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Síntese do texto de Isabel Araújo Branco, «La recepción del realismo

mágico en la literatura portuguesa contemporânea: el “real


sobrenatural”», de José Saramago, in Actas del XVII Congreso de la
Asociación Internacional de Hispanistas: Rumbos del Hispanismo en el
umbral de cinceuntenario de la AIH, Roma, 19-24 de julho de 2010,
pp.338-343.

O escritor português, José Saramago, encontra-se entre


os autores que utilizam o realismo mágico (ou «real
sobrenatural»). Saramago defende que o realismo
mágico não é exclusivo da América Latina e está
presente em autores como Homero, Guy de Maupassant
e Eça de Queirós, o escritor ainda afirma que o «real
sobrenatural» sempre esteve presente na sua obra,
desde as crónicas que escrevia em 1969, que a literatura
não pode respirar fora dessa quarta dimensão que é a
imaginação fértil e que não consegue compreender um
surrealista que não seja realista, como um realista que
não seja surrealista.
Ao longo dos anos, Saramago ajuda-nos a compreender
melhor a sua perspetiva em relação ao realismo mágico
dizendo que não acredita em magias ou feitiços, mas
consegue perceber que haja pessoas que veem o mundo
como se estivessem simultaneamente dentro e fora dele,
visto que somos todos diferentes.
O escritor português não considera o realismo mágico
algo supranatural, havendo uma convergência num único
ponto entre o real e o extraordinário e declara que: «Sou
mais realista (…). Mesmo que eu ponha nos meus livros
coisas fantásticas». Nas suas obras encontramos
facilmente marcas do realismo mágico ou «real
sobrenatural».

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