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Fundamentos Socioantropológicos
da Educação
COORDENADOR GERAL
COORDENADOR ADJUNTO
Profa. Maria Vitória Ribas de Oliveira Lima
COORDENAÇÃO DE CURSO
Prof. Dr Karl Schurster V. de Souza
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Profa. Maria Vitória Ribas de Oliveira Lima
GERENTE DE PROJETOS
Valdemar Vieira de Melo
ADMINISTRAÇÃO DO AMBIENTE
José Alexandro Viana Fonseca
EQUIPE DE DESIGN
Anita Sousa
COORDENAÇÃO DE SUPORTE
Afonso Bione
Bruno Eduardo Vasconcelos
Severino Sabino da Silva
EDIÇÃO 2017
Impresso no Brasil - Tiragem 180 exemplares
Av. Agamenon Magalhães, s/n - Santo Amaro
Recife / PE - CEP. 50103-010
Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664
FUNDAMENTOS
SOCIOANTROPOLÓGICOS
DA EDUCAÇÃO
Ementa
Objetivo Geral
Apresentação da Disciplina
CAPÍTULO 1
O QUE É EDUCAÇÃO?
Objetivos específicos
Introdução
A nossa disciplina tem início com uma das principais discussões que en-
volvem os cursos de licenciatura: o que é educação? O questionamento
acompanha vários pesquisadores, professores e estudantes cujo objetivo
é compreender o seu objeto de trabalho.
Sendo assim, deve-se destacar que não existe apenas uma forma de edu-
car assim como não existe uma fórmula única para se educar um indivíduo
ou um grupo. A educação é um conceito múltiplo, que deve ser compreen-
dido a partir das questões sociais, culturais e históricas. Do mesmo modo,
não se deve perder de vista que a palavra envolve questões práticas e teó-
ricas, que convergem para a construção de um conceito.
Certamente essa questão é uma das mais complexas nos debates que en-
volvem o conceito de educação, pensar na educação ideal para alguns
pode não ser a melhor para outros. Deve-se compreender que ela varia
de acordo com o lugar, tempo e espaço e exercida de modo diferente em
cada sociedade.
A resposta para essas indagações podem ser extraídas da carta que os in-
CAPÍTULO 1
dígenas enviaram aos governantes dos Estados da Virgínia e de Maryland,
localizados nos Estados Unidos da América. Após a assinatura de um trata-
do de paz com os povos indígenas das Seis Nações, os representantes po-
líticos lançaram um convite com o objetivo de contribuir com a educação
e formação de alguns jovens índios em escolas “dos homens brancos”.
Os líderes indígenas responderam com um agradecimento, recusando o
convite, que pode ser extraído do fragmento abaixo.
[...] Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas
do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles volta-
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vam para nós, eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta
e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o
veado, matar o inimigo ou construir uma cabana, e falavam nossa lín-
gua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam
como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
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Escola indígena
Fonte: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/33770
CAPÍTULO 1
clusão de que “ninguém escapa da educação” (BRANDÃO, 1985, p. 07).
Tal processo não está localizado apenas no espaço escolar institucionali-
zado, mas se mantém presente “em casa, na rua, na igreja, ou na escola”
(BRANDÃO, 1985, p. 07). Em todos os espaços, é possível uma ação que
contribua com o processo educacional.
Como notamos na carta dos líderes dos povos indígenas, a grande preo-
cupação dos jovens em frequentar as escolas dos “homens brancos” era
que esses indivíduos seriam “desensinados” dos seus costumes e valores
culturais. Nessa perspectiva, a educação pode ser compreendida como
um meio que contribui para a formação dos indivíduos na sociedade, tra-
12 duzida na formação de pessoas melhores.
CAPÍTULO 1
çado em 2007, aborda o trabalho da
jovem professora Erin Gruwell. Em uma
estrutura adversa, com o espaço de ensi-
no marcado pela violência e disputas do
crime organizado, a docente consegue
se livrar da “lógica” do esquecimento
de um grupo de alunos e, com base na
educação, demonstrar a sua participação
como atores sociais.
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Atividades
Referências
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação como cultura. Campinas: Mer-
cado de Letras, 2002.
SILVA, Aida Maria Monteiro da. Educação formal e não formal: processos
formativos, saberes pedagógicos, desafios para a inclusão social. Recife:
ENDIPE, 2006.
Texto complementar
A educação
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS E
HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO
Prof. Maria Ribeiro dos Santos
Prof. Dr. Carlos André Silva de Moura
Objetivos Específicos
Introdução
Neste capítulo, o nosso principal objetivo será refletir nos debates socio-
lógicos e filosóficos em torno da educação. Como proposta de trabalho,
utilizaremos as ideias de alguns pensadores que contribuíram com a dis-
cussão em torno do tema principal desta disciplina, destacando como as
suas proposições podem direcionar o nosso trabalho em sala de aula ou
em outros espaços de educação.
CAPÍTULO 2
não consegue estabelecer resoluções para todos os problemas cotidia-
nos que necessitam de um aparato político, econômico e cultural.
Desse modo indagamos: Para que serve a escola? Qual a distinção entre
educar e instruir? A escola atual tem cumprido o seu papel social? As
instituições educacionais e os seus profissionais têm a capacidade de
assumir todas as responsabilidades que lhe são atribuídas?
Um dos pontos que devem ser refletidos é que a função da escola é for-
mar o indivíduo nas questões voltadas para as áreas científicas. No en-
tanto, entre as temáticas sobre a língua portuguesa, matemática, história
ou geografia, existem debates que não só contribuem para a formação 17
educacional de cada indivíduo, mas também pontos que abordam os
valores éticos, princípios de boa convivência e assuntos que extrapolam
o conteúdo programático.
CAPÍTULO 2
são, com a possibilidade de ascensão da sociedade, era necessário ven-
cer a chamada barreira da ignorância. De tal modo, a escola passa a ser
vista como a grande responsável em converter os súditos em cidadãos
(SAVIANI, 2005, p. 06).
CAPÍTULO 2
sociedade em que ela se insere”.
CAPÍTULO 2
de sociólogos que colaboraram com a organização das teorias educacio-
nais. Vários são os pensadores que mantiveram tal contribuição, mas
neste texto vamos elencar alguns nomes que serão importantes para os
nossos debates. Sendo assim, sugerimos que os alunos pesquisem sobre
as contribuições de outros autores, para que assim, possam ampliar o
seu conhecimento.
De tal modo, a educação, com base na visão marxista, pode ser com-
preendida não só como elemento para a reprodução dos valores e ideias
das camadas que estão em uma posição privilegiada, mas também como
contribuição para o processo de rompimento das massas desfavorecidas
com a exploração social (RETONDAR, 2013, p. 33). Sendo assim, para o
pensador, a educação deve ser compreendida como elemento que pode
perpetuar um pensamento ou formar novas ideias, a depender de como
for direcionada aos envolvidos no processo.
Para Émile Durkheim, o grande desafio que se apresenta aos debates so-
ciológicos se refere à coesão social. Ou seja, a questão imposta é a cons-
trução de uma coesão na sociedade formada por intensas distinções, re-
presentadas em valores, crenças, religiosidade, caraterísticas psíquicas,
entre os elementos que diferem os indivíduos. Graças a tais distinções,
para Émile Durkheim, o processo de coesão social não é defendido por
um indivíduo, mas construído coletivamente, que pode ser classificado
como fato social, definido como o modo de agir, de pensar e de sentir co-
letivos, que não podem ser considerados acontecimento que ocorrem na
sociedade, mas instituições padrões de conduta, processos e estruturas
CAPÍTULO 2
• Paulo Freire (1921 - 1997) tem as ideias marxistas como uma das
principais inspirações para o seu pensamento sobre as questões da
educação. Entre as suas propostas, o autor destaca a necessidade
da manutenção de uma proposta dialógica entre professor e aluno,
desenvolvendo uma constante crítica aos modelos tradicionais de
educação.
CAPÍTULO 2
Paulo Freire observa que do mesmo modo que a prática liberta também
pode aprisionar. Tal afirmativa se constitui no modo como o trabalho en-
tre o ensino e a aprendizagem é constituído, pois aqueles que oprimem
também são de certo modo oprimidos.
Atividades
1. “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela
tampouco a sociedade muda” (Paulo Freire). Valendo-se dos
debates realizados neste capítulo, devem-se destacar os princi-
pais pontos elencados pelas correntes pedagógicas para a equa-
lização da sociedade.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros
escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
Aprendizado conjunto
Seres inacabados
O método Paulo Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessí-
vel o aprendizado, mas pretende habilitar o aluno a “ler o mundo”,
na expressão famosa do educador. “Trata-se de aprender a ler a
realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa rea-
lidade (transformá-la)”, dizia Freire. A alfabetização é, para o edu-
cador, um modo de os desfavorecidos romperem o que chamou de
“cultura do silêncio” e transformar a realidade, “como sujeitos da
própria história”.
Biografia
Para pensar
CAPÍTULO 3
A PRÁTICA DOCENTE E A
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA
Prof. Maria Ribeiro dos Santos
Prof. Dr. Carlos André Silva de Moura
Objetivos específicos
Introdução
CAPÍTULO 3
sabemos que o debate desenvolvido na disciplina de história assume
um papel de referência para a formação social do aluno. O nosso objeto
de estudo colabora com a percepção do aluno como sujeito histórico,
atuante de uma realidade social, que pode ser modificada para uma nova
estruturação educacional (PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla. In. KARNAL,
2015, p. 21).
CAPÍTULO 3
absolutamente inculto: o homem “humaniza-se” expressando, dizendo o
seu mundo” (FREIRE, 1987, p. 19). É necessário compreendermos a edu-
cação como uma prática libertadora, de rompimento das barreiras e das
estruturas que impedem a própria compreensão histórica da sociedade.
bate
Atividades
CAPÍTULO 3
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamen-
tos e métodos. São Paulo: Cortez, 2011. p. 97 – 132.
Texto Complementar
Com a lei federal n.º 9394 de 1996 - a LDB ( Lei de Diretrizes e Ba-
38 ses da Educação Nacional) conhecida como Lei Darcy Ribeiro - fica
determinado como competência da União estabelecer, juntamente
com os estados e municípios, diretrizes que orientem os currículos
e seus devidos saberes, de forma a garantir uma formação básica
comum a todos. Com o intuito de mostrar um comprometimento,
por parte do governo, a superação dos problemas e dificuldades
em termos educacionais, foram elaborados os Parâmetros Curricu-
lares Nacionais (PCNs) para o ensino fundamental (Brasil, 1998),
que têm como principal finalidade apresentar as linhas norteadoras
para a (re)orientação curricular. É importante perceber que, se essa
promessa foi ou não cumprida, é tema para outra discussão; nesse
momento apresentamos apenas a formação aos interessados.
Referências
Referências
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamen-
40 tos e métodos. São Paulo: Cortez, 2011. p. 97 – 132.
CAPÍTULO 3
escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
SILVA, Aida Maria Monteiro da. Educação formal e não formal: proces-
sos formativos, saberes pedagógicos, desafios para a inclusão social. Re-
cife: ENDIPE, 2006.