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CIVIL VI, aula 01, I unidade. 10/02/2020 – SUCESSÕES.

Direito das sucessões. Prova I unidade: 23 de março, segunda.


1) tem uma terminologia muito própria, expressões que só se utiliza nesta disciplina;
2) muitas regras e exceções para se estudar, uma questão lógica, a disciplina é como um
cálculo matemático. Ex: vou incluir uma pessoa no espólio, ou é ou não é herdeira, não
tem meio termo;
3) divergências doutrinárias e polêmicas, principalmente, na primeira unidade
Sucessões, em sentido amplo, quer dizer substituir alguém. Ex: adquiro um terreno na
mão de Letícia, vou suceder Letícia naquele direito de propriedade, mas no nosso caso,
o estudo é restrito, por conta do evento morte, a morte biológica, pois a partir da morte
temos que transferir o patrimônio da pessoa que morreu para o seus sucessores. E por
isso, que o direito de sucessões não estuda a morte presumida, pois na morte presumida
a pessoa pode reaparecer.
Sendo assim, quando falamos de sucessão, falamos na transferência patrimonial de uma
pessoa, em função de sua morte.
O código civil regula a sucessão assim como, o nascimento; a morte.
Para comprovar juridicamente, a morte para a sucessão é necessária a certidão de óbito.
Código civil regula do artigo 1784 a 2027.
Sucessão: “causa mortis”
Temos espécies, sendo:
1. sucessão legitima: sucessão do legislador, lei.
Já por sucessão legal ou legítima entenda-se aquela em que a transmissibilidade da
herança é regrada não pelas normas do testamento, mas, sim, pela própria lei. Vale
dizer, são as regras do Código Civil que cuidam de disciplinar a ordem de chamamento
dos sucessores, também denominada ordem de “vocação legal”.
Assim, se o autor da herança morre sem fazer testamento (ab intestato) — ou sendo este
inválido (nulo ou anulável) — é a própria lei que, atuando supletivamente, cuida de
dispor a respeito da sucessão hereditária.

2. sucessão testamentária: transferência por testamento, quando vivo faz o


testamento para logo após a sua morte ser efetivada a sucessão em seus moldes.
Testamento tem que ser feito por duas vontades: a da lei, e da pessoa, se por
exemplo, tiver uma cláusula que fere a lei, está será anulada. Você pode fazer o
seu testamento até o limite imposto pelo legislador.
A sucessão testamentária é aquela em que a transmissibilidade da herança é disciplinada
por um ato jurídico negocial, especial e solene, denominado testamento.
3. mista: pode ser feita a sucessão por meio do testamento e da lei, uma parte de
cada.

O termo “De cujus” é o autor da herança, dono do patrimônio que será transferido.
O que será estudado na primeira unidade. Do art. 1784 a 1856, e estudar doutrina
também.
I- Regras gerais da sucessão, ao qual será aplicada tanto na sucessão legitima,
como na testamentária.
II- Sucessão legitima.
Prova subjetiva. Será a avaliação mais difícil. Estude na sequência.
Na segunda unidade será estudado: só a sucessão testamentária, tudo está no código
civil. Que será do art. 1857 a 1990, prova objetiva. Figura de questões de concurso.
Na terceira unidade será estudado: a parte processual, inventário e partilha, como
que aplica as regras na prática. Do artigo 1991 a 2027, do código civil, e algumas
regras do código de processo civil. Avaliação: estudo de caso.
Quais os autores que indicam: Maria Berenice Dias; Pablo Stolze; Carlos Roberto;
Christiano Chaves. Na primeira unidade é importante estudar por dois autores, na
segunda unidade nem tanto.
Tem duas observações que precisam ser feitas, para estudar sucessões, precisa de
regras do direito de família, como saber quem são os: Descendentes; Ascendentes
Cônjuge; Colaterais.
O direito das sucessões com o tempo, sofreu algumas mudanças, pois antigamente,
não se tinha uma preocupação em transferir o patrimônio para seus descendentes,
mas só existia uma preocupação em transferir a questão religioso, e que o primeiro
filho homem, que seria o responsável pela sucessão, já na atualidade, a preocupação
é a transferência patrimonial, para garantir algo para seus familiares, de forma dar
uma tranquilidade financeira. A revolução russa, traz essa necessidade de os
particulares se responsabilizar pela sucessão, visto que o estado ficaria muito
sobrecarregado para fazer esse tipo de coisa. E mesmo assim, tem que se pagar
tributos.
Existe uma construção histórica, e vem fundamentada no artigo 5º, XXX, da
constituição federal:
Art 5, cf, XXX - é garantido o direito de herança;

É importante diferenciar herança de meação:


Herança: é o conjunto de princípios jurídicos que disciplinam a transmissão do
patrimônio, de uma pessoa que morreu, a seus sucessores legais. É a parcela do
patrimônio de alguém, transferida a certas pessoas elencadas na lei como titulares
desse direito - os sucessores.
Meação: termo de direito das famílias, para saber qual a parte que cabia ao de cujus,
Ex: José Casado com maria, em união estável, José morre, neste caso cuida-se de
separar o patrimônio de cada um deles para depois fazer a sucessão. Pode se fazer
um inventario dos dois juntos, mas neste caso é exceção. Pois o patrimônio de um
pode ser maior do que do outro, sendo assim, faz-se o inventario separado; outro
exemplo, um pode ter mais filhos do que o outro. Então, para trabalhar a sucessão
dos de cujus, precisa se responder à pergunta: qual o patrimônio dele, e assim,
primeiro se aplica o direito das famílias.
Meação é o termo que designa a metade ideal do patrimônio comum do casal, a
que faz jus cada um dos cônjuges. No regime da comunhão universal de bens,
todos os bens se comunicam, tanto os adquiridos anteriormente como os
posteriormente ao casamento, salvo cláusulas restritivas.
Ex: José e maria tinha um patrimônio de 100 reais juntos, comunhão universal de
bens, como dividir a herança? R: maria tem 50% de meação, a morte de José não
alterou nada, pois ela já tinha esse direito, com a morte de José o foco é nos 50% de
José, e se aplica o direito das sucessões, e se caso maria tivesse 3 filhos? E José
quisesse fazer um testamento? Neste caso, ele só poderia fazer seu testamento de
50% da sua parte.
Precisa conhecer direito de família, para saber qual a herança de quem está se
tratando. No caso da pessoa que morreu, qual o patrimônio? E sendo assim, só
poderá suceder a parte da pessoa que morreu.
Ordem de votação hereditária: art. 1829 cc:
1.Descendentes;
2.Ascendentes;
3.Cônjuge/companheiros;
4. Colaterais (facultativos.
Ordem hierárquica, vai pela ordem, Ex: só sé chama os ascendentes, se não houver
descendentes. Sendo a regra, pode-se mudar a ordem, mas será discutido mais pra
frente, mas a ordem/regra é essa.
Ex: José e maria, união universal, José morreu, primeiro separa cada parte, não tem
filhos, sendo assim, se não tiver descendentes e ascendentes, maria vai ficar 50% de
sua meação, mais os 50% de seu marido por ser a sua sucessora.
Outra diferença que tem que ser feita é:
Herança: herdeiro, como sucessor, sendo aquela parte do patrimônio que é
transferido para o herdeiro, uma parte ideal. Primeiro sabe-se quantos herdeiros se
tem, para saber quando cada filho vai receber, se tem três filhos, sendo assim será
1/3 para cada um, sendo isso, a parte ideal.
Legado: legatário, é um bem individualizado, ou alguns bens individualizados. Só
existe na sucessão testamentária.
Ex: José tem três filhos, e faleceu “ab intestato” ou seja, faleceu sem testamento. Os
três filhos são herdeiros ou legatários? herdeiros. Mas caso, José tivesse feito um
testamento e colocasse que queria que o patrimônio fosse dividido por 4, com o
acréscimo de 3 filhos e um afilhado, o afilhado também é herdeiro. Sendo os três
filhos, herdeiros legítimos, e o afilhado herdeiro testamentário.
Outro exemplo, José deixa uma Ferrari para o afilhado em seu testamento, sendo
assim, o afilhado é legatário, ou seja, quando individualiza é legatário, só assumi a
responsabilidade passiva do bem que recebeu.
A partir do momento em que recebe parte ideal, é herdeiro
Quando houver um bem específico para fulano, é legatário
Sucede a título universal o herdeiro, pois a ele é deferida uma fração (quota-parte)
ou toda a herança; por outro lado, sucede a título singular o legatário, pois a ele é
deferido bem ou direito determinado.
Prelegado: é o mesmo tempo herdeiro e legatário. Ex: deixa em testamento, um
carro para um filho, neste caso, é herdeiro e legatário.
*Prelegado: posso figurar na linha sucessória como herdeiro e legatário.
HERDEIROS LEGITIMOS PARA SE DIFERENCIAR DOS
TESTAMENTÁRIOS:
Art. 1829. CC
A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,
salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão
universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da
herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
HERDEIROS NECESSÁRIOS:
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes
e o cônjuge.
TEM UM ENTEDIMENTO DO STF QUE CONSIDERA COMPANHEIROS COMO
CÔNJUGE TAMBÉM.
Os colaterais, são herdeiros facultativos.
Os herdeiros necessários tem uma cota mínima, não podem ser afastados, enquanto que
os herdeiros facultativos recebe se o de cujus quiser e deixar em testamento.
Só se pode fazer o testamento de 25% do patrimônio, quando se tem herdeiros
necessários, caso tenha um cônjuge, baseado que seu patrimônio só será correspondente
a 50%, e os outros 50% do outro cônjuge. Já no caso de não ser casado e não ter
herdeiros necessários, só se tem um irmão, 100% para o irmão.
50%>Parte-disponível-(legítima)
50%>indisponível
CIVIL VI, Aula 02, I unidade. 12/02.
Herdeiros legítimos: descendente; ascendente; cônjuge; colaterais (art. 1829 cc). São
considerados legítimos pois integram a própria lei, diferente dos herdeiros
testamentários, que são inseridos por meio de testamento.
O código civil de 2002, estabeleceu a diferença de cônjuge e companheiro, inclusive
existia um artigo 1790 que falava só sobre um deles, entretanto, o stf reconhece o
companheiro como um cônjuge, principalmente, no art 1895 cc. Sendo que o art. 1790
foi revogado.
A ordem do art. 1829 é hierárquica, mas existe exceção quanto ao cônjuge, pois pode
concorrer com os descendentes e ascendentes, podendo sair da posição para concorrer.
Legatários: sendo aquele que recebe um bem ou bens determinados;
Prelegatario: quando um herdeiro recebe um legado, sendo acumulado a função.
Herdeiros necessários: pode se afastar os necessários por necessidade ou indignação,
sendo que é necessário provar alguns requisitos, dentro das formalidades da lei. 50%
disponível// 50% indisponível, na opção da causa mortis.
Herdeiros colaterais: se não se tem herdeiros necessários, tem se a liberdade/faculdade
de dispor de 100% do patrimônio, na opção da causa mortis.
Quando se está vivo, se tem uma expectativa, com a morte vem o direito.
Teoria da vontade presumida: não precisa colocar o que se tem na lei no testamento,
pois já se entende que tem que seguir a lei. Mas se quiser pode.
Toda e qualquer divisão que se faz precisa obedecer a lei, para partilhar inter vivos, ou
causa mortis.
Pode se renunciar a herança, através de ato formal, registrar em cartório, e tem que ser
depois de receber a herança. Art 427: não pode ser objeto de herança quanto vivo.
Abertura da sucessão
Assim que acontece o evento: morte, abre-se a sucessão, que não deve ser confudida
com abertura de inventário. Os bens nuncam ficam sem dono, sendo assim, quando a
pessoa morte transfere automaticamente para seus supostos sucessores.
Abertura de sucessão, está no artigo 1.784 cc.
Aberta a sucessão, a herança se transmite desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários.
Princípio de Saisine
É o princípio pelo qual se estabelece que a posse dos bens do "de cujus" se transmite aos
herdeiros, imediatamente, na data de sua morte. Esse princípio foi consagrado em nosso
ordenamento jurídico pelo art. 1.784, do Código Civil.
Da transmissão imediata e automática do domínio e posse da herança aos herdeiros
legítimos e testamentários, no instante da abertura da sucessão.
- Agarrar
- Assegurar
Ex: Antônio é pai de 3 filhos, morreu, abre-se a sucessão, automaticamente, transfere os
bens de Antônio, em 1/3 para cada filho, tendo em vista que Antônio não tem mais
herdeiros, e logo após, é necessário fazer o inventario e o espolio.
Tem responsabilidade perante as dívidas também, que será paga com o limite do que for
herdado.
Ex: um casal, João e maria, não tem descendentes e nem ascendentes, João morre 1
segundo antes de maria, no caso, maria terá 100%, e mesmo morrendo depois. Se não
tiver como determinar quem morreu (comoriência). Existe uma presunção de morte
simultânea, art. 8 do cc, neste caso, cada um transfere seus bens para os colaterais.
Abertura da sucessão: MORTE
- Atestado do médico (morte biológica)
- Certidão de óbito (ponto de vista jurídico)
Espólio: Conjunto de bens deixados pelo morto

Transferência automática da herança para herdeiros legítimos e testamentários

Art. 1784. Aberta a sucessão, a herança


transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos
e testamentários.

*Comoriência: MORTE SIMULTÂNEA

Art. 8. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma


ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos.
Inventário: escrever, relacionar, colocar na mesa, especificar, organizar todos os bens
existentes, tanto bens quanto dívidas, para depois partilhar.
AS: abertura da sucessão:
1.transfere os bens automaticamente para os herdeiros, pelo princípio de saisine.
2. legislação a ser aplicada, utiliza a lei que está vigente no momento da morte. Fonte
que deriva
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação
para suceder a lei vigente ao tempo da abertura
daquela.
Ex: Antigamente, cônjuge não era herdeiro necessário.
3. capacidade sucessória, no momento na abertura da sucessão, que se investiga a
capacidade sucessória, ex: uma criança de 6 meses não tem capacidade civil, mas tem
capacidade sucessória. Ex: deixar em testamento, bens para pessoa jurídica, mas quando
vai ver não existe a pessoa jurídica, neste caso, não se tem capacidade sucessória. A
capacidade só surge depois da morte.
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas
ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.
Concebidos: da junção dos espermatozoides com o óvulo.
Já concebido: nasce.
Precisa nascer e respirar.
Mas verá mais pra frente.
Ex: pai, morre em 15/08/2003, Abre a sucessão, o filho matou o pai, mas assim que o
pai morreu o filho recebeu a herança, depois abre-se uma ação de indignidade, depois
do trânsito em julgado em 2015, condenada, os efeitos da sentença vão retroagir e
afastar a herança, mas no caso se ela estivesse gravida, o filho receberia a herança? Sim,
o filho sim. Mas no caso, ela deveria está gravida no dia 15/08/2003, por ser o
momento da abertura da sucessão, depois disso, caso estivesse depois, não cabe a
herança.

Indivisibilidade da herança
Ex: josé tem 3 filhos, morre e deixa 3 casas: de 10 mil, cada. No momento da abertura
da sucessão, ele transfere os imóveis para os filhos. Sendo assim, não pode falar que
cada filho irá receber uma casa, visto que existem, impostos e dividas. Os sucessores
ficam no chamado condomínio forçado, tendo cada um 1/3 dos bens, sendo indivisível,
só haverá a divisão, com a partilha de bens.
Cessão de herança: venda de sua parte da herança, mas tem que fazer que os demais
herdeiros tenham sua herança. Art 1794 e 1795.
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a
pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por
tanto.
Art. 1795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão,
poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho,
se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.
Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a
preferência, entre eles se distribuirá o quinhão cedido, na proporção
das respectivas quotas hereditárias.

Abre-se a sucessão no lugar do último domicilio do autor da herança.


Espécies de sucessão:
III- sucessão testamentária: precisa reconhecer todos os requisitos legais. Art.
1789, respeitar a existência de herdeiro necessários, que irá reduzir a
porcentagem em 50%. Pode ser chamado de herdeiros instituídos também,
inseridos através do testamento.

IV- Sucessão legitima: (ab intestato), ou seja, sem testamento, ou o testamento


que se fez foi considerado invalido. Pode se invalidar o testamento em sua
totalidade, ou em apenas uma parte.

V- Sucessão mista: a mistura da testamentária e legitima.

EXCEÇÃO: no pacto antenupcial pode se estabelecer regras entre os cônjuges, mas tem
que obedecer ao limite de 50%.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for
feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe
seguir o casamento.
Partilha inter vivos: entrou em 2018 no código civil:
Art. 2.018. É válida a partilha feita por
ascendente, por ato entre vivos ou de última
vontade, contanto que não prejudique a legítima
dos herdeiros necessários.

Sucessão universal: Quando acontece a transferência a título universal, o pai morreu


deixou um filho, tudo que o pai deixar é transferido ao filho. Só acontece na sucessão
causa mortis.
Sucessão singular: é inter vivos ou causa mortis.

CIVIL IV, aula 03, I unidade. 17 de fevereiro 2020.

Pressupostos - Nondon conceptus: capacidade para suceder.

Partilha intervivos:

Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato


entre vivos ou de última vontade, contanto que não
prejudique a legítima dos herdeiros necessários.

1. Capacidade para suceder


Não se confunde capacidade para suceder com capacidade civil.
1. Art. 1798: Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já
concebidas no momento da abertura da concessão.

Ou seja, morte. Com a morte abre-se a sucessão. Neste momento se avalia quem tem
capacidade sucessória.

Em que momento se avalia a capacidade sucessória? R: no momento da abertura da sucessão.

2. Morte do “de cujus” (autor da herança).


A capacidade só surge depois da morte

Só pode falar em capacidade sucessória depois da morte do “de cujus”

3. Sobrevivência do sucessor (regra).

É necessário que a pessoa que vá suceder esteja viva.

Mas tem a exceção no caso de representação, ou seja, no caso de o filho morrer primeiro que
o pai, o sucessor do filho recebe pelo filho por meio de representação.

Ex: herança testamentaria. Faço um testamento deixo meus bens para uma pessoa que morre
antes de mim, neste caso, ela não terá capacidade sucessória, porque em regra é necessário
que a pessoa esteja viva para suceder.

4. Precisa pertencer à espécie humana ou ser uma pessoa jurídica.

Pertencer a espécie humana: pessoa natural ou pessoa jurídica.

Assim como a pessoa natural tem que estar viva no momento da abertura da sucessão, a
pessoa jurídica tem que existir do ponto de vista legal no momento da abertura sucessão. Mas
em regra, pois existe a exceção, quando por exemplo, se coloca uma condição ou termo que
com a morte crie-se uma fundação para herdar a herança.

Ordem 1829:

1. Descendente

2. Ascendente

3. Cônjuge/companheiro

4. Colaterais

5. Município/ DF/ União.

Exceções
Na sucessão legítima:
- Município
- Distrito Federal
- União
se não tiver herdeiros, a Herança será vacante, sendo quando a herança é devolvida à
fazenda pública por se ter verificado não haver herdeiros que se habilitassem no período da
jacência.

Nondon conceptus: ainda não foi concebido. Traz uma exceção da regra do artigo 1798.

Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser


chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo
testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;
II - as pessoas jurídicas;
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada
pelo testador sob a forma de fundação.

Só acontece na sucessão testamentária. Ex: isabela não está grávida, mas o seu pai quer deixar
bens para um possível filho que ela possa ter, sendo assim, coloca esse filho no testamento. O
prazo para ter esse filho é de 2 anos. Caso o filho não sejam concebidos os bens retornam para
a ordem de sucessão (descendentes, ascendentes etc).

“Prazo de espera”

Art. 1800, § 4o: Se, decorridos dois anos após a abertura da


sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens
reservados, salvo disposição em contrário do testador,
caberão aos herdeiros legítimos.

Se não nascer, posso ter substituto. Se não houver, volto para sucessão legítima.

Se o herdeiro for capaz no momento da feitura do testamento, quando, por exemplo, fiz o
testamento dando bens a fainor e ela existia, mas depois da minha morte a fainor não existe
mais, sendo assim, não sucede. Só sucede no caso, de no testamento ter alguma condição ou
termo sobre uma pessoa jurídica que será criada ou algo do tipo, acompanhada de uma
condição.

Outra figura é o nascituro: filho já concebido. Ex: José quando morreu, tinha um filho já
nascido e um já concebido, como faz a partilha? Aplica-se metade e metade, mas ao concebido
é recebido a herança sobre condição resolutiva, no caso ele tem que nascer e respirar para
suceder. Tem que nascer com vida, para confirmar o recebimento da herança.

Se é um natimorto, nasceu sem vida, não respirou, a herança será para apenas o filho vivo.

Mesmo se nascer, respirar e morrer, terá duas sucessões, tanto o do pai, como o dele.
Aceitação de herança, três pontos para se discutir:

A aceitação ou adição da herança (aditio) é o ato jurídico pelo qual o herdeiro manifesta, de
forma expressa, tácita ou presumida, a sua intenção de receber a herança que lhe é
transmitida

A transferência dos bens é automática. 1804:

Art. 1804 cc: Aceita a herança, torna-se definitiva a sua


transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia
à herança.

Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à
herança.

INTRAVIRES HEREDITATIS: dentro da herança.

Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-
lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor
dos bens herdados.

A aceitação está no art. 1805 do cc:

Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando
tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.

§ 1oNão exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os


meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.

§ 2oNão importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos
demais co-herdeiros.

O artigo 1805 diz sobre a aceitação tácita ou expressa, que são:

Expressa: A aceitação expressa é aquela que se opera por meio de uma explícita declaração do
sucessor, reduzida a escrito (público ou particular) ou a termo nos autos.

Tácita: A aceitação tácita é aquela que decorre da atitude do próprio herdeiro, que, embora
não tenha declarado expressamente aceitar, comporta-se nesse sentido (art. 1.805, 2ª parte),
habilitando-se, por exemplo, no procedimento de inventário ou de arrolamento.
Pratica ato incompatível com a posição de herdeiro

e a presumida está no art. 1807 cc:


Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte
dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para,
nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

Presumida: A aceitação presumida é aquela que resulta de uma situação fática de omissão.

Note-se que, no caso, se o herdeiro, instado a se manifestar, quedar-se silente ao fim do prazo,
significará que aceitou.
Direito de liberar
- 20 dias Abertura da Sucessão: para que o juiz o notifique
- 30 dias: prazo máximo para se manifestar

A aceitação, em qualquer das suas modalidades, quando manifestada, retroage à data da


abertura da sucessão, uma vez que confirma a transmissibilidade abstrata operada por força
do Princípio da Saisine.

Indivisível e Incondicional

Não se pode aceitar só parte dela, é tudo ou nada. E também não pode se colocar uma
condição para aceitá-la, ex: só aceito se a herança for maior que 20 mil, não se pode colocar
condições para o aceite.

Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
§ 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou,
aceitando-a, repudiá-los.
§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos
sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que
renuncia.

Herdeiro legatário
Prelagatário/prelegado
herdeiro e legatário ao mesmo tempo: pode aceitar um e renunciar o outro e vice-versa.
Quinhão: parte

Irrevogável: uma vez aceita, não se pode renunciar. Sendo assim, no sentido de não se admitir
a revogação do ato de aceitar.

Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.

A renúncia é incondicional, indivisível e irrevogável.

Renúncia (tem que ser sempre expressa)


A renúncia da herança consiste na prática de um ato jurídico abdicativo do direito hereditário
conferido, com efeitos retroativos, que excluem o sujeito da cadeia sucessória como se
herdeiro nunca houvesse sido.
Ao renunciar a uma herança, o sucessor é banido do panorama sucessório, por manifestação
da sua própria vontade — razão por que também aqui é sentido o princípio da autonomia
privada — fazendo com que o bem a si transferido retorne ao monte-mor (partilhável).

Essa parte de renúncia foi melhor explicada na aula 04.


Direito Civil IV, aula 04, I unidade. 19.02.

Renúncia da herança:

1) necessita de capacidade civil;

2) formal – 1806, por escritura pública ou termo judicial, não existe renúncia tácita;

3) divergência para pessoa casada que precisa da outorga do cônjuge;

4) a renúncia é indivisível (art. 1808), incondicional (art 1808) e irrevogável (art. 1812).

A renúncia pode ser anulada, se comprovada uma agressão, manipulação, entre outros. Mas
por vontade não pode.

A doutrina argumenta sobre duas espécies de renúncia, sendo:

*RENÚNCIA ABDICATIVA: ex: o pai morre, e o filho renúncia a herança.

*RENÚNCIA TRANSLATIVA: uma falsa renúncia. Ex : o pai morre, e o filho diz que renúncia em
favor de um terceiro. A pessoa aceita a herança e faz uma doação intervivas a terceiro, paga
imposto.

Abdicativa: simplesmente renuncio


Translativa: Aceitação > doação

Aceitação pode ser: tácita, expressa ou presumida.

Não posso renúncia como forma de prejudicar terceiros, sendo assim, tem que provar que
mesmo com a renúncia não prejudicaria ninguém.

Renúncia (tem que ser sempre expressa)


A renúncia da herança consiste na prática de um ato jurídico abdicativo do direito hereditário
conferido, com efeitos retroativos, que excluem o sujeito da cadeia sucessória como se
herdeiro nunca houvesse sido.
Ao renunciar a uma herança, o sucessor é banido do panorama sucessório, por manifestação
da sua própria vontade — razão por que também aqui é sentido o princípio da autonomia
privada — fazendo com que o bem a si transferido retorne ao monte mor (partilhável).

1. Capacidade civil
2. A pessoa casada depende de outorga para renunciar à herança?
2 correntes:
- Não! Exceto no regime de comunhão universal
- Sim! Exceto no regime de separação absoluta
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


II - o direito à sucessão aberta.

3. Forma prescrita

Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou


termo judicial.

4. Renúncia
- Incondicional
- Indivisível

5. Aceitação
Irrevogável > Não posso aceitar e depois renunciar

6. Objeto lícito

Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão
eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
§ 1o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do
fato.
§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será
devolvido aos demais herdeiros.

Não posso aceitar a renúncia para prejudicar terceiros

SUCESSÃO LEGÍTIMA:

Formas de suceder, não se confundi com espécies de suceder. Existem duas formas de
suceder:

A denominada “Sucessão Legítima” traduz o conjunto de regras que disciplina a transferência


patrimonial post mortem, sem a incidência de um testamento válido. Nos termos do Código
Civil, “morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o
mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a
sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo” (art. 1.788 do CC).

1) por direito próprio ou por cabeça;


ex: O autor da herança morre e deixa três filhos, chama-se quem para suceder? Primeiro os
descendentes, sendo os filhos de primeiro grau. Sendo assim, o direito é eles próprios e a
divisão é por igual entre os três, por cabeça. Por exemplo, sendo três os filhos herdeiros, todos
recebem quota igual, porque se acham à mesma distância do pai, como parentes em linha
reta.

2) por representação ou por estripe:

O direito é não é deles, mas é por relação. Exceção. Quando se tem três requisitos: 1. sucessão
legítima; 2. pré-morte (tem um herdeiro que morreu antes. Ex: filho morre antes do pai); 3.
diversidade de graus. Concorrem, na sucessão, descendentes que tenham com o de cujus
graus de parentesco diferentes, ou quando a partilha, em vez de se fazer igualmente entre
pessoas, faz-se entre certos grupos de descendentes, grupos constituídos pelos descendentes
do herdeiro do grau mais próximo. A sucessão por estirpe dá-se na linha reta descendente,
excepcionalmente, na linha transversal, mas nunca na linha reta ascendente. Na linha
ascendente não tem direito de representação.

Vocação indireta
Para haver representação:
- Sucessão legítima
- Pré morte
- Diversidade de graus

Linhas e graus de parentesco


Classes:
Descendentes: Graus: Filho; Neto; Bisneto.
Descendentes
Ascendentes
Cônjuge/Companheiro AH (Autor da herança)
Colaterais 1º (filho) 2º (neto) 3º (bisneto)

REGRAS IMPORTANTES:

a) existindo herdeiros de uma classe não se chamam os herdeiros da classe subsequente, sendo assim, exemplo, se
existir descendentes não se chama os ascendentes;

b) dentro da mesma classe o de grau mais próximo exclui o de grau mais remoto, salvo o direito de representação.
Ex: filho de 2 grau, exclui o neto de 3 grau e o bisneto de 3 grau.

Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por
estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.

Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente.
§ 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas.
§ 2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade,
cabendo a outra aos da linha materna.

Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação
concedido aos filhos de irmãos.

EFEITOS DA RENÚNCIA:

ex: autor da herança falece e deixa três filhos, sendo que um dos filhos renúncia. Quem recebe a herança são os
outros dois. Art. 1811 cc.

Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua
classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito
próprio, e por cabeça.

Direito de acrescer: quando todo mundo renúncia e apenas um recebe tudo.

Autor da herança, com 3 filhos, cada filho tem outros filhos, um filho pré morreu, um outro renunciou a herança, e
outro foi julgado indigno, como dividi a herança? Representação ao filho da pré morte 3/3, o filho indigno não
recebe, mas seu filho recebe 1/3, e o que renunciou não recebe.

Não tem direito de representação para quem é renunciante, mas se não tiver mais ninguém vai para o próximo.

Art. 1851.: Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os
direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.

Art. 1856.: O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.

Ex: renuncio a herança do meu pai, mas aceito a representação minha na herança do meu avô. Sobre os impostos,
quem recebe? Causa mortis: estado intervivos: município.

Civil IV, aula 05, I unidade. 02/03/2020.

1. Cessão da herança: possibilidade do herdeiro ceder sua parte da herança mesmo antes da partilha.

O código civil de 2002 veio para fundamentar uma situação que já acontecia, quando as pessoas vendia sua parte
da herança por vários motivos.

Envolve duas figuras:


Cedente: quem cede.

Cessionário: quem recebe.

Negócios intervivos.

Só pode acontecer:

Depois da abertura da sucessão ou antes da partilhar.

O 426 cc diz que só pode dizer sobre herança depois da morte da pessoa, pois antes da morte só existe uma
expectativa de direito.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de
cessão por escritura pública.

§ 1oOs direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se


não abrangidos pela cessão feita anteriormente.

§ 2oÉ ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado
singularmente.

§ 3oIneficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem
componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


II - o direito à sucessão aberta.

Tem que ser através de escritura pública.

Só pode vender parte ideal, 1793, §2. só se vende a parte ideal, a parte que se tem na herança.

O negócio realizado é aleatório, que vem de sorte, negócio no escuro, compra sem saber o que é exatamente, pois
só saberá o que representa depois da partilha. Podendo ser maior ou menor do que se espera.

Não inclui o direito de acrescer: o autor da herança falece , e deixa 3 filhos, um deles morre, a parte dos outros
dois aumentam, e se o outro renuncia, esta parte que aumenta não inclui na cessão de herança. Exceto, se for a
cessão citada no testamento etc art. 1793, §1.

Direito de preferência:
O cessionário é parte legitima para acionar o inventário, tendo em vista, que tem direito a sua cota parte. Legatário
nunca pode ceder.

Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro co-
herdeiro a quiser, tanto por tanto.

Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a
quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.

Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de
cessão por escritura pública.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:


II - o direito à sucessão aberta.

2. Petição de herança é uma ação declaratória cumulada com reivindicatória, que serve para o herdeiro locatário ir
a juízo para pedir que declare sua condição de herdeiro, uma vez reconhecido seu direito, atribuir a parte que lhe
cabe. Ex: sou um herdeiro, filho adotado, o pai morreu e os filhos legítimos faz os inventários só para eles, mas eu
posso propor a ação de petição de herança, para que seja declarado o direito de herança. Se o inventário estiver já
tramitando, propõe contra o espólio, se já estiver terminado contra os filhos que dividiram sozinho.

A legislação não especifica o prazo, mas o art. 205 do cc, diz que a prescrição será de 10 anos quando a lei não
anotar prazo anterior.

Art. 205.A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

Se propuser uma ação de investigação de paternidade ( não é prescritivo) cumulada com petição de herança
(prescritivo), sendo assim, 15 anos depois se entrar com esta ação será considerado prescrito a petição de herança,
só prosseguindo com a investigação de paternidade.

3. Dos excluídos da Sucessão: Indignidade. Deserdação.

Sempre vai haver uma relação entre a pessoa que morreu e a pessoa que vai receber a herança. Então pode
acontecer que a pessoa que vai receber a herança atente contra essa relação, sendo o caso da indignidade e
deserdação, sendo quando as pessoas fazem atos para desmerecer a herança, quando por exemplo, no caso de
parricídio, que é o caso de matar os pais para ficar com a herança.

Mesmo sendo parecidos, são diferentes.

Indignidade
Para afastar alguém da herança é preciso uma ação, uma defesa, e neste caso, não necessariamente penal, mas
sim civil.

Para propor a ação civil é necessário: Existência do fato e autoria (art. 935, cc), ações penais e civis, são distintas.
Civil: penalidade pecuniária, afastamento da herança. São procedimentos distintos. Quando o juiz civil recebe um
caso de indignidade, ele primeiro bloquea os bens e espera a decisão do juiz penal para saber sobre a questão da
autoria.

Art. 935.A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência
do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

Trata-se, pois, de um instituto de amplo alcance, cuja natureza é essencialmente punitiva, na medida em que visa a
afastar da relação sucessória aquele que haja cometido ato grave, socialmente reprovável, em detrimento da
integridade física, psicológica ou moral, ou, até mesmo, contra a própria vida do autor da herança.
Trata-se, pois, de um instituto penal — pois comina uma sanção ou pena — de caráter civil, e que traduz uma
consequência lógico normativa pela prática de um “ato ilícito”, instituto previsto no art. 186 do Código Civil de
2002, dado o seu caráter antijurídico e desvalioso.

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:


I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa
de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua
honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de
seus bens por ato de última vontade.

ROL TAXATIVO, só posso condenar a pessoa se estiver no rol. Exemplo: não se pode condenar se for por homicídio
culposo. Tem divergência doutrinaria sobre o suicídio, para alguns cabe para outros não.

Note-se que poderão incorrer nas situações acima tanto o herdeiro (sucessor universal que recebe toda a herança
ou uma fração dela) como o legatário (sucessor singular que recebe bem ou direito determinado, componente da
herança).

Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por
sentença.
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados
da abertura da sucessão.

Ex da prova: fulano de tal matou o pai, foi condenado apenas no crime penal, e assim exclui da sucessão tá certo?
Não, é necessário a sentença na ação civil o condenando para excluir da herança.
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto
fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus
sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens.

Os bens que foram negados ao excluído não poderão favorecê-lo (nem na condição de representante legal dos
beneficiários), nem a ele retornar (por nova relação sucessória), por expressa disposição de lei.

Para que haja o afastamento é necessária uma sentença com trânsito em julgado
- Tem efeito ex tunc

Terceiros de boa-fé: ex nunc. Ex: prevalece o negócio, por exemplo, Suzane Von Richthofen faz uma cessão de
herança antes de matar os pais, e a pessoa que adquiri essa herança não sabia o que ela planejava fazer.

- O indigno não pode administrar, como também não pode suceder. Ex: no caso de Suzane Von Richthofen, se ela
tem um filho, ela não pode administrar a herança do filho quanto aos avós, assim como, caso o filho morra não
poderá suceder a herança do filho.

- Art. 1815, §1° e §2°


Prazo para abertura da ação: 4 anos
- MP: o mp só pode propor ação nos casos do artigo 1815, §1, do cc.

Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por
sentença.

§ 1oO direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura
da sucessão. (Redação dada pela Lei nº 13.532, de 2017)

§ 2oNa hipótese do inciso I do art. 1.814, o Ministério Público tem legitimidade para demandar a exclusão do
herdeiro ou legatário. (Incluído pela Lei nº 13.532, de 2017)

REABILITAÇÃO DO INDIGNO

Pode ser expressa ou tácita, só não pode reabilitar no caso de homicídio consumado, mas por exemplo, no caso de
homicídio tentado, o pai pode perdoar o filho, através do testamento ou de uma escritura pública.

Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança será admitido a suceder, se o
ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido, quando
o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária.

Pode ser feito por meio de testamento (expressamente): Ato autêntico.


Parágrafo Único: Tácita – testamento
É quando mesmo conhecendo o fato, não cita o fato. E deixa bens ao herdeiro.

DESERDAÇÃO

Neste caso, precisa de um testamento válido. E a causa tem que está prevista em lei (fundamentada em lei). O
autor da herança que manifesta o direito de deserdar o herdeiro.

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:


I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa
de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua
honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de
seus bens por ato de última vontade.

Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus
ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.

Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos
descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha
ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade

Só faz a deserdação para separar os herdeiros necessários.


Comprovação dos motivos

Primeiramente o juiz vai ver se o testamento é válido, depois ver os motivos se está fundamentado em lei, intima
os interessados para comprovar os fatos, contraditório/defesa, sentença do juiz reconhecendo a deserdação, os
interessados têm o prazo de 4 anos a contar da data da abertura do testamento.
04 anos após a abertura do testamento (art. 1945, § único)
efeitos: Washigton de barros defende que não a representação dos deserdados. Mas por analogia se utiliza o 1816,
cabendo assim representação para os deserdados.

Resumo e diferenças:

Indignidade
- Art. 1814, CC
- Atinge herdeiros e legatários
- Sucessão legítima
- MP e/ou interessados
- 4 anos da abertura da sucessão (1815,§1).

Deserdação
- Art. 1814, 1962, 1963
- Somente herdeiros necessários
- Sucessão Testamentária
- Autor da herança
- 4 anos da abertura do testamento, parágrafo único, 1965.

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