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Balconista – Os dois cafés custam dois reais

Primeiro Interlocutor – Aqui estão os dois reais

Segundo Interlocutor - Mas eu devo pagar a minha parte

P – Não. Eu faço questão de pagá-la

S – Mas por quê?

P – Por nada.

S – Como, por nada? Eu vou devê-lo a você.

P – Não deverá

S – E como ficará isso?

P – Assim como está: beberemos os dois cafés e conversaremos. Pronto está feito.

S – Mas e o dinheiro?

P – Não importa. O café está pago, e não posso voltar atrás.

S – Ora essa! Isso não é justo.

P – Claro que é justo. Eu quis pagar e pronto.

S – E por qual razão?

P – Não há razão de eu querer. Mas eu posso dizer que foi por generosidade.

S – Agradeço a generosidade, mas desconfio dela.

P – O que poderei fazer contra você? Cobrar-lhe um cafezinho no futuro perante o juiz, exigindo
reembolso, ou melhor, que você sente comigo para que tomemos outro café de pagamento?

S – Isso é ridículo!

P – Sua desconfiança também o é.

S – O que me intriga é a fonte de sua generosidade.

P – Você é meu amigo, e mesmo se não fosse, todos temos o direito de tomar um cafezinho a tarde.

S – Mas eu posso pagar o meu.

P – E eu também posso pagar o seu.

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