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O Que é o Real Arco?

Por que o Real Arco?

por E. Comp. Roy A. Wells, GDCA,

Escreva E. Domatic Chapter of Instruction Nº177

= A.Q.C. vol. LXXVIII, 1965. (Condensação)

 Tradução ao português por E. Comp. Alberto Victor Castellet Membro do Capitulo Atrium N° 04

Grande Escriba Esdra doSupremo Grande Capitulo dos Maçons da Ordem do Santo Arco de
Jerusalém do Estado de Sãp Paulo- Brasil

Este trabalho é dirigido ao Irmão para quem o Real Arco é desconhecido, ou para quem este Grau
Supremo lhe foi apresentado como um grau supérfluo ou de escasso interesse.
Ainda que muito se tenha escrito sobre o Real Arco, para muitos Irmãos essas informações tem
sido um tema relegado. Os Mestres Maçons estão continuamente chegando a um ponto em suas
carreiras Maçônicas onde se perguntam: "Por que o Real Arco"? ou "Que é o Grau do Real
Arco"?, ou ainda: "Que tem que a ver com o Maçonaria Simbólica?".
Seu desenvolvimento Maçônico é estimulado ou interrompido de acordo com as respostas que
recebe. Se o tema surge através de Irmãos que no sentido Maçônico estão esclarecidos a
respeito, os que perguntaram naturalmente se beneficiarão da orientação e instrução. Porém, com
freqüência essas perguntas poderiam estar sendo dirigidas àqueles que não estão bem
preparados para responder adequadamente e suas limitações podem produzir uma influência
adversa aos que poderiam ter achado no Real Arco uma inspiração maçônica completa ou talvez
um caminho para ela.
Uma curta resposta para estas perguntas seria: O Grau do Real Arco é a consumação do Terceiro
Grau, ou seja, uma resposta apenas parcial.
O Real Arco é na verdade a progressão natural da Franco - Maçonaria que prevê a obtenção dos
"autênticos segredos", depois da adoção de certos segredos substitutivos, e como tal, realmente é
uma parte integral da Maçonaria Simbólica.
A Maçonaria Simbólica está relacionada com as circunstâncias da construção do Templo do Rei
Salomão, o primeiro lugar fixo de adoração para o Deus de Israel, e o lugar onde a Arca da
Aliança foi depositada depois da peregrinação pelo deserto. Disseram naquela ocasião: "Ele
construirá uma Casa em Meu nome e Eu estabelecerei o trono de seu Reino para sempre". Para o
Maçom o significado deste enunciado é que ele mesmo deverá erguer um Templo, "perfeito em
suas partes e digno para o construtor".
A História Bíblica nos ensina que depois da morte do Rei Salomão aconteceu uma rebelião, e as
Doze Tribos foram divididas em dois Reinos. Dez das tribos constituíram Israel no Norte, enquanto
que as outras duas formaram Judá no Sul. As dez tribos do Norte desapareceram quando foram
levados em cativeiro por Sargon, Rei de Assíria. Judá, porém reteve sua identidade como Reino
tributário, no princípio sob o domínio do Egito, e depois sob o jugo da Babilônia.
Como conseqüência de uma falta no pagamento dos tributos para a Babilônia, a cidade de
Jerusalém e o Templo foram destruídos por Nabucodonosor, Rei da Babilônia. Então o Rei de
Judá, Joachim, junto com pessoas proeminentes de seu Reino foram conduzidos em cativeiro
para a Babilônia. Só as classes baixas permaneceram lavrando as terras. Judá como nação
sobreviveu durante este período de cativeiro, e quando a Babilônia caiu ante os conquistadores
Persas, os cativos foram motivados para voltar a sua pátria.
A Maçonaria do Real Arco trata do retorno a Jerusalém dos cativos sobreviventes e de seus
descendentes. O tema principal está centrado na remoção dos escombros no lugar do Templo
para preparar o terreno para as fundações do Segundo Templo. Nesta fase, nos é narrado como,
em que circunstâncias especiais se recuperaram os "autênticos segredos".
Lemos nas escrituras do profeta Ageu que o Segundo Templo não era tão importante, mas o foi,
segundo o comentário que diz: "A Glória deste Templo será maior que o anterior". Desta
declaração se deduz que em lugar do esplendor material do Templo de Salomão, surgiria um
desenvolvimento espiritual que inspiraria idéias mais elevadas do Deus de Israel.
Antigüidade do Real Arco
A primeira referência impressa da Maçonaria do Real Arco aparece em Dublin (Irlanda) em 1743,
em um jornal que continha o seguinte relato... "o Real Arco levado em procissão por dois
Excelentes Maçons ".
Não há nenhuma certeza si se estivesse referindo ao grau do Real Arco, mas em minha opinião
provavelmente foi assim. Em 1744, foi publicado por Dassigny um artigo com o titulo "Um Estudo
Sério e Imparcial na Causa da Decadência Atual da Franc - maçonaria, no Reino da Irlanda ". O
mesmo continha referências ao grau do Real Arco, mas Dassigny não aceitou isto e pensou que
era uma fraude. Porém, pouco tempo depois estava prosperando. Laurence Dermott, o segundo
Grande Secretário dos Antigos, foi sempre um entusiasta do Real Arco a que descreveu como "a
raiz, coração e medula da Maçonaria".
O mais antigo registro escrito do Arco Real data de 1741, mas de nenhuma maneira isto implica
que se originou naquele ano; é impossível assinalar uma data, e dizer que foi naquele ano que o
Real Arco nasceu. É, porém, óbvio que um grau semelhante ao nosso Real Arco se pressupõe
derivado do ritual do Mestre Maçom, e uma hipótese aceitável é que os segredos essenciais do
Real Arco corresponderam a Venerança e foram conferidos ao V.M., não em sua Instalação, mas
sim quando concluído o ano de seu mandato, e que era um certo tipo de recompensa que se dava
pelos serviços prestado a Ordem, por desempenhar os onerosos deveres de Venerável Mestre de
uma Loja.
 Aquilo que se perdeu
O Mestre Maçom que está ansioso para realizar um progresso permanente em seus
conhecimentos maçônicos, ou ao maçom inquisitivo, se pergunta sem dúvida alguma por que
uma lenda que ilustra uma perda omite incluir a seqüência complementada de uma
recuperação; por que a perda dos "verdadeiros segredos" é resolvida aparentemente pela adoção
de certos segredos substitutivos, e que a relação destes segredos substitutivos seriam como
aqueles que se perderam.
O tema do nascimento, a vida, a maturidade, a morte e a ressurreição - ou esperança de
sobrevivência em mausoléus imortais - está sem dúvida claro, mas certas frases no ritual da
Ordem indicam que o tema não terminou dentro da Maçonaria Simbólica. É razoável assumir que
o Mestre Maçom especulou com o fato de que a intenção na Cerimônia de Abertura é "procurar
aquilo que foi perdido", porém, na Cerimônia de Encerramento desse grau há sempre uma
referência que admite um fracasso nesta busca.
Então, o V.M. declara que os segredos substitutivos que lhe foram regularmente comunicados são
sancionados e são confirmados com a sua aprovação "até que o tempo ou as circunstâncias
restabeleçam os verdadeiros".
Talvez se tenha refletido sobre a resposta que foi dada a certos cúmplices quando eles exigiram a
informação específica do Grande Mestre, que lhes falou: "sem o consentimento e a cooperação
de mais dois mestres, não poderia nem haveria de divulgar os segredos que eles requeriam". "A
paciência e o trabalho assíduo darão direito, em seu devido tempo, ao Maçom digno, de ser
merecedor de conhecer esses segredos Quanto é o tempo devido?, e como se converte em um
"Maçom digno" de respeito e de participar?
O intento de obter os verdadeiros segredos, sem o devido direito, ou como diríamos hoje, o intento
de conseguir algo em troca de nada, é uma tragédia que pareceria suscitar várias situações
antigas para o questionamento. Os antigos recopiladores do ritual decidiram possivelmente que
aqui havia um ponto de fratura, que poderia prover um elemento de satisfação para alguns
Maçons. De qualquer modo isso é exatamente o que aconteceu e por certo demonstrou ser de
alta conveniência para muitos membros.
Enquanto o Mestre Maçom se detém a "pensar nestas coisas" - o verdadeiro Maçom Especulativo
o Real Arco, ou para dar-lhe o título completo, a Ordem de Maçons do Real Arco, espera
recompensá-lo até o limite de sua própria capacidade ou aptidão.
 Devo ingressar?
O Candidato para a Iniciação na Maçonaria afirma entre outras coisas que, a confiança dele é
depositada em Deus, que é induzido por um desejo genuíno de conhecimento e por um desejo
sincero de converter-se em um ser mais útil no serviço de seus semelhantes.
Como Candidato para o Real Arco, deverá apresentar-se " com um desejo de aperfeiçoar-se na
Maçonaria e dedicar esse aperfeiçoamento à Gloria de Deus e ao bem da humanidade".
Tal desejo de aperfeiçoamento só pode manifestar-se se durante o período de sua carreira na
Ordem até esse momento, foi estimulado e foi alimentado em seu interesse na Maçonaria por
seus proponentes, os Oficiais da Loja e os Preceptores da Loja de Instrução, todos aqueles cujo
dever para com candidato é óbvio, sem esquecer jamais que em algum momento podem perdê-lo
de vista.
Se a Loja de Instrução é só uma "Loja de Ensaios" sem à parte da Instrução, o Ritual da Franc -
Maçonaria se converte no ponto primordial e domina sob todos os outros aspectos; se o
calendário da Loja não contém outra coisa que sucessivas cerimônias, se transforma em pouco
tempo, em nada mais que um veículo para conseguir habilidade no ritual e dicção perfeita.
Todos nós aceitamos que a Franco - Maçonaria é "um sistema de moralidade velada na alegoria
e ilustrada por símbolos". Isto requer de algum esforço para entender isso não só o que é
expressado nos rituais , mas o que nos conduz a fazer.
Se concordarmos que a Franco-Maçonaria nos provê as ferramentas, mas que a eleição das
mesmas e o modo de usá-las reside totalmente em nós, sendo assim, a construção do "Templo
dentro de nós mesmos” já começou.
A procura de "Aquilo que se perdeu"- a Palavra Perdida - realmente começou em um sentido
Bíblico quando Adão caiu em desgraça e legou à humanidade esta procura perpétua.
Quando os construtores do Primeiro Templo em Jerusalém se desviaram do verdadeiro culto, o
mito bíblico se tornou realidade. Porém, a Palavra permaneceu naquele mesmo lugar e quando é
contada a maneira de seu redescobrimento e o reconhecimento ao privilégio para aqueles que o
tornaram possível, o Real Arco mostra exatamente qual é para todos nós a verdadeira essência
da Maçonaria.
Quando um se encontra nessa procura, o Companheirismo do Real Arco deve ser recebido com
beneplácito.
Em outros tempos a entrada para um Capítulo do Real Arco era limitada àqueles que já tinham
ocupado o cargo de Venerável de uma Loja. Na atualidade todo Mestre Maçom com uma
antigüidade de mais de quatro semanas é elegível, mas os tronos dos Três Principais são restritos
aqueles que já foram Instalados como Veneráveis Mestres de uma Loja. Porém, dentro do
Capítulo existem outras posições ás quais o Mestre Maçom pode ter acesso depois de haver sido
Exaltado no Real Arco.
O Maçom entusiasta achará no Santo Real Arco muito do que estava procurando no terceiro grau,
e além do grande ensinamento simbólico e da imponente cerimônia, achará que entre os
membros do Capítulo se encontram os mais ativos Obreiros da Franco-Maçonaria.

A Maçonaria do Real Arco não é em absoluto excludente, competitiva, ou incompatível com


nenhum dos Graus do Escocísmo, e a prova disto é que tantos Irmãos estão atuando
simultaneamente em ambos os Corpos Maçônicos.

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