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Rua Tomé de Souza, 1065 – Savassi | Belo Horizonte – MG (31) 3116.1000 (31) 3223.6251
Núcleo de Educação à Distância
Módulo I
Caro aluno,
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Núcleo de Educação à Distância
A mineração pode ser entendida como um conjunto de atividades que buscam a obtenção
de bens minerais com características químicas e físicas dentro de padrões que sejam atrativos e
aplicáveis direta ou indiretamente em todos outros os segmentos industriais e econômicos.
Podemos citar alguns exemplos de bens minerais amplamente utilizados para facilitar a
compreensão: barras de ouro para o setor financeiro; ouro para fabricação de joias; quartzo para
fabricação de fibras óticas; minério de ferro para produção de aços e outras ligas; fosfatos para
fabricação de fertilizantes; calcário para fabricação de cimento; minerais de elementos terras
raras para altas tecnologias como smartphones, lâmpadas fluorescentes, telas de celulares,
computadores e tv’s; carvão mineral para produção de energia elétrica e térmica; etc. Estes
exemplos são apenas um breve início de uma longa lista de bens minerais utilizados pela
sociedade moderna. Na tabela a seguir, estão listados os elementos construtivos principais
encontrados nas nossas casas e os bens minerais utilizados para produzi-los.
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Elemento construtivo Principais substâncias minerais utilizadas
tijolo argila
bloco areia, brita, calcário
fiação elétrica cobre, petróleo
lâmpada quartzo, tungstênio, alumínio
fundações de concreto areia, brita, calcário, ferro
ferragens ferro, alumínio, cobre, zinco, níquel
vidro areia, calcário, feldspato
louça sanitária caulim, calcário, feldspato, talco
azulejo caulim, calcário, feldspato, talco
piso cerâmico argila, caulim, calcário, feldspato, talco
isolante - lã de vidro quartzo e feldspato
isolante - agregado mica
pintura - tinta calcário, talco, caulim, titânio, óxidos metálicos
caixa de água calcário, argila, gipsita, amianto, petróleo
impermeabilizante - betume folhelho pirobetuminoso, petróleo
pias mármore, granito, ferro, níquel, cobalto
encanamento metálico ferro ou cobre
encanamento PVC petróleo, calcita
forro de gesso gipsita
esquadrias alumínio ou ligas de ferro-manganês
piso pedra ardósia, granito, mármore
calha ligas de zinco-níquel-cobre ou fibro-amianto
telha cerâmica argila
telha fibro-amianto calcário, argila, gipsita, amianto
pregos e parafusos ferro, níquel
Fonte: Mineropar – Serviço Geológico do Paraná (2014). .
Fonte: Mineropar – Serviço Geológico do Paraná (2014).
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Beneficiamento Mineral: é o conjunto de operações básicas que são realizadas em
uma matéria prima mineral (minério bruto) com o objetivo de se obter produtos com
valor comercial.
A céu aberto
Subterrânea
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Figura: Esquema de produção de cobre metálico a partir de um depósito de minério localizado no estado do
Pará (Vale, 2006)
Observamos que para a produção do metal a partir do minério oxidado localizado bem
próximo à superfície, é necessário apenas o tratamento hidrometalúrgico. Já para o
aproveitamento do minério sulfetado, que ocorre abaixo do minério oxidado, é necessário também
o uso das tecnologias do tratamento de minérios, para posterior tratamento hidrometalúrgico. À
medida que se esgotam os depósitos de minérios mais ricos e se aprofunda na crosta para
aproveitamentodos recursos minerais, geralmente os mesmos se tornam mais complexos e
pobres, fazendo com que os processos de lavra e beneficiamento sejam mais difíceis e mais
caros. Esta é uma tendência observada no setor: usinas de beneficiamento cada vez mais
robustas, com números cada vez maiores de operações unitárias compondo seus arranjos, para
que sejam produzidos concentrados de qualidade a partir de minérios de teores cada vez mais
baixos.
Os minérios nas usinas são beneficiados, em geral, através de sucessivas operações, que
englobam operações unitárias de fragmentação grossa (britagem), fragmentação fina (moagem),
separação por tamanhos (peneiramento e classificação), concentração (flotação, separação
magnética, separação densitária, etc.) e separação sólido-líquido (espessamento e filtragem).
É mais comum que as plantas de beneficiamento de minérios operem em via úmida, onde
a água é escolhida como meio de suporte em praticamente todas as operações unitárias citadas,
desde a fragmentação até a extração metalúrgica em via úmida (hidrometalurgia). Várias são as
razões para se trabalhar em via úmida, uma vez que a água facilita o transporte do minério, retira
o excesso de calor gerado, impede a formação e dissipação de poeiras, etc.
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Além do suporte no beneficiamento, a água também é utilizada como agente de transporte
de minérios na forma de polpa, isto é, uma mistura de heterogênea de partículas minerais sólidas
em suspensão em água. As polpas minerais sofrem diversos tipos de transporte, entre eles:
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Como dito anteriormente, os minérios lavrados quase sempre necessitam de adequação
física e química para aplicação nos diversos setores industriais e econômicos.
Sendo assim, após a extração do minério das frentes de lavra, deve ser aplicada uma sequência
de operações que levará à obtenção de produtos aceitáveis pelo mercado. A esta sequência de
operações dá-se o nome de “Tratamento de Minérios”.
Teores (%)
Fe SiO2 Al2O3 P Mn PPC
Granulado para alto-forno 64,80-66,00 1,80-2,40 1,50-2,10 0,060-0,070 0,250-0,450 1,60-2,20
Granulado para redução direta 66,80-67,40 1,50-1,90 0,70-1,10 0,050-0,060 0,200-0,300 0,40-0,80
Portanto, se uma dada empresa possui uma mina de minério de ferro em operação e seu
objetivo é a produção de granulados para siderurgia, tal empresa deverá instalar uma usina de
beneficiamento, com a sequência e combinação correta das operações unitárias necessárias para
o beneficiamento do minério em questão de modo que o produto final apresente as características
químicas apresentadas na tabela. Ressaltamos que as especificações são ditadas pelas
indústrias compradoras dos produtos finais do beneficiamento, e alteradas frequentemente de
acordo com o mercado e as tecnologias possuídas por tais indústrias.
Ainda sobre a tabela, os valores referentes aos teores (percentuais) de ferro (Fe) são os
mínimos aceitos para cada aplicação. Já os demais teores, como sílica (SiO 2) e alumina (Al2O3),
são os teores máximos, uma vez que tais elementos são as impurezas responsáveis por
problemas diversos nos aços, tais como a fragilidade a frio, baixa resistência ao choque e baixa
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tenacidade. Logo, as especificações químicas são relativas a conteúdos mínimos dos elementos
de interesse e a conteúdos máximos de elementos contaminantes.
Assim como para o minério de ferro, praticamente todos os demais materiais lavrados
atualmente devem passar por algum tipo de adequação para posterior aplicação.Como a maioria
das especificações para produtos minerais são de natureza química, tem-se o objetivo principal
do tratamento de minérios: separaçãodos minerais de interesse dos minerais “não interessantes”.
Esquematicamente, de maneira extremamente simplificada, veja a representação para esta ação:
Alimentação - Minério
Tratamento
Concentrado Rejeito
Elemento aproveitável
Elemento não aproveitável
No esquema que você viu anteriormente está ilustrada uma situação ideal, ou seja, o
concentrado não apresenta contaminação e o rejeito não arrastou nenhum mineral útil. Isto não
acontece na prática, principalmente devido às limitações das técnicas e ao fato de que as
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partículas minerais são compostas por mais de um mineral, sendo chamadas de partículas
mistas. Em outras palavras, se o esquema apresentado representasse uma situação real,
teríamos círculos totalmente vermelhos ou totalmente brancos (que seriam as partículas livres) e
também círculos com as duas cores. Para ilustrar, as três partículas abaixo são mistas e
apresentam diferentes porções de elemento aproveitável (mineral-minério) e não aproveitável
(mineral de ganga).
Segundo Valadão et. al. (2007), existem diversos tipos de partículas mistas, sendo quatro
os tipos básicos:
Para que ocorra a concentração, devem existir propriedades químicas e físicas distintas e
características de cada mineral, como cor, forma, densidade, propriedades magnéticas,
propriedades elétricas, propriedades superficiais, etc. Assim, as tecnologias de separação são
desenvolvidas de acordo com as propriedades dos minerais. No exemplo a seguir você perceberá
conceitos básicos e aplicações práticas.
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Dado minério é constituído por cinco espécies minerais, sendo apenas um mineral-minério e
quatro minerais de ganga. O mineral-minério apresenta propriedades magnéticas acentuadas,
enquanto os demais minerais, que constituem a ganga, não apresentam nenhuma
propriedade magnética. Logo, existe boa razão técnica para que se proceda à concentração
deste minério via separação magnética, uma vez que quando o minério passar pelo separador
(que contém um imã), as partículas de mineral-minério se prenderão ao separador, pois
apresentam propriedades magnéticas. As demais partículas passaram pelo separador sem
sofrer nenhuma atração. A propriedade existente em uma assembleia mineralógica que
permite a concentração é chamada de PROPRIEDADE DIFERENCIADORA.
Para que a liberação seja alcançada, primeiramente o minério terá que sofrer
FRAGMENTAÇÃO.
Os produtos finais da mineração devem ser vendidos com um limite de umidade aceitável
pelos compradores, uma vez que os mesmos estão interessados na compra do bem mineral,
e não de água. Como a maioria das usinas operam em via úmida, faz-se necessária a
“retirada” da água dos produtos finais do beneficiamento. Além dos fatores econômicos, pois a
água tem se tornado um insumo cada vez mais caro, as pressões ambientais têm pressionado
as empresas para o reaproveitamento cada vez maior da água de processo. Tal
reaproveitamento e adequação dos produtos finais são alcançados com as operações de
SEPARAÇÃO SÓLIDO-LÍQUIDO.
Portanto, a separação de espécies úteis das não úteis é alcançada através de uma série
de operações arranjadas sequencialmente, organizadas em diversas fases, e que se apresentam
de forma conjunta, de forma a maximizar a recuperação dos minerais úteis contidos no minério e
adequá-los às especificações de seus recebedores. Cada arranjo de operações é realizado
conforme a tipologia do minério a ser tratado e os produtos finais que devem ser obtidos. No
entanto, podemos dividir de forma geral o tratamento de minérios em seis etapas, sendo elas (em
ordem de execução):
3ª: Concentração
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Os diversos arranjos encontrados para as diferentes instalações de tratamento de minérios
são, como citado, característicos de cada minério e seus produtos finais. Esses arranjos são
denominados fluxogramas de tratamento de minérios, sendo alguns mais simples e outros mais
complexos. Um design geral é apresentado e em seguida um fluxograma real de beneficiamento
de minério de cobre.
3ª: Concentração;
Neste subitem serão descritas brevemente as operações unitárias principais que compõem
cada uma das seis etapas do beneficiamento que foram listadas. Tais descrições seguirão a
ordem de execução mais comum nas usinas existentes no Brasil e no mundo.
Fragmentação de minérios
Britadores de mandíbulas;
Britadores giratórios;
Britadores cônicos;
Britadores de impacto;
Britadores de rolos dentados.
Moagem
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Os moinhos de carga cadente (e também os moinhos AG e SAG) apresentam formato
cilíndrico e giram em torno de seu eixo. A carcaça é feita de chapa calandrada e soldada, e é
fechada nas duas extremidades por tampas, cabeças ou espelhos. A espessura da carcaça varia
de 1/100 a 1/75 do diâmetro do moinho e é revestida por materiais resistentes ao desgaste e que
auxiliam no levantamento da carga.
A etapa de separação por tamanho é uma das mais importantes para o sucesso das
operações subsequentes. Uma das razões é o fato de que, conforme já relatado, as operações de
concentração apenas operam em faixas granulométricas específicas. No gráfico a seguir, estão
listadas as principais operações de concentração e suas faixas granulométricas de operação para
minérios de ferro.
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LIMS - tambor
SLON
Espiral
Jigue Pneumático
Figura: Métodos de concentração empregados em minério de ferro e suas faixas granulométricas de melhor
aplicação (Araújo, 2008).
A separação por tamanhos, portanto, tem por objetivo adequar as granulometrias para as
etapas subsequentes de beneficiamento, além do acabamento dos produtos finais (inclusive
descarte). Podemos dividir os métodos de separação por tamanhos em dois grandes grupos:
peneiramento e classificação em meio fluido.
Peneiramento
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Peneiras vibratórias;
Peneiras de alta frequência;
Trommel;
O hidrociclone utiliza a força centrífuga como agente para realizar a classificação das
partículas. A polpa é injetada sob pressão no aparelho, através de um duto situado na parte
superior da câmara cilíndrica e, como resultado de sua entrada tangencial, é criado no seu interior
um redemoinho. As partículas mais grossas são arremessadas contra as paredes e escoam pelo
orifício inferior enquanto as partículas mais finas ficam no meio do redemoinho e são arrastadas
para cima devido à pressão negativa gerada pelo movimento circular da polpa.
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O classificador espiral consiste numa bacia de sedimentação onde os finos saem por
transbordo (overflow) e os grossos (underflow) são removidos do fundo por arraste mecânico
através de uma espiral.
Concentração
A concentração é definida como qualquer operação que tem por finalidade a separação
das espécies minerais úteis das espécies não úteis. Esta é realizada em diversas etapas, visando
separar e recuperar o máximo de minerais úteis. Novamente devemos considerar o esquema
abaixo, que ilustra o princípio da concentração:
Alimentação - Minério
Tratamento
Concentrado Rejeito
Elemento aproveitável
Elemento não aproveitável
Para que ocorra a separação do mineral-minério dos minerais de ganga, ou seja, para que
haja a concentração, três condições são necessárias:
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Os métodos de concentração no tratamento de minérios são agrupados segundo a
propriedade diferenciadora que será a base do método. As propriedades diferenciadoras e os
respectivos métodos de concentração usados na mineração você verá na tabela a seguir.
PROPRIEDADES MÉTODOS
óticas (cor,brilho, fluorescência) escolha ótica (manual ou automática)
líquido denso, meio denso, jigues, mesas,
espirais, cones, ciclones de meio denso,
densidade DWP, bateias, calhas, calhas
estranguladas, classificadores,
hidroespessadores, etc.
forma idem métodos baseados na densidade
susceptibilidade magnética separação magnética
condutividade elétrica separação eletrostática ou de alta tensão
radioatividade escolha com contador
cominuição seguida de classificação ou
textura/friabilidade
hidrosseparação ou peneiramento
reatividade química hidrometalurgia
flotação, agregação ou dispersão seletiva,
reatividade de superfície
eletroforese, aglomeração esférica
Métodos densitários
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A mesa vibratória utiliza as correntes horizontais (lâmina de água) sobre uma superfície
inclinada, que dispõe de rifles dispostos paralelamente. O movimento de vai e vem no sentido
longitudinal, com recuo mais rápido que o avanço faz com que as partículas sofram propulsão
neste mesmo sentido.
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Separação magnética
Flotação
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é uma área muito complexa, devido à grande quantidade de fenômenos envolvidos e muitos
deles ainda são incompreendidos.
Toda partícula que apresenta aversão ao meio aquoso apresentará afinidade com o ar.
Tem-se então o princípio do método: em um meio aquoso onde se encontram partículas em
suspensão passa-se uma fase gasosa. As partículas que apresentam afinidade como o meio
aquoso permanecerão na polpa, enquanto os minerais que apresentam afinidade com o ar serão
arrastados junto com o mesmo e sairão na fase espuma.
1. Coletores
2. Espumantes
3. Depressores
4. Reguladores
5. Moduladores de coleta.
Os reagentes coletores são aqueles responsáveis pela transformação das superfícies dos
minerais que se deseja coletar em hidrofóbicos. Estes minerais se “agarrarão” às bolhas que
percorrem a polpa até a superfície da mesma, onde é formada uma espuma estável, que sai da
máquina por transbordo. Os coletores são compostos orgânicos que apresentam duplo caráter
químico: uma cauda constituída por uma cadeia carbônica que é apolar e uma cabeça, que é a
extremidade polar. O coletor funciona como uma ponte de ligação entre o mineral e a bolha de ar:
a extremidade polar se liga ao mineral e a cauda se liga à bolha, pendendo o mineral na fase
gasosa.
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QUARTZO
BOLHA DE AR
A espuma deve ser estável, pois caso contrário, as bolhas mineralizadas estourarão
quando atingirem a superfície e as partículas que deveriam ser flotadas retornam ao seio da
polpa. A estabilidade da espuma é conseguida através dos reagentes espumantes, que
normalmente são compostos orgânicos da família dos álcoois.
Os reagentes reguladores são capazes de tornar mais eficaz e/ou seletiva a ação dos
coletores, ou seja, agem como ativadores do processo.
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colunas de flotação e entrada de ar por cima nas células e por baixo nas colunas. As figuras a
seguir são relativas aos aspectos construtivos de células e colunas.
Zona de
espuma
Zona de
0
agregação
Zona de
turbulência
Água de lavagem
Alimentação
Espuma
Ar
Afundado
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Separação Sólido-Líquido
1. Espessamento;
2. Filtragem;
3. Ciclonagem;
4. Peneiramento;
5. Outros: secagem, centrifugação, flotação, separação magnética.
Espessamento
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- Preparação de polpas para operações subsequentes (filtragem, moagem, flotação, lixiviação,
backfill).
Filtragem
Os filtros de disco são composto por uma série de discos verticais, paralelos e espaçados,
ligados entre si por um eixo central (constituído de um feixe de tubos) que executa um movimento
de rotação. Cada disco é composto de múltiplos setores independentes, cobertos com o tecido
filtrante. Cada setor é conectado a um dos tubos do eixo central. Veja os principais aspectos
construtivos de um filtro de discosna figura a seguir.
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2- Formação de camada de partículas sólidas que ficam retidas no meio filtrante, pela ação
da força de vácuo.
3- Emersão do setor.
O filtro de tambor consiste num grande cilindro que gira solidário ao seu eixo longitudinal. A
alimentação é feita numa bacia de polpa ou sobre o tambor. O tecido (ou meio filtrante) é envolto
ao tambor na forma de uma correia. A descarga é realizada por raspador, rolos ou fio.
Pilha de material
britado.
Figura: Dois sistemas “particulados” ainda na frente de lavra: pilha após desmonte e pilha após britagem. Fonte:
http://www.lidendesign.com/gulfrock/services-products/rock-drilling-blasting/
A pilha de material gerada na lavra é transportada até a usina, sendo que o primeiro
estágio de beneficiamento geralmente é a britagem primária. Ao longo do caminho na usina, tal
sistema tem suas propriedades físicas (e químicas também) completamente alteradas. Assim, em
cada ponto deste trajeto, o conjunto de partículas específico de tal ponto constituirá um sistema
único, com suas próprias características, que influenciarão no comportamento (principalmente o
reológico) do fluxo dentro e fora da usina.
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Figura: Série de peneiras para ensaio, peneirador eletromagnético de bancada e peneiramento a úmido em
laboratório (Sampaio e Silva, 2007).
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A análise granulométrica por peneiramento é o método mais antigo e mais utilizado na
prática laboratorial. As peneiras utilizadas apresentam uma superfície de peneiramento (malha)
constituída, quase sempre, por fios trançados perpendicularmente, de tal maneira a formar
aberturas que podem ser quadradas ou retangulares, sendo as primeiras as mais usadas na
prática.
A série Tyler tem como abertura padrão a peneira de 0,074mm, com 200 aberturas por
polegada linear. No esquema a seguir está ilustrado o procedimento para cálculo das aberturas
imediatamente superior e imediatamente inferior à abertura padrão.
Como as aberturas das peneiras seguem uma razão de escala e os fios têm diâmetros de
acordo com as aberturas, outra forma de se referir a uma dada série é em termos do número de
aberturas que cada peneira possui, ou seja, o número de “mesh” ou malhas. Assim, cada uma
das peneiras pode ser designada tanto pelo tamanho da abertura (em mm ou µm) quanto pelo
número de aberturas que cada polegada linear (2,54cm) possui. Veja na figura a seguir como
pode ser denominada uma peneira de abertura de 2,36µm em termos malhas ou mesh.
1”
8 mesh ou 2.360μm
Figura: Peneira de 8 malhas (8 mesh ou 8#): ela possui 8 aberturas em uma polegada linear (1”).
A tabela abaixo mostra a série Tyler em termos dos tamanhos das aberturas e também em
termos de malhas.
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Tabela: Série Tyler – na primeira coluna estão os números de malhas; nas demais, estão as dimensões das aberturas
em mm, µm e polegada (Fonte: Krebs apud Sampaio e Silva, 2007
Para escolha do método mais adequado para a análise granulométrica é necessário que
tenha conhecimentos prévios sobre os objetivos da análise e sobre as características do material
que será analisado. Se, por exemplo, você tem uma dada amostra cujas partículas que a
constituem vão de tamanhos desde 1mm até 0,010mm, será necessário mais de um método.
Assim, o peneiramento juntamente com o Cyclosizer poderá ser empregado, permitindo uma
análise completa da distribuição granulométrica da amostra. No entanto, se por exemplo uma
dada amostra de lama da ciclonagem de minério de ferro necessita ser analisada
granulometricamente, o peneiramento jamais será empregado, uma vez que tais lamas possuem
geralmente granulometrias menores que 0,010mm. Neste caso, o emprego de técnicas como o
Cyclosizer combinado com a pipeta de Andreasen ou Sedigraph é o mais indicado.
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Outros parâmetros importantes para execução da análise granulométrica são, além da
escolha do método adequado, o tempo de execução da análise, a densidade da amostra e a
quantidade de amostra usada (massa). A massa de amostra usada deverá ser obtida por
amostragem, para garantia de representatividade do lote pela amostra retirada.
1 – Obtenção de uma amostra de 150g a partir de um lote inicial de 160kg por amostragem.
1 2
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3 –Após recolhimento das massas retidas em cada peneira e pesagem das mesmas, uma tabela
contendo as aberturas das peneiras e suas respectivas massas retidas é montada:
Peneira
Abertura (mm) Massa (g) % Retida Simples % Retida Acumulada % Passante Acumulada
(mesh)
48 0,296 26,00
65 0,209 25,00
100 0,148 19,00
150 0,105 34,00
200 0,074 18,00
Fundo 27,00
Total 149,00
4 – Procedemos aos cálculos referentes aos percentuais retidas simples, acumulada e passante
acumulada, com base na alimentação total recalculada. Veja que a alimentação no início do
peneiramento era de 150g, no entanto, a perda de massa é comum em todos os procedimentos
laboratoriais e deve verificar se a perda não superou limites aceitáveis. Em geral, para análises
granulométricas por peneiramento convencional são aceitáveis perdas de até 5%.
Peneira
Abertura (mm) Massa (g) % Retida Simples % Retida Acumulada % Passante Acumulada
(mesh)
48 0,296 26,00 17,45 17,45 82,55
65 0,209 25,00 16,78 34,23 65,77
100 0,148 19,00 12,75 46,98 53,02
150 0,105 34,00 22,82 69,80 30,20
200 0,074 18,00 12,08 81,88 18,12
Fundo 27,00 18,12 100,00 0,00
Total 149,00 100,00
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5 – Podem ser plotados diversos gráficos para representar a distribuição granulométrica de uma
amostra. No entanto, é mais comum a apresentação de gráficos de passante acumulada em
função da abertura (ou seja, do tamanho das partículas).
90
80
70
% Passante Acumulada
60
50
40
30
20
10
0
0,01 0,1 1
Abertura (μm)
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Tópico 1.5 – Polpas Minerais
Antes de começarmos nossos estudos sobre Polpas Minerais é importante que você saiba
a definição desse termo. Confira abaixo:
As polpas minerais apresentam características muito específicas. Isto ocorre por diversos
fatores, mas o primeiro que ressaltamos é o fato de que cada minério é único, apresentando
características intrínsecas aos seus ambientes geológicos. Em cada ambiente são originados
materiais com composições mineralógicas, texturas e estruturas únicas, além de outras
propriedades peculiares a cada depósito. Portanto, para que se possa compreender o
comportamento das partículas minerais em uma polpa, ou seja, em um meio fluido, deve-se
conhecer ao máximo o minério.
Você verá adiante que os principais aspectos a serem considerados para o transporte de
polpas minerais se concentram no ramo do conhecimento denominado “Reologia”. Este é definido
como aquele que estuda a deformação e o escoamento de materiais sob a ação de uma força.
No entanto, já podemos adiantar que a principal característica dos sólidos de uma polpa
que interfere no comportamento reológico da mesma é a sua distribuição granulométrica. Logo,
para saber como se comportará uma polpa e em quais velocidades a mesma deverá ser
transportada, deve-se conhecer sua distribuição granulométrica.
Aresta = a/2
Área =8 . 6. (a/2)2 = 12 a2
Volume = 8 . (a/2)3 = a3
ASEv= 12 a2/a3 = 12/a
Observe que o volume total não se altera, porém ocorrerá a exposição de faces novas,
geradas a partir da fragmentação do cubo: a área anteriormente de 6a 2 passa a ser 12a2, ou seja,
o dobro. Isto significa que para um mesmo volume de sólido num meio aquoso, no segundo caso
existirá mais área superficial disponível para interação com as moléculas de água, interferindo
mais acentuadamente na sua viscosidade. No primeiro caso a interação sólido-água é menor,
devido à menor área.
Para efeito de transporte das polpas de materiais cada vez mais finos, o grande desafio se
concentra no entendimento das forças atuantes nos sistemas, uma vez que as forças de caráter
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mecânico diminuem seu poder sobre as partículas finas, passando a predominar as forças de
caráter eletrostático e àquelas relacionadas à descontinuidade do meio: a viscosidade.
Uma polpa mineral pode ser definida como uma mistura de água e sólido, onde os sólidos
geralmente devem permanecer em suspensão. Desta forma, pode-se deduzir o balanço de
materiais em uma dada polpa:
mp= ms + ma
vp = vs + va
Onde:
ma = massa de água
ms = massa de sólido
mp = massa da polpa
vs = volume de sólido
vp = volume de polpa
Como a densidade de uma substância é igual à massa/volume, o balanço da polpa pode ser
reescrito como:
Onde:
da = densidade da água
ds = densidade do sólido
dp = densidade da polpa
As unidades de massa mais utilizadas nos cálculos de polpas são o grama (g), quilograma
(kg) e a tonelada métrica (t). Já as unidades de volume são o mililitro (ml), centímetros cúbicos
(cm3) e o litro (l). Portanto, as densidades podem aparecer com as mais diversas relações, sendo
as mais comuns: g/cm3; t/m3; kg/m3. Muito cuidado deve ser tomado ao converter as unidades,
principalmente no que se refere às densidades.
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Observe que a densidade da polpa não será a soma das densidades. Ela sempre terá um
valor entre a densidade da água e do sólido. Assim, quanto mais sólidos tiver uma polpa, mais
seu valor se aproxima da densidade do sólido, ao passo que quanto mais diluída uma polpa, sua
densidade estará mais próxima da densidade da água.
O percentual de sólidos em massa presente numa polpa é também conhecido como fração
ponderal - Fp. Assim, definimos:
𝑚𝑠
Fp = 𝑚𝑝 x 100
A diluição (D) é a relação entre a massa de água e a massa de sólidos presente na polpa.
Note que a relação é adimensional.
𝑚𝑎
D= 𝑚𝑠
Os percentuais de sólidos em massa (Fp) e em volume (Fv) podem ser obtidos apenas
com as densidades do sólido, da água e da polpa. A fórmula que permite esta obtenção é
facilmente deduzida pelas fórmulas anteriores e é dada por:
𝑑𝑠 (𝑑𝑝 −𝑑𝑎 )
Fp = 𝑑𝑝 (𝑑𝑠−𝑑𝑎 )
E
(𝑑𝑝 −𝑑𝑎 )
Fv = (𝑑𝑠−𝑑𝑎 )
Solução:
𝑑𝑠 (𝑑𝑝 −𝑑𝑎 ) 5,2 (2,5−1)
Fp = 𝑑𝑝 (𝑑𝑠−𝑑𝑎 ) = 2,5 (5,2−1) = 0,74 ou 74%
2 - 200m3/h de uma polpa contendo 30% de sólidos em massa deve ser preparada.
Consideramos:
Solução:
Fp = 30% ou 0,3. Substituindo-se os valores na equação de Fp, pode ser obtida a densidade da
polpa, que não foi dada:
𝑑𝑠 (𝑑𝑝 −𝑑𝑎 )
Fp = 𝑑𝑝 (𝑑𝑠−𝑑𝑎 )
3,5 (𝑑𝑝 − 1)
0,3 =
𝑑𝑝 (3,5 − 1)
dp = 1,27g/cm3
𝑚𝑝
Como dp = e o vp = 200m3, temos:
𝑣𝑝
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O que estudamos?
Retorne à sala virtual do curso, participe do Fórum de Interação e realize também a tarefa
proposta.
Bons estudos!
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