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No primeiro excerto:

- Justiça universal: justiça com valor moral que consiste na pluralidade de virtudes que orientam o
Homem para o bem, o modelo ideal que o sujeito pensa que deve seguir; o direito era uma
função da justiça; a justiça era a base da vida social e, tal como está no excerto, ordena o homem
nas duas relações com outrem, para que convivessem uns com os outros sem problemas maiores
(vindo divulgado sobretudo, nas Partidas.
- Justiça particular: de virtude específica e inter-subjetiva, incide sobre as relações humanas; é a
justiça aplicada aos casos concretos e determina a que cada um tem direito.
- Justiça objetiva: equidade plena e normativa, divina, por um lado, e humana, por outro; a justiça
objetiva é inalterável enquanto a subjectiva sofre alterações. Deus é o modelo de justiça pura e
plena, sendo o modelo do Homem, criado à imagem de Dele. A justiça humana também deve ser
objetiva, mas nota-se que é o reflexo imperfeito da Justiça divina, sendo um pouco subjetiva.
- Modalidades de justiça: segundo as Partidas (1); segundo Álvaro Pais (2) e Escolástica (3).
(1) - I. Espiritual - dar a Deus o que os homens Lhe devem;
- II. Política - dar aos elementos da comunidade aquilo que ela lhes deve e vice-versa;
- III. Contenciosa - justiça dos tribunais.
(2) - I. Latria - justiça para com Deus;
- Dulia - justiça para com quem merece honra;
- Obediência - justiça para com os superiores;
- Disciplina - justiça para com os inferiores;
- Equidade - justiça para com os iguais;
(3) - I. Comutativa - justiça das relações entre os particulares; igualdade entre o que se dá e o que
se recebe (devendo-se restituir sempre que isso não ocorre - troca-se uma coisa por outra
equivalente);
II. Distributiva - justiça das relações entre as pessoas e a comunidade, o poder público e os
cidadãos; é proporcional, não é igual; distribuem-se encargos e repartem-se os bens públicos de
acordo com dignidade, mérito, título, contribuição, cargo, etc; é negada a igualdade absoluta,
porque seria injusto tratar igualmente os desiguais, e a
igualdade é estabelecida na relação entre o mérito e a
recompensa.

No segundo excerto:
- Justiça e direito: na Idade Média, a justiça era a causa e a razão de ser do direito, feito através de
preceitos autoritariamente fixados, sendo o direito
utilizado como instrumento revelador, concretizador e
aplicador da justiça; a lei é a demonstração simultânea
do direito e da justiça. Na justiça medieval
compreende-se a disciplina dos contratos, a teoria da
pena como sanção equivalente do crime e a
ordenação social estimulante de direitos e deveres
desiguais para os homens;
- Esta justiça resultava da união da concessão objetiva com a subjetiva. O homem normal forma-se
com referências a deveres e direitos decorrentes de ordens
sociais diversas.

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