Leitura Obrigatória: AMATUZZI, M. “Humanismo e Psicologia.” Por uma Psicologia Humana. São
Paulo: Ed. Alínea, 2008.
As Psicologias Humanistas florescem nos Estados Unidos a partir da década de 1950. Esse período
que seguiu a Segunda Guerra Mundial estava marcado pelos horrores provocados pela
humanidade, assim como pelo temor constante da auto-destruição atômica na Guerra Fria. Nas
décadas seguintes cresceram as tensões e disputas raciais em busca do fim da discriminação e os
Estados Unidos se envolveram com a Guerra do Vietnã, que resultou na morte de milhares de
jovens soldados e na mobilização de parcela considerável da sociedade pela paz.
Nesse momento histórico, a Psicologia estava dividida entre duas “forças”: A Psicanálise freudiana,
que apresenta o homem como um organismo determinado por impulsos inconscientes que buscam
a satisfação do prazer ou a evitação do desprazer, e o Behaviorismo, que é a aplicação do modelo
científico-natural de conhecimento, apresentando o homem como um organismo determinado por
sua história de modelagem e pelo ambiente.
Assim, a Psicologia Humanista surge como a Terceira Força na psicologia. A Terceira Força considera
as psicologias de sua época deterministas, pois buscam determinar a causa dos comportamentos
humanos. Para isso, recorrem a modelos explicativos que não abarcam aquilo que o humano tem
de mais peculiar: a liberdade. Ao posicionar a questão do sentido da vida como a mais importante,
estão afirmando que a existência humana é livre e capaz de fazer escolhas em direção ao que é
significativo em sua vida. Proclamam também que o ser humano é animado por uma força vital, que
o impulsiona ao crescimento e à complexificação da existência. (Figueiredo, 2012)
Atividades Recomendadas
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para a interpretação que a Psicologia
Humanista faz da Psicanálise e do Behaviorismo. Identifique a natureza dessa crítica; é ela
ontológica, epistemológica, metodológica, etc.?
3) Pesquise por meios tradicionais ou eletrônicos sobre os psicólogos humanistas: Carl Rogers,
Abraham Maslow, Karen Horney, Erich Fromm, Rollo May.
A Psicologia Humanista foi caracterizada por Erich Fromm como a Terceira Força na Psicologia. Sobre isso,
é verdadeiro afirmar:
I – A Psicologia Humanista é a Terceira Força, que surge em oposição à Psicanálise de Freud (1ª Força) e
ao Behaviorismo de Skinner (2ª Força).
II – A Psicologia Humanista surge no começo do séc XX em reação à psicologia “pouco científica” do XIX,
que era baseada na consciência e na introspecção. É ciência aplicada, e enquanto tal busca a previsão e o
controle do seu objeto de estudo (o humano).
III – A Psicologia Humanista de Rogers, Fromm, Horney defende que o sentido dos comportamentos
humanos pode ser descoberto a partir de uma análise da história de modelagem.
IV – A Terceira Força defende que ser humano é ser livre e responsável por si mesmo. Seu destino está
em suas mãos. Para isso, o homem dispõe de responsabilidade, envolvimento, capacidade de ação, de
fazer escolhas e de crescer.
V – A Psicologia Humanista considera que “o ser humano é, em seu cerne, um organismo em que se
pode confiar.”
Estão corretas as afirmações:
A) I, II e III, apenas.
B) II, III e IV, apenas.
C) I, IV e V, apenas.
D) III, IV e V, apenas.
E) I, II, IV e V, apenas.
Leitura Obrigatória: AMATUZZI, M. “Humanismo e Psicologia.” Por uma Psicologia Humana. São
Paulo: Ed. Alínea, 2008.
Em todos os autores mencionados acima também encontramos a ênfase na liberdade para fazer
escolhas e na responsabilidade pela própria vida. Também compartilham a ênfase no conhecimento
da singularidade, assim como na postulação de uma força criativa, tendente à auto-realização e ao
crescimento. Por exemplo, Maslow ficou conhecido pela Pirâmide das Necessidades, na qual expõe
que estamos sempre em direção a experiências e realizações mais complexas, pois o ser humano,
diferentemente dos animais, não vive apenas em função da realização das necessidades.
Nós fazemos escolhas em nome de nossa realização existencial. Quanto maior o nosso grau de
liberdade, mais criativos serão nossos recursos para lançarmo-nos em direção ao nosso futuro. O
psicólogo Humanista brasileiro Mauro Amatuzzi apresenta essa ideia afirmando que “sob esse
enfoque o ser humano nos aparece não como resultante de uma série de coisas, mas como,
fundamentalmente, o iniciante de uma série de coisas...” (2008, p.11)
Atividades Recomendadas
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para a interpretação os temas da
filosofia humanista medieval. Relacione esses temas com as reflexões da Psicologia Humanista
moderna.
A) I e II, apenas.
B) II e III, apenas.
C) I, II e III, apenas.
D) I, apenas.
E) II, apenas.
Seus estudos da fundamentação filosófica da Psicologia Humanista devem ter-lhe mostrado que os
Humanistas medievais recuperam a dignidade do homem, mostrando que é dotado de livre arbítrio,
e colocaram a natureza humana como foco das reflexões filosóficas. Assim, as afirmações I, II e III
expressam esses ideais. A alternativa correta é C.
Leitura Obrigatória: AMATUZZI, M. “Humanismo e Psicologia.” Por uma Psicologia Humana. São
Paulo: Ed. Alínea, 2008.
Essas perguntas se interessam pelo sentido da vida. A pergunta pelo sentido da vida é o leit motif
das Psicologias Humanistas. Todas as Psicologias Humanistas consideram a questão do sentido da
vida a questão mais importante na vida de cada um de nós. Perguntar pelo sentido da vida significa
questionar os valores que balizam meus comportamentos, pois é com base neles que
determinamos o que é ‘certo’ e ‘errado’, ‘bom’ e ‘mal’. É com base nesses valores que tomamos as
pequenas e grandes decisões de nossas vidas. Significa reconhecer que todos os nossos
comportamentos são motivados e visam um sentido.
Ao colocar o sentido como questão principal, a Psicologia Humanista diferencia-se das Psicologias
de outras abordagens teóricas. Estas se preocupam em explicar comportamentos. Para isso,
recorrem a hipóteses explicativos sobre o funcionamento do homem. Ao fazer isso, deixam de lado
aquela que é a principal questão humana: o que faço com minha vida?
Atividades recomendadas:
1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, atentando para a questão do sentido como
questão principal da Psicologia Humanista.
2) Reflita e redija uma reflexão pessoal sobre sua a vida e tente identificar os valores que a
norteiam. Apóie-se nas seguintes perguntas indicadas por Thomas Greening (1975): a) o que
significa para você ser plenamente humano? b) que sentimento decorre do fato de estar vivo
agora? c) como devemos nos tratar uns aos outros?
A peça Hamlet, escrita por Shakespeare entre 1599 e 1601, narra a história do princípe da
Dinamarca, cuja tio, assassino de seu pai para assumir o trono, desposa sua mãe. O fantasma do
rei assassinado aparece para o príncipe, que trama uma vingança. Leia atentamente o solilóquio
de Hamlet e responda à questão a seguir.
Ser ou não ser... Eis a questão. Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado
sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes?
Morrer... dormir... mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos
golpes infinitos que constituem a natural herança da carne, é solução para almejar-se.
Morrer.., dormir... dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto. O não sabermos que sonhos poderá
trazer o sono da morte, quando alfim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. É essa
idéia que torna verdadeira calamidade a vida assim tão longa! Pois quem suportaria o escárnio e os
golpes do mundo, as injustiças dos mais fortes, os maus-tratos dos tolos, a agonia do amor não
retribuído, as leis amorosas, a implicância dos chefes e o desprezo da inépcia contra o mérito paciente,
se estivesse em suas mãos obter sossego com um punhal? Que fardos levaria nesta vida cansada, a
suar, gemendo, se não por temer algo após a morte - terra desconhecida de cujo âmbito jamais ninguém
voltou - que nos inibe a vontade, fazendo que aceitemos os males conhecidos, sem buscarmos refúgio
noutros males ignorados?
De todos faz covardes a consciência. Desta arte o natural frescor de nossa resolução definha sob a
máscara do pensamento, e empresas momentosas se desviam da meta diante dessas reflexões, e até o
nome de ação perdem. (WILLIAM SHAKESPEARE, Hamlet)
I – A questão que atormenta Hamlet nesse solilóquio é a questão do sentido de sua vida.
II – A questão do sentido da vida era menosprezada pela psicologia do começo do século XX, até
que o humanismo enfatizou sua importância. Para o humanismo, o sentido da vida é a principal
questão humana.
III – Hamlet está em depressão, por isso questiona se vale à pena continuar vivendo ou se deve
se suicidar. A depressão foi causada pela perda de seu pai, assassinado, e por seu tio ter se
casado com sua mãe, tornando-se seu padrasto.
IV – Para a psicologia humanista, o suicídio é uma escolha livre e responsável da pessoa.
a) I e II, apenas.
b) II e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
Para a Psicologia Humanista, uma poesia, uma dança ou uma música podem ser tão reveladoras da
existência humana quanto um tratado filosófico. No trecho acima, encontramos o famoso solilóquio
de Hamlet, atormentado pela morte de seu pai. A afirmação I apresenta uma interpretação para o
solilóquio: Hamlet lida com o sentido de sua vida. Está correta. A afirmação II expõe a questão do
sentido como foco da Psicologia Humanistas. Está correta. A afirmação III apresenta Hamlet como
padecendo de um distúrbio psiquiátrico (depressão). Com base em que seria feita essa afirmação?
A questão que Hamlet apresenta – se vale à pena viver ou não – não é fruto de psicopatologia,
mas, sim, expressão da pergunta humana pelo sentido da própria vida, que todas as pessoas
fazem, de modos mais ou menos temáticos. Esta afirmação está, portanto, errada. A afirmação IV
apresenta o suicídio como uma escolha livre e responsável. Está errada, pois o suicídio é um
atentado contra a vida humana. O suicídio encerra a abertura para o futuro, que é condição para o
homem poder fazer-se, criar-se e encontrar novos sentidos.
A alternativa que apresenta as afirmações I e II como corretas é A.
4) Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução.
Busque respostas às suas dúvidas na bibliografia indicada ou através de novas pesquisas
bibliográficas. Caso suas dúvidas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.