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A Constituição e o Supremo Item 147 de

Art. CF  OK
379.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


TÍTULO V
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
SUMÁRIO

CAPÍTULO II
Das Forças Armadas
SUMÁRIO

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da
lei e da ordem.

Julgados correlatos
• Os militares, indivíduos que são, não foram excluídos da garantia
constitucional da individualização da pena. Digo isso porque, de ordinário, a
CF de 1988, quando quis tratar por modo diferenciado os servidores militares,
o fez explicitamente. Por ilustração, é o que se contém no inciso LXI do art. 5º
do Magno Texto, a saber: "ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei". Nova amostragem está no preceito de que "não caberá habeas corpus
em relação a punições disciplinares militares" (§ 2º do art. 142). Isso sem
contar que são proibidas a sindicalização e a greve por parte do militar em
serviço ativo, bem como a filiação partidária (incisos IV e V do § 3º do art.
142). De se ver que esse tratamento particularizado decorre do fato de que
as Forças Armadas são instituições nacionais regulares e permanentes,
organizadas com base na hierarquia e disciplina, destinadas à defesa da
Pátria, garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem (cabeça do art. 142). Regramento singular, esse,
que toma em linha de conta as "peculiaridades de suas atividades, inclusive
aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de
guerra"(inciso X do art. 142). É de se entender, desse modo, contrária ao
texto constitucional a exigência do cumprimento de pena privativa de
liberdade sob regime integralmente fechado em estabelecimento militar, seja
pelo invocado fundamento da falta de previsão legal na lei especial, seja pela
necessidade do resguardo da segurança ou do respeito à hierarquia e à
disciplina no âmbito castrense. Ordem parcialmente concedida para
determinar ao juízo da execução penal que promova a avaliação das
condições objetivas e subjetivas para progressão de regime prisional, na
concreta situação do paciente, e que aplique, para tanto, o CP e a Lei
7.210/1984 naquilo que for omissa a lei castrense.
[HC 104.174, rel. min. Ayres Britto, j. 29-3-2011, 2ª T, DJE de 18-5-2011.]

• O cometimento do delito militar por agente civil em tempo de paz se dá em


caráter excepcional. Tal cometimento se traduz em ofensa àqueles bens
jurídicos tipicamente associados à função de natureza militar: defesa da
Pátria, garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem (art. 142 da
CF). No caso, a despeito de as vítimas estarem em serviço no momento da
colisão dos veículos, nada há na denúncia que revele a vontade do paciente
de se voltar contra as Forças Armadas, tampouco a de impedir a continuidade
de eventual operação militar ou atividade genuinamente castrense.
[HC 86.216, rel. min. Ayres Britto, j. 19-2-2008, 1ª T, DJE de 24-10-2008.]
= HC 106.171, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-3-2011, 2ª T, DJE de 14-4-2011
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.

§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

Julgados correlatos
• Estando em jogo acórdão de tribunal alusivo a procedimento inominado que
tenha implicado a declaração de perda de posto e patente e consequente
demissão de policial militar, o habeas corpus mostra-se inadequado.
[HC 70.852, rel. min. Marco Aurélio, j. 14-12-1993, 2ª T, DJ de 6-5-1994.]

• O sentido da restrição dele quanto às punições disciplinares militares (art.


142, § 2º, da CF). (...) O entendimento relativo ao § 2º do art. 153 da EC
1/1969, segundo o qual o princípio de que, nas transgressões disciplinares,
não cabia habeas corpus não impedia que se examinasse, nele, a ocorrência
dos quatro pressupostos de legalidade dessas transgressões (a hierarquia, o
poder disciplinar, o ato ligado à função e a pena susceptível de ser aplicada
disciplinarmente), continua válido para o disposto no § 2º do art. 142 da atual
Constituição, que é apenas mais restritivo quanto ao âmbito dessas
transgressões disciplinares, pois as limita às de natureza militar.
[HC 70.648, rel. min. Moreira Alves, j. 9-11-1993, 1ª T, DJ de 4-3-1994.]
= RHC 88.543, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 3-4-2007, 1ª T, DJ de 27-4-
2007
= RE 338.840, rel. min. Ellen Gracie, j. 19-8-2003, 2ª T, DJ de 12-9-2003

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-


lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído
pela EC 18/1998)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas


pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da
reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e,
juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;
(Incluído pela EC 18/1998)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil


permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, XVI, alínea c, será transferido
para a reserva, nos termos da lei; (Redação da EC 77/2014)

Controle concentrado de constitucionalidade


• Ação direta de inconstitucionalidade. Parte final do art. 117 da Lei 6.880/1980
(Estatuto dos Militares da União), na redação dada pela Lei 9.297/1996.
Dever do oficial militar com menos de cinco anos de corporação de indenizar
os custos decorrentes de sua formação, no caso de assunção de cargo ou
emprego civil. (...) Ação que se julga improcedente. O desembolso pelo erário
de custos adicionais, destinados à preparação e à manutenção de seus
servidores, em especial dos militares, com a finalidade de aprimoramento do
Corpo das Forças Armadas, não pode ser negligenciado, em razão da própria
configuração constitucional da supremacia do interesse público e da
integridade do erário. A norma questionada é similar a outras previstas na
legislação do servidor civil, que preveem a necessidade de devolução pelo
servidor dos valores gastos pela União com sua formação profissional.
Ausente ainda ofensa ao princípio da proporcionalidade, na medida em que a
norma é adequada para o fim a que se destina, sem agressão ou nulificação
do direito de liberdade profissional.
[ADI 1.626, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-12-2016, P, DJE de 3-3-2017.]
Julgados correlatos
• A jurisprudência consolidada desta Corte já assentou que a transferência
para a reserva remunerada de militar aprovado em concurso público
subordina-se à autorização do presidente da República ou à do respectivo
ministro.
[AI 453.424 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 29-11-2005, 2ª T, DJ de 10-2-2006.]
= RE 601.148 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 29-9-2009, 2ª T, DJE de 23-10-
2009

• Cabe exclusivamente ao presidente da República, dentro do princípio da


discricionariedade que a lei lhe outorga para avaliar e decidir segundo seus
próprios critérios de conveniência e oportunidade, autorizar ou não a
nomeação ou admissão de oficial militar para cargo ou emprego público. A
autorização do presidente da República é requisito essencial à passagem de
oficial das Forças Armadas para a reserva remunerada.
[MS 22.431, rel. min. Maurício Corrêa, j. 2-10-1996, P, DJ de 22-11-1996.]
= MS 22.530, rel. min. Sydney Sanches, j. 18-2-1998, P, DJ de 4-5-2001

Redação Anterior:
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente
será transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 18/98)

"A jurisprudência consolidada desta Corte já assentou que a transferência para a reserva
remunerada de militar aprovado em concurso público, subordina-se à autorização do
Presidente da República ou à do respectivo Ministro." (AI 453.424, Rel. Min. Ellen Gracie,
julgamento em 29-11-2005, Segunda Turma, DJ de 10-2-2006.) No mesmo sentido: RE
601.148-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29-9-2009, Segunda Turma, DJE de
23-10-2009.

"Militar: demissão ex officio por investidura em cargo ou emprego público permanente


estranho à carreira: indenização das despesas com a formação e preparação do oficial,
sem que hajam transcorridos, até a demissão e transferência para a reserva, os prazos
estabelecidos em lei (art. 117 do Estatuto dos Militares, cf. redação da Lei 9.297); arguição
de inconstitucionalidade à qual não se reconhece a plausibilidade bastante a justificar a
suspensão liminar da norma." (ADI 1.626-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento
em 14-8-1997, Plenário, DJ de 26-9-1997.)

"Cabe exclusivamente ao Presidente da República, dentro do princípio da


discricionariedade que a lei lhe outorga para avaliar e decidir segundo seus próprios
critérios de conveniência e oportunidade, autorizar ou não a nomeação ou admissão de
oficial militar para cargo ou emprego público. A autorização do Presidente da República é
requisito essencial à passagem de oficial das Forças Armadas para a reserva remunerada."
(MS 22.431, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 2-10-1996, Plenário, DJ de 22-11-
1996.) No mesmo sentido: MS 22.530, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 18-2-
98, Plenário, DJ de 4-5-2001; MS 22.506, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 12-9-
1996, Plenário, DJ de 29-11-1996; MS 22.402, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em
14-8-1996, Plenário, DJ de 19-12-1996; MS 22.416, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento
em 1º-8-1996, Plenário, DJ de 6-12-1996.

"O Plenário desta Corte, recentemente, ao julgar o RE 163.204, firmou o entendimento de


que, em face da atual Constituição, não se podem acumular proventos com remuneração
na atividade, quando os cargos efetivos de que decorrem ambas essas remunerações não
sejam acumuláveis na atividade. Improcedência da alegação de que, em se tratando de
militar que aceita cargo público civil permanente, a única restrição que ele sofre é a
prevista no § 3º do art. 42: a de ser transferido para a reserva. A questão da acumulação
de proventos com vencimentos, quer se trate de servidor público militar, quer se trate de
servidor público civil, se disciplina constitucionalmente de modo igual: os proventos não
podem ser acumulados com os vencimentos." (MS 22.182, Rel. Min. Moreira Alves,
julgamento em 5-4-1995, Plenário, DJ de 10-8-1995.) No mesmo sentido: RE 741.304-
AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3-12-2013, Segunda Turma, DJE de
18-12-2013.

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou
função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, XVI, alínea c, ficará agregado ao respectivo
quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e
transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos
ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação da EC 77/2014)

Julgado correlato
• Ato do comandante da aeronáutica. Não incluso na agravante no quadro de
acesso por merecimento para ser promovida ao posto de tenente-coronel.
Aplicação das regras gerais para as promoções no corpo feminino da
aeronáutica. Necessidade de observância do critério de merecimento para
promoção ao último posto. A regulamentação específica, na forma
estabelecida nos arts. 20 da Lei 6.924/1981 e 29 e 30 do Decreto
86.325/1981, preceitua que, para as promoções do Corpo Feminino da
Aeronáutica, devem ser observadas as mesmas condições estabelecidas
para as promoções dos oficiais da ativa, que foram disciplinadas pela Lei
5.821/1972. O Decreto 1.319/1984, que regulamenta a Lei 5.821/1972,
estabelece que: "Art. 42. Quando o último posto de um quadro for de oficial
superior, para promoção a este posto somente será organizado QAM, tendo
por base a relação de oficiais selecionados para composição deste
quadro." In casu, a agravante não integrava a lista de acesso por
merecimento, isto é, não detinha condição necessária para a promoção ao
posto de tenente-coronel, o último posto do quadro de oficiais do Corpo
Feminino de Reserva da Aeronáutica.
[RMS 30.941 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 24-11-2015, 1ª T, DJE de 10-2-2016.]

Redação Anterior:
III - O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função
pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado
ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser
promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento,
contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (EC nº 18/98)

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela EC 18/1998)

Julgado correlato
• Os servidores públicos são, seguramente, titulares do direito de greve. Essa é
a regra. Ocorre, contudo, que entre os serviços públicos há alguns que a
coesão social impõe sejam prestados plenamente, em sua totalidade.
Atividades das quais dependam a manutenção da ordem pública e a
segurança pública, a administração da Justiça – onde as carreiras de Estado,
cujos membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação
tributária – e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos servidores
alcançados por esse direito. Serviços públicos desenvolvidos por grupos
armados: as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para
esse efeito, às dos militares, em relação aos quais a Constituição
expressamente proíbe a greve (art. 142, § 3º, IV).
[Rcl 6.568, rel. min. Eros Grau, j. 21-5-2009, P, DJE de 25-9-2009.]
= Rcl 11.246 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-2-2014, P, DJE de 2-4-2014
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
(Incluído pela EC 18/1998)

Julgado correlato
• Se o militar da ativa é alistável, é ele elegível (CF, art. 14, § 8º). Porque não
pode ele filiar-se a partido político (...), a filiação partidária não lhe é exigível
como condição de elegibilidade, certo que somente a partir do registro da
candidatura é que será agregado (CF, art. 14, § 8º, II; Código Eleitoral, art. 5º,
parágrafo único; Lei 6.880, de 1980, art. 82, XIV, § 4º).
[AI 135.452, rel. min. Carlos Velloso, j. 20-9-1990, P, DJ de 14-6-1991.]

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou


com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em
tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela
EC 18/1998)

Julgado correlato
• Também os oficiais das polícias militares só perdem o posto e a patente se
forem julgados indignos do oficialato ou com ele incompatíveis por decisão do
tribunal competente em tempo de paz. Esse processo não tem natureza de
procedimento "parajurisdicional", mas sim natureza de processo judicial,
caracterizando, assim, causa que pode dar margem à interposição de recurso
extraordinário.
[RE 186.116, rel. min. Moreira Alves, j. 25-8-1998, 1ª T, DJ de 3-9-1999.]

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade


superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao
julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela EC 18/1998)

Julgado correlato
• A EC 18/1998, ao cuidar exclusivamente da perda do posto e da patente do
oficial (CF, art. 142, VII), não revogou o art. 125, § 4º, do texto constitucional
originário, regra especial nela atinente à situação das praças.
[RE 358.961, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 10-2-2004, 1ª T, DJ de 12-3-
2004.]

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e
XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com
prevalência da atividade militar, no art. 37, XVI, c; (Redação da EC 77/2014)

Súmula vinculante
• Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao
salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
[Súmula Vinculante 6.]

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado


• Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação
aos arts. 1º, III; 5º, caput; e 7º, IV, da CF. Inocorrência. (...) A CF não
estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário
mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a que
submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores
civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios.
Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus
público relacionado com a defesa da soberania da pátria. A obrigação do
Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições materiais
para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças
Armadas.
[RE 570.177, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 30-4-2008, P, DJE de 27-6-
2008, Tema 15.]

Julgado correlato
• A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção
constitucional às trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º,
XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da CF/1988, alcança as militares.
[RE 523.572 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 6-10-2009, 2ª T, DJE de 29-10-
2009.]
= AI 811.376 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-3-2011, 2ª T, DJE de 23-3-
2011

Redação Anterior:
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV e
no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV; (EC nº 18/98)

“Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário-mínimo


para as praças prestadoras de serviço militar inicial.” (Súmula Vinculante 6)

“A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção


constitucional às trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos
termos do art. 142, VIII, da CF/1988, alcança as militares.” (RE 523.572-AgR, Rel. Min.
Ellen Gracie, julgamento em 6-10-2009, Segunda Turma, DJE de 29-10-2009.) No mesmo
sentido: AI 811.376-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º-3-2011, Segunda
Turma, DJE de 23-3-2011.

• Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts.
1º, III; 5º, caput; e 7º, IV, da CF. Inocorrência. (...) A CF não estendeu aos militares a
garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras
categorias de trabalhadores. O regime a que submetem os militares não se
confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos,
garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam serviço
militar obrigatório exercem um múnus público relacionado com a defesa da
soberania da pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a
fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar
obrigatório nas Forças Armadas.
[RE 570.177, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 30-4-2008, P, DJE de 27-6-2008,
Tema 15.]

IX - (Revogado pela EC 41/2003).

Redação Anterior:
IX - aplica-se aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§ 7º e 8º;
(Redação da EC 20/1998)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a


estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os
direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais
dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela
EC 18/1998)

Súmula vinculante
• Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público
ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
[Súmula Vinculante 4.]

Repercussão geral reconhecida com mérito julgado


• Embargos de declaração acolhidos para deixar expresso que a modulação da
declaração de não recepção da expressão "nos regulamentos da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica" do art. 10 da Lei 6.880/1980 não alcança os
candidatos com ações ajuizadas nas quais se discute o mesmo objeto deste
recurso extraordinário. Prorrogação da modulação dos efeitos da declaração
de não recepção até 31-12-2012.
[RE 600.885 ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 29-6-2012, P, DJE de 12-12-2012,
Tema 121.]
Vide RE 600.885, rel. min. Cármen Lúcia, j. 9-2-2011, P, DJE de 1º-7-2011,
Tema 121

• O art. 142, § 3º, X, da Constituição da República é expresso ao atribuir


exclusivamente à lei a definição dos requisitos para o ingresso nas Forças
Armadas. A Constituição brasileira determina, expressamente, os requisitos
para o ingresso nas Forças Armadas, previstos em lei: referência
constitucional taxativa ao critério de idade. Descabimento de regulamentação
por outra espécie normativa, ainda que por delegação legal. Não foi
recepcionada pela Constituição da República de 1988 a expressão "nos
regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica" do art. 10 da Lei
6.880/1980. O princípio da segurança jurídica impõe que, mais de 22 anos de
vigência da Constituição, nos quais dezenas de concursos foram realizados
se observando aquela regra legal, modulem-se os efeitos da não recepção:
manutenção da validade dos limites de idade fixados em editais e
regulamentos fundados no art. 10 da Lei 6.880/1980 até 31 de dezembro de
2011.
[RE 600.885, rel. min. Cármen Lúcia, j. 9-2-2011, P, DJE de 1º-7-2011, Tema
121.]
Vide RE 600.885 ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 29-6-2012, P, DJE de 12-12-
2012, Tema 121

Julgados correlatos

• NOVO: Ação civil pública. Decisão do juízo de origem que afasta normas para
inspeção de saúde dos candidatos a ingresso nas organizações militares
estabelecidas pelas portarias do Departamento de Ensino e Pesquisa do
Comando do Exército. (...) O Estatuto dos Militares (Lei 6880/80) estipula em
seu art. 10 que ‘o ingresso nas Forças Armadas é facultado, mediante
incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica’. Observa-se que o fundamento usado para a
edição da portaria combatida na ação civil pública diz respeito às
peculiaridades da atividade castrense, que exigiriam critérios de admissão
mais rigorosos relativamente à saúde e às condições físicas dos candidatos.
O afastamento das normas de ingresso no serviço militar teria potencial de
causar grave lesão à ordem pública pelo risco de ser admitido o ingresso na
corporação de candidatos que não cumprem as exigências de saúde
necessárias para o desempenho das atividades castrenses. A manutenção da
decisão atacada geraria, ainda, situação danosa ao erário, ante a pacífica
orientação do Superior Tribunal de Justiça de que o servidor militar portador
do HIV tem direito à reforma ex officio, por incapacidade definitiva, com a
remuneração calculada com base no posto hierarquicamente imediato,
independentemente do grau de desenvolvimento do HIV.
[STA 795-AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 5-4-2019, P, DJcE de 23-4-2019.]

• Cabe à lei estadual, nos termos da norma constitucional do art. 142, § 3º, X,
regular as disposições do art. 42, § 1º, da CF e estabelecer as condições de
transferência do militar para a inatividade.
[RE 495.341 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 14-9-2010, 2ª T, DJE de 1º-10-
2010.]
= AI 562.165 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 16-5-2006, 2ª T, DJE de 9-6-2006

• Contribuição previdenciária. Proventos. Militar. Incidência. EC 41/2003. O


Supremo, por ocasião do julgamento da ADI 3.105, rel. min. Ellen Gracie, DJ
de 18-8-2004, registrou inexistir "norma de imunidade tributária absoluta". A
Corte afirmou que, após o advento da EC 41/2003, os servidores públicos
passariam a contribuir para a previdência social em "obediência aos
princípios da solidariedade e do equilíbrio financeiro e atuarial, bem como aos
objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de
participação no custeio e diversidade da base de financiamento". Os
servidores públicos militares não foram excepcionados da incidência da
norma, razão pela qual não subsiste a pretensa imunidade tributária
relativamente à categoria.
[RE 475.076 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 25-11-2008, 2ª T, DJE de 19-12-
2008.]
= AI 594.104 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 4-5-2010, 2ª T, DJE de 21-5-2010
Vide ADI 3.105, rel. p/ o ac. min. Cezar Peluso, j. 18-8-2004, P, DJ de 18-2-
2005

• O acórdão recorrido está em sintonia com a jurisprudência deste Tribunal no


sentido de que, tratando-se de militares do quadro de temporários, admitidos
por prazo limitado, não há que se falar em direito de permanência ou em
estabilidade após cumprido o prazo de incorporação.
[RE 383.879 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 17-6-2008, 2ª T, DJE de 1º-8-2008.]
= RE 523.317 ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 1º-2-2011, 1ª T, DJE de 3-3-2011

• Princípio isonômico. CP e CPM. O tratamento diferenciado decorrente dos


referidos códigos tem justificativa constitucionalmente aceitável em face das
circunstâncias peculiares relativas aos agentes e objetos jurídicos protegidos.
[RE 115.770, rel. min. Marco Aurélio, j. 29-10-1991, 2ª T, DJ de 21-2-1992.]

Item 147 de
Art. CF  OK
379.

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