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Art. CF OK
379.
CAPÍTULO II
Das Forças Armadas
SUMÁRIO
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da
lei e da ordem.
Julgados correlatos
• Os militares, indivíduos que são, não foram excluídos da garantia
constitucional da individualização da pena. Digo isso porque, de ordinário, a
CF de 1988, quando quis tratar por modo diferenciado os servidores militares,
o fez explicitamente. Por ilustração, é o que se contém no inciso LXI do art. 5º
do Magno Texto, a saber: "ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei". Nova amostragem está no preceito de que "não caberá habeas corpus
em relação a punições disciplinares militares" (§ 2º do art. 142). Isso sem
contar que são proibidas a sindicalização e a greve por parte do militar em
serviço ativo, bem como a filiação partidária (incisos IV e V do § 3º do art.
142). De se ver que esse tratamento particularizado decorre do fato de que
as Forças Armadas são instituições nacionais regulares e permanentes,
organizadas com base na hierarquia e disciplina, destinadas à defesa da
Pátria, garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem (cabeça do art. 142). Regramento singular, esse,
que toma em linha de conta as "peculiaridades de suas atividades, inclusive
aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de
guerra"(inciso X do art. 142). É de se entender, desse modo, contrária ao
texto constitucional a exigência do cumprimento de pena privativa de
liberdade sob regime integralmente fechado em estabelecimento militar, seja
pelo invocado fundamento da falta de previsão legal na lei especial, seja pela
necessidade do resguardo da segurança ou do respeito à hierarquia e à
disciplina no âmbito castrense. Ordem parcialmente concedida para
determinar ao juízo da execução penal que promova a avaliação das
condições objetivas e subjetivas para progressão de regime prisional, na
concreta situação do paciente, e que aplique, para tanto, o CP e a Lei
7.210/1984 naquilo que for omissa a lei castrense.
[HC 104.174, rel. min. Ayres Britto, j. 29-3-2011, 2ª T, DJE de 18-5-2011.]
Julgados correlatos
• Estando em jogo acórdão de tribunal alusivo a procedimento inominado que
tenha implicado a declaração de perda de posto e patente e consequente
demissão de policial militar, o habeas corpus mostra-se inadequado.
[HC 70.852, rel. min. Marco Aurélio, j. 14-12-1993, 2ª T, DJ de 6-5-1994.]
Redação Anterior:
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente
será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 18/98)
"A jurisprudência consolidada desta Corte já assentou que a transferência para a reserva
remunerada de militar aprovado em concurso público, subordina-se à autorização do
Presidente da República ou à do respectivo Ministro." (AI 453.424, Rel. Min. Ellen Gracie,
julgamento em 29-11-2005, Segunda Turma, DJ de 10-2-2006.) No mesmo sentido: RE
601.148-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29-9-2009, Segunda Turma, DJE de
23-10-2009.
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou
função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, XVI, alínea c, ficará agregado ao respectivo
quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e
transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos
ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação da EC 77/2014)
Julgado correlato
• Ato do comandante da aeronáutica. Não incluso na agravante no quadro de
acesso por merecimento para ser promovida ao posto de tenente-coronel.
Aplicação das regras gerais para as promoções no corpo feminino da
aeronáutica. Necessidade de observância do critério de merecimento para
promoção ao último posto. A regulamentação específica, na forma
estabelecida nos arts. 20 da Lei 6.924/1981 e 29 e 30 do Decreto
86.325/1981, preceitua que, para as promoções do Corpo Feminino da
Aeronáutica, devem ser observadas as mesmas condições estabelecidas
para as promoções dos oficiais da ativa, que foram disciplinadas pela Lei
5.821/1972. O Decreto 1.319/1984, que regulamenta a Lei 5.821/1972,
estabelece que: "Art. 42. Quando o último posto de um quadro for de oficial
superior, para promoção a este posto somente será organizado QAM, tendo
por base a relação de oficiais selecionados para composição deste
quadro." In casu, a agravante não integrava a lista de acesso por
merecimento, isto é, não detinha condição necessária para a promoção ao
posto de tenente-coronel, o último posto do quadro de oficiais do Corpo
Feminino de Reserva da Aeronáutica.
[RMS 30.941 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 24-11-2015, 1ª T, DJE de 10-2-2016.]
Redação Anterior:
III - O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função
pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado
ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser
promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento,
contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 18/98)
Julgado correlato
• Os servidores públicos são, seguramente, titulares do direito de greve. Essa é
a regra. Ocorre, contudo, que entre os serviços públicos há alguns que a
coesão social impõe sejam prestados plenamente, em sua totalidade.
Atividades das quais dependam a manutenção da ordem pública e a
segurança pública, a administração da Justiça – onde as carreiras de Estado,
cujos membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação
tributária – e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos servidores
alcançados por esse direito. Serviços públicos desenvolvidos por grupos
armados: as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para
esse efeito, às dos militares, em relação aos quais a Constituição
expressamente proíbe a greve (art. 142, § 3º, IV).
[Rcl 6.568, rel. min. Eros Grau, j. 21-5-2009, P, DJE de 25-9-2009.]
= Rcl 11.246 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-2-2014, P, DJE de 2-4-2014
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
(Incluído pela EC 18/1998)
Julgado correlato
• Se o militar da ativa é alistável, é ele elegível (CF, art. 14, § 8º). Porque não
pode ele filiar-se a partido político (...), a filiação partidária não lhe é exigível
como condição de elegibilidade, certo que somente a partir do registro da
candidatura é que será agregado (CF, art. 14, § 8º, II; Código Eleitoral, art. 5º,
parágrafo único; Lei 6.880, de 1980, art. 82, XIV, § 4º).
[AI 135.452, rel. min. Carlos Velloso, j. 20-9-1990, P, DJ de 14-6-1991.]
Julgado correlato
• Também os oficiais das polícias militares só perdem o posto e a patente se
forem julgados indignos do oficialato ou com ele incompatíveis por decisão do
tribunal competente em tempo de paz. Esse processo não tem natureza de
procedimento "parajurisdicional", mas sim natureza de processo judicial,
caracterizando, assim, causa que pode dar margem à interposição de recurso
extraordinário.
[RE 186.116, rel. min. Moreira Alves, j. 25-8-1998, 1ª T, DJ de 3-9-1999.]
Julgado correlato
• A EC 18/1998, ao cuidar exclusivamente da perda do posto e da patente do
oficial (CF, art. 142, VII), não revogou o art. 125, § 4º, do texto constitucional
originário, regra especial nela atinente à situação das praças.
[RE 358.961, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 10-2-2004, 1ª T, DJ de 12-3-
2004.]
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e
XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com
prevalência da atividade militar, no art. 37, XVI, c; (Redação da EC 77/2014)
Súmula vinculante
• Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao
salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
[Súmula Vinculante 6.]
Julgado correlato
• A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção
constitucional às trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º,
XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da CF/1988, alcança as militares.
[RE 523.572 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 6-10-2009, 2ª T, DJE de 29-10-
2009.]
= AI 811.376 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-3-2011, 2ª T, DJE de 23-3-
2011
Redação Anterior:
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV e
no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV; (EC nº 18/98)
• Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts.
1º, III; 5º, caput; e 7º, IV, da CF. Inocorrência. (...) A CF não estendeu aos militares a
garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras
categorias de trabalhadores. O regime a que submetem os militares não se
confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos,
garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam serviço
militar obrigatório exercem um múnus público relacionado com a defesa da
soberania da pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a
fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar
obrigatório nas Forças Armadas.
[RE 570.177, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 30-4-2008, P, DJE de 27-6-2008,
Tema 15.]
Redação Anterior:
IX - aplica-se aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§ 7º e 8º;
(Redação da EC 20/1998)
Súmula vinculante
• Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público
ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
[Súmula Vinculante 4.]
Julgados correlatos
• NOVO: Ação civil pública. Decisão do juízo de origem que afasta normas para
inspeção de saúde dos candidatos a ingresso nas organizações militares
estabelecidas pelas portarias do Departamento de Ensino e Pesquisa do
Comando do Exército. (...) O Estatuto dos Militares (Lei 6880/80) estipula em
seu art. 10 que ‘o ingresso nas Forças Armadas é facultado, mediante
incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica’. Observa-se que o fundamento usado para a
edição da portaria combatida na ação civil pública diz respeito às
peculiaridades da atividade castrense, que exigiriam critérios de admissão
mais rigorosos relativamente à saúde e às condições físicas dos candidatos.
O afastamento das normas de ingresso no serviço militar teria potencial de
causar grave lesão à ordem pública pelo risco de ser admitido o ingresso na
corporação de candidatos que não cumprem as exigências de saúde
necessárias para o desempenho das atividades castrenses. A manutenção da
decisão atacada geraria, ainda, situação danosa ao erário, ante a pacífica
orientação do Superior Tribunal de Justiça de que o servidor militar portador
do HIV tem direito à reforma ex officio, por incapacidade definitiva, com a
remuneração calculada com base no posto hierarquicamente imediato,
independentemente do grau de desenvolvimento do HIV.
[STA 795-AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 5-4-2019, P, DJcE de 23-4-2019.]
• Cabe à lei estadual, nos termos da norma constitucional do art. 142, § 3º, X,
regular as disposições do art. 42, § 1º, da CF e estabelecer as condições de
transferência do militar para a inatividade.
[RE 495.341 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 14-9-2010, 2ª T, DJE de 1º-10-
2010.]
= AI 562.165 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 16-5-2006, 2ª T, DJE de 9-6-2006
Item 147 de
Art. CF OK
379.