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Acadêmica: Amanda Gomes Severo – 7º Matutino

Excelentíssimo Juiz de Direito da _ª Vara de Família de Foz do Iguaçu/PR

JOAQUINA DA SILVA CARDOSO, brasileira, casada, do lar, portadora do RG nº


3456789 e CPF nº 546783456, endereço eletrônico joaquinamulher_mulher@hotmail.com,
residente e domiciliada na Rua dos Anzóis, 67, bairro Profilurb I em Foz do Iguaçu/PR vem
respeitosamente perante Vossa Excelência através do advogado abaixo assinado,
instrumento de procuração em anexo, com endereço profissional à rua AB, 123, propor
Ação de Divórcio c/c com Alimentos em face de PATRÍCIO GUINDO, brasileiro, casado,
mecânico, portador do RG nº 099843292010 e CPF nº 9068402010, endereço eletrônico
guindohomem_homem@gmail.com, residente e domiciliado no endereço declinado acima, o
que faz com fundamento nos artigos 226, p. 6º da Constituição Federal, 1583 e 1694 do
Código Civil e 693 e seguintes do Código de Processo Civil, pelos motivos de fato e direito
a seguir expostos:

1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Preliminarmente, preenchidos os requisitos legais, requer o benefício da gratuidade


da justiça, assegurado pelo artigo 98, caput, do Código de Processo Civil, tendo em vista
não poder arcar com as despesas processuais sem prejudicar o sustendo próprio e de sua
família, conforme declaração em anexo.

2. DOS FATOS

A requerente casou-se com o requerido no dia 15 de fevereiro de 2007, sob o regime


de comunhão parcial dos bens, no Cartório de Registro Civil de Guaraniaçu, livro 45B,
assento 234. Desta união nasceram Adalberto Guindo, nascido em 05 de setembro de 2015
e Nicolau Aristides Guindo, em 03 de abril de 2012, menores impúberes.

Durante a constância do casamento do matrimônio foi constituído patrimônio, sendo


uma casa de alvenaria, conforme matrícula em anexo, avaliada em R$50.000,00 (cinquenta
mil reais) e o automóvel Ford Belina I, cor bege, ano de 1975, de placas DER-4567 de
Guaraniaçu/PR avaliado em R$8.000,00 (oito mil reais).

Desde o início do ano de 2017 Patrício entregou-se ao vício do álcool e jogos,


chegando em casa praticamente todos os dias tarde da noite, exalando cheiro de álcool e
fumando sem parar, bem como, a requerida já encontrou em suas roupas marcas de batom
e cheiro de perfume feminino, além de um bilhete escrito por “Kátia Kelly – a Godiva de
Guaraniaçu”.

Ademais, o requerente encontra-se cada vez mais agressivo e já houve ameaças de


agressão contra a requerida, ocasião que a mesma procurou a Delegacia da Mulher e lhe foi
concedida medida protetiva, de forma a retirar o marido do lar conjugal.

Desta feita, é de urgente resolução da presente demanda, a fim de decretar o


divórcio à requerida, com a fixação de guarda dos menores de forma unilateral à sua
genitora, bem como buscar a prestação de alimentos de habitual pelo requerido na quantia
de 45% do salário mínimo nacional vigente, qual seja, o valor de R$470,025 (quatrocentos e
setenta reais e vinte e cinco centavos), tendo em vista as situações descritas na presente
inicial.

3. DO DIREITO

3.1. DO DIVÓRCIO

O artigo 226, P. 6º prevê que o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio e
em consonância com tal preceito legal o Código Civil de 2002 estabelece que a sociedade
conjugal pode acabar pelo divórcio1.

Assim, tendo em vista a violação dos deveres do casamento por parte do requerente,
sendo eles, a fidelidade recíproca e o respeito e consideração com sua esposa conforme os
fatos acima relatados é improvável a reconciliação do casal, desta feita, requer-se do Poder
Judiciário a decretação do divórcio e consequentemente a expedição do mandado de
averbação2.

3.2. DA PARTILHA DE BENS

A requerente e o requerido estão casados sob o regime de comunhão parcial de


bens e durante a união adquiriram os bens citados acima a serem partilhados conforme
determina o artigo 1.658 e 1.660, I do Código Civil.

Portanto, é direito da requerida 50% dos bens partilhados.

3.3. DA GUARDA UNILATERAL

1
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: IV. Pelo Divórcio.
2
Artigo 1.566, I e V.
Dispõe o Artigo 1.583 do Código Civil:

Art. 1.583.  A guarda será unilateral ou compartilhada.


§1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos
genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584 , §5º ) e, por guarda
compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e
deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto,
concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.

É indispensável para toda criança conviver em ambiente familiar, devendo ser


protegida de qualquer situação que a exponha a qualquer tipo de risco ou exploração, sendo
previsto pela Constituição Federal de 1988 à dignidade, o respeito, além da proteção a
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

É sabido, conforme descrito, que o requerido não tem condições de dar o amparo
necessário aos menores, considerando seu vício em álcool e jogos, não sendo o ambiente
adequado para o desenvolvimento dos menores sem que tenham algum tipo de prejuízo em
sua formação.

3.4. DOS ALIMENTOS PROVÍSÓRIOS

Faz-se necessário a fixação dos alimentos provisórios pois não é razoável admitir
que as despesas vitais dos menores sejam suportadas, exclusivamente, pela genitora,
cabendo também ao genitor arcar com os cuidados e responsabilidades dos filhos.

Os alimentos provisórios pleiteados na presente ação tem como objetivo promover o


sustendo dos filhos na pendência da lide, conforme está descrito no artigo 4º da Lei
5.478/68.

Portanto, requer-se que seja fixado o valor de R$ 470,25 (quatrocentos e setenta


reais e vinte e cinco centavos), correspondente à 45% do salário mínimo nacional vigente,
na forma de alimentos provisórios aos menores e desde já se requer, que posteriormente ao
final da lide, sejam os mesmos convertidos em definitivos. O valor acima virá a suprir as
necessidades dos menores até que os alimentos em definitivo venham a ser concedidos.

3.5. DOS ALIMENTOS DEFINITIVOS

O direito a alimentos é previsão constitucional, de acordo com o artigo 229 da Carta


Magna os pais tem o dever de assistir, criar e educar seus filhos menores.

Dispõe os artigos 1.695 e 1.696 do Código Civil de 2002:

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não


tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria
mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessário ao seu sustento.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e
filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos
mais próximos em grau, uns em falta de outros.

Desta maneira, o dever de prestar alimentos não é exclusivo de apenas um dos


genitores, e sim de ambos, de forma a proporcionar uma qualidade de vida razoável aos
menores.

A requerente é do lar, e não possui a menor condição de arcar sozinha com as


despesas de seus filhos, e a condição financeira do réu é boa, de modo que recebe
R$2.350,00 (dois mil, trezentos e cinquenta reais) mensais, portanto, é notória a
possibilidade de arcar com as despesas necessárias a proporcionar uma qualidade de vida
digna a seus filhos.

4. DOS PEDIDOS

Posto isto requer:

a) O recebimento da petição inicial, designando audiência de


conciliação/mediação, com a citação do requerido para que nela compareça e conteste no
prazo de 15 dias à contar do ato, sob pena de revelia;
b) Preliminarmente, a concessão da gratuidade da justiça conforme determina o
artigo 98 do Código de Processo Civil;
c) A fixação dos alimentos provisórios em percentual, equivalente à 45% do
salário mínimo nacional vigente, equivalente à R$ 470,25 (quatrocentos e setenta reais e
vinte e cinco centavos);
d) Ao final, a procedência do pedido com a decretação do divórcio do casal e a
consequente partilha dos bens adquiridos na constância do casamento, bem como, que seja
expedido mandado judicial para averbação do Registro Civil das Pessoas Naturais;
e) Conjuntamente, a confirmação dos alimentos provisórios tornando-os
definitivos, condenando o requerido ao pagamento de alimentos mensais correspondente ao
valor de R$470,25 (quatrocentos e setenta reais e vinte e cinco centavos), equivalente à
45% do salário mínimo nacional vigente;
f) A concessão da guarda definitiva dos menores impúberes em favor da
requerida;
g) A condenação do réu ao pagamentos das custas processuais e honorários
advocatícios de sucumbência;
h) Ainda, a intimação do Ministério Público para que se manifeste nos autos;
i) Provar o alegado por meio de depoimento pessoal, oitiva de testemunha e
juntada de documentos.

Dá-se a causa o valor de R$ 63.643,00 (sessenta e três mil, seiscentos e quarenta e


três reais).

Nestes termos, pede deferimento


Local, data
Advogado, OAB XX-XXX

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