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Índice

Graus do ser.................................................................................................................................................3

O ser equivoco.............................................................................................................................................4

Unívoco.......................................................................................................................................................6

O ser necessário e o ser possível..................................................................................................................6

A Prova Pelos Graus do Ser........................................................................................................................8

Conclusão....................................................................................................................................................8

Bibliografia.................................................................................................................................................9
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Introdução

O presente trabalho destina-se a cadeira de metafísica e tem como titulo graus do ser. Nele
iremos abordar sobre; o ser equivoco, o ser unívoco; iremos também abordar também sobre o ser
possível e o ser necessário. Iremos ainda abordar sobre a prova pelos graus do ser. Para a
realização do presente trabalho o grupo foram delimitados os seguintes objectivos:

Objectivo geral:

 Compreender a ontologia do ser: graus do ser.

Objectivos específicos:

 Menciona os graus do ser;


 Descrever diferentes forma do ser;
 Caracterizar o ser, equivoco, unívoco, necessário e possível.

Metodologia

Para a realização do presente trabalho o grupo utilizou o método de pesquisa bibliográfica que
consiste em consulta de obras bibliográfica, documentos publicados. Em que depois de consultar
e colher as informações foram seleccionadas conteúdos que mais se adequam com o tema.

Graus do ser
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O ser não se encontra em todas as coisas no mesmo grau. Eis os principais graus do ser: O
possível, existente, Necessário.

Existente – o real é o que existe de facto; já transitou da possibilidade de existir à própria


existência. Há dois graus de realidade: a realidade subjectiva ou pensamento e a realidade
objectiva, independente do pensamento. A realidade envolve uma existência e não apenas uma
essência. De facto, quando penso em triângulo, dou à essência de triângulo uma realidade
mental. O pensamento é, portanto, o primeiro grau da realidade.

Na realidade objectiva tem vários graus: acidente, seres que existem não em si mesmos, mas
noutro ser. Substância, possuem o ser em maior grau do que os acidentes, que existem nas
substâncias.

As existências que nos são mais evidentes são as das coisas sensíveis, pois todo o nosso
conhecimento se origina a partir dos sentidos. De fato, a origem do nosso conhecimento, até
mesmo das coisas que transcendem os sentidos, está nos sentidos. Donde, em Tomás, a
demonstração da existência de Deus não partir nem da definição de Verdade, como em
Agostinho, nem da ideia de Deus, como em Anselmo, mas justamente da existência dos seus
efeitos sensíveis, posto que, embora Deus transcenda as coisas sensíveis e os sentidos, contudo,
os seus efeitos, dos quais é assumida a demonstração para provar que Deus é, são sensíveis.
Destarte, as provas tomásicas partem sempre de existências empiricamente dadas: seja do
movimento das coisas, seja das acções causais entre elas, seja dos seres que nascem e morrem,
seja, ainda, das coisas mais ou menos perfeitas, seja, enfim, da ordem que há entre elas.
(CAMPOS 2012: 11).

O ser equivoco

Averiguemos, agora, qual seja a natureza deste conhecimento de Deus que nos proporciona a
teologia filosófica, e que, apresentando-se de forma tão deficiente aos espíritos mais
especulativos, parece causar-lhes uma verdadeira desolação metafísica. Ora, para investigarmos
o alcance do conhecimento que logramos atingir pela razão natural das perfeições divinas,
cumpre que partamos do seu fundamento, qual seja, da relação entre causa e efeito existente
entre Deus e as criaturas. E, mesmo na contemplação desta relação de causa e efeito entre Deus e
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as suas criaturas, cuida que observemos, antes de tudo, qual o grau de semelhança que é
comunicada pela divindade às suas criaturas. Agora bem, de antemão já devemos ter presente
que, seja qual for o grau de semelhança que Deus imprima em suas criaturas, tal grau de
semelhança nunca poderá admitir identidade de natureza. Com efeito, as criaturas são efeitos
muito inferiores ao seu criador. Deus não engendra numa criatura a mesma semelhança que um
homem engendra noutro homem. Um homem ao produzir outro homem, transmite-lhe a própria
natureza, de tal forma que o filho pode dizer, com todo o direito, que é homem como o pai. Ora,
entre Deus e as criaturas, não há comunicação de natureza, de sorte que a criatura não tem a
mesma natureza do seu Criador e, ipso facto, não se pode conceder a ambos o mesmo nome. Há,
por conseguinte, entre Deus e as suas criaturas, uma relação de semelhança, mas muito diferente
daquela que existe entre os homens. De fato, só se atribui o mesmo nome ao filho, porque o filho
é homem como o pai, posto que o filho recebe do pai a mesma natureza. Isto não se dá,
ratificamos, entre Deus e os seus efeitos, pois estes não recebem daquele a mesma natureza. Por
isso, no caso de Deus e das suas criaturas, não acontece que possamos conferir às criaturas,
efeitos de Deus, o mesmo nome que damos à sua causa, ou seja, a Deus. Não pode caber à
criatura, pois, o mesmo nome e, isso facto, o mesmo conceito que é aplicado a Deus, porquanto
comportam naturezas diversas. No entanto, mesmo no plano natural, podemos encontrar algo que
realmente se assemelha ao nexo causal existente entre a criatura e o Criador. Atende que
observemos, neste sentido, que, por mais inferior que um efeito seja em relação à sua causa, este
efeito, forçosamente tem de preexistir, quanto à sua perfeição, em sua causa, inclusive para que
esta o possa causar. (MADUREIRA:2009)

Na verdade, a razão de toda causalidade reside no fato de que é da natureza de toda acção causal,
imprimir alguma semelhança sua no efeito que produz. Por outro lado, cada coisa age na medida
em que está em ato, e está em ato, na medida em que possui o ser. E é do ser , já o sabemos, que
procede toda perfeição. Logo, o efeito tende a repercutir, até para que possa constituir-se como
propriamente um efeito, e em virtude do próprio influxo que a causa lhe exerceu, algo do ato de
ser que esta causa lhe comunicou, e isto, inobstante esta repercussão permaneça muito longínqua.
O que acontece, contudo, é que, em certos casos, a causa transcende tanto o efeito que ela
produz, que a perfeição que encontramos no efeito, existe na causa de um modo totalmente
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outro. Ora, é exactamente nisto que consiste a equivocidade, pelo que se chamam estas causas de
causas equívocas. Idem (2009).

Unívoco

O primeiro tipo de atribuição que Tomás menciona corresponde aos unívocos, cujo nome é
comum e a determinação é a mesma para as distintas coisas nomeadas. Portanto, “animal” se
pratica de boi e de homem de modo unívoco, pois, embora as coisas homem e boi sejam
distintas, a determinação é a mesma para ambos. Note-se que não se trata de uma casualidade
linguística, mas de uma determinação ôntica e idêntica. O segundo tipo de atribuição diz respeito
ao primeiro sentido de homonímia, isto é, de equívoco por casualidade linguística. Assim, “cão”
se predica tanto do astro como do animal de modo equívoco, pois não só as coisas são distintas,
mas também possuem determinações distintas. Finalmente, o terceiro tipo de atribuição parece
ser uma posição intermediária entre o primeiro e o segundo tipo de atribuições, pois concebe
concomitante e parcialmente a diferença e a identidade das determinações. Ou seja, algo pode ser
atribuído a um sujeito segundo determinações parcialmente diferentes, na medida em que
implicam referências diferentes, e parcialmente idênticas, na medida em que estas diferentes
referências se referem a algo de uno e idêntico. A esse tipo de atribuição, Tomás denomina
“analógica” ou “proporcional”, segundo a qual cada determinação, conforme a sua própria
referência, refere-se a algo de uno e idêntico. Em outras palavras, pode-se dizer que, neste caso,
o nome é comum, as coisas são distintas, mas, ainda que não sejam idênticas como nos unívocos,
as determinações são parcialmente idênticas, na medida em que, ao implicarem referências
diversas, tais referências concomitantemente se referem a algo de uno e idêntico. Convém notar
que a determinação dos unívocos é idêntica, mas sua unidade não é numericamente una. Desse
modo, concluímos que, na interpretação tomasiana da doutrina aristotélica das maneiras do ente
ser dito, tal predicação não é nem unívoca, nem equívoca, mas analógica, pois sua atribuição não
se dá mediante a unidade da determinação, mas segundo a referência a uma unidade numérica e
idêntica. Isso parece concordar com as famosas palavras de Aristóteles. (MADUREIRA:2009)

O ser necessário e o ser possível


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O possível é o que pode vir a ser. Por exemplo, em frente da janela do meu quarto existe um
jardim, mas é possível que lá venha a existir um palácio, se o construírem. A possibilidade não
engloba a existência, mas apenas a essência ou um conjunto de propriedades que não envolvam
contradição. Para que uma coisa seja verdadeiramente possível, é necessário que não haja
contradição nos seus elementos constitutivos para poder conceber-se. O necessário este ser
nunca esteve no estado de possibilidade; existiu sempre. É o ser necessário, o que ocupa o cimo
da escala dos seres: o ser que existe por si ou o ser cuja essência é a própria existência. No
entanto a terceira via de Aquino parte da distinção entre o possível e o necessário. Importa
discriminarmos, desde já, as duas premissas fundantes desta prova. O seu primeiro axioma diz
respeito ao fato de o possível ser definido como contingente, vale dizer, como aquilo que pode
ser e não ser, e nisto, precisamente, ele difere do necessário. A segunda premissa, que é um
corolário da primeira, consiste no fato de que, o que pode não ser não possui em si mesmo, a
saber, em sua essência, a razão da sua existência. Ora, o que não possui em si mesmo a razão da
sua existência tem de recebê-la de uma causa eficiente que lha comunique, já que não a possui
por si. Postos estes fundamentos, é possível voltarmo-nos para as coisas sensíveis, a fim de
podermos constatar que nelas há entes que nascem e se corrompem, ou seja, que podem ser ou
não ser. Mas é impossível, de fato, que coisas que possam não ser tenham sido sempre. Com
efeito, é da própria essência do possível não ter sido em algum momento. Se todas as coisas são
possíveis, houve algum momento em que nenhuma delas foi, ou seja, houve um momento em
que nada existia. Ora, o que não é não pode vir a ser senão pelo que é. Donde, se todas as coisas
fossem possíveis, vale lembrar, pudessem não ser, teria havido um momento em que nada havia,
mas, se isso é verdadeiro, dado que nada pode passar a ser senão pelo que já é, ainda hoje nada
existiria. Mas isto é evidentemente falso. Daí que a existência de coisas possíveis reclama a
existência de um ser necessário. Ora bem, este ser necessário, por seu turno, pode sê-lo, ou por si
ou em virtude de outro ser necessário. Entretanto, também aqui não se pode retroceder ao infinito
na série de seres necessários, porquanto, se assim fosse, não haveria ser necessário algum, haja
vista que o necessário propriamente falando é justamente aquilo que existe por si e não em
virtude de qualquer outra coisa. Por conseguinte, cumpre admitir, também aqui, a existência de
um ser necessário, a saber, a existência de um ser que exista por si e que não receba de nada a
causa da sua existência, tendo em vista que já possua, em sua própria essência, a razão da sua
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existência. Ora, é este ser necessário que, por seu lado, comunica a todos os demais seres a sua
necessidade.( CAMPOS 2012: 7).

A Prova Pelos Graus do Ser

Podemos comprovar, mediante a experiência sensível, que existem coisas mais e menos boas,
mais e menos verdadeiras, mais e menos nobres. Ora, mais ou menos só é atribuível a uma coisa
na medida em que esta coisa se aproxima, mais ou menos também, daquilo que é máximo. De
sorte que, a existência de graus diversos de bondade, verdade e nobreza nas coisas está a indicar
que existe uma bondade suprema, uma verdade suprema e uma nobreza suprema. Agora bem,
bondade, verdade e nobreza não são senão transcendentais de uma mesma coisa, qual seja, o ente
. Tais transcendentais são propriedades fundamentais do ente, visto que não se reduzem e nem se
limitam a nenhum modo de existir em particular, mas transcendem a todos eles, enquanto estão
presentes em toda e qualquer coisa que se denomine ente. Sendo assim, aquilo que é verdadeiro
ou bom em grau supremo é também, ente em grau supremo. Ademais, aquilo que é máximo num
determinado género é causa de tudo o que é deste género. Portanto, o ente supremo é a causa
para todos os demais entes do ser e de todas as perfeições que o ser implica, vale lembrar, a
verdade, a bondade e a nobreza. Deveras, este ente perfeitíssimo, e fonte de toda perfeição, é o
que chamamos Deus: Existe então algo que é, para todos os outros entes, causa de ser, de
bondade e de toda a perfeição: nós o chamamos Deus. Passemos à análise da via do governo do
mundo ou da causa final. (CAMPOS 2012: 8).

Conclusão
Após a realização do trabalho o grupo concluiu que aquino constata que nas coisas sensíveis é
que elas não possuem em si mesmas a razão da sua existência e que, por isso mesmo, reclamam a
todo instante uma causa que lhes seja extrínseca, a fim de que lhes conceda a existência que, por
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si mesmas, não possuem. Neste caso, as provas de Tomás partem de um fato e que poem a
descoberta de uma situação de insuficiência. Uma na qual o mundo não basta, por si mesmo,
para explicar que ele é. Neste contexto, As cinco vias mostram que o primeiro impulso ao vir-a-
ser não pode ter sido dado ao mundo pelo próprio mundo; que as causas segundas nunca são a
causa total de determinado efeito, que o que nasce e morre não é causa da existência própria;
que o imperfeito procede do perfeito, mas, que a ordem das coisas não foi estabelecida por nós.
Portanto, estes argumentos provam a necessidade de um Motor imóvel, de uma Causa primeira,
de um Ser necessário, de uma Perfeição absoluta, de um Ordenador supremo.

Bibliografia
CAMPOS, Sílvio Laet de Barros: as cinco via para demostrar a existência de Deus em São
Tomas de Aquino, portugal. 2012
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https://jonasmadureira.com/2009/05/05/tomas-de-aquino-e-a-equivocidade-do-ente/

acessado as 8h de 02/05/2017.

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