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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Rap da Felicidade
Encurtando distâncias
Na busca por aproximar os alunos de toda a história e cultura indígenas, povos tão
pouco representados, Luana leva até a escola Adana Kambeba, estudante de
medicina que também é atriz. Adana, que saiu de sua tribo para correr atrás de seu
sonho, tornou-se um modelo de inspiração para o alunos, que muitas vezes têm
dificuldades de contemplar uma vida onde podem sonhar alto e enxergam além da
pobreza e violência que os cercam.
Funk cordélico
Neste relato podemos ver os esforços da professora com uma turma pouco
responsiva e receptiva, com alunos pouco interessados e participativos. No entanto,
após propor uma atividade onde os alunos tiveram a oportunidade de se expressar
artisticamente, através de encenações e música, é possível notar como há uma
reviravolta no envolvimento dos alunos, que se comportaram de maneira
extremamente integrada e eficazmente mesclaram o conhecimento da disciplina
com outras formas de aprender. É interessante notar que na maioria das vezes os
alunos também são nossos professores, e que muito aprendemos com eles sobre
as diversas formas de ensinar, uma vez que cada público tem demandas
específicas.
Esta crônica dá início a série de relatos onde a professora Luana começou a aplicar
seus conhecimentos de filosofia budista e meditação em suas aulas. Uma simples
mudança de comportamento e palavras foi capaz de provocar em Luana e também
nos alunos uma mudança de perspectiva acerca de si e de todos a sua volta. O foco
no bem estar e saúde psicossocial dos alunos é algo que também deve fazer parte
de nossas rotinas.
Remando contra a maré, segundo a própria Luana, é dever da escola ser um lugar
onde é despertado nos alunos o amor e curiosidade pela pesquisa e pelo ato de
aprender. É possível relembrar os alunos da sua capacidade de pensar e serem
críticos, para muito além de simplesmente fazerem cópias de livros.
Cartas de amor
Este relato é mais uma amostra de que a escola e os alunos são bem mais do que
meros clientes, e que através de atos simples, mas muito humanos, é possível fazer
o bem e ao mesmo tempo aprender. Através da utilização da prática de escrever
cartas, Luana despertou não só a empatia em seus alunos como também o
interesse genuíno pela escrita.
Neste relato emocionado Luana conta à sua irmã como vão as coisas na escola. A
professora perdeu a irmã para a batalha contra o câncer e também perdeu uma
pessoa com a qual ela se comunicava e contava sobre os acontecimentos no seu
dia-a-dia. Assim como devemos considerar o todo dos alunos, devemos considerar
o todo dos professores, e ver que há um conjunto de fatores que os torna quem eles
são e impactam diretamente seus caminhos no ensino.
A busca por uma educação antirracista e feminista ainda hoje traz desafios, mesmo
entre os mais jovens quando vemos relatos de que as roupas que uma mulher usa
justificam o estupro. Ainda assim, a maioria dos alunos entendem que é preciso
lutar por mais equidade, segurança para as mulheres e que eles são os verdadeiros
formadores de opinião do futuro. Desde cedo todos já tem papel fundamental nestas
lutas.
O contraste entre a imagem que a sociedade tem de uma escola particular e uma
pública fica ainda mais evidente quando se percebe que a mídia exibe e premia
iniciativas da rede privada, enquanto a rede pública é tratada com indiferença.
Raros são os destaques aos projetos que procuram, por exemplo, enaltecer
ativistas, intelectuais, artistas e escritores negros. Menor destaque ainda é dado
quando se tratam de mulheres negras. Foi principalmente por esta razão que a
homenagem e o trabalho de Daiana Falcão foi tão importante e tocante para Luana.
Sobre a importância de falar sobre feminicídio nas escolas e criar nos alunos o
senso crítico de que a vítima nunca é responsável pelo que lhe aconteceu, ela pode
e deve procurar ajuda e é dever de todos lutar contra o pensamento arraigado de
que valoriza o machismo e a misoginia. Expor dados e estatísticas a respeito da
incidência destes crimes também é uma forma de sensibilizar a todos e
principalmente aos alunos, nos mostrando o quanto a ocorrência é alta e o quanto a
impunidade também é alta.
Luana busca para seus alunos uma educação que faça sentido, que seja próxima
da realidade. Ela utiliza o conteúdo que é previsto no currículo de história como uma
base e o ressignifica para que possam também ser trabalhados temas como os
Direitos Humanos, intolerância religiosa, homofobia, etc. A adesão dos alunos
sempre é grande e as mudanças em suas percepções são notáveis.
Sobre inclusão. Mesmo com poucos recursos Luana fez o possível para que suas
aulas se tornassem mais acessíveis para a aluna Clara, assim como também
procurou abrir seus olhos para a possibilidade de que ela pode traçar o caminho que
quiser.
Nesta crônica é reiterado o fato de que pequenos atos são responsáveis por
grandes mudanças e grande impacto, principalmente para aqueles que se sentem
pouco representando ou "invisíveis". Todos têm direito ao seu espaço, a participar e
de fazer isso em seu próprio ritmo.
Marcela e Frida Kahlo