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Drenagem de jardim suspenso de centro empresarial

Camyla Margarete Magalhães de Oliveira


Maccaferri do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil, camyla.oliveira@maccaferri.com.br

Fernando Xavier Pereira


Maccaferri do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil, fernando.pereira@maccaferri.com.br

RESUMO: A construção das duas torres de uma empresa no centro antigo do Rio de Janeiro, no
qual a preocupação sustentável é uma das marcas do projeto e que foi concebido dentro do padrão
triple A, previa em seu projeto uma área de 6.500 m² de cobertura verde sobre os terraços das
torres. Para a drenagem do terraço verde, inicialmente era prevista a execução no modo
convencional com a utilização de brita e geotêxtil. Porém, constatou-se a necessidade de se
encontrar um sistema que apresentasse maior facilidade executiva, eficiência técnica e de baixo
impacto ambiental, e para isso foram propostas diferentes soluções pelos responsáveis do projeto
paisagístico. Após o estudo de algumas alternativas que atendessem as necessidades mencionadas
anteriormente, optou-se pela utilização do sistema de geocomposto drenante para utilização em
jardins. Este sistema é composto por um núcleo drenante formado por uma geomanta
tridimensional, fabricada com filamentos de polipropileno e termosoldada a um geotêxtil não-tecido
de poliéster em todos os pontos de contato. Este geocomposto drenante foi aplicado diretamente
sobre a laje impermeabilizada, reduzindo a seção drenante do sistema para 12 mm e, atendendo as
necessidades das camadas de substrato, finalizou-se a altura total da borda das jardineiras em 20
cm, proporcionando um sistema compacto, eficiente, de custo reduzido e com ganho de
produtividade.

PALAVRAS-CHAVE: drenagem, geossintéticos, geocomposto drenante, telhado verde.

1 INTRODUÇÃO

O telhado verde, ou ecotelhado, é uma técnica


usada em arquitetura e engenharia cujo objetivo
principal é o plantio de árvores e plantas nas
coberturas de residências e edifícios. Esse tipo
de cobertura vegetal pode ser instalada tanto
em cobertura de prédios (laje) ou sobre telhados
convencionais, como o de telha cerâmica, B
fibrocimento, dentre outros, podendo também Figura 1 – (a) Telhado verde com inclinação de 45º e (b)
ser inserido em coberturas planas ou inclinadas, Telhado verde plano - Alemanha. Fonte: Minke (2005).
como visto na Figura 1.
As precursoras da utilização de telhados
verdes foram a Escandinávia e a Islândia.
Nestes locais, devido às baixas temperaturas, o
telhado verde possuía como função garantir o
isolamento térmico das residências sem que
houvesse necessidade de se utilizar a calefação.
A Figura 2 mostra um exemplo de uma
construção na Islândia.

A
1.1.1 Redução das ilhas de calor

Os centros urbanos são construídos com


variedades de materiais de cores escuras,
propiciando a a absorção de calor durante o dia
e a liberação à noite. O aumento da
Figura 2 - Casas na Islândia cobertas com grama.
temperatura nas áreas urbanas aumenta a
demanda da utilização de aparelhos de ar
É mencionado por Osmundson (1999) apud condicionado, acarretando o aumento do gasto
Nascimento (2008) que as referências históricas de energia e maior poluição para o meio
de telhado verde mais significativas no período ambiente.
de 4000 a 600 a.C. são os Jardins Suspensos da Estudos realizados por Gertis et al. (1997)
Babilônia (Figura 3). apud Minke (2004) demonstra que uma laje
com aplicação de impermeabilizante na cor
preta pode resultar em uma temperatura
superficial superior a 90ºC, com declínio, à
noite, para algo próximo de 10ºC. Haveria,
portanto, uma diferença de temperatura de
80°C. Já a cobertura vegetada teria no máximo
25ºC durante o mesmo dia de análise e durante
a noite ficaria com temperatura por volta dos
15ºC. A diferença de temperatura, neste caso,
seria de apenas 10ºC. A Figura 4 mostra os
resultados deste estudo com as temperaturas
Figura 3 - Representação dos jardins suspensos da
Babilônia. obtidas com os diferentes materiais.

Nos países da América do Norte e da Europa


essas técnicas têm sido mais empregadas do que
no Brasil. Porém este cenário deve mudar com
o surgimento de certificações como a LEED
(Leadership in Energy and Environmental
Design) no qual o sistema de certificação e
orientação ambiental de edificações criado pelo
U.S. Green Building Council , destaca o uso de
telhados verdes como pontuadores indiretos
para obtenção da certificação verde.

1.1 Vantagens de se utilizar o telhado verde

Segundo Minke (2004), a utilização de Figura 4 - Temperaturas medidas ao longo de um dia de


telhados verdes poderia melhorar muito o clima verão em diferentes superfícies. Sendo (a) laje betumada
(b) cascalho (c) tinta clara reflexiva (d) planta artificial
das cidades, pela purificação do ar, redução da (e) vegetado (Gertis et al. (1997) apud Minke (2004)).
variação das temperaturas e umidade nos
centros urbanos. O especialista afirma ainda que A obtenção da temperatura superficial mais
a aplicação de telhados verdes em 10% a 20% baixa é importante para garantir um microclima
nas coberturas da cidade já garantiria um clima na edificação muito mais agradável, além de
urbano saudável. contribuir para a redução das ilhas de calor.
A seguir serão mostrados os benefícios da
utilização de telhados verdes. 1.1.2 Isolamento térmico e conservação de
energia
cenário propício a enchentes nas cidades.
A capa de vegetação no telhado das edificações Em seus estudos, Baldessar (2012) analisou
gera um efeito de isolamento térmico. Este como os telhados verdes contribuem para
efeito ocorre devido a instalação de todas as aliviar os sistemas de drenagem das cidades. E,
camadas que são necessárias para a construção através da comparação da água escoada entre
de um telhado verde. Quanto mais espessa essa três sistemas de cobertura: laje
camada, maior esse efeito. Essas propriedades impermeabilizada, telha cerâmica e telhado
isolantes ainda dão ao ambiente interno das verde, foi possível concluir que o telhado verde
edificações uma propriedade de resistência em realmente contribui através dos mecanismos de
transmissão de energia. evapotranspiração, armazenamento e redução
Em seu estudo, Vecchia (2005), apresentou o de áreas impermeáveis nos centros urbanos para
resultado das eficiências energéticas de a redução da água a ser drenada. De acordo com
cobertura para o telhado verde e para outros o mesmo trabalho, a redução na quantidade de
sistemas tradicionais de cobertura. Na Figura 5 água de chuva direcionada à galeria de águas
é possível verificar a variação térmica externa e pluviais pode chegar em até 70%.
a variação térmica no telhado verde e dentro do
ambiente. Chegando a uma variação de 10º C 1.1.4 Filtragem do ar
na hora mais quente do dia, registrada por volta
de 14:30h. As vegetações presentes no telhado verde, pelo
É importante ressaltar que, no caso de mecanismo da fotossíntese, aprisiona o carbono,
telhados verdes, o processo de troca de calor é filtrando o ar e liberando o oxigênio, filtrando
retardado, pois o telhado verde age como um substâncias nocivas ao ambiente e ao ser
isolante. Isto é, o telhado verde retarda a humano. Também retêm partículas de pó e
entrada do calor externo, podendo haver um fuligem presentes no ar, melhorando assim a
atraso térmico de até 4 horas. qualidade do ar nos centros urbanos.

1.1.5 Melhoria da qualidade da água

No caso de telhado verdes, a vegetação e


substrato funcionam como filtro, retirando da
água da chuva agentes poluidores.
De acordo com os estudos de Thompson &
Sorvig (2008) apud Baldessar (2012), pode-se
afirmar que se a água proveniente de uma
camada de vegetação for despejada no sistema
de captação de águas pluviais e direcionada aos
córregos e rios, estes podem manter-se
protegidos pela qualidade da água que recebem,
sendo seu volume reduzido, evitando desta
Figura 5 - Comparativo das temperaturas de cinco maneira processos erosivos nas margens de rios
protótipos: aço galvanizado, fibrocimento ondulada, laje
pré-moldada cerâmica inclinada (sem telhas) e com e canais e nem transportando materiais
impermeabilização, de cor branca, com resina de óleo poluentes. A partir da Figura 6 é possível
vegetal, cobertura verde leve e telha cerâmica, Vecchia visualizar como o volume de poluição está
(2005). relacionado com o volume de água escoada,
mostrando que quanto menor a permeabilidade
1.1.3 Maior eficiência dos sistemas de do ambiente, maior será a quantidade de
drenagem poluentes carreados pela água da chuva.

Atualmente, com a grande ocupação dos centros


urbanos, vem aumentando a parcela do solo
impermeabilizado, contribuindo para um
Figura 7 - Mapa do município do Rio de Janeiro e centro
do Rio de Janeiro. Fonte: Google (2015).

O projeto consistia na construção das duas


torres com a preocupação de sustentabilidade
Figura 6 – Ilustração didática mostrando a relação entre a endo concebido dentro do padrão triple A,
impermeabilidade e poluição (Thompson & Sorvig
(2008) apud Baldessar (2012)).
escala máxima de excelência entre os edifícios
corporativos, com sistemas tecnológicos de
1.1.6 Desempenho acústico controle predial que garantem economia de
manutenção, assim como atendem à certificação
O barulho excessivo nas grandes cidades LEED (Leadership in Energy and
provocado por tráfego de veículos e outros Environmental Design), concedido pelo
meios é um fator que afeta a saúde física e USGBG.
psicológica das pessoas que convivem neste
ambiente.
De acordo com Machado et al. (2004) 3 METODOLOGIA
devido à composição do telhado verde (plantas,
substratos) este absorve as ondas sonoras Para o projeto foi verificada a necessidade de
reduzindo significativamente os ruídos. Já as encontrar um sistema que apresentasse maior
coberturas tradicionais teriam o efeito contrário, facilidade executiva, eficiência técnica e de
pois o material que as compõe expandem as baixo impacto ambiental. Para isso foram
ondas sonoras. propostas diferentes soluções pelos
responsáveis do projeto paisagístico.
1.1.7 Novos Ecossistemas Após o estudo de algumas alternativas que
atendessem as necessidades mencionadas
O telhado verde contribui para resgatar os anteriormente, optou-se pela utilização do
ecossistemas nos centros urbanos e a periferia sistema de geocomposto drenante para
da cidade. Mesmo que tenha apenas uma utilização em jardins.
pequena contribuição, ele reforça o ecossistema O geocomposto para drenagem leve e
para pássaros e insetos, e ao utilizar plantas flexível é formado por um núcleo drenante
nativas da região onde o telhado verde está fabricado com filamentos de polipropileno e
inserido, facilita o reestabelecimento da termosoldado a um geotêxtil não-tecido de
presença da vida nativa. poliéster em todos os pontos de contato.
Como vantagens sobre o sistema de
drenagem tradicional podemos citar sua elevada
2 ÁREA DE ESTUDO capacidade de vazão, sistema leve, de fácil
manuseio e simples instalação, protegendo os
Localizado no centro antigo do Rio de Janeiro, sistemas de impermeabilização contra eventuais
o projeto contemplou uma área de 6.500 m² de danos mecânicos, redução de sobrecarga na
cobertura verde sobre os terraços das torres. estrutura, permitindo maior espessura do solo
vegetal, favorecendo o desenvolvimento da
vegetação.
Como uma vantagem econômica, a
instalação do geocomposto drenante é
extremamente simples e prática, pois ele
simplesmente é colocado entre a estrutura e a
coberto com solo vegetal. Devido a sua pequena A vazão do geocomposto drenante foi
espessura e baixo peso, permite a diminuição da medida diretamente através do ensaio de
altura da floreira e a redução da sobrecarga na permeabilidade planar e transmissividade,
estrutura. segundo a norma ASTM D4716, sendo que este
A Figura 8 abaixo mostra uma seção tipo valor deve ser reduzido em acordo com os
com sequência de camadas e geossintéticos fatores de redução convenientes para a
utilizados na técnica para instalação de telhados aplicação em questão. Os valores dos fatores de
verdes. redução considerados foram os indicados por
Koerner (1998), que indica para o caso de lajes
e áreas suspensas os fatores de redução: de 1,2 a
1,4 para intrusão do solo, 1,0 a 1,2 para fluência
à compressão e colmatação química, e de 1,1 a
1,3 para colmatação biológica. Neste caso o
fator de redução global utilizado foi:

Fator de redução global = FRIN ∗ FRFC ∗ FRCQ ∗ FRCB


FRGLOBAL = 1,2 ∗ 1,0 ∗ 1,0 ∗ 1,1 = 1,32
(3)

Considerando a possibilidade mais


conservadora, a vazão de projeto do
geocomposto drenante é obtida dividindo a
vazão encontrada no ensaio pelo fator de
redução global.

Q ensaio 0,157
Q gd = = = 0,12l / s / m (4)
Figura 8 - Seção tipo com sequência de camadas e FRGLOBAL 1,32
geossintéticos.
Portanto encontramos que a vazão do
3.1 Comparativo da eficiência entre os geocomposto drenante é de 0,12 l/s/m, e a
sistemas drenantes necessária para o projeto de 0,01 l/s/m. Mesmo
utilizando os valores mais altos de fatores de
Para comparar os dois sistemas de drenagem redução, ainda assim a vazão no geocomposto
(convencional e geocomposto drenante), drenante seria no mínimo cinco vezes maior do
primeiramente foi calculada a permeabilidade que no sistema tradicional, comprovando que a
do sistema tradicional através da Lei de Darcy, utilização do geocomposto drenante é suficiente
na qual a vazão (Q) é igual ao coeficiente de para atender as necessidades do projeto.
permeabilidade (k) multiplicado pelo gradiente
hidráulico (i) e pela área drenante (A): 3.2 Etapas construtivas
Q = k ∗i∗A (1) Primeiramente foi definida a área onde seria
construído o telhado verde e foi realizada a
Considerando como coeficiente de impermeabilização correta com manta asfáltica.
permeabilidade da brita graduada k = 10-2 m/s, A Figura 9 mostra as áreas que terão vegetação.
gradiente hidráulico igual a 0.01 e uma área
unitária, temos a vazão necessária para o
projeto:

Q = 10-2 ∗ 0,01 ∗ 1 = 0,0001m3 / s / m = 0,01l / s / m


(2)
Figura 10 - Aplicação do geocomposto drenante.

B
Após a instalação do geocomposto drenante,
foi adicionada uma camada de argila expandida,
que é um bom substrato por ser leve e eficaz. O
objetivo de se adicionar esta camada de argila é
que a mesma serve para impedir o
apodrecimento de raízes da espécie cultivada e
também facilita o escoamento de água que
recebe durante as chuvas.

Figura 9 - Área que receberá os geossintéticos para a


colocação da vegetação.
C Figura 11 - Adição da camada de argila expansiva sobre o
geocomposto drenante.
Sobre a laje impermeabilizada foi aplicado o
geocomposto drenante, sendo sua utilização
Depois de realizados todos estes
reduz a seção drenante do sistema para 12 mm e
procedimentos, foi adicionada uma camada de
atendendo as necessidades das camadas de
10 cm de solo enriquecido com adubos
substrato. A Figura 10 mostra esta etapa da
orgânicos, sendo que a adubação pode variar
construção.
conforme a espécie de cultivo.

Figura 12 - Adição da camada de solo com adubo.


A
Por último foram plantadas as espécies jardineiras em 20 cm, proporcionando um
vegetais. Para este local foram escolhidas as sistema compacto, eficiente, de custo reduzido e
espécies com baixo índice de crescimento, que com ganho de produtividade.
não exigiam poda. A Figura 13 mostra o
resultado final da obra.
AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer à equipe que


realizou a obra e também à equipe técnica da
Maccaferri do Brasil pelo apoio prestado
durante a elaboração deste trabalho,
especialmente aos engenheiros Petrucio Santos
e Jefferson Prado.

Figura 13 - Obra concluída.


REFERÊNCIAS
Finalizou-se a altura total de borda das
jardineiras (substrato + sistema drenante + Baldessar, Silvia M. N. (2012). Telhado verde e sua
sistema impermeabilizante) em 20 cm, contribuição na redução da vazão da água pluvial
escoada, Dissertação de mestrado. Programa de Pós-
proporcionando um sistema compacto, Graduação em Geotecnia, Departamento de
eficiente, de custo reduzido e com ganho de Engenharia Civil, Universidade Federal de Curitiba,
produtividade. 125p.
Koerner, R. M. (1998) Designing with Geosynthetics, 4nd
ed., Prentice Hall, Liverpool, United Kingdom.
Machado, M. V., Britto, C. e Neila, J. (2003). El cálculo
4 CONCLUSÃO de la conductividad térmica equivalente en la cubierta
ecológica, Revista on-line da ANTAC, v.3, n.3.
Após a realização do estudo de algumas Minke, G. (2004). Tecttos verdes - Planificación,
alternativas que atendessem as necessidades ejecución, consejos prácticos, Editorial Fin de Siglo,
mencionadas ao longo deste trabalho, optou-se Montevideo, Uruguay.
Nascimento, Wânia C. do. (2008). Coberturas verdes no
pela utilização do sistema de geocomposto contexto da região metropolitana de Curitiba –
drenante. Barreiras e potencialidades, Dissertação de mestrado.
O geocomposto drenante é um eficiente Programa de Pós-Graduação em Geotecnia,
sistema de drenagem que alia três elementos: o Departamento de Engenharia Civil, Universidade
drenante, que possibilita captar e conduzir as Federal de Curitiba, 183p.
Vecchia, F. (2005). Cobertura Verde Leve (CVL): Ensaio
águas de infiltração/percolação, o filtrante, que Experimental, VI Encontro Nacional de Conforto no
impede o carregamento das partículas de solo Ambiente Construído (ENCAC) e IV Encontro
para o interior do elemento drenante, o que Latinoamericano sobre Conforto no Ambiente
provocaria sua colmatação e a perda da vazão e, Construído (ELACAC), Maceió.
por fim, o elemento coletor, que conduz a água
drenada para a descarga.
Ao realizar o dimensionamento verificou-se
que a vazão do geocomposto drenante é de 0,12
l/s/m, e a necessária para o projeto de 0,01
l/s/m, comprovando assim que a utilização do
geocomposto drenante é suficiente par atender a
necessidade do projeto no quesito eficiência.
A aplicação foi realizada diretamente sobre
laje impermeabilizada, reduzindo a seção
drenante do sistema para 12 mm e atendendo as
necessidades das camadas de substrato.
Finalizou-se a altura total de borda das

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