direção. Além disso, ao invertermos a ordem dos índices mu-
damos o sinal da velocidade algébrica, de modo que, por
exemplo, vBA 5 –vAB (veja o Exemplo 12 do Capítulo 3 no
volume 1).
A Equação 28.8 difere da fórmula não relativística (vAB 5
vAC 1 vCB) pela presença do termo vAC vCB/c2 no denomina-
dor. Esse termo surge em consequência dos efeitos de dila-
tação do tempo e contração do comprimento que ocorrem
na relatividade especial. Quando vAC e vCB são pequenas em
comparação com c, o termo vACvCB/c2 é pequeno em compa-
ração com 1, logo a fórmula de soma de velocidades se reduz Figura 28.12 A caminhonete está se aproximando do observador
a vAB vAC 1 vCB. Entretanto, quando vAC ou vCB é compa- em repouso em relação ao solo com uma velocidade relativa igual a
rável a c, os resultados podem ser bem diferentes, como ilus- vCS 5 1 15 m/s. A velocidade algébrica da bola de beisebol2 em
trado no Exemplo 10. relação à caminhonete é vBC 5 1 8,0 m/s.
2
Vetor velocidade cuja direção é horizontal (implícita), sendo o sentido para a direita indicado pelo sinal 1 e o sentido
para a esquerda pelo sinal 2. (N.T.)
(28.8)
■
O Exemplo 10 discute como a velocidade de uma bola de beisebol é vista por observadores
situados em diferentes referenciais inerciais. O exemplo a seguir aborda uma situação seme-
lhante, exceto pelo fato de que a bola de beisebol é substituída pela luz de um feixe laser.
É fácil mostrar que a fórmula da soma de velocidades é consistente com o postulado da ve-
locidade de propagação da luz. Considere a Figura 28.14, que mostra uma pessoa em uma ca-
minhonete segurando uma lanterna. A velocidade da luz em relação à pessoa na caminhonete
é vLC 5 1c. A velocidade vLS da luz em relação ao observador estacionário em relação ao solo é
dada pela fórmula da soma de velocidades como
Assim, a fórmula da soma de velocidades indica que tanto o observador em repouso em relação
ao solo quanto a pessoa em movimento na caminhonete medem a velocidade da luz como c,
independentemente da velocidade relativa vCS entre eles. Essa conclusão está completamente
consistente com o postulado da velocidade da luz.
3
Trecho entre o local onde se dá a primeira tacada (tee) e o local onde fica o buraco (green); neste trecho, a grama é
cortada a cerca de 12 mm de altura. (N.T.)
4
Também chamado de tee. (N.T.)
Qual dos jogadores mede o intervalo de tempo apropriado e quem mede o intervalo de tempo dilatado?
Resposta O intervalo de tempo apropriado Dt0 é o intervalo de tempo medido por um observa-
dor que está em repouso no seu sistema de coordenadas e que enxerga os eventos inicial e final
como ocorrendo no mesmo lugar. O evento inicial é quando se dá a tacada na bola, e o evento
final é quando o golfista B chega à bola. Quando a bola recebe a tacada, ela está em uma posição
alinhada com a origem do sistema de coordenadas do golfista B. Quando o golfista B chega na
bola depois de ela percorrer o fairway, ela está novamente alinhada com a origem do sistema de
coordenadas do golfista B. Assim, o golfista B mede o intervalo de tempo apropriado. O golfis-
ta A, que não vê o evento inicial e o evento final ocorrendo no mesmo lugar, mede um intervalo
de tempo maior ou dilatado.
Solução (a) O golfista A, que está em repouso em relação aos pontos inicial e final, mede o com-
primento apropriado da trajetória da bola, logo L0 5 75,0 m. O golfista B, que está se movendo,
mede um comprimento contraído L dado pela Equação 28.2:
Assim, o golfista em movimento mede o comprimento da trajetória da bola como uma distância
encurtada igual a 42,5 m em vez de 75,0 m medidos pelo golfista em repouso.
(b) De acordo com o golfista B, o intervalo de tempo Dt0 necessário para se alcançar a bola é igual
ao comprimento contraído L medido por ele dividido pela velocidade do solo em relação a ele. A
velocidade do solo em relação ao golfista B é a mesma velocidade v do carrinho em relação ao solo.
Assim, obtivemos:
O golfista A, parado em relação ao pino (tee), mede um intervalo de tempo dilatado Dt, que está
relacionado com o intervalo de tempo apropriado pela Equação 28.1:
Em resumo, o golfista A mede o comprimento apropriado (75,0 m) e um intervalo de tempo dilatado
(26,8 s), enquanto o golfista B mede um comprimento encurtado (42,5 m) e um intervalo de tempo
apropriado (15,2 s).
■
Energia de Energia
Partícula Repouso Total
a E9 2E9
b E9 4E9
c 5E9 6E9
é dada pela Equação 28.5 como E0 5 mc2, em que c é a velocidade da luz no vácuo. Assim, a ener-
gia de repouso é diretamente proporcional à massa. De acordo com a tabela, as partículas a e b têm
energias de repouso idênticas, portanto elas têm massas idênticas. A partícula c tem a maior ener-
gia de repouso, portanto ela tem a maior massa. A classificação das massas, com a maior em
primeiro lugar, é c, depois a e b empatadas.
A energia cinética EC é dada pela expressão EC 5 Qual a classificação (a maior em pri-
meiro lugar) das energias cinéticas das partículas?
Resposta Não, porque a expressão EC 5 só se aplica quando a velocidade do objeto é
muito menor do que a velocidade da luz. De acordo com a relatividade especial, a energia ciné-
tica é a diferença entre a energia total E e a energia de repouso E0, ou seja, EC 5 E – E0. Portan-
to, podemos examinar a tabela e determinar a energia cinética de cada partícula em termos de
E9. As energias cinéticas das partículas a, b e c são, respectivamente, 2E9 – E9 5 E9, 4E9 – E9 5
3E9 e 6E9 – 5E9 5 E9. Assim, a classificação das energias cinéticas, da maior para a menor, é b,
depois a e c empatadas.
Solução (a) A massa da partícula a pode ser determinada a partir da sua energia de repouso E0 5
mc2. Como E0 5 E9 (veja a tabela), sua massa é
De maneira análoga, obtivemos as massas das partículas b e c:
Como esperado, concluímos que mc . ma 5 mb.
(b) De acordo com a Equação 28.6, a energia cinética EC é igual à diferença entre a energia total E
e a energia de repouso E0: EC 5 E – E0. No caso da partícula a, sua energia total é E 5 2E9 e a sua
energia de repouso é E0 5 E9, logo sua energia cinética é
As energias cinéticas das partículas b e c podem ser determinadas de maneira análoga:
Como esperado, ECb . ECa 5 ECc.
■
(28.7)
Seção 28.1 Eventos e Referenciais Inerciais Seção 28.4 A Relatividade do Comprimento: Contração
1. Considere uma pessoa junto com um referencial em cada uma do Comprimento
das situações a seguir. Em quais situações a seguir o referencial é 4. Duas espaçonaves A e B estão se movendo uma em relação à outra
um referencial inercial? (a) A pessoa está oscilando em um mo- com velocidade constante. Observadores na espaçonave A veem a es-
vimento harmônico simples na extremidade de um cabo de bungee paçonave B. Da mesma forma, observadores na espaçonave B veem a
jump. (b) A pessoa está em um carro fazendo uma curva circular espaçonave A. Quem vê o comprimento apropriado de cada espaçona-
com velocidade escalar constante. (c) A pessoa está em um avião ve? (a) Observadores na espaçonave A veem o comprimento apro-
que está pousando em um porta-aviões. (d) A pessoa está em um priado da espaçonave B. (b) Observadores na espaçonave B veem o
ônibus espacial durante o lançamento. (e) Nenhuma das situações comprimento apropriado da espaçonave A. (c) Observadores nas du-
anteriores. as espaçonaves veem o comprimento apropriado da outra espaçona-
ve. (d) Nenhum dos observadores das espaçonaves vê o comprimen-
Seção 28.3 A Relatividade do Tempo: Dilatação do to apropriado da outra espaçonave.
Tempo 6. Em uma partida de beisebol, o batedor acerta a bola no centro do
2. Em uma autoestrada, existe uma luz piscando que marca o início de campo e corre para a primeira base. O receptor só pode ficar parado
um trecho da estrada onde estão sendo realizados consertos. Quem e assistir. Suponha que o batedor corra com velocidade constante.
mede o tempo apropriado entre duas piscadas de luz? (a) Um traba- Quem mede o tempo apropriado que leva para o jogador que está
lhador parado na estrada (b) Um motorista em um carro se aproxi- correndo alcançar a primeira base, e quem mede o comprimento
mando com velocidade constante (c) Tanto o trabalhador quanto o apropriado entre a home plate e a primeira base? (a) O apanhador
motorista (d) Nem o trabalhador nem o motorista mede o tempo apropriado, enquanto o corredor mede o comprimen-
to apropriado. (b) O corredor mede o tempo apropriado, enquanto jeto de massa m for muito pequena em comparação com a velocidade
o apanhador mede o comprimento apropriado. (c) O apanhador de propagação da luz c no vácuo?
mede tanto o tempo apropriado quanto o comprimento apropria-
do. (d) O corredor mede tanto o tempo apropriado quanto o com-
primento apropriado.
7. Para quais das seguintes situações as equações da dilatação do tem-
po e da contração do tempo se aplicam? (a) Em relação a um refe-
rencial inercial, dois observadores têm diferentes acelerações constan-
tes. (b) Em relação a um referencial inercial, dois observadores têm
a mesma aceleração constante. (c) Em relação a um referencial iner- (a) Somente A (b) Somente B (c) Nem A ou B (d) Tanto A
cial, dois observadores estão se movendo com diferentes velocidades quanto B
constantes. (d) Em relação a um referencial inercial, um observador
Seção 28.6 A Equivalência da Massa e da Energia
tem velocidade constante, enquanto outro observador tem aceleração
constante. (e) Todas as situações anteriores. 13. Considere as três possibilidades a seguir para um copo d’água em
repouso sobre uma bancada de cozinha. A temperatura da água é igual
Seção 28.5 Quantidade de Movimento Relativística a 0°C. Classifique a massa da água em ordem decrescente (a maior
10. Qual das seguintes afirmações a respeito da quantidade de movi- primeiro).
mento linear é verdadeira (p 5 módulo da quantidade de movimento, A. A água está metade líquida e metade na forma de gelo.
m 5 massa e v 5 velocidade escalar)? (a) Quando o módulo p da B. A água está toda líquida.
quantidade de movimento é definido como p 5 a quan- C. A água está toda na forma de gelo.
(a) C, A, B (b) B, A, C (c) A, C, B (d) B, C, A (e) C, B, A
tidade de movimento linear de um sistema isolado se conserva somen-
te se as velocidades escalares das várias partes do sistema forem mui- 15. Um objeto tem uma energia cinética EC e uma energia potencial EP.
to altas. (b) Quando o módulo p da quantidade de movimento é de- Ele também tem uma energia de repouso E0. Qual das seguintes formas é
finido como p 5 mv, a quantidade de movimento linear de um sistema a correta de se expressar a energia total E do objeto? (a) E 5 EC 1
isolado se conserva somente se as velocidades escalares das várias EP (b) E 5 E0 1 EC (c) E 5 E0 1 EC 1 EP (d) E 5 E0 1 EC – EP
partes do sistema forem muito altas. (c) Quando o módulo p da quan- 17. A energia cinética de um objeto de massa m é igual à sua energia
tidade de movimento linear é definido como p 5 a quan- de repouso. Qual o módulo p da quantidade de movimento do obje-
to? (a) p 5 (b) p 5 2mc (c) p 5 4mc (d) p 5
tidade de movimento linear de um sistema isolado se conserva não (e) p 5 3mc
importando quais sejam as velocidades escalares das várias partes do
sistema. (d) Quando o módulo p da quantidade de movimento é de- Seção 28.7 A Soma Relativística de Velocidades
finido como p 5 mv, a quantidade de movimento linear de um sistema 18. Duas espaçonaves estão viajando na mesma direção e sentido. Em
isolado se conserva não importando quais sejam as velocidades esca- relação a um referencial inercial, a espaçonave A tem uma velocidade
lares das várias partes do sistema. igual a 0,900c. Em relação ao mesmo referencial inercial, a espaçona-
11. Quais das duas expressões a seguir para o módulo p da quantidade ve B tem uma velocidade igual a 0,500c. Determine a velocidade es-
de movimento linear pode ser usada quando a velocidade v de um ob- calar vAB da espaçonave A em relação à espaçonave B.
Problemas
Os problemas que não estão marcados com um asterisco são considerados os mais fáceis de serem resolvidos. Problemas marcados com um único asterisco (*)
são mais difíceis, enquanto aqueles que receberam dois asteriscos (**) são os mais difíceis.
Observação: Antes de fazer qualquer cálculo envolvendo dilatação do tempo ou contração do comprimento, é útil identificar qual observador mede o intervalo de
tempo apropriado Dt0 ou o comprimento apropriado L0.
Seção 28.3 A Relatividade do Tempo: Dilatação 3. Suponha que você esteja planejando uma viagem na qual uma espa-
do Tempo çonave deve viajar com velocidade constante por exatamente seis me-
1. Uma partícula conhecida como píon sobrevive por pouco tempo ses, medidos por um relógio a bordo da espaçonave, e depois voltar
para casa com a mesma velocidade. Na volta, as pessoas na Terra terão
antes de se desintegrar em outras partículas. Suponha que um píon es-
avançado exatamente cem anos no futuro. De acordo com a relativida-
teja se movendo com uma velocidade igual a 0,990c, e um observador
de especial, com que velocidade você deve viajar? Expresse sua res-
que está estacionário em um laboratório meça o tempo de vida de um posta com cinco algarismos significativos como um múltiplo de c – por
píon como igual a 3,5 3 1028 s. (a) Qual o tempo de vida de acordo exemplo, 0,955 85c.
com uma pessoa hipotética que esteja se movimentando junto com o
píon? (b) De acordo com essa pessoa hipotética, qual o deslocamento 4. Suponha que você esteja viajando a bordo de uma espaçonave que
está se movendo em relação à Terra com uma velocidade de 0,975c.
do laboratório antes que o píon se desintegre?
Você está respirando a uma taxa de 8,0 respirações por minuto. Quan-
2. Uma antena de radar está girando e completa uma volta a cada do monitorado na Terra, qual a sua taxa de respiração?
25 s, quando medido na Terra. No entanto, instrumentos em uma es- *5. Um objeto de 6,00 kg oscila para a frente e para trás na extremi-
paçonave que está se movendo em relação à Terra com velocidade v dade de uma mola cuja constante de mola (ou rigidez) é igual a 76,0
mede que a antena completa uma volta a cada 42 s. Qual o quocien- N/m. Um observador está viajando com uma velocidade de 1,90 3 108
te v/c entre a velocidade v e a velocidade c de propagação da luz no m/s em relação à extremidade fixa da mola. Qual o valor que esse ob-
vácuo? servador mede como o período de oscilação?
*6. Uma espaçonave viaja a uma velocidade constante da Terra até um **16. Um objeto feito de vidro tem a forma de um cubo com 0,11 m
planeta orbitando outra estrela. Quando a espaçonave chega, 12 anos de lado, de acordo com um observador em repouso em relação a ele.
se passaram na Terra, e 9,2 anos se passaram a bordo da espaçonave. No entanto, um observador se movendo em alta velocidade paralelo a
A que distância (em metros) está o planeta, de acordo com observado- uma das arestas do objeto e sabendo que a massa do objeto é igual a
res na Terra? 3,2 kg, determina sua massa específica como igual a 7800 kg/m3, que é
**7. Quando observado na Terra, sabe-se que certo tipo de bactéria muito maior do que a massa específica do vidro. Qual a velocidade
dobra o seu número a cada 24,0 horas. Duas culturas dessas bactérias escalar do observador em movimento (em unidades de c) em relação
são preparadas, cada uma consistindo inicialmente de uma bactéria. ao cubo?
Uma cultura é deixada na Terra e a outra é colocada em um foguete **17. Um retângulo tem dimensões de 3,0 m 3 2,0 m quando visto
que viaja a uma velocidade de 0,866c em relação à Terra. Em um tem- por alguém em repouso em relação a ele. Quando você se desloca pró-
po em que a cultura mantida na Terra cresceu para 256 bactérias, quan- ximo ao retângulo ao longo de um de seus lados, o retângulo tem a
tas bactérias existem na cultura no foguete, de acordo com um obser- aparência de um quadrado. Que dimensões você observa quando você
vador baseado na Terra? se move com a mesma velocidade escalar ao longo do lado adjacente
do retângulo?
Seção 28.4 A Relatividade do Comprimento: Contração
Seção 28.5 Quantidade de Movimento Relativística
do Comprimento
18. Com que velocidade o módulo da quantidade de movimento rela-
8. Suponha que a distância em linha reta entre Nova Iorque e São Fran-
tivística de uma partícula é igual a três vezes o módulo da quantidade
cisco seja igual a 4,1 3 106 m (desprezando a curvatura da Terra). Um
de movimento não relativística?
objeto voador não identificado (OVNI) está voando entre essas duas
cidades a uma velocidade de 0,70c em relação à Terra. Qual é essa 19. Qual o módulo da quantidade de movimento relativística de um
distância medida pelos viajantes a bordo do OVNI? próton com uma energia total relativística de 2,7 3 10210 J?
9. Com que velocidade um metro deve estar se movendo para que se 20. Uma espaçonave tem uma quantidade de movimento não relativís-
observe um encurtamento do seu comprimento de meio metro? tica (ou clássica) cujo módulo é igual a 1,3 3 1013 kg · m/s. A espaço-
nave se move com uma velocidade tal que o piloto mede o intervalo
10. A distância da Terra ao centro da nossa galáxia é de aproximada- de tempo apropriado entre dois eventos como igual à metade do inter-
mente 23 000 anos-luz (1 al 5 1 ano-luz 5 9,47 3 1015 m), quando valo de tempo dilatado. Determine a quantidade de movimento relati-
medida por um observador fixo na Terra. Uma espaçonave deve fazer vística da espaçonave.
essa viagem a uma velocidade de 0,9990c. De acordo com um relógio
a bordo da espaçonave, quanto tempo será necessário para se fazer a 21. Uma mulher tem 1,60 m de altura e uma massa de 55 kg. Ela pas-
viagem? Expresse sua resposta em anos (1 ano 5 3,16 3 107 s). sa por um observador com a direção do movimento paralela à altura
dela. A quantidade de movimento relativística dela medida pelo obser-
11. Um turista está caminhando a uma velocidade de 1,3 m/s ao longo vador tem um módulo igual a 2,0 3 1010 kg · m/s. Qual a altura dela
de uma trilha de 9,0 km que segue um antigo canal. Se a velocidade medida pelo observador?
de propagação da luz no vácuo fosse de 3,0 m/s, qual seria o compri-
22. Três partículas estão listadas na tabela. A massa e a velocidade es-
mento da trilha, de acordo com o turista?
calar de cada partícula são fornecidas como múltiplos das variáveis m
12. Um marciano sai de Marte em uma espaçonave que está se dirigin- e v, que possuem os valores m 5 1,20 3 1028 kg e v 5 0,200c. A ve-
do para Vênus. No caminho, a espaçonave passa pela Terra com uma locidade de propagação da luz no vácuo é igual a c 5 3,00 3 108 m/s.
velocidade v 5 0,80c em relação a ela. Suponha que os três planetas Determine a quantidade de movimento para cada partícula de acordo
não se movam uns em relação aos outros durante a viagem. A distância com a relatividade especial.
entre Marte e Vênus é de 1,20 3 1011 m, quando medida por uma pes-
soa na Terra. (a) Qual a distância entre Marte e Vênus medida pelo
marciano? (b) Qual o tempo de viagem (em segundos) quando me-
dido pelo marciano? Velocidade
Partícula Massa Escalar
13. Duas espaçonaves A e B estão explorando um novo planeta. Em
relação a esse planeta, a espaçonave A tem uma velocidade igual a a m v
0,60c, enquanto a espaçonave B tem uma velocidade igual a 0,80c.
Qual o quociente DA/DB entre os valores do diâmetro do planeta que b 2v
cada espaçonave mede em uma direção que é paralela ao seu movi- c 4v
mento?
14. Uma partícula de alta energia instável é criada no laboratório, e se
move a uma velocidade de 0,990c. Em relação a um referencial esta-
*23. Uma patinadora e um patinador partindo do repouso se afastam
cionário fixo no laboratório, a partícula viaja a uma distância de 1,05 3
após se empurrarem um contra o outro sobre uma pista de gelo horizon-
1023 m antes de se desintegrar. Quais são (a) a distância apropriada
tal lisa, na qual o atrito é desprezível. A patinadora se afasta com uma
e (b) a distância medida por uma pessoa hipotética viajando com a
velocidade de 12,5 m/s em relação ao gelo. A massa da patinadora é
partícula? Determine (c) o tempo de vida apropriado da partícula
igual a 54 kg, e a massa do patinador é igual a 88 kg. Supondo que a
e (d) seu tempo de vida dilatado.
velocidade da luz é igual a 3,0 m/s, de modo que a expressão da quanti-
*15. Como mostrado na figura, um carpinteiro em uma estação espacial dade de movimento relativística deva ser usada, determine a velocidade
construiu um plano inclinado de 30,0°. Um foguete passa ao largo da (com sinal algébrico) de recuo do patinador em relação ao gelo. (Dica:
estação espacial com uma velocidade relativa de 0,730c em uma dire- Este problema é semelhante ao Exemplo 6 do Capítulo 7 no volume 1.)
ção paralela ao lado x0. O que uma pessoa a bordo do foguete mede
como o ângulo do plano inclinado? Seção 28.6 A Equivalência da Massa e da Energia
24. O rádio é um elemento radioativo cujo núcleo emite uma partícula a
(um núcleo de hélio) com uma energia cinética de cerca de 7,8 3 10213 J
(4,9 MeV). Qual a quantidade de massa equivalente a essa energia?
25. Qual o trabalho que deve ser realizado sobre um elétron para ace-
lerá-lo do repouso até uma velocidade de 0,990c?
26. Reveja o Exemplo Conceitual 9 para ter a base necessária para re-
solver este problema. Suponha que a velocidade de propagação da luz
no vácuo fosse um milhão de vezes menor do que o seu valor real, de
modo que c 5 3,00 3 1012 m/s. A constante de mola (ou rigidez) de nave se aproximando com uma velocidade igual a 0,50c e o veículo de
uma mola é igual a 850 N/m. Determine de quanto você teria que com- exploração se aproximando com uma velocidade igual a 0,70c. Qual
primir a mola a partir do seu comprimento de equilíbrio a fim de au- a velocidade do veículo de exploração em relação à espaçonave?
mentar sua massa em 0,010 g. 36. Espaçonaves do futuro podem ser impulsionadas por motores de
27. Suponha que um galão de gasolina produza 1,1 3 108 J de energia, propulsão iônica nos quais íons são ejetados da parte traseira da espa-
e que essa energia seja suficiente para que um carro funcione por vinte çonave para impulsioná-la para a frente. Nesse tipo de motor, os íons
milhas. Um comprimido de aspirina tem uma massa de 325 mg. Se a têm que ser ejetados com uma velocidade de 0,80c em relação à espa-
aspirina pudesse ser inteiramente convertida em energia térmica, quantas çonave. A espaçonave está se afastando da Terra com uma velocidade
milhas o carro conseguiria se deslocar com um único comprimido? de 0,70c em relação à Terra. Qual a velocidade (com sinal) dos íons
28. Dois quilogramas de água são transformados (a) de gelo a 0°C em em relação à Terra? Suponha que o sentido em que a espaçonave está
água líquida a 0°C e (b) de água líquida a 100°C em vapor d’água a se deslocando seja o sentido positivo, e certifique-se de atribuir os si-
100°C. Para cada situação, determine a variação da massa da água. nais corretos de mais ou de menos às velocidades.
29. Determine o quociente entre a energia cinética relativística e a 37. A espaçonave Enterprise 1 está se afastando da Terra na direção
radial com uma velocidade que um observador baseado na Terra mede
energia cinética não relativística quando uma partícula tem
como igual a 10,65c. Um navio irmão, Enterprise 2, está à frente do
uma velocidade igual a (a) 1,00 3 1023c e (b) 0,970c.
Enterprise 1 e também está se afastando radialmente da Terra ao longo
30. O Exemplo 6 de Múltiplos Conceitos revê os princípios que de- da mesma linha reta. A velocidade da Enterprise 2 em relação à En-
sempenham um importante papel na solução deste problema. Um re- terprise 1 é igual a 10,31c. Qual a velocidade da Enterprise 2, quan-
ator nuclear gera 3,0 3 109 W de potência. Em um ano, qual a variação do medida por um observador baseado na Terra?
da massa do combustível nuclear em razão de a energia estar sendo
*38. Uma pessoa na Terra percebe a aproximação pela direita de um
retirada do reator?
foguete com uma velocidade igual a 0,75c e a aproximação de outro
*31. O Exemplo 6 de Múltiplos Conceitos explora o enfoque adotado em foguete pela esquerda com uma velocidade igual a 0,65c. Qual a velo-
problemas como este. Acredita-se que quasares sejam núcleos de galáxias cidade relativa entre os dois foguetes, quando medida por um passa-
nos estágios iniciais de sua formação. Suponha que um quasar irradie geiro em um deles?
energia eletromagnética a uma taxa de 1,0 3 1041 W. Com que taxa (em
*39. Consulte o Exemplo Conceitual 11 como uma ajuda na solução
kg/s) o quasar está perdendo massa como consequência dessa radiação?
deste problema. Um cruzador intergaláctico tem dois tipos de armas:
*32. Um elétron é acelerado a partir do repouso atravessando uma di- um canhão de fótons que dispara um feixe de luz laser e uma arma de
ferença de potencial que tem um módulo igual a 2,40 3 107 V. A mas- íons que dispara íons com uma velocidade de 0,950c em relação ao
sa do elétron é igual a 9,11 3 10231 kg, enquanto a carga negativa do cruzador. O cruzador se aproxima de uma espaçonave alienígena com
elétron tem um módulo igual a 1,60 3 10219 C. (a) Qual a energia uma velocidade de 0,800c em relação a essa espaçonave. O capitão
cinética relativística do elétron (em joules)? (b) Qual a velocidade dispara os dois tipos de armas. Com que velocidade os alienígenas
do elétron? Expresse sua resposta como um múltiplo de c, a velocida- veem (a) a luz laser e (b) os íons se aproximando deles? Com que
de de propagação da luz no vácuo. velocidade os alienígenas veem (c) a luz laser e (d) os íons se afas-
*33. Um objeto tem uma energia total de 5,0 3 1015 J e uma energia tando do cruzador?
cinética de 2,0 3 1015 J. Qual o módulo da quantidade de movimento *40. Duas espaçonaves idênticas estão sendo construídas. O compri-
relativística do objeto? mento de cada espaçonave construída é de 1,50 km. Após ser lançada,
a espaçonave A se afasta da Terra com velocidade constante (módulo
Seção 28.7 A Soma Relativística de Velocidades igual a 0,850c) em relação à Terra. A espaçonave B segue na mesma
34. Você está dirigindo em uma estrada vicinal de duas pistas, e um direção com uma velocidade constante diferente (módulo igual a
caminhão na pista contrária está se deslocando em direção a você. Su- 0,500c) em relação à Terra. Determine o comprimento que um passa-
ponha que a velocidade de propagação da luz no vácuo seja c 5 65 geiro na espaçonave mede para a outra espaçonave.
m/s. Determine a velocidade do caminhão em relação a você quan- **41. Duas partículas atômicas se aproximam uma da outra em uma
do (a) sua velocidade for igual a 25 m/s e a velocidade do caminhão colisão frontal. Cada partícula tem uma massa de 2,16 3 10225 kg. A
for igual a 35 m/s e (b) sua velocidade for igual a 5,0 m/s e a velo- velocidade de cada partícula é igual a 2,10 3 108 quando medida por
cidade do caminhão for igual a 55 m/s. As velocidades nos itens (a) e um observador em repouso no laboratório. (a) Qual a velocidade
(b) são dadas em relação ao solo. escalar de uma partícula quando vista pela outra partícula? (b) De-
35. Uma espaçonave se aproximando da Terra lança um veículo de termine o módulo da quantidade de movimento relativística de uma
exploração. Após o lançamento, um observador na Terra vê a espaço- partícula, como ela seria observada pela outra.
Problemas Adicionais
42. Um elétron e um pósitron possuem massas iguais a 9,11 3 inicial do íon é igual a 5,08 3 10217 kg · m/s. Determine (a) a mas-
10231 kg. Eles colidem e ambos desaparecem, e após a colisão apa- sa e (b) o módulo da quantidade de movimento relativística final
rece apenas radiação eletromagnética. Se cada partícula estiver se do íon.
movendo com uma velocidade igual a 0,20c em relação ao laborató- 45. Uma espaçonave Klingon5 tem uma velocidade igual a 0,75c em
rio antes da colisão, determine a energia da radiação eletromagnética. relação à Terra. Os Klingons medem o intervalo de tempo entre dois
43. Um viajante espacial se movendo com uma velocidade igual a 0,70c eventos na Terra como igual a 37,0 h. Que valor eles mediriam como
em relação à Terra faz uma viagem até uma estrela distante que está o intervalo de tempo se a espaçonave deles tivesse uma velocidade de
em repouso em relação à Terra. Ele mede o comprimento dessa viagem 0,94c em relação à Terra?
como igual a 6,5 anos-luz. Qual seria o comprimento dessa mesma *46. Uma partícula instável está em repouso e subitamente se divide
viagem (em anos-luz) quando medido por um viajante se movendo em dois fragmentos. Não há forças externas atuando sobre a partícula
com uma velocidade de 0,90c em relação à Terra?
44. A velocidade de um íon em um acelerador de partículas é dupli- 5
Espécie guerreira humanoide extraterrestre da série de ficção científica Star
cada de 0,460c para 0,920c. A quantidade de movimento relativística Trek. (N.T.)
29
Essa fotografia mostra uma
imagem bastante ampliada
de um mosquito fêmea, feita
com um Microscópio Eletrô-
nico de Varredura (MEV). No
século XX, físicos ficaram sur-
presos quando se descobriu
que partículas podiam se com-
portar como ondas. Na verda-
de, veremos neste capítulo que
existe um comprimento de on-
Partículas e Ondas
da associado a uma partícula
em movimento, como o elé-
tron. O microscópio usado pa-
ra a fotografia tira proveito do
comprimento de onda do elé-
tron, que pode ser escolhido
como muito menor do que o
da luz visível. É esse pequeno
29.1 A Dualidade Onda-Partícula comprimento de onda do elé-
tron que é responsável pela re-
A capacidade de exibir efeitos de interferência é uma característica essencial das ondas. solução excepcional de exce-
lentes detalhes dessa fotogra-
Assim, por exemplo, na Seção 27.2 discutimos o famoso experimento de Young, no qual a luz fia. (© Susumu Nishinaga/Pho-
passa por duas fendas bem próximas uma da outra e produz um padrão de franjas brilhantes e to Researchers)
escuras em uma tela (veja a Figura 27.3). O padrão de franjas é uma indicação direta de que
está ocorrendo interferência entre as ondas luminosas vindas de cada fenda.
Uma das descobertas mais incríveis da física no século XX é que partículas também podem
se comportar como ondas e exibir efeitos de interferência. A Figura 29.1, por exemplo, mostra
uma versão do experimento de Young realizado dirigindo-se um feixe de elétrons sobre uma fen-
da dupla. Nesse experimento, a tela é como uma tela de televisão e emite um clarão sempre que
é atingida por um elétron. O item a do desenho indica o padrão que seria visto na tela se cada
elétron, comportando-se estritamente como uma partícula, passasse por uma das duas fendas an-
tes de se chocar com a tela. O padrão seria formado simplesmente por uma imagem de cada fen-
da. O item b mostra o padrão realmente observado, que é formado por franjas brilhantes e escu-
ras, lembrando o que se obtém quando ondas luminosas passam por uma fenda dupla. O padrão
de franjas indica que os elétrons estão exibindo efeitos de interferência associados a ondas.
(29.1)
em que n é igual a zero ou a um número positivo, f é a frequência de vibração (em hertz), e h
é uma constante hoje conhecida como constante de Planck.* O valor da constante de Planck
foi determinado experimentalmente igual a
O que havia de radical na hipótese de Planck era o fato de que a energia de um oscilador
atômico podia ter apenas valores discretos (0, hf, 2hf, 3hf etc.), com energias entre esses valo-
res sendo proibidas. Sempre que a energia de um sistema pode ter apenas certos valores defi-
*Sabe-se que a energia de um oscilador harmônico é igual a E 5 o termo extra não é importante para a
presente discussão.
nidos, e nada entre eles, dizemos que a energia é quantizada. Essa quantização da energia era
inesperada com base na física da época. Entretanto, os cientistas logo se deram conta de que a
quantização da energia tinha uma grande gama de implicações válidas.
A conservação da energia exige que a energia transportada pelas ondas eletromagnéticas ir-
radiadas seja igual à energia perdida pelos osciladores atômicos no modelo de Planck. Suponha,
por exemplo, que um oscilador com uma energia de 3hf emita uma onda eletromagnética. De
acordo com a Equação 29.1, o próximo valor menor permitido para a energia do oscilador é 2hf.
Nesse caso, a energia irradiada pela onda eletromagnética teria o valor hf, igualando a quanti-
dade de energia perdida pelo oscilador. Assim, o modelo de Planck para a radiação de corpo
negro criou as condições necessárias para a ideia de que a energia eletromagnética ocorre como
uma coleção de quantidades discretas, ou pacotes, de energia, com a energia de um pacote sen-
do igual a hf. Einstein fez a proposta de que a luz é formada por tais pacotes de energia.
Portanto,
■
De acordo com Einstein, quando uma luz ilumina um metal, um fóton pode transferir sua
energia para um elétron no metal. Se um fóton tiver energia suficiente para realizar o trabalho
de remover o elétron do metal, o elétron pode ser ejetado. O trabalho necessário depende das
forças que mantêm o elétron preso ao metal. Para os elétrons mantidos mais fracamente presos,
o trabalho necessário tem um valor mínimo W0, conhecido como função trabalho do metal.
Se um fóton tiver uma energia maior do que o trabalho necessário para remover um elétron do
metal, a energia em excesso aparece como energia cinética do elétron ejetado. Assim, os elé-
trons mantidos mais fracamente presos são ejetados com a energia cinética máxima ECmáx.
Einstein aplicou o princípio da conservação da energia e propôs a seguinte relação para des-
crever o efeito fotelétrico:
(29.3)
De acordo com esta equação, ECmáx 5 hf 2 W0, que está representada graficamente na Figura
Figura 29.5 Fótons podem ejetar 29.5, com ECmáx no eixo y e f no eixo x. O gráfico é uma linha reta que intercepta o eixo x em
elétrons de um metal, quando a f 5 f0. Nessa frequência, o elétron deixa o metal sem energia cinética (ECmáx 5 0 J). De acordo
frequência da luz está acima de
um valor mínimo f0. Para
com a Equação 29.3, quando ECmáx 5 0 J, a energia hf0 do fóton incidente é igual à função
frequências acima desse valor, trabalho W0 do metal: hf0 5 W0.
elétrons ejetados têm uma energia O conceito de fóton fornece uma explicação para algumas características do experimento
cinética máxima ECmáx, que está fotelétrico que são difíceis de serem explicadas de outra forma. Observa-se, por exemplo, que
relacionada linearmente com a apenas a luz com uma frequência acima de certo valor mínimo f0 é capaz de ejetar elétrons. Se
frequência, como mostrado no a frequência da luz estiver abaixo desse valor, nenhum elétron é ejetado, por mais intensa que
gráfico. seja a luz. O Exemplo 2 determina o valor da frequência mínima para uma superfície de prata.
Fótons com frequências menores do que f0 não têm energia suficiente para ejetar elétrons de uma
superfície de prata. Como l0 5 c/f0, o comprimento de onda dessa luz é l0 5 263 nm, que está na
região ultravioleta do espectro eletromagnético.
■
No Exemplo 2, os elétrons são ejetados sem energia cinética, porque a luz que ilumina a
superfície de prata tem a frequência mínima possível que vai ejetá-los. Quando a frequência
da luz excede esse valor mínimo, os elétrons que são ejetados têm energia cinética não nula.
O próximo exemplo lida com tal situação.
Modelando o Problema
PASSO 1 Energia Cinética e Velocidade Escalar A energia cinética máxima
B
2EC máx
ECmáx dos elétrons ejetados é igual a ECmáx 5 (Equação 6.2), em que m é a vmáx (1)
massa de um elétron. Explicitando a velocidade máxima vmáx obtém-se a Equação 1 à m
direita. A massa do elétron é m 5 9,11 3 10231 kg (veja a contracapa da frente do ?
livro). A energia cinética máxima é desconhecida, mas ela será obtida no Passo 2.
PASSO 2 da Energia De acordo com o princípio da conservação da energia,
expresso pela Equação 29.3, temos
B
2EC máx
vmáx (1)
em que f é a frequência da luz. Explicitando ECmáx obtivemos m
EC máx hf W0 (2) EC máx hf W0 (2)
que pode ser substituída na Equação 1, como mostrado à direita. Nessa expressão, a ?
função trabalho W0 é conhecida, e vamos lidar com a frequência desconhecida f no
Passo 3.
PASSO 3 Relação entre a Frequência e o Comprimento de Onda A frequência
B
2EC máx
e o comprimento de onda da luz estão relacionados com a velocidade de propagação vmáx (1)
m
da luz c de acordo com f l 5 c (Equação 16.1). Explicitando a frequência temos
EC máx hf W0 (2)
c
f
c
f
que substituímos na Equação 2, como mostrado à direita.
c
2 h W0
2EC máx 2(hf W0)
vmáx
B m B m R m
Continua
Observe que nesse cálculo convertemos o valor da função trabalho de elétrons-volts para
joules.
Outra característica significativa do efeito fotoelétrico é que a energia cinética máxima dos
elétrons ejetados permanece a mesma quando a intensidade da luz aumenta, desde que a fre-
quência da luz permaneça a mesma. À medida que a intensidade da luz aumenta, mais fótons
por segundo atingem o metal, e consequentemente mais elétrons por segundo são ejetados. No
entanto, como a frequência é a mesma para cada fóton, a energia de cada fóton também é a
mesma. Logo, os elétrons ejetados sempre têm a mesma energia cinética.
Enquanto o modelo da luz composta por fótons explica o efeito fotoelétrico satisfatoriamen-
te, o modelo de ondas eletromagnéticas da luz não o faz. Certamente, é possível imaginar que
o campo elétrico de uma onda eletromagnética faria com que elétrons no metal oscilassem e
se libertassem da superfície quando a amplitude de oscilação se tornasse suficientemente gran-
de. No entanto, se esse fosse o caso, uma luz com maior intensidade ejetaria elétrons com uma
maior energia cinética máxima, um fato não confirmado experimentalmente. Além disso, no
modelo de onda eletromagnética, seria necessário um tempo relativamente longo com uma luz
de baixa intensidade antes que os elétrons atingissem uma amplitude de oscilação suficiente-
mente grande para escaparem. Ao contrário, experimentos mostram que mesmo a intensidade
de luz mais fraca faz com que elétrons sejam ejetados quase que instantaneamente, desde que
a frequência da luz esteja acima do valor mínimo f0. A incapacidade do modelo de ondas ele-
tromagnéticas explicar o efeito fotoelétrico não significa que o modelo de ondas deva ser aban-
donado. Entretanto, devemos reconhecer que o modelo de ondas não consegue explicar todas
as características da luz. O modelo de fótons também dá uma importante contribuição ao nos-
so entendimento da maneira como a luz se comporta quando ela interage com a matéria.
Pelo fato de um fóton possuir energia, ele pode ejetar um elétron de uma superfície metá-
lica ao interagir com o elétron. No entanto, um fóton difere de uma partícula normal. Uma
partícula normal tem massa e pode se deslocar com velocidades muito próximas, mas não
iguais, à velocidade de propagação da luz. Um fóton, por sua vez, viaja com a velocidade da
luz no vácuo e não existe como um objeto em repouso. A energia de um fóton é de natureza
inteiramente cinética, porque ele não tem energia de repouso e nem massa. Para mostrar que
um fóton não tem massa, reescrevemos a Equação 28.4 para energia total E como
mostrado na Figura 29.7. O arranjo é dividido em muitas pequenas seções, ou pixels, dezesseis
das quais são mostradas no desenho. Cada pixel captura uma pequena parte de uma imagem.
Câmeras digitais podem ter até 24 milhões de pixels, dependendo do preço. Quanto maior o
número de pixels, melhor é a resolução da fotografia. A vista explodida na Figura 29.7 mostra
um único pixel. Fótons incidentes de luz visível se chocam com o silício e geram elétrons por
meio do efeito fotoelétrico. A faixa de energias dos fótons visíveis é tal que aproximadamente
um elétron é liberado quando um fóton interage com um átomo de silício. Os elétrons não es-
capam do silício, mas ficam presos em um pixel em razão de uma voltagem positiva aplicada
aos eletrodos abaixo da camada isolante. Dessa forma, o número de elétrons que são liberados
e aprisionados é proporcional ao número de fótons que atingem o pixel. Dessa maneira, cada
Figura 29.7 Um arranjo de CCD
pixel no arranjo de CCD acumula uma representação precisa da intensidade luminosa nesse pode ser usado para capturar
ponto sobre a imagem. As informações sobre cores são fornecidas usando filtros vermelhos, imagens fotográficas usando o
verdes ou azuis ou um sistema de prismas para separar as cores. Astrônomos usam arranjos de efeito fotoelétrico.
CCD não apenas na região visível do espectro eletromagnético, mas também em outras regiões.
Além de aprisionar os fotoelétrons, os eletrodos abaixo dos pixels são usados para extrair
a representação eletrônica da imagem. Alterando-se as voltagens positivas aplicadas aos ele-
trodos, é possível fazer com que todos os elétrons aprisionados em uma fileira de pixels sejam
transferidos para a fileira adjacente. Dessa maneira, a fileira 1 na Figura 29.7, por exemplo, é
transferida para fileira 2, a fileira 2 para fileira 3, e a fileira 3 para a fileira de baixo, que tem
um propósito especial. A fileira de baixo funciona como um registro de deslocamento horizon-
tal, a partir do qual o conteúdo de cada pixel pode ser deslocado para direita, um de cada vez,
e lido em um processador de sinais analógicos. Esse processador detecta o número variável de
elétrons em cada pixel do registro de deslocamento como um tipo de onda que tem uma am-
plitude flutuante. Depois de outro deslocamento nas fileiras, a informação na próxima fileira
é lida e assim por diante. A saída do processador de sinais analógicos é enviada para um con-
versor analógico-digital, que produz uma representação digital da imagem em termos dos ze-
ros e uns que os computadores digitais reconhecem.
A física de um item de segurança na abertura de portas de garagem. Outra aplicação do efeito fotoelé-
trico depende do fato de os fotoelétrons em movimento na Figura 29.4 formarem uma corren-
te — uma corrente que se altera quando a intensidade da luz se altera. Todos os mecanismos
de abertura de portas de garagem automáticas têm um dispositivo de segurança que impede
que a porta feche quando ela encontra uma obstrução (pessoa, veículo etc.). Como ilustrado
na Figura 29.8, uma unidade de transmissão envia um feixe invisível (infravermelho) cruzando
a abertura da porta. O feixe é detectado por uma unidade receptora que contém um fotodiodo.
Um fotodiodo é um tipo de diodo de junção p-n (veja a Seção 23.5 no volume 2). Quando fó-
tons infravermelhos incidem sobre o fotodiodo, elétrons presos aos átomos absorvem os fótons
1
Ou CCD, da sigla em inglês Charge-Coupled Device. (N.T.)
e se tornam livres. Esses elétrons móveis liberados provocam um aumento da corrente no fo-
todiodo. Quando uma pessoa caminha atravessando o feixe, a luz é bloqueada momentanea-
mente e não chega à unidade receptora, fazendo com que a corrente no fotodiodo diminua. A
mudança na corrente é sentida pelo circuito eletrônico interno que imediatamente para o mo-
vimento de descida da porta e depois faz com que ela volte a subir.
A física da fotoevaporação e formação de estrelas. A Figura 29.9a mostra uma porção da Nebulosa
da Águia, uma região gigante de formação de estrelas localizada a aproximadamente 7000
anos-luz da Terra. A foto foi tirada pelo telescópio espacial Hubble e revela nuvens de gás mo-
lecular e poeira, nas quais existe evidência considerável da energia transportada por fótons.
Essas nuvens se estendem por mais de um ano-luz da base até a ponta e são o local de nasci-
mento de estrelas. Uma estrela começa a se formar dentro de uma nuvem quando a força gra-
vitacional atrai e reúne uma quantidade suficiente de gases para criar uma “bola” de alta den-
sidade. Quando a bola gasosa se torna suficientemente densa, ocorre a fusão termonuclear
(veja a Seção 32.5) no seu núcleo, e a estrela começa a brilhar. As estrelas recém-nascidas
estão enterradas dentro da nuvem e não podem ser vistas da Terra. No entanto, o processo de
fotoevaporação permite que astrônomos vejam muitas das regiões de alta densidade onde as
estrelas estão sendo formadas. A fotoevaporação é o processo no qual fótons ultravioletas (UV)
de alta energia de estrelas quentes fora da nuvem a aqueça, de uma maneira muito semelhante
a como os fótons de micro-ondas aquecem alimentos em um forno de micro-ondas. A Figura
29.9a mostra correntes de gás fotoevaporando da nuvem quando ela é iluminada por estrelas
localizadas além da borda superior da foto. À medida que a fotoevaporação prossegue, glóbu-
los de gás que são mais densos do que seus arredores são expostos. Os glóbulos são conhecidos
como glóbulos gasosos em evaporação (EGGs2), e são ligeiramente maiores do que o nosso
sistema solar. O desenho no item b da Figura 29.9 mostra que os EGGs criam uma sombra que
protege o gás e a poeira atrás deles dos fótons UV, criando as muitas protrusões parecidas com
dedos observadas na superfície da nuvem. Astrônomos acreditam que alguns desses EGGs
contêm estrelas jovens no seu interior.
2
Sigla do termo correspondente em inglês Evaporating Gaseous Globules. (N.T.)
6. No efeito fotoelétrico, suponha que a intensidade de luz seja aumentada, enquanto a frequência
da luz é mantida constante. A frequência é maior do que a frequência mínima f0. Diga se cada
uma das seguintes grandezas aumentará, diminuirá ou permanecerá a mesma: (a) A corrente
no fototubo (b) O número de elétrons emitidos por segundo da superfície metálica (c) A ener-
gia cinética máxima que um elétron poderia ter (d) A quantidade de movimento máxima que
um elétron poderia ter
em que a relação E 5 hf foi usada para as energias do fóton. A conclusão, portanto, é que hf9 5
hf 2 EC, mostrando que a energia e a frequência correspondente f 9 do fóton espalhado são
menores do que a energia e frequência do fóton incidente,
exatamente como observado por Compton. Como l9 5 c/
f 9 (Equação 16.1), o comprimento de onda dos raios X es- HABILIDADES MATEMÁTICAS A Equação 29.5 é uma relação
palhados é maior do que o comprimento de onda dos raios entre a quantidade de movimento do fóton incidente, a quantidade
X incidentes. de movimento do fóton espalhado e a quantidade de movimento
No caso de um elétron inicialmente em repouso, a con- do elétron que recua na Figura 29.10. Essas quantidades de
servação da quantidade de movimento linear total exige movimento são grandezas vetoriais. Portanto, a Equação 29.5 é equi-
valente a duas equações escalares: uma para as componentes x dos
que vetores e uma para as componentes y dos vetores (veja as Seções 1.7
e 1.8 do volume 1). Usando componentes em relação aos eixos x e y
(29.5) na Figura 29.10, podemos ver que as duas equações a seguir são equi-
valentes à Equação 29.5:
Componente x
Uma expressão para o módulo p da quantidade de movi-
mento de um fóton pode ser obtida a partir das Equações
28.3 e 28.4. De acordo com essas equações, a quantidade Componente y
de movimento p e a energia total E de qualquer partícula
são
Nessas equações, os símbolos p e p9 representam os módulos dos vetores
quantidades de movimento. Observe que a componente y da quantidade
(28.3) de movimento é igual a zero para o fóton incidente, já que esse fóton
viaja ao longo do eixo x na Figura 29.10. Observe também que a com-
ponente y da quantidade de movimento é negativa para o fóton espalha-
(28.4) do, já que o sentido em que esse fóton viaja é para baixo do eixo x.
Um fóton viaja com a velocidade de propagação da luz, logo temos v 5 c, e a quantidade de
movimento de um fóton é
Esse resultado só se aplica a um fóton e não se aplica a uma partícula com massa, porque tal
partícula não consegue viajar com a velocidade de propagação da luz. Também sabemos que
a energia de um fóton está relacionada com a sua frequência f de acordo com E 5 hf (Equação
29.2) e que a velocidade c de um fóton está relacionada com a sua frequência e com o seu
comprimento de onda l de acordo com c 5 f l (Equação 16.1). Com essas substituições, nos-
sa expressão para a quantidade de movimento de um fóton assume a forma
(29.6)
Usando as Equações 29.4 a 29.6, Compton mostrou que a diferença entre o comprimento
de onda l9 do fóton espalhado e o comprimento de onda l do fóton incidente está relacionada
com o ângulo de espalhamento u pela equação
(29.7)
Nessa equação, m é a massa do elétron. A grandeza h/(mc) é conhecida como comprimento de
onda de Compton do elétron e tem o valor h/(mc) 5 2,43 3 10212 m. Como cos u varia entre
11 e –1, o deslocamento l9 2 l no comprimento de onda pode variar entre zero e 2h/(mc),
dependendo do valor de u, um fato observado experimentalmente por Compton.
O efeito fotoelétrico e o efeito Compton oferecem evidência convincente de que a luz pode
exibir características semelhantes a partículas (características corpusculares), que podem ser
atribuídas a pacotes de energia conhecidos como fótons. O que dizer, no entanto, dos fenôme-
nos de interferência discutidos no Capítulo 27, como o experimento de fendas duplas de Young
e a difração por fenda simples, que demonstram que a luz se comporta como uma onda (tem
características ondulatórias)? Será que a luz possui duas personalidades distintas, nas quais ela
se comporta como uma corrente de partículas em alguns experimentos e como uma onda em
outros? A resposta é sim, já que os físicos hoje acreditam que essa dualidade onda-partícula é
uma propriedade inerente à luz. A luz é um fenômeno muito mais interessante (e complexo)
do que uma simples corrente de partículas ou uma onda eletromagnética.
No efeito Compton, o elétron sofre um recuo porque absorve parte da quantidade de movi-
mento do fóton. Portanto, em princípio, a quantidade de movimento que os fótons possuem pode
ser usada para fazer outros objetos se moverem. O Exemplo Conceitual 4 considera um sistema
de propulsão para uma espaçonave interestelar baseado na quantidade de movimento de um fóton.
Um método de propulsão que está atualmente sendo estudado para viagens interestelares
usa uma vela grande. A intenção é fazer com que a luz solar que incide na vela crie uma
força que empurre a nave para longe do Sol (Figura 29.11), de maneira análoga a como
o vento impulsiona um barco a vela. Para se obter a maior força possível, a superfície da
vela que está voltada para o Sol (a) deveria ser brilhante como um espelho, (b) deveria
ser preta ou (c) poderia ser tanto brilhante como preta, já que a mesma força será criada
para qualquer tipo de superfície.
Raciocínio No Exemplo Conceitual 3 do Capítulo 7 no volume 1, aprendemos que as pe-
dras de granizo que batem no teto de um carro exercem uma força sobre ele porque a colisão
modifica suas quantidades de movimento. Os fótons também possuem quantidade de mo-
vimento, portanto, como as pedras de granizo, eles podem aplicar uma força sobre a vela.
À semelhança do que fizemos no Capítulo 7 do volume 1, usaremos como guia o teo
rema do impulso3 e quantidade de movimento (Equação 7.4) para obtermos a força. Esse
Figura 29.11 Uma vela solar fornece a
propulsão para essa espaçonave interestelar. 3
Ou impulsão. (N.T.)
teorema afirma que quando uma força resultante atua sobre um objeto, o impulso da força resultan-
te é igual à variação da quantidade de movimento do objeto. Maiores impulsos levam a maiores for-
ças para um mesmo intervalo de tempo. Assim, quando um fóton colide com a vela, a quantidade de
movimento do fóton se altera por conta da força que a vela aplica ao fóton. A lei da ação e reação de
Newton (Seção 4.5) indica que o fóton aplica à vela simultaneamente uma força de mesmo módulo
e na mesma direção, mas no sentido contrário. É essa força de reação que faz a espaçonave se mo-
vimentar, e ela será maior quando a variação da quantidade de movimento experimentada pelo fóton
for maior. Portanto, a superfície da vela voltada para o Sol deveria ser tal que provocasse a maior
variação possível da quantidade de movimento para os fótons que se chocam com a vela.
As respostas (b) e (c) estão incorretas. No Exemplo Conceitual 3 no Capítulo 7, examinamos
se são as pedras de granizo ou as gotas de chuva que exercem a força máxima quando elas colidem
com o teto de um carro. A diferença é que pedras de granizo, por serem objetos duros, batem no
teto e voltam a se movimentar se afastando do teto, enquanto as gotas de chuva se espalham sobre
o teto e em sua maioria se mantêm sobre ele. Concluímos que as pedras de granizo, por rebaterem
no teto, sofrem uma variação na quantidade de movimento maior do que as gotas de chuva, logo o
teto exerce uma força maior sobre as pedras de granizo. Portanto, pela lei de Newton da ação e re-
ação, o teto do carro sofre uma maior força quando atingido por pedras de granizo do que por gotas
de chuva. Vimos na Seção 13.3 que a radiação é refletida por uma superfície espelhada e é absorvi-
da por uma superfície preta. Portanto, por analogia com as gotas de chuva que ficam presas no teto
do carro, a vela sofre a ação de uma força menor quando a superfície voltada para o Sol é preta.
A resposta (a) está correta. A radiação solar sofre reflexão em uma superfície espelhada e é
absorvida por uma superfície preta. Considere agora um fóton que colide com a vela perpendicu-
larmente. Quando um fóton sofre reflexão na superfície espelhada, a quantidade de movimento do
fóton se altera do seu valor na direção para a frente para um valor de mesmo módulo no sentido
contrário. Essa mudança é maior do que a que ocorre quando o fóton é absorvido por uma superfí-
cie preta. No último caso, a quantidade de movimento se altera apenas do seu valor na direção para
a frente para um valor igual a zero. Consequentemente, a superfície da vela voltada para o Sol teria
que ser espelhada a fim de produzir a maior força de propulsão possível. Uma superfície espelhada
faz com que os fótons se afastem da vela após a colisão como as pedras de granizo no teto de um
carro e, ao fazê-lo, aplicam uma força maior sobre a vela.
Determine o comprimento de onda de De Broglie para (a) um elétron (massa 5 9,1 3 10231 kg) se
movendo com uma velocidade de 6,0 3 106 m/s e (b) uma bola de beisebol (massa 5 0,15 kg) se
movendo a uma velocidade de 13 m/s.
Raciocínio Em cada caso, o comprimento de onda de De Broglie é dado pela Equação 29.8 como
igual à constante de Planck dividida pelo módulo da quantidade de movimento. Como as velocida-
des são pequenas em comparação com a velocidade de propagação da luz, podemos ignorar os
efeitos relativísticos e expressar o módulo da quantidade de movimento como o produto da massa
pela velocidade, como na Equação 7.2.
Um comprimento de onda de De Broglie de 1,2 3 10210 m é praticamente igual ao tamanho do es-
paçamento interatômico em um sólido, como o cristal de níquel usado por Davisson e Germer;
portanto, nos leva aos efeitos de difração observados.
(b) Um cálculo semelhante ao do item (a) mostra que o comprimento de onda de De Broglie para
a bola de beisebol é igual a l 5 3,3 3 10234 m . Esse comprimento de onda é incrivelmente pe-
queno, mesmo quando comparado com o tamanho de um átomo (10210 m) ou de um núcleo (10214 m).
Assim, o quociente l/W entre esse comprimento de onda e a largura W de uma abertura comum,
como uma janela, é tão pequeno que a difração de uma bola de beisebol atravessando a janela não
pode ser observada.
■
A equação de De Broglie para o comprimento de onda de uma partícula não fornece nenhu-
ma indicação quanto ao tipo de onda que está associado a uma partícula de matéria. Para com-
preender melhor a natureza dessa onda, voltamos nossa atenção para a Figura 29.13. O item a
mostra o padrão de franjas na tela quando são usados elétrons em uma versão do experimento
de fenda dupla de Young. As franjas brilhantes ocorrem em locais onde as ondas de partículas
vindas de cada fenda interferem construtivamente, enquanto as franjas escuras ocorrem em
locais onde as ondas interferem destrutivamente.
Quando um elétron passa pelo arranjo de fenda dupla e colide com um ponto na tela, a tela
brilha nesse ponto, e os itens b, c e d da Figura 29.13 ilustram como os pontos se acumulam
com o tempo. Quanto mais elétrons atingem a tela, os pontos acabam formando o padrão de
franjas que é evidente no item d. As franjas brilhantes ocorrem onde existe uma alta probabi-
lidade de elétrons atingirem a tela, enquanto as franjas escuras ocorrem onde existe uma baixa
probabilidade. A chave para se entender ondas de partículas está aqui. Ondas de partículas são
ondas de probabilidade, ondas cuja amplitude em um ponto no espaço fornece uma indicação
da probabilidade de que a partícula será encontrada nesse ponto. No lugar onde está localizada
a tela, o padrão de probabilidades transmitido pelas ondas de partículas faz com que surja o
padrão de franjas. O fato de não se observar nenhum padrão de franjas no item b da figura não
significa que as ondas de probabilidade não estejam presentes; significa apenas que o número
de elétrons que chegaram à tela foi insuficiente para que se possa reconhecer o padrão.
O padrão de probabilidades que leva às franjas da Figura 29.13 é análogo ao padrão de in-
tensidades luminosas que é responsável pelas franjas no experimento original de Young (veja
a Figura 27.3 no volume 2). Na Seção 24.4 no volume 2, discutimos o fato de a intensidade
luminosa ser proporcional ao quadrado do módulo do campo elétrico ou ao quadrado do mó-
dulo do campo magnético da onda. Analogamente, no caso das ondas de partículas, a proba-
bilidade é proporcional ao quadrado da amplitude (letra grega psi) da onda. é conhecida
como a função de onda da partícula. Figura 29.13 Nessa versão do
Em 1925, o físico austríaco Erwin Schrödinger (1887–1961) e o físico alemão Werner Hei- experimento de fenda dupla de
senberg (1901–1976) desenvolveram independentemente arcabouços teóricos para determinar Young com elétrons, o padrão de
a função de onda. Ao fazê-lo, estabeleceram um novo ramo da física conhecido como mecâ- franjas características só passa a
nica quântica. O termo “quântica” se refere ao fato de que no mundo do átomo, onde ondas ser reconhecível após um número
de partículas devem ser consideradas, a energia da partícula é quantizada, portanto apenas suficiente de elétrons atingirem a
tela. (b., c. e d. Fonte: A.
certas energias são permitidas. A mecânica quântica é essencial para a compreensão da estru- Tonomura, J. Endo, T. Matsuda, T.
tura do átomo e dos fenômenos físicos relacionados com essa estrutura, e a equação de Schrödin- Kawasaki e H. Ezawa, Am. J.
ger para calcular a função de onda é amplamente utilizada. No próximo capítulo, vamos ex- Phys., 57(2):117, fev. 1989.)
plorar a estrutura do átomo com base nas ideias da mecânica quântica.
13. Na Figura 29.1b, substitua os elétrons por prótons que tenham a mesma velocidade. Com o auxílio
da Equação 27.1 para franjas brilhantes no experimento de fendas duplas de Young e da Equação
29.8, decida se a separação angular entre as franjas aumentaria, diminuiria ou permaneceria a mes-
ma, em relação à separação angular produzida pelos elétrons.
14. Um feixe de elétrons passa por uma fenda simples, e um feixe de prótons passa por uma segun-
da fenda idêntica. Os elétrons e os prótons têm a mesma velocidade. Qual das seguintes frases
descreve corretamente o feixe que experimenta a maior quantidade de difração? (a) Os elétrons,
porque eles têm a menor quantidade de movimento e, portanto, o menor comprimento de onda
de De Broglie (b) Os elétrons, porque eles têm a menor quantidade de movimento e, portanto,
o maior comprimento de onda de De Broglie (c) Os prótons, porque eles têm a menor quanti-
dade de movimento e, portanto, o menor comprimento de onda de De Broglie (d) Os prótons,
porque eles têm a maior quantidade de movimento e, portanto, o menor comprimento de onda
de De Broglie (e) Os dois feixes ficam sujeitos à mesma quantidade de difração, porque os
elétrons e os prótons têm o mesmo comprimento de onda de De Broglie.
(29.9)
que indica que uma fenda menor leva a uma maior
incerteza na componente y da quantidade de movi-
mento do elétron.
Foi Heisenberg que sugeriu pela primeira vez que h
ho Δpy
a incerteza Dpy na componente y da quantidade de
movimento está relacionada com a incerteza na po- θ
90°
θ
sição y do elétron quando o elétron passa pela fenda. ha px
Para ganhar sensibilidade quanto a essa relação, va-
(a) (b)
mos supor que o centro da fenda esteja situado em
y 5 0 m. Pelo fato de a largura da fenda ser igual a Figura 29.15 Desenho de Habilidades Matemáticas.
W, o elétron está em algum lugar dentro da faixa de
medida a partir do centro da fenda. Assim, to-
mamos a incerteza na posição y do elétron como
sendo Dy 5 de modo que W 5 2 Dy. Substituindo essa relação na Equação 29.9 mostra
que Dpy h/(2 Dy) ou (Dpy)(Dy) O resultado da análise mais completa de Heisenberg
é fornecido a seguir na Equação 29.10 e é conhecido como o princípio da incerteza de
Heisenberg. Observe que o princípio de Heisenberg é um princípio geral com ampla aplica-
bilidade. Ele não se aplica apenas ao caso da difração de fenda simples, que foi usado nesse
caso por uma questão de conveniência.
(29.10)
Dy 5 incerteza na posição de uma partícula na direção y
Dpy 5 incerteza na componente y da quantidade de movimento linear da partícula
Energia e tempo
(29.11)
DE 5 incerteza na energia da partícula quando a partícula está em certo estado
Dt 5 intervalo de tempo durante o qual a partícula está no estado
(29.10)
(b) O módulo py da quantidade de movimento é py 5 mvy (Equação 7.2), em que m é a massa do
objeto e vy é a sua velocidade. Portanto, a incerteza Dpy é Dpy 5 m Dvy, enquanto a incerteza míni-
ma na velocidade do elétron é
Assim, a pequena incerteza na posição y do elétron dá origem a uma grande incerteza na velocida-
de do elétron.
(c) A incerteza mínima na velocidade da bola de pingue-pongue é
Pelo fato de a massa da bola de pingue-pongue ser relativamente grande, a pequena incerteza na sua
posição y dá origem a uma incerteza na sua velocidade que é muito menor do que a corresponden-
te ao elétron. Portanto, em contraste com o caso correspondente ao elétron, podemos saber ao mes-
mo tempo onde está a bola e com que rapidez ela está se movendo, com um alto grau de certeza.
■
O Exemplo 6 dá ênfase a como o princípio da incerteza impõe diferentes incertezas nas ve-
locidades de um elétron (massa pequena) e de uma bola de pingue-pongue (massa grande).
Para objetos como a bola, que têm massas relativamente grandes, as incertezas na posição e na
velocidade são tão pequenas que elas não têm nenhum efeito sobre a nossa capacidade de de-
terminar simultaneamente onde estão tais objetos e a rapidez com que eles estão se movendo.
Entretanto, as incertezas calculadas no Exemplo 6 não dependem apenas da massa do objeto.
Elas também dependem da constante de Planck, que é um número muito pequeno. É interes-
sante especular a respeito de como seria a vida se a constante de Planck fosse muito maior do
que 6,63 3 10234 J ∙ s. O Exemplo Conceitual 7 trata justamente dessa especulação.
analogia em mente e supondo que o módulo da quantidade de movimento da bala não seja anor-
malmente grande, como seria a prática de tiro ao alvo se a constante de Planck tivesse um valor
relativamente grande em vez de seu valor extremamente pequeno de 6,63 3 10234 J · s? (a) Ela
seria mais acurada porque haveria menor incerteza sobre onde a bala atingiria o alvo. (b) Ela seria
menos acurada porque haveria maior incerteza em onde a bala acerta o alvo. (c) Não haveria ne-
nhuma diferença.
Raciocínio Vamos supor que a bala esteja se movendo para fora do cano da arma na direção 1x e
que o alvo esteja situado sobre o eixo x. Quando ela sai do cano, a bala — como o elétron passando
por uma fenda simples — adquire uma componente da quantidade de movimento que é perpendi-
cular (na direção y) ao cano. Isso acontece apesar de dentro do cano a bala se mover apenas ao lon-
go da direção x e não ter componente de quantidade de movimento na direção y. De maneira aná-
loga à discussão relativa à Figura 29.14, a componente y da quantidade de movimento pode chegar
a ter um valor Dpy, em que Dpy indica a diferença entre o valor máximo da componente y da quan-
tidade de movimento depois que a bala sai do cano e seu valor nulo enquanto a bala estava no cano.
Dpy está relacionado com a constante de Planck h e com o diâmetro W da abertura do cano pela
relação Dpy h/W (Equação 29.9). Como agora estamos postulando que a constante de Planck é
grande, Dpy também é grande.
As respostas (a) e (c) estão incorretas. O tiro ao alvo se torna mais acurado se a constante de
Planck se tornar menor, não maior. Eis a razão: Dentro do cano, a bala está se movendo na direção
1x. No entanto, ao sair do cano, a bala adquire uma componente da quantidade de movimento Dpy
na direção y e começa a se desviar da sua trajetória original movendo-se na direção y. De acordo
com Dpy h/W (Equação 29.9), quanto menor o valor de h, menor é Dpy. Se, no limite extremo, a
constante de Planck fosse igual a zero, Dpy também seria igual a zero, e a bala se moveria apenas
na direção 1x e, portanto, acertaria o alvo.
A resposta (b) está correta. Se a bala, depois de sair do cano, tivesse apenas uma componente
da quantidade de movimento paralela ao cano, a bala acertaria o alvo. No entanto, ao sair do cano,
a bala também adquire uma componente Dpy da quantidade de movimento que é perpendicular ao
cano. A relação Dpy h/W (Equação 29.9) mostra que quanto maior o valor da constante de Planck
h, maior é o valor de Dpy. Como essa componente da quantidade de movimento é perpendicular ao
próprio cano, a bala pode atingir outros lugares diferentes do alvo. Portanto, o tiro ao alvo seria
menos acurado se a constante de Planck tivesse um valor relativamente grande.
■
Resposta De acordo com a Equação 29.2, a energia de um fóton está relacionada com a fre
quência f e com a constante de Planck h de acordo com E 5 hf. Entretanto, a frequência é dada
pela Equação 16.1 como f 5 c/l, em que c é a velocidade de propagação da luz e l é compri-
mento de onda. Portanto, temos E 5 hc/l, logo o menor valor do comprimento de onda corres-
ponde à maior energia.
Qual o menor valor de ECmáx com que um elétron pode ser ejetado do sódio?
Resposta O menor valor de ECmáx com o qual um elétron pode ser ejetado do sódio é 0 J. Isso
ocorre quando um fóton incidente transporta uma energia que é exatamente igual à função tra-
balho W0, sem deixar nenhuma energia para ser transportada para longe pelo elétron como ener-
gia cinética.
■■ Dicas para a Solução de Problemas. Solução O valor fornecido para a função trabalho está em elétrons-volts, por isso primeiro con-
Valores para a função trabalho são vertemos esse valor para joules usando o fato de que 1 eV 5 1,60 3 10219 J:
usualmente dados em elétrons-volts (eV). 19
Não se esqueça de converter o valor para
1.60
, 10 J 19
W0 (2.28
, eV) 3.65
, 10 J
joules antes de combiná-lo com outras 1 eV
grandezas que são especificadas em joules.
Os fótons incidentes que possuem a maior energia são aqueles com o menor comprimento de onda,
ou seja, l 5 380 nm. Depois, de acordo com a Equação 29.3 e a Equação 16.1 (f 5 c/l), o valor
máximo para ECmáx é
Quando o comprimento de onda aumenta, a energia dos fótons incidentes diminui até se igualar à
função trabalho, quando elétrons são ejetados com energia cinética igual a zero. Assim, temos:
A faixa de comprimentos de onda na qual a luz solar ejeta elétrons do sódio é, então, de
380 a 545 nm .
■
como EC 5 que pode ser resolvida mostrando que v 5 Substituindo esse re-
sultado na Equação 7.2 chega-se à conclusão de que p 5 5
Qual das duas partículas tem o maior comprimento de onda de De Broglie, o elétron ou o próton?
Resposta De acordo com l 5 h/p, a partícula com o maior comprimento de onda é a que pos-
sui a menor quantidade de movimento. Entretanto, p 5 indica que, para uma dada
energia cinética, a partícula com a menor quantidade de movimento é a que possui a menor massa.
As massas do elétron e do próton são melétron 5 9,11 3 10231 kg e mpróton 5 1,67 3 10227 kg.
Assim, o elétron, com sua massa menor, possui o maior comprimento de onda de De Broglie.
Solução Usando a Equação 29.8 para calcular o comprimento de De Broglie e o fato de que o
módulo da quantidade de movimento está relacionado com a energia cinética pela relação p 5
teremos
Aplicando esse resultado ao elétron e ao próton, obtivemos
Como esperado, o comprimento de onda para o elétron é maior do que aquele para o próton.
■
29.3 Fótons e o Efeito Fotoelétrico Toda radiação eletromagnética é formada por fótons,
que são pacotes de energia. A energia de um fóton é dada pela Equação 29.2, em que h é a cons- (29.2)
tante de Planck e f é a frequência do fóton. Um fóton não tem massa e sempre viaja com a ve-
locidade da luz c no vácuo.
O efeito fotoelétrico é o fenômeno no qual a luz incidente sobre uma superfície metálica faz
com que elétrons sejam ejetados da superfície. A função trabalho W0 de um metal é o trabalho
mínimo que deve ser realizado para ejetar um elétron do metal. De acordo com a conservação
da energia, os elétrons ejetados de um metal têm uma energia cinética máxima ECmáx que está
relacionada com a energia hf do fóton incidente e a função trabalho do metal pela Equação 29.3 (29.3)
Seção 29.2 A Radiação de Corpo Negro e a Constante de 1. O número de fótons por segundo emitidos pela fonte de luz
Planck 2. O intervalo de tempo que a luz fica ligada
1. Uma astrônoma está medindo a radiação eletromagnética emitida 3. A condutividade térmica do metal
por duas estrelas, que são ambas consideradas emissores de corpos
negros ideais. Para cada estrela ela faz um gráfico da intensidade de 4. A área da superfície do metal iluminado pela luz
radiação por unidade de comprimento de onda como uma função do 5. O tipo de metal de que é feita a placa
comprimento de onda. Ela percebe que a curva correspondente à es- (a) 1 e 2 (b) 5 (c) 3 e 5 (d) 4 (e) 2 e 3
trela A tem um máximo que ocorre em um comprimento de onda me-
nor do que o correspondente à curva para a estrela B. O que ela pode Seção 29.4 A Quantidade de Movimento de um Fóton e
concluir a respeito das temperaturas das duas estrelas? (a) A estrela o Efeito Compton
A tem a maior temperatura da superfície. (b) A estrela B tem a maior 9. Um fóton, sendo uma partícula em movimento como um elétron,
temperatura da superfície. (c) As duas estrelas, sendo emissoras de tem uma quantidade de movimento? (a) Não, porque um fóton é uma
corpos negros ideais, têm a mesma temperatura da superfície. (d) onda, e uma onda não tem quantidade de movimento. (b) Não, por-
Não há informações suficientes para tirar conclusões a respeito das que um fóton não tem massa, e é necessário ter massa para se ter quan-
temperaturas das duas estrelas. tidade de movimento. (c) Não, porque um fóton, sempre viajando
com a velocidade de propagação da luz no vácuo, teria uma quantida-
Seção 29.3 Fótons e o Efeito Fotoelétrico
de de movimento infinita. (d) Sim, e o módulo p da quantidade de
2. Fótons são gerados por um forno micro-ondas em uma cozinha e movimento do fóton está relacionada com seu comprimento de onda
por uma máquina de raios X no consultório de um dentista. Qual tipo l pela equação p 5 h/l, em que h é a constante de Planck. (e) Sim,
de fóton tem a maior frequência, a maior energia e o maior compri- e o módulo p da quantidade de movimento do fóton está relacionado
mento de onda? com seu comprimento de onda l pela equação p 5 hl, em que h é a
constante de Planck.
Problemas
Os problemas que não estão marcados com um asterisco são considerados os mais fáceis de serem resolvidos. Problemas marcados com um único asterisco (*)
são mais difíceis, enquanto aqueles que receberam dois asteriscos (**) são os mais difíceis.
Observação: Nesses problemas, ignore efeitos relativísticos a menos que haja outras instruções, e suponha que os comprimentos de onda sejam no vácuo, a me-
nos que seja especificado de outra maneira.
Seção 29.3 Fótons e o Efeito Fotoelétrico melha é igual a 6,0 3 1025 m, enquanto o comprimento de onda da luz
1. A energia de dissociação de uma molécula é a energia necessária para azul é igual a 4,7 3 1027 m. Ache o número de fótons infravermelhos
desmembrar a molécula nos seus átomos que a compõem. A energia de e o número de fótons azuis necessários para elevar a temperatura da
dissociação para a molécula de cianogênio é igual a 1,22 3 10218 J. Su- placa de vidro em 2,0 C°, considerando que todos os fótons sejam ab-
ponha que essa energia seja fornecida por um único fóton. Determine (a) sorvidos pelo vidro.
o comprimento de onda e (b) a frequência do fóton. (c) Em que região **13. Um laser emite 1,30 3 1018 fótons por segundo em um feixe de
do espectro eletromagnético (veja a Figura 24.9) está situado o fóton? luz que tem um diâmetro de 2,00 mm e um comprimento de onda de
2. Uma estação de rádio AM transmite uma onda eletromagnética com 514,5 nm. Determine (a) a intensidade média do campo elétrico
uma frequência de 665 kHz, enquanto uma estação FM transmite uma e (b) a intensidade média do campo magnético para a onda eletro-
onda eletromagnética com uma frequência de 91,9 MHz. Quantos fó- magnética que forma o feixe.
tons AM são necessários para se ter a energia total igual àquela de um **14. (a) Quantos fótons (comprimento de onda 5 620 nm) devem ser
fóton FM? absorvidos para derreter um bloco de gelo de 2,0 kg a 0°C resultando
3. Uma luz ultravioleta com uma frequência de 3,00 3 1015 Hz atinge em água líquida a 0°C? (b) Na média, quantas moléculas de H2O um
uma superfície metálica e ejeta elétrons que têm uma energia cinética fóton converte da fase sólida (gelo) para a fase líquida (água)?
máxima de 6,1 eV. Qual a função trabalho (em eV) do metal?
Seção 29.4 A Quantidade de Movimento de um Fóton e
4. Uma luz está incidindo perpendicularmente sobre a superfície da Terra o Efeito Compton
com intensidade de 680 W/m2. Considerando que todos os fótons na luz
têm o mesmo comprimento de onda (no vácuo) de 730 nm, determine o 15. Uma fonte de luz emite um feixe de fótons, cada um tendo uma
número de fótons por segundo por metro quadrado que atingem a Terra. quantidade de movimento de 2,3 3 10229 kg · m/s. (a) Qual a fre
quência dos fótons? (b) A que região do espectro eletromagnético
5. A luz ultravioleta é responsável pelo bronzeamento solar. Ache o pertencem os fótons? Consulte a Figura 24.9 se necessário.
comprimento de onda (em nm) de um fóton ultravioleta cuja energia
é igual a 6,4 3 10219 J. 16. Um fóton de luz vermelha (comprimento de onda 5 720 nm) e uma
bola de pingue-pongue (massa 5 2,2 3 1023 kg) têm a mesma quan-
6. O comprimento de onda máximo que uma onda eletromagnética tidade de movimento. Com que velocidade a bola está se movendo?
pode ter e ainda ejetar elétrons de uma superfície metálica é igual a
485 nm. Qual a função trabalho W0 desse metal? Expresse sua resposta 17. Em um experimento de espalhamento de Compton, os raios X in-
em elétrons-volts. cidentes têm um comprimento de onda de 0,2685 nm, enquanto os raios
X espalhados têm um comprimento de onda de 0,2703 nm. Qual o
7. A radiação de certo comprimento de onda faz com que elétrons com ângulo u de espalhamento dos raios X na Figura 29.10?
uma energia cinética máxima de 0,68 eV sejam ejetados de um metal
cuja função trabalho é igual a 2,75 eV. Qual será a energia cinética 18. Uma amostra é bombardeada por raios X incidentes, e elétrons
máxima (em eV) com a qual essa mesma radiação ejetará elétrons de livres na amostra espalham alguns dos raios X fazendo um ângulo u 5
outro metal cuja função trabalho é igual a 2,17 eV? 122,0° em relação aos raios X incidentes (veja a Figura 29.10). Os
raios X espalhados têm uma quantidade de movimento cujo módulo
8. O Exemplo 3 de Múltiplos Conceitos revê os conceitos necessários é igual a 1,856 3 10224 kg · m/s. Determine o comprimento de onda
para resolver este problema. Uma radiação com um comprimento de (em nm) dos raios X incidentes. (Para manter uma boa acurácia, use
onda de 238 nm incide sobre uma superfície metálica e ejeta elétrons h 5 6,626 3 10234 J · s, c 5 2,998 3 108 m/s e m 5 9,109 3 10231 kg
que têm uma velocidade máxima de 3,75 3 105 m/s. Qual dos seguin- para massa do elétron.)
tes metais é o metal que recebe a radiação? Os valores entre parênteses
são as funções trabalho: potássio (2,24 eV), cálcio (2,71 eV), urânio 19. Um fóton de raio X incidente de comprimento de onda igual a
(3,63 eV), alumínio (4,08 eV) e ouro (4,82 eV). 0,2750 nm é espalhado a partir de um elétron que está inicialmente em
repouso. O fóton é espalhado fazendo um ângulo u 5 180° na Figura
*9. Uma coruja tem uma boa visão noturna porque seus olhos podem
29.10 e tem um comprimento de onda de 0,2825 nm. Use a conserva-
detectar uma intensidade luminosa tão baixa quanto 5,0 3 10213 W/m².
ção da quantidade de movimento linear para achar a quantidade de
Qual o número mínimo de fótons por segundo que o olho de uma co-
movimento ganha pelo elétron.
ruja consegue detectar se a sua pupila tiver um diâmetro de 8,5 mm e
a luz tiver um comprimento de onda de 510 nm? 20. No efeito Compton, a conservação da quantidade de movimento se
aplica, logo a quantidade de movimento total do fóton e do elétron é a
*10. Um próton está localizado a uma distância de 0,420 m de uma
mesma antes e depois de ocorrer o espalhamento. Suponha que na Figu-
carga pontual de 18,30 μC. A força elétrica de repulsão move o próton
ra 29.10 o fóton incidente se move na direção 1x e que o fóton espalha-
até que ele esteja a uma distância de 1,58 m da carga. Suponha que a
do emerge fazendo um ângulo u 5 90,0°, que está na direção 2y. O fóton
energia potencial elétrica perdida pelo sistema foi transportada para
incidente tem um comprimento de onda igual a 9,00 3 10212 m. Ache as
fora dele por um fóton. Qual seria seu comprimento de onda?
componentes x e y da quantidade de movimento do elétron espalhado.
*11. Quando uma luz com um comprimento de onda de 221 nm incide
*21. Qual o valor máximo que o comprimento de onda de um fóton
sobre certa superfície metálica, elétrons são ejetados com uma energia
incidente poderia mudar ao sofrer espalhamento de Compton provo-
cinética máxima de 3,28 3 10219 J. Determine o comprimento de onda
cado por uma molécula de nitrogênio (N2)?
(em nm) da luz que deveria ser usada para dobrar a energia cinética
máxima dos elétrons ejetados dessa superfície. *22. A Figura 29.10 mostra o arranjo usado para se medir o efeito
Compton. Com um comprimento de onda incidente fixo, um compri-
*12. Uma placa de vidro tem uma massa igual a 0,50 kg e um calor
mento de onda l19 é medido para um ângulo de espalhamento u1 5
específico4 de 840 J/(kg · C°). O comprimento de onda da luz infraver- 30,0°, enquanto o comprimento de onda l29 é medido para um ângulo
de espalhamento de u2 5 70,0°. Ache a diferença entre os comprimen-
4
Ou capacidade térmica específica. (N.T.) tos de onda l29 1 l19.
*23. Um fóton com comprimento de onda igual a 0,45000 nm atinge *34. A partícula A está em repouso, e a partícula B colide frontalmen-
um elétron livre que está inicialmente em repouso. O fóton é espalhado te com ela. A colisão é completamente inelástica, logo as duas partí-
para trás na mesma direção do impacto. Qual a velocidade de recuo do culas ficam presas uma na outra após a colisão e se afastam do local
elétron após a colisão? da colisão com uma velocidade comum às duas. As massas das partí-
**24. Um fóton de raios X é espalhado fazendo um ângulo u 5 180,0° culas são diferentes, e não há forças externas atuando sobre elas. O
a partir de um elétron que está inicialmente em repouso. Depois do comprimento de onda de De Broglie da partícula B antes da colisão é
espalhamento, o elétron tem uma velocidade de 4,67 3 106 m/s. Ache igual a 2,0 3 10234 m. Qual o comprimento de onda de De Broglie do
o comprimento de onda do fóton de raios X incidente. objeto formado pelas partículas A e B ao se afastar após a colisão?
*35. Um elétron, partindo do repouso, acelera atravessando uma dife-
Seção 29.5 O Comprimento de Onda de De Broglie e a rença de potencial de 418 V. Qual o comprimento de onda de De Broglie
Natureza Ondulatória da Matéria final do elétron, supondo que a sua velocidade final é muito menor do
25. Uma bactéria (massa 5 2 3 10215 kg) no sangue está se movendo que a velocidade de propagação da luz?
com uma velocidade de 0,33 m/s. Qual o comprimento de onda de De **36. A energia cinética de uma partícula é igual à energia de um fó-
Broglie dessa bactéria? ton. A partícula se move com uma velocidade igual a 5,0% da veloci-
26. Qual (a) o comprimento de onda de um fóton com 5,0 eV e (b) dade de propagação da luz. Ache o quociente entre o comprimento de
o comprimento de onda de De Broglie de um elétron de 5,0 eV? onda do fóton e o comprimento de onda de De Broglie da partícula.
27. Como discutido na Seção 17.3, ondas sonoras difratam, ou se curvam,
em torno das bordas de uma abertura de porta. Comprimentos de onda Seção 29.6 O Princípio da Incerteza de Heisenberg
maiores difratam mais do que comprimentos de ondas menores. (a) A 37. Um objeto está se movendo ao longo de uma linha reta, e a incer-
velocidade de propagação do som é igual a 343 m/s. Com que velocida- teza da sua posição é de 2,5 m. (a) Ache a incerteza mínima na quan-
de uma pessoa de 55,0 kg teria que se mover ao atravessar uma porta tidade de movimento do objeto. Ache a incerteza mínima na velocida-
para ocorrer uma difração comparável à de um som grave de 128 Hz? (b) de do objeto, supondo que o objeto é (b) uma bola de golfe (massa 5
Na velocidade calculada no item (a), quanto tempo (em anos) seria ne- 0,045 kg) e (c) um elétron.
cessário para que a pessoa se movesse de uma distância de um metro? 38. Um próton está confinado a um núcleo que tem um diâmetro de
28. Um elétron e um próton têm a mesma velocidade. Ignore efeitos 5,5 3 10215 m. Se essa distância for considerada como a incerteza na
relativísticos e determine o quociente lelétron/lpróton entre os seus com- posição do próton, qual a incerteza mínima na sua quantidade de mo-
primentos de onda de De Broglie. vimento?
29. Lembre-se da Seção 14.3 que a energia cinética média de um áto- 39. Nos pulmões existem sacos de ar minúsculos, que são chamados
mo em um gás perfeito monoatômico é dada por 5 (3/2)(kT), em de alvéolos. Uma molécula de oxigênio (massa 5 5,3 3 10226 kg) es-
que k 5 1,38 3 10223 J/K e T é a temperatura do gás em Kelvin. De- tá aprisionada dentro de um saco, e a incerteza na sua posição é igual
termine o comprimento de onda de De Broglie de um átomo de hélio a 0,12 mm. Qual a incerteza mínima na velocidade dessa molécula de
(massa 5 6,65 3 10227 kg) que tem a energia cinética média à tempe- oxigênio?
ratura ambiente (293 K).
40. Partículas passam por uma fenda simples de largura igual a
30. Em experimento de fenda dupla de Young usando elétrons, o ân- 0,200 mm (veja a Figura 29.14). O comprimento de onda de De Broglie
gulo que localiza as franjas brilhantes de primeira ordem é uA 5 1,6 3 de cada partícula é igual a 633 nm. Depois que as partículas passam
1024 graus quando o módulo da quantidade de movimento do elétron pela fenda, elas se espalham dentro de uma faixa de ângulos. Conside-
é pA 5 1,2 3 10222 kg · m/s. Com a mesma fenda dupla, qual o módu- re que a incerteza na posição das partículas é igual à metade da largura
lo da quantidade de movimento pB necessário para que um ângulo uB 5 da fenda, e use o princípio da incerteza de Heisenberg para determinar
4,0 3 1024 graus localize as franjas brilhantes de primeira ordem? a faixa mínima de ângulos.
*31. Uma partícula tem um comprimento de onda de De Broglie de *41. A incerteza mínima Dy na posição y de uma partícula é igual
2,7 3 10210 m. Depois, sua energia cinética dobra. Qual o novo com- ao seu comprimento de onda de De Broglie. Determine a incerte-
primento de onda de De Broglie da partícula, supondo que efeitos re- za mínima na velocidade da partícula, sendo a incerteza mínima
lativísticos possam ser ignorados? Dv y expressa como um percentual da velocidade da partícula
*32. De um penhasco que está 9,5 m acima de um lago, uma jovem
(massa 5 41 kg) salta do repouso, entrando na água após seguir uma Suponha que efeitos relativísticos
trajetória vertical. No instante em que ela bate na água, qual o seu
comprimento de onda de De Broglie? possam ser ignorados.
*33. A largura da franja brilhante central em um padrão de difração *42. Uma partícula subatômica criada em um experimento existe em
sobre uma tela é idêntica tanto para elétrons quanto para uma luz ver- certo estado por um tempo igual a Dt 5 7,4 3 10220 s antes de decair
melha (comprimento de onda no vácuo 5 661 nm) passando por uma e se transformar em outras partículas. Aplique tanto o princípio da in-
fenda simples. A distância entre a tela e a fenda é a mesma em cada certeza de Heisenberg quanto o da equivalência da energia e massa
um dos casos e é grande em comparação com a largura da fenda. Com (veja a Seção 28.6) para determinar a incerteza mínima envolvida na
que velocidade os elétrons estão se movendo? medição da massa dessa partícula de vida curta.
Problemas Adicionais
43. O espaçamento interatômico em um cristal de sal de cozinha é igual onda produzido pela fonte A. Cada fóton da fonte A tem uma energia
a 0,282 nm. Esse cristal está sendo estudado em um experimento de de 2,1 3 10218 J. Qual a energia de um fóton da fonte B?
difração de nêutrons, semelhante àquele que produziu a fotografia na
Figura 29.12a. Com que velocidade um nêutron (massa 5 1,67 3 45. O comprimento de onda de De Broglie de um próton em um ace-
10227 kg) tem que estar se movendo para ter um comprimento de onda lerador de partículas é igual a 1,30 3 10214 m. Determine a energia
de De Broglie igual a 0,282 nm? cinética (em joules) do próton.
44. Duas fontes produzem ondas eletromagnéticas. A fonte B produz 46. Ache o comprimento de onda de De Broglie de um elétron com a
um comprimento de onda que é igual a três vezes o comprimento de velocidade igual a 0,88c. Leve em conta efeitos relativísticos.
47. A função trabalho de uma superfície metálica é igual a 4,80 3 sódio metálico, cuja função trabalho é igual a 2,3 eV. A velocidade
10219 J. A velocidade máxima dos elétrons emitidos da superfície é máxima dos fotoelétrons emitidos pela superfície é igual a 1,2 3
vA 5 7,30 3 105 m/s quando o comprimento de onda da luz é lA. No 106 m/s. Qual o comprimento de onda da luz?
entanto, uma velocidade máxima igual a vB 5 5,00 3 105 m/s é obser- **51. Alguns cientistas sugeriram que uma espaçonave com velas do
vada quando o comprimento de onda é lB. Ache os comprimentos de tipo descrito no Exemplo Conceitual 4 pode ter propulsão a laser. Supo-
onda lA e lB. nha que essa vela seja construída de um material altamente reflexivo,
48. Com que velocidade um próton tem que estar se movendo a fim de fino o bastante para que um metro quadrado da vela tenha uma massa de
ter o mesmo comprimento de onda de De Broglie que um elétron que apenas 3,0 3 1023 kg. A vela será propulsionada por um feixe de laser
está se movendo com uma velocidade igual a 4,50 3 106 m/s? ultravioleta (comprimento de onda 5 225 nm) que incidirá na sua super-
fície perpendicularmente. (a) Use o teorema do impulso-quantidade de
*49. Em um tubo de imagens de um televisor, os elétrons são acelera- movimento (Seção 7.1 do volume 1) para determinar o número de fótons
dos a partir do repouso atravessando uma diferença de potencial V. por segundo que precisam atingir cada metro quadrado da vela a fim de
Imediatamente antes de um elétron colidir com a tela, seu comprimento provocar uma aceleração de 9,8 3 1026 m/s2, que é um milhão de vezes
de onda de De Broglie é igual a 0,900 3 10211 m. Qual a diferença de menor do que a aceleração gravitacional na superfície terrestre. Suponha
potencial? que nenhuma outra força atue sobre a vela, e que todos os fótons inci-
*50. O Exemplo 3 de Múltiplos Conceitos revê os conceitos necessá- dentes sejam refletidos. (b) Determine a intensidade (potência por uni-
rios para resolver este problema. Uma luz incide sobre a superfície do dade de área) que o feixe de laser deve ter quando ele atinge a vela.
Capítulo
30
A tomografia axial computado-
rizada1 é uma técnica não inva-
siva importante que utiliza
raios X para fornecer imagens
de “fatias” do interior do corpo
humano. Essa tomografia em
3D da mandíbula e de parte do
crânio de um adulto ilustra o
nível de detalhes que se conse-
gue alcançar atualmente. Um
computador com um software
de imagens adequado monta
as “fatias” formando tais ima-
A Natureza do Átomo
gens 3D. Cirurgiões podem até
mesmo navegar pelo corpo uti-
lizando rápidas animações a
partir de dados da tomografia.
A produção dos raios X está re-
lacionada com a estrutura do
30.1 O Espalhamento de Rutherford e o Átomo Nuclear
átomo, e essa estrutura é o Um átomo contém um pequeno núcleo carregado positivamente (raio 10215 m), que
principal tópico deste capítulo. é cercado por um ou mais elétrons situados a distâncias relativamente grandes (raio 10210 m),
(© Antoine Rosset/Photo Rese-
archers) como ilustrado (fora de escala) na Figura 30.1. No estado natural, um átomo é eletricamente
neutro porque o núcleo contém alguns prótons (cada um com uma carga 1e), em igual núme-
ro que o número de elétrons (cada um com uma carga –e). Esse modelo do átomo é hoje aceito
universalmente e é chamado de átomo nuclear.
O átomo nuclear é uma ideia relativamente recente. No início do século XX, um modelo
amplamente aceito, desenvolvido pelo físico inglês Joseph J. Thomson (1856-1940), represen-
tava o átomo de uma forma muito diferente. Na visão de Thomson, não havia nenhum núcleo
no centro do átomo. Em vez disso, supunha-se que a carga positiva estava distribuída unifor-
memente por todo o volume do átomo, formando uma espécie de pasta ou pudim no qual os
elétrons negativos estavam suspensos como ameixas.
O modelo de “pudim de ameixas” foi abandonado em 1911 quando o físico neozelandês
Ernest Rutherford (1871-1937) publicou resultados experimentais que o modelo não conseguia
explicar. Como indicado na Figura 30.2, Rutherford e seus colaboradores dirigiram um feixe
de partículas alfa (partículas a) contra uma lâmina metálica fina feita de ouro. Partículas a são
partículas carregadas positivamente (são os núcleos de átomos de hélio, embora esse fato não
fosse reconhecido na época) emitidas por alguns materiais radioativos. Se o modelo de pudim
de ameixa estivesse correto, era de se esperar que as partículas a atravessassem a lâmina pra-
ticamente em linha reta, sem sofrer deflexões. Afinal de contas, não há nada nesse modelo que
provoque uma deflexão das partículas a, já que os elétrons têm uma massa comparativamente
menor do que as partículas a e a carga positiva está espalhada em um pudim “diluído”. Usan-
do uma tela de sulfeto de zinco, que emitia um breve clarão ao ser atingida por uma partícula
a, Rutherford e colaboradores conseguiram constatar que nem todas as partículas a seguiam
em linha reta ao atravessar a lâmina. Em vez disso, algumas partículas sofriam deflexões de
Figura 30.1 No átomo nuclear,
grandes ângulos, chegando em certos casos a inverter o sentido do movimento. O próprio Ru-
um pequeno núcleo carregado
positivamente está envolto por therford disse: “Foi quase tão incrível quanto se você tivesse disparado um tiro de canhão em
alguns elétrons localizados a uma um lenço de papel e a bala voltasse e acertasse você.” Rutherford concluiu que a carga positi-
distância relativamente grande. va, em vez de estar distribuída com baixa densidade e uniformemente em todo o átomo, estava
O desenho está fora de escala. concentrada em uma pequena região conhecida como o núcleo.
1
Em inglês, CAT scanning (Computerized Axial Tomography). (N.T.)
50
Embora o modelo planetário do átomo seja fácil de visualizar, ele também envolve toda
espécie de dificuldades. Por exemplo: um elétron se movendo em uma trajetória curva possui
uma aceleração centrípeta, como discutido na Seção 5.2 do volume 1. E quando um elétron
está acelerado, ele irradia ondas eletromagnéticas, como discutido na Seção 24.1 do volume
2. Essas ondas levam embora energia. Com a perda constante da sua energia, os elétrons des-
creveriam uma trajetória em espiral com raio cada vez menor e acabariam colapsando para
dentro do núcleo. Como a matéria é estável, sabemos que tal colapso não ocorre. Assim, o
modelo planetário, embora forneça uma imagem mais realista do átomo do que o modelo de
“pudim de ameixas”, deve estar contando apenas parte da história. A história completa da es-
trutura atômica é fascinante, e a próxima seção descreve outro aspecto dela.
Figura 30.3 Os espectros de linha para o neônio e o mercúrio. (Cortesia de Bausch & Lomb)
rua de vapor de mercúrio. A Figura 30.3 mostra as partes visíveis dos espectros para esses dois
átomos. Os comprimentos de onda visíveis específicos que os átomos emitem emprestam suas
cores características aos anúncios de neônio e às lâmpadas de vapor de mercúrio usadas em
iluminação pública.
O espectro de linha mais simples é o do átomo de hidrogênio, e muito esforço foi dedicado
ao entendimento do padrão de comprimentos de onda que ele contém. A Figura 30.4 ilustra de
forma esquemática alguns dos grupos ou séries de linhas no espectro do átomo de hidrogênio.
Apenas um dos grupos está na região visível do espectro eletromagnético: ele é conhecido co-
mo a série de Balmer, em homenagem a Johann J. Balmer (1825-1898), um professor suíço
de segundo grau que descobriu uma equação empírica que forneceu os valores para os com-
primentos de onda observados. Essa equação é fornecida a seguir, juntamente com equações
semelhantes que se aplicam à série de Lyman, que envolve comprimentos de onda menores do
que os da série de Balmer, e à série de Paschen, que envolve comprimentos de ondas maiores.
As três séries são mostradas na Figura 30.4:
Solução (a) Com n 5 3, a Equação 30.2 revela que para o maior comprimento de onda
(b) Com 1/n2 5 0, a Equação 30.2 revela que para o menor comprimento de onda
■
As Equações 30.1 a 30.3 são úteis por reproduzirem os comprimentos de onda que os áto-
mos de hidrogênio irradiam. Entretanto, essas equações são empíricas e não fornecem nenhu-
ma ideia de por que certos comprimentos de onda são irradiados e outros não. Foi o grande
físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) que propôs o primeiro modelo do átomo que con-
seguiu prever os comprimentos de onda discretos emitidos pelo átomo de hidrogênio. O mo-
delo de Bohr deu a partida no caminho rumo ao entendimento de como a estrutura do átomo
restringe os comprimentos de onda irradiados a certos valores. Em 1922, Bohr recebeu o prê-
mio Nobel de física pela sua descoberta.
2
Ou tensão. (N.T.)
de acordo com a lei de conservação da energia. Mas de acordo com Einstein, a energia de um
fóton é hf, em que f é a sua frequência e h é a constante de Planck. Como resultado, teremos
(30.4)
Como a frequência de uma onda eletromagnética está relacionada com o comprimento de on-
da pela equação f 5 c/l, Bohr podia usar a Equação 30.4 para determinar os comprimentos de
onda irradiados por um átomo de hidrogênio. Antes, porém, ele teve que deduzir expressões
para as energias Ei e Ef.
(30.5)
Mas uma força centrípeta de módulo igual a mv2/r (Equação 5.3) atua sobre uma partícula em
movimento circular uniforme. Como indicado na Figura 30.6, a força centrípeta é fornecida
pela força eletrostática de atração que os prótons no núcleo exercem sobre o elétron. De
acordo com a lei de Coulomb (Equação 18.1), o módulo da força
eletrostática é F 5 kZe2/r2. Portanto, mv2/r 5 kZe2/r2, ou
HABILIDADES MATEMÁTICAS Para obtermos a Equa-
ção 30.9 para o raio rn, começamos escrevendo a Equação 30.6
com os símbolos vn no lugar de v e rn no lugar de r: (30.6)
(30.6) Podemos usar essa relação para eliminar o termo mv2 da Equação
30.5, resultando em
*Para o hidrogênio, Z 5 1, mas também desejamos considerar situações nas quais Z é maior do que 1.
Com h 5 6,626 3 10234 J ∙ s, m 5 9,109 3 10231 kg, k 5 8,988 3 109 N ∙ m2/C2 e e 5 1,602 3
10219 C, essa expressão revela que
Raios para
órbitas de Bohr (30.10)
(em metros)
Portanto, no átomo de hidrogênio (Z 5 1) a menor órbita de Bohr (n 5 1) tem um raio r1 5
5,29 3 10211 m. Esse valor particular é chamado de raio de Bohr. A Figura 30.7 mostra as três
primeiras órbitas de Bohr para o átomo de hidrogênio.
A Equação 30.9 para o raio de uma órbita de Bohr pode ser substituída na Equação 30.7 a
fim de mostrar que a energia total correspondente para a enésima órbita é
(30.11)
Figura 30.7 A primeira órbita de
Bohr no átomo de hidrogênio tem
Substituindo os valores de h, m, k e e nessa expressão resulta em um raio r1 5 5,29 3 10211 m.
Níveis de A segunda e a terceira órbitas de
Bohr têm raios r2 5 4r1 e r3 5 9 r1,
energia de Bohr (30.12) respectivamente.
em joules
Frequentemente, energias atômicas são expressas na unidade elétron-volt em vez de joules.
Como 1,60 3 10219 J 5 1 eV, a Equação 30.12 pode ser reescrita como
Níveis de energia
de Bohr em (30.13)
elétrons-volts
Remover o elétron do Li21 requer 122 eV de energia: Energia de ionização 5 122 eV . Esse valor
para a energia de ionização está em boa concordância com o valor experimental de 122,4 e V e,
como esperado, é maior do que os 13,6 e V necessários para o átomo de hidrogênio.
■
(30.14)
Usando valores conhecidos de h, m, k, e e c, obtivemos 2p mk e /(h3c) 5 1,097 3 107 m21, em
2 2 4
concordância com a constante de Rydberg R que aparece nas Equações 30.1 a 30.3. A concor-
dância entre os valores teórico e experimental da constante de Rydberg foi um dos principais
resultados da teoria de Bohr.
Com Z 5 1 e nf 5 1, a Equação 30.14 reproduz a Equação 30.1 para a série de Lyman. As-
sim, o modelo de Bohr mostra que a série de linhas de Lyman ocorre quando elétrons fazem
transições de níveis mais elevados de energia com ni 5 2, 3, 4, … para o primeiro nível de
energia em que nf 5 1. A Figura 30.9 representa essas transições. Observe que quando um elé-
tron faz uma transição de ni 5 2 para nf 5 1, o fóton de maior comprimento de onda na série
de Lyman é emitido, já que a variação de energia é a menor possível. Quando um elétron faz
uma transição do nível mais elevado em que ni 5 ∞ para o nível mais baixo em que nf 5 1, o
fóton de menor comprimento de onda é emitido, já que a variação de energia é a maior possí-
Figura 30.9 As séries de linhas vel. Como os níveis de energia mais elevados estão cada vez mais próximos uns dos outros, as
de Lyman e de Balmer no espectro linhas na série se tornam cada vez mais próximas umas das outras em direção ao limite do
do átomo de hidrogênio
correspondem a transições que o
menor comprimento de onda, como pode ser visto na Figura 30.4. A Figura 30.9 também mos-
elétron faz entre níveis de energia tra as transições de níveis de energia correspondentes à série de Balmer, em que ni 5 3, 4, 5, …
mais elevados e mais baixos, como e nf 5 2. Na série de Paschen (veja a Figura 30.4), ni 5 4, 5, 6, … e nf 5 3. O próximo exem-
indicado na figura. plo aprofunda o tratamento do espectro de linhas do átomo de hidrogênio.
■■ Dicas para a Solução de Problemas. Solução (a) Usando a Equação 30.14 com Z 5 1, ni 5 5, e nf 5 4, concluímos que
No espectro de linhas do átomo de
hidrogênio, todas as linhas em uma dada
série (por exemplo, a série de Brackett) são
identificadas por um único valor do número
quântico nf correspondente ao nível de (b) Os cálculos nesse caso são semelhantes aos do item (a):
energia mais baixo para o qual um elétron
cai. Cada linha em uma dada série, no
entanto, corresponde a um valor diferente do
número quântico ni para o nível mais elevado
de energia de onde se origina um elétron. (c) De acordo com a Figura 24.9, essas linhas estão situadas na região infravermelha do espectro.
■
As várias linhas no espectro do átomo de hidrogênio são produzidas quando elétrons passam
de níveis de energia mais elevada para níveis de menor energia e fótons são emitidos. Conse-
Figura 30.10 O espectro do Sol. As linhas escuras no espectro do Sol são linhas de absorção
denominadas linhas de Fraunhofer, em homenagem ao seu descobridor. Três delas são marcadas por
setas. (Cortesia Bausch & Lomb)
quentemente, as linhas espectrais são chamadas de linhas de emissão. Elétrons também podem
sofrer transições no sentido contrário, de níveis de menor energia para níveis de maior energia,
em um processo conhecido como absorção. Nesse caso, um átomo absorve um fóton que tem
precisamente a energia necessária para produzir a transição. Assim, se fótons com uma faixa
contínua de comprimentos de onda atravessarem um gás e depois forem analisados em um es-
pectroscópio de difração, uma série de linhas escuras, conhecidas como linhas de absorção,
aparece no espectro contínuo. As linhas escuras indicam os comprimentos de onda removidos
pelo processo de absorção.
A física das linhas de absorção no espectro do Sol. Linhas de absorção podem ser vistas na Figura
30.10 no espectro do Sol, onde elas são chamadas de linhas de Fraunhofer, em homenagem ao
seu descobridor. Elas se devem a átomos, localizados nas camadas mais externas e mais frias
do Sol, que absorvem radiação vinda do interior do Sol. A porção interna do Sol é quente de-
mais para que átomos individuais retenham suas estruturas e, portanto, o interior emite um
espectro contínuo de comprimentos de onda.
O modelo de Bohr fornece muitas explicações sobre a estrutura atômica. Entretanto, hoje
se sabe que esse modelo é excessivamente simplificado e ele foi superado por um modelo mais
detalhado fornecido pela mecânica quântica e pela equação de Schrödinger (veja a Seção 30.5).
Por exemplo, se n 5 1, o número quântico orbital só pode ter o valor 5 0, mas se n 5
4, os valores 5 0, 1, 2 e 3 são possíveis. O módulo L da quantidade de movimento an-
gular do elétron é dado por
(30.15)
3. O número quântico magnético ml. A palavra “magnético” é usada aqui porque um
campo magnético aplicado externamente influencia a energia do átomo, e esse número
quântico é usado na descrição do efeito. Como o efeito foi descoberto pelo físico holan-
dês Pieter Zeeman (1865-1943), ele é conhecido como efeito Zeeman. Na ausência de
*Essa previsão exige que pequenos efeitos relativísticos e pequenas interações com o átomo sejam ignorados, e
considera que o átomo de hidrogênio não esteja localizado em um campo magnético externo.
Por exemplo, se o número quântico orbital for 5 2, o número quântico magnético po-
de ter os valores m 5 22, 21, 0, 11 e 1 2. A componente Lz da quantidade de movi-
mento angular na direção z é
(30.16)
4. Número quântico de spin ms. Esse número é necessário porque o elétron tem uma pro-
priedade intrínseca chamada de “quantidade de movimento angular de spin”. De manei-
ra informal, podemos ver o elétron como girando em torno dele mesmo (spin em inglês)
enquanto ele orbita em torno do núcleo, de maneira análoga a como a Terra gira em tor-
no do seu próprio eixo quando orbita em torno do Sol. Existem dois valores possíveis
para o número quântico de spin do elétron:
As expressões “spin para cima” e “spin para baixo” são às vezes usadas para se referir aos
sentidos da quantidade de movimento angular de spin associados aos dois valores de ms.
A Tabela 30.1 sintetiza os quatro números quânticos que são necessários para descrever
cada estado do átomo de hidrogênio. Um conjunto de valores para n, , m e ms corresponde a
um estado. Quando o número quântico principal n aumenta, o número de combinações possí-
veis dos quatro números quânticos aumenta rapidamente, como ilustrado no Exemplo 5.
Estado
n m ms
1 1
ms 1 0 0
2 2
n 1 0 m 0
1 1
ms 1 0 0
2 2
Assim, existem dois estados diferentes para o átomo de hidrogênio. Na ausência de um campo mag-
nético externo, esses dois estados têm a mesma energia, já que eles têm o mesmo valor de n.
(b) Quando n 5 2, existem oito combinações possíveis para os valores de , m e ms, como indicado
no diagrama a seguir:
Estado
n m ms
1 1
ms 2 1 1
2 2
m 1
1 1
ms 2 1 1 2
2
1 1
ms 2 1 0 2
2
1 m 0
1 1
ms 2 1 0 2
2
1 1
ms 2 1 1 2
2
n 2 m 1
1 1
ms 2 1 1
2 2
1 1
ms 2 0 0
2 2
0 m 0
1 1
ms 2 0 0
2 2
Com o mesmo valor de n 5 2, todos os oito estados têm a mesma energia quando não existe campo
magnético externo.
■
A mecânica quântica fornece uma imagem mais acurada da estrutura atômica do que o mode-
lo de Bohr. É importante perceber que as duas imagens diferem substancialmente, como ilus-
trado no Exemplo Conceitual 6.
As respostas (a) e (b) estão incorretas. Nosso resultado para Dvy mostra que o princípio de
Heisenberg de fato implica em algo sobre a incerteza na velocidade radial do elétron. Como Dy 5
0 m no modelo de Bohr, nosso resultado para Dvy mostra que a incerteza na velocidade é infinita
(Dy está no denominador à direita). Portanto, as respostas (a) e (b) não podem estar corretas.
A resposta (c) está correta. Nossa expressão para Dvy mostra que, na realidade, a incerteza
na velocidade radial é infinita (Dy 5 0 m no modelo de Bohr e Dy está no denominador na direi-
ta na expressão anterior). Tamanha incerteza na velocidade radial significa que o elétron pode
estar se movendo muito rapidamente na direção radial e, portanto, não permaneceria na sua ór-
bita de Bohr. A mecânica quântica, com a sua imagem da nuvem probabilística da estrutura atô-
mica, representa corretamente a incerteza na posição e no movimento que o princípio de Heisen-
berg revela. O modelo de Bohr não representa corretamente esse aspecto da realidade no nível
atômico.
■
Suponha que dois elétrons em um átomo tenham três números quânticos que sejam idênticos:
n 5 3, m 5 1 e ms 5 De acordo com o princípio de exclusão, não é possível que cada
um tenha 5 2, por exemplo, já que cada um teria nesse caso os mesmos quatro números
quânticos. Cada elétron deve ter um valor diferente de ( 5 1 e 5 2, por exemplo) e, con-
sequentemente, estariam em diferentes subcamadas. Com a ajuda do princípio de exclusão de
Pauli, podemos determinar que níveis de energia estão ocupados pelos elétrons em um átomo
no seu estado fundamental, como demonstrado no exemplo a seguir.
Por conta do princípio de exclusão de Pauli, existe um número máximo de elétrons que um Número
nível de energia ou subcamada pode acomodar. O Exemplo 8 mostra que a subcamada n 5 1, máximo de
5 0 pode acomodar no máximo dois elétrons. A subcamada n 5 2, 5 1, no entanto, pode elétrons na
Subcamada subcamada Energia
acomodar seis elétrons porque, com 5 1, existem três possibilidades para m (–1, 0 e 11), e mais alta
=2 10
para cada uma dessas escolhas, o valor de ms pode ser igual a ou Em geral, m pode
ter os valores 0, 61, 62, …, 6, para 2 1 1 possibilidades. Como cada uma destas pode ser n=5 =0 2
combinada com duas possibilidades para ms, o número de diferentes combinações para m e =1 6
ms é igual a 2(2 1 1). Esse é então o número máximo de elétrons que a subcamada de ordem
pode acomodar, como resumido na Figura 30.16. =2 10
n=4 =0 2
=1 6
n=3 =0 2
=1 6
n=2 =0 2
Menor
n=1 =0 2 energia
Figura 30.15 Os elétrons ( ) no estado fundamental de um átomo preenchem os níveis de energia Figura 30.16 O número
disponíveis “de baixo para cima”, ou seja, do menor nível de energia para o mais alto, de modo máximo de elétrons que a
consistente com o princípio de exclusão de Pauli. A classificação dos níveis de energia ilustrada nessa subcamada de ordem pode
figura se refere apenas a um dado átomo. conter é igual a 2(2 1 1).
0 s
1 p
2 d
3 f
4 g
5 h
Por questões históricas, existe uma convenção amplamente utilizada na qual cada subcama-
da de um átomo é referenciada por uma letra em vez de ser referenciada pelo valor do seu núme-
ro quântico orbital . Por exemplo, uma subcamada 5 0 é chamada de subcamada s. Uma
subcamada 5 1 e uma subcamada 5 2 são conhecidas como subcamadas p e d, respecti-
vamente. Os valores mais altos de 5 3, 4, e assim por diante, são referenciadas como f, g, e
assim por diante, em ordem alfabética, como indicado na Tabela 30.2.
Essa convenção de letras é usada em uma notação abreviada que é conveniente para indicar
ao mesmo tempo o número quântico principal n, o número quântico orbital e o número de
elétrons na subcamada n, . Um exemplo dessa notação é apresentado a seguir:
Número de elétrons
5
na subcamada
2p5
n 2 1
Com essa notação, o arranjo, ou configuração, dos elétrons em um átomo pode ser especifica-
do de forma eficiente. No Exemplo 8, por exemplo, vimos que a configuração de elétrons pa-
ra o átomo de boro tem dois elétrons na subcamada n 5 1, 5 0, dois elétrons na subcamada
n 5 2, 5 0, e um elétron na subcamada n 5 2, 5 1. Na notação abreviada, esse arranjo é
expresso como 1s2 2s2 2p1. A Tabela 30.3 fornece as configurações dos elétrons em nível de
repouso escritas dessa maneira para elementos contendo até treze elementos. As cinco primei-
ras entradas são as discutidas no Exemplo 8.
Cada entrada na tabela periódica dos elementos frequentemente inclui a configuração ele-
trônica do estado fundamental, como ilustrado na Figura 30.17 para o argônio. Para economi-
zar espaço, apenas a configuração dos elétrons mais externos e subcamadas incompletas é
especificada, usando a notação abreviada que acabamos de descrever. Originalmente a tabela
periódica foi desenvolvida pelo químico russo Dmitri Mendeleev (1834–1907) com base nas
semelhanças das propriedades químicas de certos grupos de elementos. Existem oito desses
grupos, mais os elementos de transição que aparecem no meio da tabela, que incluem a série
dos lantanídeos e a série dos actinídeos. As propriedades químicas semelhantes dentro de um
Alvo
grupo podem ser explicadas com base nas configurações dos elétrons mais externos dos ele- metálico
mentos no grupo. Assim, a mecânica quântica e o princípio de exclusão de Pauli oferecem uma
explicação para o comportamento químico dos átomos. A tabela periódica completa se encon-
tra nas guardas deste livro. +
Fonte
de alta V
voltagem Raios X
Verifique Seu Entendimento –
30.7 Raios X
Voltagem
A física dos raios X. Os raios X foram descobertos pelo físico holandês Wilhelm K. do filamento
Roentgen (1845–1923), que realizou a maior parte do seu trabalho na Alemanha. Raios X podem
ser produzidos quando elétrons, acelerados por uma grande diferença de potencial, colidem com Figura 30.18 Em um tubo de
um alvo feito de metal, como molibdênio ou platina. O alvo é contido no interior de um tubo raios X, elétrons são emitidos por
de vidro evacuado, como mostrado na Figura 30.18. O Exemplo 9 discute a relação entre o com- um filamento aquecido, aceleram
primento de onda dos raios X emitidos com a velocidade dos elétrons que colidem. ao atravessarem uma grande
diferença de potencial V, e
colidem com um alvo metálico. Os
raios X se originam quando os
elétrons interagem com o alvo.
Continua
Modelando o Problema
PASSO 1 Energia Cinética A energia cinética de um elétron é a energia que ele
tem em razão de seu movimento. Como estamos ignorando os efeitos da relatividade,
B
2(EC)
a energia cinética EC é dada pela Equação 6.2 como EC 5 em que m e v são a v (1)
massa e velocidade do elétron. Resolvendo essa expressão para velocidade cria-se a m
Equação 1 à direita. A massa do elétron é conhecida, mas sua energia cinética não, ?
logo ela será determinada nos Passos 2 e 3.
PASSO 2 Energia de um Fóton Um fóton de raios X é um pacote discreto de
energia de onda eletromagnética. A energia do fóton E é dada por E 5 hf, em que h é a
constante de Planck e f é a frequência do fóton (veja a Equação 29.2). A energia
necessária para produzir um fóton de raios X vem da energia cinética de um elétron
que atinge o alvo. Sabemos que os fótons têm a maior energia possível. Isso significa
B m
2(EC)
que toda a energia cinética EC de um elétron vai para produzir um fóton, logo EC 5 v (1)
E. Substituindo EC 5 E em E 5 hf fornece
EC hf (2) EC hf (2)
Esse resultado para a energia de um fóton pode ser substituído na Equação 1, como
indicado à direita. A frequência não é conhecida, mas o Passo 3 discute como ela pode ?
ser obtida para o comprimento de onda fornecido.
PASSO 3 Relação entre a Frequência e o Comprimento de Onda Ondas
B
2(EC)
eletromagnéticas como os raios X se propagam com a velocidade c de propagação da v (1)
luz no vácuo. De acordo com a Equação 16.1, essa velocidade está relacionada com a m
frequência f e o comprimento de onda l por c 5 fl. Explicitando a frequência
obtivemos EC hf (2)
c
f c
f
Todas as variáveis no lado direito dessa equação são conhecidas, logo a substituímos
na Equação 2 para energia cinética, como mostrado na coluna da direita.
c
2h
2(EC) 2(hf ) 2hc
v
B m B m R m B m
A velocidade de um elétron imediatamente antes de se chocar com o alvo metálico é
Um gráfico da intensidade dos raios X por unidade de comprimento de onda versus o com-
primento de onda é parecido com a Figura 30.19 e é formado por picos acentuados ou linhas
superpostas em um amplo espectro contínuo. Os picos acentuados são chamados de linhas ca-
racterísticas ou raios X característicos porque eles são característicos do material-alvo. O amplo
espectro contínuo é chamado de Bremsstrahlung (termo em alemão correspondente a “radiação
de frenagem”) e é emitido quando os elétrons desaceleram ou “freiam” ao atingirem o alvo.
Na Figura 30.19, as linhas características são marcadas como Ka e Kb porque elas envolvem
a camada n 5 1 ou camada K de um átomo de metal. Se um elétron com energia suficiente
colidir com o alvo, um dos elétrons da camada K pode ser arremessado para fora. Um elétron
em uma das camadas externas pode então cair na camada K, e um fóton de raios X é emitido
no processo. A linha Ka surge quando um elétron na camada n 5 2 cai na vaga que o elétron
que colidiu criou no nível n 5 1. Analogamente, a linha Kb surge quando um elétron no nível
n 5 3 cai para o nível n 5 1. O Exemplo 10 mostra que uma grande diferença de potencial é
necessária para operar um tubo de raios X para que os elétrons que se chocam com o alvo me-
tálico tenham energia suficiente para gerar os raios X característicos. O Exemplo 11 determi-
na uma estimativa para o comprimento de onda Ka da platina.
Essa resposta é próxima de um valor experimental de 1,9 3 10211 m.
■
Outro aspecto interessante do espectro de raios X na Figura 30.19 é o corte abrupto que
ocorre em um comprimento de onda l0 no lado de pequeno comprimento de onda do Brems
strahlung. Esse comprimento de onda de corte independe do material-alvo, mas depende da
energia dos elétrons incidentes. Um elétron incidente não consegue ceder nada a mais do que
sua energia cinética total ao ser desacelerado pelo alvo metálico em um tubo de raios X. Assim,
um fóton de raios X emitido pode ter, no máximo, uma energia igual à energia cinética EC do
elétron incidente e uma frequência dada pela Equação 29.2 como f 5 (EC)/h, em que h é a
constante de Planck. Mas a energia cinética adquirida por um elétron (módulo da carga 5 e)
ao ser acelerado a partir do repouso por uma diferença de potencial V é igual a e multiplicado
por V, de acordo com discussões anteriores na Seção 19.2; V é a diferença de potencial apli-
cada no tubo de raios X (veja a Figura 30.18). Assim, a frequência máxima dos fótons é f0 5
(eV)/h. Como f0 5 c/l0, uma frequência máxima corresponde a um comprimento de onda mí-
nimo, que é o comprimento de onda de corte l0:
(30.17)
O espectro da Figura 30.20, por exemplo, foi obtido usando uma diferença de potencial de
Desde sua descoberta, raios X vêm 45 000 V, que corresponde a um comprimento de onda de corte
sendo usados rotineiramente para
revelar objetos estranhos no corpo,
como essa navalha e lâminas
engolidas por um paciente com
demência. (© Mediscan/Visuals Os profissionais da área médica começaram a usar raios X para fins de diagnóstico quase
Unlimited) imediatamente após sua descoberta. Quando se obtém uma radiografia convencional, o paciente
é posicionado tipicamente em frente a uma chapa de filme fotográfico, e um único pulso de
radiação é dirigido para o filme após atravessar o paciente. Como a estrutura densa dos ossos
absorve os raios X muito mais do que os tecidos moles do corpo, a imagem semelhante a uma
sombra é registrada no filme. Embora imagens desse tipo sejam muito úteis, elas apresentam
uma limitação intrínseca. A imagem que aparece no filme é uma superposição de todas as
“sombras” que resultam quando a radiação atravessa uma camada do material do corpo do
paciente após outra. Interpretar qual parte de uma radiografia convencional corresponde a qual
camada do material do corpo é muito difícil.
A física da tomografia computadorizada (CAT). A técnica conhecida como tomografia compu
tadorizada (tomografia CAT ou CT) ampliou bastante a capacidade dos raios X de fornecer
imagens de locais específicos no interior do corpo. A sigla CAT vem das iniciais da expressão
em inglês “computerized axial tomography” ou “computer assisted tomography”, e a versão
mais curta vem das iniciais da expressão em inglês “computerized tomography”. Nessa técni-
ca, uma série de imagens de raios X são obtidas como indicado na Figura 30.20. Vários feixes
divergentes de raios X formam um conjunto de radiação e atravessam simultaneamente o cor-
po do paciente em diferentes ângulos. Cada um dos feixes é detectado no outro lado por um
detector, que registra a intensidade do feixe. As intensidades dos vários feixes detectados são
diferentes, dependendo da natureza do material do corpo que foi atravessado pelos feixes. A
característica da tomografia computadorizada que leva a aperfeiçoamentos drásticos em rela-
ção à técnica convencional é que a fonte de raios X pode ser girada para diferentes orientações,
de modo que o conjunto de feixes que se abrem possa ser enviado atravessando o corpo do
paciente a partir de várias direções. A Figura 30.20a destaca duas direções para fins de ilustra-
ção. Na verdade, são usadas muitas orientações diferentes, e a intensidade de cada feixe no
conjunto é registrada em função da orientação. O modo como a intensidade de um feixe varia
de uma orientação para outra é usado como um dado de entrada enviado para um computador.
O computador então constrói uma imagem de altíssima resolução da fatia em seção transversal
do material do corpo que foi atravessado pelo feixe de radiação. Na prática, a técnica de tomo-
grafia computadorizada torna possível obter uma imagem de raios X de uma “fatia” em seção
transversal que é perpendicular ao eixo maior do corpo. Na verdade, a palavra “axial” na ex-
pressão “tomografia axial computadorizada” se refere ao eixo longitudinal do corpo. A foto-
grafia de abertura do capítulo e a Figura 30.21 mostram tomografias computadorizadas tridi-
mensionais de partes da anatomia humana.
30.8 O Laser
A física do laser. O laser é uma das invenções mais úteis do século XX. Hoje, existem
muitos tipos de lasers, e a maior parte deles funciona de uma forma que depende diretamente
da estrutura da mecânica quântica do átomo.
Quando um elétron faz uma transição de um estado de maior energia para um estado de Figura 30.22 (a) A emissão
menor energia, um fóton é emitido. O processo de emissão pode ser de dois tipos, espontânea espontânea de um fóton ocorre
ou estimulada. Na emissão espontânea (veja a Figura 30.22a), o fóton é emitido espontanea- quando o elétron ( ) faz uma
mente, em uma direção aleatória, sem provocação externa. Na emissão estimulada (veja a transição não provocada de um
Figura 30.22b), um fóton incidente induz, ou estimula, o elétron a mudar de níveis de energia. nível de energia mais alto para um
Para produzir a emissão estimulada, no entanto, o fóton incidente deve ter uma energia que nível de energia mais baixo, com o
coincide exatamente com a diferença entre as energias dos dois níveis, ou seja, uma energia fóton partindo em uma direção
igual a Ei 2 Ef. A emissão estimulada é semelhante a um processo de ressonância, no qual o aleatória. (b) A emissão
fóton incidente “sacode” o elétron exatamente na frequência à qual ele é particularmente sen- estimulada de um fóton ocorre
quando um fóton incidente com a
sível e provoca a variação entre os níveis de energia. Essa frequência é dada pela Equação 30.4 energia correta induz um elétron a
como f 5 (Ei 2 Ef)/h. O funcionamento dos lasers depende da emissão estimulada. mudar de níveis de energia, com o
A emissão estimulada apresenta três características importantes. Em primeiro lugar, um fóton emitido viajando na mesma
fóton entra e dois fótons saem (veja a Figura 30.22b). Nesse sentido, o processo amplifica o direção e no mesmo sentido que o
número de fótons. Na verdade, essa é a origem da palavra “laser”, que é uma sigla para a ex- fóton incidente.
A Figura 30.25 mostra os níveis de energia relevantes para um laser de hélio/neônio. Por
coincidência, o hélio e o neônio têm estados de energia elevada metaestáveis praticamente idên-
ticos, situados respectivamente a 20,61 e 20,66 eV acima do estado fundamental. A descarga de
alta voltagem por meio da mistura gasosa excita elétrons nos átomos de hélio até o estado
de 20,61 eV. Depois, quando um átomo de hélio excitado colide de forma inelástica com um
átomo de neônio, a energia de 20,61 eV é entregue a um elétron no átomo de neônio, juntamen-
te com 0,05 eV de energia cinética dos átomos em movimento. Como resultado, o elétron no
átomo de neônio é elevado até o estado de 20,66 eV. Dessa forma, uma inversão de população
é mantida no neônio em relação a um nível de energia que está 18,70 eV acima do estado fun-
damental. Ao produzir o feixe laser, a emissão estimulada faz com que elétrons no neônio caiam
do nível de 20,66 eV para o nível de 18,70 eV. A variação de energia de 1,96 eV corresponde a
um comprimento de onda de 633 nm, que está na região do vermelho do espectro visível. Figura 30.25 Esses níveis de
O laser de hélio/neônio não é o único tipo de laser. Existem muitos diferentes tipos, in- energia estão envolvidos na
cluindo o laser de rubi, o laser de íon de argônio, o laser de dióxido de carbono, o laser de operação de um laser de
estado sólido de arsenito de gálio, bem como lasers de corantes químicos. Dependendo do hélio/neônio.
tipo e de se o laser opera continuamente ou em pulsos, a potência do feixe disponível varia de
miliwatts até megawatts. Como lasers fornecem radiação eletromagnética monocromática co-
erente que pode ser confinada até um feixe estreito intenso, eles são úteis em uma grande va-
riedade de situações. Hoje, lasers são usados para reproduzir música em aparelhos de CD,
para unir por soldas partes da carroceria de automóveis, para transmitir conversas telefônicas
e outras formas de comunicação a grandes distâncias, para estudar a estrutura molecular, e pa-
ra medir distâncias com grande acurácia.
A física de um altímetro a laser. A Figura 30.26 mostra um exemplo impressionante de como um
laser pode ser usado para medir distâncias com acurácia. A fotografia na figura é um mapa
tridimensional da topografia marciana que foi obtido pelo Altímetro Laser Orbitando Marte
(MOLA3) na espaçonave Explorador Global de Marte. O mapa foi construído a partir de 27
milhões de medições de altura, cada uma feita enviando pulsos de laser para a superfície de
Marte e medindo seus tempos de retorno. A grande bacia de impacto Hellas Planitia está na
parte inferior esquerda (azul-escuro) e tem 1800 km de largura. Na borda superior direita da
imagem está o Mons Elysium (vermelho, cercado por uma pequena faixa de amarelo), um
grande vulcão.
Muitos outros usos foram encontrados desde que o laser foi inventado em 1960, e na pró-
xima seção discutiremos alguns deles no campo da medicina.
3
Das iniciais do termo correspondente em inglês “Mars Orbiter Laser Altimeter”. (N.T.)
4
Das iniciais em inglês de photorefractive keratectomy. (N.T.)
zendo com que a imagem seja focada sobre a retina, onde ela deveria estar. Idealmente, a cór-
nea tem a forma de uma cúpula. Se essa cúpula for mais inclinada que o normal, os raios lu-
minosos estão focados antes de chegar à retina e isso resulta em o indivíduo sofrer de miopia.
Como mostrado na Figura 30.27a, a luz de um laser remove tecido do centro da córnea, acha-
tando a córnea, reduzindo assim sua curvatura e aumentando a distância focal efetiva do olho,
o que corrige o defeito. Por outro lado, se a forma da córnea for mais achatada que o normal,
os raios de luz chegam à retina antes de se encontrarem no foco que está atrás da retina, e o
paciente sofre de hipermetropia. Como ilustrado na Figura 30.27b, o centro da córnea está
agora protegido por uma máscara e o laser é usado para remover tecido periférico da córnea.
Isso faz com que aumente a curvatura da córnea, diminuindo assim a distância focal efetiva do
olho e permite que os raios sejam focados na retina, o que corrige o defeito.
Figura 30.27 (a) Para corrigir a A física da cirurgia de olhos LASIK. O procedimento cirúrgico conhecido como LASIK (sigla do
miopia usando o procedimento termo em inglês laser-assisted in situ keratomileusis5) usa uma lâmina acionada por um
PRK, um laser vaporiza o tecido motor conhecida como um microceratoma para soltar parcialmente uma aba fina (com cerca de
(linha tracejada) no centro da 0,2 mm de espessura) na parte da frente da córnea (veja a Figura 30.28). A aba é puxada para
córnea, achatando-a dessa forma.
trás e o feixe laser então remodela o tecido da córnea abaixo vaporizando células. Depois, a aba
(b) Para corrigir a hipermetropia,
um laser vaporiza o tecido na é recolocada no lugar, sem necessidade de suturar. A luz laser nas técnicas PRK e LASIK é
região periférica da córnea, pulsada e vem de um excimer laser ultravioleta que produz um comprimento de onda de 193
tornando assim seu contorno mais nm. A córnea absorve extremamente bem esse comprimento de onda, de modo que pulsos fracos
íngreme. podem ser usados, levando à remoção altamente precisa e controlável do tecido da córnea. Ti-
picamente, 0,1 a 0,5 μm de tecido é removido por cada pulso sem danificar camadas adjacentes.
A física da remoção de manchas vinho do porto. Outra aplicação do laser em medicina é no trata-
mento de malformações capilares congênitas conhecidas como manchas vinho do porto, que
afetam 0,3% dos recém-nascidos. Essas marcas de nascença são normalmente encontradas na
cabeça e no pescoço, como ilustrado na Figura 30.29a. O tratamento preferido hoje para as man-
chas vinho do porto usa um laser pulsado de corante. A Figura 30.29b mostra um exemplo de um
excelente resultado obtido após irradiação com luz laser. A luz é absorvida pela oxiemoglobina
existente nos capilares malformados, que são destruídos no processo sem danos para o tecido
normal adjacente. Com o tempo, os capilares destruídos são substituídos por vasos sanguíneos
normais, que faz com que a mancha vinho do porto vá ficando cada vez menos perceptível.
A física da terapia fotodinâmica para o câncer. No tratamento de câncer, o laser também está
sendo usado combinado com fármacos ativados pela luz na terapia fotodinâmica. O pro-
cedimento envolve a administração intravenosa do medicamento, de modo que o tumor possa
absorvê-lo a partir da corrente sanguínea, tendo então a vantagem de o fármaco estar localiza-
Figura 30.28 Para corrigir a do bem próximo às células cancerosas. Quando o medicamento é ativado pela luz laser, ocor-
miopia usando a técnica de re uma reação química que desintegra as células cancerosas e os pequenos vasos sanguíneos
LASIK, um laser vaporiza o
tecido (linha tracejada) sobre a
que as alimentam. Na Figura 30.30 um paciente com câncer do esôfago está sendo tratado. Um
córnea, achatando-a dessa forma. endoscópio que usa fibras óticas é inserido pela garganta do paciente para guiar a luz laser
vermelha até o local do tumor e ativar o medicamento. A terapia fotodinâmica funciona melhor
com pequenos tumores nos seus estágios iniciais.
5
Ceratomileusis in situ assistida por laser. (N.T.)
30.10 *Holografia
A física da holografia. Uma das aplicações mais conhecidas dos lasers
é a holografia, que é um processo para produzir imagens tridimensionais.
As informações usadas para produzir uma imagem holográfica são cap-
turadas em um filme fotográfico, que é conhecido como holograma. A
Figura 30.31 ilustra como é feito um holograma. A luz de um laser incide
em um espelho com a metade espelhada, ou separador de feixes, que re-
flete parte da luz e transmite parte da luz. No desenho, a parte refletida é
chamada de feixe do objeto porque ela ilumina o objeto (uma peça de xa-
drez). A parte transmitida é chamada de feixe de referência. O feixe do
objeto é refletido pela peça de xadrez em pontos como A e B e, junto com
o feixe de referência, incide sobre o filme. Uma das características mais
importantes da luz laser é que ela é coerente. Assim, a luz dos dois feixes
tem uma relação de fase estável, como a luz das duas fendas no experi-
mento de fenda dupla de Young (veja a Seção 27.2 no volume 2). Por
causa da relação de fase estável e pelo fato de os dois feixes percorrerem Figura 30.31 Um arranjo usado para produzir um
diferentes distâncias, se forma um padrão de interferência no filme. Esse holograma.
padrão é o holograma e, embora muito mais complexo, é análogo ao pa-
drão de franjas brilhantes e escuras que se forma no experimento de fenda
dupla de Young.
A Figura 30.32 mostra mais detalhadamente como surge um padrão de interferência holo-
gráfica. Esse desenho considera apenas o feixe de referência e a luz (comprimento de onda 5 l)
vinda do ponto A na peça de xadrez. Como sabemos da Seção 27.1, uma interferência cons-
trutiva entre as duas ondas luminosas leva a uma franja brilhante; ela ocorre quando as ondas,
ao chegarem no filme, percorrem distâncias que diferem por um número inteiro m de compri-
mentos de onda. No desenho, m é a distância entre o ponto A e o local no filme onde ocorre a
franja brilhante de ordem m, e 0 é a distância perpendicular que o feixe de referência percor-
reria do ponto A até a franja brilhante m 5 0. Além disso, rm é a distância ao longo do filme
que localiza a franja brilhante. Em termos dessas distâncias, sabemos que
A primeira equação indica que m 5 ml 1 0, que pode ser substituída na segunda equação.
O resultado pode ser rearranjado para mostrar que
Como 0 é tipicamente muito maior do que l (por exemplo, 0 1021 m e l 1026 m),
conclui-se que rm Em outras palavras, rm é aproximadamente proporcional a
Portanto, as franjas estão mais afastadas umas das outras perto da parte mais alta do
filme do que estão perto da parte de baixo. Por exemplo, para as franjas m 5 1 e m 5 2,
temos r2 – r1 ∝ – 5 0,41, enquanto para as franjas m 5 2 e m 5 3, temos r3 – r2 ∝
– 5 0,32 .
Além do padrão de franjas que acabamos de discutir, o padrão de interferência total no ho-
lograma inclui efeitos de interferência que estão relacionados com a luz proveniente do ponto
B e de outros locais no objeto da Figura 30.31. O padrão total é muito complicado. Contudo,
o padrão de franjas apenas para o ponto A é suficiente para ilustrar o fato de que um holograma
pode ser usado para produzir tanto uma imagem virtual quanto uma imagem real do objeto,
como veremos em seguida.
Para produzir as imagens holográficas, a luz laser é direcionada para atravessar o padrão
de referência no filme, como na Figura 30.33. O padrão pode ser pensado como um tipo de
rede de difração, com as franjas brilhantes análogas aos espaços entre as fendas da rede. A
Seção 27.7 discute como a luz atravessando uma rede de difração é repartida em franjas bri-
lhantes de ordem superior que estão localizadas simetricamente em cada lado de uma franja
brilhante central. A Figura 30.33 mostra os três raios que correspondem à franja central e às
franjas brilhantes de primeira ordem, quando elas se originam de um ponto próximo ao ponto
mais alto e de um ponto próximo ao ponto mais baixo do filme. O ângulo u, que localiza as
franjas de primeira ordem em relação à franja central, é dado pela Equação 27.7 (com m 5 1)
como sen u 5 l/d, em que d é a separação entre as fendas da rede de difração. Quando a se-
paração entre as fendas é maior, como ocorre próximo ao ponto mais alto do filme, o ângulo
é menor. Quando a separação entre as fendas é menor, como ocorre próximo ao ponto mais
baixo do filme, o ângulo é maior. Assim, a Figura 30.33 foi desenhada com uDO ALTO menor do
uDE BAIXO. Dos três raios que emergem do filme do alto e dos três de baixo, usamos o raio mais
de cima em cada caso para localizar a imagem real do ponto A da peça de xadrez. A imagem
real está localizada onde esses dois raios se interceptam, quando estendidos para a direita. Pa-
ra localizarmos a imagem virtual, usamos o raio inferior em cada um dos conjuntos de três
raios no alto e embaixo do filme. Quando projetados para a esquerda, esses raios parecem se
originar do ponto onde as projeções se interceptam, ou seja, da imagem virtual.
Uma imagem holográfica é muito diferente de uma imagem fotográfica. A diferença mais
óbvia está no fato de que um holograma produz uma imagem tridimensional, enquanto as foto-
grafias são bidimensionais. A natureza tridimensional da imagem holográfica é inerente ao padrão
de interferência que se forma sobre o filme. Na Figura 30.31, parte desse padrão surge porque a
luz emitida pelo ponto A percorre distâncias ao alcançar diferentes pontos sobre o filme que são
diferentes da distância percorrida pela luz no feixe de referência. O mesmo pode ser dito a res-
peito da luz emitida do ponto B, bem como de outros pontos do objeto. Consequentemente, o
padrão de interferência total contém informações a respeito da distância entre os vários pontos
do objeto e do filme, e por causa dessas informações as imagens holográficas são tridimensionais.
Além disso, como ilustrado na Figura 30.34, é possível “andar em volta” de uma imagem holo-
gráfica e observá-la de vários ângulos, como seria possível se ela fosse o objeto original.
Existe uma enorme diferença entre os métodos usados para produzir hologramas e fotografias.
Como discutido na Seção 26.7 do volume 2, uma máquina fotográfica usa uma lente convergente
para produzir uma fotografia. A lente foca os raios de luz originários de um ponto no objeto em
um ponto correspondente no filme. Para produzir um holograma, as lentes não são usadas dessa
forma, e um ponto no objeto não corresponde a um único ponto sobre o filme. Na Figura 30.32, a
luz do ponto A diverge no seu caminho até o filme e não existe nenhuma lente para fazê-la conver-
gir para um único ponto correspondente. A luz incide sobre toda a região exposta do filme e con-
tribui em todos os lugares para o padrão de interferência que é formado. Assim, um holograma
pode ser recortado em pedaços menores, e cada pedaço conterá algumas informações a respeito da
luz que se origina do ponto A. Por essa razão, cada pedaço menor de um holograma pode ser usa-
do para produzir uma imagem tridimensional do objeto. Em contraste, não é possível reconstruir
toda a imagem em uma fotografia inteira a partir de apenas um pequeno pedaço do filme original.
Figura 30.34 Um holograma de uma espaçonave galeão se aproximando da Terra. Na figura são
mostradas duas vistas do mesmo holograma: (a) olhando para o holograma perpendicularmente e (b)
olhando para o holograma de um ponto localizado à direita da perpendicular. (© Holographics North,
Inc. and Sprint. Reproduzido com permissão da Sprint Corporation)
Os hologramas discutidos aqui são vistos tipicamente com a ajuda da luz laser usada para
produzi-los. Existem também outros tipos de hologramas. Cartões de crédito, por exemplo,
usam hologramas para fins de identificação. Esse tipo de holograma é conhecido como holo-
grama arco-íris e é projetado para ser visto na luz branca que reflete nele. Outras aplicações
da holografia incluem telas HUD6 para painéis de instrumentos em aviões de caça de alto de-
sempenho, scanners a laser nos leitores de códigos de barra em caixas de lojas, sistemas de
armazenamento e recuperação de dados computadorizados, bem como métodos para medições
biomédicas de alta precisão.
6
Sigla formada a partir das iniciais em inglês de “head up displays”, dispositivos que projetam a imagem sobre o para-
brisas de modo que o piloto consiga ler sem ter que abaixar sua cabeça. (N.T.)
Quando um átomo absorve um fóton, o número quântico final nf do átomo é maior ou menor do que
o número quântico inicial ni?
Resposta Quando um átomo absorve um fóton, o átomo ganha a energia do fóton, logo a ener-
gia final do átomo é maior do que a sua energia inicial. Maiores energias correspondem a núme-
ros quânticos maiores, logo o número quântico final é maior do que o número quântico inicial.
Qual a relação entre o comprimento de onda de um fóton e a sua energia?
Resposta A energia E de um fóton é dada pela Equação 29.2 como E 5 hf, em que h é a cons-
tante de Planck e f é a frequência do fóton. Mas a frequência e o comprimento de onda l estão
relacionados por f 5 c/l, de acordo com a Equação 16.1, onde c é a velocidade de propagação
da luz. Combinando essas relações obtemos E 5 hc/l, ou l 5 hc/E. Assim, vemos que o com-
primento de onda é inversamente proporcional à energia.
Solução (a) Quando um fóton é emitido com o menor comprimento de onda possível, ele tem a maior
energia possível, já que o comprimento de onda é inversamente proporcional à energia. A maior ener-
gia possível surge quando o elétron salta do estado inicial (ni 5 4) para o estado de repouso ou es-
tado fundamental (nf 5 1), como mostrado pela transição A na Figura 30.35. Portanto, o número
quântico do estado final é nf 5 1 . A energia E do fóton é a diferença entre as energias dos dois
estados, logo E 5 E4 – E1. A energia do enésimo estado é dada pela Equação 30.13 como En 5
–(13,6 eV) Z2/n2, logo a energia do fóton é
(b) Quando um fóton é emitido com o maior comprimento de onda possível, ele tem a menor ener-
Figura 30.35 Um fóton é gia possível. A menor energia possível surge quando um elétron salta do estado inicial (ni 5 4) pa-
emitido quando um elétron no ra o próximo estado mais baixo (nf 5 3), como mostrado pela transição B na Figura 30.35. Portanto,
estado n 5 4 pula para o estado o número quântico do estado final é nf 5 3 . A energia E do fóton é a diferença entre as energias
n 5 1 ou para n 5 3. Um elétron dos dois estados, logo E 5 E4 – E3:
faz uma transição do estado n 5 4
para o estado n 5 5 quando um
fóton com a quantidade apropriada
de energia é absorvido.
(c) Quando um fóton é absorvido pelo átomo de hidrogênio, o elétron salta para um estado de ener-
gia mais alto. O fóton tem o maior comprimento de onda possível quando sua energia é a menor. A
menor variação de energia possível no átomo de hidrogênio surge quando o elétron salta do estado
inicial (ni 5 4) para o próximo estado mais alto (nf 5 5), como mostrado pela transição C na Figura
30.35. Portanto, o número quântico do estado final é nf 5 5 . A energia E do fóton é a diferença
entre as energias dos dois estados, logo E 5 E5 – E4:
■
O próximo exemplo revê a física de como um raio X Ka é produzido, como sua energia es-
tá relacionada com as energias de ionização do átomo-alvo, e como determinar a voltagem
mínima necessária para produzi-la em um tubo de raios X.
tron e V é a diferença de potencial ou voltagem no tubo. Para fazer com que o alvo emita um
fóton de raios X Ka, o elétron incidente deve ter energia suficiente para criar uma vaga na ca-
mada K. A vaga é criada porque o elétron incidente fornece a energia para mover um elétron
da camada K para um nível de energia mais elevado ou para removê-lo inteiramente do átomo.
No caso em questão, com a vaga na camada L, o elétron incidente consegue criar a vaga na
camada K se ele tiver a energia necessária para elevar um elétron da camada K para a camada
L, sendo a energia necessária igual a E2 – E1 (veja a Figura 30.36). Essa é então a energia mí-
nima que o elétron incidente deve ter. Por conseguinte, a voltagem mínima no tubo deve ser
eVmín 5 E2 – E1 ou Vmín 5 (E2 – E1)/e.
Qual o significado das expressões “energia de ionização da camada K” e “energia de ionização da
camada L”?
Resposta A energia de ionização da camada K é a energia necessária para remover um elétron na
camada K (ni 5 1) completamente do átomo (veja a transição B na Figura 30.36). Supõe-se que o
elétron removido não possui energia cinética e está infinitamente afastado (nf 5 ∞), de modo que
ele não possua energia potencial elétrica. Assim, a energia total do elétron removido é igual a zero.
Analogamente, a energia de ionização da camada L é a energia necessária para remover um elétron
da camada L (ni 5 2) completamente do átomo (veja a transição C na Figura 30.36).
O que representa a diferença entre as energias de ionização das camadas K e L? Figura 30.36 Um fóton de raios
Resposta Como sugerido pelas transições B e C na Figura 30.36, a diferença entre as duas X Ka é emitido quando um elétron
salta do estado n 5 2 para o estado
energias de ionização é igual à diferença entre a energia total E2 da camada L e a energia total
n 5 1 (transição A). A energia de
E1 da camada K. ionização da camada K é a energia
necessária para elevar um elétron
Solução (a) A voltagem mínima no tubo de raios X é Vmín. 5 (E2 – E1)/e. Mas a diferença E2 – E1 do estado n 5 1 para o estado n 5
em energias entre os estados n 5 2 e n 5 1 é igual à diferença nas energias entre as energias de io- ∞, em que ele tem energia total
nização das camadas K e L, ou 8979 eV – 951 eV 5 8028 eV. Assim, a voltagem mínima é igual a zero (transição B).
1.602
, 10 19
J Analogamente, a energia de
(8028 eV) ionização da camada L é a energia
E2 E1 1 eV necessária para a transição de n 5
Vmín 8028 V
e 1.602
, 10 19
C 2 para n 5 ∞ (transição C). Por
uma questão de clareza, os níveis
(b) O comprimento de onda do fóton Ka é l 5 c/f (Equação 16.1), em que f é a sua frequência. A de energia estão fora de escala.
frequência está relacionada com a energia E2 – E1 do fóton pela Equação 29.2, f 5 (E2 – E1)/h, em
que h é a constante de Planck. Combinando essas relações obtivemos
c c hc
f (E 2 E 1)/h E2 E1
34
(6.626
, 10 J s)(2.998
, 10 8 m/s) 10
,
1.545 10 m
19
,
1.602 10 J
(8028 eV)
1 eV
■
30.7 Raios X Raios X são ondas eletromagnéticas emitidas quando elétrons de alta
energia atingem um alvo metálico contido dentro de um tubo de vidro no vácuo. O es-
pectro de comprimentos de ondas de raios X emitido é formado por “picos” ou “linhas”,
conhecidos como raios X característicos, superpostos sobre uma ampla faixa contínua
de comprimentos de onda conhecidos como Bremsstrahlung. O raio X característico Ka
é emitido quando um elétron no nível n 5 2 (camada L) cai em uma vaga no nível n 5
1 (camada K). Analogamente, o raio X característico Kb é emitido quando um elétron no
nível n 5 3 (camada M) cai em uma vaga no nível n 5 1 (camada K). O comprimento
de onda mínimo, ou comprimento de onda de corte l0, do Bremsstrahlung é determina-
do pela energia cinética dos elétrons que colidem com o alvo no tubo de raios X, de
acordo com a Equação 30.17, em que h é a constante de Planck, c é a velocidade de pro- (30.17)
pagação da luz no vácuo, e é o módulo da carga em um elétron, e V é a diferença de po-
tencial aplicada no tubo de raios X.
mais baixo. O fóton emitido viaja na mesma direção e no mesmo sentido que o fóton
causando a estimulação. Por causa desse mecanismo de produção de fótons, as ondas
eletromagnéticas geradas por um laser são coerentes e podem ser confinadas a um feixe
muito estreito. A emissão estimulada contrasta com o processo conhecido como emissão
espontânea, na qual um elétron em um átomo também cai de um nível mais alto para um
nível mais baixo de energia, mas faz isso espontaneamente, em uma direção randômica,
sem nenhuma provocação externa.
Problemas
Os problemas que não estão marcados com um asterisco são considerados os mais fáceis de serem resolvidos. Problemas marcados com um único asterisco (*)
são mais difíceis, enquanto aqueles que receberam dois asteriscos (**) são os mais difíceis.
Observação: Ao trabalhar nestes problemas, ignore efeitos relativísticos.
Seção 30.1 O Espalhamento de Rutherford e o Átomo determine o quociente entre a energia de ionização para o estado ex-
Nuclear citado n 5 4 e a energia de ionização para o estado fundamental.
1. O núcleo do átomo de hidrogênio tem um raio de cerca de 1 3 13. Um átomo de hidrogênio está no estado fundamental. Ele absorve
10215 m. O elétron está normalmente a uma distância de cerca de 5,3 3 energia e faz uma transição para o estado excitado n 5 3. O átomo
10211 m do núcleo. Supondo que o átomo de hidrogênio é uma esfera volta ao estado fundamental emitindo dois fótons. Quais os seus com-
com um raio de 5,3 3 10211 m, ache (a) o volume do átomo, (b) o primentos de onda?
volume do núcleo (c) o percentual do volume do átomo que é ocu- 14. No átomo de hidrogênio, qual a energia total (em elétrons-volts)
pado pelo núcleo. de um elétron que está em uma órbita que tem um raio de 4,761 3
2. O núcleo de um átomo de hidrogênio é um único próton, que tem 10210 m?
um raio de cerca de 1,0 3 10215 m. O único elétron em um átomo de 15. Considere a expressão da energia de Bohr (Equação 30.13) de mo-
hidrogênio normalmente orbita o núcleo a uma distância de 5,3 3 do que ela se aplique ao hélio simplesmente ionizado He1 (Z 5 2) e
10211 m. Qual o quociente entre a massa específica do núcleo do hi- ao lítio duplamente ionizado Li21 (Z 5 3). Essa expressão prevê ener-
drogênio e a massa específica do átomo de hidrogênio completo? gias do elétron iguais para essas duas espécies para certos valores do
3. Reveja o Exemplo Conceitual 1 e use as informações ali contidas número quântico n (o número quântico é diferente para cada espécie).
como uma ajuda para resolver este problema. Suponha que você este- Para números quânticos menores ou iguais a 9, quais as três energias
ja construindo um modelo ampliado do átomo de hidrogênio, e o núcleo mais baixas (em elétrons-volts) para as quais o nível de energia do hé-
seja representado por uma bola que tem um raio de 3,2 cm (um pouco lio é igual ao nível de energia do lítio?
menor que uma bola de beisebol). A quantas milhas (1 mi 5 1,61 3 *16. Um átomo de sódio (Z 5 11) contém 11 prótons no seu núcleo.
105 cm) deveria ser colocado o elétron? Estritamente falando, o modelo de Bohr não se aplica, porque o átomo
4. Em um experimento de espalhamento de Rutherford, um núcleo neutro contém 11 elétrons em vez de um único elétron. Entretanto,
alvo tem um diâmetro igual a 1,4 3 10214 m. A partícula a incidente podemos aplicar o modelo ao elétron mais externo como uma aproxi-
tem uma massa de 6,64 3 10227 kg. Qual a energia cinética de uma mação, desde que usemos um valor efetivo de Zefetivo no lugar de 11
partícula a que tem um comprimento de onda de De Broglie igual ao para o número de prótons no núcleo. (a) A energia de ionização pa-
diâmetro do núcleo-alvo? Ignore efeitos relativísticos. ra o elétron mais externo em um átomo de sódio é igual a 5,1 eV. Use
o modelo de Bohr com Z 5 Zefetivo para calcular um valor para Zefetivo.
*5. Existem Z prótons no núcleo de um átomo, em que Z é o número
(b) Usando Z 5 11 e Z 5 Zefetivo, determine os dois valores correspon-
atômico do elemento. Uma partícula a transporta uma carga de 12e.
dentes para o raio da órbita de Bohr mais externa.
Em um experimento de espalhamento, uma partícula a, se dirigindo
diretamente para um núcleo em uma lâmina de metal, chegará ao re- *17. Um comprimento de onda de 410,2 nm é emitido pelos átomos
pouso quando toda a energia cinética da partícula for convertida para de hidrogênio em um tubo de descarga de alta voltagem. Quais os va-
energia potencial elétrica. Em tal situação, quão perto uma partícula a lores inicial e final do número quântico n para a transição do nível de
com uma energia cinética de 5,0 3 10213 J consegue chegar de um nú- energia que produz esse comprimento de onda?
cleo de ouro (Z 5 79)? *18. Um átomo de hidrogênio emite um fóton que tem uma quantida-
*6. O núcleo de um átomo de cobre contém 29 prótons e tem um raio de de movimento com um módulo igual a 5,452 3 10227 kg ∙ m/s. Es-
igual a 4,8 3 10215 m. Qual o trabalho realizado (em elétrons-volts) se fóton é emitido porque o elétron no átomo cai de um nível de ener-
pela força elétrica quando um próton é trazido do infinito, onde ele gia mais elevado para o nível n 5 1. Qual o número quântico do nível
está em repouso, até a “superfície” de um núcleo de cobre? de onde o elétron cai? Use um valor de 6,626 3 10234 J ∙ s para a cons-
tante de Planck.
Seção 30.2 Espectros de Linhas, *19. Para o átomo de hidrogênio, a série de linhas de Paschen ocorre
Seção 30.3 O Modelo de Bohr do Átomo de Hidrogênio quando nf 5 3, enquanto a série de Brackett ocorre quando nf 5 4 na
7. Para um átomo de lítio duplamente ionizado Li21 (Z 5 3), qual o Equação 30.14. Usando essa equação, mostre que os intervalos dos
número quântico principal do estado em que o elétron tem a mesma comprimentos de onda nessas duas séries se sobrepõem.
energia total que o elétron do estado de repouso (ou estado fundamen- *20. O lítio duplamente ionizado Li21 (Z 5 3) e o berílio triplamente
tal) tem no átomo de hidrogênio? ionizado Be31 (Z 5 4) emitem, cada um, um espectro de linhas. Para
8. Um átomo de hélio simplesmente ionizado (He1) tem apenas um certa série de linhas no espectro do lítio, o menor comprimento de on-
elétron na órbita em torno do núcleo. Qual o raio do íon quando ele da é igual a 40,5 nm. Para a mesma série de linhas no espectro do be-
está no segundo estado excitado? rílio, qual o menor comprimento de onda?
9. Usando o modelo de Bohr, determine o quociente entre a energia **21. (a) Deduza uma expressão para a velocidade do elétron na ené-
da enésima órbita de um átomo de berílio ionizado triplamente (Be31, sima órbita de Bohr, em termos de Z, n, e das constantes k, e e h. Para
Z 5 4) e a energia da enésima órbita de um átomo de hidrogênio (H). o átomo de hidrogênio, determine a velocidade (b) na órbita n 5 1
e (c) na órbita n 5 2. (d) Em geral, quando as velocidades são me-
10. O elétron em um átomo de hidrogênio está no primeiro estado ex- nores do que um décimo da velocidade de propagação da luz, os efei-
citado, quando o elétron adquire uma energia adicional de 2,86 eV. tos da relatividade especial podem ser ignorados. As velocidades de-
Qual o número quântico n do estado para o qual o elétron se move? terminadas em (b) e (c) estão consistentes com ignorar efeitos relati-
11. Determine a energia (em joules) do fóton que é emitido quando o vísticos no modelo de Bohr?
elétron em um átomo de hidrogênio sofre uma transição do nível de **22. No modelo de Bohr do hidrogênio, o elétron se move em uma
energia n 5 7 para produzir uma linha na série de Paschen. órbita circular ao redor do núcleo. Determine a velocidade angular do
12. (a) Qual a energia de ionização de um átomo de hidrogênio que elétron, em revoluções por segundo, quando ele está (a) no estado
está no estado excitado n 5 4? (b) Para um átomo de hidrogênio, fundamental e (b) no primeiro estado excitado.
Seção 30.5 A Imagem da Mecânica Quântica do Átomo entanto, existe uma regra que restringe os valores iniciais e finais do
de Hidrogênio número quântico orbital . Essa regra é chamada de regra de seleção
23. Um átomo de hidrogênio está no seu segundo estado excitado. De- e afirma que D 5 61. Em outras palavras, quando um elétron faz uma
termine, de acordo com a mecânica quântica, (a) a energia total (em transição entre níveis de energia, o valor de só pode aumentar ou
eV) do átomo, (b) o módulo da quantidade de movimento angular diminuir de um. O valor de não pode permanecer o mesmo nem po-
máxima que o elétron pode ter nesse estado, e (c) o valor máximo de aumentar nem diminuir por mais de um. De acordo com essa regra,
que a componente z da quantidade de movimento angular, Lz, pode ter. quais das seguintes transições de níveis de energia são permitidas?
(a) 2s → 1s (b) 2p → 1s (c) 4p → 2p (d) 4s → 2p (e) 3d → 3s
24. A tabela lista os números quânticos para cinco estados do átomo
de hidrogênio. Quais deles não são possíveis? Para aqueles que não *36. No estado fundamental, a camada mais externa (n 5 1) do hélio
são possíveis, explique por quê. (He) está preenchida com elétrons, como também está a camada mais
externa (n 5 2) do neônio (Ne). As camadas mais externas cheias des-
ses dois elementos os distinguem como os dois primeiros chamados
n m “gases nobres”. Suponha que o número quântico de spin ms tivesse três
valores possíveis, em vez de dois. Se esse fosse o caso, quais elemen-
(a) 3 3 0 tos seriam (a) o primeiro e (b) o segundo gás nobre? Suponha que
(b) 2 1 21 os valores possíveis para os outros três números quânticos permanecem
inalterados, e que o princípio de exclusão de Pauli ainda se aplica.
(c) 4 2 3
(d) 5 23 2 Seção 30.7 Raios X
(e) 4 0 0 37. Usando o modelo de Bohr, decida qual elemento provavelmente
emite um raio X Ka com um comprimento de onda de 4,5 3 1029 m.
38. Qual a diferença de potencial mínima que deve ser aplicada a um
25. O número quântico orbital para o elétron em um átomo de hidro- tubo de raios X para extrair um elétron da camada K de um átomo
gênio é 5 5. Qual o menor valor possível (o mais negativo) para a em um alvo de cobre (Z 5 29)? Use o modelo de Bohr conforme seja
energia total desse elétron? Forneça a sua resposta em elétrons-volts. necessário.
26. Sabe-se que os valores possíveis para o número quântico magné- 39. Um tubo de raios X está sendo operado com uma diferença de po-
tico m são 24, 23, 22, 21, 0, 11, 12, 13 e 14. Determine o nú- tencial de 52,0 kV. Qual o comprimento de onda de Bremsstrahlung
mero quântico orbital e o menor valor possível do número quântico que corresponde a 35,0% da energia cinética com a qual um elétron
principal n. colide com o alvo de metal no tubo?
27. O valor máximo para o número quântico magnético no estado A é 40. No espectro de raios X do nióbio (Z 5 41), um pico Ka é observa-
m 5 2, enquanto no estado B ele é m 5 1. Qual o quociente LA/ LB do em um comprimento de onda de 7,462 3 10211 m. (a) Determine o
entre os módulos das quantidades de movimento angulares orbitais de módulo da diferença entre o comprimento de onda observado do raio
um elétron nesses dois estados? X Ka para o nióbio e aquele previsto pelo modelo de Bohr. (b) Expres-
*28. O elétron em certo átomo de hidrogênio tem uma quantidade de se o módulo dessa diferença como um percentual do comprimento de
movimento angular igual a 8,948 3 10234 J ∙ s. Qual o maior módulo onda observado.
possível para a componente z da quantidade de movimento angular 41. Quando certo elemento é bombardeado com elétrons de alta ener-
desse elétron? Para ter uma boa acurácia, use h 5 6,626 3 10234 J ∙ s gia, raios X Ka que têm uma energia de 9890 eV são emitidos. Deter-
*29. Para um elétron em um átomo de hidrogênio, a componente z mine o número atômico Z do elemento, e identifique o elemento. Use
da quantidade de movimento angular tem um valor máximo de Lz 5 o modelo de Bohr quando for necessário.
4,22 3 10234 J ∙ s. Ache os três menores valores possíveis (os mais *42. O modelo de Bohr, embora não seja estritamente aplicável, pode
negativos) para a energia total (em elétrons-volts) que esse átomo ser usado para estimar a energia mínima Emín que um elétron incidente
poderia ter. deve ter em um tubo de raios X a fim de arrancar completamente um
**30. Um elétron está no estado n 5 5. Qual o menor valor possível elétron da camada K de um átomo no alvo metálico. O comprimento
para o ângulo entre a componente z da quantidade de movimento an- de onda do raio X Ka do metal A é 2,0 vezes o comprimento de onda
gular orbital e a quantidade de movimento angular orbital? de raio X Ka do metal B. Qual o quociente entre Emín, A para o metal A
e Emín, B para o metal B?
Seção 30.6 O Princípio de Exclusão de Pauli e a Tabela
*43. Um tubo de raios X contém um alvo de prata (Z 5 47). A alta
Periódica dos Elementos
voltagem nesse tubo é aumentada a partir de zero. Usando o modelo
31. Dois dos três elétrons em um átomo de lítio têm números quânticos de Bohr, ache o valor da voltagem na qual o raio X Ka passa a aparecer
de n 5 1, 5 0, m 5 0, ms 5 e n 5 1, 5 0, m 5 0, ms 5 no espectro dos raios X.
Quais números quânticos o terceiro elétron pode ter se o átomo esti- *44. O Exemplo 9 de Múltiplos Conceitos revê os conceitos que são
ver (a) no seu estado fundamental e (b) no seu estado excitado? importantes para a solução desse problema. Um elétron, viajando a
32. Seguindo o estilo usado na Tabela 30.3, determine a configuração uma velocidade de 6,00 3 107 m/s, colide com o alvo de um tubo de
eletrônica do estado fundamental para o ítrio Y (Z 5 39). Consulte a raios X. Com o impacto, o elétron desacelera para um quarto da sua
Figura 30.16 para ver a ordem em que as subcamadas enchem. velocidade original, com um fóton de raios X sendo emitido durante o
33. A Figura 30.16 foi construída usando o princípio de exclusão de processo. Qual o comprimento de onda do fóton?
Pauli e indica que a camada n 5 1 mantém dois elétrons, a camada n 5
2 mantém oito elétrons, e a camada n 5 3 mantém 18 elétrons. Esses 30.8 O Laser
números podem ser obtidos somando-se os números fornecidos na fi- 45. Um laser é usado em uma cirurgia de olhos para soldar de
gura para as subcamadas contidas em uma dada camada. Quantos elé- volta uma parte da retina que havia sido retirada. O compri-
trons podem ser colocados na camada n 5 5, que é a única mostrada mento de onda do feixe laser é igual a 514 nm, e a potência é igual a
parcialmente na figura? 1,5 W. Durante a cirurgia, o feixe laser é ligado por 0,050 s. Durante
34. Quais das seguintes configurações de subcamadas não são permi- esse tempo, quantos fótons são emitidos pelo laser?
tidas? Para aquelas que não são permitidas, forneça a razão por 46. O excimer laser ultravioleta usado na técnica PRK (veja a
quê. (a) 3s1 (b) 2d2 (c) 3s4 (d) 4p8 (e) 5f12 Seção 30.9) tem um comprimento de onda de 193 nm. Um
35. Quando um elétron faz uma transição entre níveis de energia de laser de dióxido de carbono produz um comprimento de onda de 1,06 3
um átomo, não há restrições sobre os valores iniciais e finais do nú- 1025 m. Qual o número mínimo de fótons que o laser de dióxido de
mero quântico principal n. De acordo com a mecânica quântica, no carbono deve produzir para entregar a um alvo pelo menos tanta ener-
gia ou mais que a quantidade de energia entregue por um único fóton 49. Uma iridotomia periférica a laser é um procedimento cirúrgi-
do excimer laser? co para tratar uma condição do olho conhecida como glaucoma
47. Um laser pulsado emite luz em uma série de pulsos curtos, cada de ângulo estreito, na qual o acúmulo de pressão no olho pode levar à
um tendo uma duração de 25,0 ms. A potência média de cada pulso é perda da visão. Um YAG laser neodymium (comprimento de onda 5
de 5,00 mW e o comprimento de onda da luz é igual a 633 nm. Ache 1064 nm) é usado no procedimento para fazer uma perfuração minús-
o número de fótons em cada pulso. cula na periferia da íris, aliviando assim o acúmulo de pressão. Em
uma aplicação, o laser entrega 4,1 3 1023 J de energia à íris ao criar a
48. O desenho mostra três níveis de E2
perfuração. Quantos fótons são entregues pelo laser?
energia de um laser que estão envolvi-
¸ *50. A fusão é o processo pelo qual o Sol produz energia. Uma técni-
dos na sua ação. Esses níveis são análo-
gos aos níveis nos átomos de Ne de um Ô ca experimental para criar fusão controlada utiliza um laser de estado
˝
E
laser He-Ne. O nível E2 é um nível me-
0,289 eV ¸ 1 sólido que emite um comprimento de onda de 1060 nm e consegue
Ô
taestável, e o nível E0 é o nível funda- Ô 0,165 eV ˝ produzir uma potência de 1,0 3 1014 W para uma duração de pulso de
mental. A diferença entre os níveis de
energia do laser é mostrada no desenho.
˛ Ô
˛ E
0
1,1 3 10211 s. Em contraste, o laser de hélio/neônio usado em um
scanner de código de barras em um caixa de uma loja emite um com-
(a) Qual a energia (em eV por elétron) primento de onda de 633 nm e produz uma potência de cerca de 1,0 3
que uma fonte externa deve fornecer para dar partida na ação do laser? 1023 W. Quanto tempo (em dias) o laser de hélio/neônio teria que ope-
(b) Qual o comprimento de onda da luz laser? (c) Em qual região do rar para produzir o mesmo número de fótons que o laser de estado
espectro eletromagnético (veja a Figura 24.9) está situada a luz laser? sólido produz em 1,1 3 10211 s?
Problemas Adicionais
51. Consultando a Figura 30.16 para a ordem na qual as subcamadas são é produzida quando o elétron faz uma transição de níveis de energia
preenchidas e seguindo o estilo usado na Tabela 30.3, determine a con- mais elevados para o nível nf 5 4. Algumas das linhas nessa série estão
figuração eletrônica do estado fundamental para o cádmio Cd (Z 5 48). situadas na região visível do espectro (380–750 nm). Quais os valores
52. (a) Qual a energia mínima (em elétrons-volts) necessária para re- de ni para os níveis de energia a partir dos quais o elétron faz as tran-
mover o elétron do estado fundamental de um átomo de hélio simples- sições correspondentes a essas linhas?
mente ionizado (He1, Z 5 2)? (b) Qual a energia de ionização para *60. Considere uma partícula de massa m que pode existir apenas entre
o He1? x 5 0 m e x 5 1L sobre o eixo x. Poderíamos dizer que essa partícula
53. Escreva os 14 conjuntos dos quatro números quânticos que corres- está confinada a uma “caixa” de comprimento L. Nessa situação, ima-
pondem aos elétrons em uma subcamada 4f totalmente preenchida. gine as ondas de partícula estacionárias de De Broglie que cabem dentro
da caixa. Por exemplo, o desenho mostra as três primeiras possibilidades.
54. O molibdênio tem um número atômico Z 5 42. Usando o modelo Observe que nessa figura existem um, dois ou três meio-comprimentos
de Bohr, estime o comprimento de onda do raio X Ka. de onda que cabem na distância L. Use a Equação 29.8 para o compri-
55. No espectro de linhas do átomo de hidrogênio, também existe um mento de onda de De Broglie de uma partícula e deduza uma expressão
grupo de linhas conhecido como a série de Pfund. Essas linhas são para as energias permitidas (apenas energia cinética) que a partícula
produzidas quando elétrons, excitados até altos níveis de energia, fa- pode ter. Essa expressão envolve m, L, a constante de Planck, bem como
zem transições para o nível n 5 5. Determine (a) o maior compri- um número quântico n que pode ter apenas os valores 1, 2, 3, …
mento de onda e (b) o menor comprimento de onda nessa série.
(c) Consulte a Figura 24.9 e identifique a região do espectro eletro-
magnético na qual se encontram essas linhas.
56. A voltagem entre os eletrodos de um tubo de raio X é igual a
35,0 kV. Suponha que o alvo de molibdênio (Z 5 42) no tubo de raio
X seja substituído por um alvo de prata (Z 5 47). Determine (a) o
comprimento de onda de corte do tubo e (b) os comprimentos de
onda dos fótons de raio X Ka emitidos pelos alvos de molibdênio e
de prata.
*57. Reveja o Exemplo Conceitual 6 como base para a solução deste
problema. Para o átomo de hidrogênio, tanto o modelo de Bohr quan-
to a mecânica quântica fornecem o mesmo valor para a energia do
enésimo estado. No entanto, eles não fornecem o mesmo valor para a
quantidade de movimento angular orbital L. (a) Para n 5 1, determi-
ne os valores de L [em unidades de h/(2p)] previstos pelo modelo de
Bohr e pela mecânica quântica. (b) Repita o item (a) para n 5 3,
observando que a mecânica quântica permite mais de um valor de
quando o elétron está no estado n 5 3. **61. Certa espécie de átomos ionizados produz um espectro de linhas
de emissão de acordo com o modelo de Bohr, mas o número de prótons
*58. A energia da órbita de Bohr n 5 2 é igual a 230,6 eV para um Z no núcleo é desconhecido. Um grupo de linhas no espectro forma
átomo ionizado não identificado no qual apenas um elétron se move uma série na qual o menor comprimento de onda é igual a 22,79 nm
em torno do núcleo. Qual o raio da órbita n 5 5 para essa espécie? e o maior comprimento de onda é igual a 41,02 nm. Ache o compri-
*59. O modelo de Bohr pode ser aplicado ao hélio simplesmente ioni- mento de onda mais próximo do maior comprimento de onda na série
zado He1 (Z 5 2). Usando esse modelo, considere a série de linhas que de linhas.
31
Esse dinossauro com chifres
(Chasmosaurus belli) viveu há
76 milhões de anos na América
do Norte durante o período
Cretáceo. Um adulto plena-
mente desenvolvido tinha um
comprimento da ordem de 5 a
6 metros e um peso de cerca de
8000 libras.1 Ele era herbívoro.
Às vezes, paleontólogos usam
a desintegração de núcleos
Física Nuclear e
radioativos para datação de
tais fósseis, um método que
será discutido neste capítulo
(© Oleksiy Maksymenko/Alamy
Radioatividade Limited)
Massa
Unidades de
Partícula Carga Elétrica (C) Quilogramas (kg) Massa Atômica (u)
1
Correspondente a cerca de 3,6 toneladas, aproximadamente 90% do peso de um elefante. (N.T.)
2
Ou seja, no núcleo. (N.T.)
83
O número A às vezes é também chamado de número de núcleons. Uma notação abreviada é
usada frequentemente para especificar Z e A com o símbolo químico do elemento. Por exem-
plo, os núcleos de todos os átomos de alumínio que ocorrem naturalmente possuem A 5 27 e
o número atômico para o alumínio é Z 5 13. Em notação compacta, então, o núcleo de alumí-
nio é especificado como . O número de nêutrons em um núcleo de alumínio não é forne-
cido explicitamente por essa notação compacta. Entretanto, ele pode ser determinado facilmen-
te com a ajuda da Equação 31.1, que indica que N 5 A 2 Z 5 14. Em geral, para um elemento
cujo símbolo químico é X, o símbolo para o núcleo é
Observe que o número de núcleons A foi eliminado algebricamente desse resultado, como conse-
quência direta da Equação 31.2.
As respostas (a) e (c) estão incorretas. O resultado obtido na seção de Raciocínio para a mas-
sa específica nuclear r depende apenas de fatores numéricos e do valor de m, que é a massa de um
único núcleon não importando onde ele esteja localizado. A massa específica nuclear não depende
do número nuclear A. Assim, a massa específica nuclear do chumbo, que é o quociente entre a sua
massa e o seu volume, não é nem maior nem menor do que a massa específica nuclear do oxigênio.
A resposta (b) está correta. O resultado obtido na seção de Raciocínio para a massa específica
nuclear r indica que a massa específica do núcleo em um átomo de chumbo é aproximadamente a
mesma que a massa específica do núcleo em um átomo de oxigênio. Em geral, por conta da Equa-
ção 31.2, a massa específica nuclear tem aproximadamente o mesmo valor para todos os átomos.
A diferença de massas específicas entre o chumbo sólido e o oxigênio gasoso, no entanto, surge
principalmente por conta da diferença da proximidade com que os átomos estão reunidos nas fases
sólida e gasosa.
3
Forças também são chamadas de interações, como nesse caso, em que soa melhor a expressão “interação forte” do
que “força forte”. (N.T.)
4
Ou seja, um próton ou um nêutron. (N.T.)
ter uma referência, o gráfico também inclui a linha reta que representa a condição N 5 Z. Com
poucas exceções, os pontos que representam núcleos estáveis estão situados acima dessa linha
de referência, refletindo o fato de que o número de nêutrons se torna cada vez maior que o nú-
mero de prótons quando o número atômico Z aumenta.
Com o aumento do número de prótons em um núcleo, chega um ponto em que o equilíbrio
entre as forças de repulsão e as de atração não pode ser alcançado por um aumento do número
de nêutrons. Chega-se a um ponto em que o raio de alcance limitado da interação nuclear forte
evita que nêutrons a mais equilibrem as forças de repulsão elétrica de longo alcance de prótons
a mais. O núcleo estável com o maior número de prótons (Z 5 83) é o do bismuto, que
contém 126 nêutrons. Todos os núcleos com mais de 83 prótons (por exemplo, o urânio, com
Z 5 92) são instáveis e se desintegram ou reorganizam suas estruturas internas espontaneamen-
te com o passar do tempo. Essa desintegração espontânea ou esse rearranjo da estrutura interna
recebe o nome de radioatividade, descoberta pela primeira vez em 1896 pelo físico francês
Henri Becquerel (1852-1908). A radioatividade é discutida em mais detalhes na Seção 31.4.
(31.3)
Esse valor é maior do que a massa do núcleo intacto, e o defeito de massa é
(b) De acordo com a Equação 31.3, a energia de ligação é
5
Núcleons que compunham o núcleo. (N.T.)
Nesse resultado, um milhão de elétrons-volts é expresso pela unidade MeV6. O valor de 28,3 MeV
é mais de dois milhões de vezes maior do que a energia necessária para remover um elétron orbital
de um átomo.
■
Em cálculos como os do Exemplo 2, é comum se usar a unidade de massa atômica (u) co-
mo unidade de massa em vez do quilograma. Como apresentado na Seção 14.1 do volume 1,
a unidade de massa atômica é igual a um doze avos da massa de um átomo de carbono
Em termos dessa unidade, a massa de um átomo de é exatamente igual a 12 u. A Tabela
31.1 também fornece as massas do elétron, do próton e do nêutron em unidades de massa atô-
mica. A energia equivalente a uma unidade de massa atômica, que será usada em cálculos fu-
turos, pode ser determinada observando-se que a massa de um próton é igual a 1,6726 3 10227
kg ou 1,0073 u, de modo que
Em elétrons-volts, portanto, uma unidade de massa atômica é equivalente a
Tabelas com dados para isótopos, como a tabela no Apêndice F, fornecem massas dos isó-
topos em unidades de massa atômica. Tipicamente, no entanto, as massas fornecidas não são
massas nucleares. Elas são massas atômicas — ou seja, as massas de átomos neutros, incluindo
a massa dos elétrons orbitais. O Exemplo 3 lida novamente com o núcleo e mostra como
levar em conta o efeito dos elétrons orbitais ao se usar tais dados para determinar energias de
ligação.
Figura 31.4 Tabelas de dados normalmente fornecem a massa do átomo neutro (incluindo a massa
dos elétrons orbitais) e não a massa do núcleo. Quando valores dessas tabelas são usados para
determinar o defeito de massa de um núcleo, precisamos levar em conta a massa dos elétrons orbitais,
como ilustrado nesse desenho para o isótopo do hélio Veja o Exemplo 3.
6
1 MeV (megaelétron-volt) 5 106 5 1 milhão de elétrons-volts. (N.T.)
dos elétrons estará incluída se as massas de dois átomos de hidrogênio forem usadas no cálculo em
vez das massas de dois prótons. De acordo com a Tabela 31.1, a massa de um átomo de hidrogênio
é igual a 1,0078 u, enquanto a massa de um nêutron é igual a 1,0087 u.
Solução A soma das massas individuais é
O defeito de massa é Dm 5 4,0330 u 2 4,0026 u 5 0,0304 u. Como 1 u é equivalente a 931,5 MeV,
a energia de ligação é
que coincide com o resultado do Exemplo 2.
■
Para ver como a energia de ligação nuclear varia de núcleo para núcleo, é preciso comparar
a energia de ligação para cada núcleo com base no núcleon. A Figura 31.5 mostra um gráfico
no qual a energia de ligação dividida pelo número de núcleons A é plotada contra o próprio
número de núcleons. No gráfico, o pico para o isótopo do hélio indica que o núcleo
é particularmente estável. A energia de ligação por núcleon aumenta rapidamente para núcleos
com pequenas massas e alcança um máximo de aproximadamente 8,7 MeV/núcleon para um
número de núcleons de aproximadamente A 5 60. Para números de núcleons maiores, a ener-
gia de ligação por núcleon diminui gradualmente. A partir de certo número de núcleons, a
energia de ligação por núcleon diminui o suficiente para que não haja energia de ligação sufi-
ciente para manter o núcleo unido. Núcleos com massa maior do que o são instáveis e,
portanto, radioativos.
A B C D
Figura 31.5 Gráfico da energia de ligação por núcleon contra o número de núcleons A.
31.4 Radioatividade
Quando um núcleo instável ou radioativo se desintegra espontaneamente, certos tipos
de partículas e/ou fótons de alta energia são liberados. Esses fótons e partículas são chamados
coletivamente de “raios”. Três tipos de raios são produzidos pela radioatividade que ocorre
naturalmente: raios a, raios b e raios g. Eles são nomeados de acordo com as três primeiras
letras do alfabeto grego, alfa (a), beta (b) e gama (g), para indicar o grau da sua capacidade
de penetrar na matéria: os raios a são os menos penetrantes, sendo bloqueados por uma folha
fina ( 0,01 mm) de chumbo, enquanto os raios b penetram no chumbo até uma distância
muito maior ( 0,1 mm). Os raios g são os mais penetrantes e podem atravessar uma espes-
sura considerável (100 mm) de chumbo.
O processo de desintegração nuclear que produz raios a, b e g devem obedecer às leis de
conservação da física. Essas leis são chamadas de “leis de conservação” porque cada uma de-
las lida com uma propriedade que se conserva, no sentido de que ela não se altera durante um
processo. A lista a seguir mostra a propriedade com a qual cada uma das leis lida:
1. Conservação da energia/massa (Seção 6.8 do volume 1 e Seção 28.6)
2. Conservação da quantidade de movimento linear (Seção 7.2 do volume 1)
3. Conservação da quantidade de movimento angular (Seção 9.6 do volume 1)
4. Conservação da carga elétrica (Seção 18.2 do volume 2)
5. Conservação do número de núcleons (Seção 31.4)
Estudamos as quatro primeiras dessas leis em capítulos anteriores, e agora acrescentamos uma
quinta lei, a da conservação do número de núcleons.
Em todos os processos de decaimento radioativo, observou-se que o número de núcleons
(prótons mais nêutrons) presentes antes do decaimento é igual ao número de núcleons pre-
sentes após o decaimento. Portanto, o número de núcleons se conserva durante uma desin-
tegração nuclear. Quando aplicadas à desintegração de um núcleo, as leis de conservação
exigem que a energia, a carga elétrica, a quantidade de movimento linear, a quantidade de
movimento angular e o número de núcleons que um núcleo possui permaneçam inalterados
quando ele se desintegra em fragmentos nucleares e raios a, b e g que acompanham esses
fragmentos.
Os três tipos de radioatividade que ocorrem naturalmente podem ser observados em um
experimento relativamente simples. Uma pequena quantidade de um material radioativo é co-
locada no fundo de uma cavidade estreita em um cilindro de chumbo. O cilindro está localiza-
do dentro de uma câmara de vácuo, como ilustrado na Figura 31.6. Um campo magnético é
aplicado perpendicularmente ao plano do papel e uma chapa fotográfica é posicionada à direi-
ta da cavidade. Quando a chapa é revelada, aparecem três manchas na chapa, que estão asso-
ciadas à radioatividade dos núcleos no material. Como partículas em movimento só são des-
viadas por um campo magnético quando elas estão carregadas eletricamente, esse experimen-
to revela que dois tipos de radioatividade (raios a e b) são formados por partículas carregadas,
enquanto o terceiro tipo (raios g) não possui carga elétrica.
■■ Decaimento a
Quando um núcleo se desintegra e produz raios a, diz-se que ele sofreu um decaimento a. Evi-
dência experimental mostra que os raios a são formados por partículas carregadas positivamen-
te, cada uma sendo o núcleo do hélio . Logo, a partícula a tem uma carga 12e e um núme-
ro de núcleons A 5 4. Como o agrupamento de 2 prótons e 2 nêutrons em um núcleo é
particularmente estável, como vimos em relação à Figura 31.5, não é de surpreender que uma
partícula a possa ser ejetada como uma unidade de um núcleo instável de maior massa.
O núcleo original é chamado de núcleo-pai (P), enquanto o núcleo que resta após a desinte-
gração recebe o nome de núcleo-filho (F). Ao emitir uma partícula a, o urânio-pai é con-
Figura 31.7 O decaimento a vertido no núcleo-filho , que é um isótopo do tório. Como o núcleo-pai e o núcleo-filho
ocorre quando um núcleo-pai são diferentes, o decaimento a converte um elemento em outro, um processo conhecido como
instável emite uma partícula a e transmutação.
nesse processo é convertido em um
diferente núcleo ou núcleo-filho.
A carga elétrica se conserva durante o decaimento a. Na Figura 31.7, por exemplo, 90 dos 92
prótons no núcleo de urânio acabam no núcleo de tório, e os dois prótons restantes são retirados
pela partícula a. O número total de 92 prótons, no entanto, é o mesmo antes e depois da desin-
tegração. O decaimento a também conserva o número de núcleons, porque esse número é o mes-
mo antes (238) e depois (234 1 4) da desintegração. De forma consistente com a conservação
da carga elétrica e do número de núcleons, a forma geral para um decaimento a é
Decaimento a
Quando um núcleo libera uma partícula a, ele também libera energia. Na verdade, a energia
liberada pelo decaimento radioativo é responsável, em parte, por manter o interior da Terra
quente e, em alguns lugares, até mesmo liquefeito. O exemplo a seguir mostra de que forma a
lei de conservação da massa/energia pode ser usada para determinar a quantidade de energia
liberada em um decaimento a.
A diminuição da massa, ou defeito de massa para o processo de decaimento, é igual a 238,0508 u –
238,0462 u 5 0,0046 u. Como de costume, as massas são massas atômicas e incluem as massas dos
elétrons orbitais. Entretanto, isso não causa nenhum erro nesse caso porque o mesmo número de elé-
trons é incluído para o , de um lado, e para o mais o do outro. Como 1 u é equivalen-
te a 931,5 MeV, a energia liberada é
■
a que recuam, conclui-se que ECTh 1 ECa 5 4,3 MeV. Entretanto, ECTh e ECa não são iguais. Qual
partícula transporta mais energia cinética, o núcleo de ou a partícula a?
Raciocínio e Solução A energia cinética de uma partícula depende da sua massa m e da sua ve-
locidade v, já que EC5 ½ (mv2) (Equação 6.2). O núcleo tem uma massa muito maior do que
a da partícula a, e como a energia cinética é proporcional à massa, a primeira impressão é de que
o núcleo tem a maior energia cinética. Essa conclusão não está correta, no entanto, já que ela
não leva em conta o fato de que o núcleo e a partícula a possuem velocidades diferentes após
o decaimento. Na verdade, esperamos que o núcleo do tório recue com a menor velocidade preci-
samente porque ele tem a maior massa. O que está decaindo é como um pai e seu filho jovem
sobre patins de gelo, empurrando um ao outro para se afastarem. O pai com uma massa maior recua
com uma velocidade muito menor do que o filho. Podemos usar o princípio da conservação da
quantidade de movimento linear para verificar nossa expectativa.
Como discutido na Seção 7.2 do volume 1, o princípio de conservação afirma que a quantidade
de movimento linear total de um sistema isolado permanece constante. Um sistema isolado é aque-
le no qual a soma vetorial das forças externas que atuam sobre o sistema é igual a zero, e o núcleo
de decaindo se enquadra nessa descrição. Ele está inicialmente em repouso, e como a quanti-
dade de movimento é igual à massa vezes a velocidade, sua quantidade de movimento inicial é nu-
la. Em sua forma final, o sistema é formado pelo núcleo e pela partícula a, e possui uma
quantidade de movimento final igual a mThvTh 1 mava. De acordo com a conservação da quantidade
de movimento, os valores inicial e final da quantidade de movimento do sistema devem ser iguais, de
modo que mThvTh 1 mava 5 0. Explicitando a velocidade do núcleo de tório nessa equação, conclu-
ímos que vTh 5 2mava/mTh. Como mTh é muito maior do que ma, conseguimos ver que a velocidade
do núcleo de tório é menor do que a velocidade da partícula a. Além disso, a energia cinética de-
pende do quadrado da velocidade e apenas da primeira potência da massa. Como consequência da
sua velocidade muito maior, a partícula a tem a maior energia cinética.
■■ Decaimento b
Os raios b na Figura 31.6 são desviados pelo campo magnético em uma direção contrária à Figura 31.8 Um detector de
dos raios a carregados positivamente. Consequentemente, esses raios b, que são o tipo mais fumaça.
comum, são formados por partículas carregadas negativamente ou partícula b2. Experimentos
mostram que as partículas b2 são elétrons. Como uma ilustração do decaimento b2, considere
o núcleo de tório , que decai emitindo uma partícula b2, como mostrado na Figura 31.9:
À semelhança do decaimento a, o decaimento b2 provoca uma transmutação de um elemento em
outro. Nesse caso, o tório é convertido em protactínio . A lei da conservação da carga
é obedecida, já que o número líquido de cargas positivas é o mesmo antes (90) e depois (91 – 1)
da emissão da partícula b2. A lei da conservação do número de núcleons também é obedecida, já
que o número de núcleons permanece sendo A 5 234. A forma geral do decaimento b2 é
Figura 31.9 O decaimento b2
Decaimento b2
ocorre quando um nêutron em um
núcleo-pai instável decai
resultando em um próton e um
elétron, o elétron sendo emitido
O elétron emitido no decaimento b2 na verdade não está presente no núcleo-pai (antes do como uma partícula b2. No
decaimento) e não é um dos elétrons orbitais. Na verdade, o elétron é criado quando um nêu- processo, o núcleo-pai se
tron decai transformando-se em um próton e um elétron; quando isso ocorre, o número de transforma no núcleo-filho.
■■ Dicas para a Solução de Problemas. Quando o núcleo de de um átomo de tório é convertido em um núcleo , o número de elé-
No decaimento b2, tome cuidado para não trons orbitais permanece o mesmo, logo o átomo de protactínio resultante tem um elétron orbital a
incluir a massa do elétron duas vezes. menos. Entretanto, a massa fornecida inclui todos os 91 elétrons de um átomo de protactínio neutro.
Como discutido aqui, a massa atômica do Efetivamente, então, o valor de 234,043 30 u para a massa do já inclui a massa da partícula b2.
átomo-filho já inclui a massa do A redução de massa que acompanha o decaimento b2 é
elétron emitido.
Como 1 u é equivalente 931,5 MeV, a energia liberada é
Essa é a energia cinética máxima que o elétron emitido pode ter.
■
Um segundo tipo de decaimento b ocorre algumas vezes.† Nesse processo, a partícula emi-
tida pelo núcleo é um pósitron em vez de um elétron. Um pósitron, também chamado de par-
tícula b1, tem a mesma massa que um elétron, mas possui uma carga 1e em vez de –e. O
processo de desintegração para o decaimento b1 é
Decaimento b1
O pósitron emitido não existe no interior do núcleo sendo, na verdade criado quando um pró-
ton nuclear é transformado em um nêutron. Quando isso ocorre, o número de prótons do núcleo-
pai diminui de Z para Z 2 1, enquanto o número de núcleons permanece o mesmo. Como no
caso do decaimento b2, as leis da conservação da carga e do número de núcleons são obede-
cidas e ocorre uma transmutação de um elemento em outro.
■■ Decaimento g
O núcleo, como os elétrons orbitais, existe apenas em estados ou níveis de energia discreta.
Quando um núcleo passa de um estado de energia excitada (representado por um asterisco *)
para um estado de menor energia, um fóton é emitido. O processo é semelhante ao discutido
na Seção 30.3 para a emissão de fóton que leva ao espectro de linhas do átomo de hidrogênio.
No caso dos níveis de energia nuclear, no entanto, o fóton tem uma energia muito maior e é
chamado de raio g. O processo de decaimento g é escrito da seguinte maneira:
Decaimento g
O decaimento g não provoca uma transmutação de um elemento em outro. No próximo exem-
plo, determinaremos o comprimento de onda de um fóton de raio g em particular.
Existe também um terceiro tipo de decaimento b no qual um núcleo captura um dos elétrons orbitais de fora do núcleo.
†
Esse processo é chamado de captura de elétron ou captura K, já que o elétron capturado normalmente vem da camada
mais interna, ou camada K.
Modelando o Problema
PASSO 1 A Relação entre o Comprimento de Onda e a Frequência O c
comprimento de onda l do fóton está relacionado com a frequência f do fóton e com a (16.1)
f
velocidade c de propagação da luz no vácuo de acordo com a Equação 16.1, como
mostrado à direita. Não temos nenhum valor para a frequência, logo passamos para o
Passo 2 a fim de calcularmos essa frequência. ?
PASSO 2 A Frequência do Fóton e a Energia do Fóton A Seção 30.3 discute o
fato de que o fóton emitido quando o elétron em um átomo de hidrogênio muda de um
nível de energia mais elevado para um nível de energia mais baixo tem uma diferença
de energia DE, que é a diferença entre os níveis de energia. Uma situação semelhante
c
existe nesse caso quando o núcleo muda de um nível de energia mais elevado para um (16.1)
nível de energia mais baixo. O fóton de raio g que é emitido tem uma energia DE f
dada por DE 5 hf (Equação 30.4). Explicitando a frequência, obtivemos
E E
f f
h h
que podemos substituir na Equação 16.1, como indicado à direita.
c c
f E
h
O comprimento de onda do fóton de raio g é
34
hc (6.63
, 10 J s)(3.00
, 10 8 m/s) 12
6.68
, 10 m
E 1.60
, 10 19 J
(0.186
, 10 6 eV)
1 eV
Observe que convertemos o valor de DE 5 0,186 3 106 eV para joules, usando o fato de que
1eV 5 1,60 3 10219 J.
Figura 31.10 (a) Na radiocirurgia com Faca Gama7, um capacete de proteção contendo um número
elevado de pequenos orifícios é colocado sobre a cabeça do paciente. (b) Os orifícios focam os feixes de
raios g para uma minúscula região-alvo no interior do cérebro. (a. © Roger Ressmeyer/Corbis Images)
Também conhecida como cirurgia com raios g ou ainda como cirurgia sem bisturi. (N.T.)
8
contendo iodo e paládio são usadas para tratar câncer de próstata. Pesquisas tam-
bém indicaram que implantes de braquiterapia podem desempenhar um papel importante no
tratamento da aterosclerose, onde os vasos sanguíneos ficam bloqueados pela presença de
placas. Tais obstruções são frequentemente tratadas usando a técnica de angioplastia com
balão ou stent. Com a ajuda de um cateter inserido em uma artéria coronariana obstruída,
um balão é inflado para abrir a artéria e se coloca um stent (uma malha metálica que forne-
ce suporte para a parede da artéria) no local da obstrução. Em alguns casos, a parede arterial
fica danificada nesse processo, e quando ela cicatriza, a artéria frequentemente volta a ficar
obstruída. Constatou-se que implantes de braquiterapia (usando irídio ou fósforo ,
por exemplo) inibem obstruções repetidas após angioplastias.
Para que um decaimento seja possível, ele deve trazer o núcleo-pai para um estado mais estável
permitindo a liberação de energia. Compare a massa total dos produtos desse decaimento hipotéti-
co com a massa do e decida se a emissão de um único próton é possível para o
31.5 O Neutrino
Como ilustrado no Exemplo 6, quando uma partícula b é emitida por um núcleo radioa
tivo, ocorre uma liberação simultânea de energia. Experimentalmente, no entanto, observa-se
que a maioria das partículas b não possui energia cinética suficiente para explicar toda a
energia liberada. Se uma partícula b remove apenas parte da energia, para onde vai o resto
da energia? A questão deixou os físicos intrigados até 1930, quando Wolfgang Pauli propôs
que parte da energia produzida no decaimento é removida por outra partícula que é emitida
junto com a partícula b. Essa partícula adicional recebeu o nome de neutrino, e sua existên-
cia foi observada experimentalmente em 1956. A letra grega nu (n) é usada para representar
o neutrino. O decaimento b2 do tório (veja a Seção 31.4), por exemplo, é escrito mais
corretamente como
A barra acima do símbolo do neutrino (n) foi incluída porque o neutrino emitido nesse proces-
so de decaimento é um neutrino de antimatéria, ou antineutrino. Um neutrino normal (n sem
a barra) é emitido quando ocorre decaimento b1.
A emissão de neutrinos e partículas b envolve uma força chamada força nuclear fraca9 por-
que ela é muito mais fraca do que a interação nuclear forte. Sabe-se agora que a interação nu-
clear fraca e a força eletromagnética são duas manifestações diferentes de uma única força
mais fundamental, a força eletrofraca. A teoria da força eletrofraca foi desenvolvida por Shel-
don Glashow (1932-), Abdus Salam (1926-1996) e Steven Weinberg (1933-), que dividiram
um prêmio Nobel por suas descobertas em 1979. A força eletrofraca, a força gravitacional e a
interação nuclear forte são as três forças fundamentais na natureza.
O neutrino não tem carga elétrica e é extremamente difícil de ser detectado porque ele in-
terage muito fracamente com a matéria. Assim, por exemplo, um neutrino médio pode penetrar
um ano-luz de chumbo (cerca de 9,5 3 1015 m) sem interagir com ele. Portanto, embora trilhões
de neutrinos atravessem nosso corpo por segundo, eles não têm nenhum efeito. Uma das prin-
cipais questões científicas é se os neutrinos possuem massa. A questão é importante porque os
neutrinos são muito abundantes no universo. Mesmo uma massa muito pequena poderia ser
responsável por uma porção significativa da massa do universo e, possivelmente ter um efeito
na formação de galáxias.
9
Ou interação nuclear fraca, contrastando com interação nuclear forte. (N.T.)
Figura 31.12 O detector de neutrinos Super Kamiokande no Japão é um tanque cilíndrico de aço
subterrâneo com sua parede interna revestida com 11 000 válvulas fotomultiplicadoras. Em operação,
ele fica cheio com 12,5 milhões de galões10 de água ultrapura. Nessa fotografia, ele está parcialmente
cheio e os técnicos no bote estão inspecionando as válvulas fotomultiplicadoras. (Cortesia do
Observatório Kamioka, ICRR (Institute for Cosmic Ray Research), Universidade de Tokyo)
Embora seja difícil, é possível detectar neutrinos. A Figura 31.12 mostra o detector de neu-
trinos Super Kamiokande no Japão. Ele está situado a 915 m de profundidade e é formado por
um tanque cilíndrico de aço, com uma altura de dez andares, cuja parede interna é revestida
com 11 000 válvulas fotomultiplicadoras (veja a Seção 31.9). O tanque fica cheio com 12,5
milhões de galões de água ultrapura. Neutrinos colidindo com as moléculas de água produzem
padrões de luz que são detectados pelas válvulas fotomultiplicadoras. Em 1998, o detector
Super Kamiokande forneceu a primeira evidência forte, embora indireta, de que os neutrinos
de fato possuem uma pequena massa. (A massa do neutrino do elétron é menor do que 0,0004%
da massa de um elétron.) Essa descoberta implica que os neutrinos se deslocam com uma ve-
locidade menor do que a velocidade de propagação da luz. Se a massa do neutrino fosse igual
a zero, como a de um fóton, ele se moveria com a velocidade de propagação da luz.
Isótopo Meia-Vida
preocupação em todos os Estados Unidos sobre o perigo do radônio para a saúde humana por-
que ele está presente no solo no estado gasoso e pode penetrar no porão das casas por fissuras
nas fundações. (É importante observarmos, no entanto, que o mecanismo de entrada do radônio
nas casas não é bem entendido e que essa entrada por meio de fendas nas fundações é prova-
velmente apenas parte do problema.) Uma vez no interior da casa, a concentração de radônio
pode se elevar consideravelmente, dependendo do tipo de construção da casa e da concentração
de radônio no solo ao redor. O gás radônio decai em núcleos-filhos que também são radioati-
vos. Os núcleos radioativos podem se fixar em partículas de poeira e de fumaça que podem ser
inaladas, e elas permanecem nos pulmões emitindo radiação que pode danificar tecidos. A ex-
posição prolongada a altos níveis de radônio pode levar a um câncer de pulmão. Como as con-
centrações de gás radônio podem ser medidas com dispositivos de monitoramento relativamen-
te baratos, o governo americano recomenda que a concentração de radônio seja medida em
todas as casas. O Exemplo 8 trata da meia-vida do radônio .
A atividade de uma amostra radioativa é o número de desintegrações por segundo que ocor-
rem. Cada vez que ocorre uma desintegração, o número N de núcleos radioativos diminui.
Consequentemente, a atividade pode ser obtida dividindo-se DN, a variação do número de nú-
cleos, por Dt, o intervalo de tempo durante o qual acontece a variação; a atividade média no
intervalo de tempo Dt é o valor absoluto do quociente DN/Dt ou |DN/Dt|. Como o decaimento
de qualquer núcleo individual é completamente aleatório, o número de desintegrações por se-
gundo que ocorre em uma amostra é proporcional ao número de núcleos radioativos presentes,
de modo que
(31.4)
em que l é uma constante de proporcionalidade conhecida como constante de decaimento. O
sinal de menos está presente nessa equação porque cada desintegração diminui o número N de
núcleos originalmente presentes.
A unidade de atividade no SI é o becquerel (Bq), em homenagem a Henri Becquerel (1852-
1908). Um becquerel corresponde a uma desintegração por segundo. A atividade também pode
ser medida usando a unidade conhecida como curie (Ci) em homenagem a Marie (1867-1934)
A atividade do rádio colocado no mostrador de um relógio para fazê-lo brilhar
no escuro é de aproximadamente 4 3 104 Bq, enquanto a atividade usada na
HABILIDADES MATEMÁTICAS Para ob-
termos a Equação 31.6, calculamos o logaritmo
terapia radioativa para câncer é aproximadamente um bilhão de vezes maior,
natural11 dos dois lados da equação ½ 5 e2lT½, ou 4 3 1013 Bq.
que fornece A expressão matemática para o gráfico de N contra t mostrado na Figura
31.13 pode ser obtida a partir da Equação 31.4 com a ajuda do cálculo dife-
rencial e integral. O resultado para o número N de núcleos radioativos presen-
tes no instante de tempo t é
De acordo com a Equação D-12 no Apêndice (31.5)
D, o lado esquerdo desse resultado é ln(1/2) 5
ln(1) – ln(2). De acordo com a Equação D-9 no considerando que o número de núcleos radioativos presentes em t 5 0 é igual
apêndice D, o lado direito é ln(e2lT½) 5 –lT½. a N0. A exponencial e tem o valor e 5 2,718… e as calculadoras científicas
Logo, teremos fornecem o valor da função exponencial ex. Podemos relacionar a meia-vida
T1/2 de um núcleo radioativo com sua constante de decaimento l da maneira
a seguir. Substituindo N 5 N0/2 e t 5 T1/2 na Equação 31.5, obtivemos a equa-
Entretanto, como ln 1 5 0, esse resultado se ção 1/2 5 e2lT1/2. Explicitando T1/2 obtivemos
simplifica:
(31.6)
(31.6)
O exemplo a seguir ilustra o uso das Equações 31.5 e 31.6.
(31.6)
e o número N de átomos de radônio que restam após 31 dias é
(31.5)
Esse valor é ligeiramente inferior àquele encontrado no Exemplo 8 porque lá ignoramos a diferen-
ça entre 8 e 8,1 meias-vidas.
(b) A atividade pode ser obtida pela Equação 31.4, desde que a constante de decaimento seja ex-
pressa em s21:
(31.6)
Assim, o número de desintegrações por segundo é
(31.4)
A atividade é o valor absoluto de DN/Dt, logo inicialmente Atividade 5 63 Bq .
(c) Do item (a), o número de núcleos radioativos que restam ao final de 31 dias é N 5 1,1 3 105 e
um raciocínio semelhante àquele usado no item (b) revela que Atividade 5 0,23 Bq .
■
11
Ou logaritmo neperiano, cuja base é e 5 2,718… (N.T.)
*A hipótese de que a concentração de sempre esteve no seu valor de equilíbrio atual foi testada comparando-se
idades determinadas pelo método do com idades determinadas contando-se anéis de crescimento das árvores.
Mais recentemente, idades determinadas usando o decaimento radioativo do foram usadas para fins de compa-
ração. Estas comparações indicam que o valor de equilíbrio da concentração de de fato permaneceu constante
durante os últimos 1000 anos. Entretanto, nos 30 000 anos anteriores, parece que a concentração do na atmosfe-
ra era maior do que seu valor atual em até 40%. Como uma primeira aproximação, ignoramos tais discrepâncias.
(b) Como a meia-vida do é igual a 5730 anos (1,81 3 1011 s), a constante de decaimento é
(31.6)
(c) A Equação 31.4 indica que DN/Dt 5 –lN, logo o módulo ou valor absoluto de DN/Dt é lN.
■
Um organismo que viveu há milhares de anos provavelmente tinha uma atividade de cerca
de 0,23 Bq por grama de carbono. Quando o organismo morreu, a atividade começou a dimi-
nuir. De uma amostra do que restou, a atividade atual por grama de carbono pode ser medida
e comparada com o valor de 0,23 Bq para se determinar o tempo transcorrido desde a morte
do organismo. Esse procedimento é ilustrado no Exemplo 11.
descoberto e o número presente inicialmente, que está relacionado com a atividade do material
encontrado com o corpo e a atividade inicial. Para se determinar a idade, também precisaremos
da constante de decaimento, que pode ser obtida a partir da meia-vida do .
Dados Conhecidos e Incógnitas Temos os seguintes dados:
Descrição Símbolo Valor Comentário
Dados Explícitos
Atividade do material encontrado com o corpo A 0,121 Bq Essa é a atividade por grama de carbono.
Dados Implícitos
Meia-vida do T1/2 5730 anos O método de datação por carbono radioativo
é especificado.
Atividade inicial do material encontrado com o A0 0,23 Bq Essa é a atividade suposta para um grama de
corpo carbono em um organismo vivo.
Variável Desconhecida (Incógnita)
Idade dos restos mortais do Homem do Gelo t ?
Modelando o Problema
PASSO 1 Decaimento Radioativo O número N de núcleos radioativos presentes
em um instante de tempo t é
N N0 e t (31.5)
em que N0 é o número de núcleos radioativos presentes inicialmente (ou seja, em t 5 0)
e l é a constante de decaimento do carbono . Reordenando termos obtivemos
N t
e
N0
Calculando o logaritmo neperiano dos dois lados desse resultado (veja o Apêndice D),
obtivemos
N 1 N
ln t t ln (1)
N0 N0
Explicitando t, vemos que a idade dos restos mortais do Homem do Gelo é dada pela
Equação 1 à direita. Para usarmos esse resultado, precisamos de informações sobre o
quociente N/N0 e l. Consideramos N/N0 no Passo 2 e l no Passo 3. ? ?
Continua
1 N 1 A 1 A
t ln ln ln
N0 A0 0.693/T
, 1/2 A0
Esse resultado revela que a idade dos restos mortais do Homem do Gelo é
Observe que essa solução implica para a atividade que
A A0 e t
Isso pode ser visto combinando-se o resultado do Passo 2 (N/N0 5 A/A0) com a Equação 31.5
(N 5 N0e2lt).
A datação por carbono radioativo12 não é o único método de datação radioativa. Outros mé-
todos utilizam, por exemplo, o urânio , o potássio e o chumbo . Para que esses
métodos possam ser úteis, a meia-vida das espécies radioativas não deve ser nem muito curta
nem muito longa em comparação com a idade da amostra a ser datada, como discutido no
Exemplo Conceitual 12.
12
Datação por carbono 14, ou seja, (N.T.)
A resposta (a) está incorreta. A idade do vinho estimada é de aproximadamente cinco anos.
Esse período é apenas uma fração minúscula da meia-vida de 5730 anos do . Como resultado,
relativamente poucos núcleos de teriam decaído durante a vida do vinho, e a atividade atual
seria praticamente a mesma que a atividade inicial (A A0), exigindo assim medições precisas cujos
custos seriam proibitivos.
A resposta (b) está incorreta. O isótopo do oxigênio também não é muito útil, por causa de
sua meia-vida relativamente curta de 122,2 s. Durante um período de cinco anos, teriam ocorrido tan-
tas meias-vidas que a atividade atual teria praticamente desaparecido (A 0) e não seria detectável.
A resposta (c) está correta. A única opção que resta é o isótopo de hidrogênio . A idade es-
perada de cinco anos é suficientemente longa em relação à meia-vida de 12,33 anos para que uma
variação mensurável na atividade tenha ocorrido, mas não tão longa para que a atividade atual tenha
desaparecido completamente para todos propósitos práticos.
13
Ou contador de cintilação. (N.T.)
14
Ou PMT, das iniciais em inglês de “photomultipliers tubes”. (N.T.)
15
Ou flash. (N.T.)
16
Eletrodo carregado negativamente (catodo), tipicamente de um composto de césio ou sódio, que emite elétrons quando
ativado por luz ou por outra radiação. (N.T.)
é feito de um material que emite elétrons por conta do efeito fotoelétrico. Esses fotoelétrons
são então atraídos para um eletrodo especial mantido a uma voltagem de cerca de 1100 V em
relação ao fotocatodo. O eletrodo é revestido por uma substância que emite vários elétrons
adicionais para cada elétron que incide sobre ela. Os elétrons adicionais são atraídos para um
segundo eletrodo semelhante (voltagem 5 1200 V), onde eles geram um número ainda maior
de elétrons. As válvulas fotomultiplicadoras comerciais podem conter até 15 desses eletrodos
especiais, de modo que os fotoelétrons resultantes do clarão de luz do cintilador levam a uma
cascata de elétrons e a um pulso de corrente. Como em um contador Geiger, os pulsos de cor-
rente podem ser contados.
A radiação ionizante também pode ser detectada por vários tipos de detectores semicondu-
tores. Esses dispositivos utilizam materiais semicondutores dos tipos n e p (veja a Seção 23.5
no volume 2), e seu funcionamento depende dos elétrons e dos buracos formados nos materiais
em consequência da radiação. Uma das principais vantagens dos detectores semicondutores é
a sua capacidade de discriminar entre duas partículas com energia ligeiramente diferente.
Vários instrumentos fornecem uma representação visual das trajetórias que partículas de
alta energia seguem depois de serem emitidas de núcleos instáveis. Em uma câmara de nuvens,
um gás é resfriado até o ponto em que está prestes a se condensar formando gotículas, desde
que estejam disponíveis agentes para que as gotículas possam se formar sobre eles. Quando
uma partícula de alta energia, como uma partícula a ou uma partícula b, atravessa o gás, os
íons que elas deixam para trás servem como agentes de nucleação, e gotículas se formam ao
longo da trajetória da partícula. A câmara de bolhas funciona de maneira semelhante, exceto
pelo fato de conter um líquido que está prestes a entrar em ebulição. Nesse caso, bolhas mi-
núsculas se formam ao longo do rastro de uma partícula de alta energia atravessando o líquido.
As trajetórias reveladas em uma câmara de nuvens ou de uma câmara de bolhas podem ser
fotografadas a fim de que haja um registro permanente do evento. A Figura 31.18 mostra uma
fotografia de rastros de partículas em uma câmara de bolhas. Uma emulsão fotográfica tam-
bém pode ser usada diretamente para produzir um registro da trajetória seguida por uma par-
tícula de radiação ionizante. Os íons formados quando a partícula atravessa a emulsão fazem
com que seja depositada prata ao longo da trajetória quando a emulsão é revelada.
Perguntas e Respostas sobre Conceitos Quantos dos 90 prótons do núcleo de tório são remo-
vidos pelas partículas a?
Resposta Cada partícula a é um núcleo de hélio e remove dois prótons. Portanto, o nú-
mero total de prótons removidos pelas partículas a é 2Na.
Quantos prótons são deixados para trás quando as partículas b2 são emitidas?
Resposta Cada partícula b2 é um elétron e é emitida quando um nêutron no núcleo decai
em um próton e um elétron. Portanto, o número total de prótons deixados para trás pelas partí-
culas b2 é Nb.
Quantos dos 228 núcleons no núcleo de tório são removidos pelas partículas a?
Resposta Cada partícula a é um núcleo de e remove quatro núcleons. Portanto, o número
total de núcleons removidos pelas partículas a é 4Na.
A saída de uma partícula b2 altera o número de núcleons?
Resposta Não. Cada partícula b2 é um elétron e é emitida quando um nêutron no núcleo
decai em um próton e um elétron. Efetivamente, um nêutron é substituído por um próton. Mas
como cada um deles é um núcleon, o número de núcleons não se modifica.
Solução O processo global de decaimento pode ser escrito como
Como a carga elétrica deve ser conservada, sabemos que a carga do lado esquerdo dessa reação deve
ser igual à carga total do lado direito, resultando em
Como o número de núcleons também deve ser conservado, sabemos que os 228 núcleons do lado
esquerdo devem igualar o número total de núcleons do lado direito, de modo que
Resolvendo esse sistema de equações para o número de partículas a, obtivemos Na 5 4 . Substi-
tuindo Na 5 4 na equação de conservação da carga, concluímos que o número de partículas b2 é
Nb 5 1 .
■
Ou capacidade térmica específica, ou seja, a capacidade de acumular energia térmica por unidade de massa para cada
17
(31.7)
Solução De acordo com a Equação 12.4, a quantidade de calor necessária para alterar a tempera-
tura da água é Q 5 cm DT. Esse calor é fornecido pela energia total liberada em uma hora de
decaimento radioativo, ou ETotal 5 nE. Fazendo Q 5 ETotal, obtivemos nE 5 cm DT, que pode ser
resolvida explicitando a variação de temperatura DT: portanto
Usando a Equação 31.7 para o número de desintegrações n que ocorrem em um intervalo de tempo
t, obtivemos:
■
31.2 A Interação Nuclear Forte e a Estabilidade do Núcleo A interação nuclear forte é a for-
ça de atração entre os núcleons (prótons e nêutrons) constituindo uma das três forças fundamentais da
natureza. Essa força equilibra a força eletrostática de repulsão entre prótons, mantendo o núcleo coeso.
A interação nuclear forte tem um raio de ação muito pequeno e é quase independente da carga elétrica.
O tipo mais comum de raio b é formado por partículas carregadas negativamente, ou partículas b2,
que são elétrons. A forma geral do decaimento b2 é
O decaimento b1 produz outro tipo de raio b, formado por partículas carregadas positivamente, ou
partículas b1. Uma partícula b1, também chamada de pósitron, tem a mesma massa que a de um elétron,
mas cuja carga é 1e em vez de –e.
31.5 O Neutrino O neutrino é uma partícula eletricamente neutra que é emitida juntamente com
partículas b e possui uma massa muitíssimo menor do que a massa de um elétron.
31.9 Detectores de Radiação Existem vários dispositivos que são usados para detectar partículas
a e b, bem como raios g. Entre eles, estão o contador Geiger, o cintilômetro, os detectores semicondu-
tores, as câmaras de nuvens e de bolhas, bem como as emulsões fotográficas.
Seção 31.1 A Estrutura do Núcleo 9. Um núcleo pode sofrer um decaimento a, b2 ou g. Para cada tipo
1. Um núcleo de índio (In) contém 49 prótons e 66 nêutrons. Qual dos de decaimento, o raio do núcleo-filho é maior, menor ou praticamente
símbolos a seguir descreve esse núcleo? (a) (b) (c) o mesmo que o raio do núcleo-pai?
(d) (e)
2. A notação para um núcleo em particular é . Em um átomo ele- Decaimento a Decaimento b2 Decaimento g
tricamente neutro, quantos elétrons estão em órbita em torno desse (a) Maior Maior Praticamente o
núcleo? (a) 37 1 85 5 122 (b) 85 (c) 37 (d) 85 –37 5 48 mesmo
(e) O número de elétrons não pode ser determinado a partir da notação. (b) Maior Menor Praticamente o
mesmo
Seção 31.3 O Defeito de Massa do Núcleo e a Energia de
Ligação Nuclear (c) Menor Praticamente o Maior
mesmo
6. Suponha que vivêssemos em um mundo hipotético no qual a mas- (d) Menor Praticamente o Praticamente o
sa de cada próton e de cada elétron fosse exatamente 1 u. Nesse mun- mesmo mesmo
do, a massa atômica do cobre é 62,5 u. Qual seria o defeito de (e) Praticamente o Menor Menor
massa para esse núcleo? (a) 63 u (b) 29 u (c) 63 u – 29 u 5 34 u mesmo
(d) 0,5 u (e) 63 u 1 29 u 5 92 u
o mesmo número de núcleos, mas diferentes meias-vidas. (b) Sim, se Seção 31.7 Datação Radioativa
elas tiverem diferentes números de núcleos e diferentes meias-vidas. 18. Os ossos de um animal encontrados em uma escavação arqueoló-
(c) Sim, se elas tiverem diferentes números de núcleos, mas as mesmas gica têm uma atividade de carbono de 0,10 Bq por grama de car-
meias-vidas. (d) Não, porque elas podem ter diferentes meias-vidas. bono. A meia-vida do isótopo de carbono é igual a 5730 anos. Qual
(e) Não, porque elas podem ter diferentes números de núcleos. das seguintes opções melhor descreve a idade dos ossos? (a) Ela é
16. O desenho mostra as ativi- menor do que 2000 anos. (b) Ela está entre 2000 e 3000 anos. (c)
dades de três amostras radioa Ela está entre 3000 e 4000 anos. (d) Ela está entre 4000 e 5000
tivas. Classifique as amostras anos. (e) Ela é maior do que 5000 anos.
de acordo com suas meias-
vidas, com a maior primeiro.
(a) 2, 3, 1 (b) 1, 2, 3
(c) 3, 2, 1 (d) 1, 3, 2
(e) 3, 1, 2
Problemas
Os problemas que não estão marcados com um asterisco são considerados os mais fáceis de serem resolvidos. Problemas marcados com um único asterisco (*)
são mais difíceis, enquanto aqueles que receberam dois asteriscos (**) são os mais difíceis.
Observação: Os dados fornecidos para massas atômicas nesses problemas incluem a massa dos elétrons que estão orbitando o núcleo do átomo eletricamente neutro.
Seção 31.1 A Estrutura do Núcleo, Seção 31.2 A gravitacional sobre ele. Quando o objeto é solto, qual o módulo da
Interação Nuclear Forte e a Estabilidade do Núcleo aceleração que atua sobre ele? Ignore a força gravitacional que a Terra
1. Para o isótopo determine (a) a carga elétrica resultante do exerce sobre o objeto.
núcleo, (b) o número de nêutrons, (c) o número de núcleons,
(d) o raio aproximado do núcleo e (e) a massa específica nuclear. Seção 31.3 O Defeito de Massa do Núcleo e a Energia de
Ligação Nuclear (Observação: A massa atômica do hidrogênio
2. Um núcleo contém 18 prótons e 22 nêutrons. Qual o raio desse nú- é igual a 1,007 825 u; esse valor inclui a massa de um elétron.)
cleo?
11. Ache a energia de ligação (em MeV) do isótopo do lítio (massa
3. Em cada um dos casos a seguir, qual elemento o símbolo X repre- atômica 5 7,016 003 u)
senta e quantos nêutrons existem no núcleo? Use a tabela periódica,
na contracapa de trás do livro quando necessário. (a) (b) 12. A energia de ligação de um núcleo é igual a 225,0 MeV. Qual o
(c) (d) (e) defeito de massa do núcleo em unidades de massa atômica?
4. Por qual fator deve ser multiplicado o número de núcleons de um 13. Determine o defeito de massa (em unidades de massa atômica)
núcleo a fim de que o raio do núcleo fique duas vezes maior? para (a) o hélio que tem uma massa atômica de 3,016 030 u
e (b) para o isótopo do hidrogênio conhecido como trítio que
5. Em átomos eletricamente neutros, (a) quantos prótons existem no tem uma massa atômica de 3,016 050 u. (c) Com base nas suas res-
núcleo de urânio , (b) quantos nêutrons existem no núcleo de postas para os itens (a) e (b), diga qual núcleo requer mais energia
mercúrio e (c) quantos elétrons estão em órbita em torno do para ser separado nos seus núcleons constituintes em repouso. Forne-
núcleo de nióbio ça o seu raciocínio.
6. O maior núcleo estável possui 209 núcleons, enquanto o menor pos- 14. Um pedregulho de 245 kg é solto em um poço de uma mina que
sui um número núcleon. Supondo que cada núcleo seja uma esfera, tem 3,00 3 103 m de profundidade. Durante a queda do pedregulho, o
qual o quociente (maior/menor) entre as áreas das superfícies dessas sistema formado pela Terra e pelo pedregulho perde certa quantidade
esferas? de energia potencial gravitacional. Seria necessária uma quantidade
*7. O quociente rX/rT entre o raio de um núcleo desconhecido eo igual de energia para “liberar” o pedregulho do poço, elevando-o de
raio de um núcleo de trítio é rX/rT 5 1,10. Os dois núcleos contêm volta até o alto do poço, de modo que esta pode ser considerada a ener-
o mesmo número de nêutrons. Identifique o núcleo desconhecido na gia de ligação do sistema. (a) Determine a energia de ligação (em
forma Use a tabela periódica na contracapa de trás do livro se for joules) do sistema Terra-pedregulho. (b) Quanta massa o sistema
necessário. Terra-pedregulho perde quando o pedregulho cai até o fundo do poço?
*8. Um núcleo desconhecido contém 70 nêutrons e tem o dobro do 15. Obtenha para o chumbo (massa atômica 5 205,974 440 u)
volume do núcleo do níquel Identifique o núcleo desconhecido (a) o defeito de massa em unidades de massa atômica, (b) a energia
na forma Use a tabela periódica na contracapa de trás do livro se de ligação (em MeV) e (c) a energia de ligação por núcleon (em
for necessário. MeV/núcleon).
**9. Consulte o Exemplo Conceitual 1 para uma discussão sobre as *16. (a) Como indicado na Figura 31.3, é necessário fornecer certa
massas específicas nucleares. Uma estrela de nêutrons é composta por quantidade de energia para separar um núcleo nos seus núcleons cons-
nêutrons e tem uma massa específica que é aproximadamente igual à tituintes; essa energia é a energia de ligação total do núcleo. Analoga-
de um núcleo. Qual o raio de uma estrela de nêutrons cuja massa é mente, pode-se falar da energia que liga um único núcleon ao resto do
igual a 0,40 vez a massa do Sol? núcleo. Por exemplo, para separar o nitrogênio em nitrogênio
**10. Suponha que você pudesse reunir nêutrons (massa 5 1,67 3 e um nêutron requer uma energia igual à energia de ligação do nêutron,
10227 kg) dentro de uma bola de tênis (raio 5 0,032 m) da mesma for- como mostrado a seguir:
ma que nêutrons e prótons são reunidos no núcleo de um átomo.
(a) Aproximadamente quantos nêutrons caberiam dentro da bola de
tênis? (b) Um pequeno objeto é colocado a 2,0 m de distância do Ache a energia (em MeV) que liga o nêutron ao núcleo de consi-
centro da bola de tênis cheia de nêutrons, e a bola exerce uma força derando a massa do (massa atômica 5 13,005 738 u) e a massa
do (massa atômica 5 1,008 665 u), quando comparadas com a Considere que a energia de cada partícula seja energia cinética e igno-
massa do (massa atômica 5 14,003 074 u). (b) Analogamente, re a pequena quantidade de energia levada embora pelo raio g que
pode-se falar da energia que liga um único próton ao núcleo do também é emitido. Além disso, ignore efeitos relativísticos.
**30. Um isótopo do berílio (massa atômica 5 7,017 u) emite um raio
g e recua com uma velocidade de 2,19 3 104 m/s. Supondo que o nú-
Seguindo o procedimento esboçado no item (a), determine a energia cleo do berílio esteja inicialmente em repouso, ache o comprimento de
(em MeV) que liga o próton (massa atômica 5 1,007 825 u) ao núcleo onda do raio g.
do A massa atômica do carbono é igual a 13,003 355 u. **31. Ache a energia (em MeV) liberada quando um decaimento b1
(c) Qual núcleon está ligado mais firmemente, o nêutron ou o próton? converte sódio (massa atômica 5 21,994 434 u) em neônio
*17. Dois isótopos de certo elemento têm energias de ligação que di- (massa atômica 5 21,991 383 u). Observe que a massa atômica do
ferem em 5,03 MeV. O isótopo com a maior energia de ligação contém inclui a massa de 11 elétrons, enquanto a massa atômica do
um nêutron a mais do que o outro isótopo. Ache a diferença entre as inclui a massa de apenas 10 elétrons.
massas atômicas dos dois isótopos.
*18. Uma moeda de cobre tem uma massa igual a 3,0 g. Determine a Seção 31.6 Decaimento e Atividade de Substâncias
energia (em MeV) que seria necessária para separar todos os núcleos Radioativas
de cobre nos seus prótons e nêutrons constituintes. Ignore a energia 32. Em 9,0 dias, o número de núcleos radioativos se reduz a um oitavo
que liga os elétrons ao núcleo e a energia que liga um átomo a outro do número presente inicialmente. Qual a meia-vida (em dias) do material?
na estrutura do metal. Para simplificar, suponha que todos os núcleos 33. As meias-vidas em duas amostras diferentes, A e B, de núcleos
de cobre sejam de (massa atômica 5 62,939 598 u). radioativos estão relacionadas segundo a equação T½,B 5 (½)T½,A. Em
certo período de tempo, o número de núcleos radioativos na amostra
Seção 31.4 Radioatividade A se reduz a um quarto do número inicialmente presente. Nesse mes-
19. Escreva o processo de decaimento b1 para cada um dos seguintes mo período, o número de núcleos radioativos na amostra B se reduz a
núcleos, tomando o cuidado de incluir Z, A e o símbolo químico apro- uma fração f do número inicialmente presente. Ache o valor de f.
priado para cada núcleo-filho: (a) (b) . 34. O isótopo do fósforo tem uma meia-vida de 14,28 dias. Qual
20. Escreva o processo de decaimento b2 para o carbono incluindo a sua constante de decaimento em s21?
os símbolos químicos bem como os valores de Z e de A para o núcleo-
35. O estrôncio tem uma meia-vida de 29,1 anos. Ele é qui-
pai, o núcleo-filho e a partícula b2.
micamente semelhante ao cálcio, entra no corpo pela cadeia
21. O ósmio (massa atômica 5 190,960 920 u) é convertido no alimentar e se acumula nos ossos. Consequentemente, o é uma
irídio (massa atômica 5 190,960 584 u) por meio de um decai- ameaça particularmente séria à saúde humana. Quantos anos serão
mento b2. Qual a energia (em MeV) liberada nesse processo? necessários para que 99,9900% do liberado em um acidente de
22. Ache a energia que é liberada quando um núcleo de chumbo reator nuclear desapareçam?
(massa atômica 5 210,988 735 u) sofre um decaimento b2 e é conver- 36. Dois produtos de resíduos radioativos de reatores nucleares são o
tido em (massa atômica 5 210,987 255 u). estrôncio (T½ 5 29,1 anos) e o césio (T½ 5 2,06 anos). Es-
23. Ache a energia (em MeV) liberada quando um decaimento a con- sas duas espécies estão presentes inicialmente em uma razão igual a
verte o rádio (massa atômica 5 226,025 40 u) em (massa N0,Sr/N0,Cs 5 7,80 3 1023. Qual a razão N0,Sr/N0,Cs 15 anos mais tarde?
atômica 5 222,017 57 u). A massa atômica de uma partícula a é igual 37. Suponha que a atividade de uma substância radioativa seja inicial-
a 4,002 603 u. mente igual a 398 desintegrações/min e dois dias depois ela seja igual
24. O chumbo é um núcleo-filho estável que pode ser tanto o a 285 desintegrações/min. Qual a atividade quatro dias depois, ou seis
resultado de um decaimento a quanto de um decaimento b2. Escreva dias após o início? Forneça sua resposta em desintegrações/min.
o processo de decaimento, incluindo os símbolos químicos e os valores 38. O iodo é usado em técnicas de diagnóstico e terapêuticas
de Z e de A dos núcleos-pai, (a) para o decaimento a e (b) para o no tratamento de distúrbios da tireoide. Esse isótopo tem uma
decaimento b2. meia-vida de 8,04 dias. Que percentual de uma amostra inicial de
25. Na forma identifique o núcleo-filho que resulta (a) quando permanece após 30,0 dias?
o plutônio sofre um decaimento a, (b) quando o sódio 39. O número de núcleos radioativos presentes no início de um expe-
sofre um decaimento b2 e (c) quando o nitrogênio sofre um de- rimento é igual a 4,60 3 1015. O número presente vinte dias depois é
caimento b1. igual a 8,14 3 1014. Qual a meia-vida (em dias) dos núcleos?
26. O Exemplo 7 de Múltiplos Conceitos revê os conceitos necessários *40. Um dia, uma companhia de telefonia celular envia uma mensagem
para resolver este problema. Quando o urânio decai, ele emite de texto a cada um de seus 5800 assinantes, anunciando que eles foram
(dentre outras coisas) um raio g que tem um comprimento de onda de inscritos automaticamente para concorrer em uma loteria promocional
1,14 3 10211 m. Determine a energia (em MeV) desse raio g. modelada no decaimento nuclear. No primeiro dia, 10% dos 5800 con-
*27. O polônio (massa atômica 5 209,982 848 u) sofre um de- correntes são notificados por mensagem de texto que eles foram eli-
caimento a. Supondo que toda a energia liberada esteja na forma de minados aleatoriamente da loteria. Os outros 90% dos concorrentes
energia cinética da partícula a (massa atômica 5 4,002 603 u) e igno- avançam automaticamente para a próxima rodada. Em cada um dos
rando o recuo do núcleo-filho (chumbo com massa atômica 5 dias seguintes, 10% dos concorrentes restantes são eliminados aleato-
205, 974 440 u), determine a velocidade da partícula a. Ignore efeitos riamente, até que restem menos de 10 concorrentes. Determine (a) a
relativísticos. atividade (número de concorrentes eliminados por dia) no segundo dia
*28. O radônio produz um núcleo-filho que é radioativo. O filho, da loteria, (b) a constante de decaimento (em dias21) da loteria e
por sua vez, produz seu próprio filho radioativo, e assim por diante. (c) a meia-vida (em dias) da loteria.
Esse processo continua até se chegar ao chumbo Qual o núme- *41. Um dispositivo usado em terapia com radiação para câncer con-
ro total Na de partículas a e o número total Nb de partículas b2 que são tém 0,50 g de cobalto (massa atômica 5 59,933 819 u).
geradas nessa série de decaimentos radioativos? A meia-vida do é igual a 5,27 anos. Determine a atividade do
*29. Reveja o Exemplo Conceitual 5 como uma base para este proble- material radioativo.
ma. O decaimento a do urânio produz tório (massa atômi- *42. Uma amostra de um grama de rádio (massa atômica 5
ca 5 234,0436 u). No Exemplo 4, a energia liberada nesse decaimen- 224,020 186 u, T½ 5 3,66 dias) contém 2,69 3 1021 núcleos e sofre um
to é determinada e vale 4,3 MeV. Determine quanto dessa energia é decaimento a para produzir radônio (massa atômica 5 220,011
levado embora pelo núcleo-filho que recua e quanto dessa ener- 368 u). A massa atômica de uma partícula a é igual a 4,002 603 u. O
gia é levado embora pela partícula a (massa atômica 5 4,002 603 u). calor latente de fusão da água é igual a 33,5 3 104 J/kg. Com a energia
liberada em 3,66 dias, quantos quilogramas de gelo poderiam ser der- 49. Reveja o Exemplo Conceitual 12 antes de começar a resolver este
retidos a 0oC? problema. O número de núcleos instáveis que restam após um tempo
*43. O isótopo do ouro (massa específica 5 197,968 u) tem t 5 5,00 anos é N, enquanto o número presente inicialmente é N0. Ache
uma meia-vida de 2,69 dias e é usado em terapia contra o o quociente N/N0 para (a) (meia-vida 5 5730 anos), (b)
câncer. Qual a massa (em gramas) desse isótopo necessária para pro- (meia-vida 5 122,2 s; use t 5 1,00 h, já que de outra forma a resposta
duzir uma atividade de 315 Ci? ultrapassa o limite de exibição da sua calculadora) e (c) (meia-
vida 5 12,33 anos). Verifique se as suas respostas estão consistentes
*44. Fora do núcleo, o próprio nêutron é radioativo e decai se trans-
com o raciocínio no Exemplo Conceitual 12.
formando em um próton, um elétron e um neutrino. A meia-vida de
um nêutron (massa 5 1,675 3 10227 kg) fora do núcleo é igual a 10,4 50. O Exemplo 11 de Múltiplos Conceitos revê a maior parte dos con-
min. Em média, que distância (em metros) um feixe de nêutrons de ceitos que são necessários para resolver este problema. O material
5,00 eV percorreria antes de o número de nêutrons se reduzir a 75,0% encontrado com uma múmia no árido planalto do sul do Peru tem uma
do seu valor inicial? atividade de por grama de carbono que é igual a 78,5% da ativi-
*45. Dois núcleos radioativos A e B estão presentes inicialmente em dade presente inicialmente. Há quanto tempo (em anos) esse indivíduo
iguais números. Três dias depois, o número de núcleos A presentes morreu?
é igual ao triplo do número de núcleos B. A meia-vida da espécie B é *51. Ao se usar qualquer método de datação radioativa, um erro expe-
igual a 1,50 dia. Ache a meia-vida da espécie A. rimental na medição da atividade da amostra leva a um erro na idade
estimada. Em uma aplicação da técnica de datação por carbono radioa
Seção 31.7 Datação Radioativa tivo a certos fósseis, uma atividade de 0,100 Bq por grama de carbono
46. Uma amostra tem uma atividade de igual a 0,0061 Bq por gra- é medida com uma acurácia de 610,0%. Ache a idade dos fósseis e o
ma de carbono. (a) Ache a idade da amostra, considerando que a erro máximo (em anos) no valor obtido. Suponha que não haja nenhum
atividade por grama de carbono em um organismo vivo permaneceu erro na meia-vida de 5730 anos do nem no valor de 0,23 Bq por
constante em um valor igual a 0,23 Bq. (b) Há evidências que suge- grama de carbono em um organismo vivo.
rem que o valor de 0,23 Bq poderia ter sido até 40% maior. Repita o
**52. (a) Uma amostra está sendo datada pela técnica de carbono ra-
item (a), levando em conta esse aumento de 40%.
dioativo. Se a amostra não estivesse contaminada, sua atividade seria
47. Reveja o Exemplo 11 de Múltiplos Conceitos a fim de obter ajuda de 0,011 Bq por grama de carbono. Ache a idade verdadeira (em anos)
para abordar este problema. Uma amostra arqueológica contendo 9,2 g da amostra. (b) Suponha que a amostra esteja contaminada, de modo
de carbono tem uma atividade igual a 1,6 Bq. Qual a idade (em anos) que apenas 98,0% do seu carbono seja de carbono antigo. Os 2,0%
dessa amostra? restantes são de carbono fresco, no sentido de que o que ele con-
48. A meia-vida para o decaimento a do urânio é igual a 4,47 3 tém não teve nenhum tempo para decair. Supondo que o técnico de
109 anos. Determine a idade (em anos) de uma amostra de rocha que laboratório não esteja a par da contaminação, qual seria a idade apa-
contém 60,0% do seu número original de átomos de rente (em anos) determinada para a amostra?
Problemas Adicionais
53. Use o gráfico da energia de ligação por núcleo da Figura 31.5 para *58. Para ver por que um curie de atividade foi escolhido como igual
determinar o defeito de massa para o núcleo de oxigênio Expres- a 3,7 3 1010 Bq, determine a atividade (em desintegrações por segundo)
se a sua resposta em quilogramas. de um grama de rádio (T½ 5 1,6 3 103 anos).
54. Em um núcleo, cada próton sofre a ação de uma força eletrostática *59. A válvula fotomultiplicadora em um cintilômetro comercial con-
de repulsão de cada um dos outros prótons. Em um núcleo de ouro tém 15 dos eletrodos especiais ou dinodos. Cada dinodo produz três
qual o valor absoluto da menor força eletrostática de repulsão elétrons para cada elétron que colide nele. Um fotoelétron colide com
possível que um próton pode exercer sobre outro próton? o primeiro dinodo. Qual o número máximo de elétrons que colidem
com o 15o dinodo?
55. Quando uma amostra de um meteorito é analisada, determina-se
que 93,8% da massa original de certo isótopo radioativo ainda está *60. Uma amostra de minério contendo estrôncio radioativo tem
presente. Baseado nessa descoberta, calcula-se que a idade do meteo- uma atividade igual a 6,0 3 105 Bq. A massa atômica do estrôncio é
rito seja igual a 4,51 3 109 anos. Qual a meia-vida (em anos) do isó- igual a 89,908 u, e sua meia-vida é igual a 29,1 anos. Quantos gramas
topo usado para datar o meteorito? de estrôncio existem na amostra?
*61. Determine o símbolo para o núcleo-pai cujo decaimento a
56. O decaimento b2 do fósforo (massa atômica 5 31,973 907 u)
produz o mesmo núcleo-filho que o decaimento b2 do tálio
produz um núcleo-filho que é o enxofre (massa atômica 5 31,972
070 u), uma partícula b2 e um antineutrino. A energia cinética da par- *62. Em uma série de decaimentos radioativos semelhante àquela mos-
tícula b2 é igual a 0,90 MeV. Ache a energia máxima possível (em trada na Figura 31.15, o tório (massa atômica 5 228,028 715 u)
MeV) que o antineutrino poderia retirar. sofre quatro decaimentos a sucessivos, produzindo um núcleo-filho.
(a) Determine o símbolo para o núcleo produzido por quatro de-
57. Complete os seguintes processos de decaimento dizendo o que o caimentos a sucessivos do (b) Qual a quantidade total de ener-
símbolo X representa (X 5 a, b2, b1 ou g): gia (em MeV) liberada nessa série de decaimentos a? A massa do
núcleo-filho pode ser obtida usando-se o resultado do item (a) e con-
sultando o Apêndice F na contracapa de trás do livro. A massa de uma
única partícula a é igual a 4,002 603 u.
Capítulo
32
Partículas elementares são os
elementos construtivos de toda
a matéria. Elas são estudadas
acelerando-se partículas, como
os prótons, até altas velocida-
des e fazendo-as colidir umas
contra as outras. O Grande Co-
lisor de Hádrons1 é projetado
para fazer exatamente esse tra- Radiação Ionizante, Energia
Nuclear e Partículas Elementares
balho. Ele é formado por um
grande anel subterrâneo (com
diâmetro igual a 8,6 km ou 5,3
milhas) e instalações associa-
das localizadas em partes sub-
terrâneas da fronteira entre a
França e a Suíça. Prótons de al-
ta velocidade viajam em senti-
dos contrários no anel, e as par-
tículas elementares que resul- 32.1 Efeitos Biológicos da Radiação Ionizante
tam das colisões entre elas são
observadas usando detectores A física dos efeitos biológicos da radiação ionizante. A radiação ionizante é formada por
especializados. Essa fotografia fótons e/ou partículas em movimento que têm energia suficiente para extrair, por
mostra o detector Solenoide meio de uma colisão, um elétron de um átomo ou molécula, formando assim um íon. Os fótons
Compacto de Múons para o
Grande Colisor de Hádrons.
normalmente estão situados nas regiões ultravioleta, de raios X ou de raios g do espectro ele-
(© Valerio Mezzanotti/The New tromagnético (veja a Figura 24.9), enquanto as partículas em movimento podem ser as partícu-
York/Redux Pictures) las a e b emitidas durante o decaimento radioativo. Uma energia de aproximadamente 1 até 35
eV é necessária para ionizar um átomo ou molécula, e as partículas e raios g emitidos durante
a desintegração nuclear frequentemente têm energias de vários milhões de eV. Portanto, uma
única partícula a, uma única partícula b ou um único raio g pode ionizar milhares de moléculas.
A radiação nuclear é potencialmente prejudicial a seres humanos, pois a ionização que ela
produz pode alterar significantemente a estrutura das moléculas no interior de uma célula viva.
As alterações podem levar à morte da célula e até mesmo do próprio organismo. Apesar dos
danos potenciais, no entanto, a radiação ionizante é usada em medicina para fins diagnósticos
e terapêuticos, como para localizar fraturas em ossos e tratar câncer. Os danos podem ser mi-
nimizados apenas se os fundamentos da exposição à radiação, incluindo unidades de dosagem
e os efeitos biológicos da radiação, forem entendidos.
A exposição é uma medida da ionização produzida no ar por raios X ou raios g, e é definida
da seguinte maneira: Um feixe de raios X ou de raios g é enviado e atravessa uma massa m de
ar seco a temperatura e pressão padrões2 (0ºC, 1 atm de pressão). Ao passar pelo ar, o feixe
produz íons positivos cuja carga total é igual a q. A exposição é definida como a carga total
por unidade de massa de ar: exposição 5 q/m. A unidade SI para exposição é o coulomb por
quilograma (C/kg). Entretanto, a primeira unidade de radiação a ser definida foi o roentgen (R),
e ela ainda é usada hoje em dia. Com q expresso em coulomb (C) e m em quilogramas (kg), a
exposição em roentgens é dada por
(32.1)
1
Ou acelerador de partículas LHC, do inglês “large hadron collider”. Na física de partículas de altas energias, um há-
dron é uma partícula formada por quarks mantidos unidos pela interação forte. (N.T.)
2
Em inglês, STP das iniciais de standard “temperature and pressure” (temperatura e pressão padrões), corresponde às
condições normais de temperatura e pressão (CNTP). (N.T.)
112
Como o conceito de exposição é definido em termos das capacidades de ionização dos raios X
e dos raios g no ar, ele não especifica o efeito da radiação sobre tecidos vivos. Para propósitos
biológicos, a dose absorvida é uma grandeza mais adequada porque ela é a energia da radiação
absorvida por unidade de massa de material absorvente:
(32.2)
A unidade SI para dose absorvida é o gray (Gy), que é a unidade de energia dividida pela uni-
dade de massa: 1 Gy 5 1 J/kg. A Equação 32.2 se aplica a todos os tipos de radiação e meios
absorventes. Outra unidade usada frequentemente para a dose absorvida é o rad (às vezes abre-
viado como rd). A palavra “rad”3 é uma sigla em inglês que significa dose de radiação absor-
vida. O rad e o Gray estão relacionados por
O Exemplo 1 lida com o gray e o rad como unidades de dose absorvida.
Raciocínio Quando raios g são absorvidos pela água, eles fazem com que ela se aqueça. A dose absorvida de raios g é a energia
(calor) absorvida pela água dividida pela sua massa. De acordo com a discussão na Seção 12.7 do volume 1, o calor que deve ser
absorvido pela água a fim de que a sua temperatura aumente de certo valor depende da massa e do calor específico da água. Usa-
remos o conceito de calor específico para calcularmos a dose absorvida de raios g.
Dados Conhecidos e Incógnitas A tabela a seguir resume as informações fornecidas:
Descrição Símbolo Valor
Temperatura inicial da água T0 20,0 °C
Temperatura final da água T 50,0 °C
Variável Desconhecida (Incógnita)
Dose absorvida de raios g (em rads) Dose absorvida ?
Continua
3
Das iniciais em inglês de “radiation absorbed dose”. (N.T.)
Modelando o Problema
PASSO 1 Dose Absorvida A dose absorvida de raios g é a energia (calor) Q Q
absorvida pela água dividida pela sua massa m (veja a Equação 32.2), como indicado Dose absorvida (32.2)
m
na coluna da direita. Tanto Q quanto m são incógnitas. As duas variáveis serão
consideradas no Passo 2. ?
PASSO 2 Calor Necessário para Aumentar a Temperatura da Água O calor Q
necessário para aumentar a temperatura de uma massa m de água de um valor DT é
Q 5 cm DT (Equação 12.4), em que c é o calor específico da água. A variação de
temperatura DT é igual à maior temperatura T menos a menor temperatura T0, ou Q
Dose absorvida (32.2)
DT 5 T 2 T0. Assim, o calor pode ser expresso como m
Q cm T cm (T T0) (12.4) Q cm(T T0) (12.4)
Essa expressão para o calor absorvido pela água pode ser substituída na Equação
32.2 correspondente à dose absorvida, como indicado na coluna da direita. Observe
que a massa m da água aparece tanto no numerador quanto no denominador, fazendo
com que ela possa ser eliminada algebricamente.
Q cm(T T0)
Dose absorvida c(T T0)
m m
Tirando o calor específico c da água da Tabela 12.2, concluímos que a dose absorvida de raios
g [expressa em grays (Gy)] é
A quantidade de dano biológico produzido pela radiação ionizante é diferente para diferen-
tes tipos de radiação. Uma dose de nêutrons de 1 rad, por exemplo, tem uma probabilidade
muito maior de produzir cataratas nos olhos do que uma dose de raios X de 1 rad. Para com-
parar o dano provocado por diferentes tipos de radiação, a eficácia biológica
Tabela 32.1 Eficácia Biológica Relativa relativa (RBE4) é usada.* A eficácia biológica relativa de um tipo particular de
(RBE) para Vários Tipos de Radiação radiação é o quociente entre a dose de raios X de 200 keV necessária para pro-
duzir certo efeito biológico e a dose da radiação sendo considerada necessária
Tipo de Radiação RBE para produzir o mesmo efeito biológico:
4
Das iniciais em inglês: “relative biological effectiveness”. (N.T.)
*A RBE às vezes é chamada de fator de qualidade (QF, do inglês “quality factor”).
Os valores maiores de RBE para prótons, partículas a e nêutrons indicam que eles causam da-
nos substancialmente maiores. A RBE é usada frequentemente em conjunto com a dose absor-
vida para refletir o caráter de produção de dano da radiação. O produto entre a dose absorvida
em rads (não em grays) e a RBE é a dose biologicamente equivalente:
(32.4)
A unidade para a dose biologicamente equivalente é o rem.5 O Exemplo 2 ilustra o uso da do-
se biologicamente equivalente.
Explicitando a dose absorvida dos nêutrons obtivemos
■
Todas as pessoas ficam continuamente expostas à radiação ambiental de fontes naturais, como
raios cósmicos (partículas de alta energia que vêm de fora do sistema solar), materiais radioativos
no meio ambiente, núcleos radioativos (principalmente carbono e potássio dentro dos
nossos próprios corpos e o radon. A Tabela 32.2 lista a dose biologicamente equivalente média
recebida dessas fontes por um cidadão nos Estados Unidos. De acordo com essa tabela, o radon
é um grande contribuinte da radiação ambiental natural. O radon é um gás radioativo inodor e
representa um perigo para a saúde porque, quando inalado, pode danificar os pulmões e provocar
5
Das iniciais em inglês de “roentgen equivalent, man”. (N.T.)
câncer. O radon é encontrado no solo e em rochas e entra nas casas via um mecanismo que não
é bem compreendido. Uma possibilidade para a entrada do radon é através de fraturas e fendas
na fundação das casas. A quantidade de radon no solo varia bastante ao longo do país, com algu-
mas localidades tendo quantidades significativas e outras não tendo virtualmente nenhuma. Por
conseguinte, a dose que qualquer indivíduo recebe pode variar amplamente do valor médio de
207 mrem/ano dado na Tabela 32.2 (1 mrem 5 1023 rem). Em muitas casas, a entrada de radon
pode ser reduzida significantemente selando-se a fundação contra a entrada de gás e fornecendo
boa ventilação para que ele não se acumule.
Ao ambiental natural de radiação, uma quantidade significativa de radiação artificial foi
adicionada, vinda principalmente de fontes relacionadas com a área médica. Entre essas fontes,
a tomografia computadorizada (veja a Seção 30.7) é o maior contribuinte, como indicado na
Tabela 32.2.
Os efeitos da radiação sobre seres humanos podem ser agrupados em duas categorias, de
acordo com o intervalo de tempo entre a exposição inicial e o aparecimento de sintomas fisio-
lógicos: (1) de curto prazo ou efeitos agudos que aparecem em uma questão de minutos, dias
ou semanas, e (2) de longo prazo ou efeitos latentes que aparecem anos, décadas, ou mesmo
gerações mais tarde.
Doença de radiação é o termo geral aplicado para os efeitos agudos da radiação. Depen-
dendo da gravidade da dose, uma pessoa com doença de radiação pode exibir náuseas, vômitos,
febre, diarreia e perda de cabelo. Em última instância, ela pode levar à morte. A gravidade da
doença de radiação está relacionada com a dose recebida, e na discussão a seguir as doses bio-
logicamente equivalentes mencionadas são doses únicas para o corpo inteiro. Uma dose menor
do que 50 rem não provoca efeitos de doença de curto prazo. Uma dose entre 50 e 300 rem
leva à doença de radiação, com a gravidade aumentando com o aumento da dosagem. Uma
dose do corpo inteiro na faixa de 400-500 rem é classificada como uma dose LD50, significan-
do que é uma dose letal (LD6) para cerca de 50% das pessoas assim expostas; a morte ocorre
em alguns meses. Doses do corpo inteiro maiores do que 600 rem resultam em morte para
praticamente todos indivíduos.
Efeitos de longo prazo ou latentes de radiação podem aparecer como resultado de breve
exposição de alto nível ou exposição de baixo nível durante um longo período de tempo. Al-
guns dos efeitos de longo prazo são perda de cabelo, cataratas nos olhos e vários tipos de cân-
cer. Além disso, defeitos genéticos provocados por genes mutantes podem ser transmitidos de
uma geração para a próxima.
Por causa dos perigos de radiação, o governo federal americano estabeleceu limites de
doses. A dose permissível para um indivíduo é definida como a dose, acumulada durante um
longo período de tempo ou resultante de uma única exposição, que traz uma probabilidade
insignificante de perigo grave à saúde. Padrões federais (1991) estabelecem que um indivíduo
na população em geral não deveria receber mais do que 500 mrem de radiação artificial por
ano, excluindo as fontes médicas. Uma pessoa exposta à radiação no local de trabalho (por
exemplo, um terapeuta de radiação) não deveria receber mais de 5 rem por ano de fontes rela-
cionadas com o trabalho.
Em 1919, Ernest Rutherford observou que quando uma partícula a colide com um núcleo de
nitrogênio, são produzidos um núcleo de oxigênio e um próton. Essa reação nuclear é escrita como
Pelo fato de a partícula a incidente induzir a transmutação do nitrogênio em oxigênio, essa
reação é um exemplo de uma transmutação nuclear induzida.
Reações nucleares são frequentemente escritas de forma abreviada. Por exemplo, a reação an-
terior é escrita como (a, p) . O primeiro e o último símbolo representam os núcleos inicial
e final, respectivamente. Os símbolos entre parênteses representam a partícula a incidente (à es-
querda) e a pequena partícula emitida ou próton p (à direita). Algumas das outras transmutações
nucleares induzidas estão listadas a seguir, junto com as notações abreviadas equivalentes.
Identifique o núcleo produzido, incluindo seu número atômico Z (o número de prótons) e seu nú-
mero de massa atômica A (o número de núcleons).
Raciocínio A carga elétrica total dos núcleons se conserva, de modo que podemos igualar o nú-
mero total de prótons antes da reação ao número total depois da reação. O número total de núcleons
também se conserva, de modo que podemos igualar o número total antes da reação ao número total
depois da reação. A conservação dessas grandezas nos permitirá identificar o núcleo .
Solução A conservação da carga elétrica total e do número total de núcleons nos leva às equações
listadas na tabela a seguir:
Transmutações nucleares induzidas podem ser usadas para produzir isótopos não encontra-
dos na natureza (ou seja, isótopos artificiais). Em 1934, Enrico Fermi (1901-1954) sugeriu um
método para a produção de elementos com um número atômico maior do que o do urânio
(Z 5 92). Esses elementos — o netúnio (Z 5 93), o plutônio (Z 5 94), o amerício (Z 5 95) e
assim por diante — são conhecidos como elementos transurânicos, e nenhum ocorre na natu-
reza. Eles são criados em uma reação nuclear entre um elemento mais leve adequadamente
escolhido e uma pequena partícula incidente, normalmente um nêutron ou uma partícula a. A
Figura 32.2, por exemplo, mostra uma reação que produz plutônio a partir do urânio. Um nêu-
tron é capturado por um núcleo de urânio , produzindo e um raio g. O núcleo
é radioativo e decai com uma meia-vida de 23,5 min gerando o netúnio . O netúnio tam-
bém é radioativo e se desintegra com uma meia-vida de 2,4 dias produzindo plutônio
O plutônio é o produto final e tem uma meia-vida de 24.100 anos.
Os nêutrons que participam das reações nucleares podem ter energias cinéticas pertencentes
a uma ampla faixa. Em particular, os que têm uma energia cinética de cerca de 0,04 eV ou me-
Figura 32.2 A figura ilustra uma nos são chamados de nêutrons térmicos. O nome se origina do fato de que essa energia ciné-
reação nuclear induzida na qual o tica relativamente pequena é comparável à energia cinética de translação média de uma molé-
é transmutado resultando no cula em um gás perfeito à temperatura ambiente.
elemento transurânico plutônio
Essa reação é apenas uma das muitas reações possíveis que podem ocorrer quando o urânio
sofre fissão. Outra reação, por exemplo, é
Algumas reações podem produzir até cinco nêutrons; contudo, o número médio produzido em
cada fissão é igual a 2,5.
Quando um nêutron colide com um núcleo de urânio e é absorvido por ele, o núcleo de urânio
começa a vibrar e fica distorcido. A vibração continua até que a distorção se torne tão intensa que
a interação nuclear fortemente de atração não consiga mais contrabalançar a repulsão eletrostáti-
ca entre os prótons nucleares. Nesse instante, o núcleo se desintegra em fragmentos, que trans-
portam energia para fora do núcleo original, principalmente sob a forma de energia cinética. A
energia transportada pelos fragmentos é enorme e estava armazenada no núcleo original princi-
palmente sob a forma de energia potencial elétrica. Uma média de aproximadamente 200 MeV
de energia é liberada por fissão. Essa energia é da ordem de 108 vezes maior do que a energia
liberada por molécula em uma reação química comum, como a combustão de gasolina ou de car-
vão. O Exemplo 4 mostra como se pode estimar a energia liberada durante a fissão de um núcleo.
Virtualmente todo urânio que ocorre na natureza é composto por dois isótopos. Esses isó-
topos com as suas abundâncias naturais são (99,275%) e (0,720%). Embora o
seja de longe o isótopo mais abundante, a probabilidade de que ele capture um nêutron e sofra
fissão é muito pequena. Por essa razão, o não é o isótopo escolhido para a geração de
energia nuclear. Em contraste, o isótopo captura prontamente um nêutron e sofre fissão,
desde que o nêutron seja um nêutron térmico (energia cinética 0,04 eV ou menor). A pro-
babilidade de um nêutron térmico provocar uma fissão do é cerca de 500 vezes maior do
que a probabilidade de um nêutron cuja energia é relativamente alta – digamos, 1 MeV. Nêu-
trons térmicos também podem ser usados para provocar a fissão de outros núcleos, como o
plutônio . O Exemplo Conceitual 5 lida com uma das razões pelas quais nêutrons térmi-
cos são úteis para induzir a fissão nuclear.
A resposta (b) está correta. Um próton e uma partícula a, cada um estando positivamente car-
regado, exigiriam muito mais energia cinética do que um nêutron exige, a fim de vencer a força
eletrostática de repulsão dos prótons do núcleo. É verdade que cada uma dessas partículas também
experimentaria a atração da interação nuclear forte dos prótons e dos nêutrons do núcleo. Entretan-
to, essa força tem um raio de ação extremamente reduzido e, portanto, só entraria em cena após uma
partícula incidente ter alcançado o núcleo-alvo. Em comparação, a força eletrostática tem um longo
raio de ação e está presente ao longo de todo o percurso em direção ao alvo.
O fato de a fissão do urânio liberar 2,5 nêutrons, em média, torna possível a ocorrência de
uma série de fissões autossustentadas. Como ilustrado na Figura 32.4, cada nêutron liberado
pode iniciar outro evento de fissão, resultando na emissão de mais nêutrons, seguida por mais
fissões, e assim por diante. Uma reação em cadeia é uma série de fissões nucleares por meio
Figura 32.4 Uma reação em das quais alguns dos nêutrons produzidos por cada fissão provocam outras fissões. Durante
cadeia. Por uma questão de uma reação em cadeia não controlada, não é raro o número de fissões aumentar em mil vezes
clareza, considera-se que cada em um intervalo de alguns milionésimos de segundo. Com uma energia média de cerca de
fissão gera dois nêutrons (na 200 MeV sendo liberada por fissão, uma reação em cadeia não controlada pode gerar uma
verdade, são liberados, em média,
2,5 nêutrons). Os fragmentos da
quantidade incrível de energia em um curto espaço de tempo, como acontece em uma bomba
fissão não são mostrados na figura. atômica (que é na verdade uma bomba nuclear).
Usando um material que possa absorver nêutrons sem sofrer fissão, é possível limitar o nú-
mero de nêutrons no ambiente dos núcleos que podem sofrer fissão. Desse modo, pode-se es-
tabelecer uma condição na qual cada evento de fissão contribui, em média, com apenas um
nêutron que provoca a fissão de outro núcleo (veja a Figura 32.5). Dessa forma, a reação em
cadeia e a taxa de produção de energia são controladas. A reação em cadeia de fissão contro-
lada é o princípio no qual se baseiam os reatores nucleares usados nas usinas nucleares para
geração comercial de energia elétrica.
algum tipo de material capaz de reduzir ou moderar a velocidade desses nêutrons ener-
géticos, de modo que eles possam provocar facilmente a fissão de núcleos adicionais de
O material usado para esse fim é chamado de moderador. Um moderador comu-
mente usado é a água. Quando um nêutron de alta energia deixa um elemento combus-
tível, ele entra em um reservatório com água ao redor e colide com moléculas de água.
A cada colisão, o nêutron perde uma fração considerável da sua energia e reduz sua
velocidade. Depois de ser freado pelo moderador até se tornar um nêutron térmico, um
processo que leva menos de 1023 s, o nêutron consegue iniciar um evento de fissão ao
entrar novamente em um elemento combustível.
Para que a potência gerada por um reator se mantenha constante, apenas um nêutron
de cada evento de fissão deve disparar uma nova fissão, como ilustrado na Figura 32.5.
Quando cada fissão leva a uma fissão adicional — nem mais nem menos — diz-se que
o reator está crítico. Um reator normalmente opera em uma condição crítica, porque
nesse caso ele produz um suprimento constante de energia. O reator está subcrítico
quando, em média, os nêutrons de cada fissão disparam menos do que uma fissão sub- Figura 32.6 Um reator nuclear é
sequente. Em um reator subcrítico, a reação em cadeia não é autossustentada e acaba formado por elementos combustíveis,
se extinguindo com o tempo. Quando os nêutrons de cada fissão disparam mais de uma barras de controle e um moderador (que,
fissão adicional, o reator está operando em uma condição supercrítica. Durante uma nesse caso, é a água).
condição supercrítica, a energia liberada por um reator aumenta com o tempo. Se não
houver verificação, a energia crescente pode levar a um derretimento parcial ou total do núcleo
do reator, com a possível liberação de material radioativo para o meio ambiente.
Claramente, é necessário um mecanismo de controle para manter o reator no seu estado
normal ou crítico. Esse controle é feito por várias barras de controle que podem ser introdu-
zidas e retiradas do núcleo do reator (veja a Figura 32.6). As barras de controle contêm um
elemento, como o boro ou o cádmio, que absorve prontamente nêutrons sem sofrer fissão. Se
o reator se tornar supercrítico, as barras de controle são automaticamente deslocadas mais pa-
ra dentro do núcleo a fim de absorverem o excesso de nêutrons que estão provocando a condi-
ção supercrítica. Em resposta, o reator volta ao seu estado crítico. Ao contrário, se o reator se
tornar subcrítico, as barras de controle são retiradas parcialmente do núcleo. Um número me-
nor de nêutrons é absorvido, mais nêutrons estão disponíveis para a fissão e o reator volta no-
vamente ao seu estado crítico.
A Figura 32.7 ilustra os principais componentes de um reator de água pressurizada. Nesse
tipo de reator, o calor gerado nos elementos combustíveis é transferido para a água na qual eles
estão imersos. Para se extrair o máximo de calor possível, permite-se que a temperatura da
água suba até um valor elevado (cerca de 300oC). Para evitar que a água entre em ebulição, o
que ocorre a 100oC à pressão ambiente (1 atmosfera), a água é pressurizada a mais de 150 at-
mosferas. A água quente é bombeada e atravessa um trocador de calor, onde o calor é transfe-
rido para a água que circula em um segundo sistema fechado.8 O calor transferido para o se-
gundo sistema produz vapor que aciona uma turbina. A turbina está acoplada a um gerador de
eletricidade, cuja potência elétrica gerada é entregue aos consumidores por meio de linhas de
transmissão de alta tensão.9 Depois de sair da turbina, o vapor é convertido novamente em água
em um condensador antes de voltar para o trocador de calor.
8
O chamado circuito secundário. A água que está em contato com as varetas combustíveis, portanto com radioatividade,
está no circuito primário. (N.T.)
9
Ou seja, linhas de alta voltagem. (N.T.)
10
Também conhecidos como reator do tipo PWR (“pressurized water reactor”) em oposição aos reatores do tipo BWR
(“boiling water reactor”) no qual a água ferve. (N.T.)
Determine a energia que é liberada nessa reação de fusão, que está ilustrada na Figura 32.9.
Raciocínio Como há liberação de energia, a massa total dos núcleos finais é menor do que a mas-
sa total dos núcleos iniciais. Para determinarmos a energia liberada, calculamos o quanto (em uni-
dades de massa atômica u) a massa total diminui. Em seguida, usamos o fato de que uma unidade
de massa atômica (u) é equivalente a 931,5 MeV de energia, como determinado na Seção 31.3.
Essa abordagem é a mesma que a usada na Seção 31.4 para o decaimento radioativo.
Solução As massas dos núcleos inicial e final nessa reação, bem como a massa do nêutron, são
O núcleo de deutério contém dois núcleons, e o núcleo de trítio contém três núcleons. Assim,
existem cinco núcleons que participam da reação de fusão, logo a energia liberada por núcleon é de
aproximadamente 3,5 MeV. Essa energia por núcleon é maior do que a energia liberada em um pro-
cesso de fissão ( 0,9 MeV por núcleon).
■
Pelo fato de as reações de fusão liberarem tanta energia, existe um interesse considerável
nos reatores baseados na fusão nuclear, embora até o momento não tenha sido construída ne-
nhuma usina comercial. A dificuldade para se construir um reator de fusão surge principalmen-
te do fato de os dois núcleos leves terem que ser colocados suficientemente próximos um do
outro para que a interação nuclear forte possa atraí-los, levando à fusão. Entretanto, cada núcleo
tem uma carga positiva e repele o outro eletricamente. Para que os núcleos se aproximem su-
ficientemente na presença da força de repulsão elétrica, é preciso que eles tenham energias
cinéticas elevadas, portanto grandes temperaturas para começar. Assim, por exemplo, a tem-
peratura necessária para começar a reação deutério-trítio discutida no Exemplo 6 é da ordem
de cem milhões de graus Celsius.
Reações que exigem temperaturas extremamente elevadas como essas são chamadas de rea
ções termonucleares. As reações termonucleares mais importantes acontecem em estrelas,
como o nosso próprio Sol. A energia irradiada pelo Sol vem da parte profunda do seu núcleo,
onde a temperatura é suficientemente elevada para iniciar o processo de fusão. Os cientistas
acreditam que um grupo das reações que ocorrem no Sol é o ciclo próton-próton, que é uma
série de reações pelas quais seis prótons formam um núcleo de hélio, dois pósitrons, dois raios
g, dois prótons e dois neutrinos. A energia liberada pelo ciclo próton-próton é de aproximada-
mente 25 MeV (veja o Problema 38).
Reações de fusão artificiais foram conduzidas em uma bomba nuclear usando fusão — co-
nhecida popularmente como uma bomba de hidrogênio. Em uma bomba de hidrogênio, a rea-
ção de fusão é iniciada pela explosão de uma bomba de fissão de urânio ou plutônio. A tem-
peratura produzida pela bomba de fissão é suficientemente alta para iniciar uma reação termo-
nuclear na qual, por exemplo, isótopos de hidrogênio são fundidos formando hélio, liberando
ainda mais energia. Para que a fusão possa ser usada como uma fonte de energia comercial, a
energia deve ser liberada em regime permanente, de maneira controlada — diferentemente da
energia em uma bomba de hidrogênio. Até o momento, os cientistas ainda não tiveram êxito
na construção de um dispositivo de fusão que produza, de forma contínua, mais energia do que
a gasta na operação do dispositivo. Um dispositivo de fusão usa uma alta temperatura para dar
partida em uma reação, e nessa condição, todos os átomos estão completamente ionizados for-
mando um plasma (um gás formado por partículas carregadas, como e e2). O problema
está em confinar o plasma quente por um tempo suficientemente longo para que as colisões
entre os íons consigam levar à fusão.
A física do confinamento magnético e fusão. Um método engenhoso para confinar o plasma é cha-
mado de confinamento magnético porque usa um campo magnético para confinar e comprimir
as cargas no plasma. Cargas em movimento no campo magnético estão sujeitas a forças mag-
néticas. Quando as forças aumentam, a pressão associada aumenta, e a temperatura sobe. O
gás se transforma em um plasma superaquecido, chegando à fusão quando a pressão e a tem-
peratura estiverem suficientemente elevadas.
A física do confinamento inercial e fusão. Outro tipo de esquema de confinamento, conhecido como
confinamento inercial, também está sendo desenvolvido. Pelotas minúsculas de combustível são
inseridas em um recipiente. Quando cada pelota chega ao centro do recipiente, vários feixes de
laser de alta intensidade incidem sobre a pelota simultaneamente. O aquecimento faz com que
as camadas externas da esfera sejam vaporizadas quase instantaneamente. Entretanto, a inércia
dos átomos vaporizados impede que eles se expandam com a mesma rapidez que o vapor que se
forma. Como consequência, altas pressões, altas densidades e altas temperaturas são atingidas
no centro da pelota, provocando assim a fusão. Uma variante da fusão por confinamento inercial,
chamada “Z pinch”, está sendo desenvolvida no Sandia National Laboratories, no estado ameri-
cano do Novo México. Esse dispositivo também se baseia na implosão de minúsculas pelotas de
combustível, mas sem usar lasers. Em vez de lasers, os cientistas estão usando um arranjo cilín-
drico de fios finos de tungstênio ligados a um gigantesco capacitor. Quando o capacitor é descar-
regado, uma enorme corrente atravessa os fios. Os fios aquecidos se vaporizam quase instanta-
neamente, gerando um gás quente de íons, ou plasma. O plasma é empurrado para dentro pelo
enorme campo magnético produzido pela corrente. O plasma comprimido fica superaquecido e
gera um pulso gigantesco de raios X. Esse pulso, espera-se, implodiria as pelotas de combustível
sólido, fazendo-as atingir as pressões e temperaturas necessárias para que ocorra fusão.
Quando comparada com a fissão, a fusão nuclear apresenta algumas características atraen-
tes como uma fonte de energia. Como vimos no Exemplo 6, a fusão produz mais energia por
núcleon de combustível do que a fissão. Além disso, um tipo de combustível, o (deutério),
pode ser extraído das águas dos oceanos e é abundante, barato e relativamente fácil de ser
separado do isótopo mais comum do hidrogênio, . Os materiais físseis, como o isótopo na-
tural do urânio , são muito menos abundantes, e suas reservas podem se esgotar dentro de
um século ou dois. Entretanto, o uso comercial da fusão para fornecer energia barata perma-
nece como uma possibilidade futura.
■■ Neutrinos
Em 1930, Wolfgang Pauli sugeriu que uma partícula chamada de neutrino (hoje conhecida
como “neutrino do elétron”) deveria acompanhar o decaimento b de um núcleo radioativo.
Como discutido na Seção 31.5, o neutrino não possui carga elétrica, tem uma massa muito pe-
quena (uma fração minúscula da massa de um elétron) e se move com uma velocidade próxima
(mas menor do que) a velocidade de propagação da luz. Os neutrinos foram finalmente desco-
bertos em 1956. Hoje, são criados em abundância nos reatores nucleares e aceleradores de
partículas e os cientistas acreditam que existam em grande quantidade no universo.
■■ Pósitrons e Antipartículas
No mesmo ano de 1932 foi descoberto o pósitron (uma contração de “positive electron”, cor-
respondente a elétron positivo em português). O pósitron tem a mesma massa que o elétron, mas
Figura 32.11 (a) Na tomografia por emissão de pósitrons, ou PET Scan, um isótopo radioativo é
injetado no corpo. O isótopo sofre decaimento emitindo um pósitron, que aniquila um elétron no tecido
do corpo do paciente, produzindo dois fótons de raios g. Esses fótons atingem detectores montados em
posições diametralmente opostas de um anel que envolve o paciente. (b) Uma paciente sendo submetida a
uma tomografia por emissão de pósitrons do cérebro (b. © Hank Morgan/Photo Researchers).
transporta uma carga positiva 1e. Uma colisão entre um pósitron e um elétron resulta provavel-
mente na aniquilação das duas partículas, convertendo-as em energia eletromagnética na forma
de raios g. Por essa razão, os pósitrons nunca coexistem por um intervalo de tempo apreciável
com a matéria comum. Como discutido no Exemplo Conceitual 7, a aniquilação mútua de um
pósitron e um elétron está no cerne de uma técnica importante de diagnóstico médico.
11
Das iniciais em inglês de “positron emission tomography”. (N.T.)
Raciocínio A quantidade de movimento linear é um conceito vetorial e, portanto, tem uma direção
e um sentido. O princípio de conservação da quantidade de movimento linear afirma que a quanti-
dade de movimento linear total de um sistema isolado permanece constante (veja a Seção 7.2 do
volume 1). Um sistema isolado é aquele sobre o qual a força resultante externa é igual a zero. Ener-
gia não é um conceito vetorial e não tem direção nem sentido a ela associados. O princípio de con-
servação da energia afirma que a energia não pode ser criada nem destruída, mas só pode ser con-
vertida de uma forma em outra (veja a Seção 6.8 do volume 1).
A resposta (b) está incorreta. Energia não é um vetor e não tem direção nem sentido associados
a ela. Portanto, ela não pode, por si só, revelar a linha de direção ao longo da qual os fótons de raios
g foram emitidos.
A resposta (a) está correta. O pósitron e o elétron constituem um sistema isolado, de modo que
a conservação da quantidade de movimento linear se aplica. Eles exercem forças eletrostáticas um
sobre o outro, já que eles transportam cargas elétricas. Entretanto, essas forças são internas e não
externas, e não podem alterar a quantidade de movimento linear total do sistema de duas partículas.
A quantidade de movimento linear total dos fótons, então, tem que ser igual à quantidade de movi-
mento linear do pósitron e do elétron, que é praticamente nula, na medida em que essas partículas
têm uma quantidade de movimento muito menor do que a dos fótons. Com uma quantidade de mo-
vimento linear total igual a zero, os vetores quantidade de movimento dos fótons devem apontar em
sentidos contrários de uma mesma direção. Assim, os dois fótons partem do local da aniquilação se
dirigindo para detectores localizados em posições diametralmente opostas.
■■ Múons e Píons
Em 1937, os físicos americanos S. H. Neddermeyer (1907-1988) e C. D. Anderson (1907-1991)
descobriram uma nova partícula carregada cuja massa era cerca de 207 vezes maior do que a
massa do elétron. A partícula foi representada pela letra grega m (mi) e é conhecida como um
múon. Existem dois múons que possuem a mesma massa, mas cargas contrárias: a partícula
m2 e sua antipartícula m1. O múon m2 tem a mesma carga que o elétron, enquanto o múon m1
tem a mesma carga que o pósitron. Os dois múons são instáveis e têm um tempo de existência
de 2,2 3 1026 s. O múon m2 sofre decaimento produzindo um elétron (b2), um neutrino de
múon (m) e um antineutrino de elétron de acordo com a seguinte reação:
O múon m1 sofre decaimento produzindo um pósitron (b1), um antineutrino do múon e
um neutrino de elétron (e):
Os múons interagem com prótons e nêutrons por meio da interação fraca (veja a Seção 31.5).
A existência dos píons foi prevista em 1935 pelo físico japonês Hideki Yukawa (1907-
1981), mas eles só foram descobertos em 1947. Píons são encontrados em três variedades:
uma que é carregada positivamente, a antipartícula carregada negativamente com a mesma
massa e o píon neutro, mencionado anteriormente, que é a sua própria antipartícula. Os sím-
bolos dos três píons são, respectivamente, p1, p2 e p0. Os píons carregados são instáveis e
têm um tempo de existência de 2,6 3 1028 s. Quase sempre, o decaimento de um píon carre-
gado produz um múon:
Como mencionado anteriormente, o píon neutro p0 também é instável e decai gerando dois
fótons de raios g, com um tempo de existência de 8,4 3 10217 s. Os píons despertam muito
interesse porque, ao contrário dos múons, interagem com prótons e nêutrons por meio da in-
teração nuclear forte.
■■ Quarks
Com a descoberta de um número cada vez maior de hádrons, ficou claro que nem todos eram
partículas elementares. Alguns físicos sugeriram que os hádrons eram feitos de partículas me-
nores mais elementares chamadas de quarks. Em 1963, uma teoria dos quarks foi proposta de
forma independente por M. Gell-Mann (1929- ) e G. Zweig (1937- ). De acordo com a
teoria, existem três quarks e três antiquarks correspondentes, e os hádrons são construídos por
combinações dessas partículas. Assim, os quarks foram elevados ao status de partículas ele-
mentares para a família dos hádrons. As partículas na família dos léptons foram consideradas
elementares, e como tal não são compostas por quarks.
Os três quarks receberam os nomes de up (u), down (d) e strange (s) e considerou-se que
eles têm cargas elétricas fracionárias, respectivamente, de (12/3)e, (21/3)e e (21/3)e. Em
outras palavras, um quark possui uma carga cujo módulo é menor do que o de um elétron, que
tem uma carga igual a 2e. A Tabela 32.4 lista os símbolos e as cargas elétricas desses quarks
e dos antiquarks correspondentes. Experimentalmente, os quarks deveriam ser reconhecíveis
pelas suas cargas fracionárias, mas apesar de uma busca extensiva por eles, quarks livres nunca
foram encontrados.
De acordo com a teoria original dos quarks, os mésons são diferentes dos bárions, pois cada
méson é formado por apenas dois quarks — um quark e um antiquark — enquanto um bárion
contém três quarks. Assim, por exemplo, o píon p2 (um méson) é formado por um quark d e
Figura 32.13 De acordo com o um antiquark : p2 5 d 1 , como mostrado na Figura 32.13. Esses dois quarks se combinam
modelo original de quarks de para dar ao píon p2 uma carga resultante de –e. Analogamente, o píon p1 é uma combinação
hádrons, todos os mésons são dos quarks e u: p1 5 1 u. Em contraste, prótons e nêutrons, por serem bárions, são for-
formados por um quark e um mados por três quarks. Um próton contém a combinação d 1 u 1 u, e um nêutron contém a
antiquark, enquanto os bárions combinação d 1 d 1 u (veja a Figura 32.13). Esses grupos de três quarks fornecem as cargas
contêm três quarks. corretas para o próton e o nêutron.
O modelo original dos quarks foi extremamente bem-sucedido em prever não só as cargas
corretas dos hádrons, mas também outras propriedades. Entretanto, em 1974, foi descoberta
uma nova partícula, o méson J/c. Esse méson tem uma energia de repouso de 3097 MeV,
muito maior do que as energias de repouso de outros mésons conhecidos até então. A exis-
tência do méson J/c só podia ser explicada se existisse um novo par quark-antiquark; esse
novo par foi chamado de charm12 (c). Com a descoberta de cada vez mais partículas, foi ne-
cessário postular a existência de um quinto e um sexto quarks; seus nomes são top (t) e bot-
tom (b), embora alguns cientistas prefiram chamar esses quarks de truth e beauty. Hoje, há
evidência firme para todos os seis quarks, cada um com seu antiquark correspondente. Todas
as centenas de hádrons conhecidos podem ser explicados em termos desses seis quarks e
seus antiquarks.
Além de carga elétrica, os quarks também possuem outras propriedades. Por exemplo,
cada quark possui uma característica chamada cor, para a qual existem três possibilidades:
azul, verde e vermelho. As possibilidades correspondentes para os antiquarks são antiazul,
antiverde e antivermelho. O uso do termo “cor” e as escolhas específicas de azul, verde e
vermelho são arbitrários, pois as cores visíveis do espectro eletromagnético não têm nada a
ver com as propriedades dos quarks. A propriedade do quark da cor, no entanto, é importante,
porque faz com que o modelo de quarks esteja em acordo com o princípio de exclusão de
Pauli e permite que o modelo explique observações experimentais que são difíceis de explicar
de outra forma.
Quarks Antiquarks
Up u
Down d
Strange s
Charm c
Top t
Bottom b
12
Em inglês, charmed. (N.T.)
Figura 32.14 A visão atual de como a matéria é formada por unidades básicas, começando com uma
molécula e terminando com um quark. As dimensões aproximadas de cada unidade também são
listadas.
■■ O Modelo-Padrão
As várias partículas elementares que foram descobertas podem interagir por meio de uma ou
mais das quatro forças a seguir: a força ou interação gravitacional, a interação nuclear forte, a
interação nuclear fraca e a força ou interação eletromagnética. Na física de partículas, a expressão
“o modelo-padrão” se refere à explicação atualmente aceita para a interação nuclear forte, a in-
teração nuclear fraca e a força eletromagnética. Nesse modelo, a interação nuclear forte entre os
quarks é descrita em termos do conceito de cor, em uma teoria conhecida como cromodinâmica
quântica. De acordo com o modelo-padrão, a interação nuclear fraca e a força eletromagnética
são manifestações separadas de uma única interação ainda mais fundamental, conhecida como
a interação eletrofraca, como vimos na Seção 31.5.
No modelo-padrão, nosso entendimento dos componentes constritivos da matéria segue o
padrão hierárquico ilustrado na Figura 32.14. As moléculas, como a água (H2O) e a glicose
(C6H12O6), são formadas por átomos. Cada átomo é formado por um núcleo que é cercado por
uma nuvem de elétrons. O núcleo, por sua vez, é formado por prótons e nêutrons, que são com-
postos de quarks.
32.7 Cosmologia
Cosmologia é o estudo da estrutura e da evolução do universo. Nesse estudo, tanto os
aspectos muito grandes quanto os aspectos muito pequenos são importantes. Os astrônomos,
por exemplo, estudam estrelas situadas a distâncias enormes da Terra, que podem chegar a bi-
lhões de anos-luz. Em contraste, físicos de partículas focam seus esforços nas partículas ele-
mentares muito pequenas (10218 m ou menores) que compõem a matéria. A sinergia entre o
trabalho dos astrônomos e o dos físicos de partículas tem levado a avanços significativos no
nosso entendimento do universo. A crença de que o universo está se expandindo é central para
esse entendimento, e começamos discutindo os indícios que justificam essa crença.
em que H é uma constante conhecida como o parâmetro de Hubble. Em outras palavras, a velo-
cidade de recessão é proporcional à distância d, de modo que galáxias mais distantes estão se
afastando da Terra com velocidades maiores. A Equação 32.5 é conhecida como Lei de Hubble.
O retrato de Hubble de um universo em expansão não significa que a Terra está no centro
da expansão. Na verdade, não existe literalmente um centro. Imagine um pão de forma reche-
ado com passas se expandindo enquanto está assando. Cada passa se afasta de todas as outras
passas, sem que nenhuma das passas atue como um centro para a expansão. As galáxias no
universo se comportam de forma semelhante. Observadores em outras galáxias veriam galáxias
distantes se afastando, da mesma forma que nós.
A física da “energia escura”. Não só o universo está se expandindo, mas a velocidade da expan-
são está aumentando, de acordo com medições astronômicas recentes do brilho de supernovas,
ou estrelas que estão explodindo. Para explicar o aumento na velocidade, os astrônomos pos-
tularam a existência de uma “energia escura” que permeia todo o universo. A força de atração
gravitacional normal entre galáxias reduz a taxa com que elas estão se afastando umas das ou-
tras. A energia escura dá origem a uma força que se contrapõe à gravidade e afasta as galáxias
umas das outras. Até o momento, pouco se conhece a respeito da energia escura.
Resultados experimentais obtidos por astrônomos indicam que um valor aproximado do
parâmetro de Hubble é
Acredita-se que o valor do parâmetro de Hubble esteja acurado com uma margem de erro de
10%. Os cientistas estão muito interessados em obter um valor acurado de H porque ele pode
estar relacionado com uma idade para o universo, como ilustrado no próximo exemplo.
■
A ideia apresentada no Exemplo 8, de que nossa galáxia e outras galáxias do universo esta-
vam muito próximas em algum instante de tempo anterior, está no cerne da teoria do Big Bang.
Essa teoria postula que o universo teve um início definido em um evento cataclísmico, às vezes
chamado de bola de fogo primitiva. Uma evidência drástica que apoia a teoria do Big Bang foi
descoberta em 1965 por Arno A. Penzias (1933-) e Robert W. Wilson (1936-). Usando um ra-
diotelescópio, eles descobriram que a Terra é banhada em ondas eletromagnéticas fracas na re-
gião do espectro de micro-ondas (comprimento de onda 5 7,35 cm; veja a Figura 24.9). Eles
observaram que a intensidade dessas ondas é a mesma, não importando para onde no céu eles
apontavam seu telescópio, e concluíram que as ondas se originavam fora da nossa galáxia. Essa
radiação de fundo de micro-ondas, como é chamada, representa uma radiação residual do Big
Bang e é um tipo de brilho cósmico semelhante à radiação que ainda ilumina o céu mesmo após
o pôr do sol. Medições subsequentes confirmaram as pesquisas de Penzias e Wilson e mostraram
que a radiação de micro-ondas é consistente com um corpo negro (veja a Seção 13.3 do volume
1 e Seção 29.2) irradiando a uma temperatura de 2,7 K, concordando com a análise teórica do
Big Bang. Em 1978, Penzias e Wilson receberam um prêmio Nobel por sua descoberta.
Figura 32.15 De acordo com o modelo cosmológico padrão, o universo evoluiu como ilustrado na
figura. Nesse modelo, presume-se que o universo se originou com um evento cataclísmico conhecido
como o Big Bang. Os tempos indicados são contados a partir desse evento.
13
Grande teoria unificada. (N.T.)
Solução De acordo com a Equação 32.4, a dose biologicamente equivalente é dada por
A dose biologicamente equivalente passa então a ser escrita como
De acordo com a Equação 32.2, a dose absorvida (em Gy) é igual à energia E dividida pela massa
m do tecido. Assim, teremos:
De acordo com as respostas para a primeira e a segunda Perguntas Conceituais, podemos concluir
que a energia absorvida E está relacionada com a intensidade I, a área da seção transversal A e com
o tempo de duração t do feixe pela equação E 5 Pt 5 IAt. Substituindo esse resultado na equação
da dose biologicamente equivalente, obtivemos:
■
O próximo exemplo ilustra o decaimento de uma partícula em dois fótons, logo a matéria é
completamente convertida em ondas eletromagnéticas. O exemplo discute como achar a ener-
gia, a frequência e o comprimento de onda de cada fóton. Além disso, ele fornece uma opor-
tunidade de rever o princípio de conservação da energia e o princípio de conservação da quan-
tidade de movimento linear.
Solução (a) Como a soma das energias dos dois fótons de raios g deve ser igual à energia de re-
pouso E0 da partícula p0, a energia de cada fóton é
(b) De acordo com a Equação 29.2, a frequência de cada fóton é igual à sua energia (em joules)
dividida pela constante de Planck. Usando o fato de que 1 eV 5 1,60 3 10219 J, concluímos que
O comprimento de onda de cada fóton pode ser obtido diretamente da Equação 16.1:
(c) O módulo da quantidade de movimento de cada fóton está relacionado com seu comprimento
de onda pela Equação 29.6:
Como os fótons se movem ao longo do eixo x em sentidos contrários, suas quantidades de movi-
mento são 13,60 3 10220kg ? m/s e 23,60 3 10220 kg ? m/s .
■
32.2 Reações Nucleares Induzidas Uma reação nuclear induzida acontece sem-
pre que um núcleo alvo é atingido por outro núcleo, por uma partícula atômica ou su-
batômica ou por um fóton de raio g e sofre uma mudança. Uma transmutação nuclear
induzida é uma reação na qual o núcleo-alvo é transformado em um núcleo de um novo
elemento.
Todas as reações nucleares (induzidas ou espontâneas) obedecem às leis de conser-
vação da física referentes à massa/energia, à carga elétrica, à quantidade de movimento
linear, à quantidade de movimento angular e ao número de núcleons.
As reações nucleares são frequentemente escritas em uma forma compacta, como
(a, p) O primeiro e o último símbolo e representam, respectivamente, o
núcleo inicial e o núcleo final. Os símbolos entre parênteses representam a partícula a
incidente (à esquerda) e a pequena partícula emitida ou próton emitido (à direita).
Nêutron térmico é um nêutron que tem uma energia cinética de cerca de 0,04 eV.
32.3 Fissão Nuclear A fissão nuclear acontece quando um núcleo pesado se divide
em dois fragmentos mais leves. A fissão pode ser induzida pela absorção de um nêutron
térmico. Quando um núcleo pesado sofre fissão, há liberação de energia porque a ener-
gia de ligação por núcleon é maior para os fragmentos do que para o núcleo original.
A fissão nuclear também libera nêutrons. Esses nêutrons podem por sua vez induzir a
fissão de outros núcleos e levar a um processo conhecido como reação em cadeia. Di-
zemos que uma reação em cadeia é controlada se cada evento de fissão contribuir, em
média, com apenas um nêutron que provoca a fissão de outro núcleo.
(a) I, II, II (b) I, III, II (c) II, III, I (d) II, I, III (e) III, II, I
(a) (b) (c) raio g (d) Seção 32.6 Partículas Elementares
10. Os desenhos mostram quatro possibilidades para hádrons na teoria
Seção 32.3 Fissão Nuclear
dos quarks. Em cada uma das possibilidades, os símbolos para os quarks
6. A fissão do pode ocorrer como resultado de muitas reações são mostrados junto com as cargas elétricas correspondentes. Observe
diferentes. Em geral, elas podem ser escritas da seguinte forma: que e representa o módulo da carga de um elétron. Qual dos desenhos
mostra a estrutura para um antipróton? (a) A (b) B (c) C (d) D
Problemas
Os problemas que não estão marcados com um asterisco são considerados os mais fáceis de serem resolvidos. Problemas marcados com um único asterisco (*)
são mais difíceis, enquanto aqueles que receberam dois asteriscos (**) são os mais difíceis.
Seção 32.1 Efeitos Biológicos da Radiação Ionizante 14. Para cada uma das reações nucleares listadas a seguir, determine a
1. Nêutrons (RBE 5 2,0) e partículas a têm a mesma dose biologica- partícula desconhecida . Use a tabela periódica na contracapa de
mente equivalente. Entretanto, a dose absorvida dos nêutrons é seis trás se necessário.
vezes maior do que a dose absorvida das partículas a. Qual a RBE das
partículas a?
2. Que dose absorvida (em rads) de partículas a (RBE 5 15) provoca tan-
to dano biológico quanto uma dose de prótons de 60 rads (RBE 5 10)? 15. Um nêutron faz com que o sofra uma transmutação de acor-
3. Ao longo de todo o período de tratamento, dois tumores dife- do com a reação
rentes receberão a mesma dose absorvida de radiação terapêu-
tica. O menor dos tumores (massa 5 0,12 kg) absorve um total de 1,7 J
de energia. (a) Determine a dose absorvida, em Gy. (b) Qual a
energia total absorvida pelo maior dos tumores (massa 5 0,15 kg)? (a) Identifique o núcleo desconhecido , fornecendo seu número de
massa atômica A, seu número atômico Z e o símbolo X do elemento. (b)
4. Ao longo de um período de um ano, uma pessoa recebe uma dose O núcleo em seguida sofre um decaimento b2, e o mesmo acontece
biologicamente equivalente de 24 mrem (milirems) de raios cósmicos, com seu núcleo-filho. Identifique o núcleo final, determinando seu nú-
que são formados essencialmente por prótons de alta energia que bom- mero de massa, seu número atômico e o símbolo do elemento.
bardeiam a atmosfera da Terra vindos do espaço. A eficácia biológica
relativa dos prótons é igual a 10. (a) Qual a dose absorvida pela pes- 16. Escreva as reações a seguir na forma compacta discutida no texto.
soa em rads? (b) A pessoa absorve 1,9 3 1023 J de energia de raios
cósmicos em um ano. Qual a massa da pessoa?
5. Um feixe de partículas é direcionado para um tumor de 0,015
kg. Com isso, 1,6 3 1010 partículas por segundo atingem o tu-
mor e a energia de cada partícula é de 4,0 MeV. A RBE da radiação é
igual a 14. Determine a dose biologicamente equivalente aplicada ao 17. Complete as reações nucleares a seguir, considerando que a gran-
tumor em 25 s. deza desconhecida representada pelo ponto de interrogação é um
único núcleo ou partícula: (a) (n, a)? (b) (?, n)
6. Uma pessoa de 75 kg fica exposta a 45 mrem de partículas a (RBE 5 (c) (d) ?(g, a)
12). Qual a quantidade de energia (em joules) que essa pessoa absorveu?
*18. Durante uma reação nuclear, uma partícula desconhecida é absor-
7. O Exemplo 1 de Múltiplos Conceitos discute os conceitos que vida por um núcleo de cobre , e os produtos da reação são
são relevantes para este problema. Uma pessoa que está fazen- um nêutron e um próton. Qual o nome, o número atômico e o número
do tratamento com radiação para um tumor canceroso recebe uma do- de núcleons do núcleo formado temporariamente quando o núcleo de
se absorvida de 2,1 Gy. Toda a radiação é absorvida pelo tumor. Se o cobre absorve a partícula desconhecida?
tumor tiver um calor específico igual a 4200 J/(kg ∙ Co), determine a
elevação da sua temperatura. *19. Considere a reação nuclear induzida 1 → 1 .
As massas atômicas são (2,014 102 u), (14,003 074 u),
8. A dose biologicamente equivalente para um raio X de tórax tí- (12,000 000 u) e (4,002 603 u). Determine a energia (em MeV)
pico é igual a 2,5 3 1022 rem. A massa do tecido exposto é de liberada pela reação.
21 kg, e ele absorve 6,2 3 1023 J de energia. Qual a eficácia biológica
relativa (RBE) para a radiação sobre esse tipo particular de tecido? Seção 32.3 Fissão Nuclear, Seção 32.4 Reatores
*9. Um tumor de 2 kg está sendo irradiado por uma fonte radioa- Nucleares
tiva. O tumor recebe uma dose absorvida de 12 Gy em um 20. Determine o número atômico Z, o número de massa atômica A e o
intervalo de tempo de 850 s. Cada desintegração da fonte radioativa elemento X para a espécie desconhecida na seguinte reação para
produz uma partícula que penetra no tumor e fornece uma energia de a fissão do urânio :
0,40 MeV. Qual a atividade DN/Dt (veja a Seção 31.6) da fonte radioa
tiva?
*10. O Exemplo 1 de Múltiplos Conceitos usa um enfoque semelhan-
te ao necessário para resolver este problema, exceto que nesse caso a Consulte a tabela periódica na contracapa de trás do texto se necessário.
temperatura permanece constante enquanto ocorre uma mudança de 21. Quando um núcleo de urânio (235,043 924 u) sofre fissão,
fase. Uma amostra de água no estado líquido a 100oC e 1 atm de pres- cerca de 200 MeV de energia são liberados. Qual o quociente entre
são entra em ebulição a 100oC porque ela é irradiada com uma grande essa energia e a energia de repouso do núcleo de urânio?
dose de radiação ionizante. Qual a dose absorvida da radiação em rads? 22. Quantos nêutrons são produzidos quando o sofre fissão da
*11. Um feixe de núcleos é usado para terapia contra um câncer. Cada seguinte forma? 1 → 1 1 nêutrons
núcleo tem uma energia de 130 MeV, e a eficácia biológica relativa 23. Nêutrons liberados por uma reação de fissão têm que antes ser fre-
(RBE) desse tipo de radiação é igual a 16. O feixe é dirigido para um ados por colisões com os núcleos do moderador para que os nêutrons
tumor de 0,17 kg, que recebe uma dose biologicamente equivalente de possam provocar fissões posteriores. Suponha que um nêutron de
180 rem. Quantos núcleos existem no feixe? 1,5 MeV saia de cada colisão com 65% da sua energia incidente. Quan-
tas colisões são necessárias para reduzir a energia do nêutron até pelo
Seção 32.2 Reações Nucleares Induzidas menos 0,040 eV, que é a energia de um nêutron térmico?
12. Qual o número atômico Z, o número de massa atômica A e o ele- 24. A energia liberada por cada fissão no interior do núcleo de um rea
mento X na reação (a, p) ? tor nuclear é igual a 2,0 3 102 MeV. O número de fissões que ocorre
13. Escreva a equação para a reação (g, an) . A notação “an” por segundo é igual a 2,0 3 1019. Determine a potência (em watts)
significa que uma partícula a e um nêutron são produzidos pela reação. gerada pelo reator.
25. O urânio sofre fissão e se divide em dois fragmentos mais três sidades energéticas de uma residência durante um ano, estimadas como
nêutrons: 1 → (2 fragmentos) 1 3 . A massa de um nêu- sendo iguais a 3,8 3 1010 J?
tron é igual a 1,008 665 u e a massa do é igual a 235,043 924 u. *36. No Exemplo 6, foi determinado que 17,6 MeV de energia são li-
Se forem liberados 225,0 MeV de energia, qual a massa total dos dois berados quando ocorre a seguinte reação de fusão:
fragmentos?
*26. Quando 1,0 kg de carvão é queimado, aproximadamente 3,0 3
107 J de energia são liberados. Se a energia liberada durante cada fissão
de for igual a 2,0 3 102 MeV, quantos quilogramas de carvão têm
que ser queimados para produzir a mesma energia que 1,0 kg de Ignore efeitos relativísticos e determine as energias cinéticas do nêu-
*27. Suponha que o núcleo de sofra fissão e se divida em dois tron e da partícula a.
fragmentos cuja razão entre as massas é igual a 0,32:0,68. Com a ajuda *37. O deutério ( ) é um combustível atraente para reações de fusão
da Figura 32.8, estime a energia (em MeV) liberada durante essa fissão. por ser abundante nos oceanos, onde cerca de 0,015% dos átomos de
*28. A água que resfria o núcleo de um reator entra no reator com uma hidrogênio na água (H2O) são átomos de deutério. (a) Quantos áto-
temperatura de 216oC e sai a 287oC. (A água está pressurizada, logo mos de deutério existem em um quilograma de água? (b) Se cada
ela não é transformada em vapor.) O núcleo está gerando 5,6 3 109 W núcleo de deutério produzir cerca de 7,2 MeV em uma reação de fusão,
de potência. Considere que o calor específico da água é igual a 4420 J/ quantos quilogramas de água seriam necessários para atender às ne-
(kg ∙ Co) na faixa de temperaturas informada anteriormente, e ache a cessidades de energia dos Estados Unidos durante um ano, estimadas
massa de água que atravessa o núcleo do reator por segundo. como sendo iguais a 1,1 3 1020 J?
**29. Uma usina nuclear tem uma eficiência de 25%, significando que **38. O ciclo próton–próton que se imagina que ocorra no Sol é for-
apenas 25% da potência que ela gera se transforma em eletricidade. mado pela seguinte sequência de reações:
Os 75% restantes são desperdiçados como calor. A usina gera 8,0 3
108 watts de potência elétrica. Se cada fissão libera 2,0 3 102 MeV de
energia, quantos quilogramas de 23592U sofrem fissão por ano?
**30. Quando um reator nuclear está em um estado crítico, os nêutrons
liberados em cada fissão disparam uma média de exatamente uma fis-
são adicional. Se o número médio de fissões adicionais disparadas se
Nessas reações, é um pósitron (massa 5 0,000 549 u), é um neu-
elevar acima de um, o reator entra em um estado supercrítico no qual
trino (massa 0 u) e g é um fóton de raio gama (massa 5 0 u). Ob-
a taxa de fissão e a potência de saída crescem muito rapidamente. Um
serve que a reação (3) usa dois núcleos de , que são formados por
reator em um estado crítico tem uma saída de potência de 25 kW. O
duas reações do tipo (1) e duas reações do tipo (2). Mostre que o ciclo
reator depois entra em um estado supercrítico no qual cada fissão dis-
próton–próton gera cerca de 25 MeV de energia. As massas atômicas
para uma média de 1,01 fissões adicionais. O tempo médio para que
são (1,007 825 u), (2,014 102 u), (3,016 030 u) e
os nêutrons liberados por uma geração de fissões disparem a próxima
(4,002 603 u). Não se esqueça de levar em conta o fato de que existem
geração de fissões é igual a 1,2 3 1028 s. Quanto tempo se passa até
dois elétrons nos dois átomos de hidrogênio, enquanto existe apenas
que a saída de potência de uma única geração de fissões cresça até
um elétron em um único átomo de deutério ( ). A massa de um elé-
3300 MW (grosso modo, a saída normal de um reator nuclear)?
tron é igual a 0,000 549 u.
Seção 32.5 Fusão Nuclear
Seção 32.6 Partículas Elementares
31. Dois átomos de deutério reagem para produzir trítio e
39. O principal modo de decaimento para o píon negativo é p2 → m2 1
hidrogênio de acordo com a seguinte reação de fusão:
Determine a energia (em MeV) liberada nesse decaimento. Con-
sulte as energias de repouso na Tabela 32.3 e considere que a energia
de repouso para o é 0 MeV.
40. Um píon neutro p0 (energia de repouso 5 135,0 MeV) produzido
em um experimento envolvendo uma partícula de alta energia se des-
Qual a energia (em MeV) liberada por essa reação deutério–deutério? loca com uma velocidade igual a 0,780 c. Após um período de tempo
32. Em um tipo de reação de fusão, um próton se funde com um nêu- muito curto, ele decai gerando dois fótons de raios g. Um dos fótons
tron para formar um núcleo de deutério: de raios g tem uma energia de 192 MeV. Qual a energia (em MeV) do
segundo fóton de raios g? Leve em conta efeitos relativísticos.
41. A partícula K2 tem uma carga igual a 2e e contém um quark e um
As massas são (1,0078 u), (1,0087 u) e (2,0141 u). O fóton antiquark. (a) Quais quarks a partícula não pode conter? (b) Quais
de raios g não tem massa. Quanta energia (em MeV) é liberada por antiquarks a partícula não pode conter?
essa reação? 42. Um próton em movimento (p9) tem energia cinética além da sua
33. A fusão de dois núcleos de deutério ( , massa 5 2,0141 u) pode energia de repouso. Esse próton colide com um próton estacionário
resultar em um núcleo de hélio ( , massa 5 3,0160) e um nêutron (p), e a reação forma um nêutron estacionário (n), um próton estacio-
nário (p) e um píon estacionário (p1), de acordo com a seguinte reação:
( , massa 5 1,0087 u). Qual a energia (em MeV) liberada nessa reação?
p9 1 p → n 1 p 1 p1. A energia de repouso de cada próton é igual a
34. O trítio ( ) é um isótopo raro do hidrogênio que pode ser produ- 938,3 MeV e a energia de repouso do nêutron é igual a 939,6 MeV. A
zido pela seguinte reação de fusão: energia de repouso do píon é igual a 139,6 MeV. Qual a energia ciné-
tica (em MeV) do próton em movimento?
43. Suponha que um neutrino seja criado e tenha uma energia de 35
MeV. (a) Supondo que o neutrino, como o fóton, não tenha massa e
viaje com a velocidade de propagação da luz, determine a quantidade
(a) Determine o número de massa atômica A, o número atômico Z e de movimento do neutrino. (b) Determine o comprimento de onda
os nomes X e Y das partículas desconhecidas. (b) Usando as massas de De Broglie do neutrino.
fornecidas na reação, determine o quanto de energia (em MeV) é libe- *44. Reveja o Exemplo Conceitual 7 a fim de ter uma base para a so-
rado por essa reação. lução deste problema. Um elétron e a sua antipartícula (o pósitron) se
*35. Uma reação de fusão proposta combina lítio (6,015 u) com aniquilam, produzindo dois fótons de raios g. As energias cinéticas das
deutério (2,014 u) para fornecer (4,003 u): 1 →2 partículas são desprezíveis. Determine o módulo da quantidade de mo-
Quantos quilogramas de lítio seriam necessários para atender às neces- vimento de cada fóton.
*45. Reveja o Exemplo Conceitual 5 a fim de ter uma base para a so- distância de cerca de 8,0 3 10215 m. O próton em movimento deve ter
lução deste problema. Um próton energético é disparado em direção a uma velocidade suficiente para superar a força de repulsão eletrostáti-
um próton estacionário. Para que a reação produza novas partículas, ca de Coulomb entre os dois prótons. Qual deve ser a energia cinética
os dois prótons devem se aproximar um do outro até estarem a uma inicial mínima (em MeV) do próton incidente?
Problemas Adicionais
46. Uma pessoa que está em pé próximo a uma fonte radioativa recebe *51. Imagine que o seu carro seja movido por um motor a fusão no
doses dos seguintes tipos de radiação: raios g (20 mrad, RBE 5 1), qual ocorre a seguinte equação: 3 → 1 1 . As massas
elétrons (30 mrad, RBE 5 1), prótons (5 mrad, RBE 5 10) e nêutrons envolvidas são (2,0141 u), (4,0026 u), (1,0078 u) e
lentos (5 mrad, RBE 5 2). Ordene os tipos de radiação, com a maior (1,0087 u). O motor usa 6,1 3 1026 kg de combustível deutério .
em primeiro lugar, quanto à que produz a maior dose biologicamente Se um galão14 de gasolina produzir 2,1 3 109 J de energia, quantos
equivalente. galões de gasolina teriam que ser queimados para igualar a energia
47. A partícula lambda L0 tem uma carga elétrica igual a zero. Ela é liberada por todo o combustível deutério?
um bárion e, portanto, é formada por três quarks. Eles são todos dife- *52. A energia consumida nos Estados Unidos em um ano é de aproxi-
rentes. Um desses quarks é o quark up u e não estão presentes antiquarks. madamente 1,1 3 1020 J. Com cada fissão do , cerca de 2,0 3 102
Faça uma lista das três possibilidades para os quarks contidos na par- MeV de energia são liberados. Quantos quilogramas de seriam
tícula L0. (Outras informações são necessárias para decidir qual dessas necessários para gerar essa energia se todos os núcleos sofressem fissão?
possibilidades é de fato a partícula L0.) *53. (a) Se cada reação de fissão de um núcleo de libera cerca de
48. Identifique a espécie desconhecida na seguinte reação nuclear: 2,0 3 102 MeV de energia, determine a energia (em joules) liberada
(d, a) . Nessa reação, d representa o isótopo do hidrogê- pela reação de fissão completa de 1,0 grama de . (b) Quantos
nio conhecido como deutério. gramas de seriam consumidos em um ano para atender às neces-
49. Qual a energia (em MeV) liberada pela seguinte reação de fissão? sidades de energia de uma residência que usa, em média, 30,0 kWh de
energia por dia?
**54. Um quilograma de ar seco nas condições normais de tempera-
tura e pressão (CNTP)15 é exposto a 1,0 R de raios X. O roentgen é
definido pela Equação 32.1. Uma definição equivalente pode se basear
no fato de que uma exposição de um roentgen deposita 8,3 3 1023 J
*50. O Exemplo 1 de Múltiplos Conceitos discute alguns dos princípios de energia por quilograma de ar seco. Usando as duas definições e
da física que são usados para resolver este problema. Qual a dose ab- considerando que todos os íons produzidos estão simplesmente ioni-
sorvida (em rads) de raios g necessária para transformar um bloco de zados, determine a energia média (em eV) necessária para produzir um
gelo a 0,0oC em vapor a 100,0oC? íon no ar.
14
1 galão americano equivale a aproximadamente 3,8 l e 0,83 galões britânicos.
(N.T.)
15
Em inglês, STP das iniciais de “standard temperature and pressure”
(temperatura e pressão padrões: 0ºC, 1 atm de pressão). (N.T.)
Usando potências de dez, podemos escrever, por exemplo, o raio da As regras gerais para tais cálculos são
Terra da seguinte maneira:
Raio da Terra 5 6 380 000 m 5 6,38 3 106 m (A-1)
O fator de dez elevado à sexta potência é igual a dez multiplicado por (A-2)
ele mesmo seis vezes, ou um milhão, logo o raio da Terra é igual a 6,38
milhões de metros. Outra forma de interpretar o fator de dez elevado
(A-3)
à sexta potência é considerar que ele indica que a vírgula decimal no
termo 6,38 deve ser deslocada seis posições para a direita a fim de se
obter o raio como um número sem potências de dez. em que n e m podem ser qualquer número positivo ou negativo.
Para números menores do que um, são usadas potências de dez A notação científica é conveniente por causa da facilidade com que
negativas. Por exemplo, o raio de Bohr do átomo de hidrogênio é ela pode ser usada nos cálculos. Além disso, a notação científica for-
nece uma forma conveniente de expressar os algarismos significativos
Raio de Bohr 5 0,000 000 000 0529 m 5 5,29 3 10–11 m em um número, como discutido no Apêndice B.
apêndice C Álgebra
C.1 Proporções e Equações
A física lida com variáveis físicas e as relações entre elas. Ti-
picamente, variáveis são representadas pelas letras dos alfabetos ro- O resultado v 5 v implica que as nossas manipulações algébricas foram
mano e grego. Às vezes, a relação entre as variáveis é expressa como feitas corretamente.
uma proporção direta ou inversa. Outras vezes, no entanto, é mais Manipulações algébricas além da soma, subtração, multiplicação e
conveniente ou necessário expressar a relação por meio de uma equação, divisão podem ter um papel importante na solução de uma equação.
que é governada pelas regras da álgebra. No entanto, a mesma regra básica se aplica: Tudo que for feito no lado
Se duas variáveis forem diretamente proporcionais e uma delas esquerdo de uma equação também deve ser feito no lado direito. Como
dobrar, então a outra variável também dobra. Analogamente, se uma outro exemplo, suponha que seja necessário expressar v0 em termos de
variável for reduzida à metade do seu valor original, a outra também v, a e x, em que v2 5 v02 1 2ax. Subtraindo-se 2ax de ambos os lados,
se reduz à metade do seu valor original. Em geral, se x for diretamente isolamos v02 no lado direito:
proporcional a y, então aumentar ou diminuir uma variável por um
dado fator faz com que a outra variável se altere da mesma maneira
pelo mesmo fator. Este tipo de relação é expresso como x ~ y, onde o
símbolo ~ significa “é proporcional a”.
Como as variáveis proporcionais x e y sempre aumentam e dimi-
nuem pelo mesmo fator, o quociente entre x e y tem que ter um valor
Para determinarmos v0, tiramos a raiz quadrada positiva e negativa
constante, ou x/y 5 k, em que k é uma constante, independente dos
de ambos os lados de v2 – 2ax 5 v02:
valores de x e y. Consequentemente, uma proporcionalidade como,
por exemplo, x ~ y também pode ser expressa na forma de uma
equação: x 5 ky. A constante k é chamada de constante de propor
cionalidade.
Se duas variáveis forem inversamente proporcionais e uma delas
aumentar por um dado fator, então a outra diminui pelo mesmo fator.
Uma proporção inversa é escrita como x ~ 1/y. Este tipo de proporcio- C.3 Equações Simultâneas
nalidade é equivalente à seguinte equação: xy 5 k, onde k é uma cons- Quando mais do que uma variável em uma única equação é
tante de proporcionalidade, independente de x e y. desconhecida, são necessárias equações adicionais para que todas as
grandezas desconhecidas (as incógnitas) sejam determinadas. Assim,
a equação 3x 1 2y 5 7 não pode ser resolvida sozinha fornecendo
valores únicos tanto para x quanto para y. Entretanto, se x e y também
C.2 Resolvendo Equações (isto é, simultaneamente) obedecerem à equação x – 3y 5 6, então as
Algumas das variáveis em uma equação possuem tipicamente duas incógnitas podem ser determinadas.
valores conhecidos, e algumas não. Frequentemente é necessário Existem vários métodos que podem ser usados para resolver tais
resolver a equação de forma que uma variável cujo valor é desconhe- equações simultâneas. Um método consiste em explicitar x em uma
cido (a incógnita) é expressa em termos das grandezas conhecidas. equação em termos de y e substituir o resultado na outra equação para
No processo de solução de uma equação, é permitido manipular a obter uma expressão contendo apenas a única incógnita (variável des-
equação de qualquer forma, contanto que uma mudança feita em conhecida) y. A equação x – 3y 5 6, por exemplo, pode ser resolvida
um lado do sinal de igual também seja feita no outro lado. Considere, para x somando-se 3y a cada lado, com o resultado de que x 5 6 1 3y.
por exemplo, a equação v 5 v0 1 at. Suponha que os valores de v, v0 A substituição desta expressão para x na equação 3x 1 2y 5 7 é mos-
e a sejam conhecidos e que precisemos do valor de t. Para resolvermos trada a seguir:
a equação (determinarmos o valor de t), começamos subtraindo v0 de
ambos os lados:
Dividindo ambos os lados deste resultado por 11, temos que y 5 –1.
Do lado direito, o a no numerador dividido pelo a no denominador é O valor de y 5 –1 pode ser substituído em qualquer uma das duas
igual a um, logo equações originais para se obter um valor de x:
(C-1)
em que a, b e c são constantes independentes de x. Esta equação pode
ser resolvida fornecendo a fórmula de Báskara, qual seja
Solução 2:
Sinal de menos
(C-2)
O 6 na fórmula da solução da equação do segundo grau indica que
existem duas soluções. Por exemplo, se 2x2 2 5x 1 3 5 0, então a 5 2,
b 5 25 e c 5 3. A fórmula de Báskara fornece as duas soluções como
mostrado a seguir:
O exemplo a seguir ajuda a esclarecer o raciocínio por trás desta regra: (D-10)
(D-11)
Raízes, como, por exemplo, uma raiz quadrada ou uma raiz cúbica,
podem ser representadas por expoentes fracionários. Por exemplo,
(D-12)
Assim, o logaritmo do produto de dois números é igual à soma dos
Em geral, a raiz n-ésima de y é dada por logaritmos individuais, e o logaritmo do quociente entre dois números
é a diferença entre os logaritmos individuais. Outra regra útil diz
(D-6)
respeito ao logaritmo de um número A elevado a um expoente n:
O raciocínio por trás da Equação D-6 pode ser explicado usando o fato (D-13)
de que (yn)m 5 ynm. Por exemplo, a raiz quinta de y é o número que,
quando multiplicado por ele mesmo cinco vezes, fornece novamente y. A regras D-11, D-12 e D-13 podem ser deduzidas a partir da definição
Como mostrado a seguir, o termo y1/5 satisfaz esta definição: do logaritmo e das regras que governam expoentes.
Ângulos
Dois ângulos são iguais se
1. Eles forem opostos pelo vértice (veja a Figura E1).
2. Seus lados forem paralelos (veja a Figura E2).
Figura E5
Figura E6
Figura E3
2. Círculo de raio r:
Triângulos
1. A soma dos ângulos de qualquer triângulo é igual a 180° (veja a 3. Esfera de raio r:
Figura E4).
Figura E4
Figura E7
E.2 Trigonometria 2. A lei dos cossenos e a lei dos senos se aplicam a qualquer triângulo,
não apenas a um triângulo retângulo, e relacionam os ângulos e
comprimentos dos lados (veja a Figura E9):
Funções Trigonométricas Básicas
1. Para um triângulo retângulo, o seno, o cosseno e a tangente de um
ângulo u são definidos da seguinte maneira (veja a Figura E8):
Figura E9
Triângulos e Trigonometria
1. O teorema de Pitágoras afirma que o quadrado da hipotenusa de 7. cos (a ± b) 5 cos a cos b 7 sen a sen b
um triângulo retângulo é igual à soma dos quadrados dos outros
dois lados (chamados de catetos) (veja a Figura E8):
VSE 12: Não. FB só depende do peso da que pressiona a tampa com rosca, VSE 2: Em geral, o número de moléculas
água que ela desloca e que não se fazendo com que seja difícil de seria diferente. Mas estes números
altera. abri-la desenroscando. poderiam ser iguais se acontecesse
VSE 13: b VSE 18: Sob pressão na garrafa de as massas moleculares dos dois
VSE 14: Não. hermeticamente fechada, o tipos de moléculas serem iguais.
VSE 15: d refrigerante tem um ponto de VSE 3: 66,4%
VSE 16: c congelamento inferior ao normal VSE 4: A lei dos gases perfeitos fornece a
VSE 17: e (veja a Figura 12.35b). A pressão como P 5 nRT/V, em que
VSE 18: c temperatura no lado de fora não é T e V são constantes. O ventilador
VSE 19: c suficientemente fria para congelá-lo. reduz n na casa e aumenta n no
VSE 20: b Quando a garrafa é aberta, a ático, logo a pressão diminui na
VSE 21: a pressão sobre o líquido diminui casa e aumenta no ático. O
VSE 22: c para uma atmosfera, e o ponto de ventilador tem uma tarefa mais
congelamento sobe até seu valor difícil empurrando ar para fora
normal. O líquido agora está contra a pressão mais alta do ático.
Capítulo 12 suficientemente frio para congelar. VSE 5: A lei dos gases perfeitos fornece a
VSE 1: 178 oX VSE 19: Quando o vapor d’água é pressão do gás como P 5 nRT/V,
VSE 2: (a) Não. (b) Sim. (c) Não. removido, mais vapor se forma em em que V e n são constantes.
VSE 3: Ele diminui (veja as Equações uma tentativa de restabelecer o Quando T aumenta, a pressão
10.5 e 10.16). equilíbrio entre o líquido e o aumenta e poderia fazer com que a
VSE 4: Com os mesmos valores de a, o vapor. Quando o bombeamento é lata estourasse.
concreto e o aço se expandem (se rápido, o calor latente necessário é VSE 6: A lei dos gases perfeitos fornece a
contraem) da mesma quantidade fornecido principalmente pelo pressão do gás como P 5 nRT/V, em
quando a temperatura aumenta líquido que resta, que esfria e que V e n são constantes. Quando T
(diminui), minimizando assim acaba congelando. aumenta, a pressão aumenta.
problemas com tensões térmicas. VSE 20: 100% VSE 7: A lei dos gases perfeitos fornece a
VSE 5: O fundo é arqueado para fora, VSE 21: Sim, os pontos de orvalho nas pressão do gás como P 5 nRT/V,
porque ele funciona como uma duas noites poderiam ser em que T e n são constantes.
lâmina bimetálica. diferentes. O de terça-feira sendo Quando V diminui devido à onda
VSE 6: b e d mais elevado do que o de de maré que está chegando, a
VSE 7: deveriam ser esfriados segunda-feira devido a uma maior pressão aumenta e os seus tímpanos
VSE 8: Não. Quando a temperatura se pressão parcial do vapor d’água no estalam para dentro, como se você
altera, a variação de volume da ar na terça-feira do que na estivesse descendo uma montanha.
cavidade no interior do vidro segunda-feira. VSE 8: A lei dos gases perfeitos fornece o
compensaria exatamente a VSE 22: O ar acima da piscina tem volume do gás como V 5 nRT/P,
variação de volume do mercúrio, provavelmente uma pressão em que T e n são constantes.
que nunca subiria ou desceria no parcial de vapor d’água maior Quando a pressão P diminui durante
tubo capilar do termômetro. (devido ao controle de umidade a subida de um balão, o volume
VSE 9: Ela é menor. A força de flutuação é ineficiente), portanto tem um aumenta. O balão ficaria
igual ao peso da água deslocada ponto de orvalho mais elevado do excessivamente inflado se não
(veja a Seção 11.6, princípio de que o do outro cômodo. estivesse pouco inflado inicialmente.
Arquimedes), que é proporcional à Evidentemente, a temperatura nas VSE 9: A lei de Boyle fornece a pressão
massa específica da água. Aqui, a superfícies internas das janelas final na garrafa depois de a rolha ser
água mais quente possui uma massa está abaixo do ponto de orvalho do empurrada para dentro: Pf 5 Pi
específica menor do que a da água cômodo com a piscina, mas acima (Vi /Vf), em que Vi /Vf é o volume de
mais fria (veja a Figura 12.20). do ponto de orvalho do outro ar acima do vinho antes de a rolha
VSE 10: a e b cômodo. ser empurrada para dentro dividido
VSE 11: o objeto com a menor massa pelo volume depois de a rolha ser
VSE 12: c, b, d e a Capítulo 13 empurrada para dentro. Este
VSE 13: Porque é liberado calor quando a VSE 1: a quociente é muito maior para a
água congela a 0 oC (consistente VSE 2: b garrafa cheia do que para a garrafa
com o calor latente de fusão da VSE 3: a casa com a neve em cima do preenchida até a metade, criando
água), e este calor aquece as telhado uma pressão suficientemente alta
florações. VSE 4: b para empurrar a rolha para fora.
VSE 14: c, a e b VSE 5: c VSE 10: O xenônio tem a maior
VSE 15: Não, porque no nível do mar a VSE 6: c temperatura e o argônio a menor
água ferve a uma temperatura mais VSE 7: fios de cabelo ocos, preenchidos temperatura.
elevada e é possível que o fogão com ar VSE 11: a pressão do gás seria menor, o
não gere calor suficiente. VSE 8: c que é uma consequência direta do
VSE 16: Porque a água em uma panela VSE 9: b teorema do impulso-quantidade de
aberta ferve a 100 oC, impedindo VSE 10: convecção forçada movimento
assim que a temperatura aumente VSE 11: a tira B VSE 12: Não. A energia cinética média é
além deste valor, enquanto quando VSE 12: a proporcional à temperatura Kelvin,
sujeita à pressão elevada na VSE 13: d não à temperatura Celsius.
autoclave a água tem um ponto de VSE 14: b VSE 13: Ela permanece inalterada.
ebulição acima de 100 oC. VSE 15: e VSE 14: argônio
VSE 17: A água fervendo tem uma pressão VSE 15: vrms,novo/vrms,inicial 5 0,707
de vapor igual a uma atmosfera, VSE 16: L tem que ser pequeno e é
enquanto a água fria no pote Capítulo 14 necessário que existam muitos
fechado tem uma menor pressão VSE 1: Ambos têm o mesmo número de alvéolos, de modo que a área
de vapor. O excesso de pressão moléculas, mas o oxigênio tem a efetiva total A seja grande.
externa cria uma força resultante maior massa. VSE 17: c, a e b
Capítulo 15 VSE 4: A pessoa que está puxando a corda VSE 20: (a) maior no ar
B deveria puxar mais forte para (b) maior debaixo d’água
VSE 1: d aumentar a tração na corda. VSE 21: Não, porque não há movimento
VSE 2: c VSE 5: Na Equação 16.2, a velocidade relativo dos carros.
VSE 3: b escalar teria um valor infinito se m VSE 22: (a) sinal de menos tanto no
VSE 4: A → B: Q 5 1 e W 5 1 fosse igual a zero, logo a numerador quanto no
B → C: ∆U 5 1 e W 5 0 denominador
propagação seria instantânea.
VSE 5: a (b) o motorista do caminhão
VSE 6: diminuiria
VSE 6: b
VSE 7: Não, porque as partículas
VSE 7: a
descrevem movimentos Capítulo 17
VSE 8: c
harmônicos simples, nos quais as
VSE 9: c VSE 1: (a) 23 cm
acelerações nem sempre são nulas.
VSE 10: c (b) 22 cm
VSE 8: aumenta
VSE 11: b VSE 2: Não, porque se as duas ondas
VSE 9: a
VSE 12: Não, porque o princípio de Carnot sonoras tivessem a mesma
VSE 10: Não, porque cada partícula
afirma apenas que uma máquina amplitude e a mesma frequência,
térmica reversível operando entre descreve um movimento
harmônico simples quando a onda elas poderiam se cancelar de
duas temperaturas é mais eficiente maneira análoga à ilustrada na
do que uma máquina térmica passa por ela.
VSE 11: em um dia quente Figura 17.2b e não seria ouvido
irreversível operando entre as nenhum som.
mesmas temperaturas. VSE 12: CO e N2
VSE 13: aumenta VSE 3: b
VSE 13: d VSE 4: c
VSE 14: d VSE 14: Orelhas grandes interceptam e
direcionam uma maior potência VSE 5: a
VSE 15: b VSE 6: d
VSE 16: c sonora no sistema auditivo do que
orelhas pequenas. VSE 7: a
VSE 17: a VSE 8: c
VSE 18: c VSE 15: Não, porque nem todos os pontos
sobre a superfície estão à mesma VSE 9: b
VSE 19: b VSE 10: d
VSE 20: a distância da fonte.
VSE 16: Não, porque são as intensidades I1 VSE 11: (a) 4
VSE 21: d (b) 3
VSE 22: c e d e I2 que se somam para fornecer
(c) um nó
VSE 23: a pipoca que resulta dos caroços uma intensidade total Itotal. Os
(d) 110 Hz
de milho; uma salada depois de ser níveis de intensidade b1 e b2 não
VSE 12: b
misturada; um apartamento se somam para fornecer um nível
VSE 13: d
bagunçado de intensidade total b total.
VSE 14: b
VSE 24: b VSE 17: (a) 1/4
VSE 15: (a) um antinó
VSE 25: c (b) 2
(b) um nó
VSE 18: (a) fo é menor do que fs, e fo
(c) l/4
diminui durante a queda.
Capítulo 16 (b) fo é maior do que fs, e fo
(d) a frequência diminui
VSE 16: b
VSE 1: c aumenta durante a queda. VSE 17: c (l/4 é a distância entre um
VSE 2: Não. A mola flexível se move para VSE 19: Não, porque a frequência antinó e um nó adjacente.)
frente e para trás descrevendo um observada é menor do que a VSE 18: a
movimento harmônico simples. frequência da fonte, logo o carro
VSE 3: O comprimento de onda aumenta. está se afastando dele.
17. (a) 29,84 N 27. (a) 2,45 3 105 Pa 37. 1,2 3 1026 m3
(b) 10,5 rad/s (b) 1,73 3 105 Pa 39. 45 atm
(c) 1,26 m/s 29. 0,74 m 41. 6,9
(d) 13,2 m/s2 31. 2,3 3 108 N 43. 43,0 °C
19. 6,0 rad/s 33. 3,8 3 105 N 45. 19 °C
21. 4,3 kg 35. (a) 93,0 N 47. 21,03 °C
23. (a) 2,66 Hz (b) 94,9 N 49. 940 °C
(b) 0,0350 m 37. 8,50 3 105 N ? m 51. 650 W
25. 20,012 J 39. 108 N 53. 4,4 3 103 N
27. (a) 58,8 N/m 41. 59 N 55. 0,016 C°
(b) 11,4 rad/s 43. 250 kg/m3 57. 3,9 3 105 J
29. 4,8 cm 45. 390 kg/m3 59. (a) 2,4 3 106 J
31. 14 m/s 47. 20 (b) 5,3 C°
33. 7,18 3 1022 m 49. 0,20 m 61. 9,49 3 1023 kg
35. 0,50 m/s 51. 7,6 3 1022 m 63. 0,16 kg
37. 24,2 rad/s 53. 5,28 3 1022 m (raio interno), 65. 64 °C
39. (a) amplitude 5 3,59 3 1022 m 6,20 3 1022 m (raio externo) 67. 2,6 3 1023 kg
frequência 5 4,24 Hz 55. 4,5 3 1025 kg/s 69. 1,9 3 104 J/kg
(b) amplitude 5 5,08 3 1022 m 57. (a) 0,18 m 71. 3,50 3 102 m/s
frequência 5 4,24 Hz (b) 0,14 m 73. (a) 3,0 3 1020 J
41. 2,37 3 103 N/m 59. 2 3 109 (b) 2,7 anos
43. 0,40 s 61. 46 Pa (O ar entra em B e sai em A.) 75. 5,5
45. (a) 3,5 rad/s 63. 1,92 3 105 N 77. 87%
(b) 2,0 3 1022 J 65. 96 Pa 79. 2,8 3 105 J
(c) 0,41 m/s 67. 3,0 3 105 Pa 81. 39%
47. (a) 1,64 s 69. (a) 14 m/s 83. 28%
(b) 1,64 s (b) 0,98 m3/s 85. 25 °C
49. 0,54 s 71. 1,81 3 1022 m3/s 87. 3,9 3 1023 kg
51. 5,2 3 1024 m 73. 33 m/s 89. 59 °C
53. 260 m 75. 7,78 m/s 91. 230 C°
55. 2,9 3 1022 m 77. 0,5 m/s 93. 1,4 3 1023 m
57. (a) 4,9 3 106 N/m2 79. 1,19 95. 0,223
(b) 6,0 3 1026 m 81. 1,7 m 97. 1,2 3 1022 kg
59. 1,6 3 105 N 83. 2,25 99. 4,5 3 105 J
61. 1,4 3 1026 85. 2,9 3 104 Pa 101. 32,1 °C
63. 6,6 3 104 N 87. 4,89 m
65. 1,2 3 1011 N/m2 89. 8750 N (A cama não deveria ser
67. (a) 2,5 3 1024 comprada.)
Capítulo 13
(b) 7,5 3 1025 m 91. 3,91 3 1026 m3 1. 1,5 C°
69. 1,0 3 1023 m 93. 7,0 3 105 Pa 3. 8,0 3 102 J/s
71. 12 m 95. (a) 1,6 3 1024 m3/s 5. 12 J
73. 24,4 3 1025 (b) 2,0 3 101 m/s 7. 17
75. (a) 0,450 m 97. 7,9 3 1024 m3 9. 287 °C
(b) 3,31 rad/s 99. 31,3 rad/s 11. 85 J
(c) 1,49 m/s 101. 78,4 gal/min 13. (a) 2200 J
77. 61 kg 103. 1120 N (b) 0,26 C°
79. 10,50 m 15. 103,3 °C
81. 0,44 m/s 17. (a) 101,2 °C
Capítulo 12 (b) 110,6 °C
83. 140 N/m
85. 1,25 m/s bloco de 11,2 kg 1. (a) 56 F° 19. 4,5
0,645 m/s bloco de 21,7 kg (b) 31 K 21. 5800 K
87. 4,6 3 1024 3. (a) 102 °C (dia), 2173 °C (noite) 23. (a) 6,3 J/s
89. 2,1 3 1025 m (b) 215 °F (dia), 22,80 3 102 °F (noite) (b) 4,8 J/s
91. (a) 0,25 s 5. (a) 2196 °C 25. 1,2 3 104 s
(b) 0,75 s (b) 2321 °C 27. 275 W
7. 44,0 °C 29. (a) 67 W
9. TR 5 TF 1 459,67 (b) 58 Calorias nutricionais dos
Capítulo 11 11. 0,084 m alimentos
1. 8,3 3 103 lb 13. (a) O raio será maior. 31. 0,39 kg
3. 317 m2 (b) 0,0017 33. 12
5. 7,0 3 1022 m 15. 1,7 3 10‒5 (C°) 21 35. 2,0 3 1023 m
7. 1,9 gal 17. 5,8 m 37. 14,5 d
9. 4240 s 19. 49 °C 39. 0,70
11. 1,1 3 103 N 21. 2,0027 s 41. 0,40 m
13. 24 23. 41 °C 43. (a) 2,0
15. 32 N 25. 31,7 °C (arranjo A), 34,1 °C (b) 0,61
17. 2400 Pa (arranjo B), 30,4 °C (arranjo C)
19. 0,95 N 27. 26 °C
21. 10,3 m 29. 2,5 3 1027 m3 Capítulo 14
23. (a) 1,26 3 105 Pa 31. 3,1 3 1023 m3 1. 1,07 3 10222 kg
(b) 19,4 m 33. 7,3 3 1026 m3 3. alumínio
25. 0,50 m 35. 0,33 gal 5. 1,00 3 1022 g
7. (a) 2,3 3 103 mol 31. (a) 28,00 3 104 J 11. (a) 1,09 m/s
(b) 1,4 3 1027 (b) O fluxo de calor é para fora do gás. (b) 6,55 m
9. 11 33. (a) 477 K 13. 8,68 3 1023 kg/m
11. 1,1 (b) 323 k 15. 7,7 m/s2
13. (a) 201 mol 35. (a) 1,1 3 104 J 17. (a) 2,0 3 101 m/s
(b) 1,21 3 105 Pa (b) 1,8 3 104 J (b) 1,4 3 101 m/s
15. 2,5 3 1021 37. 45 K 19. (a) 2,0 m (onda A), 4,0 m (onda B)
17. 12 39. (a) 1,40 3 102 K (b) 6,0 Hz (onda A), 3,0 Hz (onda B)
19. 2,2 kg/m3 (b) 5,24 3 103 J (c) 19 m/s (onda A), 4,7 m/s (onda B)
21. 39 (c) 2,33 3 103 Pa 21. m1 5 28,7 kg, m2 5 14,3 kg
23. 0,205 41. 0,264 m 23. 3,26 3 1023 s
25. 5,9 3 104 g 43. 2,38 3 104 J 25. y 5 (0,37 m) sen[(8,2 rad/s)t 1
27. 1,02 45. (a) 4,6 3 105 J (0,68 m21)x]
29. 0,090% (b) 4,1 3 105 J 27. y 5 (0,35 m) sen[(88 rad/s)t 2
31. 308 K 47. 65 J (17 m21)x]
33. 1,6 3 10215 kg 49. 0,75 29. (a) 4,2 m/s
35. 3,9 3 105 J 51. 256 K (b) 0,35 m
37. (a) 46,3 m2/s2 53. (a) 1260 K (c) y 5 (3,6 3 1022 m) sen[(75 rad/s)t 1
(b) 40,1 m2/s2 (b) 1,74 3 104 J (18 m21)x]
39. 1,73 55. 1090 K 31. 110 m
41. 2820 m 57. abaixando a temperatura do reservatório 33. 28,8 K
43. (a) 2120 N (supondo que as balas se frio 35. 1730 m/s
deslocam na direção 1) 59. 1,23 37. 690 rad/s
(b) 120 N 61. A resposta é uma demonstração. 39. 61 m
(c) 4,0 3 105 Pa 63. 21 41. (a) primeiro no metal, em segundo
45. 0,14 kg/m3 65. 13 lugar na água e em terceiro lugar
47. (a) 2,1 s 67. 284 K no ar
(b) 1,6 3 1025 s 69. 275 K (b) O segundo som chega 0,059 s
(c) porque a trajetória de difusão é em 71. 3,8 3 104 J depois e o terceiro som chega
zigue-zague e não uma linha reta 73. (a) 2,0 3 101 0,339 s depois.
49. 2,29 3 1023 m2 (b) 1,5 3 104 J 43. 650 m
51. (a) A resposta é uma dedução. 75. máquina térmica I: 10,4 J/K 45. tungstênio
(b) 31 s (irreversível, poderia existir) 47. 8,0 3 105 m
53. 304 K máquina térmica II: 0 J/K (reversível) 49. 57% de argônio, 43% de neon
55. 925 K máquina térmica III: 21,0 J/K 51. 0,404 m
57. 327 m/s (irreversível, não poderia existir) 53. 6,5 W
59. 67,0 m3 77. (a) 3,68 3 103 J/K 55. 1,4 3 1025 W/m2
61. 343 m/s (b) 1,82 3 104 J/K 57. 1,98%
63. 7,23 3 10220 J (c) O processo de evaporação cria mais 59. 7,6 3 103 W/m2
desordem. 61. 8,0 3 102 s
79. (a) 18,0 3 102 J/K 63. (a) 8,0 3 1024 W/m2
Capítulo 15 (b) 89 dB
(b) A entropia do universo aumenta.
1. (a) 11,6 3 104 J 81. (a) 11,74 J/K 65. 6,0
(b) 24,2 3 104 J (b) 811 J 67. 26,0 dB
(c) 22,6 3 104 J 69. 0,316 W/m2
(c) 546 J
3. (a) 287 J 71. 79 400
83. (a) 22,1 3 102 K
(b) 187 J 73. 0,84 s
(b) é uma diminuição
5. (a) 11,2 3 105 J 75. 2,39 dB
85. 4,5 3 1023 m3
(b) 5,9 3 105 J 77. 56 m/s
87. (a) reversível
7. (a) 25,03 3 105 J 79. 1,054
(b) 2125 J/K
(b) 1,20 3 102 Calorias nutricionais dos 81. 326 Hz
89. 5,86 3 105 J
alimentos 83. 22 m/s
91. (a) 0 J 85. 1,5 m/s2
9. 1,2 3 107 Pa (b) 12,1 3 103 J
11. 3,0 3 105 Pa 87. (a) 1570 Hz
(c) 21,15 3 103 J (b) 1590 Hz
13. (a) 3,0 3 103 J 93. (a) 24,4 J
(b) O trabalho é realizado pelo sistema. 89. 3,02 3 1026 W/m2
(b) 37,3 J/(mol ? K) 91. 2,06
15. 0,24 m 95. 75 K
17. 3,1 3 105 Pa 93. 64 N
97. 44,3 s 95. 1000
19. 4,99 3 1026 99. e 5 e1 1 e2 2 e1e2 97. 78 cm
21. (a) 15,0 3 103 J
99. 3,4 m/s
(b) 25,0 3 103 J
23. 24700 J Capítulo 16 101. 1,0 3 102
103. 2,6
25. 1,81 1. 5,50 3 1014 Hz
105. (a) v 5
27. 19,3 3. (a) 10,0 s
(b) 2,2 m/s em y 5 0,50 m,
29. A até B: DU 5 4990 J, W 5 3320 J, (b) 0,100 Hz
4,4 m/s em y 5 2,0 m
Q 5 8310 J (c) 32 m
107. 153 N
B até C: DU 5 24990 J, W 5 0 J, (d) 3,2 m/s
109. 239 m/s
Q 5 24990 J (e) Não é possível determinar a
C até D: DU 5 22490 J, W 5 21660 J amplitude.
Q 5 24150 J 5. 0,25 m Capítulo 17
D até A: DU 5 2490 J, W 5 0 J, 7. 0,20 m/s 1. 8,42 m
Q 5 2490 J 9. 5,0 3 101 s 3. A resposta é uma série de desenhos.
Símbolo Significado
é igual a
é diferente de
é proporcional a
é maior (do) que
é menor (do) que
é aproximadamente igual a
x valor absoluto de x (sempre tratado como uma quantidade positiva)
a diferença entre dois valores de uma variável (por exemplo, T é a
temperatura final menos a temperatura inicial)
a soma (ou somatório) de dois ou mais valores de uma variável
3
(p. ex., xi x1 x2 x 3)
i 1
Expressão em Expressão em
Nome da Termos de Outras Nome da Termos de Outras
Grandeza Unidade Símbolo Unidades SI Grandeza Unidade Símbolo Unidades SI
Torque — — N m radioativa
Frequência hertz Hz s 1 Dose absorvida gray Gy J/kg
Massa específica — — kg/m 3 Exposição — — C /kg
1
A letra C é usada para representar a unidade de carga elétrica (Coulomb), a temperatura em graus Celsius (°C) e o intervalo de temperatura de um
grau Celsius (C°). (N.T.)
O Alfabeto Grego
Alfa A Iota I Rô P
Beta B Capa K Sigma
Gama Lambda Tau T
Delta Mi M Ípsilon
Épsilon E Ni N Fi
Zeta Z Csi Qui X
Eta H Ômicron O Psi
Teta Pi Ômega
H 1 He 2
1,00794 4,00260
1s 1 1s 2
Na 11 Mg 12 Al 13 Si 14 P 15 S 16 Cl 17 Ar 18
22,9898 24,305 26,9815 28,0855 30,9738 32,07 35,453 39,948
3s1 3s2 3p1 3p 2 3p 3 3p4 3p 5 3p6
K 19 Ca 20 Sc 21 Ti 22 V 23 Cr 24 Mn 25 Fe 26 Co 27 Ni 28 Cu 29 Zn 30 Ga 31 Ge 32 As 33 Se 34 Br 35 Kr 36
39,0983 40,08 44,9559 47,87 50,9415 51,996 54,9380 55,845 58,9332 58,69 63,546 65,41 69,72 72,64 74,9216 78,96 79,904 83,80
4s1 4s2 3d14s2 3d24s2 3d34s2 3d54s1 3d54s2 3d64s2 3d74s2 3d84s2 3d104s1 3d104s2 4p1 4p 2 4p 3 4p4 4p 5 4p6
Rb 37 Sr 38 Y 39 Zr 40 Nb 41 Mo 42 Tc 43 Ru 44 Rh 45 Pd 46 Ag 47 Cd 48 In 49 Sn 50 Sb 51 Te 52 I 53 Xe 54
85,4678 87,62 88,9059 91,224 92,9064 95,94 (98) 101,07 102,906 106,42 107,868 112,41 114,82 118,71 121,76 127,60 126,904 131,29
5s1 5s2 4d15s2 4d25s2 4d45s1 4d55s1 4d55s2 4d75s1 4d85s1 4d105s0 4d105s1 4d105s2 5p1 5p 2 5p 3 5p4 5p 5 5p6
Cs 55 Ba 56 57 – 71 Hf 72 Ta 73 W 74 Re 75 Os 76 Ir 77 Pt 78 Au 79 Hg 80 Tl 81 Pb 82 Bi 83 Po 84 At 85 Rn 86
132,905 137,33 178,49 180,948 183,84 186,207 190,2 192,22 195,08 196,967 200,59 204,383 207,2 208,980 (209) (210) (222)
6s1 6s2 5d26s2 5d36s2 5d46s2 5d56s2 5d66s2 5d76s2 5d86s2 5d106s1 5d106s2 6p1 6p 2 6p 3 6p4 6p 5 6p6
Fr 87 Ra 88 89 – 103 Rf 104 Db 105 Sg 106 Bh 107 Hs 108 Mt 109 110 111 112 114
(223) (226) (261) (262) (266) (264) (277) (268) (281) (272) (285) (289)
7s1 7s2 6d27s2 6d37s2 6d47s2 6d57s2 6d67s2 6d77s2
* Os valores de massa atômica são uma média dos isótopos de acordo com os percentuais com que ocorrem na superfície da Terra. Para elementos instáveis, o número de massa
do isótopo conhecido mais estável é dado entre parênteses. Fonte: Comissão da IUPAC de Pesos Atômicos e Abundância de Isótopos, 2001.
23/11/15segunda-feira 15:42