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Uma vez que o Estado é titular do poder jurisdicional, cabe a ele resolver os conflitos
penais. Para tanto, é necessária a presença de um juiz imparcial para conduzir este
processo, caso contrário haveria uma distorção no conceito de justiça, equidade e
isonomia entre as partes, conforme explica Tourinho: “Não se pode admitir Juiz parcial. Se
o Estado chamou a si a tarefa de dar a cada um o que é seu, essa missão não seria
cumprida se, no processo, não houvesse imparcialidade do Juiz”.
Este princípio garante que o Magistrado possua liberdade para julgar o processo
valorando as provas produzidas com o crivo do contraditório. Com isso, impede-se
julgamentos parciais e inquisitoriais, vedando qualquer decisão tomada com
conhecimento adquirido “extra-autos”.
5 Princípio da Publicidade
O artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal prevê que: “aos litigantes em processo
judicial ou administrativo e aos acusados em geral são assegurados o direito do
contraditório e da ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes”. Com isso, este
princípio pode ser considerado “primário e absoluto de defesa”7, garantindo ao réu o
direito de conhecer a acusação contra sua pessoa e pronunciar-se a respeito dela. Assim
nos explica Tourinho Filho:
Cabe as partes provocar a prestação jurisdicional. O advento deste princípio vem para
ratificar o Magistrado como figura imparcial no processo, figura essa que não pode dar
inicio ao processo sem provocação das partes. Porém, há certas previsões que contrariam
este principio, como a possibilidade de o Magistrado ordenar a produção de provas e a
decretação da prisão preventiva de ofício.
O Código de Processo Penal prevê em seu artigo 399, § 2º, que: “O juiz que presidiu a
instrução deverá proferir a sentença”. Com isso, esse diploma legal visou positivar o
Princípio da Identidade Física do Juiz, que garante o julgamento do processo por juiz que
tenha contato com o processo, evitando que um julgador que não possuiu contato direto
com as provas sentencie o feito.
Princípio positivado pela primeira vez no ano de 1215 pelo monarca João Sem Terra, foi
encontrado no Capítulo XV da Magna Carta inglesa com o nome de due processo of law.
Visava inibir arbitrariedades por partes das autoridades públicas, garantindo o direito dos
indivíduos não terem suas liberdades privadas sem que antes fossem submetidos a um
julgamento justo baseado na legislação vigente.
A nossa Constituição Federal garante que toda e qualquer prova obtida por meios ilícitos
não será admitida em juízo. Corrobora com essa premissa o artigo 157, do Código de
Processo Penal que prevê que: “São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais”. Destarte, toda prova que afrontar a legislação constitucional ou
ordinária, ferindo direitos materiais ou processuais, não será admitida em juízo.
12 Princípio da Presunção de Inocência