Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Campinas/SP
2018
UNIP – Universidade Paulista
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Campinas/SP
2018
1
SUMÁRIO
Apresentação...............................................................................................03
1. Contextualização da obra e do autor.......................................................04
2. Principais conceitos para a compreensão do processo grupal...............06
3. Análise do processo grupal evidenciado pelo filme................................08
4. Considerações Finais..............................................................................09
Referências Bibliográficas............................................................................10
2
Apresentação
O presente trabalho tem como objetivo abordar, por uma perspectiva prática,
as ricas contribuições do autor Enrique Pichon Rivière, para o estudo e compreensão
dos processos grupais. Para isso, analisamos a clássica obra de Reginald Rose à luz
de seus pressupostos teóricos.
Dirigida orginalmente por Sidney Lumet em 1957, a obra intitulada
originalmente como “Twelve Angry Men”, foi traduzida e distribuída no Brasil como “12
Homens e uma sentença” e, desde então, vem sendo objeto de reflexão dentro e fora
da academia.
Durante esse trabalho, pretendemos estabelecer então uma linha lógica entre
os processos grupais visualizados durante o filme e as teorias desenvolvidas por
Pichon, acreditando que, com essa materialização do trabalho desenvolvido pelo
autor, possibilitaremos uma compreensão mais aprofunda das dinâmicas percebidas
a partir de suas contribuições, tão importantes para o desenvolvimento das práticas
psicológicas.
3
I) Contextualização da obra e do autor:
4
e com foco na aprendizagem. Desta forma, os participantes são conduzidos a
aprender a pensar e operar, desenvolver a capacidade de resolver contradições
dialéticas, sem criar situações conflitantes que imobilizam o crescimento do grupo.
Rivière defende que aprendizagem é sinônimo de mudança, inerente à
realização do objetivo do grupo, no processo de mudança, os grupos convivem
com dois medos básicos, relativos a perdas de suas conquistas e aos desafios diante
do novo. Assim, é instalada uma resistência no grupo que requer a elaboração desses
medos como condição para a realização da tarefa grupal.
5
II) Principais conceitos para a compreensão do processo grupal:
6
possui uma tarefa central, que se dá por meio da análise de as contradições e, para
isso, se analisa o presente momento no grupo, as situações e relações, os processos
de assunção e atribuição de papéis. (PEREIRA, 2013)
É interessante destacar que o ser humano é um ser de necessidades e, por
consequência, toda ação humana acontece com o intuito de satisfação de tais
necessidades, sendo que, quando são realizadas gerarão outras necessidades e
assim consecutivamente. O homem, nessa busca sucessiva, tende ao
desenvolvimento da aprendizagem, se deparando com aquilo que é novo.
O processo de aprendizagem, assim como o processo grupal, se dá por meio
de um permanente movimento de estruturação, desestruturação e reestruturação, que
pode ser representado pelo movimento que acontece entre o desejo de mudança, de
entrar em contato com o novo e os medos e ansiedades que levam a resistência.
Antes de comentarmos brevemente sobre a técnica do Grupo Operativo de
Pichon, é indispensável mencionar o quanto essa teoria tornou-se uma importante
ferramenta para o trabalho com grupos em variados contextos, pelo fato de centrar-
se na aprendizagem e na transformação, lidando com a dialética nos processos
humanos e grupais. (PEREIRA, 2013)
A técnica do grupo operativo é uma técnica não-diretiva, que modifica uma
situação de grupo em um campo de investigação-ativa. Para isso, o líder tem a missão
de cooperar com a comunicação entre os membros, a fim de que o grupo seja
operativo, isto é, que atravesse as dificuldades na resolução da tarefa. Aprender em
grupo significa uma leitura crítica da realidade, uma atitude investigadora, uma porta
para as dúvidas e para as novas inquietações. (PEREIRA, 2013)
Acreditamos que a técnica de grupos operativos, e as hipóteses que a
subsidiam, possam ajudar os psicólogos no sentido de promover uma reflexão sobre
a importância da coordenação e da representação em grupos em direção às possíveis
mudanças de seus integrantes diante das dificuldades e conflitos vivenciados por eles.
7
III) Análise do processo grupal evidenciado pelo filme:
De início, onze deles votam a favor da condenação do rapaz, que o levaria para
a cadeira elétrica, apenas um deles votou contra a condenação, alegando que não
tem certeza da culpa do réu, mesmo gerando revolta entre o grupo.
A história discorre a partir desse conflito, evidenciando cada uma das provas
que levariam o jovem a pena de morte e, ao mesmo tempo, exibe a vida de cada
personagem, que, um a um, vão mudando de ideia sobre a condenação do réu,
entendendo que não existe nenhuma verdade absoluta e nenhuma prova concreta
que consolide sua condenação.
8
IV) Conclusão
Através de uma análise técnica dos fatos, construída a partir dos pressupostos
teóricos da disciplina, foi possível perceber a imensa contribuição que o estudo dos
Processos Grupais promove às atividades concernentes ao ramo da psicologia.
O conhecimento da teoria de Pichon, nos possibilitou assistir ao filme “12
Homens e Uma Sentença” por uma nova ótica, onde os papéis desempenhados por
cada integrante saltaram aos nossos olhos, nos permitindo compreender a tarefa que
os unia e a formação de vínculos que foi se estabelecendo durante o seu decorrer.
Compreendemos que falar da obra de Pichon é falar sobre dialética, pois, como
visto durante o trabalho, o autor desenvolveu seu pensamento e suas teorias a partir
dessa concepção de realidade, a qual, uma vez aplicada à obra “12 Homens e Uma
Sentença”, nos permitiu concluir que não pode haver qualquer mudança ou
transformação sem diálogo, sem a troca, sem a palavra do outro elaborando sentidos
junto à minha, quer seja na mesma direção ou em razões contraditórias, mas sempre
em um movimento duradouro, dialético e flexivo.
Para futuros profissionais de Psicologia a teoria Pichoniana nos ensina a
considerar sempre o universo no qual o sujeito está inserido, pois tudo que o envolve
o afeta, como também aos seus comportamentos. Além disso, Pichon nos mostra
como terapias e trabalhos em grupos podem ser benéficas para o paciente, pois
estando em contexto grupal ele vê como pode aprender com o próximo, aprendendo
a se adaptar às diferentes opiniões e personalidades com as quais precisa lidar.
Com isso, concluímos que o estudo do funcionamento dos grupos operativos
presentes na nossa sociedade, são importantes para que possamos enxergar novos
meios de intervenção e interpretação dos sujeitos em meio a esses processos.
Podendo assim abranger todas as áreas da vida humana e não só as que nos são
passadas voluntariamente pelos pacientes, atingindo então maior sucesso nos casos
interventivos.
9
Referências
10