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CAMPINAS/SP
Novembro - 2006
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CAMPINAS/SP
Novembro - 2006
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Dedico esta monografia a meus pais, Salomé e Wandick.
A Mariana, minha filha que "entendeu" as minhas ausências durante a realização desta
monografia.
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Este deveria ser nosso desafio maior de intelectuais e de pesquisadores deste fim de
século e de milênio: reinventar um conhecimento que tenha feições de beleza;
reconstruir uma ciência que tenha sabor de vida e de cheiro de gente, num século
necrófilo, que se especializou na ciência e na arte da morte, da guerra e da destruição.
Andreola, (1993, pp.32/42)
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SUMÁRIO
I) APRESENTAÇÃO......................................................................................................6
II) AVALIAÇÃO
II. 1) O Projeto Pedagógico e seus reflexos na Avaliação............................................7
II. 2) Principais discussões acerca do tema Avaliação.................................................9
VI) CONCLUSÃO.........................................................................................................31
VII) ANEXO..................................................................................................................33
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RESUMO
Resumo: Este trabalho vai abordar, através de uma discussão bibliográfica, dois eixos
psicopedagógica.
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I. APRESENTAÇÃO
enquanto eu ainda era estudante do curso de história. Ao iniciar minha docência, pude
no cotidiano escolar.
neste ponto que as teorias de Vygotsky contribuem de forma marcante para aproximar
avaliação em sala de aula. Desta forma, este estudo pretende abordar o processo de
disciplina história.
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II. AVALIAÇÃO
objetivos dessa sociedade capitalista (dominante) seria o de manter sua mão de obra
trabalhadora. Nesse sentido, uma educação que promova cidadãos críticos e possibilite
Para que ocorra uma mudança no modo como a instituição escolar e a educação
estão organizadas e são concebidas, torna-se necessário que ocorra uma participação de
históricos. Nesse sentido, uma mudança não ocorrerá de uma hora para outra, mas em
longo prazo, através de uma educação que vise à formação crítica, possibilitando ao
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Dessa forma, faz-se necessário a participação de todos na elaboração de um projeto
pedagógico, também com ações políticas, que vise aos ideais democráticos. A
relação ao seu contexto histórico e social apresenta-se como mola propulsora para uma
perceptível toda estrutura escolar nas formas as quais se avalia e de como se avalia o
social e histórica do aluno pode ser medido pelos processos avaliativos desenvolvidos
pelo aluno possam colaborar para uma nova visão de história e do ensino em nossa
sociedade.
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II. 2) Principais discussões acerca do tema Avaliação
Entretanto, iremos nos deter nas obras de Luiz Carlos Freitas1, de Cipriano Luckesi2 e
acerca deste assunto que nos possibilitará uma análise mais profunda das avaliações
educacionais.
instituição escolar que ocorrem as principais situações que levam o aluno a aprimorar
deve estar integrado com a realidade do aluno e o professor deve buscar estratégias
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do meio social e das características emocionais, entre outros), auxiliando na
professor. Nesse contexto, o projeto pedagógico, que muitas vezes pode significar um
alunos e com a aprendizagem, requer ainda uma nova atitude perante a questão da
avaliação, pois é dentro das escolas que surgem os mecanismos de controle e aferição
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O modelo tradicional de avaliação, influenciado pelo pensamento positivista, em
muitos casos, foi usado de maneira punitiva, coercitiva, que desconsiderava o caráter de
aprendizagem que toda avaliação possuí. Conhecemos muitos casos em que a avaliação
do aluno é permeada por questões que fogem do âmbito da prova, como indisciplina,
levando o professor a não se focar em critérios avaliativos que devem ser expostos a
formas de avaliação são restritas a provas extensas, longas e enfadonhas que privilegiam
tem da turma avaliada. No caso da disciplina História, conforme veremos abaixo, este
aspecto é bastante significativo uma vez que algumas perguntas avaliativas remetem o
Assim, a avaliação perde sua função servindo a interesses não educacionais, mas
importante indicador acerca dos rumos tomados pelo processo educacional, não como
perigoso, pois torna a estrutura frágil e aberta, no momento em que essa mesma
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sociedade entende-se como pagadora de impostos e exigente de suas atribuições
adquirido por seus alunos, ou seja, o fator numérico apresenta-se como mais importante
do que o aprendizado do aluno. Este procedimento avaliativo vem ganhando cada vez
Para inúmeros professores, pela sua estória de vida e por várias influências
sofridas, a avaliação se resume à decisão de enunciar dados que comprovem
a promoção ou retenção dos alunos. É uma penosa obrigação a cumprir na
sua profissão, que deve ser exercida de forma mais séria (rígida?) possível e
no menor tempo de que possa dispor!
estima dos alunos, pois os classificam separando os que tiveram as respostas "corretas"
dos que estavam "errados", de acordo com as notas que obtiveram em suas avaliações.
Os docentes não devem se esquecer que "a nota" não significa necessariamente a
imagem real do aprendizado do aluno, pois um dez pode não expressar a apreensão total
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julgamentos dos professores em relação ao potencial de seus alunos, na falta de
[...] sem perceber que esta avaliação muitas vezes atinge de forma negativa o
aluno, acarretando prejuízos em sua auto-estima. Para isto, buscamos sempre
fortalecer a confiança do educando, abrindo um leque de possibilidades a
serem desenvolvidas durante o bimestre sem supervalorizar notas de provas,
pois um processo de avaliação não pode jamais ser algo estático e único.
através dos erros) dos alunos o professor deve propor atitudes que permitam ao aluno
trabalho desafiador para o professor. Em relação a esta questão, (Fabrício, 2001, p.63),
conteúdo) que devem ser atingidos por todos os alunos, procedimento que desvaloriza a
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Então, ao professor cabe o papel de respeitar as diferenças encontradas em sala de aula,
do aluno. O professor deve considerar o capital cultural e emocional dos alunos, pois o
Assim, uma avaliação mais abrangente deve ser o mecanismo mais adequado
formação do aluno como cidadão e o prepara com os conteúdos exigidos pelos órgãos
avaliação deve também apresentar-se como tal. Segundo Souza (2001, p.56)
verificação daquilo que o aluno aprendeu. Deve apresentar também oportunidades para
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Em termos precisos, deve-se entender que avaliar com intenção formativa
não é o mesmo que medir, nem qualificar e nem sequer corrigir; avaliar
tampouco é classificar, examinar, aplicar testes. Paradoxalmente, a avaliação
tem a ver com atividades de qualificação, medição, correção, classificação,
certificação, exame, aplicação de prova, mas não se confunde com elas. Elas
compartilham um campo semântico, mas diferenciam-se pelos recursos que
utilizam e pelos usos e fins aos quais servem.
dos "erros" dos alunos como instrumento para a aprendizagem. O erro do aluno deve ser
de aula. De acordo com Luckesi, a avaliação apenas tem sentido se os seus resultados
levar o educando a aprender, partindo de uma compreensão clara de onde, como e por
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chegar? Quem é o aluno? Estas questões levam o docente a refletir sobre o processo
que, por sua vez, colaboram na construção e formulação de suas hipóteses acerca do
quando se assume que a avaliação é aprendizagem no sentido de que por meio dela
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III. AVALIACAO EM HISTÓRIA
história no Ensino Médio. Segundo os PCNs (1997, p.300) acerca do ensino de história
na atualidade,
aluno, a disciplina acaba se tornando algo sem sentido e limitada ora a grandes eventos,
cerne da corrente positivista. Estes novos estudos tinham por objetivo trazer outras
personalidades, temas e questões que serviriam como base para a interpretação histórica
Esse novo contexto do ensino de história propiciou também novas relações entre
afirma,
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histórico existente, através de um esforço e de uma atividade com a qual ele
retome a atividade que edificou este conhecimento.
essencial para a compreensão do mundo atual, pois a partir das experiências passadas de
outros grupos, podemos extrair subsídios adequados para a nossa própria formação e
postura diante da sociedade em que vivemos. Para além desta relação ensino de
históricas que seriam essenciais no aprendizado desta disciplina. Dentre estes novos
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utilizado ao período histórico em que foi produzido, assinalando as possíveis diferenças
bastante diferente, visões e atitudes que levam a hierarquização em sala de aula estão
invés de respostas prontas e finalizadas, ele é parte intrínseca do aprendizado junto aos
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III. 2) Formas mais comuns de avaliação em História
Ainda hoje a avaliação em história é vista como uma mera aplicação de provas
maneira única e ate mesmo impiedosa "classifiquem" o aluno. Muitas dessas avaliações
são preparadas sem qualquer critério pedagógico, escolhem-se questões face aos
professores fazem uma "devolutiva" da prova corrigida ao aluno, sem deixar claro os
aspectos do erro do educando, que contribuiriam para seu posterior sucesso, como
história. Sem dúvida, é um recurso bastante atraente e útil ao entendimento dos fatos.
Entretanto, por diversas vezes o filme é exibido, mas, o professor não promove um
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desvalorizadas em contraposição a uma concepção de processo avaliativo. Esta nova
documentos históricos, visitas a museus, bem como as avaliações escritas acerca dos
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IV) ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS
AOS PROFESSORES DE HISTÓRIA
Uma das questões abordadas por este trabalho foi o de analisar a perspectiva do
Melhado Stroili5.
• Primeira pergunta:
costuma revisar o conteúdo proposto. Não é a parte fundamental desse processo, mas
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Professora Doutora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, PUCCAMP, responsável pela
disciplina Avaliação Psicopedagógica.
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Q.3: Uma parte fundamental do processo de aprendizagem em que podemos
do período.
• Segunda pergunta:
processo avaliativo?”
seminários.
métodos avaliativos e sempre uma preocupação com a questão dos seminários em sala
de aula.
• Terceira pergunta:
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Q.1: Muitas vezes é uma via de uma mão só, ou seja, a responsabilidade é
processo.
participativo, crítico onde as duvidas e incertezas serão dissipadas, até mesmo antes da
avaliação.
• Quarta pergunta:
Q.1: Sim.
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Aqui temos um caso interessante, dois professores pesquisados acreditam na
• Quinta pergunta:
Q.3: Acho que o uso das novas tecnologias, quando usados de forma
ter mais habilidade na área da pesquisa de fontes / temas históricos, o que o ajuda na
análise.
Mais uma vez temos uma diferença nas respostas. Esta pergunta era para termos
com o aluno.
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Quadro 1: Questionário aplicado aos professores de História
Nome Instituição de Tempo de P1: O que você entende P2: Quais são os P3: Como você interpreta a P4: A avaliação é um fim ou P5: Como você percebe as
por avaliação? instrumentos utilizados em relação professor/aluno/ um processo de novas transformações
Ensino docência
suas aulas para praticar o avaliação? aprendizagem? metodológicas no ensino de
processo avaliativo? história e de que forma isso
tem impacto no processo de
avaliação?
Para mim é Avaliação escrita, Muitas vezes é uma Sim. Preciso melhor
conhecer o saber oral, participação via de uma mão só, esclarecimento
Márcia EMEF 6 anos do aluno e em aula, resoluções ou seja, a sobre “as novas
Storolli "Violeta identificar qual de problemáticas, responsabilidade é transformações
Dória" foi o trabalho em sempre do metodológicas no
conhecimento grupos, auto- professor em ensino de história”
adquirido por ele avaliação. avaliar o aluno. para responder a
durante as aulas. Poucas vezes, o questão.
aluno participa
deste processo.
Avaliação é uma Textos, filmes, Relação de Não, apenas mais Positivo, tudo
Sérgio Colégio 20 anos das etapas do livros didáticos e confiança e troca... uma das etapas aquilo que
Eduardo Doctus processo ensino- para didáticos, Construção de um desse processo. acrescenta
Amaral aprendizagem, debates, etc. ambiente saudável, informação,
Francisco onde costuma participativo, conhecimento,
revisar o crítico onde as cultura ao processo
conteúdo duvidas e é bem vinda. Assim,
proposto. Não é a incertezas serão a avaliação
parte dissipadas, até também ganhará
fundamental mesmo antes da em qualidade.
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desse processo, avaliação.
mas tem sua
importância.
Uma parte Prova expositiva Fundamental! Não. Faz parte de Acho que o uso das
fundamental do individual, Importante ser um processo novas tecnologias,
processo de trabalhos de baseada no educativo contínuo quando usados de
Juliana 5 anos aprendizagem em Análise e crítica em diálogo, e progressivo. forma direcionada,
Gesuelli que podemos grupo, seminários. compreensão com refinada e crítica só
Meirelles constatar os autoridade, o que tendem a
pontos se diferencia de enriquecer esse
apreendidos e as autoritarismo. A processo. O aluno
deficiências de avaliação deve passa a ter mais
cada aluno, refletir a leitura habilidade na área
referente á crítica do professor da pesquisa de
temática do tanto do conteúdo fontes / temas
período. quanto do processo histórico, o que o
ensino- ajuda na
aprendizagem de compreensão
cada classe, que global do processo
tem características histórico estudado,
particularizadas. pois tem novos
instrumentos de
análise.
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V) PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
psicopedagogo iniciar seu trabalho a partir do cotidiano do aluno, do meio social que
está inserido para assim criar uma relação de proximidade e de afeto com seu objeto de
Essa busca por alternativas metodológicas também pode ser verificada nos
métodos avaliativos, que devem permitir uma abertura e uma melhor compreensão do
De acordo com Lima (1990, nº48), "Fortalece-se a noção de que o indivíduo aprende
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um ponto de partida, sempre aceitando contribuições de outros pensadores e teóricos da
educação, como é o caso de Paulo Freire. Devemos atentar para o fato da dicotomia
entre a escolha dos pensadores que irão balizar a proposta de atuação psicopedagógica,
pois se escolhermos uma "teoria que está na moda", abandonaremos por completo
outras contribuições e debates válidos para a construção de uma intervenção que possam
opiniões diversas.
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• Verificação de conteúdos após o término de unidades temáticas do curso
for realizado com o envolvimento de outras disciplinas para permitir uma troca profícua
educando, promovendo assim sua libertação e consciência do valor que possui dentro de
uma sociedade. Para então, despertar nele um senso de transformação da realidade e das
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VI) CONCLUSÃO
formas de avaliação, tanto nas questões referentes a sua produção, quanto em sua
aplicação.
que a avaliação não é pura e simplesmente uma "nivelação" dos alunos (conforme
utilizado por uma avaliação positivista), mas sim uma forma de apresentar e aceitar a
professor deve entender e saber trabalhar numa instituição onde a diversidade sempre é
partindo-se de cinco perguntas que o educador deva fazer sobre sua avaliação:
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3. De que maneira esse evento se liga a outros eventos?
justo, lógico e lúdico, focando sempre o aluno como ponto de referência e sabendo
emergência daquilo que seria novo na trajetória do indivíduo (aluno) e o levaria para um
avaliativo.
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VII) ANEXO
Campo 1- Identificação.
Professor(a):
Campo 2 – Questionário
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VIII) BIBLIOGRAFIA CITADA E CONSULTADA
ALVAREZ MÉNDEZ, Juan Manuel. Avaliar para conhecer, examinar para excluir.
BITTENCOURT, Circe (org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo, Editora
Contexto, 2002.
FREITAS, Luiz Carlos. Ciclos, Seriação e Avaliação: confronto de lógicas. São Paulo,
HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: O Breve século XX(1914-1991). São Paulo,
LE GOFF, Jacques. A História Nova. São Paulo, Editora Martins Fontes, 1998.
35
LIMA, Elvira Cristina Azevedo. O Conhecimento Psicológico e suas relações com a
EPU, 1986.
Contexto, 1991.
Fontes, 2005.
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VIII. 2) Bibliografia Consultada.
2003.
2000.
CHAUÌ, Marilena. Educação e Sociedade: CEDES. São Paulo, 1980, volume 2, número
5.
ENGUITA, Mariano F. A Face Oculta da Escola. Porto Alegre, Editora Artes Médicas,
1989.
MCLAREN, Peter. A Vida nas Escolas: uma Introdução à Pedagogia Crítica nos
Brasiliense, 1995.
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VIII. 3) Periódicos
Revista Brasileira de História, São Paulo, ANPUH/Marco Zero, volume nº9, nº19,
fev.1990.
nº. 58, 2001, artigo Avaliação num modelo de escola mais do que especial, autora
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