EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

DA __ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP

ALINE BOLSEIRO, brasileira, solteira, autônoma, inscrita no CPF sob o n.º

000.000.000-00, RG nº 3333333, e-mail alinebolseiro@asgardlive.com, residente e
domiciliada na Rua Lobélia Sacola-bolseiro, nº 746, Condado, São Paulo, SP, CEP
46024-125, por meio de seu advogado que esta subscreve, com fulcro no art. 554 e
seguintes, do CPC, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor:

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PERDAS E DANOS E PEDIDO DE

MEDIDA LIMINAR

Em face de JOÃO PAULO SACOLA-BOLSEIRO, brasileiro, solteiro, mecânico,

inscrito no CPF sob o n.º 222.222.222-22, portador do RG n.º 444444, e-mail
jpsb@mordor.com, residente e domiciliado na Rua Lobélia Sacola-bolseiro, nº 714,
Condado, São Paulo, SP, CEP 46024-125, e de NICE GAMGEE, brasileira, solteira,
costureira, inscrita no CPF sob o nº 777.777.777-77, portadora do RG n.º 8888888,
e-mail nicegamgee@asgardlive.com, residente e domiciliada na Rua Lobélia Sacola-
bolseiro, nº 354, Condado, São Paulo, SP, CEP 46024-125, pelos motivos e razões
de fato e direito expostas abaixo.

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I – DOS FATOS

A requerente, há cerca de cinco anos, é proprietária e possuidora do imóvel situado

na Rua Lobélia Sacola-bolseiro, 746, Condado, na cidade de São Paulo – onde
estabelece residência –, cujo terreno é constituído pela acessão e por um pomar,
conforme é demonstrado por meio dos documentos anexados (doc.1 e doc.2).

Ocorre que, em razão de uma repentina enfermidade enfrentada por sua mãe, a
requerente precisou fazer uma viagem de emergência ao interior de Minas Gerais,
razão pela qual imóvel em referência ficaria vazio pelo período aproximado de 02
(dois) meses até seu retorno. Diante de tal situação, a requerente informou aos seus
vizinhos, dentre os quais estão os requeridos, acerca de sua viagem, pedindo-os
que “olhassem” o imóvel durante sua ausência.

Após dois meses de sua partida, a requerente, ao retornar a São Paulo, encontrou o
imóvel de sua propriedade ocupado pelos requeridos, que ali fixaram moradia
acreditando que ela não mais retornaria a este município.

Durante a ocupação realizada de forma indevida e de má-fé pelos requeridos, estes

ocasionaram prejuízos financeiros à requerente, uma vez que danificaram o telhado
da casa ao instalar uma antena de televisão a cabo, que resultou em graves
infiltrações no imóvel durante período chuvoso, provocando danos estimados em R$
6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os requeridos, desde a indevida ocupação,
vêm colhendo e vendendo parte da produção de laranjas do pomar, o que causou à
requerente prejuízo estimado em R$ 19.000,00, até a presente data.

Por tais razões, e devido à urgência de reaver a posse e os prejuízos acometidos, a

requerente vem buscar seus direitos a presente ação de reintegração de posse.

II – DOS DIREITOS

A partir da narrativa dos fastos, aliada à apresentação dos documentos em anexo,

não restam dúvidas que a requerente é a real proprietária e possuidora direta do
imóvel. Ainda, verifica-se a existência de esbulho, sendo preenchidos todos os

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requisitos previstos no art. 561 do Código de Processo Civil.

Nessa linha, é sabido o direito da requerente ser reintegrada em sua posse, em

observância aos art. 1.210 do Código Civil1 e art. 560 do Código de Processo Civil2.
Importante ressaltar, ainda, a clandestinidade da posse dos requeridos, que ocorreu
por visível má-fé, nos moldes do art. 1.201 do Código Civil.

Considerando, ainda, a possibilidade trazida pelo Código Civil em seu artigo 555, a
cumulação do pedido possessório com indenização por perdas e danos faz-se
necessária, em razão dos prejuízos causados à requerente. Desse modo, pleiteia-se
a indenização por perdas e danos no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais),
referentes aos danos sobre a estrutura física do imóvel e ao desfazimento indevido
da produção de laranjas do pomar.

III – DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR

Apresentadas as razões, a requerente faz jus à presente medida liminar de

reintegração de posse, nos termos do art. 562 do Código de Processo Civil3,
cumulado com o art. 563, do mesmo diploma legal4, haja vista a peça inicial se
encontrar devidamente instruída, sendo atendidos os pressupostos delimitados nos
incisos do art. 561 do CPC5.

Destaca-se que a presente ação é de força nova, uma vez que a ofensa à
posse da requerente se deu a menos de um ano e um dia, conforme já mencionado,

1Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
2 Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em
caso de esbulho.
3 Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedi-

ção do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor
justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
4 Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou

de reintegração.
5 Art. 561. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III

- a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manu-

tenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

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devendo prevalecer o procedimento especial.

Na ação de reintegração de posse, proposta dentro de ano e dia do esbulho, a tutela

antecipada pode ser independentemente da afirmação de perigo, conforme indica o
art. 562 do CPC. Para a concessão da antecipação da tutela no procedimento
especial basta a presença dos requisitos do art. 561 do CPC, sendo então,
dispensado a demonstração de perigo.

Por fim, pede-se o deferimento de medida liminar e reintegração de posse.

IV – DOS PEDIDOS

Pelas razões expostas, requer-se a esse juízo:

a) o deferimento de medida liminar, inaudita altera pars, que determine a

reintegração de posse do imóvel situado na Rua Lobélia Sacola-bolseiro, nº 746,
Condado, São Paulo, SP, CEP 46024-125;

b) de maneira subsidiária, caso Vossa Excelência entenda necessária a audiência

de justificação, que esta seja considerada suficiente, com base no art. 563, com a
consequente expedição de mandado de reintegração de posse;

c) também subsidiariamente, caso Vossa Excelência não conceda liminarmente,

requer-se a procedência da presente ação com a consequência expedição do
mandado de reintegração da posse, condenando os requeridos ao pagamento das
perdas e danos consubstanciados no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);

d) que os requeridos sejam citados para que, querendo, contestem a presente ação
sob pena de serem reputados como verdadeiros os fatos alegados, conforme
preceitua o art. 344 do CPC;

e) que seja julgada procedente a presente ação, tornando definitiva a reintegração

de posse, com a condenação dos requeridos ao pagamento do valor de R$
25.000,00 (vinte e cinco mil reais), referente à indenização pelos prejuízos causados
à requerente;

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f) que se julgue procedente o pedido para considerar os requeridos ao pagamento
das custas judiciais e honorários advocatícios no percentual de 20% sobre o valor da
causa, conforme indica o §2º do art. 85 do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Nesses Termos,

Pede deferimento.

São Paulo/SP, 10 de março de 2020.

GABRIEL SILVA GUIMARÃES

OAB/SP 00042

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