RPG / REPOSTURARSE
REESTRUTURAÇÃO POSTURAL SENSOPERCEPTIVA
MÓDULO IV
Paul Schilder
EDITORAÇÃO E REVISÃO
Mestre PRISCILA ALBUQUERQUE DE ARAÚJO
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO
Ft. PAULA FERNANDA DE SOUSA SILVA
Ft. MATHEUS DE ALMEIDA E SILVA
2
SUMÁRIO
I. DIAFRAGMA 4
II. BIOMECÂNICA DA INSPIRAÇÃO 10
III. MANOBRAS PARA CORREÇÃO DA CADEIA 12
MIOFASCIAL INSPIRATÓRIA
IV. CINTURA ESCAPULAR 15
V. TÉCNICAS SENSOPERCEPTIVAS PARA A 23
CINTURA ESCAPULAR
VI. TÉCNICAS OSTEOPÁTICAS E OUTRAS
MANOBRAS PARA A CINTURA ESCAPULAR 29
VII. SÍNDROME DO DESFILADEIRO CERVICO- 34
TORÁCICO
VIII. TÉCNICAS PARA SÍNDROME DE COMPRESSÃO
CERVICOTORÁCICA 40
IX. AUTO-POSTURAS 42
X. POSTURAS GLOBAIS 46
REFERÊNCIAS 53
3
I. DIAFRAGMA
1. Anatomia e Biomecânica
Abóbada
diafragmática
A) Divisão
SOUCHARD (1989) afirma que o diafragma pode ser dividido de acordo com suas
inter-relações em:
1. Porção Vertebral – fixa-se às vértebras lombares mediante pilares bilaterais:
Pilar D: Insere-se sobre L1-L2 e L2-L3 (ocasionalmente, L3-L4)
Pilar E: Insere-se sobre L1-L2 e L2-L3
4
FIGURA 2: Os pilares do músculo diafragma
Fonte: SOUCHARD, 1989.
5
B) Centro Frênico
O centro frênico ocupa a porção central do diafragma. É formado pelo cruzamento
dos tendões mediais dos músculos digástricos. Apresenta três folículos: o anterior, o direito e
o esquerdo (SOUCHARD, 1989).
C) Orifícios
De acordo com SOUCHARD (1989), o diafragma possui orifícios que dão passagem a
estruturas vasculares, nervosas e ao esôfago:
Orifício aórtico: osteofibroso, estende-se até a 12ª vértebra torácica, permite a
passagem da artéria aorta e adere-se a sua porção anterior.
Orifício esofágico: unicamente muscular, situado no nível de T10, dá passagem
aos nervos pneumogástricos, além do esôfago, ao qual se adere.
6
Orifício da veia cava: atravessa o centro frênico, na união entre o folículo
anterior e o folículo direito.
D) Posição
Em posição ortostática e em repouso, a cúpula diafragmática direita geralmente
projeta-se ao nível do 4º espaço intercostal e, à esquerda, ao 5º espaço intercostal
(SOUCHARD, 1989).
E) Sistema suspensor
A aponeurose cervical profunda ou pré-vertebral continua-se na região torácica
através do espessamento posterior da fáscia endocárdica aderida à coluna até o nível de T3-
T4. Abaixo desse nível, esta estrutura afasta-se da coluna. A bainha visceral que se
transforma na fáscia periesofagiana tem a mesma direção, sendo que esta última continua até
os pulmões. A continuação dessas fáscias em todas as expansões pericárdicas se dá pelo saco
fibroso pericárdico. Na região cérvico-torácica encontra-se uma cadeia fascial muito sólida,
prosseguindo pelos pilares diafragmáticos até as vértebras lombares, fáscia ilíaca e daí para
os membros inferiores (SOUCHARD, 1989).
F) Inervação
O suprimento nervoso (parte motora e sensitiva proprioceptiva) do diafragma é feito
através dos nervos frênicos (C3, C4 e C5), estes situam-se atrás da fáscia pré-vertebral,
passam na borda lateral do músculo escaleno anterior e percorrem verticalmente em direção
inferior através da parte anterior deste músculo cobertos pela veia jugular e pelo
esternocleidomastóideo. Esse complexo nervoso apresenta ramificações para o pericárdio,
pleura mediastinal e porção central da pleura diafragmática, e cada um se divide em três a
cinco ramos adicionais. O ramo mais posterior de cada lado perfura o diafragma (o ramo
posterior direito atravessa o orifício da veia cava) e inerva os pilares. Todos os outros ramos
perfuram o diafragma e distribuem-se abaixo dele. O sistema simpático tem um papel
vasomotor e uma ação sobre o tônus muscular, assim como os quatro ou cinco últimos
nervos intercostais (SOUCHARD, 1989).
7
G) Vascularização
Plano arterial:
Artéria mediastinal posterior – ramo da aorta torácica – supre os pilares
Artéria diafragmática superior – ramo da artéria mamária interna
Artéria diafragmática inferior – ramo da aorta abdominal
Ramos da artéria músculo-frênica
Artérias vindas das quatro últimas intercostais.
O sistema venoso é anexo ao sistema arterial e termina na veia cava inferior e nas
veias mamárias internas. No plano linfático, o tronco torácico se anastomosa com o tronco
abdominal, e inúmeros coletores estão implantados em torno da base do pericárdio e
terminam nos gânglios mediastinais.
(SOUCHARD, 1989)
H) Inter-relações
Face Superior
Coração, pulmões, ligamentos frenopericárdicos.
Face inferior
Fígado – através do ligamento falciforme e triangular
Estômago – ligamento gastrofrênico
Baço – ligamento freno-esplênico
Posteriormente, o diafragma corresponde às supra-renais, ao pâncreas e à
extremidade superior dos rins.
(SOUCHARD, 1989)
Esternocleidomastóideo
Peitoral menor
Diafragma
8
O encurtamento da cadeia inspiratória pode provocar:
Bloqueio inspiratório alto = retificação cervical e retificação torácica
9
Bloqueio inspiratório alto e baixo = retificação torácica e lordose
diafragmática alta
Outros desequilíbrios
Inspiradores Acessórios
Inspiradores Nucais
10
1. Esternocleidomastóideo - eleva o esterno e a parte esternal da clavícula
2. Escalenos - Quando suas inserções cervicais são o ponto fixo estes
músculos elevam a primeira e a segunda costela
3. Trapézio Superior – Eleva as escápulas e ombros
MOTTER (2005)
4. Subclávio – SOUCHARD (1989).
Inspiradores Escapulares
1. Peitoral menor - constitui, juntamente com o serrátil anterior, um
dos músculos inspiratórios mais potentes. Eleva a 3ª, a 4ª e a 5ª
costelas.
2. Peitoral maior – porção superior – age como suspensor do braço.
Desempenha um papel menor em relação à musculatura
inspiratória acessória. As fibras inferiores elevam as costelas com o
braço fixado em abdução.
3. Elevador da escápula – eleva as escápulas e ombros
4. Rombóides e serrátil anterior - (principalmente as fibras inferiores) -
ligam as dez últimas costelas à coluna vertebral cérvico-torácica,
funcionando as escápulas então como ossos sesamóides.
5. Grande dorsal – eleva as quatro últimas costelas quando o membro
superior está fixo.
MOTTER (2005)
6. Trapézio médio – estabilizador escapular
(SOUCHARD, 1989)
Inspiradores Espinhais
1. Transverso espinhal
2. Dorsal longo
3. Iliocostal
4. Espinhal do tórax
SOUCHARD (1989)
11
III. MANOBRAS PARA CORREÇÃO DA CADEIA MIOFASCIAL
INSPIRATÓRIA
12
Ação
- Encaixar as escápulas e elevar os membros superiores estendidos até 80º de
antepulsão.
- Manter as mãos abertas, com as pontas dos dedos apontando para o teto e
conserve os cotovelos estendidos e desbloqueados.
- Tirar progressivamente as escápulas do chão, abrindo o espaço
interescapular.
- Expirar profundamente, para ajudar a ampliar o espaço interescapular e a
recriar a cifose.
13
Objetivo: trabalhar bloqueio alto e baixo, abertura do “V” costal, e períneo. Trabalhar
os músculos abdominais
Paciente: em decúbito dorsal com os membros inferiores flexionados e os pés apoiados
no chão.
Ação
- Solicitar expiração com intenção de deprimir o esterno e as costelas para
trabalhar os músculos retos abdominais, mantendo a depressão
- Fechar o ângulo costal para trabalhar o músculo oblíquo e mantê-lo
fechado
- Solicitar contração de abdominal e períneo, sem tirar o sacro do chão –
trabalhando o músculo transverso
- Solicitar algumas expirações, ganhando em abaixamento do esterno e das
costelas, fechando o ângulo costal e puxando levemente o púbis para cima,
tomando cuidado de não tirar o sacro do chão
14
- Expirar com propriocepção estufando o abdômen, que deve ficar
relaxado
e) Auto-postura para fechamento do V costal
Ação
- Mãos obliquamente de cada lado das últimas costelas
- Expirar prolongadamente com proprieocepção das mãos em
direção ao umbigo.
f) Auto-postura para abertura do “V” costal
Ação
- Mãos obliquamente de cada lado das últimas costelas
- Expirar afastando suavemente as mãos para dar propriocepção de
abertura
1. Generalidades
A cintura escapular é formada pelos ossos úmero, clavícula e escápula, os quais se
agrupam formando as articulações escápulo-umeral, acromioclavicular e esternoclavicular.
Nesse segmento, podem-se definir ainda duas regiões: I) Conjunto escápulo-torácico e II)
Conjunto escápulo-umeral (CALAIS-GERMAIN, 2010).
Conjunto
escápuloumeral Conjunto
escápulotorácico
15
Fonte: CALAIS-GERMAIN, 1992. (Acréscimo de diagramas para fins didáticos).
2. Anatomia e Biomecânica
Clavícula
Segundo CALAIS-GERMAIN (2010), a clavícula é um osso curto, cilíndrico, em forma de
„S’ , sendo parte constituinte da articulação esternoclavicular. Esta é uma articulação sinovial
“em sela” que permite movimentos nos três eixos. Nesse sentido, a clavícula realiza
movimentos de:
Rotação anterior e posterior – rotação sobre seu eixo
Antepulsão e retropulsão
Elevação e depressão
16
3
A
2 1 Extremidade esternal
4
1 2 Corpo da clavícula
3 Tubérculo conóide
4 Extremidade acromial
5 Face articular esternal
11 6 Extremidade esternal
6 7 Impressão do ligamento
costococlavicular
8 Forame nutrício
5 8 9 Sulco do músculo subclávio
10 10 Linha trapezóide
7
9 11 Face articular acromial
B
17
Esc
Escápula - Vista Posterior
ápula - Vista Anterior
A B
F
Escápula - Vista Lateral
18
Ligamento conóide – limita a abertura do ângulo formado pelos dois ossos
Ligamento trapezóide – limita o fechamento desse mesmo ângulo
(CALAIS-GERMAIN, 2010)
Ligamento
acromioclavicular
Úmero
É o osso longo da cintura escapular, sendo dividido em três partes:
Extremidade proximal, onde estão:
o Tubérculo maior
o Tubérculo menor – entre os dois tubérculos encontra-se o sulco
bicipital
o Cabeça do úmero – superfície articular esferóide
Corpo
Extremidade distal – articula-se com a ulna e o rádio
19
A B
20
ao redor da articulação um manguito chamado de “bainha rotatória” ou “manguito rotador”,
são eles os músculos supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e subescapular.
Tubérculo
maior do
úmero
Tubérculo
menor do
úmero
21
Rotação externa – 0 a 60-90º
Rotação interna – 0 a 45-90º
22
Áxio-escapulares: trapézio, grande dorsal, serrátil anterior, rombóides,
peitoral menor e elevador da escápula.
Áxio-umerais: grande dorsal e peitoral maior.
Evidências científicas
23
- Fisioterapeuta toca, primeiramente, a clavícula e o acrômio
- Segue-se a linha da espinha da escápula e contornam-se todas as bordas
escapulares e a musculatura envolvida
- Faz-se um trabalho de descolamento da escápula
- Sem desfazer o contato manual com o paciente, o fisioterapeuta
empalma as escápulas com as duas mãos firme e suavemente
- Fisioterapeuta inicia movimentos em todas as direções com as escápulas,
e o paciente segue esses movimentos
- A respiração deve ser livre, solta, principalmente na expiração. Não há
tempo respiratório determinado
- Lentamente, retiram-se as mãos das escápulas e percebem-se as
sensações
- Mudança de controle dos movimentos: o paciente determina a
movimentação das escápulas e o fisioterapeuta o segue
- Após o trabalho, discutir sobre as facilidades e dificuldades do contato, a
manualidade e a percepção do movimento
- Trocar as funções fisioterapeuta/paciente
24
- Levar a bola da palma da mão até a ponta dos dedos, empurrando-a suavemente
em direção ao pé, mantendo escápula, ombro e cotovelo apoiados no chão
- Manter alongamento por 10 segundos
- Retornar suavemente a bola para a palma da mão
- Apoiando-se no cotovelo, colocar o antebraço na direção vertical em 90º de flexão
do cotovelo
- Fazer uma extensão de punho e dedos, conservando a bola no côncavo da mão,
com o polegar apontando para o rosto, tornando a palma da mão um “ninho” para
a bola
- Observar e comprar os dois lados do corpo,
especialmente escápula, membros superiores,
pescoço e rosto
Repetições: seis a dez vezes
25
A B
26
FOTO 8: Pressão e deslocamento da escápula
Fonte: ALMEIDA, 2006.
27
8) Trabalho em Oito com as Articulações do Membro Superior (ALMEIDA,
2006)
Posicionamento: em pé
Manobra
- Iniciar com o lado direito
- Realizar um movimento em oito, inicialmente com os dedos
- Sucessivamente, vai-se acrescentando o punho, o cotovelo e o ombro
- Inicia-se com pequenos movimentos, ampliando-os
- Ao chegar no ombro, solta-se o membro superior, para realizar-se,
progressivamente, uma amplitude maior
- Pode-se acrescentar o oito com o tronco, a pelve, os membros inferiores e os
pés
- Todo o corpo realiza o movimento em oito
- Finaliza-se parando sucessivamente o movimento em oito no sentido inverso,
até chegar nos dedos
- Perceber as sensações
- Repetir com o outro lado
28
VI. TÉCNICAS OSTEOPÁTICAS E OUTRAS MANOBRAS PARA A
CINTURA ESCAPULAR
29
3) Encaixe escapular 3 (ALMEIDA, 2006)
Objetivos:
Paciente: Em decúbito dorsal
Fisioterapeuta: Na lateral a ser trabalhada.
Posicionamento: O fisioterapeuta toma contato
através da mão cefálica com a espinha da
escápula. A mão caudal empalma a escápula,
30
4.2) Deltóide Posterior
31
6) Teste de encurtamento dos Músculos Redondos (ALMEIDA, 2006)
Paciente: Em decúbito lateral,
com os membros inferiores
flexionados.
Ação: Abdução máxima, com
estabilização da escápula e
membro superior estendido.
FOTO 16: Teste de encurtamento dos músculos redondos
Fonte: ALMEIDA, 2006.
32
Evidências científicas
ARTIGO 4) Efeito da pompage articular no pós-operatório tardio de síndrome do impacto:
um estudo de caso. Peres, C.R.F. Revista digital EBOM.
VII. AUTO-POSTURA
33
FOTO 19: Auto-postura para peitoral maior
Fonte: ALMEIDA, 2006.
1. Anatomia e Biomecânica
A) Dobradiça cervico-torácica:
C7 – T1 – T2 e a 1a costela
A dobradiça cervicotorácica é
a zona de transição entre a coluna
cervical (lordose cervical) e a coluna
torácica (cifose torácica). Encontra-se
entre a grande mobilidade da coluna
cervical e limitada movimentação da
coluna torácica, restrita pela
presença das costelas (gradil costal).
Os elementos ósseos importantes
desta região são a (1) vértebra C7, (2)
as vértebras T1 e T2 e a primeira
costela (RODRIGUES, 2007).
FIGURA 11: O desfiladeiro cérvico-torácico
Fonte: RICHARD, 1990.
34
B) Vértebra C7
A vértebra C7 faz parte da coluna cervical inferior, porém tem características próprias:
Processo espinhoso mais proeminente
Processo transverso unitubercular
A artéria vertebral não penetra em C7, pois esta vértebra não possui forame
Superiormente, a vértebra tem características cervicais (facetas articulares
de conformação cervical) e, inferiormente, tem características torácicas
(facetas articulares de conformação torácica)
As facetas superiores voltam-se para cima e para trás. Devido à forma das facetas na
coluna cervical, de C3 a C7, a lateroflexão combina-se com a rotação. As facetas inferiores são
de conformação torácica. As superfícies são arredondadas, voltadas para frente, um pouco
medial e para baixo. As facetas, então, permitem e guiam movimentos de flexão, extensão,
lateroflexão e rotação. Todos os movimentos são limitados pelas costelas. Em C7-T1,
predomina o movimento de flexo-extensão com rotação (DÂNGELO E FATTINI, 2007).
C) Vértebra T1
Os corpos vertebrais torácicos apresentam facetas articulares costais, laterais e
posteriores. A vértebra T1 se articula com a primeira costela. Entre T1 e T2, o movimento
fundamental é de lateroflexão. A rotação é mínima, mas muito importante para a adaptação
aos movimentos da região (DÂNGELO E FATTINI, 2007).
É impossível considerar a dobradiça C7 – T1 sem considerar a primeira costela e,
conseqüentemente, o desfiladeiro cervicotorácico, e todas as estruturas que passam nesta
região – abaixo da clavícula e acima da primeira costela, e que podem ser submetidas à
compressão (o plexo braquial, estruturas vasculares, etc.) (RODRIGUES, 2007).
2. Biomecânica
A dobradiça C7 – T1 possui pouca mobilidade. A vértebra C7 é mais móvel que T1 em
extensão, pois desliza anteriormente, e tem pouca flexão. A flexão e a extensão só atingem a
dobradiça no final dos movimentos. A articulação T1 – T2 funciona como pivô da dobradiça
para os movimentos extremos de flexão e extensão. A partir da rotação cervical, a vértebra T1
vai realizar uma pequena rotação. A rotação cervical máxima finaliza-se em T1 – T2. A
35
vértebra T1 e a primeira costela funcionam como pivô que permite a rotação de C7 no mesmo
sentido da rotação cervical contra a rotação de T1 – T2 (KAPANDJI, 2007).
3. Fisiopatologia
De acordo com RODRIGUES (2007), essa síndrome apresenta manifestações clínicas
ligadas a compressões mecânicas vasculonervosas no interior do desfiladeiro tóracobraquial
– vasos subclávios e plexo braquial. Pode-se dar em três níveis, a saber:
A) Desfiladeiro intercostoescalênico;
B) Desfiladeiro costoclavicular;
C) Túnel subpeitoral.
A) Desfiladeiro intercostoescalênico
Segundo FRANCISCO (2006), este espaço é delimitado, inferiormente, pela primeira
costela; anteriormente, pelo escaleno anterior e, posteriormente, pelo escaleno médio.
Contêm a artéria subclávia e os troncos primários do plexo braquial
B) Desfiladeiro costoclavicular
FRANCISCO (2006) afirma que este espaço é limitado pela face inferior da parte
interna da clavícula e face superior da primeira costela.
Depressão do ombro
Abdução do ombro
36
++ lesões inferiores da esternoclavicular, lesões da primeira costela, espasmo de
subclávio.
C) Túnel subpeitoral
O conjunto vasculonervoso passa sob o tendão do peitoral menor.
Abdução forçada
4. Causas
a. Estreitamento do desfiladeiro
1. Causas congênitas
Primeira costela maior que o normal
Costela cervical
Conjunto anormal de fibras
(FRANCISCO, 2006)
A artéria subclávia atravessa o escaleno anterior
Troca de fibras entre os dois escalenos
2. Causas adquiridas
Calcificação anormal da clavícula
Lesões da primeira costela, com espasmo do escaleno
Espasmo de pequeno peitoral em caso de lesão do ombro
Espasmo do subclávio em conseqüência de uma disfunção da clavícula
b. Lesões arteriovenosas
Espessamento ou edema
Presença de trombo
c. Lesões nervosas
Semelhante à síndrome do canal carpiano
Desmielinização/remielinização – lesão de axônio
37
Dor de topografia mal definida que aparece durante certos movimentos ou
posições e que diminui com o repouso
Paresia do membro superior
6. Diagnóstico clínico
RODRIGUES (2007) cita que o diagnóstico clínico é baseado nas queixas do paciente e
em testes que poderão reproduzir significativamente os sinais e sintomas da síndrome do
desfiladeiro cervical, a saber:
38
Fisioterapeuta: de pé
Ação: posicionar a cabeça voltada para o lado oposto a ser examinado e o
ombro em abdução e rotação externa. Em presença de compressão, esse
posicionamento provoca o desaparecimento do pulso radial.
39
7. Exames Complementares
Radiografia – para eliminar anomalias ósseas congênitas
Angiografia – via umeral retrógada: em repouso e abdução moderada
40
3) Técnica para a Correção da Primeira Costela (ALMEIDA, 2006)
Paciente: em decúbito dorsal, com os membros inferiores em extensão
Fisioterapeuta: sentado, atrás do paciente, apóia o polegar sobre a primeira costela. A
outra mão mantém a cabeça em inclinação lateral do lado da lesão e rotação para o
lado oposto.
Ação: durante a expiração, o polegar do
fisioterapeuta acompanha o abaixamento da
costela, apoiando para baixo, para frente e para
dentro. Durante a inspiração, mantém a pressão.
Repetição: quatro vezes
FOTO 24: Correção de primeira costela
Fonte: ALMEIDA, 2006.
41
Evidências científicas
IX. AUTO-POSTURAS
42
2) Auto-postura sentada completa (ALMEIDA, 2006)
Ação
- Sentar sobre os ísquios
- Abduzir quadril e colocar planta contra planta do pé, mantendo simetria de
abdução do quadril
- Instalar a respiração
- Apoiar os ísquios no chão e crescer pelo vértice
- Alongar, progressivamente, os MMII, até que as pontas dos pés não se
toquem mais
- Fazer dorsiflexão de tornozelos
- Juntar maléolos
- Alongar progressiva e completamente os MMII
Cuidado: Alongar empurrando os calcanhares
Não permitir cifose na região lombar
43
5) Asa delta sem apoio na parede
Posição do paciente: posição ereta com os pés e maléolos unidos.
Inicia-se fazendo o mapeamento e o teste de flexibilidade
Observar o trabalho específico do valgo ou varo dos pés e joelhos
Instalar a respiração
Fazer a flexão progressiva do quadril, até 110o, no máximo
Corrigir as compensações
Observar a correção das curvas da coluna
Observar o trabalho específico da horizontalização do sacro
Finalizar com o mapeamento e o teste de flexibilidade.
44
Iniciar o trabalho com os pés apoiados no
chão. Deve-se repeti-lo aproximadamente três ou quatro
vezes usando uma tábua inclinada e aumentar
gradualmente o ângulo de inclinação da mesma
Quando existe uma grande dificuldade
proprioceptiva do dorso, usa-se o bastão para
desenvolvê-la. Neste caso, sem progressão e com os pés
apoiados no chão.
45
X. POSTURAS GLOBAIS
Objetivos
Alongar os músculos espinhais e posteriores dos membros inferiores
Recriar a lordose lombar e a cifose torácica
Proporcionar consciência postural e mudança de esquema corporal, utilizando o
mapeamento inicial e final, e a participação ativa durante todo o atendimento.
Corrigir os desequilíbrios posturais, principalmente a retificação da lordose
lombar, desequilíbrios dos joelhos e pés e tratamento das hérnias discais.
Preparação
3. Posicionamento geral
Posicionar inicialmente pés, joelhos, coluna, cabeça e os membros superiores
Com retificação lombar e torácica:
Recriar a cifose torácica através da expiração e posição neutra do antebraço
Recriar a lordose lombar através da apnéia expiratória.
Em caso de cifose torácica:
Manter o encaixe de escápulas e abertura do ombro.
Valgo acentuado do cotovelo:
Manter o antebraço em posição neutra
46
Não permitir, em qualquer postura, o bloqueio do cotovelo.
Horizontalização do sacro:
Posicioná-lo através do púbis
Observar a hiperlordose ou retificação cervical
Manter contato do occipital com a mão do fisioterapeuta, conservando a pressão.
Aprender a permanecer alongado e relaxado.
47
FOTO 29: Postura global asa delta
Fonte: ALMEIDA, 2006.
6. Intenção terapêutica:
Privilegiar pés e joelhos
Manter vigilância sobre as compensações mais importantes, insistindo na
correção das mesmas, não evoluindo com compensações
Para alongar os isquiotibiais, necessita-se de flexão do quadril e extensão do
joelho
Para alongar o sóleo, necessita-se de dorsiflexão do tornozelo
Para alongar o gastrocnêmio, necessita-se de extensão dos joelhos e dorsiflexão
do tornozelo.
48
Evidências científicas
49
2) Postura “DE PÉ NA PAREDE” (ALMEIDA, 2006)
Objetivos
Trabalhar correção de pés e joelhos
Fornecer propriocepção de apoios e distribuição do peso
Fornecer propriocepção de dorso – a referência da parede facilita o encaixe
Alongar cadeia anterior
Alongar cadeia superior de ombro – trabalha ombros elevados
Preparação
Encontrar distância entre o calcanhar e a parede de forma que a pelve e a lombar
fiquem em contato com a mesma.
Correção de pés e joelhos
Encaixe lombo-pélvico
Contato de toda a coluna e occipital na parede
Crescimento axial
Encaixe escapular e colocação de MMSS
Respiração
Obs.: Caso seja necessário, colocar calço occipital.
2. Colocação em postura
- Iniciar com encaixe da coluna lombar na parede e, caso seja necessário, pode
dobrar-se os joelhos para manter os encaixes
- Posicionar pés e joelhos segundo a disfunção postural
- Se necessário, pode-se permitir o afastamento dos calcanhares da parede para obter
o encaixe lombar
- Pode-se colocar calços atrás do occipital, caso necessário, para permitir um bom
alinhamento cervical
50
- Instalar a respiração – insistir no desbloqueio alto e no primeiro tempo respiratório,
pois a postura torna a respiração mais difícil
4. Trabalho Ativo
- Crescer pelo vértice, alongando cervical
- Alongar cadeia superior do ombro com a intenção de separar
os ombros das orelhas
- Alongar progressivamente joelhos e quadris, abrindo a
coxofemoral, conservando a rotação externa de quadril, sem
perder os encaixes lombar e escapular
- Aproximar progressivamente os calcanhares da parede
- Distribuir o peso através do posicionamento de pés e joelhos
- Manter respiração livre
FOTO 30: Postura global pé na parede
Fonte: ALMEIDA, 2006.
5. Progressão
- Membros superiores apoiados inicialmente em pronação na parede, em seguida
colocar em posição neutra crescendo pelo 5o dedo e, por fim, em supinação
- MMSS: adução decoaptando a glenoumeral/ afastando ombros de orelha
(posição supina e cotovelos desbloqueados)
- MMII: extensão de joelhos mantendo correção de pés e joelhos e os encaixes
- A cada repetição: retirar calços/ aproximar calcanhares da parede/ subir na
prancheta (graduar)
6. Repetição
- Pode-se repetir de três a quatro vezes
51
Evidências científicas
ARTIGO 13) The effect of global postural reeducation technique in a hemiparetic stroke
patient. Gomes, BM; Nardoni, GCG; Lopes, PG, Godoy, E. Revista ACTA FISIÁTRICA 2006;
13(2): 103-108.
52
REFERÊNCIAS
53
MARTINS, R.F.; SILVA, J.L.P. Tratamento da lombalgia e dor pélvica posterior na
gestação por um método de exercícios. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. São
Paulo, v.27, n°5, p.275-282, 2005.
MOTA, Y.L.; BARRETO, S.L.; BIN, P.R.; SIMÕES, H.G.; CAMPBELL, C.S.G. Respostas
cardiovasculares durante a postura sentada da Reeducação Postural Global (RPG).
Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 12, n. 3, p. 161-8, mai./jun. 2008.
MOTTER, R.F. Avaliação da pressão inspiratória máxima e da pressão expiratória máxima em
diferentes decúbitos em jovens. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia da Faculdade Assis
Gurgacz – FAG (2005).
PEREIRA, C.M.A. et al. Avaliação de protocolo de fisioterapia aplicado a pacientes
mastectomizadas a Madden. Revista Brasileira de Cancerologia, São Paulo, v.51, n.2,
p.143-148, 2005.
PERES, C.R.F. Efeito da pompage articular no pos-operatório tardio de síndrome do
impacto: um estudo de caso. Revista digital EBOM.
PIRES, R.R.; SILVA, P.C.; MONTE, D.F.; ROSIM-SERRADOR, G.C.; CASTRO, R.F.D. Efeito
de um programa de cinesioterapia, estimulação elétrica e reeducação postural no tratamento
da disfunção temporomandibular: análise de seis casos. Anuário da produção de iniciação
científica discente, Anhanguera, v.XI, n.12, p.227-238, 2008..
RIBEIRO, H.B.; SILVA, R.M.M. Análise do efeito das técnicas da reestruturação
postural sensoperceptiva nos níveis de estresse. Brasil, ACO. Revista digita da EBOM,
2009.
RODRIGUES, B.G.S. Síndrome do desfiladeiro torácico inespecífico: Relato de Caso.
Disponível em: http://www.efisioterapia.net/articulos/imprimir.php?id=235. Acessado
em: 10 de maio de 2010.
ROSÁRIO, et al. Reeducação postural global e alongamento estático segmentar na
melhora da flexibilidade, força muscular e amplitude de movimento: um estudo
comparativo. Fisioterapia e pesquisa, São Paulo, v.15, n.1, p.12-18, 2008.
SOARES, L.K.G. A reeducação postural global e sensoperceptiva como recurso
terapêutico no pós-cirúrgico de síndrome do impacto do ombro. Revista digital EBOM.
SOUCHARD, P. A Respiração. São Paulo: Summus Editorial, 1989.
54
THOMAZINHO, F. et al. Complicações arteriais da síndrome do desfiladeiro torácico.
Jornal Vascular Brasileiro. São Paulo, v.7, n.2, p.150-154, 2008.
http://anatomiaradiologia.zip.net/arch2004-07-11_2004-07-17.html
www.auladeanatomia.com/osteologia/escapula2.jpg
www.sogab.com.br/anatomia/ombro1.jpg
www.auladeanatomia.com/osteologia/escapula2.jpg
http://shiatsuvital.blogspot.com/2009/01/tendinitis-hombro.html
www.anatomiahumana.ucv.cl/.../fotos1/frenico.jpg
55