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À

DEPUTADOS/AS FEDERAIS E SENADORES/AS

Senhores/as

O programa de Pós-graduação em Antropologia na Universidade Federal do Pará- UFPA


prima pela formação de um corpo de pesquisadores e docentes que possam atuar nessa região, deste
modo nasce dimensionado para formar antropólogos em nível de mestrado e doutorado,
contribuindo para aumentar a oferta de recursos humanos regionais, nacionais e internacionais
capacitados para a urgente tarefa de trazer subsídios para a solução de questões prementes postas
pela sociedade, principalmente a amazônica, e contribuir, assim, para o planejamento de políticas
públicas e programas mais adequados aos grupos, povos e populações que habitam a região.

Outrossim, informamos que o PPGA está situado no Estado do Pará na região Norte do país.
Essa região é avaliada pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e pelo
IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) como sendo a região onde se concentram
as dez cidades menos desenvolvidas do Brasil, segundo os Ministérios Públicos Estaduais,
Tribunais de Contas dos Estados, PNUD e IDHM, calculado com base nos dados em 2010. O que
nos posiciona como uma região que apresenta extremas necessidades para alcançar um
desenvolvimento e uma vida de qualidade para sua população.

Neste contexto, com a nova distribuição de bolsas para programas de pós-graduação no país,
foram impostos cortes altíssimos, mesmo para programas bem avaliados, em um momento social e
econômico crítico para o Brasil, com índices de desemprego assustadores e a ascensão do
coronavírus como problema de saúde pública.

Levando em consideração que havia sido acordada outra distribuição com representantes das
instituições de ensino superior no começo deste mês, precisamos que a atual decisão seja revista a
fim de manter o funcionamento mínimo da pesquisa e da produção científicas e tecnológicas, de
extrema importância para a valorização do pesquisador e da pesquisa no Brasil.

Os programas já haviam feito os ranqueamentos internos e a janela de implementação das


bolsas era para abrir esse mês. Ou seja, os pesquisadores se programaram financeiramente, alguns
saíram de outros empregos - importante lembrar que para assumir a bolsa, é preciso dedicação
exclusiva -, e agora estão sem nada. Alguns alunos mudaram de cidade e agora estão sem salário
para manter seus gastos básicos, impossibilitados de poder voltar para casa em virtude das
orientações para o isolamento. E nesse momento de pandemia, é impossível procurar outra fonte de
renda. Dessa forma, a continuação de nossas pesquisas, essenciais para o Brasil, uma vez que
fomentam o progresso social e econômico do mesmo, é prejudicada.

Em vistas do exposto, nós, acadêmicos dos cursos de Mestrado e Doutorado do PPGA/UFPA


viemos solicitar que vocês deem visibilidade ao drama que os pós-graduandos estão vivendo em
função de uma medida arbitrária tomada num momento de extremas dificuldades para os
trabalhadores e estudantes desse país.

Desde já agradecemos pela atenção e por qualquer contribuição significativa nesse assunto.

Atenciosamente,

Acadêmicos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA)

Universidade Federal do Pará (UFPA)

Belém, 24 de março de 2020.

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