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2006 Vibra Es Parte 1 PDF
2006 Vibra Es Parte 1 PDF
Vibrações em Sistemas
Mecânicos
. 10 .
1 . . . . . . . .
100
Deslocamento (mm)
-1
10
-2
10
100
Deslocamento [mm]
-3
10
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 50
Freq (Hz)
0
Node(1) E C / E F = 0.0015
Node(1) E C / E F = 0.015
Node(1) E C / E F = 0.15 -50
-100
0 0.25 0.5 0.75 1
Tempo [s]
4ª Edição – 2005
Vibrações
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, muitos estudos são feitos com objetivo de motivar as aplicações das vibrações
em engenharia, como o projeto de máquinas, fundações, estruturas, motores, turbinas, sistemas
de controle etc. Problemas com vibração podem ocorrer devido ao desbalanceamento em
motores alternativos ou mesmo em qualquer sistema rotativo, porém o desbalanceamento
excessivo indica erros de projeto ou um processo de fabricação pobre. Em motores diesel, o
desbalanceamento pode provocar muito ruído em áreas urbanas. Nos motores a gasolina a
grande preocupação atual é a redução das vibrações para o aumento do conforto do condutor.
Na instalação de novas máquinas operatrizes na indústria metalúrgica, como exemplo, centros
de usinagem, tornos CNC, retificadoras de precisão, etc., há grande preocupação com a isolação
das vibrações de modo a não piorar a precisão das mesmas durante a sua utilização posterior.
Em muitas indústrias estas máquinas são instaladas na proximidade de máquinas geradoras de
vibração, como: prensas excêntricas, tesouras guilhotinas, etc.
Quando temos a freqüência natural do sistema mecânico coincidindo com a freqüência de
vibração devida a operação, temos o aparecimento da ressonância, que leva o sistema a
deslocamentos excessivos e até à ruptura de algumas partes. Por causa do efeito desastroso que
as vibrações podem causar às estruturas e às máquinas, testes de vibrações foram incluídos nas
normas e procedimentos de projeto e de verificação experimental nos diversos ramos da
engenharia.
Sistema Massa-Mola
x x0
Neste caso de vibração, o sistema é considerado como conservativo e, após ser fornecido
uma quantidade de energia inicial, o mesmo se movimenta eternamente, pois não há dissipação
de energia. No modelo simplificado da figura abaixo, m representa a massa e k a rigidez da
mola. Neste modelo percebemos a possibilidade do sistema oscilar na direção x em função da
elasticidade da mola ligada à massa. A direita temos o esquema de corpo livre com as forças
que atuam sobre o mesmo.
x
- +
k
m
-kx
N
mg
Na vertical, as forças que agem sobre o corpo estão em equilíbrio. Na horizontal, se o corpo
de massa for deslocado para a direita, a força resultante promove a aceleração do corpo para a
esquerda.
m !x!(t ) + k x(t ) = 0
kt
θ J
∑ M t = J θ!! → J θ!! + kt θ = 0
A análise de vibrações tem por objetivo prever a resposta de movimento para o sistema
vibratório, portanto é desejável conhecer a resposta para estas equações diferenciais.
Felizmente, a solução da equação diferencial acima é bem conhecida dos cursos introdutórios
de cálculo e física.
Assim, a solução para a variável x(t) é :
x(t ) = A cos(ω t − φ )
x! (t ) = − A sen (ω n t − φ )ω n
{ }
m − ω n2 x(t ) + k x(t ) = 0 ⇒ x(t ) (− m ω n2 + k ) = 0
Como x(t) não pode ser zero, ou seja, é o deslocamento medido na vibração, então:
k
− m ω n2 + k = 0 ⇒ ωn =
m
Pela expressão acima, entendemos que a freqüência natural do modelo massa-mola é função
apenas da massa e da rigidez da mola. Analogamente, a freqüência natural do sistema torcional
é dada por :
kt
ωn =
J
Na função x(t) ainda restam duas incógnitas, ou seja, A e φ . Para determiná-las é necessário
informar as condições de contorno que regem o problema diferencial. No caso da resposta livre
de vibração, condições de contorno estão representadas pelas condições iniciais do problema.
Como são duas incógnitas, necessitamos de conhecer duas condições iniciais. Portanto, fica
estabelecido que devemos conhecer o deslocamento inicial x0 e a velocidade inicial v0 da
vibração livre.
v0 = x! (0 ) = −ω n A sen (ω n 0 − φ ) = −ω n A sen (− φ )
cos(− φ ) = cos(φ )
sen (− φ ) = − sen (φ )
Prof. Airton Nabarrete Pag. 4
Vibrações
x0 = A cos(φ ) ⇒ cos(φ ) =
x0
A
v0 = ω n A sen (φ ) ⇒ sen (φ ) =
v0
ωn A
2 2
x0 v0
2
v
+ = 1 ⇒ A = x0 + 0
2
A ωn A ωn
sen (φ ) v v
= 0 ⇒ φ = arctg 0
cos(φ ) ω n x0 ω n x0
x0
tempo, t
-
2π
ω
Período, T
2
v v
x(t ) = x0 2
+ 0 cos ω n t − arctg 0
ωn ω n x0
x! (t ) = = ω A cos (ωt )
dx
A velocidade no ponto S é dada por :
dt
d 2x
E a aceleração por : !x!(t ) = = −ω 2 A sen (ωt ) = −ω 2 x(t )
2
dt
y
y
y = A sen(ω t)
P
P
A
ω A
θ=ωt θ
O x O π 2π 3π
T
"
Na figura acima, as projeções do vetor posição X = OP no eixo vertical e no eixo horizontal
são dadas por : y = A sen (ω t ) e x = A cos(ω t ) .
"
O vetor X pode ser representado no espaço cartesiano e também no espaço complexo:
Imag
"
b X = a + ib onde, i = −1
A
φ
O a Re
"
a e b são as componentes real e imaginária do vetor X .
A representa o módulo do vetor e φ o argumento ou ângulo entre o vetor e o eixo real (eixo
horizontal). Utilizando as relações trigonométricas, escreve-se:
b
a = A cos (φ ) , b = A sen (φ ) , A = a2 + b2 e φ = arctg
a
"
Portanto, X = A cos (φ ) + i A sen (φ )
Das relações dos números complexos, obtém-se:
Prof. Airton Nabarrete Pag. 7
Vibrações
A [cos (φ ) + i sen (φ )] = A e iφ = A e iω t
"! d
X=
dt
( ) "
A eλ t = λ A eλ t = λ X
!"! d
X =
dt
( ) "
λ A e λ t = λ2 A e λ t = λ2 X
Estas quantidades são mostradas na figura abaixo como vetores rotativos. Observa-se que o
vetor aceleração está defasado de 90o em relação ao vetor velocidade e este último está defasado
de 90o em relação ao vetor deslocamento.
x(t ) = A sen (ω t )
"
Assim, pode-se dizer que somente a parte imaginária do vetor X foi utilizado. Pode-se
utilizar a notação complexa na forma abaixo para representar o deslocamento, velocidade e
aceleração.
( )
x(t ) = Im A e λ t = A sen (ω t )
( ) π
x! (t ) = Im λA e λ t = ω A sen ω t +
2
( )
!x!(t ) = Im λ2 A e λ t = ω 2 A sen (ω t + π )
O escoamento de óleo pelos orifícios do êmbolo na figura acima causa uma força de
amortecimento que é proporcional à velocidade do pistão, porém em direção oposta ao mesmo.
O novo modelo matemático tem a forma:
x
- +
k
-kx
m
.
-cx
c N
mg
− k x(t ) − c x! (t ) = m !x!
m !x!(t ) + c x! (t ) + k x(t ) = 0
Esta equação diferencial tem solução homogênea que corresponde fisicamente a uma
resposta transiente de movimento, ou seja, não duradoura. A solução para a equação é:
x = A eλ t
(m λ 2
)
+ c λ + k A eλ t = 0
m λ2 + c λ + k = 0
2
c c k
λ 1, 2 =− ± −
2m 2m m
x(t ) = a e λ1 t + b e λ 2 t
Pela solução apresentada, pode-se concluir que se λ for real então o resultado para x(t) se
apresenta como uma função exponencial e não demonstra o comportamento de oscilações,
porém se λ for um número complexo, então o resultado de x(t) representa um movimento
harmônico como demonstrado anteriormente no item 1.3.
2
c k
− <0
2m m
2
c k c 2 k c
2
(− 1) = i
k
− = − −
2m m m 2m m 2m
Por este procedimento, percebe-se que uma forma de verificar se a solução é harmônica, isto
é complexa, pode ser a comparação dos valores de k/m e (c/2m)2. Se (c/2m)2 for maior ou igual
a k/m não existe movimento harmônico. Um amortecimento crítico é definido como a constante
de amortecimento que resulta no radical nulo. Assim,
2
cc k k
− =0 → cc = 2m
2m m m
O fator de amortecimento é então definido como a relação entre o valor real da constante de
amortecimento e o valor do amortecimento crítico.
c
ζ =
cc
c k
=ζ = ζ ωn
2m m
λ 1, 2 = −ζ ω n ± i ω n 2 − (ζ ω n )2
λ 1, 2 = −ζω n ± iω a → ωa = ωn 1−ζ 2
(
x = e −ζ ω n t a ei ω a t + b e −i ω a t )
Aplicando as relações trigonométricas descritas no item 1.3 em conjunto com constantes
complexas A e B, na forma apresentada abaixo, tem-se a solução do problema:
(a e iω a t
)
+ b e −iω a t = [ − 2c cos (ω at ) − 2d sen (ω at ) ]
Os termos (-2c) e (-2d) são constantes reais. Como já demonstrado no item 1.3 a solução
final pode ser escrita na forma :
2
v + ζω n x0 v + ζω n x0
A = x0 2
+ 0 e φ = arctg 0
ω a ω x
a 0
As equações acima podem ser melhor compreendidas se observarmos o gráfico de x(t). Este
tipo de gráfico é chamado de resposta temporal ou resposta no tempo. Na figura seguinte,
observa-se o gráfico de x(t) com um decaimento nas amplitudes da curva que representa a
vibração do sistema sub-amortecido, pois considera os valores: k=1 N/m, m=0.1 kg e
c=0.08 Ns/m .
Neste caso, admite-se que o resultado da raiz seja um número real, ou seja:
2
c k
− >0
2m m
(ζ 2
)
−1 ωn2 > 0
−ζ + ζ 2 −1 ω t −ζ − ζ 2 −1 ω t
n n
x= A e + B e
x = (A + B ) e −ζ ω n t
c k
!x! + x! + x = 0
m m
1 ω rad / s ciclos −1
f = = rad / ciclo = s = s = Hz
T 2π
2π rad / ciclo s
T= rad / s = ciclo
ω
∫ x(t ) dt
1 T
x = lim
T →∞ T 0
∫ x (t ) dt
1 T 2
x 2 = lim
T →∞ T 0
A raiz quadrada deste valor é utilizada em muitos casos e é mais conhecida com o respectivo
nome no idioma inglês, ou seja, Root Mean Square (rms) .
Na análise de vibrações é comum, também, encontrar valores de deslocamento elevado em
determinadas freqüências e valores muito baixos em outras. Desta forma para representar os
deslocamentos como função da freqüência é necessário se utilizar de escalas logarítmicas.
Uma unidade muito utilizada tanto para valores de amplitudes como para valores rms é o
decibel (db) que é definido por :
2
x
dB = 10 log 1
x2
x kt
Sistemas de k
1 grau de m
liberdade
θ J
J1 J2
x1 x2
kt
k1 k2
Sistemas de m1 m2
2 graus de
liberdade
θ2 θ1
1.6 Exercícios
2.1 Molas
Uma mola é uma ligação flexível entre dois pontos de um sistema mecânico. Como a massa
das molas é usualmente pequena, a força medida dinamicamente nas suas extremidades é
normalmente igual. Desta maneira, a força da mola é proporcional a deformação da mesma,
F =kx onde : x = x1 − x2
∆x
F = k0 + k1 x + k 2 x 2 + k 3 x 3 #
Neste curso, será considerado que somente molas de comportamento linear ou quase-linear
sejam equacionadas nos diversos problemas. Considera-se, também, que as molas tem
deformação nula quando a força é nula, então, k0 = 0. As constantes que multiplicam os termos
polinomiais de ordem 2 ou superior serão consideradas de pequeno valor, então:
F =k x
1 2
V= kx onde, x = x1 − x2
2
x
A,E x
k F(t)
m
m
L F(t)
(a) Estrutura com barra e bloco (b) Sistema equivalente com mola
Sabe-se que a deformação de uma barra sujeita a uma força axial, se comporta como a lei de
Hooke. Utiliza-se a expressão de Hooke para obter a relação entre força e deslocamento:
F x AE
σ =Eε → =E → F= x
A L L
AE
k=
L
Se a massa da barra for pequena em relação a massa do bloco, o sistema axial acima é
modelado como um sistema massa-mola equivalente.
m
m y
y k
L/2 L/2
PL3 48EI
y= → P= y
48EI L3
Se a massa da viga é muito pequena em relação a m, o sistema pode ser modelado como um
sistema massa-mola, onde a mola equivalente terá constante elástica igual a
48 EI
k=
L3
Este efeito ocorre, por exemplo, nos eixos das caixas de câmbio, pois funcionam como molas
de torção, enquanto que as engrenagens funcionam como discos de inércia. Quando o disco de
inércia gira de um ângulo θ a partir da posição de equilíbrio, o momento de torção que o disco
impõe ao eixo, é escrito por :
JP G
M= θ
L
M = kt θ
JP G
kt =
L
A tabela abaixo resume algumas constantes de mola obtidas a partir de elementos estruturais:
x
k1
m
k2
kn
A substituição das molas em paralelo por uma única de constante elástica keq é feita pelo
procedimento abaixo:
n n
F = k1x + k 2 x + k3 x + # + k n x = ∑ ki x → F = keq x → k eq = ∑ ki
i =1 i =1
x
k1 k2 kn
m
n n
F F
x = x1 + x2 + x3 +#+ xn = ∑ xi → xi = → x=∑
i =1 ki i =1 ki
1
Portanto, a constante elástica equivalente é obtida como : keq = n
1
∑k
i =1 i
x
2k
k 3k 2k
m
x x
3k/5 2k 13k/5
m m
mg/2
k l0 k m
δest m k
mg
Abaixo, ambos os sistemas não estão deformados, pois não sofrem da força gravitacional.
k k1 k2
m m1 m2 m3
F = m !x! M = J θ!!
1 1
Ec = m x! 2 Ec = J θ! 2
2 2
Quando uma força é aplicada para deslocar um bloco de massa da sua posição de equilíbrio,
o trabalho efetuado pela força é convertido em energia de deformação armazenada na mola.
Se a massa é deixada nesta posição e depois solta, a energia potencial da mola se converte
em energia cinética para os dois componentes, o bloco e a mola. Se a massa da mola não é
muito menor que a massa do bloco, sua energia cinética é não pode ser considerada desprezível.
Para a mola, as velocidades nas diversas posições do seu comprimento variam. Se o suporte
da mola não se movimenta, a velocidade da mola junto ao suporte é zero e na extremidade presa
ao bloco de massa a velocidade é a própria velocidade do bloco como se pode observar no
diagrama de velocidades da figura abaixo.
m
x!
dz
u!
L
z k
z
u! ( z ) = x!
l
1 m 2
1 mmola x! 2 z 3
l
1 m
mola zx!
(Ec ) mola = ∫ (dEc )mola = ∫0
l
dz =
= mola x! 2
2 l l 3 0 2 3
2 3
l
Para o sistema massa-mola temos que a massa equivalente da mola que deve ser adicionada a
massa do sistema, é :
F = c ∆v onde : ∆v = v1 − v2
Pdissip = F ∆v = c (∆v )2
x
c k Constante e Energia ou
m Força Unidade Potência
F = keq x keq [ N / m] 1
Mola EP = V = keq x 2
2
J Constante e Energia ou
Momento Unidade Potência
kt
M
θ ct
M = kt θ kt [ N m] 1
Mola Torcional eq eq EP = V = kt θ 2
2 eq
Rao, S.S., 1995, Mechanical Vibrations, Addison Wesley, 3a ed., Cap.I, pág.1-55, Nova
York.
k1 x
kt1 α
θ J m
kt2 c)
a) k2
0,3
kt1
kt2 k1
0,2
0,5
θ J
b) m
x
d)
kt2
n2
kt1 J
z2=20
e)
3. MÉTODOS DE ENERGIA
Muitas vezes é necessário analisar o movimento completo de sistemas vibratórios que são
compostos de alavancas, engrenagens e outras ligações e complicam aparentemente a análise,
pois cada componente tem movimento diferente. Estando estes componentes rígidos ligados de
forma tal que a movimentação de um seja
vinculada a movimentação dos outros, é vantajoso,
em geral, a redução do sistema para um equivalente
mais simples. Assim, a associação de massas é
obtida por meio da soma das energias cinéticas.
Para melhor compreensão, utilizou-se o exemplo
do sistema de acionamento da válvula do motor,
indicado na figura ao lado. As velocidades dos
pontos A e B podem ser escritas em função da
velocidade angular da alavanca, ou seja:
x! = a θ! y! = b θ!
1m
Jθ + (mvalv ) y! 2 + (mhaste ) x! 2 + mola y! 2
1 !2 1 1
Ec =
2 2 2 2 3
1 m
J + (mvalv )b 2 + (mhaste ) a 2 + mola b 2 θ! 2 = J eq θ! 2
1
Ec =
2 3 2
m
J + mvalv b 2 + mhaste a 2 + mola b 2
1
Ec = 3 x! 2 = 1 (m A ) x! 2
2 a 2 2
Além de aplicar a 2ª lei de Newton para obter a equação dinâmica (equação diferencial do
modelo), podemos utilizar também o método da conservação da energia. Neste método
ressaltamos o seguinte postulado: “A soma das energias cinética e potencial para um sistema
conservativo é igual a uma constante desde que a energia total do sistema seja representada
somente em função destes dois tipos de energia”. Sendo a energia total constante, temos que a
variação da energia é zero.
∂
ETOTAL = EC + E P = cte ⇒ ( EC + E P ) = 0
∂t
A vantagem deste método é que a diferenciação da energia total no tempo nos dá a equação
dinâmica do sistema, porém somente podemos aplicá-lo quando desconsiderarmos qualquer
forma de amortecimento e forças externas ao sistema vibratório.
Para efeito de comparação, no exemplo da massa, polia e mola, a equação dinâmica será
obtida pelo método de forças dinâmicas (2ª lei de Newton) e também pelo método de energia.
Método das forças dinâmicas: a figura abaixo descreve a análise de corpo livre para o bloco
de massa e para a polia. A massa do cabo foi desprezada neste exemplo.
mg T
k k δest k (δest+x)
m mg T
x m m
mg mg
∑ MO = 0 → (m g ) r = (k δ est ) r
O cabo que sustenta a massa é o mesmo que está ligado à mola, portanto qualquer
deslocamento da massa se reflete em deformação para a mola.
δ est = r θ est
Aplica-se a 2ª lei de Newton para escrever a equação dinâmica para o bloco de massa m,
T = m g − m r θ!!
( J + m r 2 ) θ!! + k r 2θ = 0
m x! 2 J θ! 2 k x 2
ET = EC ( massa ) + EC ( polia ) + E P ( mola ) → ET = + + = cte
2 2 2
x =rθ → x! = r θ!
1
2
( )
ET = m rθ! + J θ! 2 + k (rθ )2
2 1
2
1
2
O terceiro passo é a diferenciação da energia total sabendo que seu valor é constante :
∂ ET
= 0 = m r 2θ! θ!! + J θ! θ!! + k r 2θ θ!
∂t
(m r 2
)
+ J θ!! + k r 2θ = 0
k r2
ωn =
(J + m r 2 )
Num segundo exemplo, representado na figura abaixo, uma barra rígida de massa m,
comprimento l e seção transversal uniforme, é articulada no ponto O e suportada por uma mola.
Neste exemplo, o amortecedor será desconsiderado para poder aplicar o método da energia
conservativa.
a) Expressão da energia total:
J O θ! 2 k x 2
ET = EC (barra ) + E P ( mola ) → ET = + = cte
2 2
J O θ! 2 + k (aθ )2
1 1
x = aθ → ET =
2 2
∂ ET
= 0 = J O θ! θ!! + k a 2θ θ!
∂t
(J O )
θ!! + k a 2θ θ! = 0
Portanto,
J O θ!! + k a 2θ = 0
ml 2
J CG =
12
Aplica-se o teorema dos eixos paralelos para obter o momento de inércia no ponto O, então,
2
ml 2 l ml 2
J O = J CG + md 2 → JO = + m =
12 2 3
Finalmente, tem-se:
ml 2 !! 3 k a2
θ + k a 2θ = 0 → ωn =
3 ml 2
Um terceiro exemplo será utilizado para determinar a equação dinâmica do pêndulo simples
com massa m na extremidade da haste de comprimento l. Como procedimento de modelagem,
admite-se que a massa tem dimensões reduzidas em relação ao comprimento da haste. Além
disto, a massa da haste é desprezível
quando comparado à massa m.
O
a) Expressão da energia total:
l
ET = EC + E P ( gravitacional ) y
3
θ
JO θ !2 1 m
ET = + mgl (1 − cosθ ) = cte
2 2
mg l - l cos(θ )
∂ ET
= 0 = J O θ! θ!! + mgl (senθ )θ!
∂t
J O = ml 2
Portanto,
Ou ainda,
θ!! + (senθ ) = 0
g
l
g
sen θ ≅ θ → θ!! + θ = 0
l
g
ωn =
l
Nos sistemas em que é necessário determinar o amortecedor equivalente, devemos fazer uso
da técnica usada no item 3.1 . Se houver vários amortecedores, a potência dissipada é obtida
pela expressão:
c1 c2 c3
O
m
y z x
a k
b
y = aθ , z = bθ , x=lθ
( ) 2
( )
2
ct eq θ! 2 = c1 a θ! + c2 bθ! + c3 l θ!( )
2
→ ct eq = c1 a 2 + c2 b 2 + c3 l 2
A constante de mola também pode ser obtida por procedimento semelhante ao apontado no
item 3.1 . Assim, tem-se :
1 1
EP = kt eq θ 2 = k x 2
2 2
kt eq θ 2 = k (l θ )2
1 1
→ kt eq = k l 2
2 2
m l2
( ) ( )
θ!! c a 2 c b2 c l 2 θ! + k l 2 θ = 0
3 + 1 + 2 + 3