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Direito Administrativo Aplicado

Alessandro Tiesca Pereira

Extinção dos atos administrativos:

 Extinção natural:
 Caducidade:
 Cassação:
 Contraposição ou derrubada:
 Revogação:
 Anulação/invalidação:

Extinção natural: é aquela que decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato.

Ex.:

Servidor que sai de férias: o ato férias se extingue naturalmente;

Autorização para realização de uma festa em praça pública: realizada a festa


extingue-se o ato;

Caducidade: ocorre quando uma nova norma jurídica torna inadmissível a situação antes
permitida pelo direito e outorgada pelo auto-precedente.

Ex.: Com o advento da lei que proíbe jogos e bingos, as autorizações de funcionamento
se extinguiram pela caducidade.

Cassação: ocorre quando o particular descumpre as condições fixadas pela administração.

Características:

1. Trata-se de ato vinculado, já que o agente só pode cassar o ato anterior nas hipóteses
previamente fixadas;
2. Trata-se de ato sancionatório.

Ex.:

Licença para dirigir cassada em virtude de o administrado extrapolar o número de


infrações que poderiam ser cometidas.

Cassação de autorização para realização de festa por motivo de exceder o horário de


termino fixado.

Cassação de licença para funcionamento de hotel por ter virado um motel.

Contraposição ou derrubada: a extinção se dá em razão de edição de um novo ato editado


que possui efeitos opostos ao ato anterior.

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O ato se extingue em virtude de ser incompatível com o novo ato.

Ex.: ato de exoneração de servidor público que foi nomeado para cargo em comissão.
A exoneração neste caso está em contraposição com a nomeação, pois os dois atos não podem
conviver. O efeito imediato de uma nomeação é a ocupação do cargo, por outro lado, o efeito
imediato da exoneração é a sua desocupação, com a extinção do vínculo.

Revogação: é feita pela administração quando um ato legal deixa de ser conveniente e
oportuno.

Quando um ato revoga um ato revogador, a doutrina majoritária entende que haverá
repristinação do primeiro ato, sendo portanto efeito automático e implícito.

Repristinação: “com a revogação do ato revogador, o primeiro ato editado será


restabelecido.

Ex. (repristinação): Um tribunal edita um ato fixando horário de funcionamento das 13


às 19 horas. Entretanto, é editado uma portaria alterando o horário de funcionamento para o
período das 8 às 18 horas, extinguindo a portaria anterior. Neste passo é editado uma nova
portaria revogando o novo horário. Seguindo o entendimento acima exposto, o horário de 13
às 19 horas deverá voltar a ser cumprido.

Ex. 2: autoriza-se a realização de festa todo o final de semana, mas verifica-se que o
evento autorizado provoca incômodo aos moradores. Nesta situação pode haver revogação da
autorização por deixar de ser conveniente e oportuna.

Ex. 3: Presidente da República edita ato delegando aos Ministros de Estado a


competência para aplicar demissão aos servidores de seu respectivo ministério. Após oito
meses, o Presidente resolve revogar a delegação mediante a expedição de um novo ato.

Anulação: Ocorre quando a administração ou o poder judiciário. Declara a extinção do ato


administrativo por motivos de vícios no ato praticado, com a produção de efeitos retroativos.

Ao contrário da revogação, que é feita com base em juízo de conveniência e oportunidade


(mérito), a anulação tem por pressuposto uma análise de legalidade/legitimidade, porquanto
são analisados os aspectos legais do ato.

Os tribunais de contas não fazem anulação de atos. No exame da legalidade, da legitimidade e


economicidade dos atos administrativos, os tribunais de contas tem competência apenas para
determinar a sustação conforme dicção do art. 71, X, da CF/88.

Com a sustação o ato deixará de produzir efeitos, será paralisado, pois é a eficácia que é
atingida por ela.

A anulação terá efeitos ex tunc (retroativos).

O prazo para a anulação de atos ilegais é de 5 (cinco) anos, salvo comprovada má-fé.

Ex.: remoção do servidor como forma de punição em razão da prática de infração disciplinar. O
ato de remoção deverá ser anulado, pois a remoção prevista no art. 36 da Lei. 8112/90 não

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pode ter caráter punitivo. O ato de remoção visa apenas a adequar a lotação do servidor.
Portanto, o ato apresentou vício de finalidade, podendo ser anulado.

Ex. 2: João recebe multa de trânsito em razão de estacionamento irregular. Entretanto no dia
apresentado pela administração como sendo o dia em que ocorreu o indevido
estacionamento, João não saiu de sua residência com o carro. A multa é ilegal por falta de
motivo, uma vez que não houve o estacionamento irregular, tendo em vista que o
administrado sequer saiu de casa naquela data.

Revogação Anulação/invalidação
Atos Legais Ilegais
Análise Conveniência e oportunidade Legalidade/ilegalidade
Competência Administração, em regra Administração ou poder judiciário
Prazo Não há prazo fixado em lei 05 anos, salvo comprovada má-fe (art. 54,
Lei 9784/99)

Atos irregulares: os que contém defeitos irrelevantes, que não afetam sua validade.

Normalmente, são vícios de forma não essenciais, que não afetam o interesse público.

Convalidação: é a correção do vício existente no ato administrativo, com efeitos retroativos.

A convalidação mantém o ato produtivo, aproveitando todos os seus efeitos.

Controle:

 Controle interno: órgão de controle/consultivo interno


 Controle da adm. Indireta pela adm. Direta
 Controle parlamentar
 Controle do tribunal de contas
 Controle do ministério público
 Controle jurisdicional

Licitação: procedimento obrigatório que antecede, em regra, a celebração de contratos pela


adm. Pública.

Os imperativos da (a) isonomia, (b) impessoalidade, (c) moralidade, (d) indisponibilidade do


interesse público. Obrigam a administração a realização de um processo público para:

Seleção imparcial da melhor proposta com garantia de condições iguais a todos os


competidores.

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Finalidade da licitação:

a) Seleção da melhor proposta;


b) Competitividade;
c) Isonomia/oferecer melhores condições.

Competência para legislar

Matéria geral: privativa da união (art. 22, XXVII, da CF)

Normatização constitucional:

Art. 37, XXI, da CF

Normatização infraconstitucional

Lei 8666, de 21.06.93

Lei 10.520, de 17.07.02

Exceções ao dever de licitar:

a) Dispensa de licitação (art. 24)


b) Inexigibilidade de licitação (art. 25)
c) Licitação dispensada (art. 17)

Extensão pessoal do dever de licitar:

Todos os poderes (ok)

Administração pública direta e indireta (ok)

Organizações sociais (?) – a lei não impõe que licitem.

OSCIP (?) – a lei não impõe que licitem.

Entidades paraestatais (?) – sim, todas tem o dever de licitar. (SESC, SENAI)

Conselhos de classe (?) – tem o dever de licitar – ex.: CREA, CRM.

OAB (?) – entidade sui generis – dispensada da licitação.

Empresas estatais exploradoras de atividades econômicas (?) – podem dispor em regimento


interno

Entidades que não se sujeitam ao dever de licitar:

a) Empresas privadas
b) Concessionárias de serviços públicos
c) Permissionários de serviços públicos
d) O.S (?)
e) OSCIP (?)

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f) OAB (?)

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