Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HO167 - DIDÁCTICA DE
HISTÓRIA I
Introdução à Pesquisa
Fax: 23 32 64 06
E-mail: ced @ ucm.ac.mz
Website: www. ucm.ac.mz
Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente
manual, drs. Nazir Gani e Romeu Pinheiro Uanicela e gostariam de agradecer a colaboração
dos seguintes indivíduos e instituições na elaborção deste manual:
Índice
Visão geral 1
Benvindo ....................................................................................................................... 1
A Didáctica De História I .............................................................................................. 1
Introdução à Pesquisa .................................................................................................... 1
Objectivos da cadeira .................................................................................................... 2
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 4
Como está estruturado este módulo................................................................................ 4
Ícones de actividade ...................................................................................................... 5
Acerca dos ícones ........................................................................................ 5
Habilidades de estudo .................................................................................................... 5
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 7
Avaliação ...................................................................................................................... 8
Unidade I 9
Introduçao a Didactica deHistória .................................................................................. 9
Introdução ............................................................................................................ 9
1.1 Conceito da Didáctica de Historia.............................................................. 10
1.2. Objectivo da Didáctica de Historia............................................................... 10
1.3. A Problemática do Ensino Actual ................................................................ 11
1.4. O Ensino de Historia face aos novos Conceitos de Educação: o papel
formativo da história .......................................................................................... 11
Sumário ....................................................................................................................... 13
Exercícios.................................................................................................................... 13
Unidade II 15
Educaçao e Didactica de História................................................................................. 15
Introdução .......................................................................................................... 15
2.1 Conceitos de Educação, Pedagogia e Didáctica de Historia .................................... 16
2.2. Objecto de estudo da Didáctica .................................................................... 17
2.3. Objectivos e conteúdos da formação Didáctica ............................................ 17
2.4. Perspectiva Multidimensional da Didáctica de História ................................ 17
Sumário ....................................................................................................................... 18
Exercícios.................................................................................................................... 18
Unidade III 19
A Didactica E As Tarefas Do Professor ....................................................................... 19
Introdução .......................................................................................................... 19
3.1 A Dimensão Cientifica, tecnicista, Humanista,Politico e Social da Didactica de Historia………..20
3.2.O compromisso Social e etico do Professor……………………………………………………….20
3.3Objectivo do trabalho do Docente como actividade pedagogica………………………………… 21
3.4.Tarefa do professor na operaçao Didactica do planeamento……………………………………21
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I ii
Sumário ....................................................................................................................... 20
Exercícios.................................................................................................................... 21
Unidade V 27
Epistemiologia de Historia e didactica de Historia ....................................................... 27
Introdução .......................................................................................................... 27
5.1. O Sujeito e objecto do estudo da Historia…………………………………………………………28
5.2. A relação do sujeito e objectivo da Historia na Produçao do conhecimento……………………..28
5.3.A Verdade Historica……………………………………………………………………………….28
Sumário ....................................................................................................................... 29
Exercícios.................................................................................................................... 29
Unidade VI 31
A metadisciplinaridade em Historia ............................................................................. 31
Introdução .......................................................................................................... 31
6.1. As Ciencias Auxiliares e Complementares da Historia…………………………………………...32
6.2.A relaç~ao da Historia com outras ciencias……………………………………………………….40
Sumário ....................................................................................................................... 41
Exercícios.................................................................................................................... 41
Unidade VII 43
Nocoes elementares da didactica de Historia................................................................ 43
Introdução .......................................................................................................... 43
7.1. As etapas da Historia como forma de conhecimento……………………………………………...44
7.2.A nova Historia e a relativização da actividade Historica…………………………………………44
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I iii
Sumário ....................................................................................................................... 45
Exercícios.................................................................................................................... 45
Unidade VIII 48
Os grandes eixos problemáticos de conhecimento ........................................................ 48
Introdução .......................................................................................................... 48
8.1.As noções de tempo e espaço em Historia…………………………………………………………49
8.2.Sincronia e a Diacronia……………………………………………………………………………49
8.3.Estrutura e conjuntura……………………………………………………………………………..49
8.4Fontes Historica e a Historia……………………………………………………………………….49
Sumário ....................................................................................................................... 50
Exercícios.................................................................................................................... 50
Unidade IX 51
História como disciplina curricular: Curriculo e Programa .......................................... 51
Introdução .......................................................................................................... 51
9.1.Conceito de Curriculo e de Programa……………………………………………………………...52
9.2.Os fundamentos Psico-pedagogicos no ensino de Historia………………………………………..52
9.3.A Historia como disciplina analise do seu estatuto………………………………………………..53
9.4.Etapas a considerar na formulaç~ao de um programa……………………………………………..53
9.5. Elementos para analise dos programas de Historia………………………………………………53
Sumário ................................................................................................................................ 54
Exercícios.................................................................................................................... 54
Unidade X 55
Metodologias de ensino de História ............................................................................ 55
Introdução .......................................................................................................... 55
10.1. Conceito de metodologia………………………………………………………………………...56
10.2.Metodologia em Historia…………………………………………………………………………56
10.3.Conceito de tempo e sua aquisição pelos estudantes……………………………………………..56
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I iv
Sumário ....................................................................................................................... 57
Exercícios.................................................................................................................... 57
Unidade XI 58
Unidade XII 67
Alguns conceitos chaves em Didáctica e outros Métodos do processo de ensino-
aprendizagem .............................................................................................................. 67
Introdução .......................................................................................................... 67
Sumário ....................................................................................................................... 67
12.1.Conceitos chaves da Didactica……………………………………………………68
12.2Tecnicas e metodos activos………………………………………………………..68
12.2.1Outras abordagens
metodologicas…………………………………………………………68
12.2.2.Caracteristicas dos Metodos……………………………………………………………69
12.2.3.Tecnicas do ensino Individualizado……………………………………………………..70
Exercícios..................................................................................................................... 71
Referências Bibliográficas ........................................................................................... 73
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 1
Visão geral
Benvindo
A Didáctica De História I
Introdução à Pesquisa
As aulas de Didáctica de História visam preparar o professor em
formação para o seu objectivo final após o curso [leccionação].
Nelas, apela-se aos professores a terem máxima atenção na
abordagem dos conteúdos porque, dada a natureza da História
[enquanto as acções dos homens no tempo e espaço], exige
mudanças constantes consoante as mudanças sociais. Contudo a
natureza dos acontecimentos continua o mesmo, pois não é vontade
humana mudá-los. O que muda é a forma de abordagem. Por isso,
neste programa valoriza-se o uso de métodos activos, apelando-se,
ao mesmo tempo, ao abandono das didácticas tradicionais baseadas
na exposição.
Objectivos da cadeira
A Didáctica de História visa a orientação cientificamente
conduzida do ensino de História, numa perspectiva
multidimensional onde se entrecruzam as dimensões humanistas,
técnica e politico-social.
o Introdução a pesquisa,
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 3
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o
estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com
atenção antes de começar o seu estudo.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma
lista de recursos adicionais para você explorer. Estes recursos
podem incluir livros, artigos ou sites na internet.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 5
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer
comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os
seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar
este curso / modulo.
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança
de actividade, etc.
Acerca dos ícones
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos
por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
Habilidades de estudo
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar
melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no
estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com
estratégias eficazes e por isso é importante saber como estudar.
Apresento algumas sugestões para que possa maximizar o tempo
dedicado aos estudos:
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto
da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar
que já domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas
partes da matéria do que saber pouco sobre muitas partes.
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação,
o material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de
clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos,
contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacteo pessoalmente.
Os tutores tem por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o
tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e
o período presencial (20%). A avaliação do estudante é
regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo
individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de
frequência da cadeira.
Unidade I
Introduçao a Didactica de História
Introdução
Um dos aspectos fundamentais característicos do Professor, e que de certa
forma o distingue dos demais profissionais, é dele estar dotado de técnicas
que lhe permite interagir e facilitar o processo de ensino e aprendizagem.
O Professor só terá estes conhecimentos após ter estudado a didáctica, em
particular a didáctica de história para o Professor de Historia.
Definir a Didáctica
Objectivos
Distinguir a Didáctica Geral da Didáctica de Historia
O que é Didáctica?
A Didáctica de uma maneira geral pode ser definida como um ramo da pedagogia que estuda a
técnica de ensino em todos os seus aspectos, práticos e operacionais.
No caso concreto da Didáctica de Historia, é uma ciência que estuda as técnicas de transmissão dos
conhecimentos da história.
Na realidade escolar, o professor sustenta- se das técnicas e métodos mais eficazes para lograr os
seus objectivos. Com efeito, a formação didáctica do professor visa a integração da teoria em
prática.
A prática lectiva do professor de história deve ser integradora e global, conduzida numa perspectiva
multidimensional, abrangendo as dimensões científicas, técnicas, humanísticas, política e sócio
cultural.
Tendo em conta que a didáctica de história estuda as técnicas de transmissão dos conhecimentos
Históricos, com esta disciplina pretende -se que os estudantes atinjam os seguintes objectivos:
Adquiram capacidade de pensar de forma crítica sobre as questões ligadas a situação de ensino
aprendizagem, no contexto da actualidade;
Apesar da vontade que os professores desta disciplina têm em transmitir os conteúdos de forma
correcta e actualizada, enfrenta dificuldades como (salários baixos, turmas numerosas, Manuais e
programas desajustados com o nível etário e intelectual dos alunos a que se destina). Estas
dificuldades, dentre outras tantas, inviabilizam o trabalho do professor.
Para a melhoria do ensino da história é pertinente que os professores não tenham medo de se expor
ou errar, que acreditem que o conhecimento não é um produto acabado e leve seus alunos a
fazerem uma reflexão de natureza histórica e que incutam nos alunos que o conhecimento
histórico é produzido e que consiga dar visão crítica do trabalho histórico existente.
Para que a historia deixe de ser apenas informativa e passe ao formativo, é necessário que o
ensino centre se aos métodos activos, a pedagogia da descoberta em que o aluno participa na
elaboração dos conhecimentos a adquirir.
O ensino deve estar adaptado aos interesses dos alunos que simultaneamente lhes permita
desenvolver as suas capacidades, de preferência deve se ensina-lo a pensar. Tal posição
conduz ao ensino de uma história inteligível, conceptual em que o aluno manipula dados,
compara, aprecia, formula hipóteses e procura conclusões.
Estes objectivos só podem ser atingidos quando o ensino de história partir da iniciação de
aluno no método de pesquisa Histórica. O aluno era, aprender como se faz história, assim esta
aprendizagem poderá contribuir para uma educação integral.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 12
Ao mesmo tempo que o prepara para a aquisição de uma cultura histórica operatória, o ensino
pela iniciação ao método de pesquisa histórica desenvolve no aluno atitudes de interrogação e
de pesquisa que o incitam a ultrapassar as interpretações mágicas ou teológicas da história.
.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 13
Sumário
Em Suma, Didáctica de Historia, é uma ciência que estuda as técnicas de transmissão dos
conhecimentos da história, visa a integração da teoria em prática.
O ensino na actualidade depara com dificuldades como (salários baixos dos professores, turmas
numerosas, Manuais e programas desajustados com o nível etário e intelectual dos alunos a que se
destina), que de certa maneira inferniza o processo de ensino aprendizagem. Para superar as
dificuldades acima descrita e a melhoria do ensino da história é pertinente que os professores não
tenham medo de se expor ou errar, faça acreditar aos alunos que o conhecimento não é um produto
acabado e leve seus alunos a fazerem uma reflexão de natureza histórica e que o conhecimento
histórico é produzido.
O ensino de história só terá o papel formativo quando as suas aulas estiverem centradas no aluno e
fazer o uso do método de pesquisa Histórica. Assim, o aluno poderá, aprender como se faz história e
contribuir para uma educação integral.
Exercícios
Unidade II
Educaçao e Didactica de História
Introdução
A acção educativa está sujeita a uma interacção constante entre as pessoas, ela pode ocorrer na escola,
na família ou na sociedade em geral. Na escola ela é dirigida pelo pedagogo, dotado de técnicas que
facilitam a condução da aprendizagem.
A educação esta estreitamente ligada com a didáctica, uma vez que para a consecução da actividade
educativa ela necessita de pessoas com conhecimentos da pratica docente.
Nesse sentido, adquire também grande importância o relacionamento dos alunos entre si e dos alunos
com o professor. A disciplina não se fundamenta mais na autoridade, mas sim na responsabilidade.
Conceito da Educação
Conceito da Pedagogia
O termo pedagogia, é resultado da soma de duas palavras de origem grega. PAIS,
PAIDOS, significava criança e AGO, AGEIN, dirigir ou conduzir.
Assim, pedagogia e uma ciência que tem em vista conduzir ou dirigir o conjunto de
conhecimento sistemático no processo educativo da criança.
Conceito da Didáctica
O termo didáctica deriva da expressão grega ( Techne didaktike), que se traduz por
arte ou técnica de ensinar
A didáctica pode ser vista de maneira geral e específica. A didáctica geral, é um ramo
da pedagogia que estuda a técnica de ensino em todos seus aspectos práticos e
operacionais. Enquanto a didáctica específica, investiga o ensino numa determinada
disciplina. Por exemplo, a metodologia de Historia, Geografia, Português, e.t.c.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 17
A didáctica, tal como outras ciências, têm um objecto de estudo. O da didáctica de história é o
conhecimento científico do Processo de ensino e aprendizagem e apropriação dos
conhecimentos, com intuito de melhor compreender, explicar, justificar e pensar em torno da
situação de uma disciplina, neste caso concreto a história.
Na formação didáctica os docentes não podem cingir-se apenas nos conteúdos relacionados
com técnicas de ensino, mas também com políticos, sociais, culturais e económicos.
Sumário
A didáctica pode ser vista de maneira geral e específica. A didáctica geral, é um ramo
da pedagogia que estuda a técnica de ensino em todos seus aspectos práticos e
operacionais. Enquanto a didáctica específica, investiga o ensino numa determinada
disciplina.
Exercícios
Unidade III
A Didactica e as Tarefas do
Professor
Introdução
A didáctica não se limita apenas em dotar o professor ou futuro professor de técnicas, como
também de conhecimentos em torno da sua forma de estar, tanto no sector de trabalho assim
como na sociedade em que esta inserido.
Objectivos
Descrever cada uma das áreas da acção educativa da
A didáctica engloba na sua acção educativa a dimensão científica na medida em que procura transmitir o
teor científico da história e analisar criticamente o processo da construção do conhecimento histórico.
Técnica quando dota o docente de técnicas, metodologias e estratégia para dirigir o processo de ensino
aprendizagem.
Política, quando faz a caracterização dos modos da organização, estruturação das sociedades desde a
antiguidade aos tempos actuais.
Sócio - Cultural, na medida em que procura transmitir as regras e os valores de determinada sociedade e
época histórica.
Humanista, quando procura explicar para além dos valores do Homem, os seus feitos e sua contribuição
no processo evolutivo das sociedades
O professor de história tem um grande compromisso social com a sociedade na medida que é
responsabilidade de dotar aos cidadãos de conhecimento científico, político, humanístico é sócio – cultural,
com intuito de mudar os comportamentos e atitudes de todo o tipo de alunos.
Outro compromisso que o professor de história tem é de exercer sobre as gerações jovens orientações de
conduta por meio da transmissão de conjuntos de conhecimentos, normas, valores, crenças, uso e costumes
aceites pelo grupo social.
O compromisso ético do professor de história passa por seguir modus de vivend aceites pela sociedade,
tornando – se modelo de virtudes, seguir um código deontológica cumprindo os seus deveres, obrigações,
práticas e responsabilidades que surgem no exercício da profissão, manter e velar pela ocupação dos
padrões estabelecidos entre seus membros e não obstante pôr as suas competências em acção.
Sumário
Para o professor de história deve dotar aos cidadãos de conhecimento científico, político, humanístico
é sócio – cultural, com intuito de mudar os comportamentos e atitudes de todo o tipo de alunos.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 21
O compromisso ético do professor de história passa por seguir modus vivend aceites pela sociedade,
seguindo código deontológico cumprindo os seus deveres, obrigações, práticas e responsabilidades que
surgem no exercício da profissão
Exercícios
2.Porquê que o professor de história tem responsabilidade de dotar aos cidadãos de conhecimento
científico, político, humanístico é sócio – cultural?
A actividade Pedagógica do docente é confrontada com duas formas de abordagem, uma limita – se na
abordagem técnica e outra a humanista. Portanto, no PEA, deve se confluir as duas formas de
abordagem de modo integrado e global, de maneira a permitir a integração entre a teoria e a prática, que
é o objectivo no papel do trabalho docente.
Para que o professor realiza uma boa actuação docente deve pautar pela participação directa nos
diferentes níveis de planejamento do PEA, que podem passar pela elaboração e organização dos seus
planos.
A grande parte de eficácia do seu ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade do seu
plano. Isso proporciona crescimento profissional, ajustamento as mudanças, exercício de auto disciplina,
responsabilidade e união a nível de decisões conjunta quando elaborado ou compartilhado com vários
professores.
Sumário
Exercícios
Unidade IV
Finalidades E Objectivos Do Ensino De
Historia
Introdução
O ensino de história tal como outra ciência tem as suas finalidades e os seus objectivos a atingir.Para
tal é pertinente que o professor esteja dotado de conhecimentos suficientes para enunciar os objectivos
educacionais para a consecusão P.E.A.
Portanto, nesta unidade terá como itens a conceitualização dos objectivos educacionais; as regras para
definição dos objectivos e as finalidades do ensino de Historia.
Os objectivos educacionais são os resultados desejados e previstos para acção educativa, em que o
educador espera alcançar com a actividade pedagógica.
a) Objectivos gerais, são aqueles previstos para um determinado grau ou ciclo, uma escola ou uma
certa área de estudo, é que serão alcançados ao longo prazo. Este nível de objectivo têm um carácter
finalístico, referem – se aquilo que o aluno será capaz de fazer após a conclusão da disciplina ou do
curso.
b) Objectivos específicos, são aqueles definidos especificamente para uma disciplina, uma
unidade de ensino ou uma aula. Consiste no desdobramento e na operacionalização dos objectivos
gerais.
Um objectivo bem definido torna mais fácil a tarefa do professor de seleccionar as actividades
docentes e discentes e de estabelecer os procedimentos, mais adequados para a concretização do
processo de ensino – aprendizagem.
Para que os objectivos sejam bem definidos, deve – se seguir as seguintes regras:
Exemplo:
b) Formular cada objectivo de modo que ele descreva apenas um comportamento por vez.
É aconselhável que cada objectivo seja elaborado de modo a incluir apenas um resultado de
aprendizagem por vez e não uma combinação de vários resultados ao mesmo tempo.
Exemplo: o aluno será capaz de descrever as causas de formação do sistema feudal na Europa
ocidental.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 25
c) Formular objectivos relevantes e úteis, isto é, que envolvam não apenas conhecimento
(memorização de informação), mas também habilidades cognitivas e operações mentais
superiores.
Para elucidar o descrito acima, analisemos esses 4 grupos de dois objectivos cada um.
1º Grupo
2º Grupo
3º Grupo
4º Grupo
Nos exemplos acima pode – se constatar que o 1º objectivo de cada grupo se refere apenas a
categoria de conhecimento, isto é, a memorização da informação. O segundo objectivo focaliza
processos mentais superiores, como a síntese (presente no segundo objectivo do 1º grupo) e a
aplicação que exige o processo de transferência da aprendizagem (incluída no segundo objectivo
dos demais grupos).
Finalidade, explicita os objectivos gerais que se pretende atingir a educação, que é a função de um
certo homem pela adesão a certos valores e a uma ideologia.
i) Patrimoniais, cívica, culturais e politicas, estas finalidades que legitimam a escolha dos
conteúdos; contribuem a forjar a memória colectiva, a identidade nacional e a consciência colectiva.
ii) Intelectuais e críticas, estas complementam as anteriores e transmitem uma visão do Mundo,
fundada sobre a razão. O recurso aos documentos e outras fontes, contribuem a iniciar o aluno ao
método histórico.
iii) Praticas e profissionais, contribuem a construir as competências úteis à vida social e
profissional.
Sumário
A definição dos objectivos educacionais tem um carácter orientador, pois norteia a actuação do
educador na sua interacção com o educando:
Deve - se dar mais ênfase aos objectivos que focalizam processos mentais superiores (compreensão,
aplicação, analise, síntese), pois estas são mais úteis e significativas para a aprendizagem.
Exercícios
Unidade V
Epistemiologia de Historia e didactica
de Historia
Introdução
Para que uma área do conhecimento seja cnsiderada de ciência é necessário que tenha o sujeito e
objecto de estudo.A história assim como a didáctica de história têm um sujeito e objecto de
conhecimento que lhes legitimam como ciência.
A História durante muito tempo circunscreveu-se a métodos geralmente usados por outras ciências para a
reconstituição do passado humano como (comparativo, descritivo, cartográfico, analítico, e.t.c)
Actualmente, devido ao seu objecto que também é usado em outras ciências, tornou se imprescindível que a
história recorre-se a outras ciências como forma da complementar os conhecimentos relativo ao passado do
Homem, como ser inserido numa sociedade, numa comunidade e ao mesmo tempo como um ser biológico.
A história assim como as demais ciências estão dependentes do auxílio das outras ciências para
complementar o conhecimento da sua área em estudo.
A verdade histórica está dependente das fontes da história, um testemunho só pode ser
considerado historicamente verdadeiro depois de ter sido passado pela crítica histórica, a qual
compreende todas as operações técnicas que a erudição põe a disposição ao historiador.
É indiscutível que o trabalho histórico vai dar a descoberta da verdade histórica, mais é uma
verdade parcial, frágil e relativa, porque o passado não é possível de recriar pois as suas
fontes limitam - no e outro factor é facto da visão do passado estar sempre condicionada pela
experiência do presente.
Sumário
Exercícios
1. Indica o sujeito e o objecto da Historia.
A historia ganhou muito com o contacto com outras ciências, seja as sociais, humanas e ou as
exactas. É deste contacto que vai dar a história nova. Portanto este contacto não foi pacífico
pois levantou problema, quer o nível dos campos de observação, ao nível dos métodos, quer
ao nível mais geral, da relação entre as ciências sociais em que existem tentativas de domínio
e demais ciências sociais por outras.
Dado que todas elas têm como objecto, o conhecimento do Homem, segundo perspectivas e
métodos próprios.
A história com outras ciências tem uma relação interdisciplinar uma vez que umas
complementam as outras no estudo de um determinado conhecimento.
Sociologia, estuda as estruturas sociais assim como os componentes dos grupos, debruça-se
sobre a sociedade numa perspectiva presente ou estática. Os seus métodos de pesquisa e de
análise quando aplicados no tempo ajudam os historiadores a estuda-los.
Linguística, permite estudar a história das línguas e descobrir as leis do seu funcionamento e
desenvolvimento. O estudo do substrato linguistico de um povo permite detectar os povos que
estiveram na sua origem, permite ainda determinar a autenticidade de um documento.
Química, é importante para a história na medida em que a partir dos métodos laboratoriais
podem determinar a idade e originalidade de vestígios deixados pelas sociedades mais antigas.
Um dos métodos ou técnicas usuais é o de carbono catorze (C14).
Paleografia, contribui para história na medida em que se dedica ao estudo dos documentos mais
antigos sob ponto de vista da sua origem e da sua decifração. Para se saber a sua origem é
importante conhecer os materiais usados e os instrumentos com que se escreveram.
Cartografia, esta ajuda na elaboração dos mapas históricos, capazes de esclarecer sobre a
localização dos lugares remotos, dos traçados de rotas, da divisão administrativa, etc. Trabalha em
colaboração com a linguística para decifrar nomes de lugares em línguas antigas.
Economia, esta quando dimensionada numa perspectiva histórica, permite estudar as doutrinas
económicas do passado, a evolução do passado, a evolução dos fenómenos económicos num duplo
ponto de vista: Estático ou Estrutural, que consiste na análise das constantes económicas presentes
numa sociedade durante um tempo longo e, Dinâmica ou Cultural, virada para entoações mais ou
menos periódicas de uma economia.
Sumário
A história com outras ciências tem uma relação interdisciplinar uma vez que umas complementam
as outras no estudo de um determinado conhecimento.
Exercícios
Unidade VI
Noções elementares da didàctica de
Historia
Introdução
A História atravessou várias fases para o seu aperfeiçoamento, foi evoluindo em paralelo com o
desenvolvimento das sociedades, desde a antiguidade oriental, antiguidade clássica, idade média e a
moderna.
O professor de história deve 1º conhecer a evolução da história da própria história, isto é, deve
acompanhar a evolução histórica, desde a antiguidade até aos nossos tempos.
É assim, portanto, uma “história” teocrática e mítica, sem investigação documental, nem explicação
causal, nem preocupação pela verdade ou pela objectividade. Nas sociedades da antiguidade
clássica destacaram-se as Historiografias Gregas (sèc VI-V) a.c e a Romana, (Sèc III a.c -IV) sendo
na primeira em que se descobriu a importância especifica da explicação histórica, à que se
preocupou com a verdade, e que na explicação histórica è apoiada em causas humanas e começam a
considerar e a interpretar os factores humanos, tais como os costumes, interesses económicos, a
acção do clima etc.
Registaram-se nesta sociedade primeiros passos para a cientificidade da História, considerado para
tal feito Heródoto, considerado também o pai da História.
É, em síntese, uma história humanista, cientifica e auto reveladora, uma vez que procura não apenas
a projecção do presente no futuro, mas principalmente ensinar aos homens o seu passado e a relação
entre o passado e o presente, com o objectivo de revelar o sentido da acção humana. Nesta ordem de
ideia, a historiografia grega é também pragmática, pois procura obter do ocorrido uma lição
aproveitável para o futuro.
Contudo, a historiografia grega foi limitada no tempo, na medida em que a restrição do recurso
documental à tradição oral e aos testemunhos oculares limitou o âmbito cronológico da história
grega e, foi também limitada no espaço, uma vez que centrou a sua atenção na história regional.
A Historiografia Romana herdou dos gregos todo o aparato cultural tendo ape nas acrescentado
uma noção utilitária e pragmática, exaltando o papel de Roma no mundo, onde a história è vista
como mestra da vida.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 33
Começa por volta do ano 476 no século V com a queda do império romano do Ocidente na
sequência da tomada de Roma pelos bárbaros. A destruição do Império do Ocidente marca o fim da
Antiguidade esclavagista e o início da Idade Média feudal. A substituição das formas de vida
política, económica e social até ai estabelecidas devido a paralisação da actividade comercial,
destruição das cidades e fuga das populações das zonas urbanas para as rurais (ruralização).
O ecumenismo grego e romano foram frutos de expansão, daí o período medieval ser considerado
um período de retrocesso devido a regressão da expansão na medida em que as pessoas regressaram
ao campo onde encontraram a base da riqueza - a terra. Os contactos entre as pessoas diminuíram, a
sociedade tornou-se fechada e conservadora com traços gentílicos de uma sociedade socialmente
igualitária do século I na idade media o cristianismo tornou-se uma religião de classes onde o clero
ocupa um lugar de destaque na hierarquia social.
Segundo a concepção medieval da história, todo o curso da humanidade é regida pela providência
divina.
Para Mercea Eliade a história medieval revela-se como nova dimensão da presença de Deus no
mundo. Esta concepção tem uma finalidade trans-histórica.
Contrariamente a este pensador, Henry Marrou defende que o cristianismo medieval contribui de
dois modos para o desenvolvimento do pensamento histórico:
Aqueles que pela sua virtude procuram obter a glória terrestre devem vencer aqueles que com seus
enormes vícios mataram e recusaram a verdadeira glória da cidade eterna.
Portanto, Santo Agostinho defende fortemente que os acontecimentos são de origem divina e não
podem ser concebidos de outro modo.
A partir do século XIII surge na Europa ocidental um novo tipo de historiografia de iniciativa régia
ou senhorial, que tem por centro as respectivas cortes e por autores cronistas ao serviço dos reis ou
dos senhores que lhes contratam e lhes encomendam as Crónicas dos seus principados ou reinados.
Tratava-se não de uma transmissão de uma imagem fiel e objectiva dos factos narrados mas de uma
imagem conveniente à instituição servida pelo cronista. Até que o próprio colunista era um homem
ao serviço do príncipe.
Enquanto esta história palaciana continuava a assegurar séculos próximos através de Crónicas e
Annales, o século XIV vê a emergir a historiografia burguesa fazendo a história das cidades que se
tornaram autónomas. Deste modo, as Crónicas burguesas do século XIV abandonaram sem
polemizar a historiografia cristã medieval, encaminhando-se para uma secularização da história, isto
é, uma fase em que o homem substitui o deus no desenvolvimento da história da humanidade.
Assim, transitava-se da historiografia cristã medieval para uma historiografia antropocêntrica ou de
renascimento, nos séculos XV e XVI.
A queda do sistema feudal nos finais do século XV, marca o início da modernidade. Neste período
verifica-se o retorno ao pensamento clássico, onde se procura retomar os valores, a arte e a ciência
da antiguidade Greco-romana. Há também preocupação pelos textos antigos e pela sua exactidão,
com a pesquisa e colecções de inscrições antigas vai ser levantado um enorme material para a
reconstituição do passado.
-Renascimento, é uma época de renovação cultural marcada pelo desejo de mudança, em que
procura-se retomar os valores, a arte e a ciência da antiguidade Greco-romana; volta a colocar o
homem no centro das suas análises; defende-se o regresso à tradição crítica da época clássica.
-Racionalismo, procura o regresso, a perfeição e a razão das coisas. A História é ainda encarada
como uma forma de arte, um ramo da literatura, e não uma ciência autónoma equiparada às outras
ciências experimentais. O conceito de História regressa também a uma concepção providencialista,
apologética e pragmática. No séc. XVIII, a visão da História alarga-se sob ponto de vista temático,
na qual nasce a história mundial, aberta a todos os povos e civilizações; sob ponto de vista
metodológico, na qual a narrativa historiográfica racionaliza-se e objectiva-se despindo-se do
sentimento, do colorido e do secundário na descrição para se entregar apenas à explanação das
ideias fundamentais e, sob ponto de vista da função, a História deixa de servir os poderosos em
termos individuais para passar a servir a nova classe dominante: a Burguesia e os seus ideais sociais
e políticos.
Entretanto, todas estas transformações são o reflexo da evolução política, económica, social e
cultural da época. Mercê da expansão do imperialismo colonial que proporcionou contactos com
outros povos, permitindo deste modo, o aumento do espaço mental e a destruição dos antigos mitos
da superioridade racial.
O conhecimento na época moderna não se baseia mais de uma revelação divina, mas de uma
explicação da razão, recusa-se explicações que não se apoiam nos factos. Neste período vão-se
multiplicando e aperfeiçoando as técnicas para reunir, preparar e criticar toda essa documentação,
que fornece dados e elementos para auxílio e para a interpretação Histórica.
Com a afirmação dos nacionalismos europeus no século XIX levaram com que os Estados em organização e
em estabilização (Inglaterra e a França) e em processo de unificação (Alemanha e Itália) a estimularem
interesse pelo estudo de sua história nacional. Face a esta situação vão surgir inúmeras sociedades de
pesquisa, governamentais ou particulares a levantarem documentação referente ao seu passado.
Foi neste século que surgiu a preocupação de transformar a história em ciência, concretamente na Alemanha,
onde os historiadores alemães, em reacção ao idealismo, queriam que a história se tornasse uma ciência a
mais segura possível, como as ciências exactas (Física e Química).
Distinguiram-se neste processo de identificação da história várias etapas, marcada pelo aparecimento das
seguintes correntes historiográficas: Romantismo na 1ª metade; Positivismo; Historicismo e o Materialismo
Histórico/ Socialismo Cientifico na 2ª metade.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 36
Salientar que as raízes destas correntes estão intrinsecamente ligadas as transformações económicas, políticas
e sociais ocorridas entre 1789 à 1848. É neste período que decorre o processo final da desestruturação do
sistema feudal e a estruturação do poder Burguês.
Historiografia Romântica
Romantismo, é um movimento literal e artístico dos princípios do século XIX que valoriza os sentimentos,
paixão e tradição. Eram classificados românticos, aos historiadores nacionalistas que abordavam uma
história dotados de contemplações sentimentais e de nostalgia.
Durante este período ocorreram ondas de agitações sociais, que para obter solução do mesmo necessitava de
um tratamento científico.
a) Romantismo conservador, aquela que simpatiza-se com o passado Medieval, poís nela idealizavam a sua
idade de ouro. Era manifestada pela classe aristocrática que viam o seu mundo ruir e queriam reencontra-lo.
Tem como representante CHARTENBRINDE.
b) Romantismo Liberal, é manifestada pela Burguesia, que via na classe média o seu berço e o ponto de
partida pelo qual esta classe saiu da mais humilde condições, que se desenvolveu conquistando a supremacia
sobre os demais. Representantes: Augustin Thierrey (1795-1856), Jules Michelet (1798-18740 e François
Guizot (1787-1874).
c) Romantismo Socialista, considerado também socialismo utópico, porque estavam limitados nas ideias
utópicas (nunca a se materializar) como o mito do 3º Estado, nascido na falência das inspirações que povo
francês depositava na revolução francesa. Representantes: Saint Simon, R.Owen e Fourier.
Os temas eram medievais, os acontecimentos eram narrados recorrendo aos estilos passados dos romanos, ao
ponto de constituir romances;
Os historiadores românticos manifestavam-se como mero espectador e participantes passivos das revoluções,
atribuindo um papel importante as massas populares nas suas narrações de processos sócias e políticos;
Há nesta época exaltação do espírito racionalista, o que contribui para tornar consciente do seu passado e da
sua identidade como povos de várias nações, por isso teve importante histórias nacionais com tendência a
focalizar problemas políticos, económicos, ideológicos e socio-culturais, isto é, a história da totalidade dos
fenómenos.
Alteração do objecto da história, dando-se mais primazia aos factos ideológicos e mentais e, os historiadores
debruçam também a história de outros povos e civilizações e pelo exotismo dos seus costumes,
Definição de uma nova metodologia, a do método científico.
Historiografia Positivista
Positivismo, Foi uma corrente filosófica surgida na segunda metade do século XIX em oposição ao
idealismo romântico. O seu fundador foi Augusto Comte (1798-1857), que pressupõe a observação dos factos
e a constatação das suas relações para dela servir as ciências aplicadas. Entende ainda que o pensamento
humano atravessa 3 fases distintas na evolução:
1ª-fase teológica, nesta fase o espírito humano não encontra respostas para todo o fenómeno que ocorre a sua
volta, procurando explica-lo através de causa sobrenaturais (Deus ou Deuses);
2ª-fase metafísica, nesta fase procura-se explicar os fenómenos através de formas que vão para além da
física, ou seja causas imaginárias;
3ª-fase positiva, procura-se explicar os fenómenos através do raciocínio, leis afectivos, isto é, as suas
relações invariáveis de sucessão, mudanças e observação.
O positivismo defende que a ciência é única fonte de resolução dos problemas do homem. Para Comte, a
história é assumida como ciência na medida em que pode determinar as leis que regem o desenvolvimento
geral das sociedades, seguindo o método experimental das ciências
Defende uma critica exigente as fontes muito semelhantes, as usadas pelas ciências naturais;
São adeptos da objectividade absoluta;
Privilegia eventos de índole político-militar e diplomático;
Defende o facto único não integrado em conjunto homogéneo, isto é, os factos históricos devem ser narrados
separadamente, entre os políticos económicos e sociais.
Pretender aplicar na história os métodos das ciências naturais, tendo em vista transforma-la numa ciência
rígida por leis naturais;
Exigir a objectividade absoluta, pois vedava aos historiadores tanto a parcialidade quanto ao juízo dos
valores;
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 38
Ter uma noção optimista dos factos, na medida que propunha que estes podiam ser analisadas de um a um
separadamente como se tratassem de unidades atómicas;
Reduzir o historiador a um modelo papel de simples recolhedor de factos.
Historiadores positivistas
Ernest Renan (1823-1892), se esforçou para encontrar uma explicação racional dos milagres referidos pela
tradição cristã, para tal até recorre a hipotéses arriscadas.
Hippolyte Taine (1828-1893), crê que a evolução é determinada por 3 forças permanentes: momentos, o
meio e a raça. Embora tenha o mérito de dar um certo lugar aos factos económicos, deixa-se levar pela sua
preferência a Aristocracia, além disso confia em fontes suspeitas e escolhe arbitrariamente textos que apoiem
a explanação das suas teses.
Fustel de Coulanges (1830-1889), procura explicar as estruturas das sociedades antigas só pelo facto
religioso, baseando-se essencialmente no estudo minucioso e imparcial dos documentos escritos. Para ele a
história não é uma arte como é considerado pelos romantistas, mas sim uma ciência pura, pois consiste na
explicação da realidade social, em analisa-los, aproxima-lo e em anotar o elo duns com os outros.
A Historiografia do Historicismo
Historicismo, é uma corrente surgida na 2ª metade do século XIX em oposição ao positivismo. Esta defende
que a História não é uma simples narração dos acontecimentos sucessivos ou um relato de transformação,
mas um conhecimento do espírito arquivado nas nossas mentes, isto é, o conhecimento histórico é aquilo que
o espírito realizou no passado. o conhecimento não é mais uma simples aceitação passiva dos testemunhos,
mas uma avaliação, interpretação que preconiza a crítica histórica pelo recurso á hermenêutica. Também
abre caminho ao subjectivismo e ao relativismo pelo primado a intuição da personalidade do historiador.
O seu objectivo não é um mero objecto, é uma acção do pensamento, que só pode ser conhecido na medida
em que o espírito conhecedor a reconstitua e a conheça simultaneamente.
O Historicismo não deixa de distinguir as ciências exactas, que formulam leis gerais e abstractas da ciência
histórica, que descrevem factos individuais, particulares e únicos, logo avessa a generalização da lei.
Características do Historicismo
Defensores do Historicismo
Surge no segundo quartel do século XIX, isto é, por volta dos anos 1848, como fruto da conjuntura que se
vivia na Europa na altura da expansão da 1ª revolução industrial e do capitalismo. Esta época é também
marcada pelos triunfos dos movimentos Nacionalistas e das ideias autónomas do povo, do sindicalismo e do
socialismo.
Os fundadores desta corrente foram: Karl Marx e Fredrich Engels. Marx, procedeu a divisão geral da
história da humanidade em períodos, adoptando como critérios a evolução dos modo de produção, que por
sua vez é constituído por: força de trabalho, é representada pelo trabalhador que usa a sua energia física e
mental e os meios de produção, que são constituídos por tudo aquilo que o trabalhador necessita para
produzir.
Entre a força de trabalho e os meios de produção pode se estabelecer várias formas de relações que
conduzem o processo da evolução histórica. A 1 ª relação, é aquela em que os meios de produção pertenciam
aos trabalhadores, isto é, o modo de produção primitiva, caracterizada pela propriedade colectiva da terra e
pela divisão do trabalho com base na idade e sexo. A 2ª relação, é aquela em que o trabalhador e os
proprietários dos meios de produção são entidades distintas e na qual a relação de produção assume os
seguintes aspectos:
Modo de produção esclavagista, aquela que a relação de produção tomou a forma do senhor esclavagista -
escravo;
Modo de produção feudal, aquela que a relação de produção tomou a forma de senhor feudal - servo;
Modo de produção capitalista, caracterizada pela relação de capitalista - operário.
O objecto histórico desta corrente é o modo de produção. Para Marx, o modo de produção é constituído por 2
elementos: Infra-estruturas económicas, na qual encontra-se as forças produtivas (força de trabalho e meio
de produção) e as relações produtivas, e superstruturas na qual encontramos aspectos políticos, jurídicos e
ideológico.
Aplicou um incentivo para o estudo das transformações económicas, tecnológicas e suas consequências
sociais;
Deu um estímulo para o estudo das classes sociais e para o papel das massas populares no processo histórico;
Deu um interesse para o estudo dos mecanismos da evolução das sociedades e para sua interpretação.
Criticas ao Marxismo
Por estabelecer o primado da economia na explicação histórica, isto é, a sobrevalorização das estruturas
económicas sobre as restante;
Por ter tendência de colocar na superstrutura as mentalidades que é “hoje” o ponto central da evolução
histórica;
Por inculcar a crença numa história de evolução linear, pois todo processo histórico se constrói com base
num único modelo de evolução, o Socialismo.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 41
A nova historia e caracterizado por ser uma historia total (onde há aplicação dos centros de interesse
do historiador), por ser estrutural (considera-se historia das longas datas em que há interesse pelo
tempo mais remotos, passado e pelo presente, simultaneamente), é problemática (há alargamento do
campo das fontes, da crítica, e síntese) valoriza a interdisciplinaridade onde verifica-se a
complementaridade da historia com outras ciências mas próximas.
Sumário
Antiguidade subdivide-se em Oriental e Clássica, na Oriental valoriza-se a história dos políticos e dos
militares é uma historiografia mítica cosmológica em que sustenta-se pela Bíblia que era a principal fonte. A
Clássica é marcada pela historiografia greco-romana, era pragmática, educativa, teocrática e mítica.
Medievais, era uma historiografia Cristã que encontra o seu fundamento na historiografia judaica.
Confere a historia uma forma prática da noção do tempo continuo e irreversível, da ideia da
historiografia filosófica.
Na Idade Moderna, há retorno da historiografia grega romana, desenvolve o espírito das sociedades
do tempo, basearam-se nas críticas das fontes históricas, há preocupação em desvendar os
pensamentos secretos de Deus, defende a razão a paz entre os homens e a exaltação da experiência
como critérios da verdade. Nessas etapas destacam-se varias correntes filosóficas tais como:
Renascimento, Empirismo, entre outros.
O conhecimento na época moderna não se baseia mais de uma revelação divina, mas de uma
explicação da razão, recusa-se explicações que não se apoiam nos factos. Neste período vão-se
multiplicando e aperfeiçoando as técnicas para reunir, preparar e criticar toda essa documentação,
que fornece dados e elementos para auxílio e para a interpretação Histórica.
Contemporânea – Nesta fase destaca-se a emergência da nova corrente historiográfica, tais como:
Romantismo, Positivismo, Historicismo e Marxismo.
No Romantismo a história continua a ser literária e identifica com funções políticas, onde exaltava a
glória pátria e notabilizava-se a limitação em termos do progresso de objectividade histórica.
Na Historiografia Marxista, deu-se mas azo ao factor económico, considerado pelos seus defensores
como sendo o motor da história, isto e, o factor determinante na história.
Foram estas historiografias que vieram proporcionar a história nova no Sec. XX como produto da
escola dos Annales que define a cientificidade de historia.
Exercícios
3-Desde a muito, muito tempo, os Homens sentiam a necessidade de perceber e explicar para si próprios a
sua origem e a do Universo.
6-A História atravessou várias fases para o seu aperfeiçoamento, foi evoluindo em paralelo com o
desenvolvimento das sociedades, desde a antiguidade oriental, antiguidade clássica, idade média, a
modernidade e o contemporâneo. Descreva a evolução histórica de cada corrente até ao século XIX, tendo
em conta as características de cada uma e não se esqueça de mencionar os seus defensores
7-O Século XIX é marcada pela preocupação dos Historiadores Alemães em transformar a História em uma
ciência mais concreta. Face a essa preocupação vão surgir várias correntes Historiográficas.
Unidade VII
Os grandes eixos problemáticos de
conhecimento
Introdução
O professor de história para leccionar as suas aulas deve delinear algumas estratégias para
consecução da sua aula. Uma das estratégias recomendável é trabalhar os conceitos de tempo e de
espaço em história.
A questão de noção e das estratégias de trabalhar com os alunos o tempo e espaço histórico é um calcanhar
de Aquiles dos professores de história. Para superar esta dificuldade propõem-se que se parta da realidade
mais próxima do aluno e paulatinamente se avance a realidade mais afastada.
Portanto a aprendizagem desses conceitos dependem de diversos factores, mencionados pela Proença
(1979:136) nomeadamente: Idade, Sexo, estado de desenvolvimento, origem social e cultural dos alunos.
Dai que a noção de tempo histórico seja tão importante para qualquer historiador. Tendo em vista a
multiplicidade e variedade dos tempos sociais e culturais. Braudel propõe para a história um modelo triplo de
duração:
Tempo Curto (tempo dos acontecimentos), que também é apelidado de micro -história, se ocupa com as
ocorrências da superficie, habitualmente de índole político, e que não requer de investigação nem análises
profundas.
Tempo Médio ou de media duração estuda as pequenas, breves variações cíclicas. Na economia se designa
pelo tempo das conjunturas.
Tempo longo, também chamado de longa duração, no qual o historiador deve inserir as grandes repetições ou
as grandes permanências. É o tempo das estruturas ou da história estrutural.
A Sincronia e Diacronia, são noções operatórias que permitem e facilitam uma compreensão integral das
estruturas e conjuntas históricas. Esses dois eixos são complementares e difíceis de separar sempre estão
presentes na análise histórica, pois a sincronia implica, para ser compreendida e explica, a diacronia.
Sincronia, é a relação entre os factos que se realizam ao mesmo tempo ou que coincidem em termos de
datação, isto é, o eixo das simultaneidades.
Estruturas, são fenómenos geográficos, económicos, sociológicos, técnico, sociais, políticos, culturais,
psicológicos que permanecem constantes durante um longo período.
Na estrutura encontramos forças profundas que se mantêm contastes durante um longo intervalo temporal, e
nele apresenta um conjunto coerente e plurissecular de elementos em que a transformação de um provoca a
transformação dos outros.
Conjuntura, é conjunto de condições em que convêm situar um acontecimento ou seja movimento cíclico de
alto ou baixo que dão a impressão de mudança.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 45
A história nova, atenta a longa duração, privilegia, para a divisão da história, as estruturas, nas quais se
inscrevem flutuações conjunturais.
Todavia, as inversões da conjuntura podem não afectar as estruturas, que absorvendo – as, não deixam alterar
as relações entre os seus elementos: foi o caso de estrutura demográfica de antigo regime, que não foi
afectada pelas oscilações conjunturais dos séculos XIV à XVIII.
Fontes Histórica, são vestígios, testemunhas, sinais, documentos deixados pelos homens, podem ser
intencionais e não intencionais. As fontes históricas podem ser classificadas em materiais ou arqueológicas,
escrita e orais.
São todos os vestígios deixados pelos antepassados que na maioria das vezes são retirados da camada
geológica (utensílios, instrumentos, objectos de arte, peças de vestuários, moedas, ruínas e os próprios
fósseis), cuja sua originalidade é determinada pelo uso da técnica de datação, o carbono 14.
FONTES ESCRITAS
São todos documentos escritos, (manuscritos ou impressos). São classificados de acordo com o material
usado na sua inscrição( pedras, bronze, papiro, pergaminho, papel, banda magnética) ou de acordo com o
conteúdo do texto( fontes epigráficas, fontes arquivísticas e fontes narrativas/literárias).
i. As fontes epigráficas, são aquelas que se encontram gravadas em materiais duros, como: a pedra, o bronze,
a cerâmica, constam normalmente, textos curtos (comemorativos, funerários, etc..)
iii. As fontes narrativas ou literárias, subdividem-se de acordo com os materiais usados (barro, papiro,
pergaminho e papel), com as técnicas adoptadas( manuscritos e impressos) e com conteúdo(obras históricas,
obras literárias e produções destinadas á informação escrita e falada: imprensa, rádio e televisão. As
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 46
narrativas históricas propriamente ditas como as crónicas) merecem pouco crédito, uma vez que, por via de
regra, foram escritas com intenção de transmitir uma boa imagem acerca dos seus promotores. As narrativas
literária( romances, novelas, contos, epopeias,e.t.c), porque estão menos comprometidas com a verdade
histórica, podem ser-lhe, por vezes, mais fieis, dependendo da leitura feita pelo historiador.
FONTES ORAIS
São aquelas que se transmitem através da via da oralidade e conservada através da memorização e que se
recorre aos testemunhos directos dos acontecimentos.
Este tipo de fonte é muito usual nos “meios atrasados”, onde a população é predominantemente analfabeta, à
tradição oral desempenha um papel importante, graças a grande capacidade de memorização dos analfabetos,
um património cultural (literário, musical, coreográfico), é conservado pelo sistema de tradição oral durante
gerações e gerações.
A história, como forma de conhecimento do passado humano não pode atingir directamente o passado sem
recorrer as fontes históricas, dos documentos em que em passado permanecem pois, só e possível ser captado
pelo espírito do historiador com ajuda de testemunha.
Sumário
Deste modelo triplo de duração histórica, dá-se mais primazia aos tempos médio e longo. Para a
compreensão integral dos tempos históricos, usam-se eixos coordenadores do tempo, tais como: a diacronia e
a sincronia.
A sincronia, visa a análise do equilíbrio e da coerência entre as várias estruturas de um complexo, isto é, faz-
se um corte horizontal no tempo.
A diacronia visa a análise de justaposição de desarmonia das estruturas, para tal obriga-se a fazer um corte
vertical que possibilita o exame de evolução no tempo das estruturas perscrutar as suas origens definir
continuidades.
Estruturas, são fenómenos de longa duração, onde apresentam um conjunto coerente e provoca a
transformação dos outros.
Conjuntura, é conjunto de movimentos cíclicos de alta ou baixa que dão a impressão de mudança.
É impossível atingir directamente o passado, mas podemos através dos traços ou vestígios que deixou atrás
de si, apresentam-se sob duas formas típicas: os achados arqueológicos e os textos escritos.
Assim, pode ser entendida que, as fontes históricas são todos vestígios de que o historiador tira qualquer
informação para o conhecimento do passado humano.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 47
Exercícios
2-Os textos curtos com tendências comemorativas e funerárias gravadas em materiais duros, enquadra-se na
fonte:
4-As críticas Históricas referentes a análise que compreende à( crítica de interpretação, de competência, de
intencionalidade, de credibilidade, de exactidão e a crítica comparativa), chama-se:
5-A Crítica que dirigi-se aos aspectos materiais e formais do texto, chama-se:
Unidade VIII
História como disciplina curricular:
Curriculo e Programa problemáticos
de conhecimento
Introdução
Para a consecução do processo do ensino e aprendizagem é necessário delinear-se um instrumento
regulador deste processo. Os principais instrumentos que regulam a actividade educativa são o
Currículo e o programa de ensino de uma dada disciplina, este último é o desdobramento do
currículo
Currículo – é uma palavra latina – grego, que deu origem a muitas outras com a ideia de corrida, curso e
significado o que está a acontecer, o que esta a ser vivido.
O termo currículo é encontrado em registo do século XVII sempre relacionado a um projecto de controlo do
ensino e de aprendizagem ou, seja, de actividade prática de escola. Desde os seus primordiais, o currículo
envolvia uma associação entre o conceito de ordem e método caracterizando-se como um instrumento facilitador
de administração escolar.
Todo o currículo é um processo de selecção de decisão acerca do que será e do que não será legitimado pela
escola. A existência de um conjunto de culturas negadas pelo currículo cria nos alunos pertencente a essas
culturas um sentimento do alijamento do que é socialmente aceite.
Tendo em conta que a educação e um processo dinâmico o professor de história na sua função docente não pode
apenas limitar-se a natureza epistemológico da história mas sim aos aspectos mais vastos da sociedade em geral.
Na verdade a educação e sociedade são realidades interdependentes daí a necessidade de ter em conta a uma
acção educativa que visa o desenvolvimento do homem nos planos físico e intelectual, proporcionando-lhe uma
cultura que lhe permita compreender o mundo em que vive e reflectir sobre os problemas do seu tempo.
O educador não pode limitar-se na transmissão do conhecimento mas também a formação integral do indivíduo
no desenvolvimento das suas capacidades e na aquisição de hábitos e atitudes coerentes.
A história deve desempenhar um papel na formação do indivíduo mas, passa por questões de inegável
importância na didáctica desta disciplina como a consecução geral da história que se deve estudar a
interdisciplinaridade com as outras disciplinas da área das ciências humanas e sociais; as finalidades e objectivos
do seu ensino; os conteúdos programáticos que devem ser ensinados; os métodos utilizados no ensino; os meios a
adoptar a ultrapassar os problemas actuais do seu ensino e a qualidade dos manuais escolares.
Em qualquer destes aspectos notam-se divergências, mas existe uma preocupação comum nos vários sectores
empenhados no ensino de história, que circunscreve-se em elevar o nível e ampliar as bases científicas da história
que se faz e que se ensina.
Existem diversos graus de compreensão histórica que respondem a diversidade das finalidades educativas dos
vários níveis de ensino por esta razão teremos várias formas de ensinar a história de acordo com o nível de
desenvolvimento dos alunos e as finalidades do ciclo de estudos.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 50
Compete ao professor tendo em conta as finalidades educativas contribuir para um melhor esclarecimento destes
assuntos na sua aula através de uma prática lectiva apoiada em sólidas bases científicas. Para uma melhor
caracterização da história como disciplina curricular, será conveniente analisar o seu estatuto, que passa por uma
rede de vários tipos de relações que nos permite definir as três componentes (científica, pedagógica e social).
i. Científico, na medida em que faz se uma abordagem científica dos conteúdos programáticos na disciplina de
história.
ii. Pedagógica, quando é determinado grau de aproximação entre a disciplina como abjecto de ensino e como
objecto científico, também pela transferência que disciplina oferece no âmbito das relações entre a escola e a vida
profissional e cultural, efeitos imputados pelos professores, pelos alunos, pelos pais e outros elementos da
comunidades.
iii. Social, quando se refere ao valor formativo nos vários grupos envolvidos no processo de ensino (professores,
alunos, pais e outros elementos da comunidades), e valor social da disciplina, estatuto e funções das pessoas que
tem de utilizar a disciplina nas suas actividades profissionais.
Sumário
O programa é o desdobramento do currículo em que apresenta através de um documento didáctico apresentado
aos professores com uma dimensão mais legislativas e normativas do ensino, enquanto que currículo é muito mais
abrangente, engloba, manuais escolares para professor/alunos, classificação, exames, sistema de avaliação, as
condições que a escola fornece, normas de funcionamento e da própria gestão escolar, ela possui uma acção
substantiva.
A educação e sociedade são realidades interdependentes proporcionando-lhe uma cultura que lhe permita
compreender o mundo em que vive e reflectir sobre os problemas do seu tempo.
A história como disciplina deve desempenhar um papel formativo, para tal deve circunscrever-se em três
componentes principais que sustentam o seu estatuto de disciplina curricular que são: área científica, pedagógica
e social.
Exercícios
1- Diferencie o currículo do programa escolar quanto as suas características?
Unidade IX
A História como disciplina curricular:
Finalidade;objectivos e programa de
ensino de História
Introdução
Para o desencadear do processo de ensino e aprendizagem é necessário que haja previamente as finalidades
que permite desenvolver as capacidades específicas no ensino de história e objectivos bem claro para a
disciplina, em que subdividem-se em objectivos gerais e específicos.
Na definição das finalidades de história e objectivos, é pertinente estabelecer uma hierarquia das metas
educacionais. As finalidades da educação em geral, escapam por vezes ao âmbito pedagógico, uma vez
que depende do poder político. De época para época, os fins de educação estão a mudar o que leva a
existência de diferentes tipos de educação. Pode-se também verificar, nos dias de hoje, a existência de
vários tipos de ensino de tendência ideológica deferentes, tal facto proporciona a uma interacção
constante entre a sociedade e educação.
Quanto a elaboração das finalidades cabe ao poder politico definir os grandes alvos da educação, isto é, a
lei de base do sistema educativo, uma vez que as finalidades do ensino de cada disciplina para um ano ou
ciclo, é da competência das instituições pedagógicas responsáveis pela elaboração dos programas de
ensino (no caso de Moçambique o Ministério da Educação).
As finalidades do ensino de História alem de transmitir conhecimento sobre a realidade histórica, o ensino
de história permite desenvolver capacidades e atitudes específicas. De entre as finalidades ou grandes
metas visadas pelo ensino da História, de acordo com presença (1990:108), destacam-se as seguintes:
Promover o desenvolvimento das capacidades de análise e síntese através duma abordagem científica da
realidade;
Proporcionar o desenvolvimento do espírito crítico;
Desenvolver a capacidade de formular hipóteses fundamentais;
Contribuir para o desenvolvimento de criatividade, da sensibilidade e dar capacidades de expressão;
Adquirir competências específicas no domínio do tratamento, classificação e análise de fontes históricas;
Assegurar uma melhor formação cívica visando a preparação para o exercício consciente da cidadania;
Desenvolver atitudes da tolerância face as ideias, crenças, culturas, opiniões e valor diferente da própria;
Proporcionar a compreensão de relatividade e multiplicidade dos valores em diferentes tempos e espaços;
Contribuir para a inserção do aluno na realidade social, política e cultural que o rodeia;
Despertar atitudes de respeito e colaboração com os outros seres humanos como pessoas e como membros
de grupo sociais e nacionais.
Quanto aos objectivos, as gerais já constam enunciados nos programas de ensino de cada ciclo, classe.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 53
1º Critério a obedecer
Nesta etapa deve-se delinear alguns critérios que devem estar de acordo com as características dos alunos
e do meio escolar para tal no programa deve ter:
2º Etapa
3ª Etapa
Nesta etapa deve-se ter em conta os componentes do programa e nele deve estar bem elucidado o
esquema conceptual da disciplina, finalidade da disciplina, objectivos gerais, os temas e os conteúdos
devem estar organizados em ordem cronológica.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 54
- Exequibilidade do programa.
Sumário
Na sua acção educativa, o ensino da História não pode deixar de visar as finalidades e objectivos. As
finalidades e os objectivos gerais do ensino de uma disciplina devem ser definidos pelas instituições
educativas mas a definição dos objectivos específicos E de competência exclusiva do professor, face a
realidade concreta dos alunos e ao contexto escolar em que se insere.
Para uma correcta compreensão da disciplina de história do seu lugar no currículo e da sua ligação com
outras disciplinas é útil efectuar análise do seu estatuto enquanto disciplina.
Antes de se debruçar sobre a metodologia de ensino a adoptar na sua prática lectiva o professor deve
proceder a uma análise dos programas que vai leccionar, pois este deve estar correctamente integrado no
currículo embora explicitem os princípios educativos que lhe estão subjacentes não pode ter uma
especificação muito acentuada a nível de objectivos e de estratégias de ensino para não impedir a sua
adaptação as características dos alunos e do meio escolar bem como a criatividade e a inovação
Exercícios
Unidade X
Metodologias de ensino de História
Introdução
A utilização de uma metodologia de ensino adequada permite atingir mais facilmente os objectivos
pretendidos e o desenvolvimento de uma série de capacidades, tanto no domínio cognitivo como no
domínio afectivo.
Objectivos
Metodologia é a combinação de métodos postos ao serviço de uma determinada via de actuação, tendo em
vista a consecução de determinadas finalidades.
O professor de história na sua prática lectiva é lhe submetido a uma interrogação a cerca dos fundamentos
científicos da historia, psicológico e pedagógico. O professor deverá ter em conta a combinação de
método e técnicas e associados aos determinados conceitos de história e de educação.
A utilização de uma metodologia de ensino adequada permite atingir mais facilmente a consecução dos
objectivos pretendidos.
Para execução do trabalho em grupo, o primeiro passo é a escolha do tema, que deve ser do conhecimento
prévio dos alunos e que suscitem a sua atenção e interesse. A escolha deve ser feita com base no
programa escolar e nos interesses dos intervenientes (professor e aluno). O professor pode determinar
previamente os tópicos, através de um diálogo orientando a indicar esses temas.
Após a escolha do tema e da definição da sua forma de abordagem pelos diferentes grupos, o professor
deve fornecer indicações gerais sobre o trabalho, os seus objectivos e o campo da matéria a ser tratado.
O segundo passo a se seguir é a construção dos grupos, donde o professor pode optar por deixar que os
alunos agrupem – se livremente ou faça a escolha aleatória, mas recomenda – se que a formação dos
mesmos seja de inteira vontade dos alunos e não sob imposição.
Outro problema está relacionado com a escolha do líder e do número da composição do grupo. Quanto a
escolha do líder sugere – se que seja de forma democrática, pois a existência deste fornece eficiência do
trabalho de grupo. O grupo não pode ter menos que três (3) e nem superior a seis (6) elementos.
O terceiro passo é o papel do professor na condição do trabalho, onde este deve intervir indirectamente,
quando verificar que o grupo não avança. Neste caso pode por questões motivadoras ou apresentar
algumas sugestões sempre que o grupo esteja a seguir um plano de difícil ou impossível execução.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 57
Aprendizagem dos conceitos em história está dependente a vários factores como: idade, sexo, estádio de
desenvolvimento, origem social e cultural. O tempo e o espaço são dois conceitos fundamentais na
aprendizagem da história cuja aquisição está dependente do desenvolvimento psicológico do aluno.
As dificuldades na aquisição deste conceito não devem desanimar o professor, que ao longo do seu
ensino, deve insistir na compreensão e aplicação destes conceitos, para que o aluno os vá dominando
gradualmente.
O professor deve seguir várias etapas para essa aprendizagem. Segundo esse modelo o professor passará
progressivamente de uma história narrativa, com grande relevância de pormenores à uma história
conceptual em que adopta na sua explicação modelos ordenadores do real.
Sumário
O tempo e o espaço são dois conceitos fundamentais na aprendizagem da história cuja aquisição está
dependente do desenvolvimento psicológico do aluno, dentre os vários factores destacam-se: idade, sexo,
estádio de desenvolvimento, origem social e cultural.
A concretização de um determinado conceito depende da acção educativa de quem ensina sobre quem
aprende. Este processo envolve sempre a interacção entre ambos, quer de uma forma sistemática através
das instituições educativas (Escola, família e Igreja), quer de uma forma não proclamada através da acção
do ambiente sobre o indivíduo .
Exercícios
Unidade XI
Estrategias de ensino de Historia
Introdução
O processo de ensino e aprendizagem em história deve ter em conta o nível de desenvolvimento dos
alunos, a idade e o meio em que a escola está inserida. Para tal o professor é obrigado a traçar estratégias
que vão de acordo com a realidade dos alunos.
Um dos aspectos mais característicos do ser humano, e que de certa forma o distingue dos demais seres
vivos, é dele ser pesquisador por natureza. Pesquisar, procurar respostas para suas indagações, questionar.
E em busca de respostas para suas dúvidas, de novas soluções para seus problemas, o homem se
desenvolve estudando, pesquisando.
Justifica-se, assim, que nesta unidade se tente mostrar como se realiza uma pesquisa, com a finalidade de
preparar os estudantes a elaborar um trabalho científico.
A estratégia de ensino constitui a combinação dos métodos, técnicas e actividades de desenvolver na aula.
A escolha das estratégias a utilizar é pessoal, pois depende das características do próprio professor, dos
alunos, da comunidade escolar e dos recursos de aprendizagem de que o professor pode dispor ou vir a
executar.
A análise que o professor faz da situação, isto é, a constatação da oportunidade de usar ou não está ou
aquela estratégia depende do momento e da oportunidade.
O quarto passo é da apresentação dos resultados, em que o professor deve conferir uma certa importância,
a apresentação dos resultados do trabalho em grupo, reservando sempre um tempo para esse efeito. A
forma mais usual, rápida e fácil é o simpósio, em que cada grupo apresenta as suas conclusões seguindo –
se de uma discussão geral.
O ultimo passo é a avaliação do trabalho em grupo, em que deve – se dar azo aos próprios elementos de
grupo à auto – avaliar – se sem intervenção do professor. Para tal é necessário a disposição de uma lista
de competências a adquirir pelos membros dos grupos durante a sua realização.
É de salientar que a visita de estudo é um dos caminhos que permite a assimilação do conhecimento
passado duma realidade que nos rodeia. Deste modo a visita de estudo é uma actividade curricular
intencionalmente planeada, que serve para desenvolver ou complementar conteúdos estudados nas salas
de aula.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 60
Visita de Estudo Dirigida ou Guiada – trata-se de uma visita orientada por professor ou monitor.
Visita de Estudo Livre – Os alunos munidos de um roteiro ou fichas de trabalho vão livremente, sós ou
em grupos visitar os locais indicados pelo professor.
Este tipo de visita permite uma aquisição de forma motivadora do conhecimento sobre o assunto em
estudo.
Visita de Estudo Mista – A primeira parte da visita é orientada pelo professor e em seguida os alunos vão
sozinhos complementar a visita com auxílio de um roteiro ou material de orientação. É tida como a
combinação da visita guiada com a visita livre.
Na preparação de uma visita de estudo, o primeiro momento será a definição dos objectivos. Se estes
forem de carácter fundamentalmente cognitivo, dever-se-á ter em conta o momento do processo de
aprendizagem considerado mais oportuno para a realizar.
A visita é utilizada como forma de motivar e sensibilizar os alunos (estudantes), para a abordagem de um
tema, de uma questão. Pode ter como função concretizar e aplicar conhecimentos já adquiridos,
culminando o estudo de um tema. Na maior parte das vezes tem por função a recolha de dados e
informações que esclareçam e motivem um trabalho em curso.
Portanto, o objectivo da visita de estudo é facilitar a percepção dos alunos no processo de ensino e
aprendizagem
Preparação;
Realização;
Exploração e Avaliação;
Preparação
Deve-se ter em conta os objectivos que devem ser bem formulados, tendo em conta o grau de ensino e o
nível etário, os interesses dos alunos e o momento de aprendizagem que a Visita de Estudo se insere.
E esta permite que o aluno adquira o domínio do saber, saber fazer e saber ser e estar.
É nesta fase que o professor deve escolher os locais que lhes pareçam prioritários e em função desta
escolha se seleccionará o local, denifir-se-ão os objectivos da visita e o tipo de visita a se realizar, tendo
em conta o local.
Realização
Nesta fase o que se verifica é a própria execução da visita, os visitantes prestam atenção para a explicação
que o professor vai dando e por sua vez, procuram anota-la assim como vão anotando os detalhes da visita
para posteriormente fazer constar em um relatório final a ser apresentado ao professor.
Exploração e Avaliação
Após a visita o professor deve incutir aos alunos que participaram na visita, que esta não termina no
momento que se abandona o local visitado, é preciso consolidar os conhecimento adquiridos e fazer o
balanço com os já assimilados na sala de aulas. Aqui deve constar a auto avaliação do professor e por
último a reflexão comum entre o professor o aluno.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 62
Esta estratégia didáctica trata-se de um conjunto de acções planejadas e que o professor deve ter em conta
no processo de ensino e aprendizagem de forma a facilitar a assimilação dos conteúdos por parte dos
alunos.
De acordo com PROENÇA (1989), “defende que a forma como se desenvolve o processo de ensino
aprendizagem é determinada pela estratégica usada, que deste modo adquire uma enorme importância
no desenvolvimento das actividades do educando”
Hoje a preocupação é tornar o ensino de história um veículo de inteira ligação com a realidade do meio de
forma a criar uma aprendizagem mais coesa do aluno.
Neste âmbito de acordo com NETO (1989:86), “que não basta estudar a história é necessários adequar a
história estudada com o meio circundante”.
Olhando para o meio circundante pode falar do património cultural existente que vai contribuir para
eficácia do processo de ensino-aprendizagem, porque trata-se de uma visão viva da cultura efectuada
através de uma visita de estudo.
É através desta que os alunos podem desenvolver trabalhos criativos em espécie de relatórios, inseri-los
na perspectiva histórica e também sem deixar de lado a sua identidade ao grupo em que ele pertence,
transmitindo-lhe atitudes de cidadania.
Neste contexto o educando passa a saber que a aprendizagem da disciplina de história passa por conhecer
a realidade que nos rodeia e isso significa que é uma ligação entre a escola e o meio como auxiliar do
processo de ensino e aprendizagem.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 63
Identificar o local para a visita de modo a constatar aspectos históricos nele contido;
Elaborar um projecto que deverá ser apresentado as entidades legais que gerem os locais que se pretende
visitar;
Fazer constar no projecto os objectivos que se pretende alcançar com a visita, o objecto de estudo, de
modo a dar conhecer a entidade as actividades que o grupo pretende realizar.
As autarquias também têm contribuído para este desenvolvimento, pelo apoio concedido à investigação
dos testemunhos do seu passado histórico e à publicação de alguns trabalhos.
O interesse pela História local não é novo, à semelhança do que acontece noutros locais do mundo,
sempre existiu uma preocupação de estudos históricos locais, de carácter monográfico. “Estes tipos de
trabalho têm sido animados muitas vezes por estudiosos e eruditos locais, sendo geralmente fruto de um
labor solitário, a margem de qualquer enquadramento institucional e de um quadro minimamente comum
de referências problemáticas.”
O renascer da História local que actualmente se verifica, pouco ou nada tem a ver com estas descrições de
índole ilustrativa, feitas muitas vezes com o intuito de conferir maior importância à região. Assiste-se
presentemente ao desenvolvimento de uma História local que visa tirar partido das novas metodologias,
utilizando novas fontes quantitativas ou qualitativas e cujos temas poderão ter um aproveitamento
didáctico motivador e estimulante.
pormenores. Não se deve dar lugar à surpresa total quando o estudante entra no projecto, mas também não
se deve revelar mais do que o estritamente necessário para não tirar o impacto motivador do imprevisto.
Após a participação no projecto será feita com cada turma participante, nas respectivas escolas, uma
avaliação da sua participação, levando os alunos a relacionar o que tinham aprendido na aula com aquilo
que lhes foi proporcionado viver fora do espaço escolar.
Além da preparação pedagógica há necessidade de toda uma pesquisa científica que permita a obtenção
de um rigoroso contexto histórico, para permitir uma maior intimidade com o passado. Por isso, a
fundamentação e a concretização do projecto devem ser precedidas de uma minuciosa pesquisa
documental. A “História ao vivo” recria o tempo curto da história do quotidiano, procurando saber como
se vivia o dia-a-dia de uma época, para levar o estudante a aprender e compreender esse quotidiano. Sob o
ponto de vista cognitivo e afectivo, esta técnica permite o desenvolvimento de várias capacidades.
Este tipo de ensino tem um carácter fortemente motivador e permite realizar aquilo que é extremamente
difícil em História – o ensino experimental – pois trata-se de uma metodologia didáctica que provoca
deliberadamente uma experiência. Contribui ainda para o desenvolvimento da compreensão empática,
envolvendo no conhecimento uma forte componente afectiva porque leva o aluno a colocar-se no papel de
pessoas de outra época e outra cultura, permitindo também que ela compreenda que o mesmo objecto
pode ter diferentes significados em cultura diferentes.
É um ensino que desenvolve a imaginação criativa e o pensamento operacional formal, através dos
métodos racionais de pesquisa perante uma experiência histórica. Nesta técnica destaca-se ainda o aspecto
formativo do respeito e compreensão do significado do património histórico.
Sumário
Além da preparação pedagógica há necessidade de toda uma pesquisa científica que permita a obtenção
de um rigoroso contexto histórico, para permitir uma maior intimidade com o passado. Por isso, a
fundamentação e a concretização do projecto devem ser precedidas de uma minuciosa pesquisa
documental. A “História ao vivo” recria o tempo curto da história do quotidiano, procurando saber como
se vivia o dia-a-dia de uma época, para levar o estudante a aprender e compreender esse quotidiano. Sob o
ponto de vista cognitivo e afectivo, esta técnica permite o desenvolvimento de várias capacidades.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 65
Exercícios
1.Caracterize o meio como um auxílio no ensino-aprendizagem de História.
2.Destaque a importância da “História ao vivo”.
Comunicação é troca de informações na qual utiliza – se vários meios, como sinais visuais e auditivas. Na
aula de história a linguagem é uma forma privilegiada de comunicação esta situação alerta – nos para os
cuidados que o professor deve ter como descodificador das mensagens para os alunos, já que vocabulário
histórico inclui termos de linguagem corrente, utilizados com diferentes significados.
Este conjunto de estratégias tem vários pontos de contactos. O ponto de partida para qualquer delas é uma
simulação, que pode ser dramatizada a níveis diferentes. Estas técnicas permitem que o ensino de história
se torne motivador e estimulam o desenvolvimento de várias capacidades, particularmente no domínio da
imaginação, criatividade e capacidade de expressão.
Estas estratégias têm incontestáveis vantagens psicológicas para melhor inserção dos alunos nos grupos
em que trabalham, e ao mesmo tempo um forte carácter motivador, além de desenvolverem a criatividade
e a imaginação histórica.
Sumário
A escolha das estratégias de ensino está dependente do professor que deve ter em conta as características
dos alunos, da comunidade escolar e dos recursos de aprendizagem de que dispõem.
Das estratégia a utilizar sugere-se o trabalho em grupo, jogos, dramatização e simulações e a ter em conta
a comunicação na sala de aula que é um dos factores importantes que o professor deve ter em conta.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 66
Exercícios
1- O que é que o professor deve ter em conta para delinear as estratégias de ensino?
Unidade XII
Alguns conceitos chaves em Didáctica
e outros Métodos do processo de
ensino-aprendizagem
Introdução
Esta unidade é um suporte aos conceitos já adquiridos pelos estudantes por forma a que estes os
tenha sempre presente na abordagem de questões ligadas especificamente a esta cadeira. A
consolidação de conceitos como método estratégia, técnica, procedimento é uma chave importante
no processo de ensino-aprendizagem para todo educador.
Método – O significado etimológico é: caminho a seguir para alcançar um fim. Para o nosso
objectivo podemos conceituar método como sendo um roteiro geral para a actividade. O método
indica as grandes linhas de acção, sem se deter em operacionalizá-las. Pode-se dizer que método é
um caminho que leva até certo ponto, sem ser o veículo de chegada, que é a técnica.
Os novos métodos são também denominados métodos activos por se oporem radicalmente a tudo
quanto é passivo nos métodos tradicionais. Baseiam-se no princípio de que o aluno é um ser em
desenvolvimento, cuja actividade, espontânea e natural, é condição para o seu crescimento físico e
intelectual. A participação activa do aluno consubstancia-se primordialmente no espaço que o
professor reserva para as descobertas do educando.
Os novos métodos dão grande destaque à vida social do aluno como factor fundamental para o seu
desenvolvimento intelectual e moral. Nesse sentido, adquire também grande importância o
relacionamento dos alunos entre si e dos alunos com o professor. A disciplina não se fundamenta
mais na autoridade, mas sim na responsabilidade.
● Método Montessori,
● Centros de interesse,
● Método de projectos,
● Trabalho em grupo,
● Unidades didácticas,
● Estudo do meio e
● Método psicogenético.
Dentro dos novos métodos e das novas técnicas desenvolvidas recentemente tem-se
insistido na individualização do ensino. Essas técnicas têm a preocupação básica de
organizar o ensino para atender efectivamente às diferenças individuais, principalmente
no que diz respeito ao ritmo de aprendizagem.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 69
De acordo com Lobo Neto1, o ensino individualizado apoia-se nos seguintes princípios:
g) Deve ser oferecido ao aluno material escrito, como textos para leitura, guias de
estudo, testes, textos programados, etc.;
Aula expositiva – É a técnica mais tradicional de ensino. Ainda é muito usada, contudo a maneira
do seu emprego deve ser adequada às novas experiências do ensino.
A técnica de perguntas e respostas - Consiste em o professor dirigir perguntas aos alunos sobre
algo que estudaram ou sobre as experiências que já tiveram.
1
LOBO NETO, F.J. da S. “Ensino individualizado ou personalizado” Psicologia Educacional. Rio de
Janeiro. 1972. Pp.6,7.
2
Método criado nos princípios do séc.passado pela educadora italiana Maria Montessori. Tem como
princípios a liberdade, actividade, vitalidade e individualidade no processo de aprendizagem.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 70
Centros de interesse - É um método que leva em conta a evolução natural dos interesses da
criança. Procura, assim, ser uma solução para o problema crucial de toda a educação: Como fazer
para que a criança se interesse agora por aquilo que ela poderá necessitar mais tarde?
Unidades didácticas – Segundo esse método, o ensino deve ser desenvolvido através de unidades
amplas, significativas e coesas.
Método de solução de problemas – Considera que ensinar é apresentar problemas e que aprender é
resolver problemas.
Método de projectos – É um método que se propõe transformar atitudes dos alunos durante o
ensino. O aluno deve converter-se em um activo que concebe, prepara e executa o próprio trabalho.
A tarefa do professor consiste em dirigi-lo, sugerir-lhe idéias úteis e auxiliá-lo quando necessário.
Método psicogenético – Considera que o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender. Parte de
uma situação problema (desafio), seguida de uma investigação pessoal ou em grupo orientada pelo
professor.
Fichas didácticas – Consiste em colocar a disposição do aluno, na sala de aula, as fichas didácticas
necessárias ao estudo de um determinado conteúdo. A técnica inclui as seguintes fichas: fichas de noções,
fichas de exercícios e ficha de correcção.
Estudo dirigido – Consiste na solicitação de uma tarefa ao aluno mediante o fornecimento de instruções de
como realizá-la. A aplicação desta técnica parte de um estímulo comum: a utilização do texto. Com base no
texto apresentado formula-se diversas questões.
.
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 71
Sumário
Na abordagem dos novos métodos é importante o conhecimento profundo de conceitos
didácticos de forma a compreender o grande destaque que se dá à vida social do aluno para o
seu desenvolvimento intelectual e moral. Também adquire grande importância o relacionamento
dos alunos entre si e dos alunos com o professor.
Exercícios
1. Refira-se a importância do estudo individualizado.
2. Indique quatro princípios do ensino individualizado.
3. Da conceito de Estratégia, Método, Técnica e Procedimentos
4. Qual a diferença entre Metodo e técnica.
Auto-
avaliação
HO167 - DIDÁCTICA DE HISTÓRIA I 72
Referências Bibliográficas
GOLIA, Manuel. Manual de Didáctica Geral. Maputo, 1995. Ñ ed.
HAIDT, Regina Cazaux. Curso de Didáctica Geral. Editora ATICA, 2003.
JOAO, Maria Isabel. Didáctica de Historia. UEM. Maputo, 1983.
LAKATOS, Eva Maria. Metodologia de Investigação Cientifica, editora atlas, São
Paulo, 1991.
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica Geral. São Paulo. 1992
LOBO NETO, F.J. da S. “Ensino individualizado ou personalizado” Psicologia
Educacional. Rio de Janeiro. 1972.
MENDES, José M Amado. História Como Ciência – Fontes, Metodologias e
Teorização. Coimbra Editora. 1987.
NEVES, Pedro Almiro, et al. Historia – 12 Ano de Escolaridade. Porto editora,
Porto,
PROÊNÇA, Maria Cândida. Ensinar /Aprender História – Questões de Didáctica
Aplicada. Livros Horizonte. 1990.
PROÊNÇA, Maria Cândida. Didáctica de História – Textos complementares,
Livros Horizonte. 1989.
PROÊNÇA, Maria Cândida. Didáctica de História. Universidade aberta. 1990.