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DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS Pág.

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Parafuso Sem-Fim e Roda

Fig. 1

A - Nomenclatura e relações geométricas


Zs – nº de entradas (dentes) do sem-fim
Zr – nº de dentes da roda
m – módulo aparente (axial) (mm) m = mn / cos γ0
mn – módulo normal (real) (mm) mn = m . cos γ0
t0 – passo axial (mm) t0 = π . m
H – avanço do parafuso (mm) H = Zs . t0
d0s – diâmetro primitivo do sem-fim (mm) d0s = Zs .mn / sin γ0
dks – diâmetro de adendum do sem-fim (mm) dks = d0s + 2 . hk
dfs – diâmetro de dedendum do sem-fim (mm) dfs = d0s - 2 . hf
hk – adendum (mm) hk = mn
hf – dedendum (mm) hf = 1,2 . mn
β0 – ângulo de hélice da roda (º)
γ0 – ângulo de hélice do parafuso relativamente
a um plano perpendicular ao eixo (º) tg γ0 = m . Zs / d0s
Se o ângulo dos eixos for 90º (caso geral) γ0 = β 0
dor – diâmetro primitivo da roda (mm) dor = Zr . m
dkr – diâmetro de adendum da roda (mm) dkr = dor + 2 . hk
dar – diâmetro exterior da roda (aproximado) (mm) dar = dkr + m
a0 – distância entre centros (mm) a0 = (d0s + dor) / 2
b – largura útil da roda (mm) b = d 2ks − d 0s
2

b0 – largura da roda (mm) b0 = b + m


αa0 – ângulo de pressão aparente (axial)
(secção paralela ao eixo) (º) tg αa0 = tg αn0 / cos γ0
αn0 – ângulo de pressão normal (real)
(secção perpendicular ao eixo) (º) αn0 = 20º se γ0<15º
αn0 = 22 ½º se γ0=15º…25º
αn0 = 25º se γ0=25º…35º
αn0 = 30º se γ0>35º
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i – razão de transmissão i = Zr / Zs
ns – velocidade de rotação do parafuso (rot / min)
ω – velocidade de rotação do parafuso (rad / seg) ω = 2 π ns / 60
vus – velocidade tangencial do parafuso (m / seg) vus = d0s ns / 19100
vg – velocidade de deslizamento do parafuso (m / seg) vg = vus /cos γ0
P – potência disponível no parafuso (W)
Ms – momento torsor no parafuso (Nm) Ms = P(W) / ω
L – comprimento do parafuso (mm) L ≅ 2 ⋅ (1 + Zr ) ⋅ m

εm – razão de condução
rkr2 − (r0r ⋅ cosα a0 ) − r0r2 − (r0r ⋅ cosα a0 ) +
2 2 hk
sinα a0
εm ≈
cosα a0 ⋅ cos 2 γ 0 ⋅ t 0
rkr = dkr / 2 ror = dor / 2

B - Nº de entradas do sem-fim (Zs)


i > 30 30 ≥ i >15 15 ≥ i > 10 10 ≥ i > 6
Zs 1 2 3 4
Valores de orientação para o nº de entradas do sem-fim em função da razão de transmissão

C - Materiais para sem-fim e roda


Designação Par
Sigla Material σr (Mpa) σadm (Mpa) Observações
DIN com
EC80 850...1100 1…5 Parafuso com flancos
A Aço temperado e rectificado
Sem fim

St C16.61 520 1…5 rectificados


St C 45.61 650...750 1…3 Parafuso com flancos
B Aço tratado não rectificado fresados ou torneados
St 70.11 700...850 1…3
1 Bronze fosforoso centrifugado GBz 14 320 120 A, B
Roda de coroa

2 Bronze fosforoso em areia GBz 14 200 80 A, B


3 Ferro fundido em areia GG22 220 45 A, B vg até 3 m/seg
4 Ligas de alumínio em coquilha AlCuMg 200 ... 220 40 A
5 Ligas de zinco ZL2 220 ... 250 40 A
Tabela 1 – Materiais para sem-fim e roda. Valores de σr e σadm

D - Diâmetro inicial do veio e diâmetro primitivo do sem-fim


Sendo, nestas aplicações, os veios normalmente considerados como veios curtos é habitual
utilizar-se o critério de tensão tangencial máxima e, nessas condições, o diâmetro dv do veio
será dado por:

3
M s (Nm) τad 10 12 15 21 30 40 50 (MPa)
d v = 17,2 ⋅ σr 400 500 600 800 1200 1600 1800 (MPa)
τ ad
τad – tensão de torção admissível para o aço do veio
σr – tensão de rotura à tracção

Considerar, em primeira aproximação, o diâmetro primitivo do sem-fim dado por d0s≈2,5 ∙ dv


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E - Módulo inicial
Considerar, em princípio, o módulo aparente dado por

 200 ∙ M
m≈ ∙η
c ∙ f ∙ ψ ∙ Z 

Fig. 2 Fig.3

Na Figura 2 utilizar para c os valores correspondentes às curvas a cheio. Os valores das curvas a
tracejado correspondem a funcionamentos muito intermitentes. Num cálculo inicial considerar
as velocidades tangenciais vus em vez de vg.
 = b ⁄t  Os valores de  devem ficar compreendidos entre 1,5 e 3. Tomar, como primeira
aproximação, o valor de 2,5.
η - rendimento total (engrenagem + apoios)
Zs = 1 2 3 4
η = 0,55 ... 0,65 0,65 ... 0,75 0,75 ... 0,80 0,78 ... 0,82
Tabela 2 Valores de ηG em função do número de entradas do parafuso

É habitual considerar para valores do módulo aparente, m, os valores normalizados constantes


da tabela 3.
0,3 (0,35) 0,4 (0,45) 0,5 0,55 0,6 0,7 0,8 0,9
1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,5 5
5,5 6 6,5 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 18 20
22 24 27 30 33 36 39 42 45 50 55 60 65 70 75

Tabela 3 – módulos normalizados segundo DIN 780

F - Forças
Força tangencial no parafuso F1 = 2000 Ms / d0s
Admitindo que os eixos formam entre si um ângulo de 90º, a força tangencial no parafuso é
igual e oposta à força axial na roda
Força axial no parafuso F2 = F1 ·cotg (γ0 + ρ) = 2000 · Ms · i · ηs / dor
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ρ - ângulo de atrito (ver Figura 4)


ηs - rendimento do parafuso ηs = tg γ0 / tg (γ0 + ρ)
A força axial no parafuso é igual e oposta à força tangencial na roda
Força radial no parafuso Fr = F1 . tg αn / cos γ0
A força radial no parafuso e na roda são iguais e opostas

Curva A – parafuso em aço temperado com flancos


rectificados

Curva B – parafuso em aço tratado com flancos


torneados ou fresados

ρ = arctg µ

vg – velocidade de deslizamento

Fig. 4 vg (m / seg)
Valores de µ em função de vg

G - Viscosidade do óleo

vG (m/seg) c (MPa) < 3 c (MPa) = 3 ... 10


<2 12 ... 20 º E50 20 ... 30 º E50
2 ... 6 8 ... 12 º E50 12 ... 20 º E50
6 ... 10 8 º E50 12 º E50
> 10 6 º E50 8 º E50
Tabela 4 - Valores da viscosidade do óleo
Nota: º E50 significa viscosidade em graus Engler à temperatura de 50º C

H - Tensões de funcionamento

F2 ⋅ q
ensão máx. de flexão σmax.
1. Tensão σ max = ) σmax ≤ σadm (ver tabela 1)
e ⋅ b ⋅ mn
)
b - ver figura 5
)
b = 2 ⋅ rkw ⋅ υ υ(rad)
b d
sinυ = 0 rkw = ks + folga
2 ⋅ rkw 2

folga = 0,2 · m se γ0 < 15º


folga = 0,2 · mn se γ0 > 15º

e = 1 se εm < 2
e = 2 se εm ≥ 2

Figura 5 q – ver tabela 5,, usando um nº de dentes Z = Zr / cosγ0


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Dentado exterior
Nº dentes 12 13 14 15 16 17
q 4,5 4,3 4,1 3,9 3,75 3,6
Nº dentes 18 21 24 28 34 40
q 3,5 3,3 3,2 3,1 3,0 2,9
Nº dentes 50 65 80 100 ∞
q 2,8 2,7 2,6 2,6 2,45
Tabela 5 – Valores de q para dentado normal 20º

2. Pressão de flancos K

F2
K=
b∙d0r ∙ cos γg ∙ sin γg ∙ e

cos γg = cos γ0 ∙ sin αn

K ≤ Kadm (Kadm - ver Figura 6)

5–

4–
Kadm (MPa)

3–

2–

1–

0–
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 vg m/seg
Figura 6

Valores de Kadm em Mpa


A zona tracejada corresponde a transmissão sem arrefecimento forçado com parafuso não temperado nem rectificado.
As curvas 1, 4 e 5 correspondem a parafuso temperado com flancos rectificados e arrefecimento exterior forçado. (Temperatura
máx. 60º C)
A curva 1 é para rodas em bronze fosforoso; as curvas 4 e 5 para ligas de alumínio

Bibliografia:
A. K. Thomas – Die Tragfähigkeit der Zahnräder
G. Niemann – Tratado Teórico Practico de Elementos de Máquinas

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