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O ELETROCARDIOGRAMA NORMAL

Research · June 2015


DOI: 10.13140/RG.2.1.2814.4800

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Luiz F Junqueira, Jr
Brasilia University Medical School
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O ELETROCARDIOGRAMA NORMAL
Ac. Mauro de Deus Passos
Prof. Dr. Luiz Fernando Junqueira
Jr.
Universidade de Brasília
Disciplina de Fisiologia Médica I
Módulo Cardiovascular

O eletrocardiograma (ECG) é uma obedece a uma disposição determinada e


ferramenta clínico-laboratorial de extrema padronizada chamada derivação. Os eletrodos
importância para o registro do comportamento sempre captam uma diferença de potencial
elétrico do coração. Podemos conceituar o ECG entre dois pontos, um positivo e um negativo,
como sendo o registro gráfico da atividade ou um positivo e outro indiferente (ponto de
elétrica do coração, obtida na superfície potencial zero). No primeiro caso, o potencial
corporal. Em outros termos, representa o resultante captado é relativo e no segundo é
registro de potenciais elétricos em função do absoluto, isto é, indica neste caso, o potencial
tempo (fig. 1). Consiste numa série de ondas, real existente no ponto onde se situa o eletrodo.
identificadas por letras (P, Q, R, S e T), cada Em conseqüência, existem derivações bipolares
uma correspondendo a um evento ou conjunto e derivações unipolares. As bipolares são em
de eventos elétricos da ativação do miocárdio. número de 3 e constituem as derivações
É registrado com o auxílio de um clássicas de Einthoven ou bipolares dos
eletrocardiógrafo, ligado ao paciente por cabos membros. A combinação entre as mesmas foi
e eletrodos. originalmente feita sobre a forma triangular
constituindo o triangulo de Einthoven. A perna
direita funciona como terra, para remoção de
interferências elétricas ambientais e geradas
pelo próprio indivíduo

Fig. 1. Potencial Elétrico X Tempo

1. Derivações
Fig. 2. Triangulo de Einthoven
Como o corpo é um condutor de (Modificado de GOLDWASSER,
eletricidade, a atividade elétrica do coração 1997 [3])
pode ser captada em qualquer ponto da
superfície corporal por meio de eletrodos. A As derivações unipolares são em
colocação de eletrodos para o registro do ECG número de nove; três constituem as derivações

O Eletrocardiograma Normal 1
unipolares dos membros (aVR, aVL e aVF) e,
seis constituem as derivações unipolares
percordiais (V1, V2, V3, V4, V5 e V6). As
derivações bipolares dos membros, introduzidas
por Einthoven, registram a direção, amplitude, e
duração das alterações de voltagem do plano
frontal. As três derivações bipolares - I, II e III
registram, respectivamente, as diferenças de
potencial entre o braço esquerdo (LA) e o braço
direito (RA); entre o braço direito e perna
esquerda (LF); e entre o braço esquerda e a
perna esquerda. As derivações unipolares dos
membros são constituídas pela união de todas
as três extremidades a um terminal. Apesar do
terminal central, na realidade, registrar uma Fig. 4. Colocação dos cabos dos eletrodos nos
membros inferiores do indivíduo, através de placas
pequena voltagem, para efeitos práticos,
mantidas em contato com a pele por meio de pasta
considera-se que possua um potencial zero e condutora ou água comum (lembrar que: Perna
que sirva como eletrodo indiferente ou de esquerda - cabo verde; Perna direita - cabo preto)
referência. As diferenças de potencial
registradas pelo terminal positivo, o eletrodo As localizações do eletrodo
explorador, são dominadas pelos eventos explorador nas derivações precordiais são as
elétricos locais. Quando colocado sobre o braço seguintes – ver figuras 5 e 6: V1 - quarto
direito, o braço esquerdo, ou sobre o pé espaço intercostal, à direita do esterno; V2 -
esquerdo, o eletrodo explorador registrará os quarto espaço intercostal, à esquerda do
potenciais do respectivo membro. A letra a esterno; V3 - a meio caminho entre as
significa sinal ou voltagem amplificada, a letra derivações V2 e V4; V4 - quinto espaço
V indica potencial e as letras R, L e F, as intercostal, ao nível da linha hemiclavicular; V5
respectivas extremidades. Ao conectarmos o - linha axiliar anterior na mesma altura da
terminal central à extremidade na qual o derivação V4 e V6 - linha axilar média na
potencial será registrado de forma instantânea, a mesma altura da derivação V4. As derivações
amplitude registrada pela respectiva derivação dos membros captam a atividade elétrica
unipolar do membro altera-se; estas derivações cardíaca vista de frente e, por isso, são
são designadas por aVR, aVL e aVF. Observe chamadas de derivações do plano frontal.
nas figuras 3 e 4 a disposição dos eletrodos para
o registro eletrocardiográfico nas derivações
unipolares e bipolares periféricas.

V1 V2
V3

Fig. 5. Colocação dos cabos dos eletrodos para o


registro nas derivações V1 (4º EIC, à direita do
Fig. 3. Colocação dos cabos dos eletrodos nos
esterno), V2 (4º EIC, à esquerda do esterno) e V3
membros superiores do indivíduo, através de placas
(entre V2 e V4).
mantidas em contato com a pele por meio de pasta
condutora ou água comum (lembrar que: Braço
esquerdo - cabo amarelo; Braço direito - cabo
vermelho)

O Eletrocardiograma Normal 2
2. O Registro do ECG

O papel de registro do ECG tem o


desenho quadriculado: são pequenos quadrados
de 1mm de cada lado. A abscissa marca o
V5
intervalo de tempo, onde cada 1mm
V4 V6 corresponde a 0,04s (40ms), considerando-se a
velocidade padrão de 25mm/s (outras
velocidades eventualmente podem ser
utilizadas), a ordenada marca a voltagem, onde
cada 1mm corresponde a 0,1mV. No aparelho
devidamente ajustado, acionando-se o botão de
Fig. 6. Colocação dos cabos dos eletrodos para o calibração, a agulha deflexiona 10mm ou 1mV.
registro nas derivações V4 (5º EIC, na linha Na calibração, deve-se tomar cuidado especial
hemiclavicular esquerda), V5 (5º EIC, na linha com as situação de sub ou superamortecimento.
axilar anterior esquerda) e V6 (5º EIC, na linha Uma boa calibração é indicada por uma onda
axilar média esquerda) quadrática. Cada cinco quadrados pequenos são
destacados por uma linha mais forte,
As derivações precordiais captam a delimitando intervalos de 0,20s (200ms) e
atividade elétrica vista horizontalmente e, por 0,5mV. A freqüência cardíaca pode ser
isso, são ditas do plano horizontal. Descolando- calculada diretamente no traçado, dividindo-se
se as linhas de derivações do plano frontal o número 1500 pelo número de pequenos
paralelamente em relação a um ponto central quadrados entre dois QRS consecutivos (não
comum a todas, obtém-se um sistema hexa- utilizar intervalos que correspondam a
axial de derivações (sistema hexa-axial de extrassítoles ou pausas compensatórias após
Bayley, fig. 7), útil para a localização do eixo extrassístoles) – a demonstração dessa regra
elétrico médio de ativação ou recuperação do prática encontra-se a seguir, no quadro 1.
coração, que é um vetor imaginário resultante A freqüência cardíaca normal situa-se
dos infinitos vetores instantâneos elétricos do entre 60 e 100 batimentos por minuto. Acima
coração. Quando se unem as extremidades dos desse valor, falamos em taquicardia, abaixo
vetores instantâneos durante as ativações dos desse valor, bradicardia.
átrios (onda P), dos ventrículos (complexo
QRS) e da repolarização dos ventrículos (onda
T), obtém-se as alças de atividade elétrica 2.1. Regras gerais para a obtenção de um
correspondentes. traçado em condições técnicas satisfatórias

1) o paciente deve permanecer em decúbito


dorsal horizontal, ou sentado com os cotovelos
apoiados sobre os joelhos, se apresentar muita
dispnéia ou se o decúbito for incômodo. A
cama ou divã deverá ser de madeira,
preferentemente. Se houver partes de metal,
convém que sejam ligadas a um "fio terra", isto
é, a um condutor de água ou gás. É necessário
para o registro de traçados perfeitos um
ambiente tranqüilo, de temperatura agradável,
com o paciente imóvel e em posição
confortável a fim de evitar tremores
musculares;
2) o local deve ser, de preferência, afastado de
aparelhos de ondas curtas, fios de alta tensão,
motores e outros aparelhos elétricos, pois estes
poderão causar interferência no traçado;
Fig. 7. Sistema hexa-axial de Bayley 3) em geral cada aparelho é acompanhado de
(Modificado de GOLDWASSER, 1997 [3]) instruções próprias, de acordo com as suas
características, devendo ser as mesmas
rigorosamente observadas;
O Eletrocardiograma Normal 3
4) a tomada de corrente para ligar o aparelho 3. Análise do traçado eletrocardiográfico
(no caso de não se tratar de aparelho com (fig. 8)
bateria) deve permitir um contato firme e ser
suficientemente afastada do paciente; Antes de iniciarmos a descrição dos
5) preparo da pele do paciente: é conveniente vários acidentes eletrocardiográficos, convém
limpar-se com álcool, benzina ou éter o local da ressaltar que não é obrigatória a presença de
aplicação dos eletrodos, especialmente quando todos eles em um traçado normal. Isso
se emprega aparelho de amplificação óptica. dependerá do indivíduo (p. ex.: seu biotipo) e
Após a limpeza da pele, aplica-se da derivação que registra a atividade elétrica
aproximadamente 1cm de pasta apropriada. cardíaca. Um traçado hipotético contendo todas
Aplicada a pasta convém friccionar a pele do os acidentes eletrocardiográficos está ilustrado
local numa área não superior a 1cm2; na figura 4.
6) obedecidas as instruções acima enumeradas,
passa-se ao registro das diferentes derivações 3.1. Onda P
habituais.
• Inicia o traçado e corresponde a onda de
ativação (despolarização) atrial direita e
Quadro 1. Demonstração da regra prática para esquerda;
obtenção da freqüência cardíaca a partir do número • É uma deflexão de morfologia arredondada,
de pequenos quadrados entre dois intervalos QRS
simétrica, de pequena amplitude e que
consecutivos
precede todos os complexos QRS;
• Possui duração, medida entre os ramos
À velocidade de 25mm/s, durante 1 minuto, o inicial e final, de no máximo 100ms. Sua
papel percorrerá 1500mm. Para uma amplitude, medida entre a linha de base e o
freqüência cardíaca arbitrária de 60bpm (60 ápice, é de no máximo 3mm (0,3mV);
complexos QRS em 1 minuto), cada intervalo
• Tem polaridade positiva em D1-D2-aVF e
RR corresponde a 25mm ou 25 quadrados
em V2 a V6; é também positiva, na maioria
menores (1500mm/60 complexos QRS), pois
das vezes, em D3-aVL, em V1 pode ser
cada quadrado menor corresponde a 1mm.
bifásica, tipo positivo/negativo, com a fase
Assim, para qualquer número de quadrados
negativa muito pequena; em aVR é sempre
menores entre dois intervalos RR,
negativa.
consecutivos, o cálculo da freqüência
cardíaca poderá ser realizado por meio da
3.2. Segmento PR (sPR)
seguinte regra de três simples:
• É o segmento da linha de base ou
Freqüência Cardíaca Nº de quadrados
isoelétrica, que conecta o final da onda P ao
entre dois intQRS
início do complexo QRS;
60 (bpm) 25 • Corresponde ao intervalo de tempo em que
FC (bpm) N o estímulo leva para alcançar os ventrículos
após a despolarização atrial.
Como aumentando-se N diminui-se a FC,
podemos dizer FC e N são grandezas 3.3. Intervalo ou espaço PR (iPR)
inversamente proporcionais: “FC(bpm) está
para o inverso de 25 assim como 60 está para • É o intervalo de tempo medido entre o
inverso de N”. Assim, FC(bpm)xN = 60x25 = início da onda P e o início do QRS;
1500; Logo: FC(bpm) = 1500/N. • Corresponde ao tempo que o impulso
cardíaco leva para despolarizar os átrios,
Resultado: FC(bpm) = 1500/ N percorrer as vias de condução internodais, o
Com N igual ao número de quadrados nódulo AV, o feixe de His e ramos até
menores entre dois intervalos QRS alcançar os ventrículos;
consecutivos • Varia de um mínimo de 120ms até o
máximo de 200ms. Dentro destes limites, o
iPR será menor nas taquicardias e maior
nas bradicardias;
• Sofre importante influência da atividade
parassimpática.
O Eletrocardiograma Normal 4
• Possui morfologia ligeiramente
3.4. Complexo QRS arredondada e assimétrica, com a fase
ascendente mais lenta e a fase descendente
• Corresponde à despolarização ventricular; mais rápida. Uma onda T simétrica e
• Trata-se de uma deflexão de morfologia pontiaguda pode ser encontrada nos
espiculada e de inscrição contínua; indivíduos vagotônicos ou naqueles com
• Possui duração, medida entre o início e o insuficiência coranariana;
término da deflexão, que varia de 60 a • Sua duração é de difícil mensuração, pois
100ms. Sua amplitude é variável; nem sempre é identificado o ponto de
• Possui polaridade e morfologia variáveis: transição entre o final do segmento ST e o
em geral, nos adultos, observa-se um início da onda T. Habitualmente, não se
padrão mais ou menos constante nas mede a duração da onda T;
derivações precordiais, tipo: r-S em V1-V2, • Possui amplitude variável, sendo em geral,
R-S em V3-V4 e qRs em V5-V6. Já nas menor que o complexo QRS;
derivações periféricas, as deflexões são • Tem polaridade positiva em D1-D2-aVF e
muito diversificadas, em virtude das em V2 a V6; é também positiva, na maioria
rotações e posições elétricas. das vezes, em D3-aVL-V1; é sempre
negativa em aVR. Nos obesos e nos
3.5. Ponto J brevilíneos, a onda T pode estar negativa
em V1-V2, correspondendo a uma variação
• Corresponde ao ponto que marca a junção do normal. Nas crianças e adolescentes,
entre o final do complexo QRS e o início normalmente, a onda T se apresenta
do segmento ST. O ponto J deve estar ao negativa de V1 a V4, sendo então
nível da linha isoelétrica de base do denominada de onda T infantil ou juvenil;
traçado. • Sofre importante influência das atividades
autonômicas simpática e parassimpática.
3.6. Segmento ST (sST)
3.7. Intervalo QT (iQT)
• Corresponde à fase inicial da repolarização
ventricular; • É o intervalo de tempo entre o início do
• É o segmento de linha que segue e une o complexo QRS e o fim da onda T.
complexo QRS à onda T. Este segmento ST Corresponde à duração total da sístole
também deve estar ao nível da linha elétrica ventricular;
isoelétrica de base do traçado. • Varia em relação à freqüência cardíaca.
Eventualmente, podem ser encontrados Existem tabelas que correlacionam ou
discretos desníveis deste segmento, que não corrigem este intervalo às diversas
refletem, necessariamente, estados freqüências, sendo então denominado de
patológicos, ocorrendo em indivíduos intervalo QT corrigido (QTc). Para este
simpaticotônicos ou vagotônicos e naqueles cálculo utiliza-se mais freqüentemente a
que apresentam uma variação do normal, fórmula de Bazett:
denominada de repolarização precoce.
Entretanto, a princípio, qualquer desnível QTc = iQT (em segundos)/raiz quadrada de
do segmento ST, seja para cima da linha de R-R (em segundos)
base - supradesnível, ou para baixo -
infradesnível, deve ser cuidadosamente • Para as finalidades clínicas e nos limites
avaliado, pois pode corresponder à normais da freqüência cardíaca, aceita-se
insuficiência coronariana aguda; como valor máximo de QTc, 400ms para os
• Tem a forma ligeiramente curva com a homens e 440ms para as mulheres;
concavidade superior. Padrões retificados • iQT pode estar prolongado em diversas
ou com convexidade superior em forma de condições, tais como: idade avançada,
abóbada são considerados anormais. vagotonia, bradicardia, sofrimento
miocárdio, efeito de certas drogas
3.6. Onda T antiarrítmicas, especialmente as do grupo
Ia, e na doença de Chagas. Pode estar
• Corresponde à repolarização ventricular, diminuído em simpaticotonia, taquicardia e
em sua quase totalidade; pelo efeito de certos medicamentos, em
O Eletrocardiograma Normal 5
especial os digitálicos. Distúrbios 4. Referências Bibliográficas
eletrolíticos também modificam este
intervalo. 1. CARNEIRO, E. F. O Eletrocardiograma 10
anos depois. Segunda Edição, Livraria e Editora
Enéas Ferreira Carneiro, Rio de Janeiro, 1987.
3.8. Onda U
2. DUBIN, D. Interpretação Rápida do ECG.
Segunda Edição, Editora de Publicações
• Corresponde à repolarização tardia dos Científicas LTDA (equipe do Jornal Brasileiro
músculos papilares. Nem sempre é de Medicina), Rio de Janeiro, 1978.
visualizada, porém, quando presente, é mais
facilmente identificada nas derivações V2- 3. GOLDWASSER, GP. O eletrocardiograma
V3-V4, após o término da onda T; orientado para o clínico geral. Primeira Edição,
• Possui morfologia arredondada, com curta Editora Revinter, São Paulo, 1997.
duração e pequena amplitude. Em uma
situação inversa, isto é, duração e amplitude 4. GUYTON, A. Tratado de Fisiologia Médica.
Nona Edição, Editora Guanabara Koogan, São
aumentadas, correlaciona-se com Paulo, 1997.
hipopotassemia severa;
• numa mesma derivação, a polaridade da 5. KATZ, Fisiologia do Coração, Segunda Edição,
onda U deve ser coincidente com a Editora Guanabara Koogan, São Paulo, 1997.
polaridade da onda T. Polaridade diferente
é sinal de anormalidade, como a
insuficiência coranariana;
• Após a onda T ou após a onda U quando
esta existir, segue-se uma linha isoelétrica
ou linha de base do traçado, que representa
a diástole elétrica, interrompida por um
novo ciclo cardíaco, e assim
sucessivamente.

Fig. 8. Componentes do traçado eletrocardiográfico


(Modificado de GOLDWASSER, 1997 [3])

O Eletrocardiograma Normal 6

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