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SEBENTA DE DIDÁCTICA
GERAL
Maputo
2016
ii
Ciências da Educação
Maputo
2016
Ficha técnica
Biografia do Coordenador:
Maputo
2016
ÍNDICE
Ficha técnica ................................................................................................. Erro! Marcador não definido.
Introdução................................................................................................................................................... 8
CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................................... 10
Introdução................................................................................................................................................. 11
Conclusão ................................................................................................................................................. 17
Bibliografia............................................................................................................................................... 18
CAPÍTULO 2 ............................................................................................................................................... 19
Introdução................................................................................................................................................. 20
7. Ensino ............................................................................................................................................... 25
Conclusão ................................................................................................................................................. 27
Bibliografia............................................................................................................................................... 28
CAPÍTULO 3 ............................................................................................................................................... 29
Introdução................................................................................................................................................. 30
1. Plano de Lição................................................................................................................................... 31
3. As Tarefas de Casa............................................................................................................................ 36
Conclusão ................................................................................................................................................. 38
Bibliografia............................................................................................................................................... 39
CAPÍTULO 4 ............................................................................................................................................... 40
Introdução................................................................................................................................................. 41
Sebenta de Didáctica Geral – Maputo/2016
vi
Conclusão ................................................................................................................................................. 52
Bibliografia............................................................................................................................................... 53
CAPÍTULO 5 ............................................................................................................................................... 54
5. Reflexão dos Aspectos achados Relevantes sobre o Trabalho Realizado na Escola. ....................... 61
Conclusão ................................................................................................................................................. 62
Sebenta de Didáctica Geral – Maputo/2016
vii
Bibliografia............................................................................................................................................... 63
CAPÍTULO 6 ............................................................................................................................................... 64
Introdução................................................................................................................................................. 65
2. Tarefas da Avaliação......................................................................................................................... 66
9. Auto-avaliação .................................................................................................................................. 73
Conclusão ................................................................................................................................................. 74
Bibliografia............................................................................................................................................... 75
CAPÍTULO 7 ............................................................................................................................................... 76
Introdução................................................................................................................................................. 77
4. Reflexão dos Aspectos achados relevantes sobre o Trabalho Realizado na Escola. ........................ 81
Conclusão ................................................................................................................................................. 82
Bibliografia............................................................................................................................................... 83
Introdução
A Didáctica Geral é uma das Disciplinas da Pedagogia que estuda as técnicas do ensino em todos aspectos
práticos e operacionais. Estuda igualmente os objectivos, os conteúdos, os meios e as condições do
processo do ensino, tendo em vista as finalidades educacionais. Ela investiga o fenómeno “ensino” em
todos os níveis do Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA). A Didáctica é uma cadeira relevante para o
profissional da educação pois, visa dirigir, organizar, orientar e estimular a aprendizagem escolar dos
alunos.
Esta sebenta foi elaborada no âmbito da cadeira de Didáctica Geral com finalidade de agrupar os
conteúdos das demais matérias que estudam aspectos da prática educativa escolar, e apoiar os demais
estudantes em conhecimentos relevantes nos conteúdos do PEA. A mesma está organizada em sete (7)
capítulos em que cada um inclui a introdução, desenvolvimento, conclusão e a bibliografia. No entanto, se
enumeram os capítulos em destaque:
1.1 Objectivos:
1.1.1 Geral
Proporcionar conhecimentos teóricos e práticos que possibilitem aos estudantes perceber e compreender
duma forma reflexiva e crítica as situações didácticas.
1.1.2 Específicos
Identificar os métodos, procedimentos e formas de direcção, organização e controlo de ensino face
a situações didácticas concretas;
Utilizar corretamente os meios de ensino, conforme os objectivos, métodos, conteúdos e as
particularidades dos alunos;
9
CAPÍTULO 1
PLANIFICAÇÃO NO PEA
Elementos do Grupo:
Introdução
Sempre que se inicia um empreendimento mais ou menos complexo, tendo em vista alcançar determinadas
metas, torna-se importante fazer uma previsão da acção a realizar. No que se refere ao domínio de
educação, esta necessidade torna-se cada vez mas importante porque planifica-se os conteúdos a leccionar
ao longo do ano lectivo, planificam-se as unidades temáticas, as aulas, visitas de estudo e actividades de
área escolar.
1. Planificação no PEA
De acordo com LIBÂNEO (2008, p.221), planificação é uma tarefa docente que inclui previsões das
actividades didácticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objectivos propostos,
quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. Na outra vertente, considera-se a
planificação como um meio para se programar as acções docentes, mas é também um momento de
pesquisa e reflexão intimamente ligado a avaliação. (NIVAGARA, s/d, p.218).
Conhecimento da realidade – consiste na sondagem ou busca de dados, o que permite saber quais
as aspirações, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos e do ambiente em que o aluno
está inserido. Para facilitar a compreensão desta etapa, propõe-se que se observe o esquema a
baixo apresentado.
Conhecimento da Realidade
Aluno: (Aspirações,
Frustrações, Necessidades Ambiente: (Escolar e
Sondagem Comunitário)
e Possibilidades)
Diagnóstico
Fig. 2: Esquema da 1ª Etapa da Planificação do Ensino
Elaboração do plano – a partir dos dados fornecidos pela sondagem e interpretados pelo
diagnóstico, temos condições de estabelecer o que é possível alcançar, como fazer para alcançar o
que julgamos possível e como avaliar os resultados.
Execução do plano – consiste no desenvolvimento das actividades previstas. Na execução, sempre
haverá um elemento não plenamente previsto, às vezes a reacção dos alunos ou as circunstâncias
do ambiente exigirão adaptações e alterações na planificação, pois uma das características de uma
boa planificação deve ser a flexibilidade.
Avaliação e aperfeiçoamento do plano – depois da execução do que foi planificado, passam a
avaliar o próprio plano com vista a replanificação. Para além de avaliar os resultados do ensino -
aprendizagem, procuramos avaliar a qualidade do nosso plano, a nossa eficiência como professores
e a eficiência do sistema escolar.
Os dois autores estabelecem uma relação entre si na medida em que Nivagara aglutina no nível central a
planificação a longo e médio prazo, mantendo o nível do professor a que Libâneo apelidou de planificação
a curto prazo.
1.3.1Nível Central
Neste nível faz-se a planificação curricular a nível da nação que abrange a todos os níveis e graus de
ensino-aprendizagem e, na base disso, procede-se a definição do perfil de saída do nível, grau, curso,
disciplina, ano, a partir do qual se faz:
Com base nos programas detalhados elabora-se o livro dos alunos, o manual do professor e outros meios
de ensino-aprendizagem.
Sumário;
Novos conceitos a serem leccionados;
Objectivos que os alunos deverão atingir;
Estratégias;
Materiais necessários a aula;
Linguagem específica a utilizar.
Objectivos – consistem em descrição clara do que se pretende alcançar, como resultado da nossa
actividade;
Conteúdos – constituem a base objectiva da instrução-conhecimento sistematizado e habilidades.
Os conteúdos vêm indicados em linhas gerais, pelos programas de ensino.
Procedimento de ensino – trata-se de acções, processos ou comportamentos planeados pelo
professor para colocar o aluno em contacto directo com as coisas, factos e fenómenos que
possibilitem modificar a sua conduta, em função dos objectivos previstos;
Recursos de ensino são materiais que são usados – para facilitar a aprendizagem;
Avaliação – é um componente essencial do plano de ensino pelo facto de ajudar na determinação
do grau e quantidade de resultados alcançados em relação aos objectivos definidos.
3. Programação do PEA
Programar – é uma acção que visa organizar as actividades curriculares e extra-curriculares ou ainda.
Numa escola em que existe uma equipe de professores e um certo número de turma de várias disciplinas e
anos lectivos, é certamente necessário efectuar uma programação, que começa com a inscrição dos alunos,
com a constituição das turmas mediante critérios previamente definidos e com a elaboração dos horários
de alunos e professores.
A exigência de programas de ensino oficiais, que tem de ser obrigatoriamente comprido exige uma
programação prévia que consiste em saber:
As condições prévias dos alunos para aprendizagem ou conhecer o perfil dos alunos, que
proporcionam saber a partir donde se vai ensinar, ou seja, quais os pré requisitos mínimos que os
alunos devem ter para estar em condições de iniciar o estudo de uma determinada unidade lectiva;
Exigência dos planos e programas oficiais, garantem a implementação do processo de ensino
aprendizagem, ou seja, permitem identificar os métodos, técnicas e estratégias de ensino que serão
utilizados;
Objectivos e tarefas, pretende-se saber que resultados a obter no final da unidade didáctica ou ano
lectivo, utilizando instrumentos de avaliação previamente preparados em função dos objectivos de
ensino aprendizagem;
Princípios e condições do processo de transmissão e assimilação activa dos conteúdos são os
recursos disponíveis, ou seja, materiais e equipamento.
Conclusão
Qualquer actividade sistemática, para ter sucesso, precisa de ser planificada. A planificação é uma espécie
de garantia dos resultados. A planificação lectiva é essencial para um ensino de qualidade, na medida em
que representa a síntese do trabalho de preparação do PEA em todos os níveis. Entretanto, nenhuma
planificação pode ser considerada como um fim, mas antes como um meio auxiliar da prática pedagógica,
devendo ser realista e sintética.
Bibliografia
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica, São Paulo, Cortez Editora, 2008.
NIVAGARA, D. Daniel, Didáctica Geral. Aprender a ensinar. Ensino a distância, UP-Maputo s/d.
CAPÍTULO 2
Elementos do Grupo:
1. César Cassia
2. Gina Bento Sainda
3. Josefe Chico Mafione
4. Orlanda Angelina Mabote
5. Ramalho de Jesus Machado
6. Rui Rafael Mabunda
7. Sérgio Boavida Funjua
Introdução
A realização de uma aula ou conjunto de aulas pressupõe uma estruturação didáctica e deve ter etapas bem
ordenadas, que estabelecem a sequência do ensino de acordo com a matéria ensinada, as características do
grupo e de cada aluno e as situações didácticas específicas.
Neste capítulo, aborda-se os seguintes temas: Características gerais da aula; Tipos de aulas; Características
do processo de ensino; Processos didácticos básicos ∶ ensino e aprendizagem; Estrutura, componentes e
dinâmica do processo de ensino.
A palavra “aula” não se aplica somente á aula expositiva mais também a todas formas didácticas
organizadas e dirigidas de uma forma directa ou indirecta pelo um professor, tendo em vista realizar o
ensino e aprendizagem. Isto é, a aula é toda situação didáctica na qual se põem objectivos conhecimentos,
problemas, com fins instrutivos e formativos que incitam as crianças e jovens a aprender. (Libâneo 2008,
p.178).
2. Tipos de Aula
De acordo com o autor, os professores ganham varias experiencias no decurso dos seus trabalhos, sendo
assim eles ganham em sistema próprio de organização e distribuição das aulas conforme a material
conteúdo, o número de aulas semanais, adequando a cada tipo de aula e os métodos de ensino. A tarefa
docente visa organizar a assimilação activa, o estudo independente dos alunos, a aquisição de métodos de
pensamentos, a consolação do aprendido. Isto implica que as aulas sejam feitas em vários tipos sendo:
Conforme o tipo de aula, a matéria, objectivos e conteúdos escolhe-se o método de ensino dentro das
variações de cada um. (Idem, p. 192).
Segundo LIBÂNEO (2008, p. 77) o ensino é um processo que se caracteriza por desenvolvimento de
capacidades intelectuais com vista a obedecer uma direcção de acordo com os objectivos definidos, mas
com um carácter intencional e sistemático, onde a actividade do professor deve ser planificada de acordo
com as exigências de ensino e aprendizagem.
O processo de ensino visa alcançar resultados em todos os domínios que ajudam a desenvolver
capacidades cognitivas dos alunos. A actual prática escolar tem criado uma separação nos conteúdos do
ensino, desenvolvimento de capacidades, habilidades e aspectos materiais e aspectos formais do ensino.
A actividade de ensinar é vista como transmissão de matéria aos alunos, escutarem, responderem
perguntas do professor, resolverem exercícios, fazerem o TPC e resolverem as provas de avaliação.
Esta prática não consegue verificar o nível de conhecimentos já adquiridos pelo aluno, para enfrentar nova
matéria, nem de detectar as lacunas individuais durante a assimilação da matéria, razão o aluno vai
progredindo com problemas sérios de aprendizagem. O certo deviam criar mecanismos de ligar o
conhecimento novo com o que se aprendeu antes, por isso é essencial a avaliação permanente para
descobrir as dificuldades dos alunos.
O professor restringe-se apenas dentro da sala de aulas, não se preocupa com o que acontece fora da
escola, esquecendo que forma o homem para se inserir na sociedade. A parte integrante do professor e do
aluno é a realidade social, politica, económica e cultural. Porque o processo de ensino é o conjunto de
actividades para o professor/aluno com o objectivo de dominar e desenvolver as capacidades cognitivas. A
relação professor, aluno e matéria é dinâmica razão que dita neste processo de ensino uma estruturação
das etapas de desenvolvimento de uma aula. Abordaremos esta matéria com profundidade no capítulo 4.
4.1 A aprendizagem
A condução do processo de ensino requer uma compreensão clara e segura do processo de aprendizagem:
em que consiste, como as pessoas aprendem, quais as condições externas e internas que o influenciam?
Podemos distinguir a aprendizagem casual e a organizada.
a) O nível reflexo refere-se às nossas sensações pelas quais desenvolvemos processos de observação
e percepção das coisas e nossas acções motoras no ambiente;
b) O nível cognitivo refere-se a aprendizagem de determinados conhecimentos e operações mentais,
caracterizada pela apreensão consciente, compreensão e generalização das propriedades e relações
essenciais da realidade (Ibid.).
O professor propõe objectivos e conteúdos tendo em conta características dos alunos e da sua prática da
vida. Os alunos por sua vez, dispõem em seu organismo físico-psicológico de meios internos de
assimilação activa, meios que constituem o conjunto de suas capacidades cognoscitivas, tais como:
Percepção, motivação, compreensão, memoria, atenção, atitudes, conhecimentos já disponíveis. (Libâneo,
p. 83).
Conteudo
Professor Aluno
linguagem é o veículo para a formação e expressão dos nossos pensamentos. As formas de linguagem
expressam as condições sociais e culturais da vida das pessoas.
Na aprendizagem escolar, a motivação intrínseca precisa de ser apoiada frequentemente na motivação
extrínseca, a fim de manter de pé o interesse, a atenção e o envolvimento dos alunos no trabalho docente.
A aprendizagem escolar não deve ser unidireccional do professor, transferindo conhecimentos para a
cabeça dos alunos, não deve ser aquela em que o objectivo são necessidades e interesses imediatas mas
sim o aluno enfrenta a matéria por suas próprias forças cognitivas confrontando os conteúdo do processo
sistematizado, à experiencia sócio - cultural que trazem do seu meio social às motivações e expectativas.
(Libâneo, 2008, pp. 86-88)
7. Ensino
O ensino é a actividade do professor na organização, selecção e explicação dos conteúdos, organização
das actividades de estudo dos alunos, encaminhando objectivos, métodos, formas organizativas e meios
mais adequados em função da aprendizagem dos alunos. A aprendizagem é actividade de assimilação de
conhecimentos e habilidades dos alunos.
O processo de ensino abrange a assimilação de conhecimentos, mas inclui outras tarefas tais como:
O professor deve antecipar os objectivos de ensino, explicar a matéria, puxar dos alunos
conhecimentos que já dominam, estimula-los no desejo de conhecer a matéria nova;
Transformar a matéria em desenvolvimentos significativos e compreensíveis, saber detectar o nível
da capacidade cognitiva dos alunos. O ensino, assim é uma actividade de mediação pela qual são
providas as condições e os meios para os alunos se tornarem sujeitos na assimilação de
conhecimentos.
Conclusão
Sendo a aula a forma predominante de organização do processo de ensino, onde são criadas,
desenvolvidas, e transformadas as condições necessárias para que os alunos assimilem os conhecimentos,
habilidades, atitudes e convicções que lhes vão ajudar a desenvolver as suas capacidades cognitivas. No
entanto, existe uma relação entre o ensino e a aprendizagem, e que essa relação não é mecânica porque
visa estimular, dirigir e impulsionar este processo.
O PEA tem como objectivo lograr resultados em todos os domínios que ajudam a desenvolver capacidades
cognitivas dos alunos através das aulas.
Bibliografia
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica, São Paulo, Cortez Editora, 2008.
CAPÍTULO 3
PLANO DE LIÇÃO
Elementos do grupo:
Introdução
O presente capítulo pretende ilustrar os procedimentos da elaboração do Plano de Lição, este como uma
das esferas na dinâmica do ensino-apendizagem.
Nesta vertente, o mesmo irá falar das etapas ou fases que se seguem na sua elaboração, tais como:
Preparação e Introdução da matéria, Tratamento Didáctico da matéria nova, Consolidação e
aprimoramento dos conhecimentos e habilidades, Aplicação, Controle e avaliação dos resultados
escolares.
1. Plano de Lição
É um detalhamento do plano de ensino, ou seja, é a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido num
período lectivo, onde as unidades e subunidades (tópicos) que foram previstas em linhas gerais são
especificadas e sistematizadas para uma situação didáctica real. Na elaboração do plano de aula, deve-se
levar em consideração em primeiro lugar, que a aula é um período de tempo variável. (Libâneo2008, p.
241).
Aula é um conjunto dos meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino
em função de actividade própria do aluno no processo de aprendizagem escolar. Ou seja, é a forma
didáctica básica de organização do processo de ensino. O plano de lição desempenha uma tarefa crucial e
constitui uma das esferas na dinâmica do PEA.
1. Mediadores da Planificação
A planificação se realiza através de mediadores da planificação, o que quer dizer que a escola, os
professores esboçam a tarefa do ensino através de tipos diversos materiais didácticos que oferecem. Não
se confrontam directamente com o programa, mas sim através de mediadores que actuam como guias.
Podemos destacar os seguintes mediadores mais frequentes: (Miguel, 2006)
Livros de texto;
Materiais comerciais;
Guias curriculares;
Revistas e experiências (casos ouvidos/lidos).
Para Libâneo, a estruturação da aula é um processo que implica criatividade e flexibilidade do professor,
isso para que ele saiba o que fazer em situações didácticas específicas, cujo rumo nem sempre é previsível.
Na sua perspectiva deve-se portanto, entender os passos ou etapas didácticos como tarefas do processo de
ensino relativamente constantes e comuns a todas as matérias considerando se que não há entre elas uma
sequência necessariamente fixa, e que dentro de uma etapa se realizam simultaneamente outras. Na sua
abordagem, distingue cinco passos didácticos que se apresentam: (Libâneo2008, p.170)
No início da aula, a preparação dos alunos visa criar condições de estudo: mobilização da atenção para
criar uma atitude favorável ao estudo, organização do ambiente, suscitamento de interesse de ligação da
matéria nova em relação à anterior.
A motivação inicial inclui perguntas para verificar se os conhecimentos anteriores estão efectivamente
disponíveis e prontos para o conhecimento novo. Portanto, a actividade do professor é estimular o
raciocínio dos alunos, instiga-los a emitir opiniões próprias sobre o que aprenderam, faze-los ligar os
conteúdos à situações da vida real.
A preparação dos alunos é uma actividade e sondagem das condições escolares prévias dos alunos para
enfrentar o assunto novo. O professor fará, então a colocação didáctica dos objectivos, uma vez que é o
estudo da nova matéria que possibilita o encontro de solução. Os objectivos indicam o rumo do trabalho
docente, ajuda os alunos a terem clareza dos resultados a atingir. A duração desta etapa depende da
matéria, do tipo de aula, do preparo prévio ou do nível de assimilação dos alunos para enfrentar o assunto
novo. Evidentemente, se é o início de uma unidade de ensino, o tempo será maior (Idem, 182)
A assimilação consciente dos conhecimentos começa com a percepção activa dos objectos de estudo com
os quais o aluno se defronta pela primeira vez ao tema já conhecido que são enfocados de um novo ponto
de vista ou de uma forma mais organizada. Neste contexto, são desenvolvidas algumas actividades que
preparam os alunos para a sua percepção:
Antes de iniciar a matéria nova, recorda-se, sistematiza-se e são realizados exercícios em relação a
matéria anterior;
De acordo com autor, a consolidação pode ser reprodutiva, de generalização e criativa. A consolidação
reprodutiva tem um carácter de exercitação, isto é, após compreender a matéria os alunos reproduzem
conhecimentos, aplicando-os a uma situação conhecida.
A consolidação generalizadora inclui a aplicação de conhecimentos para situações novas, após a sua
sistematização, implica a integração de conhecimentos de forma que os alunos estabeleçam relações entre
conceitos, analisa os factos e fenómenos sobre vários pontos de vista, façam a ligação dos conhecimentos
com novas situações e factos da prática social.
A consolidação
aplicação de aprimoramento
carácter de do pensamento
conhecimentos
exercitação independente e
para situações
novas criativo
3.4 A Aplicação
A aplicação é a culminância relativa do processo de ensino, trata de prover oportunidades para os alunos
utilizarem de forma mais criativa os conhecimentos, unindo teoria e prática, aplicando conhecimentos,
seja na própria prática escolar, seja na vida social. O objectivo de aplicação é estabelecer vínculos do
conhecimento com a vida, de modo a suscitar independência de pensamento e atitudes críticas e criativas
Na aplicação de conhecimento e habilidades, o professor deve ter em conta aos seguintes aspectos: a
formulação clara dos objectivos e a selecção adequada dos conteúdos; ligação dos conteúdos da matéria
aos factos e a acontecimento da vida social e quotidiano do aluno.
O controlo e avaliação da aprendizagem dos alunos caracteriza-se por ser simultaneamente meio didáctico
e meio pedagógico, a avaliação é um meio didáctico e pedagógico por causa das suas finalidades.
Nivagara (s/d, p.122).
a) Função pedagógica didáctica - se refere aos objectivos gerais e especificas bem como ao meio e
condições de atingi-lo, uma vez que estes constituem o ponto de partida e os critérios para as
provas e para os de mais procedimentos de avaliação;
b) Função diagnóstica - se refere á análise sistemática das acções do professor e dos alunos, visando
detectar desvios e avanços do trabalho docente em relação aos objectivos conteúdos e métodos;
c) Função de controlo - se refere á comprovação e a qualificação sistemática dos resultados de
aprendizagem dos alunos face aos objectivos e conteúdos opostos através desta função. São
colectados os dados sobre o aproveitamento escolar que submetidos critérios quente a concepção
de objectivos.
Nesta vertente, pretendemos apresentar um modelo de plano debatido pelo grupo, citando o Nivagara.
3. As Tarefas de Casa
As tarefas para casa são um importante complemento didáctico para a consolidação, estreitamente ligada
ao desenvolvimento das aulas. A tarefa para casa consiste de tarefas de aprendizagem realizadas fora do
período escolar.
As tarefas de casa devem ser cuidadosamente planejadas pelo próprio professor, explicadas aos alunos, e
os seus resultados devem ser trabalhados nas aulas seguintes.
As tarefas de casa não devem constituir-se apenas de exercícios; constituem, também, de tarefas
preparatórias para aula (leituras, redacções, observações) ou tarefas de aprofundamento da matéria (um
estudo dirigido individual, por exemplo).
“Antes de ir a sala de aulas planifica-se com cuidado e com muita atenção as aulas”: faz um elogio aos
alunos para motiva-los e para que tenham ânimo de assistirem as suas aulas, faz uma pequena
recapitulação da aula anterior e depois introduz a matéria nova. Em seguida, entra numa conversa
(debate) relacionada com a matéria, dá-se exercícios para medir as habilidades de cada aluno para ter a
certeza de que todos estão no ritmo da aula e por fim dá uma tarefa de casa para eles poderem exercitar o
aprendido.
Conclusão
O plano de lição é extremamente importante, porque ele orienta as etapas ou fases na condução de uma
aula. Permite estabelecer a relação entre o professor, aluno e os conteúdos. É uma sequencia de tudo o que
vai ser desenvolvido em um período lectivo, com vista a sistematizar todas as actividades que se
desenvolvem no momento em que o professor e o aluno interagem numa dinâmica do PEA. No plano de
lição, os objectivos gerais estabelecem a relação entre os objectivos específicos e as actividades a serem
realizadas.
Bibliografia
CANDAU, Vera Maria. A Didáctica em questão. 17ª ed. .Petrópolis, Editora Vozes, 1999.
MIGUEL, A. Zabalda. Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola, 6ª ed. ASA editores, 2006.
CAPÍTULO 4
Elementos do Grupo:
1. António Wetimane Nhanombe
2. Belmiro Julião Chivale
3. Crestina Zenaida Soto
4. Jacinto Verniz Mbondo
5. Jozinho Eusébio Júlio
6. Reginaldo António Nhambi
7. Zacarias Manuel Manhique
Introdução
No processo de ensino-aprendizagem, são desenvolvidas actividades do professor e do aluno, sob a
orientação do professor, os alunos vão atingindo progressivamente o desenvolvimento das suas
capacidades e habilidades. Este capítulo debruçar-se-á sobre o tema Variantes Metódicas básicas na
Concretização do Processo de Ensino-Aprendizagem que inclui os seguintes subtítulos: o Conceito do
Método de Ensino; a Classificação dos Métodos de Ensino; e as Formas de Organização de Ensino.
O verdadeiro trabalho docente deve ter como ponto de partida e a sua finalidade, a realidade
social, política, económica, cultural da qual tanto o professor como o aluno são parte integrante;
(Ibid. pp. 79-80).
2. O Sentido de Métodos
Etimologicamente, método quer dizer «caminho para chegar a um fim». Representa a maneira de
conduzir o pensamento ou acções para alcançar um objectivo. É, também forma de disciplinar o
pensamento e as acções para obter maior eficiência no que se deseja realizar (Nivagara, s/d, p.155).
Métodos de ensino são um conjunto de acções, passos, condições externas e procedimentos utilizados
intencionalmente pelo professor para dirigir e estimular o processo de ensino em função da aprendizagem
dos alunos. Ou seja, são as acções do professor pelas quais se organizam as actividades de ensino e dos
alunos para atingir objectivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico. Eles regulam as
formas de interacção entre o ensino e aprendizagem, entre o professor e os alunos, cujo resultado é a
assimilação consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognitivas e operativas
dos alunos. (Libâneo, 2008).
A exposição verbal ocorre em circunstâncias em que não é possível prover a relação directa do aluno com
o material de estudo. Sua função principal é explicar de modo sistematizado quando o assunto é
desconhecido.
A demonstração é uma forma de representar fenómenos e processos que ocorrem na realidade. Ela se da
através de explicações em um estudo do meio através de explicação colectiva de um fenómeno por meio
de um experimento simples, uma projecção de slides.
A ilustração é uma forma de apresentação gráfica de factos e fenómenos de realidade, por meio de
gráficos, mapas, esquemas e gravuras a partir dos quais o professor enriquece a explicação da matéria.
A exemplificação é um importante meio auxiliar da exposição verbal, principalmente nas classes iniciais
do ensino do primeiro grau. Ocorre quando o professor faz uma leitura em voz alta, quando escreve ou
fala uma palavra, para que os alunos observem e repitam.
As tarefas de elaboração pessoal são exercícios nos quais os alunos produzem respostas surgidas do seu
próprio pensamento. O modo prático de solicitar esse tipo de tarefa é fazer uma pergunta ao que o leve a
pensar.
Para que o trabalho independente cumpra a sua função didáctica são necessárias condições prévias que o
professor deve desenvolver:
A forma mais típica do método de elaboração conjunta é a conversação didáctica, denomina-se, também,
aula dialogada. A conversação didáctica é “aberta” e o resultado que dela decorre, supõe a contribuição
conjunta do professor e dos alunos.
O professor traz conhecimentos e experiencias mais ricos e organizados; com o auxílio do professor, a
conversação visa levar os alunos a se aproximarem gradativamente da organização lógica dos
conhecimentos e a dominar métodos de elaborar as suas ideias de maneira independente.
independente. A finalidade principal do trabalho em grupo é obter a cooperação e interacção dos alunos
entre si na realização de uma tarefa.
Debate - são indicados alguns alunos para discutir, perante a classe, um tema polémico, cada qual
defendendo uma posição;
Philips 66- seis grupos de seis elementos discutem uma questão em poucos minutos para
apresentar depois as suas conclusões;
Tempestade mental – dado um tema os alunos dizem o que lhes vem à cabeça sem, preocupação
de censura a ideias;
Grupo de verbalização-grupo de observação (GV-GO) – uma parte da classe forma um círculo
central (GV) para discutir um tema, enquanto os demais formam um círculo em volta, para
observarem (GO);
Seminário – um aluno ou grupo de alunos prepara um tema para apresenta-lo à classe.
Actividade Especial
Denomina-se de actividades especiais aquelas que complementam os métodos de ensino e que concorrem para a
assimilação activa dos conteúdos. Exemplo: o estudo do meio, o jornal escolar, a assembleia de alunos, o museu
escolar, teatro e biblioteca escolar. (Passim).
Em relação aos métodos, Klingberg (s/d), citado por NIVAGARA (s/d, p.170) considera existência de três
variantes metódicas básicas:
Método expositivo;
Elaboração conjunta;
Trabalho independente.
A classificação dos métodos segundo Klingberg tem sido largamente utilizada pelos professores,
particularmente em Moçambique, em virtude de que nela incluir o resto dos métodos e técnicas de ensino
indicados pelos outros autores, mas também parece ser de fácil uso no processo de ensino-aprendizagem.
Por outro lado, devemos notar que a utilização dos métodos de ensino no PEA não ocorre nem deve ser de
forma que se utiliza preferencial e exclusivamente um determinado método de ensino; a combinação e a
alternância dos métodos de ensino é uma das estratégias pedagógicas importantes na utilização dos
métodos de ensino.
Aprendizagem Frontal
Neste tipo de aprendizagem, os alunos são postos em sala de aula, o professor se posiciona à frente deles
e, por sua vez, os alunos um atrás do outro, escutam (atentamente) o professor e, também observam os
seus gestos e movimentos dentro da sala. É a forma mais frequente e mais usual e que as outras a
complementam, é nela onde assentam todas as formas de organização do ensino.
Aprendizagem Individual
Este tipo de aprendizagem caracteriza-se por todos os alunos terem a mesma tarefa, e também é possível
que haja alunos que tenham tarefas distintas dos demais. Mas têm em comum que o professor trata no
sentido que cada aluno trabalhe por si. Duma maneira mais compreensível, apresenta-se um esquema da
seguinte maneira:
Professor
Orienta
Tarefas
Colectiva Individual
Aprendizagem em Grupo
A turma é dividida temporariamente em grupo onde
resolvem em conjunto uma tarefa, por sua vez o
professor faz um acompanhamento no sentido de que
dentro dos grupos se atinjam acções colectivas de
aprendizagem, exorta aos alunos para que cheguem a
um acordo na tarefa, a discutindo a via de solução;
Nesta forma de organização do ensino e aprendizagem, muito apropriada para a realização de um ensino
diferenciado, a turma é temporariamente dividida em secções: por exemplo, se divide a turma em três
secções, uma secção trabalha sem a orientação do professor, uma segunda recebe uma breve orientação e
se exorta para o trabalho individual e, finalmente, o professor se ocupa directamente na terceira secção a
qual dá uma explicação prolongada.
Dar oportunidades aos alunos para procurarem as relações ou mesmo definições a partir dos seus
conhecimentos individuais ou empíricos;
Retribuir trabalhos em grupo de três ou cinco alunos, para conjugarem as suas ideias ou iniciativas
criadoras a partir do seu seio, uma vez que isso diminui a vergonha e complexo de inferioridade,
quando fosse directamente com o professor;
O professor deve ser o problematizador das situações do ensino; os alunos procuradores de regras e
de melhorar soluções para as situação apresentadas;
As soluções que os alunos encontram devem ser discutidas na sala de aula com todos os alunos,
como formas de valorizar a ideia de cada um na busca de soluções comuns;
As soluções devem partir do consenso englobando professor e alunos como forma amigável e
importante de que os alunos são parte do processo.
Conclusão
Os métodos de ensino-aprendizagem são acções do professor e de alunos pelos quais se organizam as
actividades do ensino para se atingir os objectivos do trabalho docente em relação a um conteúdo
específico. Eles regulam as formas de interacção entre ensino e a aprendizagem, o professor e o aluno,
cujo resultado é assimilação dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognitivas pelos
alunos. No entanto, distingue-se três (3) métodos mais usados como: Expositivo, Elaboração Conjunta e
Trabalho Independente.
Bibliografia
FERNANDEZ, F. Addine, Didáctica: Teoria y Prática. Habana, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo, Cortez Editora, 2008.
NIVAGARA, D. Daniel, Didáctica Geral. Aprender a ensinar. Ensino a distância, UP-Maputo s/d.
PILETTI, Claudino. Didáctica Geral.23ª ed. Cap.10, Avaliação. São Paulo, Editora Ática, 2004.
CAPÍTULO 5
Elementos do Grupo:
1. Albertina Machel
2. Amália Helena Manjate
3. Amâncio Ernesto Mondlane
4. Berta Ana Filipe
5. Emília Gimo
6. Rafael Jorge Mucalanga
7. Tomas Cumbana
Sebenta de Didáctica Geral – Maputo/2016
55
Introdução
O presente capítulo vai debruçar-se sobre os Meios e Recurso do Processo de Ensino-Aprendizagem, suas
classificações, importância dos critérios e princípios da sua utilização. Esses materiais são relevantes para
a concretização do processo de ensino-aprendizagem.
1. Meios de Ensino
Na óptica de LIBÂNEO (2008, p. 173) os meios de ensino são todos recursos materiais utilizados pelo
professor e pelos alunos para a organização e condução metódica do processo de ensino-aprendizagem.
Na perspectiva Pilettiana os meios de ensino são componentes do ambiente de aprendizagem que dão
origem à estimulação para o aluno. O autor classifica os meios da seguinte maneira:
Motivar o estudante.
Desenvolver a observação.
Comunidade Escolar
Pessoal Escolar
Professores e Alunos.
Com estas imagens, pretende-se fazer perceber a diferença entre Recursos e Meios de ensino no Processo
de Ensino-Aprendizagem e a sua finalidade.
Motivam e despertam
interesse dos alunos na aula.
2. Técnicas de Ensinar
Sendo as técnicas formas concretas de proceder, é necessário ter clareza sobre os seus diversos tipos de
emprega-las. E claro que cada situação, cada disciplina exige técnicas definidas, que geralmente não
únicas e exclusivas. Por isso devem se variar as técnicas, tanto por causa dos assuntos, como atendendo as
características das diversas situações. O autor distingue três tipos de técnicas:
É preciso ressaltar que não existe nenhum meio de ensino que possa ser utilizado com êxito sem que se
submeta a um método prévio que venha a se responsabilizar pelo estabelecimento das estratégias e
procedimentos segundo os quais se fará efectivamente o uso dos meios ao longo do processo de ensino-
aprendizagem. Especialmente após o advento das novas tecnologias da informação e comunicação,
recursos audiovisuais mais modernos, como computadores, software educacionais, redes telemáticas,
equipamentos multimédia. Os meios parecem ter adquirido alguma autonomia perante os métodos, com
isso ultrapassaram o limite de sua esfera de actuação e comprometeram a concepção sistémica e dinâmica
do processo de ensino-aprendizagem. (Idem, p. 22)
O uso dos meios/recursos de ensino no PEA, tem importância na medida em que motiva e desperta
interesse dos alunos na aula; ajuda transparecer a matéria, levando o aluno a compreender os factos reais e
serve ainda para concretizar a aprendizagem do aluno.
Conclusão
Os meios e recursos de ensino são elementos indispensáveis para o PEA, visto que permitem a
concretização da aula, motiva e desperta interesse dos alunos na aula facilitando deste modo a percepção
do aluno e compreensão dos factos e conceitos. A selecção dos meios e recursos dependem do tipo de aula
e das condições concretas em que estas vão decorrer, deste modo o professor deve ter o domínio para fazer
a selecção e o uso correcto dos mesmos.
Bibliografia
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo, Cortez Editora, 2008.
PILETTI, Claudino. Didáctica Geral.23ª ed. Cap.10, Avaliação. São Paulo, Editora Ática, 2004.
CAPÍTULO 6
Elementos do Grupo:
Introdução
Este capítulo tem como finalidade fazer uma abordagem sobre os aspectos relativo a avaliação pedagógica
de aprendizagem. Procura também identificar o conceito de avaliação, seus objectivos, funções e tipos,
bem como identificar as etapas do processo de avaliação pedagógica.
1. Conceitos Básicos
Avaliação é uma tarefa didáctica necessária e permanente do trabalho docente que deve acompanhar passo
a passo o processo de ensino e aprendizagem. (Libâneo, 2008)
Segundo o professor Cipriano Carlos citado pelo Libâneo, avaliação é uma apreciação qualitativa sobre
dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o
seu trabalho.
No âmbito escolar, Libâneo considera avaliação escolar como um componente do processo de ensino que
visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes
com os objectivos propostos e, dai, orientar a tomada de decisões em relação as actividades didácticas
seguintes.
2. Tarefas da Avaliação
Nos diversos momentos do processo do ensino, Libâneo destaca as seguintes tarefas de avaliação a
verificação, a qualificação e apreciação qualitativa.
Verificação: consiste na colecta de dados sobre o aproveitamento dos alunos, através de provas,
exercícios e tarefas ou de meios auxiliares como observação de desempenho e entrevistas;
Qualificação: faz-se a comprovação dos resultados alcançados em relação aos objectivos e,
conforme o caso, atribuição de notas ou conceitos;
Apreciação qualitativa: é avaliação propriamente dita dos resultados, referindo-os a padrões de
desempenho esperados.
3. Tipos de Avaliação
Nivagara distingue três tipos de avaliação no PEA, nomeadamente avaliação diagnostica, formativa ou
continua e sumativa.
todos os seus alunos a terem o domínio do saber, saber fazer e saber ser/estar correspondentes à objectivos
considerados fundamentais.
Pais e Monteiro citando Despacho Normativo 338/93, a avaliação formativa é um elemento integrante da
prática educativa que permite a recolha sistemática de informação e a formulação de juízos para a tomada
de decisões adequadas às necessidades dos alunos e do sistema educativo.
Esses autores citando Scriven e Nunziati, fazem a distinção entre a avaliação formativa e a avaliação
formadora, na qual a primeira dirige-se mais para o professor com a finalidade de levar o professor a
actualizar os seus conhecimentos didácticos, a cultivar coerência entre os seus critérios, as escolhas
didácticas e a auto-valorização da sua personalidade perante o aluno. Em outras palavras, diríamos que a
avaliação formativa assegura que os processos se adeqúem as características dos alunos, permitindo a
adaptação do ensino às diferenças individuais.
Avaliação Formadora constitui um percurso de avaliação conduzida por aquele que aprende (alunos) e é
um instrumento de construção dos conhecimentos que o aluno precisa de adquirir. Em esquema abaixo,
visualiza-se as características de cada tipo de avaliação.
Avaliação Formativa
Professor
Formativa Formadora
Aluno
• Actualizar os seus conhecimentos didácticos;
• A procurar coerências entre os seus critérios e Constitui instrumento de
as escolhas didácticas; construção dos conhecimentos que
• A relativizar o peso da sua pessoa no o aluno precisa de adquirir.
comportamento de avaliador.
No entanto, uma avaliação formativa no verdadeiro sentido da palavra não resulta sem uma regulação
individualizada das aprendizagens. O que significa que a mudança das práticas de avaliação deve ser
acompanhada por uma transformação do ensino, da gestão da turma, de uma atenção especial aos alunos
com dificuldades.
Uma avaliação formativa, de acordo com os autores coloca a disposição do professor informações mais
precisas, mais qualitativas sobre os processos de aprendizagem, as atitudes e tudo o que os alunos
adquiram.
Tendo em conta a função reguladora, é importante não esquecer que a avaliação não é um fim em si. Daí
que seja essencial discutir e negociar os critérios de avaliação para encontrar soluções e tomar decisões.
Não basta apenas conhecer os critérios da avaliação, há que discuti-los e explica-los. Portanto, os
objectivos e os critérios deverão ser claros e bem entendidos pelos intervenientes. (PAIS &MONTEIRO,
1996, pp. 46-47).
Nunziati no livro de Pais & Monteiro, apresenta basicamente dois tipos de critérios: Os critérios de
realização e os critérios de sucesso.
Critérios de Realização – indicam o que se espera dos alunos, visam a regulação de aprendizagem, e
permitem a sua reorientação (aluno e professor).
Critérios de sucesso–referem-se aos produtos da aprendizagem; são critérios de incidência sumativa, pois
incidem mais sobre os produtos que sobre os processos. (Ibid. 47).
De acordo com L. C. Ribeiro, citado por Pais e Monteiro (1996, p. 49) a avaliação sumativa pretende
ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir
resultados já recolhidos por avaliações de tipo formativo e obter indicações que permite aperfeiçoar o
processo de ensino. A avaliação sumativa complementa um ciclo de avaliação em que já foram utilizadas
a avaliação diagnostica e a Formativa. Portanto, no decurso do PEA, ela tem uma função formativa, uma
vez que permite adequar o ensino às necessidades de aprendizagem dos alunos.
Em suma, a avaliação sumativa constitui sempre um balanço final, um balanço de resultados no final de
um segmento de ensino aprendizagem.
De um modo geral, segundo os autores, pode se dizer que os três tipos de avaliação aparecem associados
pela complementaridade das suas funções e podem, por isso, ser utilizados em qualquer altura do ano
lectivo. Vede o esquema a baixo. (Idem, p. 50).
Avaliação Diagnostica
os três tipos de
avaliação
complementam-se
através das suas
funções e podem ser
utilizados em
qualquer altura do
ano lectivo.
avaliação sumativa
Avaliação Formativa
4. Finalidades de Avaliação
Segundo o manual de apoio e avaliação pedagógico, a avaliação dos alunos é um elemento indispensável
para uma prática educativa integrada, ou seja, é um elemento chave no processo de ensino.
Determinar a selecção dos métodos e recursos educativos para situação específica da aula;
Orientar o professor na identificação das dificuldades dos alunos, na sua relação com o aluno, bem
com outros professores e pais/encarregados de educação, na busca de soluções para colmatar
algumas dificuldades;
Auxiliar aos alunos na formação e consolidação do seu próprio processo educativo.
Melhorar a qualidade do sistema educativo através da introdução de alterações curriculares,
melhorando deste modo a qualidade das estratégias do ensino.
5. Objectivos da Avaliação
Objectivos de avaliação
Pais/Encarregados
da Educação
Alunos Professor
6. Método de Avaliação
Segundo PCEB, são propostas para avaliação os seguintes métodos: Formal e informal
● Formal- consiste na realização periódica de teste referenciado a critérios. O uso deste método requer
uma organização, planificação que possa ajudar o professor e o aluno a atingir os seus objectivos
preconizados.
● Informal- consiste numa avaliação levada a cabo dia a dia muitas das vezes realizada de uma forma
casual dentro ou fora da sala.
7. Funções de avaliação
Segundo LIBÂNEO, avaliação escolar cumpre pelo menos três funções: Pedagógico-didáctica,
diagnóstico e de controlo.
7.1 A função pedagógico-didáctica– se refere ao papel da avaliação no cumprimento dos objectivos gerais
e específicos de educação escolar. Cumprindo a sua função didáctica, a avaliação contribui para
assimilação e fixação, pois a correcção dos erros cometidos possibilitam o aprimoramento, a ampliação e
aprofundamento de habilidades, e desta forma o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas.
7.2 A função diagnóstica– permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e actuação do
professor que por sua vez determina modificações do processo do ensino para melhor cumprir as
exigências dos objectivos.
7.3 A função de controlo – se refere aos meios e frequência das verificações e de qualificação dos
resultados escolares, possibilitando o diagnóstico das situações didácticas.
8. Fases/Etapas de Avaliação
O processo de avaliação compreende as seguintes fases:
9. Auto-avaliação
BROWN & SMITH (2000, p. 128) acreditam a auto-avaliação como a capacidade que os estudantes têm
de se avaliar em si mesmo e aos seus colegas, e na importância de utilizar a avaliação por eles feita em
grupo. Para ele, os estudantes aprendem muito uns com os outros, e quando temos um grande numero de
alunos.
Conclusão
A avaliação pedagógica de aprendizagem constitui em linhas gerais, operações fundamentais da avaliação
de resultados de ensino.
A função de avaliar tem hoje um lugar preponderante em qualquer operação de planificação sistemática e
nos mais diversos domínios educacionais. Compreende se facilmente o porquê, num plano modesto ou de
grande dimensão, a curto ou a longo prazo, visam se sempre metas ou objectivos que importam atingirem.
O processo de avaliação visa também orientar o professor na sua relação com o aluno e a comunidade
escolar, permitido desta forma melhorar a qualidade do sistema educativo através da introdução de
alterações curriculares e a escolha de estratégias eficazes de ensino. Para tal, a avaliação deve ser
dinâmica, contínua e sistemática, em toda a sua extensão.
Bibliografia
BROWN, S., SMITH, B..500 Tipson Assessment, Editorial Presença, Lisboa, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica, Avaliação escolar. S. Paulo Cortez Editora, 2008.
CAPÍTULO 7
Elementos do Grupo:
1. Aida Luísa
2. Angelina Francisco Sambo
3. Bento Soares Sambo
4. Célia José Patrique
5. Cláudia C. Mahumane
6. Ercília Bento Manhiça
7. Ilídio Armando Punguane
8. Marcelino Custódio Timbe
9. Mary Conceição Quingui
Introdução
O presente capítulo aborda as Técnicas e Instrumentos de Avaliação que são procedimentos que
acompanham a evolução estudantil.
Este capítulo tem como objectivo aprofundar a utilização das técnicas e instrumentos comuns de avaliação
como: prova escrita dissertativa, prova escrita de questões objectivas, questões certo-errado (C ou E),
questões de lacunas (para completar), questões de correspondência, questões de múltipla escolha, questões
do tipo “ teste de respostas curtas” ou de evocação simples, questões de interpretação do texto, questões de
ordenação, questões de identificação, observação sobre as provas escritas.
Medidas de rendimento escolar - visam verificar a quantidade de rendimento que o aluno apresenta.
Portanto, as medidas de rendimento escolar dividem-se em dois tipos:
Provas objectivas: classificam-se em três grupos que são: escolha de uma resposta, evocação de uma
resposta e ordenação de elementos
Provas subjectivas – oferecem estímulos que permitem ao aluno apresentar respostas correctas, segundo o
seu ponto de vista (instruções para escrever, desenhar, esboçar; perguntas e dissertações; frases
incompletas; estímulos verbais e objectos).
Para extrair dados da observação que permitam um melhor conhecimento dos alunos individualmente e da
classe como grupo, para aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem, o professor deve tirar
conclusões após observar os alunos em várias situações de forma que o resultado da observação, não seja
uma simples opinião, mas sim, uma avaliação fundamentada. Caso o professor deseja fazer uma avaliação
mais sistemática de alguns alunos, pode registar observação numa ficha, que cada vez que observar um
aluno assinala ao lado de cada item uma apreciação que pode ser: sempre, quase sempre, raramente, muito
bom, bom, satisfatório ou insatisfatório;
Entrevista – é uma técnica simples e directa de conhecer e ajudar a criança do desempenho escolar, deve
ter sempre um objectivo: ampliar os dados que o professor já tem, tratar de um problema específico
detectado nas observações, esclarecer dúvidas, quanto a determinadas atitudes e hábitos da criança. A
entrevista requer um relacionamento amigável do professor com a criança: colocá-la a vontade, fazer
perguntas claras e compreensíveis, deixá-la falar a maior parte do tempo. (Libâneo 2008, pp. 213-216)
É uma ficha individual de registo simples. Pode-se utilizar um caderno comum e indicar em cada folha os
itens necessários, da seguinte forma. A ficha contém dados individuais de cada aluno: nome, apelido,
idade, endereço, nome dos parentes. (Ibid.).
Neste contexto, as notas ou conceitos traduzem, de forma abreviada, resultados do processo de ensino -
aprendizagem, não é objectivo de ensino apenas expressar níveis de aproveitamento escolar em relação
aos objectivos propostos.
O sistema de notas brasileiro situa o aproveitamento de alunos numa escala numérica de 1 a 10 e o sistema
de conceitos usa menções (excelente, bom, satisfatório e insatisfatório). (Idem).
No contexto Moçambicano a escala numérica é de 1 a 20. Portanto, é possível conjugar os dois sistemas,
primeiro atribuindo notas localizando-as na escala de conceitos.
3. Princípios da Avaliação
Segundo PILETTI (2004, p. 194) para que a avaliação adquira a importância que tem no processo de
ensino-aprendizagem, é necessário seguir, alguns princípios:
Partindo das ideias acima referenciadas, concluímos que não existe uma técnica mais importante que a
outra, visto que todas permitem a recolha e analise dos dados sobre o desempenho dos alunos.
Das várias técnicas ou procedimentos auxiliares de avaliação, as que têm sido viáveis são as de
observação, porque o professor avalia as capacidades e habilidades dos alunos e também a entrevista
porque permite com que o professor tenha informação sobre o meio social em que o aluno vive. Sobre o
impacto das técnicas e instrumentos de avaliação utilizados pelos professores, os resultados obtidos
permitem perceber a evolução progressiva na compreensão dos conteúdos em paralelo aos objectivos da
classe.
Conclusão
As técnicas e instrumentos de avaliação são indispensáveis para acompanhamento do rendimento
pedagógico individual do aluno, fundamentando as técnicas defendidas por alguns pedagogos, pois, o
docente implementa com vista ao alcance do sucesso da sua actividade. É a partir das técnicas e
instrumentos de avaliação, que no PEA é refeita a classificação do trabalho docente.
Com base nas técnicas e instrumentos de avaliação torna-se possível o controlo do desempenho dos
alunos e, com esses procedimentos, o professor ajuda o aluno a desenvolver as suas capacidades
cognitivas.
Bibliografia
LIBANEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo, Cortez Editora, 2008;
NIVAGARA, D. Daniel, Didáctica Geral. Aprender a ensinar. Ensino a distância, UP-Maputo s/d.
PILETTI, Claudino. Didáctica Geral.23ª ed., São Paulo, Editora Ática, 2004.
Conclusão Geral
Resumindo a Didáctica Geral é uma das disciplinas que geralmente usa-se nos sistemas de formação de
professores, se coloca ao centro da formação pedagógica do professor contribuindo significativamente
para desenvolver a compreensão da prática de realização do processo de ensino e aprendizagem que
favoreça um ensino activo e, ainda, desenvolver a capacidade de reflexão do professor sobre o PEA e
sobre a sua prática, de modo a poder melhorá-los. Dos vários conteúdos abordados nesta cadeira, conclui-
se que a planificação lectiva é essencial para um ensino de qualidade, na medida em que representa a
síntese do trabalho de preparação do processo do ensino aprendizagem em todos os níveis. É através da
planificação que se proporciona a forma didáctica básica de organização do processo do ensino (Aula),
onde são criadas, desenvolvidas, e transformadas as condições necessárias para que os alunos assimilem
os conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções que lhes vão ajudar a desenvolver as suas
capacidades cognitivas.
Para que a aula tenha êxito, é necessário que o professor seleccione e domine os métodos para que estes
regulem as formas de interacção entre o ensino e a aprendizagem, entre o professor e os alunos, cujo
resultado é assimilação dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos alunos.
Os meios e recursos de ensino são elementos indispensáveis para o processo de ensino e aprendizagem,
entretanto é necessário que o professor saiba seleccionar os mesmos de acordo o tipo de aula e das
condições concretas em que estas vão decorrer. Após a concretização e assimilação dos conteúdos, surge a
necessidade de avaliar para uma reflexão sobre o nível de qualidade de trabalho escolar tanto do professor
como dos alunos. Avaliação tem como finalidade orientar o professor na sua relação com o aluno e a
comunidade escolar, permitindo desta forma melhorar a qualidade do sistema educativo através da
Bibliografia Geral
BROWN, S., SMITH, B..500 Tipson Assessment, Editorial Presença, Lisboa, 2000.
CANDAU, Vera Maria. A Didáctica em questão.17ª ed., Petrópolis, Editora Vozes, 1999.
NIVAGARA, D. Daniel, Didáctica Geral: Aprender a ensinar, Ensino a Distância, UP-Maputo s/d.
PAIS, A., MONTEIRO, M., Avaliação – uma Prática Diária, Editorial Presença, Lisboa, 1996.
PILETTI, Claudino. Didáctica Geral.23ª ed. Editora Ática, São Paulo, 2004.