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ZOOLOGIA GERAL

Peixes Cartilaginosos
e ósseos
A DIVERSIDADE Brasil é considerado um país
megadiverso em relação à fauna de

DE PEIXES NO
peixes de água doce, fato relacionado à
grande diversidade e ao tamanho de

MUNDO
suas bacias hidrográficas. Abrigando
3.000 espécies de peixes de água doce,
o País ocupa a 1ª posição em relação ao
resto do mundo.
CLASSE CONDRICHTHYES
•Aproximadamente 840 espécies viventes
•Tubarões, cações, raias, quimeras
•Predominantemente marinhos
•De tamanho médio a grande
Grupo de peixes modernos altamente especializados

Modificações associadas à crescente especialização dos mecanismos de


alimentação

Predadores eficientes
Características Gerais- Cartilaginosos
Padrões gerais que enfatizam seu grande sucesso como
predadores
1. Tamanho grande
Aumenta a chance de captura de presas 90% > 30 cm
50% = 1 metro
menores e reduz a vulnerabilidade a 20% > 2 metros
predadores

Escaperápido
Defesaativa
2. Grande mobilidade
Apesar de muitos terem mantido o hábito bentônico
das formas primitivas, os nadadores livres se
especializaram para conseguir maior mobilidade
com menor gasto energético.

❖Nadadeira caudal heterocerca –


impulso
❖Nadadeiras peitorais amplas – ascensão
❖Espiráculo – injetar água na câmara
branquial (formas bentônicas)
2. Grande mobilidade
A mobilidade também é melhorada com aumento na
flutuabilidade e redução da resistência.

❖Reserva de óleo no fígado – aumenta flutuabilidade


❖Esqueleto cartilaginoso – redução do peso
❖Escamas placóides pequenas– reduz peso
❖Escamas placóides elevadas – reduz resistência
3. Especializações predatórias
Dentes originados das escamas placóides,
continuamente repostos (substituição rápida –
cada dente a cada 8 dias)

❖Dentes embebidos em tecido


conectivo das maxilas formando
fileiras presas a uma faixa de
ligamentos
3. Especializações predatórias
Morfologia dentária relacionada ao tipo de presa

❖Dentes em navalha – agarrar a presa (tubarões predadores ativos)

❖Dentes achatados, pavimentosos –


quebrar invertebrados de concha dura
(raias e alguns cações bentônicos)
3. Especializações predatórias
Órgãos produtores de eletricidade = musculatura
hióide e branquial modificada para captura de
presas (descargas de até 200 volts)

Órgão de
eletricidade
(lado ventral

Narcinidae

Torpedinidae
4. Uso dos sentidos visuais e não-visuais
Utilizam várias modalidades sensoriais
em sequência = olfato, receptores
mecânicos, receptores elétricos, visão.

Estímulos químicos
Órgãos olfatórios (narinas) e receptores
químicos na boca e cabeça.
“Narizes nadadores” =respondem a
concentrações muito baixas, como uma
parte em 10 bilhões!!
4. Uso dos sentidos visuais e não-visuais: receptores
mecânicos

Estímulos mecânicos
Ouvido interno e sistema da linha
lateral (neuromastos).

Grande sensibilidade acústica,


localizando sons de baixa frequência e
movimentos da água!!!
4. Uso dos sentidos visuais e não-visuais:
receptores elétricos
Campos elétricos – eletro-
recepção Poros na cabeça,
focinho e boca conectados a
células sensoriais (Ampolas de
Lorenzini).
4. Uso dos sentidos visuais e não-visuais
Visão bem desenvolvida para intensidades luminosas
baixas
❖retina rica em bastonetes
❖células com numerosos cristais de guanina atrás da
retina (tapetum lucidum) que refletem a luz de volta para
a retina

Importante devido ao
hábito crepuscular
noturno (a maioria)
5.Sofisticados mecanismos de reprodução

❖Fertilização
interna com cópula
❖Machos com clásper (nadadeiras pélvicas)

fêmea

clásper

clásper fêmea macho


macho
Cópula variada

Espécies pequenas = macho


se enrola na fêmea

Espécies grandes = nadam lado a lado


ou mantêm os corpos pareados.
Macho morde as nadadeiras
ou o dorso da fêmea, a qual
apresenta cicatrizes.
Nas espécies em que os
machos mordem as fêmeas
na cópula estas apresentam a
pele das costas ou dos
flancos duplamente mais
espessas do que a de um
macho do mesmo tamanho.
Estratégias reprodutivas variadas
Oviparidade

Viviparidade plena
(matrotrofia)

Viviparidade lecitotrófica
(ovoviviparidade)
Retém o ovo fertilizado
Classificação
Maioria das espécies viventes habita
a plataforma continental (-200 m).
Só 5% habita o oceano aberto e 5% a água doce.

Subclasse Holocephali Subclasse Elasmobranchii


ca. 34 spp. ca. 810 spp.
quimeras Tubarões, cações, raias

holo = todo; cephalo = cabeça elasmo = placa; branch = brânquia


Maxila superior unida ao crânio Brânquias em forma de placa

Tubarões Raias
360 spp. 450 spp.
Maioria marinha Maioria marinha
Subclasse Holocephali

•Marinhas, águas profundas


•Um par de aberturas
branquiais
•Opérculo membranoso
•Poucas ou nenhuma
escama Nadadeira dorsal
•Peitorais grandes com espinho

•Caudal fina e longa Nadadeira caudal


•Dentes pavimentosos em chicote

•Ovíparas

Placas dentígeras Opérculo


permanentes membranoso
T ubarões
5%
Cação-anjo

Não ocorre no Brasil

23%

4% Cação-bruxa

50%

16%

2% Tubarão-baleia

Não ocorre no Brasil


Raias Peixe-serra

3%

7%

12%

36%

42%

Raia-viola
Torpediniformes

Raias-elétricas

Família Torpedinidae Família Narcinidae


CLASSE OSTEICHTHYES
Considerando que:
❖São o grupo de vertebrados mais numeroso e diversificado –
27.000 espécies viventes.
❖Apresentam grande variedade de adaptações anatômicas,
fisiológicas, comportamentais e ecológicas.
❖Existe uma grande diversidade de habitat aquáticos
marinhos e de água doce.

Apesar da uniformidade imposta pelas características do meio


aquático, cada espécie de peixe ósseo possui sua própria
combinação de características adaptativas.
Caracteres Gerais
Grupo grande e diversificado, sem uma única
característica que defina todos
1. Pele coberta por escamas ósseas,
não substituídas quando perdidas

Alguns sem escamas


Alguns com placas ósseas
2. Com bexiga natatória para Alguns usam para
flutuação respiração aérea

3. Nadadeira caudal homocerca

Alguns sem nadadeira


caudal
4. Brânquias numa câmara recoberta pelo opérculo

Alguns sem opérculo


5. Dentes variados na forma e função, não repostos; hábitos
alimentares variados

Carnívoros com
morfologia e
comportamentos variados 6. No geral fecundação externa,
ovíparos
Alguns vivíparos,
machos com órgão
copulador
Peixes Ósseos - Classificação

Actinopterygii
Sarcopterygii

Dois
grandes
grupos
Peixes Ósseos - Classificação
Sarcopterygii
sarcos = carnosa; pterygium = nadadeira

•Nadadeiras carnosas – eixo


ósseo central, do qual se
estendem raios

•Permite maior controle e


flexibilidade nos movimentos

•Oito espécies viventes


(+ tetrápodes)
Peixes Ósseos - Classificação
Actinopterygii
Actinos = espinhos; pterygium = nadadeira

•Nadadeiras raiadas – em forma


de leque, com raios paralelos

•Permite maior manobrabilidade

•ca. 24.000 espécies viventes


Actinopterygii- Teleostei
As especializações dos Teleostei envolvem modificações nas
nadadeiras e maxilas

Melhoras na locomoção:

1 – nadadeira caudal homocerca


(+bexiga natatória) = movimentos
controlados e precisos 1
2
2
2 – nadadeiras pares muito
móveis = controle dos movimentos

3 – escamas finas (2 camadas) =


maior leveza
3
Actinopterygii- Teleostei

Melhoras no aparato de alimentação:

1 – maxila superior = ossos premaxilar e


maxilar móveis
Maxilas mais flexíveis

Var iedade de
hábitos
alimentares
Actinopterygii- Teleostei
Melhoras no aparato de alimentação:
Importante
2 – rastros branquiais = táticas alimentares na captura
baseadas na sucção de presas na
água

2
Actinopterygii- Teleostei
Melhoras no aparato de alimentação:

3 – opérculo = aumento da cavidade opercular

Maior quantidade de
água passa pelas
brânquias
Actinopterygii- Teleostei
Osteoglossomorpha
Principais grupos Elopomorpha
Clupeomorpha

Além destes avanços, a Euteleostei

grande variedade de
formatos de corpo e o
pequeno tamanho
permitiu que ocupassem
diferentes nichos.
Teleostei - Osteoglossomorpha
Teleostei - Elopomorpha
Teleostei - Clupeomorpha
Teleostei - Euteleostei
Correspondem a 80%
Ostariophysi
dos peixes de água
doce do mundo

“Protacanthopterygii”
(salmões, trutas e parentes)

“Neoteleosteos Basais”
(peixes meso e batipelágicos)

Paracanthopterygii
(bacalhau, diabo-marinho)

Peixes com
Acanthopterygii nadadeiras
com espinhos
Euteleostei- Ostariophysi
❖ Characiformes – Am. Sul e África
❖ Cypriniformes – exceto Am. Sul, Antártida eAustrália
❖ Siluriformes – exceto Antártida (bagres e cascudos)
❖ Gymnotiformes – Am. Sul (peixes-elétricos)
Correspondem a 80%
dos peixes de água
Ostariophysi doce do mundo

❖Substância de alarme no tegumento – produz


reação de medo, com procura de abrigo ou formação
de cardume.

❖Bexiga natatória é usada como amplificador e uma


série de ossos (Aparelho de Weber) conduz as
vibrações ao ouvido interno.

ostar = pequeno
osso
+
physa = bexiga
■ NADADEIRAS
• Auxiliam a manter equilíbrio e direção
• Expansões membranosas do tegumento sustentadas por raios
• Espinhos rígidos e não articulados
• Raios moles, flexíveis, articulados e ramificados
• Nadadeiras medianas – dorsais, caudal e anal
• Nadadeiras laterais – peitorais, pélvicas ou ventrais
NADADEIRAS

Brycon microlepis (matrinxã, Piraputanga) Serrasalmus rhombeus


(P iranha-preta)

Arapaima gigas
(Pirarucu)

Phractocephalus hemeliopterus
(Pirarara)
Gymnotus carapo
carapó, sarapó
Electrophorus electricus
(Peixe elétrico)
Hipaxiais

epaxiais
■ SISTEMA DIGESTÓRIO
■ SISTEMA RESPIRATÓRIO

1. Branquial e pulmonar

2. Duas cavidades branquiais


■ SISTEMA CIRCULATÓRIO

1. Coração possui duas cavidades (auricular e ventricular).


2. O sangue venoso (através de artérias) chega nas brânquias (tornando se
arterial), indo para todo corpo (tornando se venoso por meio das veias do
coração).
• Circulação e m p e i x e s s e m pulmão

Aorta dorsal

Tubo Rins
Cabeça Brânquias Coração Posterior
digestivo

Fígado

Veia cardinal anterior Veia cardinal posterior


• Circulação e m p e i x e s p u l m o n a d o s

Aorta dorsal

Pulmão

Tubo
Cabeça Brânquias Rins Posterior
digestivo
Coração
Fígado

Veia cardinal anterior Veia cardinal posterior

Átrios divididos e ventrículo parcialmente dividido.


■ TEMPERATURA E REVESTIMENTO DO CORPO

#São p e c i l o t ermo s (temperatura do corpo varia c o n f o r me o ambiente)

C t e n ó i d e s – Típica dos peixes ósseos (finas e crescem por toda


vida). Possuem pequenas projeções formando uma coroa de
minúsculos espinhos (conferem aos peixes uma aparência
áspera).

Ciclóides – típica de peixes ósseos (crescem por


toda vida do peixe). São lisas, não possuindo
projeções.

Ganóides – Não ocorrem em peixes brasileiros. São rômbicas


(esmaltadas e brilhantes).

Placóides – Encontradas em tubarões e raias. Possuem pequenos


dentículos dérmicos voltados para trás, o que deixa sua pele
áspera (com aparência de uma lixa).
■ LINHA LATERAL
Peixes cartilaginosos – Peixes ósseos –
excretada na forma de excretada na forma de
uréia. amônia.
■ REPRODUÇÃO
1. Fecundação interna e externa.
2. Desenvolvimento externo e interno.
3. Algumas spp. são nidificadoras
4. Proteção parental
5. Número muito alto de óvulos
6. -0,05% chegam a fase adulta
7. Ovos podem ser aderentes ou não
8. Dimorfismo sexual
■ Hermafroditismo s e q u e n c i a l e m p e i x e s d e coral
Inibição d o h o r m ô n i o
masculino

Hierarquia e n t re f ê m e a s
Inibição d o h o m ô n i o
masculino

Caso o m a c h o desapareca o u
seja re mo v ido

Hierarquia e n t re f ê m e a s
A maior, a f ê m e a
dominante …

c ompor t a -s e c o m o m a c h o
A maior, a f ê m e a d o m i n a n t e altera s u a
coloração …

c omport a n d o -s e c o m o m a c h o
■ S ELEÇÃO SEXUAL vs SELEÇÃO NATURAL
1. A seleção sexual pode favorecer características que reduzem a
sobrevivência – Guppies (Poecilia)

Seleção natural (predação) Seleção sexual (atratividade de


favorece padrões de manchas que parceiros) favorece padrões de machos
se confundem com o substrato que constrata com o substrato
■ PREEXISTÊNCIA DE BASES SENSÓRIAS

# Fêmeas preferem machos coloridos.

1. Machos e fêmeas de guppies comem frutos de Clusia porque são laranjas devido a
caratenóides que (acumulados nos machos), posibilitam padrões de cor.
2. Por que? (pré-existência de base sensória para detectar frutos laranjas)
Água dulcícola Ambiente marinho
■ MIGRAÇÃO
1. Diádromos – peixes que migram entre os rios e o mar:

➢ Anádromos – vivem no mar, mas se reproduzem em água doce


(Salmão)
➢ Catádromos – vivem em água doce, mas se reproduzem no mar
(Enguia)

2. Potamódromos – peixes que realizam as suas migrações em água doce

3. Oceanódromos – peixes que realizam as suas migrações em águas


marinhas.

■ IMPORTÂNCIA
• Alimentação
• Pesca – comercial e esportiva / caça submarina
• Ornamentais
• Couro
• Controle biológico 56

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